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A Botica Caseira
Curso de Manejo e Preparo de Ervas
Theresa Tullio
A Botica Caseira
Curso de Manejo e Preparo de Ervas
Capa:
Ativas and Criativas Agência
Projeto Gráfico:
Ativas and Criativas Agência
Para Vila de Beroë Editora
Copyright © 2017 Theresa Tullio
Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução, no todo ou
em parte, sem autorização prévia por escrito da autora ou seus
representantes legais, sejam quais forem os meios empregados,
com exceção das resenhas literárias, que podem reproduzir
algumas partes do livro, desde que citada a fonte.
Dedicatória & Agradecimentos
Gratidão por tanta Fé e tanta Certeza!
A
Deus
Aos
Mentores
Guias
Mestres
Protetores
Conselheiros
Às Mães
Maria e Natureza
À
Meus pais Ilson e Penha,
Irmãos Cris, Paulo e Marta
E a caçula de coração Arlinda
Bruna, Ilson Neto e Yasmin
Luz, Orgulho e Doçura da vida da tia
Joana minha Mãe-Dinda,
Marcilene, minha querida laotong
Márcia Henriques, Rafael e Alex
Família de Coração
Minha Outra Parte
Meus avós, minha querida ancestral e meu anjo Aruãna
E a cada pessoa que procura minhas orientações para ajustar o
rumo de sua vida, continue a caminhar, caminhemos juntos...
SUMÁRIO
Apresentação ....................................................................... 11
Preciosos Conselhos Para Começar ................................ 14
Alertas Sobre Expressões E Referências ........................ 16
Toxicidade, Potência, Validade De Vegetais ................. 17
Sobre Receitas Para Olhos, Ouvidos E Nariz ............... 21
Teste Para Alergia .............................................................. 22
Fatores Importantes No Preparo E Manipulação De
Herbais ................................................................................. 24
Esterilização De Frascos De Vidro ................................. 25
Rotular - Etiquetas Detalhadas São Uma Medida
Necessária ............................................................................ 26
Medidas & Equivalências .................................................. 28
Seu Álbum Herbário E/Ou Fotográfico ........................ 31
O Melhor Horário Para Ingestão De Preparados Herbais
................................................................................................ 33
Reverência & Gratidão ...................................................... 36
Utensílios & Material ......................................................... 37
Chás, Infusões & Decocções ........................................... 44
Macerados ........................................................................... 54
Sumos & Sucos ................................................................... 57
Pós & Pílulas ....................................................................... 61
Tinturas & Alcoolaturas .................................................... 67
Óleos .................................................................................... 74
Vinhos Medicinais & Garrafadas ..................................... 78
Xaropes Ou Lambedores .................................................. 84
Compressas ......................................................................... 92
Banhos Medicinais & Vaporizações ................................ 96
Unguentos & Pomadas ................................................... 124
Cataplasmas & Emplastos .............................................. 132
Travesseiros De Ervas & Almofadas Terapêuticas .... 141
Outras Práticas ................................................................. 151
Sobre Bochechos & Gargarejos ..................................... 152
Sobre Extratos .................................................................. 153
Sobre Loções .................................................................... 154
Sobre Melotes ................................................................... 154
Bibliografia, WebGrafia E Fontes de Consulta ........... 155
Conheça Alguns Livros De Theresa Tullio ................. 159
Sobre A Autora ................................................................ 162
Deusa Eir, A Curadora Silenciosa ................................. 163
A Botica Caseira
11
APRESENTAÇÃO
Botica era como chamava-se farmácia antigamente. O boticário ou
apotecário foi por muito tempo e é até hoje, a única opção de
medicina para vilarejos inteiros, longe dos grandes centros, em
pleno século XXI.
Estabelecimentos miúdos, escuros, misteriosos, de plantas secas
penduradas e ajuntadas em todo canto, gavetinhas, potes
gigantescos de vidro escuro, sacos de papel pardo e embrulhos em
jornal velho. Mas ali se encontra elixir, veneno e unguento, ali tem
pomada, confiança e alento. É lá que se manda o moleque às
pressas à busca do que se precisa, pois ali se encontra o que se
resolve e quem resolve. Unidos em disfarçadas confrarias às
dindas, dindos, benzedeiras e benzedores em inusitadas mesas-
redondas nas quais os pajés são sempre bem vindos convidados de
honra.
Hoje, mais e mais pessoas estão tomando coragem e "Fazendo O
Caminho De Volta", trocando carreiras rentáveis e destaque no
mundo corporativo por uma vida mais simples e mudando-se para
localidades que nem sempre dispõe de rede hospitalar próxima, de
filiais de grandes e sortidas drogarias.
Theresa Tullio
12
As orientações de manejo e preparo de ervas deste livro não se
destinam a formação profissional ou processos para fabricação de
preparados terapêuticos em larga escala para fins comerciais e sim,
para fins medicamentosos caseiros, para usar no lar, beneficiar a
família e ajudar os vizinhos.
Neste Curso foram incluídas apenas práticas que utilizam produtos
naturais e também selecionadas as mais simples.
As TÉCNICAS DE MANEJO E PREPARO não incluem
instruções de plantio, jardinagem, colheita ou secagem, ou seja, as
plantas nos capítulos são consideradas ingredientes prontos para o
uso nas receitas.
Minha intenção é incentivar que cada lar tenha seu jardim de ervas,
sua horta terapêutica, do tamanho que couber, na área de serviço,
num canto de sacada ou até na janela da cozinha.
E quer seja sua escolha pelas ervas pura falta de opção assistencial,
ou ainda necessidade de uma terapêutica mais natural e menos
agressiva ao organismo, meu desejo é que este livro lhe seja útil.
Que os boticários e suas alquímicas funções lhe inspirem no
aprendizado proposto por esta despretensiosa obra.
Bênçãos a ti, sua família e sua casa,
Nos vemos no Caminho De Volta...
TheresaTullio
Março de 2017
A Botica Caseira
13
Theresa Tullio
14
PARA COMEÇAR, ALGUNS PRECIOSOS
CONSELHOS BÁSICOS
Evite o uso de plantas “da moda”.
Duvide sempre das plantas tidas como milagrosas.
Utilize aquelas plantas cujos efeitos são bem conhecidos.
É importante identificar corretamente a doença a ser
tratada, senão o tratamento pode ser inadequado e atrasar a
procura de um serviço de saúde em casos em que seja
necessário.
A preparação da planta e as doses devem ser adequadas.
Em caso de dúvida, procure um conhecedor que trabalhe
com plantas.
Prepare os medicamentos em vasilhas de louça, vidros, aço
inox ou esmaltados, quando possível. Vasilhas de alumínio
e ferro atrapalham o efeito do medicamento.
Não adoce os chás nem com açúcar nem com adoçante,
pois eles interferem na ação medicinal.
A Botica Caseira
15
Procure usar os preparados por um período máximo entre
21 e 30 dias, intercalados por um período de descanso de 7
dias (há algumas exceções à essa regra).
Evite o uso de plantas medicinais na gravidez,
especialmente nos 3 primeiros meses, pois podem
provocar aborto ou causar problemas ao bebê.
As misturas de plantas devem ser evitadas ou restritas a
pequeno número de espécies, no máximo três, pois podem
trazer efeitos inesperados devido à interação entre seus
constituintes.
Saber sobre a doença, o tratamento e o preparo do
remédio é muito importante. Quando não sabemos isso
direito e não preparamos bem o remédio, o tratamento
pode ser ineficaz ou mesmo fazer com que a pessoa piore.
Nestes casos, as pessoas podem achar que o tratamento
não funcionou porque o remédio era de plantas.
Theresa Tullio
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ALERTAS SOBRE EXPRESSÕES E
REFERÊNCIAS
O nome FITOPREPARADO é o melhor e o mais usado para se
referir aos produtos herbais finalizados. Esse nome está
substituindo os nomes “remédio caseiro” ou “remédio popular”,
desde que o nome FITOTERÁPICO foi apossado pela indústria
farmacêutica.
Outro nome apossado: CURA. É perigoso você falar que curou
alguém. Pelo código penal curar é direito do(a) médico(a).
Não fale ou use curar, fale e use equilibrar ou harmonizar.
Não fale ou use receita/receitar, fale e use
indicação/indicar.
Não fale ou use consulta, fale e use atendimento.
Não fale ou use consultório, fale e use sala.
A Botica Caseira
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TOXICIDADE, POTÊNCIA, VALIDADE DE
VEGETAIS
Existem plantas medicinais de conhecimento popular que são
tóxicas. Como está ocorrendo uma intensificação da procura e do
uso dessas plantas, é importante alertar para os perigos que o seu
uso indiscriminado pode acarretar.
Antes de utilizar uma planta medicinal, é preciso procurar
informações a respeito de suas indicações terapêuticas, dosagem,
modo de usar e possíveis efeitos tóxicos.
As intoxicações ocorrem quase sempre por causa do uso de
quantidades excessivas de determinadas plantas, preparo, uso
inadequado e, principalmente, por causa do uso de plantas com
efeitos tóxicos.
Como os prováveis efeitos tóxicos de muitas plantas ainda são
ignorados, deve-se procurar utilizar aquelas cujos efeitos sejam
bem conhecidos, usando-se dosagens moderadas e bem
determinadas, evitando-se os excessos.
Theresa Tullio
18
Na dúvida sobre o uso de uma planta, é aconselhável procurar a
orientação de um profissional de saúde que trabalhe com plantas
medicinais ou usar uma outra mais conhecida e que tenha os
mesmos princípios terapêuticos.
O uso pouco cuidadoso das plantas medicinais tem causado
efeitos indesejados como intoxicações e mesmo a ausência da
resposta medicamentosa esperada. Este mau uso se deve ao
conhecimento insuficiente do assunto, a pouca informação ou
mesmo à falsa ideia de que “se é natural”, se não fizer bem, mal
não fará. Essa afirmação é totalmente errônea, pois todo
medicamento quer seja de origem química ou natural possui
efeitos positivos e também negativos ao organismo.
O risco de intoxicação pelo uso de plantas é grande. Estas
intoxicações normalmente ocorrem por causa de erros na
identificação das espécies (uso de nomes populares), do uso de
quantidades excessivas de determinadas plantas, do preparo e uso
inadequados e, principalmente, por causa do uso de plantas com
efeitos tóxicos.
Determinadas plantas medicinais podem, ainda, provocar
queimaduras na pele e algumas sofrem foto sensibilização quando
expostas ao sol e podem provocar queimaduras.
Os preparados de origem vegetal, na maioria das vezes, possuem
uma dose terapêutica distante da dose tóxica, sendo o efeito tóxico
atingido somente com grande consumo. Mas pode sim, haver
perigo no uso de plantas medicinais, sem as devidas precauções,
cuidados e orientação segura.
A Botica Caseira
19
Atenção então!
Plantas com efeito tóxico imediato, mesmo em pequenas
doses podem causar intoxicação.
Plantas com efeito tóxico retardado possuem substâncias
químicas que provocam intoxicação quando ingeridas por
tempo prolongado. Mesmo após suspender o uso da planta
os sintomas de intoxicação podem ocorrer.
Plantas mofadas e mal conservadas contém substâncias
tóxicas produzidas por alguns fungos que podem causar
câncer hepático.
Plantas trocadas ou utilizadas erroneamente são um perigo,
há principalmente inúmeras folhas na Natureza muito
parecidas. Por isso é importante saber a procedência da
indicação, ver realmente quem é o raizeiro ou quem é o
vendedor das plantas medicinais.
Uma planta quando corretamente cultivada, colhida e armazenada
é mais potente. Mas com o tempo, as ervas também perdem a
força e devem ser descartadas depois de 12 ou 15 meses,
dependendo do tipo.
Os preparados de plantas já prontos também não devem ser
usados por tempo prolongado, acabam perdendo o efeito ou
causando efeitos colaterais.
Theresa Tullio
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Ao preparar um remédio, certifique-se que esteja usando a parte
certa da planta. As folhas, flores, caules e raízes de uma planta
podem ter, cada um, propriedades diferentes. Portanto, cuidado
para usar a parte correta da planta indicada na receita.
Elabore os fitopreparados apenas com plantas conhecidas,
consagradas ou validadas. Identifique com segurança as plantas ou
tenha ajuda de quem conhece. Evite as novidades milagreiras.
Somente após você conviver algum tempo é que terá suas próprias
convicções.
A Botica Caseira
21
SOBRE RECEITAS PARA OLHOS,
OUVIDOS E NARIZ
Em se tratando de remédio para uso tópico-interno de OLHOS,
OUVIDOS E NARIZ, todo cuidado é pouco. Os tratamentos
otorrinolaringológicos com aplicações internas como colírios,
soluções nasais e remédios para ouvidos, mesmo naturais, não são
ensinados neste guia.
No livro "Curando Em Casa - Guia Prático de Terapêutica
Complementar", que faz parte da Enciclopédia AS ERVAS, há
várias receitas para tratamentos caseiros dos males dos olhos,
ouvidos, nariz e garganta, mas restringindo-se a soluções de uso
externo.
Theresa Tullio
22
TESTE PARA ALERGIA
Um processo alérgico pode ocorrer através do contato da pele
com partes do vegetal ou pela ação do sumo de algumas plantas
que tornam a pele sensível aos raios do sol.
Pessoas que trabalham diretamente com certas plantas, ou o
consumo prolongado, podem causar perturbações digestivas,
urticária, rinite e enxaqueca.
A pele de cada pessoa possui características diferentes, como cor,
cheiro e textura. Além disso, cada uma apresenta uma sensibilidade
única quando exposta a variadas substâncias. Assim, antes de
utilizar qualquer ingrediente natural, é importante fazer um teste
para verificar se a pessoa apresenta alergia a algum componente,
seja ele uma folha, flor, semente, óleo essencial ou qualquer outro
produto de origem natural.
Não só testar a pessoa à qual será ministrado o preparado, mas
também testar a pessoa que irá manipular a planta.
Algumas substâncias podem provocar uma hipersensibilidade em
certos tipos de pele e outras podem causar danos à pele se
utilizadas concomitantemente com outras substâncias e/ou com a
exposição solar. Por isso, valem o bom senso e o cuidado.
A Botica Caseira
23
Para fazer um simples teste de reação alérgica:
Junte uma colher de sopa de água fervente a uma colher de
sopa do material bem esmagado, preferencialmente na
forma de pó.
Misture até formar uma pasta.
Passe com espátula de madeira na parte de dentro do braço
da pessoa, que é onde a pele é mais fina, e portanto, mais
sensível.
Se quiser, pode envolver com uma bandagem.
Espere por alguns minutos e veja se ocorre alguma reação
adversa, como vermelhidão, coceira ou irritação.
Em caso positivo, não utilize mais a planta.
Theresa Tullio
24
FATORES IMPORTANTES NO PREPARO E
MANIPULAÇÃO DE HERBAIS
Higiene do local onde se trabalha:
Pia, balcões e mesas devem ser limpos antes e depois da
atividade.
O piso deve ser mantido limpo e seco.
Paredes, armários e teto deve ser limpos com frequências
para evitar acúmulo de poeiras e formação de teias de
aranhas.
Higiene dos equipamentos e utensílios:
Limpar antes e depois do uso.
Higiene pessoal:
Lavar as mãos, escovar as unhas, procurar retirar anéis e
relógio.
Usar luvas, avental limpo e proteger os cabelos.
A Botica Caseira
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ESTERILIZAÇÃO DE FRASCOS DE VIDRO
Todo frasco a ser utilizado para maceração e para armazenamento
dos preparados herbais deve ser previamente esterilizado.
A forma mais natural de esterilização é usar apenas água quente.
Para esterilizar frascos de vidro em água quente:
Você vai precisar de uma panela grande, bem limpa, dentro da qual
os potes não encostem uns nos outros, e um pedaço de tecido de
algodão também bem limpo, de preferência que nunca tenha sido
usado.
Forre o fundo da panela com o pano para os potes ficarem
acomodados e sem atrito com o fundo na fervura.
Disponha os potes sobre o pano, afastados um do outro e
cubra-os completamente com água.
Deixe ferver por 10 minutos.
Espere esfriar um pouco, retire os potes com cuidado,
coloque sobre outro pano limpo e seco e enxugue com
toalhas de papel.
Theresa Tullio
26
ROTULAR - ETIQUETAS DETALHADAS
SÃO UMA MEDIDA NECESSÁRIA
É necessário etiquetar todas as preparações que não sejam de uso
imediato para evitar erros posteriores. Mesmo que o preparado
esteja sendo feito para uso doméstico, a etiqueta ajuda a lembrar a
composição, quando foi feito e quando irá vencer.
Seguem modelos para etiquetas:
ETIQUETA DE PRODUTO INTERMEDIÁRIO
(Quando ainda está sendo feito)
RESPONSÁVEL: PAULO
DATA DO INÍCIO DA MACERAÇÃO: 01/12/2008
DATA DA FILTRAÇÃO: 16/12/2008
CONTEÚDO: AGUARDENTE DE CANA - 1 LITRO
CARQUEJA SECA - 200 GRAMAS
LOCAL DA COLETA: QUINTAL DO SEU JOAQUIM
A Botica Caseira
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ETIQUETA DE PRODUTO FINAL:
Também podem aparecer na etiqueta observações como:
USO EXTERNO OU INTERNO.
CONSERVAR AO ABRIGO DA LUZ.
