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Jaqueline Gomes de Jesus
Psicóloga – NIAC/UFRJ
Dra. em Psicologia Social e do Trabalho – UnB
Pós-Dra. CPDOC/FGV-RJ
Jaqueline Gomes de Jesus 1
ž Debater sobre trabalho e relações de gênero,
a partir de um olhar intersecional,
considerando:
¡ a diversidade de identidades de gênero;
¡ as opressões no mercado de trabalho e
suas formas de reprodução no serviço
público; e
¡ estratégias para o enfrentamento das
desigualdades no serviço público.
Jaqueline Gomes de Jesus 2
“enquanto lutavam pela sobrevivência e
exerciam seus ofícios, trabalhadores e
trabalhadoras criaram identidades coletivas,
geraram símbolos, crenças, formas de
convivência e de celebração”
(Fortes, Kornis & Fontes, 2006, p. 6)
ž Os trabalhadores têm desconstruído a lógica
que os aliena de si, de suas relações sociais e
dos resultados de seu trabalho
3Jaqueline Gomes de Jesus
4
Se a diversidade
do bonequinho
amarelo é
grande...
...Imagine então
a nossa...
Jaqueline Gomes de Jesus
O mundo tem
desenvolvido uma
nova relação com
a sua
diversidade...
Jaqueline Gomes de Jesus 5
...E o Brasil
também.
Jaqueline Gomes de Jesus 6
O homem mais
poderoso do
mundo é
negro, filho de
mãe solteira e
de pai africano
7
Temos uma
presidenta
no Brasil
8
O mundo do
trabalho tem
reconhecido e, às
vezes, valorizado
a diversidade.
Jaqueline Gomes de Jesus 9
Diversidade é o conjunto de relações
interpessoais e intergrupais explícitas ou
implícitas, em um determinado sistema
social, que são intermediadas pela relação
entre as identidades sociais e a
dominância social presentes nesse sistema
Jaqueline Gomes de Jesus 10
Jaqueline Gomes de Jesus 11
A diversidade é um componente fundamental
da identidade das pessoas: sabemos quem
somos porque há pessoas diferentes de nós
(Galinkin, 2003)
A diversidade é um misto de pessoas com
identidades grupais diferentes dentro do
mesmo sistema social (Nkomo & Cox, 1999)
12
Estereótipo:
Crença ou atributo, comumente fixo, compartilhado
sobre um grupo, que tende a ser generalizado para
todas as pessoas desse grupo
Preconceito:
Atitude positiva ou negativa com relação a um grupo
ou pessoas, fundamentada em estereótipos
Discriminação:
Comportamento decorrente do preconceito
Jaqueline Gomes de Jesus
13
Homem/Mulher = Branco/a, heterossexual,
cisgênero (que não é trans), sem deficiências
aparentes, adulto/a
E homens/mulheres negros/as, homos/bissexuais,
transgêneros, com deficiências aparentes,
idosos/as?
Médico = Branco / Enfermeira = Branca
Empregada doméstica = Negra
E os médicos negros, os homens enfermeiros e
empregados domésticos?
