1. Práticas e Modelos de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares – Turma 7 - DREN
3ª Sessão – Tarefa 2
Introdução
O Agrupamento D. António Ferreira Gomes, em Ermesinde, foi constituído em Junho de 2003 através
da junção de três escolas (EB1/JI da Bela, EB1/JI de Sampaio e EB23 D. António Ferreira Gomes), este
conjunto sofreu uma ampliação posteriormente – em 2006-2007 – com a entrada da EB1/JI da Gandra,
passando a assumir a dimensão actual. A dispersão geográfica dos quatro estabelecimentos de ensino é
reduzida, o que facilita o contacto entre todos os seus elementos.
É na escola-sede deste Agrupamento, a EB23 D. António Ferreira Gomes, que se localiza a única
Biblioteca Escolar integrada na Rede de Bibliotecas Escolares. A integração no Programa RBE foi conseguida
no ano lectivo 2008/9. No final do ano, apresentou-se uma candidatura para a integração da Biblioteca da
EB1/JI da Bela, mas sem sucesso.
1 – Faça uma análise à realidade da sua escola e à capacidade de resposta ao processo e
identifique os factores que considera inibidores do mesmo.
1.1. Capacidade de resposta ao processo
— O Agrupamento D. António Ferreira Gomes iniciou já o processo de auto-avaliação, com a criação
de uma Comissão Avaliação Interna do Agrupamento, que no ano lectivo anterior apresentou o seu primeiro
relatório.
A avaliação interna do Agrupamento assenta num imperativo legal e pretende-se que constitua um
processo tendente ao aperfeiçoamento das práticas e consequente melhoria do funcionamento geral dos
vários órgãos e serviços, tendo em vista contribuir para a concretização das metas e objectivos consagrados
no Projecto Educativo e tornar este Agrupamento, cada vez mais, uma organização promotora de sucesso.
Esta avaliação interna deve ser encarada como complementar à que é realizada pela Inspecção –
Geral da Educação, como é referido por L. Stenhouse (1975):
External and internal evaluators are equally important: the former provide expertise and objectivity,
and the latter familiarity and understanding. The two roles are distinct yet complementary and both are
necessary for effective evaluation.
— O processo de auto-avaliação do agrupamento contemplou a avaliação da Biblioteca, ainda que numa
perspectiva muito genérica: recursos e meios disponibilizados, espaço e horário da biblioteca. O estudo
realizado, revelou ainda que no inquérito realizado aos alunos e encarregados de educação, os serviços
prestados pela Biblioteca aparecem como um dos pontos fortes do Agrupamento.
Esta avaliação foi complementada pelo Relatório de Actividades apresentado pela Coordenadora da
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Biblioteca, em reunião do Conselho Pedagógico, no qual se pretendeu demonstrar o trabalho realizado em
diferentes áreas: Organização e Gestão da BE, Apoio ao currículo e articulação curricular, Literacia da
Informação, Parcerias e Avaliação.
A avaliação da BE deve estabelecer ligações com a avaliação da escola. Do relatório de avaliação da BE
deve transitar uma síntese que venha a integrar o relatório da escola. A avaliação externa da escola pela
Inspecção poderá, assim, avaliar o impacto da BE na escola, mencionando-a no relatório final de avaliação da
escola. (Texto da Sessão)
Há, portanto, já uma tendência e uma preocupação neste Agrupamento para se proceder a uma auto-
avaliação dos serviços. Porém, a avaliação do impacto da Biblioteca Escolar no processo ensino-
aprendizagem ainda não se conseguiu medir, até porque a avaliação realizada se baseou essencialmente em
dados estatísticos de frequência e utilização dos serviços da BE.
Classroom instruction is and will remain the primary focus of education, and unless we have an impact on
it, we will be seen as superfluous. (Johnson, 2002)
— A formação e a prática de todos os docentes convertem a avaliação numa actividade incontornável,
como indispensável ao desenvolvimento e à melhoria. A avaliação é parte integrante da planificação, como
tão bem sabem todos os professores.
— A colaboração entre a Biblioteca Escolar e as diferentes estruturas pedagógicas, embora ainda
incipiente, tem vindo a crescer, projectando positivamente a imagem da biblioteca no seio da comunidade
escolar, o que está patenteado na referência à Biblioteca nos principais documentos estratégicos do
Agrupamento.