NÃO DEIXAR AO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
TINTURA DE CARQUEJA
NOME CIENTÍFICO: BACCHARIS TRIMERA
PARTE DA PLANTA: FOLHAS
INDICAÇÃO: DIGESTIVA
LÍQUIDO EXTRATOR: VODKA
RESPONSÁVEL: MARINA
DATA DA MANIPULAÇÃO: 16/12/2008
VÁLIDA ATÉ: 16/12/2010
LOCAL DA COLETA: BEIRA DO MORRO,
PRÓXIMO AO LAGO
VOLUME: 1 LITRO
POSOLOGIA: TOMAR DE 15 A 20 GOTAS NA
HORA DO DESCONFORTO.
Theresa Tullio
28
MEDIDAS & EQUIVALÊNCIAS
"A Diferença
Entre O Remédio
E O Veneno
Está Na Dose"
Há muitas dúvidas ainda sobre o cálculo das doses das ervas e
como usá-las.
Se você consultar 100 livros e 100 sites na internet, encontrará
pelo menos umas 20 listas de equivalências diferentes.
Até o Instituto de Pesos e Medidas Nacional e a ANVISA, são
citados como fontes de tabelas que variam de Estado para Estado
no Brasil.
Sempre que determinada receita pede medidas como xícaras e
colheres, a tendência é pesarmos e medirmos os ingredientes
empregando utensílios caseiros, pela facilidade de estarem à mão.
A Botica Caseira
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É preciso, no entanto, levar em conta que o tamanho das xícaras e
das colheres varia bastante; consequentemente, não existe uma
uniformidade. O correto é investir em conjuntos de medidores
padronizados, para manipular ervas com o máximo de segurança.
Mas, como nem sempre é possível ter o ideal à mão, não precisa
deixar de usar os benefícios das ervas por causa disso. Seguem
algumas equivalências para medidas de líquidos e sólidos utilizando
colheres, copos, xícaras e até as mãos. Vale ressaltar que essas
medidas são apenas uma média da diversidade imensa das plantas
medicinais, podendo variar, dependendo do peso específico de
cada planta.
As medidas são aproximadas, não exatas, mas as margens para
mais ou para menos não comprometem ou incorrem em riscos de
super ou subdosagem.
Todo sólido nestas medidas (gramas) corresponde a
material triturado, não inteiro, seja seco ou fresco.
Ao medir ingredientes secos em xícaras ou colheres, nunca
os aperte, salvo se isso for solicitado na receita.
Coloque os ingredientes nas medidas despejando-os
delicadamente.
Theresa Tullio
30
GOTAS: 20 gotas = 1ml
UMA PITADA: Uma pitada é o tanto que se pode segurar de
sólidos triturados entre as pontas de dois dedos. 1/2 colher de chá
para sólidos secos triturados
UM PUNHADO: Um punhado é o tanto que se pode pegar com
uma mão e fechá-la. O que ficar na mão é o punhado.
UMA COLHER DE CAFÉ = 2 ml e 0,5 a 1,0 g
UMA COLHER DE CHÁ = 5 ml e 1,0 a 2,0 g
UMA COLHER DE SOBREMESA = 10 ml e 2,0 a 3,0 g
UMA COLHER DE SOPA = 15 ml e 5 a 10 g
UM CÁLICE = 30 ml
UMA XÍCARA DE CAFÉ = 50 ml
UMA XÍCARA DE CHÁ = 150 a 200 ml
A Botica Caseira
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SEU ÁLBUM HERBÁRIO E/OU
FOTOGRÁFICO
Este álbum é uma pasta com sacos plásticos, contendo folhas
brancas tamanho ofício, com plantas medicinais secas, onde
devem ser anotadas as características e indicações de cada espécie.
Serve para a identificação e informação das plantas que você
habitualmente usar em seus preparos.
Como se faz?
O álbum ajuda a lembrar a aparência e o uso da planta,
assim, devem-se colher as partes mais importantes para o
reconhecimento e caracterização das mesmas.
Se forem pequenas, recolhe-se a planta inteira.
Para plantas maiores usar as folhas ou ramos inteiros e se
possível, incluir flores, frutos e sementes.
Escolher plantas sadias e bem desenvolvidas.
Logo depois de colhidas as plantas devem ser prensadas.
Theresa Tullio
32
Para prensar:
A prensa pode ser feita com duas tábuas, que devem ser bem
planas, retinhas e lisinhas, ou pequenos estrados de ripas de
madeira.
Coloca-se a planta esticada entre duas folhas de jornal e depois
entre as duas tábuas, com um peso em cima ou amarradas. Depois
de alguns dias a planta estará seca.
A planta seca é pregada em uma folha de ofício, com as
características e indicações escritas embaixo e colocada no seu
Álbum Herbário, dentro de um dos sacos plásticos. Frutas e
sementes podem ser agrupadas em saquinhos de plástico, com
rótulo, e colocadas dentro de um saco plástico na pasta do seu
Álbum.
Pode-se fazer apenas um Álbum Fotográfico das plantas
medicinais, para substituir o álbum Herbário. Esta opção tem
como vantagens, a maior facilidade e rapidez para a sua
elaboração, atendendo muito bem às pessoas que não elaboram
trabalhos científicos, mas apenas produzem ou coletam plantas
para o uso medicinal.
Você também pode juntar as duas opções, coletando e registrando
algumas plantas da forma tradicional aqui ensinada, e outros de
forma fotográfica apenas. O importante é montar uma fonte de
consulta confiável.
A Botica Caseira
33
O MELHOR HORÁRIO PARA INGESTÃO DE
PREPARADOS HERBAIS
Geralmente, o horário em que se toma o preparado fitoterápico é
muito importante para a cura ou efeitos desejados. Assim tem-se
as seguintes regras gerais:
Antiácidos: Meia hora antes das refeições principais.
Antifermentativos: Após as refeições.
Antireumáticos (Preparações para cura de reumatismo):
Meia hora antes do desjejum ou café da manhã e/ou duas
horas antes ou depois das refeições principais.
Antitussígenos (Preparados contra tosse): Meia hora antes
do desjejum ou café da manhã e/ou duas horas antes ou
depois das refeições principais.
Aperientes (Estimulantes do apetite): De 30 a 40 minutos
antes das principais refeições.
Calmantes: Duas horas antes ou depois das refeições
principais, de preferência após.
Theresa Tullio
34
Carminativos (Anti-gases): Logo após as refeições
principais.
Depurativos de toxinas e resíduos (Purificantes do
organismo): Meia hora antes do desjejum ou café da
manhã e/ou duas horas antes ou depois das refeições
principais.
Digestivos: Logo após as refeições principais.
Diuréticos (Estimulantes de eliminação de urina): Meia
hora antes do desjejum ou café da manhã e/ou duas horas
antes ou depois das refeições principais.
Emenagogos (Estimulantes do fluxo menstrual): Meia hora
antes do desjejum ou café da manhã e/ou duas horas antes
ou depois das refeições principais.
Expectorantes: Meia hora antes do desjejum ou café da
manhã e/ou duas horas antes ou depois das refeições
principais.
Febrífugos - Antifebris (Preparados contra febre): Meia
hora antes do desjejum ou café da manhã e/ou duas horas
antes ou depois das refeições principais.
Hepatoprotetores (Protetores do fígado): Antes das
refeições principais e/ou antes de deitar.
Laxantes - Laxativos: Meia hora antes do desjejum ou café
da manhã e/ou entre as refeições e/ou antes de deitar.
A Botica Caseira
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Neurotônicos (Revigorantes ou equilibradores dos nervos):
Duas horas antes ou depois das refeições principais.
Tônicos: Meia hora antes do desjejum ou café da manhã
e/ou duas horas antes ou depois das refeições principais.
Vermífugos (Eliminadores de vermes intestinais): Meia
hora antes do desjejum ou café da manhã e/ou duas horas
antes ou depois das refeições principais.
Theresa Tullio
36
REVERÊNCIA & GRATIDÃO
Sempre que iniciar seus trabalhos, tenha antes o momento de
reverenciar.
Peça licença à planta antes de retirar folhas, raízes e cascas.
Faça sua oração antes de começar a fazer o fitopreparado.
Mantenha sua serenidade pensando apenas no bem que você está
praticando.
Agradeça à Natureza Mãe.
Dê graças por este momento e ofereça seu trabalho ao Criador, à
Humanidade, ao Universo.
Irradie Amor e Respeito pelos males e padecimentos de quem
usará o preparado.
Você estará doando e recebendo as vibrações mais positivas e
saudáveis.
A Botica Caseira
37
UTENSÍLIOS & MATERIAL
1. Reserve com carinho espaços separados em armários,
prateleiras ou gavetas para seus utensílios, materiais e
ingredientes.
Mesmo que você use ingredientes como canela, manjericão e
gengibre em pó na sua culinária do dia a dia; a canela, o manjericão
e o gengibre usados no preparo terapêutico devem ser estocados
separados.
Não é proibido à cozinha de casa pegar um ingrediente
emprestado de vez em quando e vice versa, mas guarde separado.
O mesmo vale para os utensílios.
2. Sempre que houver possibilidade, use vidro. Dê
preferência a utensílios e materiais de vidro, louça, barro,
madeira, palha, bambu, cerâmica, algodão.
Não use utensílios de alumínio, sejam panelas, frigideiras ou
recipientes para armazenagem, no preparo de qualquer alimento
ou remédio. Quando a água ou o alimento entram em contato com
o alumínio, sofrem mudança química e absorvem minúsculas
partículas desse metal, que se acumula no fígado, baço e rins. Ferro
e inox também não são as mais indicadas.
Theresa Tullio
38
Esta lista é bem básica e genérica.
Apesar da praticidade e conforto oferecidos pelos aparelhos
elétricos, leve em conta ter opções de instrumentos manuais para o
caso de precisar preparar uma receita em um momento de falta de
energia elétrica. Por exemplo, você pode ter um espremedor
elétrico, mas não deixe de ter à mão o espremedor manual.
Conforme sua familiaridade nos preparos, sinta-se à vontade para
investir em materiais para sua botica caseira, e fique à vontade
também se já tiver o hábito de usar certos materiais, como
utensílios de silicone, por exemplo, tão em voga.
Então, vamos à lista.
Você vai manusear, é recomendável que disponha de:
Luvas de látex. Mesmo que more longe da cidade, vale a
pena adquirir caixas de luvas, são baratas, vêm com muitas
unidades e o prazo de validade é bem grande.
Aproveite e providencie também avental de cor clara e
lenços para a cabeça, que deverão ser usados apenas para
seus trabalhos de botica.
A Botica Caseira
39
Para medir:
Balança de precisão para cozinha capacidade até 1 kg
Jarra de vidro com medidor em ml
Jogo de colheres de medidas (Hoje já existem colheres de
medidas com mostradores digitais de peso)
Jogo de medidas em xícaras
Você vai cortar, triturar, moer, picar. Precisará de:
Facas inox de diversos tamanhos e utilidades
Tábuas de corte
Pilão e almofariz - Pode providenciar mais de um
conjunto, de acordo com suas necessidades - para preparo
de pomadas, pós e sumos.
Liquidificador
Espremedor de frutas manual e/ou elétrico
Moedor manual
Martelo ou socador de madeira para reduzir argila para
cataplasmas a pó
Para levar ao fogo:
Chaleira para ferver água
Bule com tampa para infusão de ervas
Panela pequena ou média para preparo de pomadas e
unguentos
Panela grande para preparo de óleos
Panela para preparo de xaropes
Panela grande com tampa para banho-maria, que acomode
as panelas usadas para os preparos
Theresa Tullio
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Para mexer e misturar, providencie:
Espátulas resistentes ao fogo e de cabo longo
Colheres de cabo longo resistentes ao fogo
Conchas pequenina e grande
Utensílios e materiais para usos diversos:
Tigelas de vidro ou louça refratária de diversos tamanhos
Jarro resistente de vidro refratário para preparo de óleos
Bacias de ágata de 3 tamanhos
Panos de algodão, chumaços de algodão ou gaze para
compressas, cataplasmas e emplastos
Canecos e jarros de diversos tamanhos
Retalhos de tecido de algodão. Panos de algodão têm mil e
uma utilidades em uma botica caseira.
Dois baldes grandes que comportem os pés
confortavelmente e as pernas até os joelhos para banhos
alternados frio-quente.
Bacia grande para aplicação de banhos de imersão para pés
e para banhos de assento.
Um banquinho para aplicação de banho vital ou semicúpio.
Funil para auxílio de colocação de líquidos em frascos
Sacos de papel para colocar os frascos no processo de
maceração dos vinhos medicinais e garrafadas
Etiquetas adesivas de papel de diversos tamanhos para
rotulagem.
Retalhos de tecidos 100% algodão, mas que não sejam
grossos, para confecção de bolsas térmicas ecológicas,
travesseiros e almofadas de ervas. Se desejar, pode usar
TNT, mas lembre-se que TNT não é algodão.
A Botica Caseira
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Fibra sintética de enchimento de almofadas, também
chamada de fibra siliconada, para os travesseiros.
Linhas de algodão de boa qualidade e agulhas.
Tesouras de diversos tamanhos
Pinças e pegadores de diversos tamanhos
Lente de aumento
Espátulas de madeira descartáveis - Podem ser do tipo
abaixa língua, usadas por dentistas
Na hora de coar, peneirar e filtrar, tenha à mão:
Coadores de papel para diversas utilidades
Tecidos de algodão ou coadores de pano para filtrar
infusões de ervas
Coadores de pano de tecido fino ou tecidos de algodão
para coar sucos e sumos
Peneira para coar sucos e sumos
Peneira fina ou tecidos de algodão para usar no preparo de
pós e peneirar argila para cataplasmas
Tecidos de algodão para coar vinhos medicinais
Tecido de algodão para filtragem de óleos
Peneira para filtragem de óleos
Porta filtro como os de café para colocar coadores de
papel dentro
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Você vai usar para guardar na maceração e para
armazenagem:
Ao escolher frascos e potes para armazenagem, calcule
corretamente o tamanho que usará e a quantidade necessária.
Tenha em conta que os recipientes devem ser cheios até a borda e
as tampas devem fechar bem. Bem cheios para evitar que o ar
dentro deles acelere a deterioração dos produtos, e bem tampados,
para evitar a entrada de ar, umidade e micróbios que aos poucos
degradam o produto também.
Os frascos dependem dos produtos que você venha a preparar.
Não há necessidade de estocar frascos em casa, hoje ninguém tem
mais espaço em casa para fazer estoques pensando em algo que
um dia possa precisar. Dê uma olhada nos capítulos, nas receitas,
veja primeiro o que lhe interessa e que possa ser útil à seu lar e
providencie os frascos. As quantidades também vão depender de
suas necessidades, mas, basicamente:
Para a maceração de vinhos medicinais, garrafadas, tinturas
e alcoolaturas, são necessários frascos de vidro escuro com
tampa.
Para armazenar garrafadas e vinhos medicinais:
Recomenda-se, se possível, utilizar as próprias garrafas de
vidro das bebidas utilizadas no preparo, ou frascos de
vidro escuro com tampa.
A Botica Caseira
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Para armazenar óleos e xaropes: Frascos de vidro escuro
com tampa. Para óleos a tampa pode ser de rosquear, para
xaropes, é melhor tampar com rolhas de cortiça, pois
xaropes têm propensão a fermentar e explodir se vedados
com tampas de enroscar.
Para argila para cataplasmas: Guardar em recipiente de
barro, de vidro, madeira ou bambu; jamais utilizar
recipientes plásticos ou de metal.
Para pomadas e unguentos: Você pode comprar potes
plásticos ou de vidro, com tampa. É só procurar potes para
cremes.
Para pós: Frascos de vidro com tampa de rosquear ou
cápsulas gelatinosas vazias. Há cápsulas de diversos
tamanhos. O tamanho mais utilizado é o 00, que comporta
em torno de 500 a 600 mg de pó.
Se tiver intenção de encapsular uma grande quantidade de pó, vale
a pena comprar uma encapsuladora manual, que facilita a tarefa,
encapsulando até 100 cápsulas por vez, dependendo do modelo.
Ela pode ser adquirida nos mesmos locais onde você comprar as
cápsulas gelatinosas.
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CHÁS, INFUSÕES & DECOCÇÕES
Os Chás. Na verdade, AS TISANAS.
Ensinar a fazer um chá pode parecer ridículo e até ofensivo,
porque é lógico que qualquer pessoa pode fazer uma bebida com
água quente e um punhado de ervas frescas ou secas. Mas, como
estamos falando de chás que serão tomados para curar alguma
coisa ou pelo menos aliviar alguma dor, certas regras básicas
deverão ser seguidas, como os cuidados com o recipiente, que
deve ser de vidro ou porcelana, e com a água, que deve ser pelo
menos filtrada para diminuir um pouco a quantidade de produtos
químicos adquiridos no tratamento.
Para começar... Vem no saquinho, mergulhou na água quente é
chá ... Não é bem assim. Não que isso faça a mínima diferença no
uso, seja para beleza, terapêutica ou para relaxar e aquecer, mas
sempre vale a pena aprender mais um pouquinho.
Apenas para ilustrar, visto que continuaremos a chamar tisana de
chá como sempre fizemos e como sempre fizeram nossos pais e
avós, mas vale o esclarecimento: Qualquer preparado utilizando
água quente e plantas, seja folha, flor, raiz, casca ou fruto, É UMA
TISANA, e a única tisana QUE PODE SER CHAMADA DE
CHÁ é aquela que utiliza as folhas da Camellia Sinensis, da qual se
originam os chás pretos, verdes e oolongs (o verde azulado
oriental), O RESTO É SÓ TISANA mesmo, não é chá.