Pessoas fora do estereótipo são “marcadas”:
O médico negro é marcado como negro; o médico
branco não é marcado como branco
14
A inclusão envolve a possibilidade de sermos nós
mesmos, como indivíduos distintos, no
engajamento em atividades comuns, mesmo que as
definamos de formas diferentes (Ferdman, 2010)
É objetivo final da valorização da diversidade
humana no trabalho
Não basta garantir o acesso das pessoas a um
ambiente de trabalho antes homogêneo, simples,
pouco diverso. Além disso, é necessária uma gestão
da diversidade ora estabelecida
Jaqueline Gomes de Jesus
Ser mulher não depende de “ter” uma vagina
Ser homem não depende de “ter” um pênis
Jaqueline Gomes de Jesus 16
žSexo: diferenças em um cromossomo,
alguns níveis químicos (hormônio) e o
tamanho dos gametas
žGênero: Desde o nascimento, meninos e
meninas são ensinados a agir de
determinadas formas (papéis de gênero)
žA construção das diferenças entre homens
e mulheres é social, e não biológica
17Jaqueline Gomes de Jesus
19
ž Drag queens / Drag kings / Transformistas
ž Travestis / Crossdressers
ž Homens e mulheres transexuais
ž Homens cisgênero sem pênis
ž Mulheres cisgênero sem útero e/ou seios
ž Pessoas assexuais românticas ou não
ž Homens femininos hetero/bi/homo/asex
ž Mulheres masculinas hetero/bi/homo/asex
ž Pessoas intersexuais
ž Pessoas não-binárias
20
Jaqueline Gomes de Jesus 21
ž“Sou Homem”, “Sou Mulher”
žCisgêneros:
¡Sintonia com a designação social de
gênero
žTransgêneros:
¡Sem sintonia com a designação
social de gênero
Jaqueline Gomes de Jesus 22
Ariadna,
modelo, ex-BBB
Jaqueline Gomes de Jesus 23
Dilma Vana Rousseff,
presidenta da República
Jaqueline Gomes de Jesus 24
João W. Nery,
psicólogo e
escritor
Jaqueline Gomes de Jesus 25
Alexandre Nero,
ator
Jaqueline Gomes de Jesus 26
ž Homens e Mulheres – oposições fixas?
ž Homens: produtores, provedores na esfera
pública
ž Mulheres: reprodutoras, cuidadoras na esfera
privada
ž Valorização social e econômicas das práticas
tidas, culturalmente, como masculinas
ž Permanece a discriminação de gênero, indicada
por diferenças de rendimento salarial entre
homens e mulheres, pelo maior risco de
desemprego a que as mulheres são submetidas
žTelhados de vidro
27Jaqueline Gomes de Jesus
Jaqueline Gomes de Jesus 28
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(PNAD), realizada pela Fundação Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE:
ž Em 2001:
¡ homens que trabalhavam dedicavam 10 horas
semanais aos afazeres domésticos; as mulheres que
trabalhavam dedicavam 24 horas e quatro minutos
ž Em 2011:
¡ homens dedicavam 10 horas e oito minutos
¡ mulheres, 22 horas e treze minutos.
Jaqueline Gomes de Jesus 29
ž As mulheres respondem por:
42% da força de trabalho ocupada; e por
41% de toda a renda gerada pelas famílias.
Em 2009, as mulheres ganharam 67,1% do ganho
por homens;
Em 2011, ganharam 70,4%.
Jaqueline Gomes de Jesus 30
ž Nas mesmas funções/cargos:
Mulheres brancas ganham metade do que
ganham homens brancos
Mulheres negras ganham um terço de que
ganham homens brancos
Jaqueline Gomes de Jesus 31
ž Mulheres que trabalham e ganham até meio
salário mínimo gastam 29 horas e 14 minutos
no trabalho doméstico, contra 10 horas e 45
minutos dos homens na mesma condição
(quase o triplo).
