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A INSTRUÇÃO
FEMININA NA
COLÔNIA E NO
IMPÉRIO
SAFFIOTI, Heleieth. A mulher na sociedade de classes – mito e
realidade
Período
colonial
• Rudeza da sociedade – exploração predatória –
educação não é um valor social.
• Protagonismo dos Jesuítas na ação educativa.
• Ordem Jesuíta como força capaz de se contrapor ao
patriarca – sancionava o sistema.
• Educação dos meninos: escolas.
• Educação das meninas: capelas e igrejas.
• A educação jesuítica não ofereceu à mulher nenhum
instrumento de libertação – ensinou-a a submeter-se
ao marido e à igreja.
• Princípio da segregação sexual – tradição – forma a
personalidade feminina. Mulher sedentária, submissa,
religiosa, participação cultural insignificante.
• Ideal da educação feminina: prendas domésticas.
• Séculos XVI e XVII – a mulher não falava bem a Língua Portuguesa.
• Em São Paulo (Século XVII), apenas duas mulheres sabiam assinar o nome:
uma "ilustrada" holandesa e uma brasileira que assinou um documento em
Piratininga em 1699.
• As mulheres eram educadas apenas nos conventos.
• 1678 – Primeiro convento brasileiro – Recolhimento do Desterro (Bahia).
• 1685 – Instalação do segundo convento em São Paulo.
• 1750 e 1780 – Dois conventos instalados no Rio de Janeiro
• 1774 e 1811 – Dois conventos instalados em São Paulo
• Havia ensino da escrita e da leitura, juntamente com canto, órgão, música e
trabalhos domésticos.
• Restrição ao ensino de primeiro grau – as freiras precisavam ir para a Metrópole
professar e ampliar seus conhecimentos.
• Apenas instituições religiosas ofereciam instrução às mulheres.
• Século XIX – dificultação da instalação dos conventos por ameaça de
despovoamento – os conventos deveriam aceitar as mulheres como educandas,
não internas.
• Vinda da corte portuguesa: oportunidades de educação laica para as mulheres.
• 1816 – Dois colégios particulares na capital do vice-reino.
Período
imperial
• Colégios laicos: senhoras portuguesas e francesas que
ensinavam costura e bordado, religião e rudimentos de
aritmética e Língua Portuguesa a moças.
• Os colégios para moças não evoluíram – professoras
domiciliares que atendiam na residência das
educandas.
• Proposta da Constituição de 1823 – previsão de
instrução para o sexo feminino.
• A Constituição de 1824 sufocou essa proposta.
• 1827 – lei base da educação nacional.As mestras não
precisavam saber geometria e o ensino da aritmética
para mulheres restringia-se às quatro operações.
• Introdução das diferenças curriculares no ensino de
meninos e meninas – visão do papel social da mulher.
• As mulheres só podiam frequentar o primeiro grau.
• Valorização do ensino da agulha em detrimento das letras: pais retiravam as
filhas das escolas quando dominavam os trabalhos da agulha e o estado
preocupava-se mais com essa competência das mestras.
• A lei de 1827 enfrentou sérias dificuldades: precariedade dos mestres e mestras,
que não eram qualificados para ensinar.
• 1830 – primeiras ideias para criação de escolas profissionais, que separavam
atividades práticas da instrução. Frustradas.
• Preferência por mulheres no magistério – ensino das crianças como
prolongamento das atividades maternas.
• Ato adicional de 1834 – rompeu com a unidade de ensino – autonomia das
assembleias legislativas das províncias.
• Ruptura com o tratamento idêntico a mestres e mestras – manutenção de
professoras desqualificadas para a função – manutenção da moral tradicional:
repúdio à coeducação e ao ensino de meninas por homens.
• Visão da mulher como educadora: prolongamento das atividades maternas e
expectativas salariais das mulheres inferiores às dos homens.
• Meninas excluídas do ensino secundário público. Eram aceitas no ensino
secundário particular, mas as escolas de meninas eram menos "credenciadas".
• Educação feminina: preparar para o casamento.
• Havia descaso do poder público com a educação feminina e um número inferior
de mulheres nas escolas.
• Elevação das exigências culturais – necessidade de criação das escolas normais
para formação de professores e professoras.