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Recomendações, Dicas e Cuidados Importantes:
Não adoce com açúcar. Use mel na menor quantidade possível e,
na falta dele, açúcar mascavo.
Deixe o organismo acostumar-se, tomando mais fraco no primeiro
dia e aumentando a dose nos dias subsequentes.
Após três semanas, o organismo vai responder cada vez menos. É
recomendável substituir a planta ou erva por uma outra, com as
mesmas propriedades.
Não ingerir qualquer preparado de planta em forma de chá por
mais de 24 horas depois de pronto, pois as plantas entram em
fermentação, causando problemas gástricos e intestinais. Preparar
cada dia o tanto que vai ser ingerido naquele dia.
É bom tomar tisanas em jejum, ao meio-dia, ao pôr do sol e ao
deitar. Em média três xícaras por dia. Mas depende do efeito
terapêutico que se procura com as ervas. Procure neste livro o
capítulo “O MELHOR HORÁRIO PARA INGESTÃO DE
PREPARADOS HERBAIS”.
Qualquer tisana pode ser ingerida ainda quente, morna ou fria. As
pessoas doentes devem tomar mornas ou quentes, pois aquecidos,
os preparados de plantas fazem efeito mais rápido.
Não jogar fora a erva utilizada! Se houver necessidade de usar mais
do preparado em forma de chá no dia corrente, quando o material
pronto estiver acabando, verta mais água quente sobre os vegetais.
Essa segunda infusão dá o verdadeiro sabor da planta e você faz
duas porções com a mesma erva.
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Depois de utilizado, deixe a erva esfriar e coloque nos seus vasos.
É um excelente adubo!
O primeiro cuidado é com a higiene do fruto ou erva a ser usada.
Lavar durante alguns minutos em água corrente para que resíduos
agrotóxicos que se acumulam nas superfícies possam ser
removidos. Retirar também as partes queimadas ou velhas das
folhas, deixando-as o mais perto possível do natural.
Evitar o preparo em vasilha de alumínio, ferro ou teflon. Só use se
não houver outra opção. Dê preferência a recipientes de vidro
refratário, ágata ou barro.
Doses sugeridas - Cada dose 3 vezes ao dia.
Adultos: 1 xícara de chá
Crianças: ½ xícara de chá
Bebês: 1 colher de chá
Indicações de uso por temperatura:
Quente: Para resfriados, gripes e bronquite.
Frio: Para problemas digestivos, problemas do estômago,
diarreia e indigestão.
Morno: Para problemas do sistema nervoso, como insônias
e calmante.
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Decocção
Este método é um dos mais usados no Brasil. A erva vai para o
fogo junto com a água.
Trata-se de um método mais profundo de extração que a infusão.
A planta permanece por um tempo mais prolongado em contato
com o líquido extrator em ebulição.
Esta forma é mais recomendável para as sementes, cascas grossas,
raízes e talos, principalmente de plantas das quais não se conta
com as propriedades aromáticas para a terapêutica.
Os orientais utilizam além da água, opções como água de arroz ou
vinho de arroz. Mas no Ocidente a água pura é mais utilizada.
Como Fazer:
Quantidade: Para simplificar, calcular 1 parte de planta seca ou 2
partes de planta fresca para cada 15 partes de água.
Lavar as partes da planta durante alguns minutos em água corrente
para que resíduos agrotóxicos que se acumulam nas superfícies
possam ser removidos. Retirar também as partes queimadas ou
velhas, deixando-as o mais perto possível do natural.
Evitar o preparo em vasilha de alumínio, inox, ferro ou teflon. Só
use se não houver outra opção. Dê preferência a recipientes de
vidro refratário ou ágata.
A casca, semente ou raiz deve ser cortada em pequenos pedaços
ou esmagada antes de juntar à água.
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Juntar água e levar ao fogo.
Deixar ferver por uns minutos em fogo alto até que a água
fervente retire mais profundamente os princípios ativos das
plantas. Em geral, quando não há indicação de tempo, 5 minutos
depois da água entrar em ebulição já pode apagar o fogo. É mais
ou menos o tempo do líquido se reduzir cerca de um terço da
quantidade inicial.
Começar a contar o tempo só a partir da fervura.
Se desejar ser mais específico, deixar 5 minutos para raízes e caules
e 10 minutos para a planta inteira.
Retirar do fogo, tampar e abafar por 5 a 10 minutos colocando um
pano para não escapar o vapor (se na receita não houver outra
recomendação) antes de usar. Durante este tempo, de vez em
quando, movimentar o recipiente delicadamente para misturar o
conteúdo.
Filtrar após o repouso em peneira fina ou filtro de papel ou pano.
Conservação: Guardar no refrigerador ou em local fresco durante
24 horas no máximo.
Utilizar no mesmo dia do preparo ou pelo menos, dentro das 24hs
seguintes.
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Infusão
Preparação utilizada para plantas medicinais ricas em componentes
voláteis, aromas delicados e princípios ativos que se degradam pela
ação combinada da água e do calor prolongado, como por
exemplo alecrim, hortelã, sálvia, melissa, camomila, capim-limão,
erva-cidreira, erva-doce e losna, plantas que possuem cheiro
característico.
Esta forma é mais recomendável para folhas, flores e também
cascas finas.
As infusões são uma boa opção quando o material vegetal é
facilmente penetrado pela água e as suas substâncias se dissolvem
rapidamente em água quente.
Além de fornecer as substâncias terapêuticas, hidratam o
organismo, estimulam a eliminação de substâncias tóxicas,
favorecem o controle da temperatura do corpo e auxiliam a
digestão.
Neste método, a água bem quente é adicionada à erva e esta não
vai ao fogo.
Algumas vezes para se obter uma infusão, pode utilizar-se, ao
invés de água, vinho, vinagre, álcool ou leite. Mas a água pura é o
líquido mais usado mesmo.
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Como Fazer:
Quantidade: Para simplificar, calcular 1 parte de planta seca ou 2
partes de planta fresca para cada 20 partes de água.
Por água para ferver e logo que entrar em ebulição, apagar o fogo
e despejar a água fervendo sobre as ervas em um recipiente.
Tampar e abafar por 10 minutos colocando um pano para não
escapar o vapor (se na receita não houver outra recomendação)
antes de usar. Durante este tempo, de vez em quando, movimentar
o recipiente delicadamente para misturar o conteúdo.
Filtrar após o repouso em peneira fina ou filtro de papel ou pano.
As receitas que sugerem o preparo do chá em pequena quantidade
(1 ou 2 xícaras), devem ser tomadas de imediato e não é
recomendável guardar a sobra, já que podem perder suas
propriedades com o tempo. Já naqueles casos onde a quantidade
de água sugerida é maior (1 ou 2 litros, por exemplo), o chá pode
ser guardado na geladeira ou em outro local fresco.
Conservação: Guardar no refrigerador ou em local fresco durante
24 horas no máximo.
Utilizar no mesmo dia do preparo ou pelo menos, dentro das 24hs
seguintes.
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Serenado
O serenado é um processo de extração de princípios ativos muito
demorado, no qual a água não vai ao fogo e é chamado assim
porque se põe algo a serenar quando deixamos a noite toda ao
relento para pegar sereno e absorver o ar da noite. Mas também se
aplica simplesmente deixando pronto de um dia para o outro para
só consumir na manhã seguinte.
É utilizado para plantas que possuem grande quantidade de
princípios voláteis que podem evaporar se utilizarmos o calor,
como por exemplo, o alho.
Todo serenado deve ser preparado em dose única de um só copo
ou uma só xícara.
Como Fazer:
É muito simples. Colocar em um copo ou xícara o ingrediente
recomendado na receita, completar com água fria, tampar e deixar
descansar a noite toda em local fresco. Não colocar na geladeira.
Não amassar ou socar, não triturar, apenas deixar de molho.
Quando o vegetal é triturado e/ou amassado e deixado de molho
na água fria, é chamado de Maceração. Ver no capítulo com este
título o modo de preparo.
Utilizar a quantidade toda de uma vez, em dose única, na manhã
seguinte e em jejum - salvo se na receita houver outra orientação.
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Alguns ingredientes utilizados nas Tisanas, sob
decocção ou infusão.
À exceção do alho, que deve ser usado no processo serenado e
tomado no dia seguinte:
Agrião (Nasturtium officinalis) - Indicações: Tosse, gripe,
catarro no peito, anti-inflamatório das vias respiratórias,
muito indicado nas bronquites crônicas e anemias.
Alecrim (Rosmarinus officinalis) e/ou Gengibre (Zingiber
officinale) e/ou Mentrasto (Ageratum conyzoides L) -
Indicações: Dores localizadas, artrite e dores reumáticas.
Alecrim (Rosmarinus officinalis) e/ou Manjericão
(Ocimum basilicum) - Indicações: Fortificar, cansaço,
fraqueza, disposição e revitalizar.
Alfavaca-Cravo (Ocimum gratissimum) - Indicações:
Gripe.
Alho (Allium sativum) - Indicações: colesterol alto,
expectorante, antisséptico, aumenta a imunidade e alivia
problemas circulatórios.
Angico (Anadenanthera macrocarpa) - Indicações: Tosse,
gripe e catarro no peito.
Avenca (Adiantum capillus-veneris) - Indicações: Tosse,
rouquidão e inflamação na garganta.
Carqueja (Baccharis genistelloides) - Indicações:
Indigestão, equilibrar funções hepáticas.
Camomila (Matricaria chamomilla) e/ou Erva-Doce
(Pimpinella anisum) e/ou Melissa (Melissa officinalis) e/ou
Capim-Limão (Cymbopogon citratus) - Indicações:
Estresse, insônia, ansiedade e acalmar.
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Cenoura (Daucus carota) folhas - Indicações: Fraqueza e
desânimo.
Eucalipto (Eucalyptus globulus) - Indicações: Apatia,
insônia, sintomas congestionantes de gripes e resfriados.
Gengibre (Zingiber officinale) - Indicações: Sinusite,
Gripe.
Guaco (Mikania glomerata) e Assa-peixe (Vernonia
polyanthes) - Indicações: Tosse, gripe, bronquite, catarro
no peito.
Hortelã (Mentha piperita) - Indicações: Congestão nasal e
coriza, depressão, revigorar e refrescar.
Estas são apenas algumas sugestões a título de ilustração.
Lembramos que a proposta do livro "A Botica Caseira - Curso de
Manejo e Preparo de Ervas" é oferecer orientação técnica de
manipulação de vegetais em linguagem prática e acessível. As
propriedades das ervas e as indicações receitadas estão detalhadas
nos 6 livros da Enciclopédia AS ERVAS, que a venda deste Curso
se destina a financiar.
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MACERADOS
Também chamada de chá macerado ou infusão fria, o objetivo da
maceração é amolecer a planta na água fria, como outros métodos
conseguem utilizando a água quente.
A parte escolhida da planta fica de molho em água fria como
diluente, que extrai lentamente os conteúdos solúveis e
principalmente os aromáticos porque amolece a planta.
A vantagem deste método é que os sais minerais e as vitaminas da
ervas são aproveitadas ao máximo.
A maceração é mais indicada para as plantas frescas e é a base
herbal das garrafadas, vinhos e óleos medicinais, que em seu
preparo utilizam outros diluentes como óleos ou vinhos no lugar
da água fria, também com molhos por prazos mais prolongados
que a maceração.
Como Fazer:
Limpar bem, picar miúdo e/ou amassar a parte escolhida da erva
escolhida.
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Por de molho na água fria, mineral ou previamente fervida e
filtrada, em recipiente de vidro, na proporção de 1 parte de vegetal
para 6 partes de água.
O tempo do molho varia de acordo com o material:
10 horas para as folhas, sementes moles e flores
12 horas para raízes, talos e cascas
24 horas para itens bem duros
Não misturar partes moles e duras da planta, para conseguir extrair
as propriedades ativas no tempo certo.
O recipiente deve permanecer em lugar fresco, protegido da luz
solar direta.
Agitar suavemente o recipiente periodicamente. Também pode-se
auxiliar a retirada das essências usando pilão de vez em quando,
durante o molho.
Findo o tempo previsto, coar em peneira bem fina ou filtrar o
líquido em coador de papel
Após haver coado ou filtrado o líquido, deve-se espremer o
resíduo no coador ou na tela da peneira para extrair o máximo de
material.
Pode acrescentar uma quantidade a mais de água, se achar
necessário para obter um volume final desejado.
Guardar em recipiente de vidro com tampa, limpo e esterilizado,
em local fresco e seco, abrigado da luz solar e da umidade.
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Pode ingerir, começar a usar logo em seguida ao tempo de repouso
e filtragem.
Preparar quantidade suficiente para uso em até 24hs no máximo.
Após 24hs o material restante deve ser descartado.
Importante:
Plantas com possibilidade de fermentação não devem ser
preparadas desta forma.
Posologia: 1 cálice, copinho de cafezinho ou 2 colheres de sopa,
aproximadamente 30 ml, por 3 vezes ao dia.
Alguns ingredientes utilizados nos Macerados:
Ameixa (Prunus salicina) - Indicações: Prisão de Ventre
Arruda (Ruta graveolens) - Indicações: Menstruação
escassa
Boldo (Peumus boldus) - Indicações: Ressaca, indigestão e
crises de fígado
Malva Santa (Plectranthus barbatus) - Indicações: Azia
Estas são apenas algumas sugestões a título de ilustração.
Lembramos que a proposta do livro "A Botica Caseira - Curso de
Manejo e Preparo de Ervas" é oferecer orientação técnica de
manipulação de vegetais em linguagem prática e acessível. As
propriedades das ervas e as indicações receitadas estão detalhadas
nos 6 livros da Enciclopédia AS ERVAS, que a venda deste Curso
se destina a financiar.
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SUMOS & SUCOS
Sumos e sucos são líquidos obtidos pelo simples escoamento,
quando se espremem os frutos, as folhas ou o caule, de preferência
com a planta fresca, espremida e/ou esmagada e filtrada em
seguida.
O suco pode ser obtido espremendo-se as partes das plantas.
Sucos hidratam, alimentam, refrescam e são muito saborosos.
O sumo pode ser obtido triturando-se a planta fresca. Os sumos
têm a vantagem de conter os constituintes ativos sem os degradar.
Como fazer:
Sumo de planta fresca
Cortar a planta fresca em pedaços pequenos e triturar grosseiro
num pilão ou máquina de moer.
Quando a planta possuir pequena quantidade de líquido, deve-se
acrescentar um pouco de água e triturar novamente após uma hora
de repouso.
Recolher então o líquido liberado, espremendo e coletando o
líquido, filtrando-o em pano fino e usar em seguida.
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Sumo de planta seca
Obter pó limpo e seco da planta (Veja neste livro o capítulo com
as orientações para fazer pó).
Adicionar água, 1 parte de água para 1 parte da planta
Deixar em maceração, de molho, por 24 horas em recipiente de
vidro
Espremer e coletar o líquido, filtrando-o em pano fino e usar em
seguida.
Posologia para sumos: 1 colher de sopa, 2 ou 3 vezes ao dia
Suco
Triturar/liquidificar a planta ou fruto fresco
Adicionar um pouco de água, se ficar muito grosso
Deixar descansar por 5 minutos
Coar em peneira ou usar filtro, adoçar se desejar e ingerir em
seguida.
A Botica Caseira
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Recomendações:
Todos os sucos e sumos devem ser preparados na hora do
consumo.
O pilão, espremedor ou moedor, assim como coadores, filtros e
peneiras devem estar bem limpos antes de usar.
Alguns ingredientes utilizados em sumos:
Batata-inglesa (Solanum tuberosum) tubérculos -
Indicações: Acidez no estômago.
Courama-branca (Kalanchoe brasiliensis) folhas -
Indicações: Inflamações no ovário e no útero.
Hortelã rasteira (Mentha villosa) folhas - Indicações:
Giardíase e amebíase.
Alguns frutos utilizados em sucos:
Abacaxi (Ananás sativus) - Indicações: Prisão de ventre
eventual, anemia, problema da próstata, uretrite, artrite,
excesso de líquido no organismo.
Acerola (Malpighia glabra) - Indicações: Excesso de ácido
úrico, excesso de líquido no organismo, problemas
pulmonares, tuberculose, reumatismo, problemas na
vesícula, afecção hepática, para evitar o sangramento das
gengivas, fadiga, estresse, fraqueza das veias, para prevenir
a anemia, ação antioxidante, antiradical livre.
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Goiaba (Psidium guajava) - Indicações: Tuberculose, úlcera
gástrica, gripe, excesso de ácido úrico, excesso de líquido
no organismo, melhorar o funcionamento do intestino,
prevenir a hipertrofia benigna da próstata.
Laranja (Citrus aurantium) - Indicações: Gripe, para
estimular o apetite, ação depurativa, auxiliar da digestão,
ação diurética, para prevenir doenças degenerativas por
falta de vitamina C, ajudar a assimilação do cálcio, inibir a
produção de colesterol, reumatismo, excesso de ácido
úrico, cálculo renal, prisão de ventre eventual.
Limão (Citrus limonum) - Indicações: Ação desintoxicante,
para aumentar as defesas do organismo, inibir enzimas dos
tumores, ação antioxidante, gripe, cistite, ação depurativa,
para combater as infecções, estimular os rins, ação
diurética.