ž Entre as mulheres com renda acima de 20
salários, o tempo gasto é de 12 horas e oito
minutos, contra sete horas e 21 minutos dos
homens (menos do dobro)
Jaqueline Gomes de Jesus 32
ž Inserção laboral
ž Redução da mortalidade materna
ž Garantia do direito de ir e vir (Marcha das
Vadias)
ž Direito pleno sobre o próprio corpo
(Descriminalização do aborto)
ž Proteção contra violência doméstica (Lei Maria
da Penha)
34Jaqueline Gomes de Jesus
ž Serviço Público:
¡ 45% da PEA (20 a 69 anos) do Brasil é negra
¡ 44% dos servidores públicos, em todas as
esferas do Poder Executivo, são mulheres
¡ 35% dos servidores públicos, em todas as
esferas do Poder Executivo, são negros
¡ 15% dos servidores públicos, em todas as
esferas do Poder Executivo, são mulheres
negras
Jaqueline Gomes de Jesus 35
ž Estatisticamente, no Serviço Público:
¡ Os homens brancos estão super-
representados
¡ Os homens negros estão sub-representados,
tanto com relação à população geral
quanto à PEA
¡ É mais “permeável” ao acesso de mulheres
brancas do que na PEA
¡ É menos “permeável” ao acesso de
mulheres negras do que na PEA
Jaqueline Gomes de Jesus 36
ž De 1974 a 2003, a representatividade das
mulheres brancas e dos homens brancos
aumentou, enquanto a dos homens negros e das
mulheres negras diminuiu (Osório, 2006)
ž Mulheres ganham 11,9% a menos que homens
ž Pessoas negras ganham 8,4% a menos que as
pessoas brancas
ž Com relação aos homens brancos:
¡ Homens negros ganham 9,3% a menos
¡ Mulheres brancas ganham 12,6% a menos
¡ Mulheres negras ganham 19% a menos
Jaqueline Gomes de Jesus 37
ž Mulheres:
¡ 46% dos servidores no Executivo Federal
¡ 43% dos servidores com DAS
¡ Mulheres negras com DAS: 6,6%
ž Mulheres com DAS 6 (o mais alto): 19% dos
servidores
ž Apesar de termos uma presidenta, até 2015:
¡ Dos 92 dirigentes indicados por ela,
somente 15 eram mulheres (16%)
¡ Dos 39 ministérios, apenas 12 eram
dirigidos por mulheres (31%)
¡ Destas, somente 1 (uma) era negra
Jaqueline Gomes de Jesus 38
ž O único ministério que apresenta maioria feminina
nos DAS mais altos (4 e 6) é o do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome (52%)
ž O Ministério da Educação tem o segundo maior
número de mulheres com DAS altos (47%), seguido
do Ministério da Cultura (46%)
ž O Ministério com menor número de mulheres com
DAS altos é o da Defesa (15%), seguido do Ministério
das Relações Exteriores e do Ministério da Fazenda
(ambos com 21%)
Jaqueline Gomes de Jesus 39
ž Das 10 pastas com maior impacto político-
econômico, 9 (nove) são dirigidas por homens
(Fazenda, Planejamento, Justiça, Relações
Exteriores, Defesa, Saúde, Previdência Social,
Banco Central e Advocacia Geral da União)
ž A Casa Civil é a única dessas dez pastas gerida
por uma mulher, porém ela é substituta
Jaqueline Gomes de Jesus 40
Políticas laborais para a inclusão das mulheres
no serviço público:
¡ Fiscalizar a aplicação da Lei 12.990/2014,
que reserva aos negros 20% das vagas nos
concursos públicos federais
¡ Implementar cotas para servidoras em
comitês e conselhos executivos, considerando
a representatividade étnico-racial
¡ Oferecer espaços para o cuidado dos filhos
nos locais de trabalho (creches)
¡ Equiparar as licenças-maternidade e
paternidade
Jaqueline Gomes de Jesus 41
Jaqueline Gomes de Jesus 42
FERDMAN, Bernardo M. Teaching inclusion by example and experience: creating
an inclusive learning environment. In B. B. McFeeters; K. Hannum; L. Booysen
(Orgs.). Leading across differences: cases and perspectives – facilitator´s guide
(pp. 37-49), 2010. San Francisco: Pfeiffer.
FONTES, Paulo; KORNIS, Mônica A; FORTES, Alexandre. Trabalho e trabalhadores
no Brasil. Rio de Janeiro: CPDOC, 2006.
GALINKIN, Ana L. Estigma, território e organização social. Espaço & Geografia,
6(2), 149-176, 2003.
JESUS, Jaqueline G. O desafio da convivência: assessoria de diversidade e apoio
aos cotistas (2004-2008). Psicologia, Ciência e Profissão, 33(1), 222-233, 2013.
NKOMO, Stella M.; COX, Taylor Jr. Diversidade e identidade nas organizações. In
S. R. CLEGG; C. HARDY; W. R. NORD (Orgs.). Handbook de estudos organizacionais:
modelos de análise e novas questões em estudos organizacionais (pp. 334-360),
1999. São Paulo: Atlas.
OSÓRIO, Rafael G. Desigualdades raciais e de gênero no serviço público civil.
Brasília: OIT, 2006.