• As escolas normais visavam o fim do amadorismo dos mestres, mas eram
amadoras em outros níveis. Falham as primeiras.
• Uma justificativa: o público alvo dessas escolas não tinha a instrução como
veículo de ascensão social.
• Outra justificativa: desorganização do sistema nacional de educação – ausência
de qualidade do sistema.
• As mulheres recrutadas eram vistas como pessoas sem moral – rejeição social.
• 1846 – O governo confere preferência às mulheres para o magistério.
• 1882 – Crescimento sensível do número de mulheres qualificadas para o
magistério elementar – 20 educandas nomeadas professoras primárias.
• Inexistência de estímulo para a realização de cursos superiores por mulheres.
• Apenas a escola masculina Pedro II dava acesso ao ensino superior – a mulher era
obrigada a realizar um exame para obter esse acesso.
• A intelectualização da mulher não a favoreceria no mercado de trabalho –
funções masculinas.
• Os colégios femininos não resolviam o problema da instrução feminina – visavam
tornar úteis pessoas marginalizadas.
• O ensino normal não possuía as mesmas bases do ensino secundário.
• O ensino secundário era aristocrata, o norma era para mulheres que precisavam
se profissionalizar e as cujo destino era o casamento e a vida doméstica – a escola
normal precisava alinhar instrução ao fornecimento de boas donas de casa e
mães.
• A coeducação foi de difícil implantação no Brasil, como nos demais países
católicos.
• A dificuldade de ensino secundário para mulheres as impedia de ascender ao
ensino superior.
• 1879 –Tobias Barreto discursa na Assembleia Legislativa de Pernambuco em
favor de concessão de subvenção à filha de Romualdo Alves de Oliveira para
cursar medicina – e em favor de uma ex-discípula.
• Tobias Barreto era favorável à emancipação civil e social da mulher.
• 1881 – Primeira matrícula feminina em ensino superior - Ambrozina de
Magalhães, para cursar medicina na Faculdade de Medicina do RJ.
• 1882 – Matriculam-se Elisa Borges Ribeiro e Generosa Estrella (regulares), além
de Josefa Mercedes de Oliveira (ouvinte) na Faculdade de Medicina do RJ.

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Educação feminina colonial e imperial

  • 1. A INSTRUÇÃO FEMININA NA COLÔNIA E NO IMPÉRIO SAFFIOTI, Heleieth. A mulher na sociedade de classes – mito e realidade
  • 2. Período colonial • Rudeza da sociedade – exploração predatória – educação não é um valor social. • Protagonismo dos Jesuítas na ação educativa. • Ordem Jesuíta como força capaz de se contrapor ao patriarca – sancionava o sistema. • Educação dos meninos: escolas. • Educação das meninas: capelas e igrejas. • A educação jesuítica não ofereceu à mulher nenhum instrumento de libertação – ensinou-a a submeter-se ao marido e à igreja. • Princípio da segregação sexual – tradição – forma a personalidade feminina. Mulher sedentária, submissa, religiosa, participação cultural insignificante.
  • 3. • Ideal da educação feminina: prendas domésticas. • Séculos XVI e XVII – a mulher não falava bem a Língua Portuguesa. • Em São Paulo (Século XVII), apenas duas mulheres sabiam assinar o nome: uma "ilustrada" holandesa e uma brasileira que assinou um documento em Piratininga em 1699. • As mulheres eram educadas apenas nos conventos. • 1678 – Primeiro convento brasileiro – Recolhimento do Desterro (Bahia). • 1685 – Instalação do segundo convento em São Paulo. • 1750 e 1780 – Dois conventos instalados no Rio de Janeiro • 1774 e 1811 – Dois conventos instalados em São Paulo
  • 4. • Havia ensino da escrita e da leitura, juntamente com canto, órgão, música e trabalhos domésticos. • Restrição ao ensino de primeiro grau – as freiras precisavam ir para a Metrópole professar e ampliar seus conhecimentos. • Apenas instituições religiosas ofereciam instrução às mulheres. • Século XIX – dificultação da instalação dos conventos por ameaça de despovoamento – os conventos deveriam aceitar as mulheres como educandas, não internas. • Vinda da corte portuguesa: oportunidades de educação laica para as mulheres. • 1816 – Dois colégios particulares na capital do vice-reino.