Manga (Mangifera indica) - Indicações: Anemia, auxiliar no
trabalho do intestino, ação diurética, ação laxativa, para
estimular a lactação.
Estas são apenas algumas sugestões a título de ilustração.
Lembramos que a proposta do livro "A Botica Caseira - Curso de
Manejo e Preparo de Ervas" é oferecer orientação técnica de
manipulação de vegetais em linguagem prática e acessível. As
propriedades das ervas e as indicações receitadas estão detalhadas
nos 6 livros da Enciclopédia AS ERVAS, que a venda deste Curso
se destina a financiar.
A Botica Caseira
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PÓS & PÍLULAS
Pó
Pó é a planta desidratada e triturada. As partes das plantas,
principalmente as folhas, são secas e depois trituradas, peneiradas,
e o pó originário deve ser guardado em embalagem bem fechada e
em local escuro, podendo servir para se extrair dele outros
subprodutos ou fazer seu encapsulamento para uso direto.
O encapsulamento é uma alternativa ao chá. E pode ser mais
conveniente, pois nem sempre temos tempo para fazer um chá, ou
estamos num local propício. A cápsula é uma boa opção no local
de trabalho, por exemplo.
Armazenar ervas sob a forma de pó é uma excelente iniciativa para
ter a base de muitas terapêuticas sempre à mão.
Para maior conforto na ingestão, o pó pode ser encapsulado
(colocado em cápsulas). Também pode ser adicionado a infusões e
outros preparados herbais.
Theresa Tullio
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Modo de usar:
O pó obtido de vegetais desidratados e secos pode ser usado via
oral ou aplicado externamente.
Para uso interno, o pó pode ser misturado ao leite, mel, água,
sumo vegetal ou suco de frutas. Também encapsulado.
No uso externo, o pó pode ser espalhado puro, sobre o local
ferido ou antes de aplicar, ser misturado em óleo ou água ou
adicionado a pomadas, cataplasmas, preparados de compressas e
outros tratamentos herbais.
Posologia:
Quanto à dosagem por cápsula, considerar a mesma quantidade
que usaria para fazer a tisana (chá).
Por exemplo, se a receita diz que é necessário tomar uma infusão
com uma colher de sopa de ervas secas 2 vezes por dia, é só dividir
a quantidade enchendo as cápsulas, e ingerir o equivalente 2 vezes
ao dia.
Modo de Fazer:
Como obter o pó:
Podem ser utilizados folhas, flores, cascas, raízes ou sementes.
Para iniciar o processo, a planta já deve ter passado pelo processo
de secagem e estar livre de qualquer tipo de umidade.
A Botica Caseira
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A planta deve estar seca até ficar quebradiça, o suficiente para
permitir sua trituração.
O próximo passo é esfarelar bastante com as mãos mesmo, dentro
de uma tigela, um recipiente largo de bordas altas, até obter um pó
fino.
As mãos devem estar muito bem lavadas e muito secas (cuidado
com o suor!), ou calçadas em luvas.
No caso de raízes e cascas, o esfarelamento com as mãos não
funciona. É preciso ralar em ralador fino (tomar cuidado com os
dedos!) e depois passar na peneira para separar pedaços grandes
que tenham ficado.
Após triturar ou ralar, coar com o auxílio de uma peneira fina ou
tecido. O importante é que o resultado final deve ser um pó bem
fino, sem pedaços maiores ou grânulos.
Guardar em frascos de vidro, bem fechados e rotular, colando
etiquetas detalhadas. Veja neste livro como fazer e quais dados
devem ser incluídos nas etiquetas.
Armazenagem: Os pós são muito sensíveis à ação da luz, do
oxigênio e da umidade. Armazenar em local fresco, seco e
ventilado, ao abrigo do sol.
Conservação e Validade:
A não ser que sejam contaminados por insetos ou fungos, ou
sujeitos a umidade, pós podem ser usados por 6 meses. Mas
atenção: Os pós retém sua potência integral por um período de 2
meses, a partir daí, começam a perder a força gradualmente.
Então, mesmo que não estraguem, o ideal é preparar quantidade
suficiente para uso em até 60 dias.
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Cápsulas
Cada vez mais pessoas estão adquirindo o hábito de ingerir as
ervas secas sob a forma de pós encapsulados. Mas é recomendável
que as cápsulas sejam apenas uma opção prática nas situações nas
quais não seja possível o preparo de infusões.
O primeiro passo é comprar as cápsulas gelatinosas vazias. Há
cápsulas de diversos tamanhos. O tamanho mais utilizado é o 00,
que comporta em torno de 500 a 600 mg de pó, essa medida varia
um pouco, porque depende da forma de preparo do pó e também
a forma de encapsulamento. Elas são facilmente encontradas em
lojas de produtos naturais, farmácias de manipulação e até pela
internet.
Como já explanado, é preciso encher as cápsulas com a quantidade
de erva em pó que precisará ser ingerida diariamente. Se a receita
indicar uma infusão com uma colher de sopa de ervas secas em 1
xícara de chá de água fervente 2 vezes por dia, é preciso preparar 2
colheres de sopa de pó para cada dia de uso.
Mas não é preciso se preocupar muito com o tamanho da cápsula.
Basta separar a quantidade de erva seca em pó receitada e encher
quantas cápsulas forem necessárias.
1 colher de sopa enche umas 15 a 20 cápsulas 00.
Para preencher as cápsulas, basta desmontá-las (abrir) e encher
com o pó.
A Botica Caseira
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Depois de encher, fechar bem as cápsulas e acondicionar em um
frasco pequeno, muito limpo, seco e esterilizado, que possa ser
muito bem fechado e rotular, colando etiquetas detalhadas. Veja
neste livro como fazer e quais dados devem ser incluídos nas
etiquetas.
Usar luvas e utensílios muito limpos, secos e esterilizados para esta
tarefa.
Também é fácil encontrar encapsuladoras manuais no mercado
que facilitam esta tarefa, encapsulando até 100 cápsulas por vez,
dependendo do modelo. Podem ser adquiridas nos mesmos locais
onde encontrar as cápsulas gelatinosas.
As cápsulas gelatinosas vazias têm a validade de 2 anos a partir da
data de fabricação.
Os pós duram em torno de 60 dias para começarem
gradativamente a perder o poder de ação.
Alguns ingredientes utilizados em Pós:
Azeitona-roxa (Syzygium jambolana) pó dos frutos e das
sementes secas - Indicações: Tratamento auxiliar da
diabetes.
Babaçu (Orbignya phalerata) pó do mesocarpo -
Indicações: Prisão de ventre eventual, menstruação
irregular e dolorosa.
Batata-de-purga-amarela (Operculina alata) e/ou Batata-de-
purga-branca (Operculina macrocarpd) pó dos tubérculos -
Indicações: Ação laxativa, purgativa e prisão de ventre
eventual.
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Canela (Cinnamomum zeylanicum) pó da casca -
Indicações: Cólicas menstruais.
Cáscara-sagrada (Rhamnus purshiana) pó da casca -
Indicações: Prisão de ventre eventual.
Castanha-da-índia (Aesculus Hippocastanus L) pó das
sementes - Indicações: Varizes e hemorróidas.
Chapéu-de-couro (Echinodorus grandiflorus) pó das folhas
- Indicações: Ação diurética e ação depurativa.
Hortelã rasteira (Mentha villosa) pó das folhas -
Indicações: Giardíase e amebíase.
Mentrasto (Ageratum conyzoides) pó das folhas, não usar
as flores - Indicação: Cólicas menstruais.
Mulungu (Erythrina mulungu) pó da casca - Indicações:
Ansiedade, nervosismo e insônia leve.
Estas são apenas algumas sugestões a título de ilustração.
Lembramos que a proposta do livro "A Botica Caseira - Curso de
Manejo e Preparo de Ervas" é oferecer orientação técnica de
manipulação de vegetais em linguagem prática e acessível. As
propriedades das ervas e as indicações receitadas estão detalhadas
nos 6 livros da Enciclopédia AS ERVAS, que a venda deste Curso
se destina a financiar.
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67
TINTURAS & ALCOOLATURAS
Estas são as maneiras mais simples de conservar os princípios
ativos das plantas por muito tempo, preparados por extração dos
princípios ativos das ervas por meio de uma solução alcoólica:
Tintura para plantas secas e alcoolatura para plantas frescas.
Tintura é a forma resultante da extração dos princípios ativos de
plantas secas por solução alcoólica e água. A alcoolatura é a forma
resultante da extração dos princípios ativos de plantas frescas, por
solução alcoólica e água.
As tinturas e alcoolaturas podem ser simples, usando uma única
planta, ou compostas, usando várias plantas, mas convém que
sejam preparadas individualmente e depois misturadas, e que não
se misture mais que 3 tinturas ou mais que 3 alcoolaturas em cada
composição.
As tinturas e alcoolaturas podem ser usadas no preparo de outros
remédios, tais como pomadas e xaropes.
Indicações:
Dependem das ervas usadas na preparação. Tratar problemas
como má digestão, feridas na pele, tosse, dor de garganta, estresse,
insônia, infecção urinária, dor de dentes e muitas outras.
Theresa Tullio
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Contraindicações:
As tinturas e alcoolaturas, por conterem álcool, são
contraindicadas para crianças, para mulheres durante a gravidez e
período de amamentação, pacientes com problemas no fígado ou
que estejam tomando medicação controlada e dependentes de
álcool.
Modo de Fazer:
O que usar como solução alcoólica?
Álcool de cereais, vodka, cachaça e uísque são boas opções.
Vodka - A mais recomendada é a vodka, mas é preciso adquirir
produto de boa procedência e qualidade. A vodka é um destilado
obtido a partir de grãos ou tubérculos. Este destilado é depois
diluído em água. A vodka para tinturas e alcoolaturas é a pura, sem
adição de qualquer ingrediente além dos cerais destilados.
Cachaça - A cachaça é obtida pela destilação do mosto fermentado
do caldo de cana-de-açúcar. Aqui também é importante atentar à
procedência e mais ainda, observar se leva adição de açúcar. A lei
diz que se a bebida é adoçada com mais de 6 g de açúcar por litro
– ou adicionada de qualquer outro ingrediente, não é cachaça.
Acima de 6g/L e até o limite de 30g/L elas devem ter no rótulo a
denominação de “cachaça adoçada” ou “aguardente adoçada”.
Estas não servem para as tinturas e alcoolaturas.
Uísque - O uísque é obtido a partir da fermentação de grãos de
centeio, milho ou cevada. Neste caso, também a boa procedência é
importante.
A Botica Caseira
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Receita para Tintura
Ingredientes
Usar 100g de erva seca triturada para cada litro de mistura de
solução alcoólica e água.
Para a tintura, que é uma solução que usa plantas secas, para cada
litro, usar 700 ml de solução alcoólica e 300 ml de água.
Pode usar plantas secas ou já em pó. Veja neste livro o capítulo
que ensina a fazer pós.
Se a planta não estiver em pó, esfarelar bem com as mãos. É
recomendável usar luvas para esta tarefa.
Fragmentar bem a planta.
Colocar 100g dela em vidro âmbar (escuro) limpo e de boca larga.
Adicionar 1 litro de mistura de solução alcoólica e água na
proporção de 700 ml de solução alcoólica e 300 ml de água.
Fechar bem o vidro
Rotular, colando etiquetas detalhadas. Veja neste livro como fazer
e quais dados devem ser incluídos nas etiquetas.
Macerar (deixar de molho) por 15 dias, agitando 2 vezes por dia
Theresa Tullio
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Filtrar (coar) a tintura com ajuda de um porta filtro com coador de
papel ou em um coador de pano de tecido fino.
Medir o volume da tintura filtrada que deverá ser de um litro.
Caso não obtenha 1 litro, colocar um pouco de solução alcoólica
(sem água) sobre as plantas que estão no funil ou coador até atingir
um litro.
Rotular de novo, colando etiquetas detalhadas. Veja neste livro
como fazer e quais dados devem ser incluídos nas etiquetas.
Se não tiver frascos de vidro âmbar, pode cobrir vidros claros com
papel para ficarem mais escurinhos por dentro.
Armazenar em local fresco e ventilado, ao abrigo do sol e
protegido da luz.
Receita para Alcoolatura
Ingredientes
Usar 200g de erva fresca triturada para cada litro de mistura de
solução alcoólica e água.
Para alcoolatura, que é uma solução que usa plantas frescas, para
cada litro, usar 900 ml de solução alcoólica e 100 ml de água.
Fragmentar bem a planta.
Colocar 200g dela em vidro âmbar (escuro) limpo e de boca larga.
A Botica Caseira
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Adicionar 1 litro de mistura de solução alcoólica e água na
proporção de 900 ml de solução alcoólica e 100 ml de água.
Fechar bem o vidro.
Rotular, colando etiquetas detalhadas. Veja neste livro como fazer
e quais dados devem ser incluídos nas etiquetas.
Macerar (deixar de molho) por 15 dias, agitando 2 vezes por dia.
Filtrar (coar) a alcoolatura com ajuda de um porta filtro com
coador de papel ou em um coador de pano de tecido fino.
Medir o volume da alcoolatura filtrada que deverá ser de um litro.
Caso não obtenha 1 litro, colocar um pouco de solução alcoólica
(sem água) sobre as plantas que estão no funil ou coador até atingir
um litro.
Rotular de novo, colando etiquetas detalhadas. Veja neste livro
como fazer e quais dados devem ser incluídos nas etiquetas.
Se não tiver frascos de vidro âmbar, pode cobrir vidros claros com
papel para ficarem mais escurinhos por dentro.
Armazenar em local fresco e ventilado, ao abrigo do sol e
protegido da luz.
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Recomendações:
Usar somente para terapêutica em adultos.
Não usar álcool comum.
Por serem concentradas, as tinturas e alcoolaturas são
geralmente mais fortes que os chás ou óleo feitos
preparados plantas medicinais e por isso devem ser usadas
com cuidado e com moderação.
Posologia:
São de fácil dosagem, pois basta saber a quantidade de gotas ou
colheres a serem tomadas.
Sugestão de dose adulta: Doses de 25 a 30 gotas em uma xícara de
água, no máximo três vezes ao dia.
Validade:
As duas formas têm boa conservação antimicrobiana, com
validade de até 2 anos, mas é recomendável usar em até um ano.
Não é necessário preparar o medicamento cada vez que for tomar,
o que pode facilitar o seguimento do tratamento.
A Botica Caseira
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Alguns ingredientes utilizados em Tinturas e
Alcoolaturas:
Alecrim (Rosmarinus officinalis) - Indicações:
Hemorróidas, gases intestinais, lavar feridas, cortes e
problemas leves do coração.
Angico (Anadenanthera colubrina) - Indicações: Tosse,
diarréia e fortificante.
Hortelã (Mentha) - Indicações: Mau hálito, infecções na
boca, dor de garganta, má digestão e vermífugo.
Macela-da-terra (Egletes viscosa L) - Indicações:
Enxaqueca, má digestão, azia, diarreia e gastrite.
Maracujá (Passiflora edulis) - Indicações: Menopausa,
nervosismo, febre, dor de cabeça e insônia.
Estas são apenas algumas sugestões a título de ilustração.
Lembramos que a proposta do livro "A Botica Caseira - Curso de
Manejo e Preparo de Ervas" é oferecer orientação técnica de
manipulação de vegetais em linguagem prática e acessível. As
propriedades das ervas e as indicações receitadas estão detalhadas
nos 6 livros da Enciclopédia AS ERVAS, que a venda deste Curso
se destina a financiar.
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ÓLEOS
Pode-se obter Óleo ou Azeite Medicamentoso através de preparo
quente ou frio, misturando as ervas a óleo ou azeite. Mas também
é possível obter os óleos de frutos e outras partes de plantas que
os contêm através de simples prensagem. Atenção, não confundir
com óleo essencial.
Neste livro não abordaremos o preparo através da simples
prensagem.
Os óleos ou azeites medicamentosos, tanto no preparo quente
quanto no preparo frio, são usados puros, esfregados na pele em
massagens, ou acrescentados a pomadas, unguentos e cataplasmas,
e até na preparação de máscaras e cremes de beleza.
Óleos ou azeites preparados para massagem, para uso em
contusões, são simples de se fazer e com resultados excelentes,
podendo usar uma planta só ou uma combinação de até três
plantas.
Indicações: Aliviar dores reumáticas e artríticas, melhorar a
circulação sanguínea e relaxar os músculos.
A Botica Caseira
75
Uso: A aplicação deve ser feita através de massagens ou fricções,
na direção dos pelos do corpo, seguidas de aquecimento,
cobrindo-se por uma meia hora as partes massageadas.
Ação: Ocorre uma absorção por via cutânea, o que promove uma
ação terapêutica rápida e eficaz. As propriedades terapêuticas são
aquelas das plantas medicinais utilizadas em sua preparação.
Como fazer óleo medicamentoso sob preparo quente:
Misturar 1 parte de ervas secas moídas ou 2 partes de ervas frescas
picadas, para cada 5 partes de óleo de girassol, gergelim ou coco
em uma tigela de vidro refratário.
Levar ao fogo em banho-maria em uma panela grande com tampa,
em fogo baixo, pois a água não deve ferver, durante 3 horas
seguidas.
Retirar do banho-maria e deixar esfriar.
Quando a mistura esfriar, passar em peneira fina ou filtro, sobre
um jarro ou outro recipiente de vidro, prensando o material
vegetal contra a tela da peneira ou filtro, para extrair todo o óleo
possível.