PÉREZ-NEBRA, Amália R. & JESUS, Jaqueline G. Preconceito, estereótipo e
discriminação. In C. V. TORRES & E. R. NEIVA (Orgs.). Psicologia social: principais
temas e vertentes (pp. 217-237), 2011. Porto Alegre: ArtMed.
ARAÚJO, Clara; SCALON, Celi. Gênero, família e trabalho no Brasil. Rio de
Janeiro: FGV Editora, 2005.
BRUSCHINI, Cristina; LOMBARDI, Maria R. A bipolaridade do trabalho feminino no
Brasil contemporâneo. Cadernos de Pesquisa, 110, 67-104, 2000.
CAPPELLIN, Paola. As desigualdades impertinentes: telhado, paredes ou céu de
chumbo?. Gênero, 9(1), 89-126, 2008.
COSTA, Albertina O.; SORJ, Bila; BRUSCHINI, Helena H. Mercado de trabalho e
gênero: comparações internacionais. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2008.
FIRMINO, Camila R.; SILVA, Filipe H. E.; VIANA, H. P. C. Desigualdades de gênero
no serviço público federal. VIII Congresso CONSAD de Gestão Pública. Brasília:
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2015.
FONSECA, Tânia M. G. Gênero, subjetividade e trabalho. Petrópolis: Vozes,
2000.
HIRATA, Helena e cols. Dicionário crítico do feminismo. São Paulo: Editora
Unesp, 2009.
HIRATA, Helena; KERGOAT, Daniele. Novas configurações da divisão sexual do
trabalho. Cadernos de Pesquisa, 37(132), 595-609, 2007.
PEREIRA, Hildete; CASTILHO, Marta. Trabalho reprodutivo no Brasil: quem faz?.
Economia Contemporânea, 13(1), 135-158, 2009.
YANNOULAS, Silvia. Feminização ou Feminilização? Apontamentos em torno de
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Jaqueline Gomes de Jesus
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Gênero e trabalho no serviço público

  • 1. Jaqueline Gomes de Jesus Psicóloga – NIAC/UFRJ Dra. em Psicologia Social e do Trabalho – UnB Pós-Dra. CPDOC/FGV-RJ Jaqueline Gomes de Jesus 1
  • 2. ž Debater sobre trabalho e relações de gênero, a partir de um olhar intersecional, considerando: ¡ a diversidade de identidades de gênero; ¡ as opressões no mercado de trabalho e suas formas de reprodução no serviço público; e ¡ estratégias para o enfrentamento das desigualdades no serviço público. Jaqueline Gomes de Jesus 2
  • 3. “enquanto lutavam pela sobrevivência e exerciam seus ofícios, trabalhadores e trabalhadoras criaram identidades coletivas, geraram símbolos, crenças, formas de convivência e de celebração” (Fortes, Kornis & Fontes, 2006, p. 6) ž Os trabalhadores têm desconstruído a lógica que os aliena de si, de suas relações sociais e dos resultados de seu trabalho 3Jaqueline Gomes de Jesus
  • 4. 4 Se a diversidade do bonequinho amarelo é grande... ...Imagine então a nossa... Jaqueline Gomes de Jesus
  • 5. O mundo tem desenvolvido uma nova relação com a sua diversidade... Jaqueline Gomes de Jesus 5
  • 7. O homem mais poderoso do mundo é negro, filho de mãe solteira e de pai africano 7
  • 9. O mundo do trabalho tem reconhecido e, às vezes, valorizado a diversidade. Jaqueline Gomes de Jesus 9
  • 10. Diversidade é o conjunto de relações interpessoais e intergrupais explícitas ou implícitas, em um determinado sistema social, que são intermediadas pela relação entre as identidades sociais e a dominância social presentes nesse sistema Jaqueline Gomes de Jesus 10
  • 11. Jaqueline Gomes de Jesus 11 A diversidade é um componente fundamental da identidade das pessoas: sabemos quem somos porque há pessoas diferentes de nós (Galinkin, 2003) A diversidade é um misto de pessoas com identidades grupais diferentes dentro do mesmo sistema social (Nkomo & Cox, 1999)
  • 12. 12 Estereótipo: Crença ou atributo, comumente fixo, compartilhado sobre um grupo, que tende a ser generalizado para todas as pessoas desse grupo Preconceito: Atitude positiva ou negativa com relação a um grupo ou pessoas, fundamentada em estereótipos Discriminação: Comportamento decorrente do preconceito Jaqueline Gomes de Jesus