As relações que se estabelecem entre a escola e a biblioteca escolar podem assumir-se como determinantes
ou inibidoras do seu sucesso. (Texto da Sessão)
— A Biblioteca Escolar é coordenada por uma professora-bibliotecária com alguma formação e
experiência, coadjuvada por uma equipa motivada, com alguma experiência, embora com pouca formação.
— A existência do Plano Tecnológico da Educação pode ser considerado como um factor facilitador da
aplicação do Modelo de Auto-avaliação das Bibliotecas Escolares, não só porque dotou as bibliotecas de
equipamento novo no âmbito das novas tecnologias; mas, também porque ao integrar o professor-
bibliotecário na equipa responsável por este projecto em cada escola/agrupamento, coloca a Biblioteca como
protagonista na modernização das escolas e na formação nesta área.
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1.2. Factores Inibidores
— Existência de uma certa resistência à mudança, o que pressupõe um trabalho de motivação e uma
capacidade de liderança do professor-bibliotecário, no sentido de convencer todos para os benefícios da
implementação deste processo.
To help to overcame resistance, it is essential that evaluation is seen as a participative process.
According to Saunders [1999], self-evaluation should be democratic and involve all stakeholders, being
based on trust, teamwork and ownership. (McNicol, 2004)
— A resistência à mudança é reforçada pelo excesso de trabalho burocrático exigido aos professores e
pelo ambiente de alguma de contrariedade provocado pelo actual modelo de avaliação dos professores.
Estes factores podem contribuir para desmotivar a participação em acções de trabalho cooperativo e no
processo de avaliação das bibliotecas escolares, por muito democrático que este possa parecer.
— Por outro lado, o Modelo de Auto-avaliação das Bibliotecas Escolares é de alguma forma complexo,
exige tempo para ser explicado, mas sobretudo para ser interiorizado. Esta interiorização tem que ser feita em
primeiro lugar pelo professor-bibliotecário, para que não transforme a avaliação num fim, mas que a perceba
como um instrumento de melhoria, depois para que consiga convencer os seus interlocutores dos seus
benefícios. Se a sua aplicação for feita sem ter sido conseguida a adesão da comunidade educativa, o
sucesso deste processo estará forçosamente comprometido.
A maior ou menor aceitação e envolvimento dependem também da crença na utilidade do processo por
parte do professor coordenador que tem de desempenhar a função de catalizador junto da equipa e de todos
os outros agentes. A sua capacidade de comunicar e de gerir a situação serão fundamentais. A resposta
poderá ser um barómetro da maior integração e valoração das práticas da biblioteca, junto da comunidade
que serve. (Texto da Sessão)
— A multiplicidade de tarefas solicitadas ao professor bibliotecário, coadjuvado por uma equipa
reduzida, com um horário limitado e que tem que responder às solicitações e expectativas das quatro escolas
do Agrupamento podem tornar a avaliação num processo assustador.
It can seem new and strange and even threatening, and yet another burden which reduces the time
available for actually doing the job. (Scott, 2002)
— A aplicação do modelo de auto-avaliação, em particular dos questionários propostos, seria mais fácil,
se houvesse por parte de toda a comunidade educativa um melhor domínio das novas tecnologias, pois seria
mais rápido o tratamento destes dados.
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2 – Delineie um plano de acção que contemple o conjunto de medidas necessárias à alteração da
situação e à sua consecução com sucesso.
2.1. Motivação
— Implicação no processo da Direcção do Agrupamento.
Reunião com a Directora para explanar o MAABE e para demonstrar a necessidade da sua divulgação junto
das várias estruturas pedagógicas. Conversa sobre o domínio a seleccionar e sobre a calendarização do
processo.
Sabemos igualmente que essa maior ou menor apropriação e uso [da Biblioteca Escolar] resultam, em
grande parte, da atitude e reconhecimento do órgão directivo, estando também muito relacionados com a
cultura da escola e com os estilos implicados no processo de ensino/ aprendizagem.(Texto da sessão)
The active involvement of sénior management is crucial in ensuring that the self evaluation can be
conducted effectively and the findings fed into whole school planning. (McNicol, 2004)
- Implicação da Equipa da BE
Reunião de trabalho para estudo do modelo, onde se procurará fazer propostas sobre o domínio a
seleccionar e de calendarização do processo a propor ao Conselho Pedagógico.