Com um funil, colocar o óleo obtido em frascos de vidro escuro,
limpos e esterilizados.
Fechar com rolhas de cortiça ou tampas de enroscar e rotular,
colando etiquetas detalhadas. Veja neste livro como fazer e quais
dados devem ser incluídos nas etiquetas.
Theresa Tullio
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Armazenar em local fresco, seco e ventilado, ao abrigo do sol.
Os óleos duram 1 ano, mas obtêm-se melhores resultados se só
utilizados nos primeiros 6 meses após o preparo.
Como fazer azeite medicamentoso sob preparo frio:
Misturar 1 parte de ervas secas moídas ou 2 partes de ervas frescas
picadas, para cada 5 partes de azeite em um recipiente de vidro
transparente com tampa.
Tampar o vidro e agitar bem.
Deixar descansar em local fresco e seco, abrigado da luz solar e da
umidade, por um período de 2 a 6 semanas.
Ao final do período de repouso, colocar o azeite para filtrar em
um saco de pano fino, sobre um jarro ou outro recipiente de vidro,
e deixar o azeite filtrar-se.
Espremer o saco para extrair o resto do azeite no fim.
Com um funil, colocar o azeite obtido em frascos de vidro escuro,
limpos e esterilizados.
Fechar com rolhas de cortiça ou tampas de enroscar e rotular,
colando etiquetas detalhadas. Veja neste livro como fazer e quais
dados devem ser incluídos nas etiquetas.
Armazenar em local fresco, seco e ventilado, ao abrigo do sol.
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Os azeites medicamentosos sob preparo frio duram 6 meses, e
deve-se utilizá-los no prazo de até 6 meses após o preparo.
Alguns ingredientes utilizados em Óleos e Azeites
Medicamentosos:
Açafrão-da-Terra (Curcuma longa) - Indicações:
Hematomas.
Alecrim (Rosmarinus officinalis) - Indicações: Relaxante
muscular e antiespasmódico.
Alecrim (Rosmarinus officinalis) e/ou Gengibre (Zingiber
officinale) e/ou Mentrasto (Ageratum conyzoides L) -
Indicações: Dores localizadas, artrite e dores reumáticas.
Alecrim (Rosmarinus officinalis) e/ou Manjericão
(Ocimum basilicum) - Indicações: Fortificar, cansaço,
fraqueza, disposição e revitalizar.
Calêndula (Calendula officinalis) e/ou Gengibre (Zingiber
officinale) - Indicações: Anti-inflamatório.
Mentrasto (Ageratum conyzoides L.) - Indicações: Dores
localizadas, artrite e dores reumáticas.
Estas são apenas algumas sugestões a título de ilustração.
Lembramos que a proposta do livro "A Botica Caseira - Curso de
Manejo e Preparo de Ervas" é oferecer orientação técnica de
manipulação de vegetais em linguagem prática e acessível. As
propriedades das ervas e as indicações receitadas estão detalhadas
nos 6 livros da Enciclopédia AS ERVAS, que a venda deste Curso
se destina a financiar.
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VINHOS MEDICINAIS & GARRAFADAS
Os Vinhos Medicinais e Garrafadas são preparações nas quais as
substancias vegetais sofrem a ação dissolvente de uma bebida
alcoólica, ou seja, são extraídos por maceração, devendo tanto a
bebida quanto as ervas serem de boa procedência.
Os vinhos medicinais podem ser enquadrados como similar as
tinturas, podem ser usados vinhos brancos ou tintos secos, com
aproximadamente 11 a 12% de percentagem de álcool no líquido.
As duas diferenças entre os vinhos medicinais tradicionais no
mundo inteiro e as famosas garrafadas brasileiras:
1. As garrafadas podem utilizar em seu preparo outras bebidas
alcoólicas em substituição ao vinho, como a aguardente de cana.
2. Algumas garrafadas utilizam outros ingredientes além das ervas
medicinais.
Os vinhos medicinais são preparados sob maceração com vinho
branco ou tinto, e resultam da ação dissolvente do vinho sobre as
plantas (raízes, cascas ou folhas).
Indicações: O vinho medicinal costumeiramente é diurético ou
estomáquico.
A Botica Caseira
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Contraindicações: Contraindicados para diabéticos. E por
conterem álcool, são contraindicadas para crianças, para mulheres
durante a gravidez e período de amamentação, pacientes com
problemas no fígado ou que estejam tomando medicação
controlada e dependentes de álcool.
Modo de Fazer - Receita Básica:
Ingredientes:
A Bebida: Vinho branco ou vinho tinto, com graduação alcoólica
baixa, de 11 a 12% de percentagem de álcool no líquido. O vinho
usado com plantas medicinais em maceração, deve ser puro seco
(sem açúcar) podendo ser tinto (funções: adstringentes, tônicas) ou
branco (funções: diuréticas, digestivas). Para a Garrafada, há a
opção de utilizar aguardente de cana.
A Erva:
A erva medicinal a ser usada vai variar de acordo com a finalidade
terapêutica do vinho medicinal ou da garrafada.
Quantidades:
100 gramas da planta seca ou 200 gramas da planta fresca para
cada litro de bebida, podendo utilizar uma só espécie vegetal ou
mais de uma, sendo no máximo 3 vegetais diferentes por preparo,
mas mantendo-se a proporção recomendada.
Para o Vinho Medicinal, usar sempre plantas secas, já que o vinho
apresenta baixo teor alcoólico, o que pode facilitar a alteração por
microrganismos.
Theresa Tullio
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Para a Garrafada, se a bebida alcoólica escolhida for vinho,
também é recomendável usar plantas secas, pelo mesmo motivo.
Só utilizar plantas frescas se no preparado for utilizada a
aguardente de cana, que tem um teor alcoólico bem alto.
Preparo:
Picar ou triturar a planta medicinal em pedaços pequenos; se
estiver seca, transformar em pó.
Colocar em um frasco escuro com tampa.
Adicionar o vinho ou a cachaça cobrindo toda a planta.
Arrumar as ervas para que fiquem submersas na bebida.
Tampar bem.
Colocar o frasco em um saco de papel.
Deixar em local escuro e fresco, ao abrigo da luz, protegido do sol,
por um período de 10 a 15 dias.
Durante o período de maceração agitar com suavidade o frasco,
diariamente, uma ou duas vezes.
Coar, espremendo o material em um pano.
Armazenar em vidro de cor escura, esterilizado.
A Botica Caseira
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Se possível, usar funil e colocar na própria garrafa previamente
esterilizada e limpa da bebida utilizada no preparo (se for de vidro)
e rotular, colando etiquetas detalhadas. Veja neste livro como fazer
e quais dados devem ser incluídos nas etiquetas.
Manter em lugar fresco e ao abrigo da luz, de preferência em
geladeira. Não havendo refrigerador, colocar em local fresco e
ventilado, ao abrigo do sol.
Recomendações:
O vinho usado com plantas medicinais em maceração,
deve ser puro seco (sem açúcar) podendo ser tinto
(funções: adstringentes, tônicas) ou branco (funções:
diuréticas, digestivas).
Deve-se usar vinho com graduação alcoólica baixa, de 11 a
12% de percentagem de álcool no líquido.
As plantas escolhidas precisam ser compatíveis, e devem
ser escolhidas pelos usos comuns ou por serem
complementares.
Geralmente utilizam-se plantas secas na preparação do
vinho medicinal ou da garrafada que utiliza vinho, pois este
apresenta baixo teor alcoólico, o que pode facilitar a
alteração por microrganismos.
Para a garrafada que utiliza cachaça, pode-se usar tanto
plantas secas quanto frescas, já que as aguardentes de cana
têm graduação alcoólica alta, em média de 35 a 42% de
percentagem de álcool no líquido.
Theresa Tullio
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Posologia:
1 colher de sopa 2 vezes ao dia antes das principais refeições, ou 1
cálice uma vez ao dia antes do almoço.
Conservação e validade:
Se bem preparados e estocados adequadamente, são válidos por
um ano. Não deve ser usado e é recomendável descartar
imediatamente se apresentar fermentação, formações brancas, sinal
de coalhado ou cheiro azedo.
Alguns ingredientes utilizados em Vinhos medicinais e
Garrafadas:
Alcachofra (Cynara scolymus) folhas e/ou Alecrim
(Rosmarinus officinalis) folhas e/ou Funcho (Foeniculum
vulgare) sementes - Indicações: Digestivo estomacal.
Aluman (Vernonia condensatà) folhas - Indicações: Fluir o
suco biliar e para vesícula preguiçosa.
Boldo-do-chile (Peumus boldus) folhas - Indicações: Má
digestão.
Camomila (Matricaria chamomillà) flores - Indicações:
Menstruação dolorosa e menstruação excessiva.
Cáscara-sagrada (Rhamnus purshiana) pó da casca -
Indicações: Prisão de ventre eventual.
Colônia (Alpinia speciosa) folhas - Indicações:
Hipertensão.
Dente-de-leão (Taraxacum officinale) raízes e folhas -
Indicações: Ação diurética.
A Botica Caseira
83
Erva-doce (Pimpinella anisum) sementes - Indicações:
Enjoos e enxaquecas de origem digestiva.
Fáfía (Ginseng-brasileiro) (Pfaffia paniculatá) raízes -
Indicações: Fadiga.
Gengibre (Zingiber officinale) rizomas - Indicações:
Resfriado.
Guaco (Mikania glomerata) folhas - Indicações:
Reumatismo.
Jurubeba (Solanum paniculatum) raízes - Indicações:
Convalescença de doenças infecciosas e anemia.
Pata-de-vaca (Bauhinia forficata) folhas - Indicações:
Diabetes (controle de taxas).
Serralha (Sonchus oleraceus) planta toda - Indicações:
Anemia e falta de apetite.
Estas são apenas algumas sugestões a título de ilustração.
Lembramos que a proposta do livro "A Botica Caseira - Curso de
Manejo e Preparo de Ervas" é oferecer orientação técnica de
manipulação de vegetais em linguagem prática e acessível. As
propriedades das ervas e as indicações receitadas estão detalhadas
nos 6 livros da Enciclopédia AS ERVAS, que a venda deste Curso
se destina a financiar.
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XAROPES OU LAMBEDORES
Xaropes ou Lambedores são preparados líquidos, viscosos e
concentrados, os quais se obtêm misturando ingredientes vegetais
na proporção de uma parte para cinco de calda de água e açúcar,
rapadura ralada ou mel.
Prepara-se quente ou frio e toma-se às colheradas.
Na verdade, o xarope é um chá, espessado e com sacarose, para o
doce mascarar o gosto dos vegetais componentes e assim facilitar a
ingestão, principalmente para crianças.
Uso: Interno
Dose Recomendada: A dose padrão é 5 a 10 ml 3 vezes por dia.
Indicações: São utilizados nos casos de tosse, dores de garganta,
inflamação na garganta, rouquidão, anemia, bronquite, catarro no
peito, má digestão, estados gripais. Os xaropes têm a vantagem
adicional da ação calmante.
Contra indicações: Contraindicado para diabéticos por tratar-se de
solução concentrada de sacarose.
A Botica Caseira
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Há até opções de xaropes sem açúcar nos quais empregam-se
excipientes à base de sorbitol (sorbitol é um poliol - álcool de
açúcar), mucilagem de amido ou goma arábica entre outros. Neste
Curso não trabalharemos com estas receitas.
Ingredientes para receita padrão
Açúcar (de preferência mascavo), rapadura picada ou mel.
Água
Ingrediente Vegetal processado da forma escolhida - Veja
mais adiante lista com alguns ingredientes vegetais
Receita Padrão
Colocar para ferver duas partes de água e três partes de açúcar ou
rapadura ralada até dissolver.
Em fogo baixo, adicionar uma medida da planta ou fruto,
processados da forma escolhida, para cinco medidas da mistura de
água e açúcar. Para crianças pequenas, usar meia medida de vegetal
para cinco de água e açúcar.
O ingrediente vegetal já deve estar processado ao ser usado na
receita.
Pode-se adicionar apenas o sumo da planta, decocção ou infusão
frios, e também tintura.
Optando pela tintura, adicionar uma medida de tintura para três
medidas da mistura de água e açúcar.
Theresa Tullio
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Não usar a receita com tintura para preparar o xarope para
crianças pequenas.
Colocar para ferver, mexer suavemente por 3 a 5 minutos, não
permitindo o aumento da temperatura superior a 80° C.
Obs: Veja neste livro as receitas detalhadas para preparo de
infusões, decocções e tinturas.
Variações da Receita Padrão
As decocções ou infusões podem servir de base para o xarope,
neste caso adiciona-se o açúcar diretamente nas mesmas, podendo
submeter a leve aquecimento para facilitar a dissolução do açúcar.
Basta preparar 500 ml de infusão ou decocção da planta escolhida,
e à este preparado acrescentar 500 gramas de açúcar, mexendo e
aquecendo devagar até o adoçante se derreter e a mistura ficar
xaroposa.
Para crianças pequenas, usar a metade da quantidade de vegetal ao
preparar a infusão ou decocção.
Uma opção ainda mais simples:
Fragmentar a planta fresca - picando ou amassando da forma
escolhida - e reservar.
Depois dissolver o açúcar na água (duas partes de água para três
partes de açúcar).
A Botica Caseira
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Aquecer até ferver.
Abaixar o fogo e acrescentar o vegetal reservado (uma medida de
vegetal para cinco de água e açúcar).
Cozinhar em fogo brando.
Cascas, sementes e raízes devem cozinhar por 10 a 15 minutos e
folhas tenras e flores devem cozinhar por 2 a 3 minutos.
Retirar do fogo, abafar, deixar em repouso até esfriar totalmente.
Depois coar, envasar e todo o resto.
Nesta opção com vegetais frescos e picados, como tem que ferver,
é mais indicado usar açúcar e não mel.
Para crianças pequenas, usar meia medida de vegetal para cinco de
água e açúcar.
Se a planta for muito suculenta não é preciso adicionar água ao
preparado do xarope. A água é liberada pela planta no
aquecimento e junto ao açúcar dá ao líquido a consistência de
xarope.
Se quiser utilizar mel em substituição ao açúcar, não levar o mel ao
fogo, não se deve aquecer o mel para não empobrecer suas
propriedades. O xarope com mel é preparado frio, misturando o
líquido vegetal já processado com o mel até dissolver por
completo.
Theresa Tullio
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Conservantes Naturais:
Para auxiliar a conservação do xarope e aumentar seu prazo de
validade, é possível adicionar algumas gotas de álcool de cereais,
gotas de cachaça, extrato de própolis ou cravo da Índia in natura
ao xarope já pronto e após coar para os frascos.
Para usar cravos, basta adicionar uma colher de chá da especiaria
ao xarope pronto.
No caso dos xaropes preparados com tinturas de própolis, este
ingrediente já serve como conservante, além de auxílio terapêutico.
Envasamento:
Utilizando um funil, filtrar o xarope sobre gaze ou outro tecido de
algodão de trama larga, para frascos de vidro esterilizados (limpos
e escaldados), e de preferência de cor escura, âmbar (Cor padrão
das garrafas de cerveja).
Fechar os frascos com rolhas de cortiça, pois xaropes têm
propensão a fermentar e explodir se vedados com tampas de
enroscar.
Rotular, colando etiquetas detalhadas. Veja neste livro como fazer
e quais dados devem ser incluídos nas etiquetas.
Conservação: Se bem preparados e usando os conservantes
naturais, xaropes conservam-se por 3 meses. Mas o ideal mesmo é
preparar uma quantidade suficiente para consumo em 2 semanas e
descartar as sobras após este prazo.
A Botica Caseira
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É também recomendável que o xarope caseiro seja guardado na
geladeira, e por até 15 dias, pois em temperatura ambiente,
principalmente em locais de clima muito quente, está mais sujeito à
contaminação.
Não havendo refrigerador, colocar em local fresco e ventilado, ao
abrigo do sol.
Obs: Quanto à aparência, o xarope deve ser limpo. Não deve ser
usado e é recomendável descartar imediatamente se apresentar
fermentação, formações brancas, sinal de coalhado ou cheiro
azedo.
Recomendações:
Ao preparar xaropes para crianças, reduzir para metade a
quantidade de vegetal das receitas e não utilizar álcool ou cachaça
como conservantes.
Theresa Tullio
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Alguns ingredientes vegetais utilizados em xaropes e
lambedores:
Agrião (Nasturtium officinale) - Indicações: Tosse, gripe e
catarro no peito.
Agrião-do-Pará (Acmella oleracea) - Indicação: Anemia.
Angico (Anadenanthera macrocarpa) - Indicações: Tosse,
gripe e catarro no peito.
Avenca (Adiantum capillus-veneris) - Indicações: Tosse,
rouquidão e inflamação na garganta.
Beterraba (Beta vulgaris) - Indicação: Tosse.
Cebola (Allium cepa) - Indicação: Catarro no peito.
Chambá (Justicia pectoralis) - Indicações: Tosse, gripe,
bronquite, catarro no peito.
Courama-branca (Kalanchoe brasiliensis) - Indicações:
Tosse, gripe e catarro no peito.
Cumaru (Amburana cearensis) - Indicações: Tosse,
bronquite, gripe e catarro no peito.
Chambá (Justicia pectoralis) e Malvarisco (Plectranthus
amboinicus) - Indicações: Tosse, bronquite, gripe e catarro
no peito.