  • 13. 13 Homem/Mulher = Branco/a, heterossexual, cisgênero (que não é trans), sem deficiências aparentes, adulto/a E homens/mulheres negros/as, homos/bissexuais, transgêneros, com deficiências aparentes, idosos/as? Médico = Branco / Enfermeira = Branca Empregada doméstica = Negra E os médicos negros, os homens enfermeiros e empregados domésticos? Pessoas fora do estereótipo são “marcadas”: O médico negro é marcado como negro; o médico branco não é marcado como branco
  • 14. 14 A inclusão envolve a possibilidade de sermos nós mesmos, como indivíduos distintos, no engajamento em atividades comuns, mesmo que as definamos de formas diferentes (Ferdman, 2010) É objetivo final da valorização da diversidade humana no trabalho Não basta garantir o acesso das pessoas a um ambiente de trabalho antes homogêneo, simples, pouco diverso. Além disso, é necessária uma gestão da diversidade ora estabelecida Jaqueline Gomes de Jesus
  • 15.
  • 16. Ser mulher não depende de “ter” uma vagina Ser homem não depende de “ter” um pênis Jaqueline Gomes de Jesus 16
  • 17. žSexo: diferenças em um cromossomo, alguns níveis químicos (hormônio) e o tamanho dos gametas žGênero: Desde o nascimento, meninos e meninas são ensinados a agir de determinadas formas (papéis de gênero) žA construção das diferenças entre homens e mulheres é social, e não biológica 17Jaqueline Gomes de Jesus
  • 18.
  • 19. 19
  • 20. ž Drag queens / Drag kings / Transformistas ž Travestis / Crossdressers ž Homens e mulheres transexuais ž Homens cisgênero sem pênis ž Mulheres cisgênero sem útero e/ou seios ž Pessoas assexuais românticas ou não ž Homens femininos hetero/bi/homo/asex ž Mulheres masculinas hetero/bi/homo/asex ž Pessoas intersexuais ž Pessoas não-binárias 20
  • 21. Jaqueline Gomes de Jesus 21
  • 22. ž“Sou Homem”, “Sou Mulher” žCisgêneros: ¡Sintonia com a designação social de gênero žTransgêneros: ¡Sem sintonia com a designação social de gênero Jaqueline Gomes de Jesus 22
  • 24. Dilma Vana Rousseff, presidenta da República Jaqueline Gomes de Jesus 24
  • 25. João W. Nery, psicólogo e escritor Jaqueline Gomes de Jesus 25
  • 27. ž Homens e Mulheres – oposições fixas? ž Homens: produtores, provedores na esfera pública ž Mulheres: reprodutoras, cuidadoras na esfera privada ž Valorização social e econômicas das práticas tidas, culturalmente, como masculinas ž Permanece a discriminação de gênero, indicada por diferenças de rendimento salarial entre homens e mulheres, pelo maior risco de desemprego a que as mulheres são submetidas žTelhados de vidro 27Jaqueline Gomes de Jesus
  • 28. Jaqueline Gomes de Jesus 28
  • 29. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE: ž Em 2001: ¡ homens que trabalhavam dedicavam 10 horas semanais aos afazeres domésticos; as mulheres que trabalhavam dedicavam 24 horas e quatro minutos ž Em 2011: ¡ homens dedicavam 10 horas e oito minutos ¡ mulheres, 22 horas e treze minutos. Jaqueline Gomes de Jesus 29
  • 30. ž As mulheres respondem por: 42% da força de trabalho ocupada; e por 41% de toda a renda gerada pelas famílias. Em 2009, as mulheres ganharam 67,1% do ganho por homens; Em 2011, ganharam 70,4%. Jaqueline Gomes de Jesus 30
  • 31. ž Nas mesmas funções/cargos: Mulheres brancas ganham metade do que ganham homens brancos Mulheres negras ganham um terço de que ganham homens brancos Jaqueline Gomes de Jesus 31
  • 32. ž Mulheres que trabalham e ganham até meio salário mínimo gastam 29 horas e 14 minutos no trabalho doméstico, contra 10 horas e 45 minutos dos homens na mesma condição (quase o triplo). ž Entre as mulheres com renda acima de 20 salários, o tempo gasto é de 12 horas e oito minutos, contra sete horas e 21 minutos dos homens (menos do dobro) Jaqueline Gomes de Jesus 32
  • 33.