  • 5. Período imperial • Colégios laicos: senhoras portuguesas e francesas que ensinavam costura e bordado, religião e rudimentos de aritmética e Língua Portuguesa a moças. • Os colégios para moças não evoluíram – professoras domiciliares que atendiam na residência das educandas. • Proposta da Constituição de 1823 – previsão de instrução para o sexo feminino. • A Constituição de 1824 sufocou essa proposta. • 1827 – lei base da educação nacional.As mestras não precisavam saber geometria e o ensino da aritmética para mulheres restringia-se às quatro operações. • Introdução das diferenças curriculares no ensino de meninos e meninas – visão do papel social da mulher.
  • 6. • As mulheres só podiam frequentar o primeiro grau. • Valorização do ensino da agulha em detrimento das letras: pais retiravam as filhas das escolas quando dominavam os trabalhos da agulha e o estado preocupava-se mais com essa competência das mestras. • A lei de 1827 enfrentou sérias dificuldades: precariedade dos mestres e mestras, que não eram qualificados para ensinar. • 1830 – primeiras ideias para criação de escolas profissionais, que separavam atividades práticas da instrução. Frustradas. • Preferência por mulheres no magistério – ensino das crianças como prolongamento das atividades maternas. • Ato adicional de 1834 – rompeu com a unidade de ensino – autonomia das assembleias legislativas das províncias.
  • 7. • Ruptura com o tratamento idêntico a mestres e mestras – manutenção de professoras desqualificadas para a função – manutenção da moral tradicional: repúdio à coeducação e ao ensino de meninas por homens. • Visão da mulher como educadora: prolongamento das atividades maternas e expectativas salariais das mulheres inferiores às dos homens. • Meninas excluídas do ensino secundário público. Eram aceitas no ensino secundário particular, mas as escolas de meninas eram menos "credenciadas". • Educação feminina: preparar para o casamento. • Havia descaso do poder público com a educação feminina e um número inferior de mulheres nas escolas. • Elevação das exigências culturais – necessidade de criação das escolas normais para formação de professores e professoras.
  • 8. • As escolas normais visavam o fim do amadorismo dos mestres, mas eram amadoras em outros níveis. Falham as primeiras. • Uma justificativa: o público alvo dessas escolas não tinha a instrução como veículo de ascensão social. • Outra justificativa: desorganização do sistema nacional de educação – ausência de qualidade do sistema. • As mulheres recrutadas eram vistas como pessoas sem moral – rejeição social. • 1846 – O governo confere preferência às mulheres para o magistério. • 1882 – Crescimento sensível do número de mulheres qualificadas para o magistério elementar – 20 educandas nomeadas professoras primárias.
  • 9. • Inexistência de estímulo para a realização de cursos superiores por mulheres. • Apenas a escola masculina Pedro II dava acesso ao ensino superior – a mulher era obrigada a realizar um exame para obter esse acesso. • A intelectualização da mulher não a favoreceria no mercado de trabalho – funções masculinas. • Os colégios femininos não resolviam o problema da instrução feminina – visavam tornar úteis pessoas marginalizadas. • O ensino normal não possuía as mesmas bases do ensino secundário. • O ensino secundário era aristocrata, o norma era para mulheres que precisavam se profissionalizar e as cujo destino era o casamento e a vida doméstica – a escola normal precisava alinhar instrução ao fornecimento de boas donas de casa e mães.
  • 10. • A coeducação foi de difícil implantação no Brasil, como nos demais países católicos. • A dificuldade de ensino secundário para mulheres as impedia de ascender ao ensino superior. • 1879 –Tobias Barreto discursa na Assembleia Legislativa de Pernambuco em favor de concessão de subvenção à filha de Romualdo Alves de Oliveira para cursar medicina – e em favor de uma ex-discípula. • Tobias Barreto era favorável à emancipação civil e social da mulher. • 1881 – Primeira matrícula feminina em ensino superior - Ambrozina de Magalhães, para cursar medicina na Faculdade de Medicina do RJ. • 1882 – Matriculam-se Elisa Borges Ribeiro e Generosa Estrella (regulares), além de Josefa Mercedes de Oliveira (ouvinte) na Faculdade de Medicina do RJ.