Chambá (Justicia pectoralis), Malvarisco (Plectranthus
amboinicus) e hortelã japonesa (Mentha arvensis) -
Indicações: Tosse, gripe, bronquite e catarro no peito.
Courama-branca (Kalanchoe brasi-liensis) e Malvarisco
(Plectranthus amboinicus) - Indicações: Tosse, gripe e
catarro no peito.
A Botica Caseira
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Courama-branca (Kalanchoe brasiliensis), Ipecacuanha-
branca (Hybanthw ipecacuanha) e Cebolinha-branca
(Allium scalonicum) - Indicação: Tosse.
Courama-branca (Kalanchoe brasi-liensis) e Mussambê
(Cleome spinosa) - Indicação: Tosse.
Quiabo (Hibiscus esculentus) e Guaco (Mikania glomerata)
- Indicações: Tosse e catarro no peito.
Jatobá (Hymenaea courbaril), Jucá (Caesalpinia férrea) e
Eucalipto medicinal (Eucalyptus globulus) - Indicações:
Tosse, gripe e catarro no peito.
Guaco (Mikania glomerata) e Assa-peixe (Vernonia
polyanthes) - Indicações: Tosse, gripe, bronquite, catarro
no peito.
Estas são apenas algumas sugestões a título de ilustração.
Lembramos que a proposta do livro "A Botica Caseira - Curso de
Manejo e Preparo de Ervas" é oferecer orientação técnica de
manipulação de vegetais em linguagem prática e acessível. As
propriedades das ervas e as indicações receitadas estão detalhadas
nos 6 livros da Enciclopédia AS ERVAS, que a venda deste Curso
se destina a financiar.
Theresa Tullio
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COMPRESSAS
Preparação para uso externo local, que surte efeito pela penetração
dos constituintes ativos através da pele.
Feitas com panos, chumaços de algodão ou gaze embebidos em
preparados de ervas sob infusão, decocção ou tintura, e aplicadas
quentes ou frias sobre a zona da pele afetada, renovando-se a
aplicação umas 3 vezes durante o tempo da prática.
Um pedaço de pano à parte é necessário para colocar por cima do
primeiro, para ajudar a manter a umidade e a temperatura em
equilíbrio. Este pano deve ficar seco. Uma flanela é bem indicada
para este segundo pano.
A compressa pode ser aplicada quente ou fria.
Indicações: Têm efeito sedativo sobre inchaços, nevralgias,
contusões e reumatismo.
Indicações de acordo com a temperatura da compressa:
Analisar o problema a ser tratado e escolher a temperatura ideal.
A Botica Caseira
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Compressa fria: Para tratamento de contusão, torção, dor
muscular, inchaço nas pernas, olhos e pele congestionados e
problemas inflamatórios gerais. Especialmente indicadas para
dores de cabeça de origem nevrálgica e dores reumáticas.
Compressa morna: Para acalmar peles irritadas e avermelhadas e
relaxar músculos doloridos.
Compressa quente: Para estimular a circulação do corpo e ajudar
na eliminação de toxinas pela pele. Especialmente indicadas para
combater processos inflamatórios, principalmente nas articulações
(artrite, gota etc) e doenças dos rins.
Como Fazer:
Preparar 500 ml de uma decocção, infusão ou tintura com as ervas
escolhidas, para fazer uma loção. Veja os capítulos neste livro que
ensinam como preparar decocção, infusão e tinturas.
Lavar bem as mãos e ensopar na loção um pano macio de algodão,
chumaços de algodão ou gaze.
Torcer para tirar o excesso de líquido.
Passar óleo mineral ou vegetal na área afetada para evitar que a
compressa grude e depois colocá-la, quente ou fria, sobre o local.
Sobre a compressa, colocar um outro pedaço de pano, seco,
melhor ainda se for um pedaço de flanela, para ajudar a manter a
umidade e a temperatura em equilíbrio.
Theresa Tullio
94
O tempo de aplicação deve ser de 5 a 20 minutos, dependendo da
atividade da planta utilizada e da gravidade do processo.
Durante o tempo de aplicação, voltar a ensopar o pano, algodão
ou gaze, torcer e recolocar sobre o local, e cobrir com o outro
pano. Umas 3 repetições são suficientes.
Se houver dores e inchaço, prender a compressa com fita adesiva
ou outra retenção e deixar agir por 30 minutos direto, com o outro
pano por cima.
Numa emergência, se tratar-se de urgência, pode ser usado o sumo
da planta embebido direto no pano ou no algodão.
Também se não tiver panos, algodão ou gaze para usar, molhar a
ponta de uma toalha e colocar no local afetado, cobrindo com a
outra ponta da toalha seca, para conservar o calor.
Deve ser preparado na hora da utilização.
Descartar o preparado após o uso.
A Botica Caseira
95
Alguns ingredientes utilizados em Compressas:
Açafrão-da-Terra (Curcuma longa) - Indicações:
Hematomas.
Alecrim (Rosmarinus officinalis) - Indicações: Prisão de
ventre ocasional.
Alecrim-Pimenta (Lippia sidoides) - Indicações: Sarna
infectada, ferimentos e acne.
Alfazema (Lavandula angustifolia) - Indicações: Eczemas e
pequenas queimaduras.
Aroeira (Myracrodruon urundeuva) - Indicações: Infecções
vaginais.
Manjericão (Ocimum basilicum) - Indicações: Mamilos
doloridos e rachaduras nos mamilos.
Mastruz (Dysphania ambrosioides) - Indicações:
Ferimentos na pele e irritação na pele.
Mentrasto (Ageratum conyzoides L.) - Indicações: Dores
localizadas, artrite e dores reumáticas.
Romãzeira (Punica granatum) - Indicações: Sapinhos.
Estas são apenas algumas sugestões a título de ilustração.
Lembramos que a proposta do livro "A Botica Caseira - Curso de
Manejo e Preparo de Ervas" é oferecer orientação técnica de
manipulação de vegetais em linguagem prática e acessível. As
propriedades das ervas e as indicações receitadas estão detalhadas
nos 6 livros da Enciclopédia AS ERVAS, que a venda deste Curso
se destina a financiar.
Theresa Tullio
96
BANHOS MEDICINAIS & VAPORIZAÇÕES
O que é Hidroterapia? Terapia – palavra grega que significa
“tratamento”; hidro – “água”; portanto hidroterapia significa:
tratamento através da água. A hidroterapia e os tratamentos
naturais são os métodos mais antigos utilizados pelos seres
humanos.
A água é elemento curativo por excelência. Para se compreender a
importância da água sobre a saúde do organismo, basta lembrar
que o corpo humano contém aproximadamente dois terços do seu
peso constituído de elemento líquido.
Os banhos são para uso externo, aplicados usando água pura ou
água misturada a preparações com ervas medicinais. Banhos
podem ser parciais ou de corpo inteiro, quentes, frios ou
alternados.
É importante nunca usar a prática de qualquer banho de estômago
cheio, logo após uma refeição. É recomendável guardar ao menos
um intervalo de 3 horas.
Conservação e Validade: Todos os banhos medicinais que utilizam
ervas devem ser preparados na hora da utilização e os restos não
utilizados devem ser descartados.
A Botica Caseira
97
Banho Terapêutico
Há várias maneiras de preparar e usar um Banho Terapêutico.
Pode-se usar despejo de caneco, chuveiro ou banheira, que é o
Banho de Imersão.
Preparo Básico:
Providenciar uma decocção ou infusão mais concentrada das
plantas escolhidas utilizando 1 parte de plantas para 4 partes de
água e deixar em infusão ou decocção por 20 a 40 minutos. (Veja
neste livro como preparar infusões e decocções).
Filtrar ou coar e misturar à água do banho em um recipiente para
derramar sobre o corpo ou misturar à água da banheira para o
banho de imersão.
O banho terapêutico pode ser frio ou quente.
O banho frio deve ser rápido, com duração máxima de 2 minutos,
e é indicado para baixar febres, acalmar o sistema nervoso e ativar
a circulação.
O banho quente deve ter a duração de 20 minutos.
A quantidade de água do banho tem que ser suficiente para cobrir
a parte afetada ou para banhá-la seguidamente. A parte afetada
deve permanecer em contato com o banho por cerca de 15
minutos.
Theresa Tullio
98
Variação 1:
Colocar as ervas em um saco de pano firme e deixar boiando na
água do banho. Essa variação dispensa a decocção ou infusão, mas
só pode ser usada em banho de imersão, na banheira.
Variação 2:
1º Passo - Corte um pedaço de tecido de algodão ou tule bem fino,
com 20 a 25 cm de diâmetro no formato circular.
2º Passo - Faça uma barra sem arrematar a extremidade. Passe por
ela um barbante. O Saquinho deve ficar com um formato
suficiente para envolver toda a base do seu chuveiro.
3º Passo – Coloque sais de banho, ervas aromáticas a pétalas de
flores da sua preferência e amarre bem firme no chuveiro de modo
que toda a água passe pelo saquinho.
Se optar por banho quente na banheira, é interessante (Salvo
contraindicações por conta do estado de saúde) depois do banho,
tomar uma rápida ducha de água fria, para fechar os poros.
O banho de imersão é especialmente indicado para combater
doenças artríticas e reumáticas.
A Botica Caseira
99
Alguns ingredientes utilizados em Banhos
Terapêuticos:
Alecrim (Rosmarinus officinalis) e/ou Manjericão
(Ocimum basilicum) - Indicações: Fortificar, cansaço,
fraqueza, disposição e revitalizar.
Alfavaca-Cravo (Ocimum gratissimum) - Indicações:
Gripe.
Camomila (Matricaria chamomilla) e/ou Erva-Doce
(Pimpinella anisum) e/ou Melissa (Melissa officinalis) e/ou
Capim-Limão (Cymbopogon citratus) - Indicações:
Estresse, insônia, ansiedade e acalmar.
Cenoura (Daucus carota) folhas - Indicações: Fraqueza e
desânimo.
Hortelã (Mentha piperita) - Indicações: Depressão,
revigorar e refrescar.
Estas são apenas algumas sugestões a título de ilustração.
Lembramos que a proposta do livro "A Botica Caseira - Curso de
Manejo e Preparo de Ervas" é oferecer orientação técnica de
manipulação de vegetais em linguagem prática e acessível. As
propriedades das ervas e as indicações receitadas estão detalhadas
nos 6 livros da Enciclopédia AS ERVAS, que a venda deste Livro
se destina a financiar.
Theresa Tullio
100
Banho Frio e Quente Alternado
Indicações: Reumatismo, problemas dos rins, bexiga, gripe, má
circulação do sangue, anemia, insônia, nervosismo, enxaqueca e
amenorreia.
Há 2 variações - Utilizar para corpo inteiro no chuveiro ou apenas
para as pernas em dois baldes grandes que comportem os pés
confortavelmente e as pernas até os joelhos.
No chuveiro:
O chuveiro deve ter capacidade para alternância de temperaturas.
Banhar o corpo na ducha fria por um minuto, depois alternar para
água quente por um minuto. Alternar minuto a minuto, frio e
quente. O primeiro e o último minutos devem ser na água fria.
Enxugar-se bem, vestir roupas confortáveis e evitar expor-se ao ar
livre ou correntes de ar após a terapêutica.
Com os baldes:
Para evitar acidentes com tropeços, esta opção deve ser usada com
a pessoa sentada.
Encher um balde com água bem fria.
Aquecer bem 2 litros de água ou mais - Dependerá da temperatura
climática local - e completar com mais água, enchendo o segundo
balde.
A Botica Caseira
101
Se considerar que a água quente pode amornar no decorrer da
terapêutica, manter ao lado uma chaleira com água quente para
renovar o aquecimento.
Sentar-se confortavelmente e colocar os dois pés no balde com
água bem fria por um minuto.
Logo em seguida, colocar os pés no balde com água bem quente.
Alternar minuto a minuto, frio e quente.
O primeiro e o último minutos devem ser na água fria.
Enxugar bem os pés e calçar meias de algodão logo em seguida.
O mínimo de duração dos Banhos Frio e Quente Alternados, seja
no chuveiro ou usando os baldes, é de 7 minutos, e o máximo 10
minutos.
Recomendações:
Mulheres durante a menstruação devem evitar principalmente o
banho alternado, pois pode ser abortivo ou pode interromper a
menstruação desregulando o ciclo.
Theresa Tullio
102
Banho de Imersão Para Pés
Terapêutica milenar e uma das mais eficazes, conhecidas e
utilizadas no mundo inteiro por sua simplicidade, é um método
relaxante que estimula a circulação sanguínea dos membros
inferiores, e alivia o estresse e o cansaço acumulado.
Pode ser quente, morno ou frio, não sendo via de regra usar água
quente.
De acordo com a Medicina Tradicional Chinesa (MTC), nos pés
estão cerca de 70 mil terminações ou pontos nervosos que estão
associados a todos os órgãos do corpo humano. A pressão e a
estimulação com água nesses pontos, causam um reflexo imediato
na parte física, e também no equilíbrio energético de todo o corpo.
Além disso, os pés são a base de sustentação do corpo e tratando-
os de maneira correta, é possível obter sensação de bem-estar e
benefícios para todo o organismo.
Indicações: Febres viróticas, gripes, resfriados, garganta, sinusite,
problemas de ouvido, acalmar, tirar as dores de pés cansados e
inchados, estimular a circulação, relaxar e descongestionar. Seu
efeito se propaga por todo o corpo, desbloqueando o excesso de
energia estagnada na cabeça, pescoço e ombros, liberando as
toxinas, relaxando e diminuindo o estresse, por isso, são indicados
nas dores de cabeça em geral, além de garantirem um ótimo sono.
Os músculos e a cabeça sentem alívio imediato, graças aos ativos
naturais dissolvidos na água, que promovem uma limpeza
energética, ao descarregar toda a tensão elétrica do corpo.
Imediatamente, os poros dilatam, a circulação é ativada e a mente
relaxa, numa agradável sensação de bem-estar.
A Botica Caseira
103
As variações:
Frios: São os chamados "Refresca Pés".
Colocar os pés numa bacia com água fria e os demais ingredientes
escolhidos, com líquido suficiente para cobri-los completamente
ou num balde com líquido até a altura da barriga da perna.
Mornos ou Quentes:
Colocar os pés numa bacia com água morna ou quente e os demais
ingredientes escolhidos, com líquido suficiente para cobri-los
completamente ou num balde com líquido até a altura da barriga
da perna.
Pode durar meia hora ou mais.
Ir acrescentando água morna ou quente para manter a
temperatura.
Com água bem quente, o popular "escalda-pés":
É especialmente indicado para aquecer os pés, para fazer suar,
sendo muito útil nos resfriados, gripes e febres de origem virótica.
Nesses casos, cobrir as pernas com manta ou cobertor, vedando a
saída do ar.
Theresa Tullio
104
Preparo Básico de Banho Para Pés Quente:
Adicionar um punhado das ervas escolhidas, lavadas e picadas a 1
litro de água fervente e abafar.
Colocar água morna no balde ou na bacia.
Coar a infusão e adicionar a esta água.
Colocar os pés e os tornozelos, desfrutando do calor penetrante
durante 20 minutos.
Procurar manter a água sempre morna.
Uma dica: Procure deixar uma chaleira com água quente próxima
para ir temperando a água e mantê-la na temperatura desejada
durante o banho de imersão.
Preparo Básico de Banho Para Pés Frio:
Macerar 1 xícara das ervas escolhidas, lavadas e picadas com um
pouco de sal grosso e um pouquinho de água em temperatura
ambiente formando uma pasta.
Colocar água na temperatura ambiente no balde ou na bacia e
acrescentar a pasta, mexendo bem para misturar.
Colocar os pés e os tornozelos, desfrutando durante 20 minutos.
Aprenda a preparar remédios caseiros com ervas
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Aprenda a preparar remédios caseiros com ervas

  • 1.
  • 2.
  • 3.
  • 4. A Botica Caseira Curso de Manejo e Preparo de Ervas
  • 5.
  • 6. Theresa Tullio A Botica Caseira Curso de Manejo e Preparo de Ervas
  • 7. Capa: Ativas and Criativas Agência Projeto Gráfico: Ativas and Criativas Agência Para Vila de Beroë Editora Copyright © 2017 Theresa Tullio Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução, no todo ou em parte, sem autorização prévia por escrito da autora ou seus representantes legais, sejam quais forem os meios empregados, com exceção das resenhas literárias, que podem reproduzir algumas partes do livro, desde que citada a fonte.
  • 8. Dedicatória & Agradecimentos Gratidão por tanta Fé e tanta Certeza! A Deus Aos Mentores Guias Mestres Protetores Conselheiros Às Mães Maria e Natureza
  • 9. À Meus pais Ilson e Penha, Irmãos Cris, Paulo e Marta E a caçula de coração Arlinda Bruna, Ilson Neto e Yasmin Luz, Orgulho e Doçura da vida da tia Joana minha Mãe-Dinda, Marcilene, minha querida laotong Márcia Henriques, Rafael e Alex Família de Coração Minha Outra Parte Meus avós, minha querida ancestral e meu anjo Aruãna E a cada pessoa que procura minhas orientações para ajustar o rumo de sua vida, continue a caminhar, caminhemos juntos...