- Envolvimento do Conselho Geral
Participação numa reunião do Conselho Geral para divulgação do MAABE e apelo à participação de todos
neste processo, pois muitos agentes da comunidade só estão representados neste órgão.
Mas existem ainda os professores, alunos, pais ou outros agentes que vão, de uma forma ou de outra,
ser chamados a participar. (Texto da sessão)
- Implicação do Conselho Pedagógico
Apresentação do MAABE ao Conselho Pedagógico, em formato workshop. Apresentação e aprovação do
domínio a avaliar, análise de proposta de calendarização, definição de estratégias para a implementação com
sucesso do modelo.
A escolha do domínio a avaliar deve assim partir do professor coordenador/ equipa, mas deve resultar de
uma decisão fundamentada, por forma a poder ser validamente justificada junto dos órgãos executivos e de
decisão pedagógica. Deve ser discutida com o órgão directivo e ser determinada pelas prioridades e
restantes processos existentes na escola. (Texto da sessão)
- Divulgação do MAABE nos departamentos
Participação em reuniões de Departamento para apresentação do MAABE.
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2.2. Aplicação do Modelo
- Recolha de evidências
Perceber as relações que se estabelecem, que evidências recolher, que informação é mais pertinente e
válida para o problema que foi identificado. (Texto da Sessão)
- Gestão e interpretação da informação recolhida
The librarian who has done all this collecting, gathering and measuring now has a huge amount of
information available. But information is not the same as knowledge; knowledge implies understanding. All this
disparate information needs to be synthesised to become knowledge about how successfully the LRC is
fulfilling its function. (Scott, 2002)
- Divulgação
O Relatório de auto-avaliação deve ser discutido e aprovado em Conselho Pedagógico, bem como o
plano de melhoria que vier a ser delineado. (Texto da sessão)
- Definição do Plano de Melhoria
The development plan arises naturally from matching of the audit results with the LRC’s aims and
objectives. It will also link to the school and education authority development plans. (Scott, 2002)
2.3. Melhoria da capacidade de liderança do professor-bibliotecário
- Melhoria da sua formação
Através da participação em acções de formação, conferências ou seminários e do trabalho cooperativo
com outros professores bibliotecários mais experientes.
- Promover o trabalho de equipa
Com diversos agentes da comunidade
[A ligação da BE ao currículo e ao sucesso educativo dos alunos implica que] haja um reforço no conceito de
cooperação, baseado na planificação e no trabalho colaborativo com os professores das diferentes
disciplinas. (Texto da sessão)
- Fomentar a inovação e procurar ser um agente de mudança
A invisibilidade do professor coordenador deve dar lugar a uma acção integradora de objectivos e
práticas que se adaptem à mudança e ao link considerado vital para a sobrevivência e para a qualidade da
biblioteca escolar: a ligação ao currículo e ao sucesso educativo dos alunos. (Texto da sessão)
- Desenvolver a sua capacidade de comunicação
2.4. Melhoria da formação dos membros da Equipa
- Promover, motivar e incentivar a actualização da formação dos membros da equipa
A formação na área das Bibliotecas Escolares foi considerada área prioritária de formação no
Agrupamento, o que pode funcionar como um incentivo acrescido para a actualização da formação.
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Este paradigma, moldado na disponibilização de serviços e menos centrado na acção e no trabalho
conjunto com a escola a que se associa um sistema de ensino expositivo e orientado para a sala de aula,
reforçam a necessidade permanente de a equipa reorientar práticas e processos. (Texto da sessão)
2.5. Melhoria da formação em TIC
Projecção de acções de formação com o Coordenador PTE para melhorar as competências TIC da
comunidade educativa, de forma a facilitar a aplicação do modelo
Conclusão:
All of us are looking for proven programs that have a demonstrated track record of improving both
student reading scores and offering greater learning opportunities. While good school library media programs
can have just such a powerful impact on the effectiveness of your school, they are not a silver bullet that just
happens – they are envisioned, planned, staffed and evaluated.(Doug, 2005)
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