  • 34. ž Inserção laboral ž Redução da mortalidade materna ž Garantia do direito de ir e vir (Marcha das Vadias) ž Direito pleno sobre o próprio corpo (Descriminalização do aborto) ž Proteção contra violência doméstica (Lei Maria da Penha) 34Jaqueline Gomes de Jesus
  • 35. ž Serviço Público: ¡ 45% da PEA (20 a 69 anos) do Brasil é negra ¡ 44% dos servidores públicos, em todas as esferas do Poder Executivo, são mulheres ¡ 35% dos servidores públicos, em todas as esferas do Poder Executivo, são negros ¡ 15% dos servidores públicos, em todas as esferas do Poder Executivo, são mulheres negras Jaqueline Gomes de Jesus 35
  • 36. ž Estatisticamente, no Serviço Público: ¡ Os homens brancos estão super- representados ¡ Os homens negros estão sub-representados, tanto com relação à população geral quanto à PEA ¡ É mais “permeável” ao acesso de mulheres brancas do que na PEA ¡ É menos “permeável” ao acesso de mulheres negras do que na PEA Jaqueline Gomes de Jesus 36
  • 37. ž De 1974 a 2003, a representatividade das mulheres brancas e dos homens brancos aumentou, enquanto a dos homens negros e das mulheres negras diminuiu (Osório, 2006) ž Mulheres ganham 11,9% a menos que homens ž Pessoas negras ganham 8,4% a menos que as pessoas brancas ž Com relação aos homens brancos: ¡ Homens negros ganham 9,3% a menos ¡ Mulheres brancas ganham 12,6% a menos ¡ Mulheres negras ganham 19% a menos Jaqueline Gomes de Jesus 37
  • 38. ž Mulheres: ¡ 46% dos servidores no Executivo Federal ¡ 43% dos servidores com DAS ¡ Mulheres negras com DAS: 6,6% ž Mulheres com DAS 6 (o mais alto): 19% dos servidores ž Apesar de termos uma presidenta, até 2015: ¡ Dos 92 dirigentes indicados por ela, somente 15 eram mulheres (16%) ¡ Dos 39 ministérios, apenas 12 eram dirigidos por mulheres (31%) ¡ Destas, somente 1 (uma) era negra Jaqueline Gomes de Jesus 38
  • 39. ž O único ministério que apresenta maioria feminina nos DAS mais altos (4 e 6) é o do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (52%) ž O Ministério da Educação tem o segundo maior número de mulheres com DAS altos (47%), seguido do Ministério da Cultura (46%) ž O Ministério com menor número de mulheres com DAS altos é o da Defesa (15%), seguido do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério da Fazenda (ambos com 21%) Jaqueline Gomes de Jesus 39
  • 40. ž Das 10 pastas com maior impacto político- econômico, 9 (nove) são dirigidas por homens (Fazenda, Planejamento, Justiça, Relações Exteriores, Defesa, Saúde, Previdência Social, Banco Central e Advocacia Geral da União) ž A Casa Civil é a única dessas dez pastas gerida por uma mulher, porém ela é substituta Jaqueline Gomes de Jesus 40
  • 41. Políticas laborais para a inclusão das mulheres no serviço público: ¡ Fiscalizar a aplicação da Lei 12.990/2014, que reserva aos negros 20% das vagas nos concursos públicos federais ¡ Implementar cotas para servidoras em comitês e conselhos executivos, considerando a representatividade étnico-racial ¡ Oferecer espaços para o cuidado dos filhos nos locais de trabalho (creches) ¡ Equiparar as licenças-maternidade e paternidade Jaqueline Gomes de Jesus 41