  • 10. SUMÁRIO Apresentação ....................................................................... 11 Preciosos Conselhos Para Começar ................................ 14 Alertas Sobre Expressões E Referências ........................ 16 Toxicidade, Potência, Validade De Vegetais ................. 17 Sobre Receitas Para Olhos, Ouvidos E Nariz ............... 21 Teste Para Alergia .............................................................. 22 Fatores Importantes No Preparo E Manipulação De Herbais ................................................................................. 24 Esterilização De Frascos De Vidro ................................. 25 Rotular - Etiquetas Detalhadas São Uma Medida Necessária ............................................................................ 26 Medidas & Equivalências .................................................. 28 Seu Álbum Herbário E/Ou Fotográfico ........................ 31 O Melhor Horário Para Ingestão De Preparados Herbais ................................................................................................ 33 Reverência & Gratidão ...................................................... 36 Utensílios & Material ......................................................... 37 Chás, Infusões & Decocções ........................................... 44 Macerados ........................................................................... 54 Sumos & Sucos ................................................................... 57 Pós & Pílulas ....................................................................... 61
  • 11. Tinturas & Alcoolaturas .................................................... 67 Óleos .................................................................................... 74 Vinhos Medicinais & Garrafadas ..................................... 78 Xaropes Ou Lambedores .................................................. 84 Compressas ......................................................................... 92 Banhos Medicinais & Vaporizações ................................ 96 Unguentos & Pomadas ................................................... 124 Cataplasmas & Emplastos .............................................. 132 Travesseiros De Ervas & Almofadas Terapêuticas .... 141 Outras Práticas ................................................................. 151 Sobre Bochechos & Gargarejos ..................................... 152 Sobre Extratos .................................................................. 153 Sobre Loções .................................................................... 154 Sobre Melotes ................................................................... 154 Bibliografia, WebGrafia E Fontes de Consulta ........... 155 Conheça Alguns Livros De Theresa Tullio ................. 159 Sobre A Autora ................................................................ 162 Deusa Eir, A Curadora Silenciosa ................................. 163
  • 12. A Botica Caseira 11 APRESENTAÇÃO Botica era como chamava-se farmácia antigamente. O boticário ou apotecário foi por muito tempo e é até hoje, a única opção de medicina para vilarejos inteiros, longe dos grandes centros, em pleno século XXI. Estabelecimentos miúdos, escuros, misteriosos, de plantas secas penduradas e ajuntadas em todo canto, gavetinhas, potes gigantescos de vidro escuro, sacos de papel pardo e embrulhos em jornal velho. Mas ali se encontra elixir, veneno e unguento, ali tem pomada, confiança e alento. É lá que se manda o moleque às pressas à busca do que se precisa, pois ali se encontra o que se resolve e quem resolve. Unidos em disfarçadas confrarias às dindas, dindos, benzedeiras e benzedores em inusitadas mesas- redondas nas quais os pajés são sempre bem vindos convidados de honra. Hoje, mais e mais pessoas estão tomando coragem e "Fazendo O Caminho De Volta", trocando carreiras rentáveis e destaque no mundo corporativo por uma vida mais simples e mudando-se para localidades que nem sempre dispõe de rede hospitalar próxima, de filiais de grandes e sortidas drogarias.
  • 13. Theresa Tullio 12 As orientações de manejo e preparo de ervas deste livro não se destinam a formação profissional ou processos para fabricação de preparados terapêuticos em larga escala para fins comerciais e sim, para fins medicamentosos caseiros, para usar no lar, beneficiar a família e ajudar os vizinhos. Neste Curso foram incluídas apenas práticas que utilizam produtos naturais e também selecionadas as mais simples. As TÉCNICAS DE MANEJO E PREPARO não incluem instruções de plantio, jardinagem, colheita ou secagem, ou seja, as plantas nos capítulos são consideradas ingredientes prontos para o uso nas receitas. Minha intenção é incentivar que cada lar tenha seu jardim de ervas, sua horta terapêutica, do tamanho que couber, na área de serviço, num canto de sacada ou até na janela da cozinha. E quer seja sua escolha pelas ervas pura falta de opção assistencial, ou ainda necessidade de uma terapêutica mais natural e menos agressiva ao organismo, meu desejo é que este livro lhe seja útil. Que os boticários e suas alquímicas funções lhe inspirem no aprendizado proposto por esta despretensiosa obra. Bênçãos a ti, sua família e sua casa, Nos vemos no Caminho De Volta... TheresaTullio Março de 2017
  • 15. Theresa Tullio 14 PARA COMEÇAR, ALGUNS PRECIOSOS CONSELHOS BÁSICOS Evite o uso de plantas “da moda”. Duvide sempre das plantas tidas como milagrosas. Utilize aquelas plantas cujos efeitos são bem conhecidos. É importante identificar corretamente a doença a ser tratada, senão o tratamento pode ser inadequado e atrasar a procura de um serviço de saúde em casos em que seja necessário. A preparação da planta e as doses devem ser adequadas. Em caso de dúvida, procure um conhecedor que trabalhe com plantas. Prepare os medicamentos em vasilhas de louça, vidros, aço inox ou esmaltados, quando possível. Vasilhas de alumínio e ferro atrapalham o efeito do medicamento. Não adoce os chás nem com açúcar nem com adoçante, pois eles interferem na ação medicinal.
  • 16. A Botica Caseira 15 Procure usar os preparados por um período máximo entre 21 e 30 dias, intercalados por um período de descanso de 7 dias (há algumas exceções à essa regra). Evite o uso de plantas medicinais na gravidez, especialmente nos 3 primeiros meses, pois podem provocar aborto ou causar problemas ao bebê. As misturas de plantas devem ser evitadas ou restritas a pequeno número de espécies, no máximo três, pois podem trazer efeitos inesperados devido à interação entre seus constituintes. Saber sobre a doença, o tratamento e o preparo do remédio é muito importante. Quando não sabemos isso direito e não preparamos bem o remédio, o tratamento pode ser ineficaz ou mesmo fazer com que a pessoa piore. Nestes casos, as pessoas podem achar que o tratamento não funcionou porque o remédio era de plantas.
  • 17. Theresa Tullio 16 ALERTAS SOBRE EXPRESSÕES E REFERÊNCIAS O nome FITOPREPARADO é o melhor e o mais usado para se referir aos produtos herbais finalizados. Esse nome está substituindo os nomes “remédio caseiro” ou “remédio popular”, desde que o nome FITOTERÁPICO foi apossado pela indústria farmacêutica. Outro nome apossado: CURA. É perigoso você falar que curou alguém. Pelo código penal curar é direito do(a) médico(a). Não fale ou use curar, fale e use equilibrar ou harmonizar. Não fale ou use receita/receitar, fale e use indicação/indicar. Não fale ou use consulta, fale e use atendimento. Não fale ou use consultório, fale e use sala.
  • 18. A Botica Caseira 17 TOXICIDADE, POTÊNCIA, VALIDADE DE VEGETAIS Existem plantas medicinais de conhecimento popular que são tóxicas. Como está ocorrendo uma intensificação da procura e do uso dessas plantas, é importante alertar para os perigos que o seu uso indiscriminado pode acarretar. Antes de utilizar uma planta medicinal, é preciso procurar informações a respeito de suas indicações terapêuticas, dosagem, modo de usar e possíveis efeitos tóxicos. As intoxicações ocorrem quase sempre por causa do uso de quantidades excessivas de determinadas plantas, preparo, uso inadequado e, principalmente, por causa do uso de plantas com efeitos tóxicos. Como os prováveis efeitos tóxicos de muitas plantas ainda são ignorados, deve-se procurar utilizar aquelas cujos efeitos sejam bem conhecidos, usando-se dosagens moderadas e bem determinadas, evitando-se os excessos.
  • 19. Theresa Tullio 18 Na dúvida sobre o uso de uma planta, é aconselhável procurar a orientação de um profissional de saúde que trabalhe com plantas medicinais ou usar uma outra mais conhecida e que tenha os mesmos princípios terapêuticos. O uso pouco cuidadoso das plantas medicinais tem causado efeitos indesejados como intoxicações e mesmo a ausência da resposta medicamentosa esperada. Este mau uso se deve ao conhecimento insuficiente do assunto, a pouca informação ou mesmo à falsa ideia de que “se é natural”, se não fizer bem, mal não fará. Essa afirmação é totalmente errônea, pois todo medicamento quer seja de origem química ou natural possui efeitos positivos e também negativos ao organismo. O risco de intoxicação pelo uso de plantas é grande. Estas intoxicações normalmente ocorrem por causa de erros na identificação das espécies (uso de nomes populares), do uso de quantidades excessivas de determinadas plantas, do preparo e uso inadequados e, principalmente, por causa do uso de plantas com efeitos tóxicos. Determinadas plantas medicinais podem, ainda, provocar queimaduras na pele e algumas sofrem foto sensibilização quando expostas ao sol e podem provocar queimaduras. Os preparados de origem vegetal, na maioria das vezes, possuem uma dose terapêutica distante da dose tóxica, sendo o efeito tóxico atingido somente com grande consumo. Mas pode sim, haver perigo no uso de plantas medicinais, sem as devidas precauções, cuidados e orientação segura.
  • 20. A Botica Caseira 19 Atenção então! Plantas com efeito tóxico imediato, mesmo em pequenas doses podem causar intoxicação. Plantas com efeito tóxico retardado possuem substâncias químicas que provocam intoxicação quando ingeridas por tempo prolongado. Mesmo após suspender o uso da planta os sintomas de intoxicação podem ocorrer. Plantas mofadas e mal conservadas contém substâncias tóxicas produzidas por alguns fungos que podem causar câncer hepático. Plantas trocadas ou utilizadas erroneamente são um perigo, há principalmente inúmeras folhas na Natureza muito parecidas. Por isso é importante saber a procedência da indicação, ver realmente quem é o raizeiro ou quem é o vendedor das plantas medicinais. Uma planta quando corretamente cultivada, colhida e armazenada é mais potente. Mas com o tempo, as ervas também perdem a força e devem ser descartadas depois de 12 ou 15 meses, dependendo do tipo. Os preparados de plantas já prontos também não devem ser usados por tempo prolongado, acabam perdendo o efeito ou causando efeitos colaterais.
  • 21. Theresa Tullio 20 Ao preparar um remédio, certifique-se que esteja usando a parte certa da planta. As folhas, flores, caules e raízes de uma planta podem ter, cada um, propriedades diferentes. Portanto, cuidado para usar a parte correta da planta indicada na receita. Elabore os fitopreparados apenas com plantas conhecidas, consagradas ou validadas. Identifique com segurança as plantas ou tenha ajuda de quem conhece. Evite as novidades milagreiras. Somente após você conviver algum tempo é que terá suas próprias convicções.
  • 22. A Botica Caseira 21 SOBRE RECEITAS PARA OLHOS, OUVIDOS E NARIZ Em se tratando de remédio para uso tópico-interno de OLHOS, OUVIDOS E NARIZ, todo cuidado é pouco. Os tratamentos otorrinolaringológicos com aplicações internas como colírios, soluções nasais e remédios para ouvidos, mesmo naturais, não são ensinados neste guia. No livro "Curando Em Casa - Guia Prático de Terapêutica Complementar", que faz parte da Enciclopédia AS ERVAS, há várias receitas para tratamentos caseiros dos males dos olhos, ouvidos, nariz e garganta, mas restringindo-se a soluções de uso externo.
  • 23. Theresa Tullio 22 TESTE PARA ALERGIA Um processo alérgico pode ocorrer através do contato da pele com partes do vegetal ou pela ação do sumo de algumas plantas que tornam a pele sensível aos raios do sol. Pessoas que trabalham diretamente com certas plantas, ou o consumo prolongado, podem causar perturbações digestivas, urticária, rinite e enxaqueca. A pele de cada pessoa possui características diferentes, como cor, cheiro e textura. Além disso, cada uma apresenta uma sensibilidade única quando exposta a variadas substâncias. Assim, antes de utilizar qualquer ingrediente natural, é importante fazer um teste para verificar se a pessoa apresenta alergia a algum componente, seja ele uma folha, flor, semente, óleo essencial ou qualquer outro produto de origem natural. Não só testar a pessoa à qual será ministrado o preparado, mas também testar a pessoa que irá manipular a planta. Algumas substâncias podem provocar uma hipersensibilidade em certos tipos de pele e outras podem causar danos à pele se utilizadas concomitantemente com outras substâncias e/ou com a exposição solar. Por isso, valem o bom senso e o cuidado.
  • 24. A Botica Caseira 23 Para fazer um simples teste de reação alérgica: Junte uma colher de sopa de água fervente a uma colher de sopa do material bem esmagado, preferencialmente na forma de pó. Misture até formar uma pasta. Passe com espátula de madeira na parte de dentro do braço da pessoa, que é onde a pele é mais fina, e portanto, mais sensível. Se quiser, pode envolver com uma bandagem. Espere por alguns minutos e veja se ocorre alguma reação adversa, como vermelhidão, coceira ou irritação. Em caso positivo, não utilize mais a planta.
  • 25. Theresa Tullio 24 FATORES IMPORTANTES NO PREPARO E MANIPULAÇÃO DE HERBAIS Higiene do local onde se trabalha: Pia, balcões e mesas devem ser limpos antes e depois da atividade. O piso deve ser mantido limpo e seco. Paredes, armários e teto deve ser limpos com frequências para evitar acúmulo de poeiras e formação de teias de aranhas. Higiene dos equipamentos e utensílios: Limpar antes e depois do uso. Higiene pessoal: Lavar as mãos, escovar as unhas, procurar retirar anéis e relógio. Usar luvas, avental limpo e proteger os cabelos.
  • 26. A Botica Caseira 25 ESTERILIZAÇÃO DE FRASCOS DE VIDRO Todo frasco a ser utilizado para maceração e para armazenamento dos preparados herbais deve ser previamente esterilizado. A forma mais natural de esterilização é usar apenas água quente. Para esterilizar frascos de vidro em água quente: Você vai precisar de uma panela grande, bem limpa, dentro da qual os potes não encostem uns nos outros, e um pedaço de tecido de algodão também bem limpo, de preferência que nunca tenha sido usado. Forre o fundo da panela com o pano para os potes ficarem acomodados e sem atrito com o fundo na fervura. Disponha os potes sobre o pano, afastados um do outro e cubra-os completamente com água. Deixe ferver por 10 minutos. Espere esfriar um pouco, retire os potes com cuidado, coloque sobre outro pano limpo e seco e enxugue com toalhas de papel.
  • 27. Theresa Tullio 26 ROTULAR - ETIQUETAS DETALHADAS SÃO UMA MEDIDA NECESSÁRIA É necessário etiquetar todas as preparações que não sejam de uso imediato para evitar erros posteriores. Mesmo que o preparado esteja sendo feito para uso doméstico, a etiqueta ajuda a lembrar a composição, quando foi feito e quando irá vencer. Seguem modelos para etiquetas: ETIQUETA DE PRODUTO INTERMEDIÁRIO (Quando ainda está sendo feito) RESPONSÁVEL: PAULO DATA DO INÍCIO DA MACERAÇÃO: 01/12/2008 DATA DA FILTRAÇÃO: 16/12/2008 CONTEÚDO: AGUARDENTE DE CANA - 1 LITRO CARQUEJA SECA - 200 GRAMAS LOCAL DA COLETA: QUINTAL DO SEU JOAQUIM
  • 28. A Botica Caseira 27 ETIQUETA DE PRODUTO FINAL: Também podem aparecer na etiqueta observações como: USO EXTERNO OU INTERNO. CONSERVAR AO ABRIGO DA LUZ. NÃO DEIXAR AO ALCANCE DAS CRIANÇAS. TINTURA DE CARQUEJA NOME CIENTÍFICO: BACCHARIS TRIMERA PARTE DA PLANTA: FOLHAS INDICAÇÃO: DIGESTIVA LÍQUIDO EXTRATOR: VODKA RESPONSÁVEL: MARINA DATA DA MANIPULAÇÃO: 16/12/2008 VÁLIDA ATÉ: 16/12/2010 LOCAL DA COLETA: BEIRA DO MORRO, PRÓXIMO AO LAGO VOLUME: 1 LITRO POSOLOGIA: TOMAR DE 15 A 20 GOTAS NA HORA DO DESCONFORTO.
  • 29. Theresa Tullio 28 MEDIDAS & EQUIVALÊNCIAS "A Diferença Entre O Remédio E O Veneno Está Na Dose" Há muitas dúvidas ainda sobre o cálculo das doses das ervas e como usá-las. Se você consultar 100 livros e 100 sites na internet, encontrará pelo menos umas 20 listas de equivalências diferentes. Até o Instituto de Pesos e Medidas Nacional e a ANVISA, são citados como fontes de tabelas que variam de Estado para Estado no Brasil. Sempre que determinada receita pede medidas como xícaras e colheres, a tendência é pesarmos e medirmos os ingredientes empregando utensílios caseiros, pela facilidade de estarem à mão.
  • 30. A Botica Caseira 29 É preciso, no entanto, levar em conta que o tamanho das xícaras e das colheres varia bastante; consequentemente, não existe uma uniformidade. O correto é investir em conjuntos de medidores padronizados, para manipular ervas com o máximo de segurança. Mas, como nem sempre é possível ter o ideal à mão, não precisa deixar de usar os benefícios das ervas por causa disso. Seguem algumas equivalências para medidas de líquidos e sólidos utilizando colheres, copos, xícaras e até as mãos. Vale ressaltar que essas medidas são apenas uma média da diversidade imensa das plantas medicinais, podendo variar, dependendo do peso específico de cada planta. As medidas são aproximadas, não exatas, mas as margens para mais ou para menos não comprometem ou incorrem em riscos de super ou subdosagem. Todo sólido nestas medidas (gramas) corresponde a material triturado, não inteiro, seja seco ou fresco. Ao medir ingredientes secos em xícaras ou colheres, nunca os aperte, salvo se isso for solicitado na receita. Coloque os ingredientes nas medidas despejando-os delicadamente.