  • 42. Jaqueline Gomes de Jesus 42 FERDMAN, Bernardo M. Teaching inclusion by example and experience: creating an inclusive learning environment. In B. B. McFeeters; K. Hannum; L. Booysen (Orgs.). Leading across differences: cases and perspectives – facilitator´s guide (pp. 37-49), 2010. San Francisco: Pfeiffer. FONTES, Paulo; KORNIS, Mônica A; FORTES, Alexandre. Trabalho e trabalhadores no Brasil. Rio de Janeiro: CPDOC, 2006. GALINKIN, Ana L. Estigma, território e organização social. Espaço & Geografia, 6(2), 149-176, 2003. JESUS, Jaqueline G. O desafio da convivência: assessoria de diversidade e apoio aos cotistas (2004-2008). Psicologia, Ciência e Profissão, 33(1), 222-233, 2013. NKOMO, Stella M.; COX, Taylor Jr. Diversidade e identidade nas organizações. In S. R. CLEGG; C. HARDY; W. R. NORD (Orgs.). Handbook de estudos organizacionais: modelos de análise e novas questões em estudos organizacionais (pp. 334-360), 1999. São Paulo: Atlas. OSÓRIO, Rafael G. Desigualdades raciais e de gênero no serviço público civil. Brasília: OIT, 2006. PÉREZ-NEBRA, Amália R. & JESUS, Jaqueline G. Preconceito, estereótipo e discriminação. In C. V. TORRES & E. R. NEIVA (Orgs.). Psicologia social: principais temas e vertentes (pp. 217-237), 2011. Porto Alegre: ArtMed.
  • 43. ARAÚJO, Clara; SCALON, Celi. Gênero, família e trabalho no Brasil. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2005. BRUSCHINI, Cristina; LOMBARDI, Maria R. A bipolaridade do trabalho feminino no Brasil contemporâneo. Cadernos de Pesquisa, 110, 67-104, 2000. CAPPELLIN, Paola. As desigualdades impertinentes: telhado, paredes ou céu de chumbo?. Gênero, 9(1), 89-126, 2008. COSTA, Albertina O.; SORJ, Bila; BRUSCHINI, Helena H. Mercado de trabalho e gênero: comparações internacionais. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2008. FIRMINO, Camila R.; SILVA, Filipe H. E.; VIANA, H. P. C. Desigualdades de gênero no serviço público federal. VIII Congresso CONSAD de Gestão Pública. Brasília: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2015. FONSECA, Tânia M. G. Gênero, subjetividade e trabalho. Petrópolis: Vozes, 2000. HIRATA, Helena e cols. Dicionário crítico do feminismo. São Paulo: Editora Unesp, 2009. HIRATA, Helena; KERGOAT, Daniele. Novas configurações da divisão sexual do trabalho. Cadernos de Pesquisa, 37(132), 595-609, 2007. PEREIRA, Hildete; CASTILHO, Marta. Trabalho reprodutivo no Brasil: quem faz?. Economia Contemporânea, 13(1), 135-158, 2009. YANNOULAS, Silvia. Feminização ou Feminilização? Apontamentos em torno de uma categoria. Temporalis, 2, 271-292, 2011. Jaqueline Gomes de Jesus 43
  • 44. ž anis.org.br ž azmina.com.br ž blogueirasfeministas.com ž blogueirasnegras.org ž cfemea.org.br ž cunhanfeminista.org.br ž eclac.cl/mujer ž geledes.org.br ž mte.gov.br/discriminacao ž oitbrasil.org.br ž onumulheres.org.br ž soscorpo.org.br ž spm.gov.br ž transfeminismo.com Jaqueline Gomes de Jesus 44
  • 45. CONTATOS Jaqueline Gomes de Jesus jaquebrasilia@gmail.com http://jaquejesus.blogspot.com @jaquelinejsus Facebook & Lattes (nome completo)
  • 46. 46 Rio de Janeiro, 4 de maio de 2016.