  • 31. Theresa Tullio 30 GOTAS: 20 gotas = 1ml UMA PITADA: Uma pitada é o tanto que se pode segurar de sólidos triturados entre as pontas de dois dedos. 1/2 colher de chá para sólidos secos triturados UM PUNHADO: Um punhado é o tanto que se pode pegar com uma mão e fechá-la. O que ficar na mão é o punhado. UMA COLHER DE CAFÉ = 2 ml e 0,5 a 1,0 g UMA COLHER DE CHÁ = 5 ml e 1,0 a 2,0 g UMA COLHER DE SOBREMESA = 10 ml e 2,0 a 3,0 g UMA COLHER DE SOPA = 15 ml e 5 a 10 g UM CÁLICE = 30 ml UMA XÍCARA DE CAFÉ = 50 ml UMA XÍCARA DE CHÁ = 150 a 200 ml
  • 32. A Botica Caseira 31 SEU ÁLBUM HERBÁRIO E/OU FOTOGRÁFICO Este álbum é uma pasta com sacos plásticos, contendo folhas brancas tamanho ofício, com plantas medicinais secas, onde devem ser anotadas as características e indicações de cada espécie. Serve para a identificação e informação das plantas que você habitualmente usar em seus preparos. Como se faz? O álbum ajuda a lembrar a aparência e o uso da planta, assim, devem-se colher as partes mais importantes para o reconhecimento e caracterização das mesmas. Se forem pequenas, recolhe-se a planta inteira. Para plantas maiores usar as folhas ou ramos inteiros e se possível, incluir flores, frutos e sementes. Escolher plantas sadias e bem desenvolvidas. Logo depois de colhidas as plantas devem ser prensadas.
  • 33. Theresa Tullio 32 Para prensar: A prensa pode ser feita com duas tábuas, que devem ser bem planas, retinhas e lisinhas, ou pequenos estrados de ripas de madeira. Coloca-se a planta esticada entre duas folhas de jornal e depois entre as duas tábuas, com um peso em cima ou amarradas. Depois de alguns dias a planta estará seca. A planta seca é pregada em uma folha de ofício, com as características e indicações escritas embaixo e colocada no seu Álbum Herbário, dentro de um dos sacos plásticos. Frutas e sementes podem ser agrupadas em saquinhos de plástico, com rótulo, e colocadas dentro de um saco plástico na pasta do seu Álbum. Pode-se fazer apenas um Álbum Fotográfico das plantas medicinais, para substituir o álbum Herbário. Esta opção tem como vantagens, a maior facilidade e rapidez para a sua elaboração, atendendo muito bem às pessoas que não elaboram trabalhos científicos, mas apenas produzem ou coletam plantas para o uso medicinal. Você também pode juntar as duas opções, coletando e registrando algumas plantas da forma tradicional aqui ensinada, e outros de forma fotográfica apenas. O importante é montar uma fonte de consulta confiável.
  • 34. A Botica Caseira 33 O MELHOR HORÁRIO PARA INGESTÃO DE PREPARADOS HERBAIS Geralmente, o horário em que se toma o preparado fitoterápico é muito importante para a cura ou efeitos desejados. Assim tem-se as seguintes regras gerais: Antiácidos: Meia hora antes das refeições principais. Antifermentativos: Após as refeições. Antireumáticos (Preparações para cura de reumatismo): Meia hora antes do desjejum ou café da manhã e/ou duas horas antes ou depois das refeições principais. Antitussígenos (Preparados contra tosse): Meia hora antes do desjejum ou café da manhã e/ou duas horas antes ou depois das refeições principais. Aperientes (Estimulantes do apetite): De 30 a 40 minutos antes das principais refeições. Calmantes: Duas horas antes ou depois das refeições principais, de preferência após.
  • 35. Theresa Tullio 34 Carminativos (Anti-gases): Logo após as refeições principais. Depurativos de toxinas e resíduos (Purificantes do organismo): Meia hora antes do desjejum ou café da manhã e/ou duas horas antes ou depois das refeições principais. Digestivos: Logo após as refeições principais. Diuréticos (Estimulantes de eliminação de urina): Meia hora antes do desjejum ou café da manhã e/ou duas horas antes ou depois das refeições principais. Emenagogos (Estimulantes do fluxo menstrual): Meia hora antes do desjejum ou café da manhã e/ou duas horas antes ou depois das refeições principais. Expectorantes: Meia hora antes do desjejum ou café da manhã e/ou duas horas antes ou depois das refeições principais. Febrífugos - Antifebris (Preparados contra febre): Meia hora antes do desjejum ou café da manhã e/ou duas horas antes ou depois das refeições principais. Hepatoprotetores (Protetores do fígado): Antes das refeições principais e/ou antes de deitar. Laxantes - Laxativos: Meia hora antes do desjejum ou café da manhã e/ou entre as refeições e/ou antes de deitar.
  • 36. A Botica Caseira 35 Neurotônicos (Revigorantes ou equilibradores dos nervos): Duas horas antes ou depois das refeições principais. Tônicos: Meia hora antes do desjejum ou café da manhã e/ou duas horas antes ou depois das refeições principais. Vermífugos (Eliminadores de vermes intestinais): Meia hora antes do desjejum ou café da manhã e/ou duas horas antes ou depois das refeições principais.
  • 37. Theresa Tullio 36 REVERÊNCIA & GRATIDÃO Sempre que iniciar seus trabalhos, tenha antes o momento de reverenciar. Peça licença à planta antes de retirar folhas, raízes e cascas. Faça sua oração antes de começar a fazer o fitopreparado. Mantenha sua serenidade pensando apenas no bem que você está praticando. Agradeça à Natureza Mãe. Dê graças por este momento e ofereça seu trabalho ao Criador, à Humanidade, ao Universo. Irradie Amor e Respeito pelos males e padecimentos de quem usará o preparado. Você estará doando e recebendo as vibrações mais positivas e saudáveis.
  • 38. A Botica Caseira 37 UTENSÍLIOS & MATERIAL 1. Reserve com carinho espaços separados em armários, prateleiras ou gavetas para seus utensílios, materiais e ingredientes. Mesmo que você use ingredientes como canela, manjericão e gengibre em pó na sua culinária do dia a dia; a canela, o manjericão e o gengibre usados no preparo terapêutico devem ser estocados separados. Não é proibido à cozinha de casa pegar um ingrediente emprestado de vez em quando e vice versa, mas guarde separado. O mesmo vale para os utensílios. 2. Sempre que houver possibilidade, use vidro. Dê preferência a utensílios e materiais de vidro, louça, barro, madeira, palha, bambu, cerâmica, algodão. Não use utensílios de alumínio, sejam panelas, frigideiras ou recipientes para armazenagem, no preparo de qualquer alimento ou remédio. Quando a água ou o alimento entram em contato com o alumínio, sofrem mudança química e absorvem minúsculas partículas desse metal, que se acumula no fígado, baço e rins. Ferro e inox também não são as mais indicadas.
  • 39. Theresa Tullio 38 Esta lista é bem básica e genérica. Apesar da praticidade e conforto oferecidos pelos aparelhos elétricos, leve em conta ter opções de instrumentos manuais para o caso de precisar preparar uma receita em um momento de falta de energia elétrica. Por exemplo, você pode ter um espremedor elétrico, mas não deixe de ter à mão o espremedor manual. Conforme sua familiaridade nos preparos, sinta-se à vontade para investir em materiais para sua botica caseira, e fique à vontade também se já tiver o hábito de usar certos materiais, como utensílios de silicone, por exemplo, tão em voga. Então, vamos à lista. Você vai manusear, é recomendável que disponha de: Luvas de látex. Mesmo que more longe da cidade, vale a pena adquirir caixas de luvas, são baratas, vêm com muitas unidades e o prazo de validade é bem grande. Aproveite e providencie também avental de cor clara e lenços para a cabeça, que deverão ser usados apenas para seus trabalhos de botica.
  • 40. A Botica Caseira 39 Para medir: Balança de precisão para cozinha capacidade até 1 kg Jarra de vidro com medidor em ml Jogo de colheres de medidas (Hoje já existem colheres de medidas com mostradores digitais de peso) Jogo de medidas em xícaras Você vai cortar, triturar, moer, picar. Precisará de: Facas inox de diversos tamanhos e utilidades Tábuas de corte Pilão e almofariz - Pode providenciar mais de um conjunto, de acordo com suas necessidades - para preparo de pomadas, pós e sumos. Liquidificador Espremedor de frutas manual e/ou elétrico Moedor manual Martelo ou socador de madeira para reduzir argila para cataplasmas a pó Para levar ao fogo: Chaleira para ferver água Bule com tampa para infusão de ervas Panela pequena ou média para preparo de pomadas e unguentos Panela grande para preparo de óleos Panela para preparo de xaropes Panela grande com tampa para banho-maria, que acomode as panelas usadas para os preparos
  • 41. Theresa Tullio 40 Para mexer e misturar, providencie: Espátulas resistentes ao fogo e de cabo longo Colheres de cabo longo resistentes ao fogo Conchas pequenina e grande Utensílios e materiais para usos diversos: Tigelas de vidro ou louça refratária de diversos tamanhos Jarro resistente de vidro refratário para preparo de óleos Bacias de ágata de 3 tamanhos Panos de algodão, chumaços de algodão ou gaze para compressas, cataplasmas e emplastos Canecos e jarros de diversos tamanhos Retalhos de tecido de algodão. Panos de algodão têm mil e uma utilidades em uma botica caseira. Dois baldes grandes que comportem os pés confortavelmente e as pernas até os joelhos para banhos alternados frio-quente. Bacia grande para aplicação de banhos de imersão para pés e para banhos de assento. Um banquinho para aplicação de banho vital ou semicúpio. Funil para auxílio de colocação de líquidos em frascos Sacos de papel para colocar os frascos no processo de maceração dos vinhos medicinais e garrafadas Etiquetas adesivas de papel de diversos tamanhos para rotulagem. Retalhos de tecidos 100% algodão, mas que não sejam grossos, para confecção de bolsas térmicas ecológicas, travesseiros e almofadas de ervas. Se desejar, pode usar TNT, mas lembre-se que TNT não é algodão.
  • 42. A Botica Caseira 41 Fibra sintética de enchimento de almofadas, também chamada de fibra siliconada, para os travesseiros. Linhas de algodão de boa qualidade e agulhas. Tesouras de diversos tamanhos Pinças e pegadores de diversos tamanhos Lente de aumento Espátulas de madeira descartáveis - Podem ser do tipo abaixa língua, usadas por dentistas Na hora de coar, peneirar e filtrar, tenha à mão: Coadores de papel para diversas utilidades Tecidos de algodão ou coadores de pano para filtrar infusões de ervas Coadores de pano de tecido fino ou tecidos de algodão para coar sucos e sumos Peneira para coar sucos e sumos Peneira fina ou tecidos de algodão para usar no preparo de pós e peneirar argila para cataplasmas Tecidos de algodão para coar vinhos medicinais Tecido de algodão para filtragem de óleos Peneira para filtragem de óleos Porta filtro como os de café para colocar coadores de papel dentro
  • 43. Theresa Tullio 42 Você vai usar para guardar na maceração e para armazenagem: Ao escolher frascos e potes para armazenagem, calcule corretamente o tamanho que usará e a quantidade necessária. Tenha em conta que os recipientes devem ser cheios até a borda e as tampas devem fechar bem. Bem cheios para evitar que o ar dentro deles acelere a deterioração dos produtos, e bem tampados, para evitar a entrada de ar, umidade e micróbios que aos poucos degradam o produto também. Os frascos dependem dos produtos que você venha a preparar. Não há necessidade de estocar frascos em casa, hoje ninguém tem mais espaço em casa para fazer estoques pensando em algo que um dia possa precisar. Dê uma olhada nos capítulos, nas receitas, veja primeiro o que lhe interessa e que possa ser útil à seu lar e providencie os frascos. As quantidades também vão depender de suas necessidades, mas, basicamente: Para a maceração de vinhos medicinais, garrafadas, tinturas e alcoolaturas, são necessários frascos de vidro escuro com tampa. Para armazenar garrafadas e vinhos medicinais: Recomenda-se, se possível, utilizar as próprias garrafas de vidro das bebidas utilizadas no preparo, ou frascos de vidro escuro com tampa.
  • 44. A Botica Caseira 43 Para armazenar óleos e xaropes: Frascos de vidro escuro com tampa. Para óleos a tampa pode ser de rosquear, para xaropes, é melhor tampar com rolhas de cortiça, pois xaropes têm propensão a fermentar e explodir se vedados com tampas de enroscar. Para argila para cataplasmas: Guardar em recipiente de barro, de vidro, madeira ou bambu; jamais utilizar recipientes plásticos ou de metal. Para pomadas e unguentos: Você pode comprar potes plásticos ou de vidro, com tampa. É só procurar potes para cremes. Para pós: Frascos de vidro com tampa de rosquear ou cápsulas gelatinosas vazias. Há cápsulas de diversos tamanhos. O tamanho mais utilizado é o 00, que comporta em torno de 500 a 600 mg de pó. Se tiver intenção de encapsular uma grande quantidade de pó, vale a pena comprar uma encapsuladora manual, que facilita a tarefa, encapsulando até 100 cápsulas por vez, dependendo do modelo. Ela pode ser adquirida nos mesmos locais onde você comprar as cápsulas gelatinosas.
  • 45. Theresa Tullio 44 CHÁS, INFUSÕES & DECOCÇÕES Os Chás. Na verdade, AS TISANAS. Ensinar a fazer um chá pode parecer ridículo e até ofensivo, porque é lógico que qualquer pessoa pode fazer uma bebida com água quente e um punhado de ervas frescas ou secas. Mas, como estamos falando de chás que serão tomados para curar alguma coisa ou pelo menos aliviar alguma dor, certas regras básicas deverão ser seguidas, como os cuidados com o recipiente, que deve ser de vidro ou porcelana, e com a água, que deve ser pelo menos filtrada para diminuir um pouco a quantidade de produtos químicos adquiridos no tratamento. Para começar... Vem no saquinho, mergulhou na água quente é chá ... Não é bem assim. Não que isso faça a mínima diferença no uso, seja para beleza, terapêutica ou para relaxar e aquecer, mas sempre vale a pena aprender mais um pouquinho. Apenas para ilustrar, visto que continuaremos a chamar tisana de chá como sempre fizemos e como sempre fizeram nossos pais e avós, mas vale o esclarecimento: Qualquer preparado utilizando água quente e plantas, seja folha, flor, raiz, casca ou fruto, É UMA TISANA, e a única tisana QUE PODE SER CHAMADA DE CHÁ é aquela que utiliza as folhas da Camellia Sinensis, da qual se originam os chás pretos, verdes e oolongs (o verde azulado oriental), O RESTO É SÓ TISANA mesmo, não é chá.
  • 46. A Botica Caseira 45 Recomendações, Dicas e Cuidados Importantes: Não adoce com açúcar. Use mel na menor quantidade possível e, na falta dele, açúcar mascavo. Deixe o organismo acostumar-se, tomando mais fraco no primeiro dia e aumentando a dose nos dias subsequentes. Após três semanas, o organismo vai responder cada vez menos. É recomendável substituir a planta ou erva por uma outra, com as mesmas propriedades. Não ingerir qualquer preparado de planta em forma de chá por mais de 24 horas depois de pronto, pois as plantas entram em fermentação, causando problemas gástricos e intestinais. Preparar cada dia o tanto que vai ser ingerido naquele dia. É bom tomar tisanas em jejum, ao meio-dia, ao pôr do sol e ao deitar. Em média três xícaras por dia. Mas depende do efeito terapêutico que se procura com as ervas. Procure neste livro o capítulo “O MELHOR HORÁRIO PARA INGESTÃO DE PREPARADOS HERBAIS”. Qualquer tisana pode ser ingerida ainda quente, morna ou fria. As pessoas doentes devem tomar mornas ou quentes, pois aquecidos, os preparados de plantas fazem efeito mais rápido. Não jogar fora a erva utilizada! Se houver necessidade de usar mais do preparado em forma de chá no dia corrente, quando o material pronto estiver acabando, verta mais água quente sobre os vegetais. Essa segunda infusão dá o verdadeiro sabor da planta e você faz duas porções com a mesma erva.
  • 47. Theresa Tullio 46 Depois de utilizado, deixe a erva esfriar e coloque nos seus vasos. É um excelente adubo! O primeiro cuidado é com a higiene do fruto ou erva a ser usada. Lavar durante alguns minutos em água corrente para que resíduos agrotóxicos que se acumulam nas superfícies possam ser removidos. Retirar também as partes queimadas ou velhas das folhas, deixando-as o mais perto possível do natural. Evitar o preparo em vasilha de alumínio, ferro ou teflon. Só use se não houver outra opção. Dê preferência a recipientes de vidro refratário, ágata ou barro. Doses sugeridas - Cada dose 3 vezes ao dia. Adultos: 1 xícara de chá Crianças: ½ xícara de chá Bebês: 1 colher de chá Indicações de uso por temperatura: Quente: Para resfriados, gripes e bronquite. Frio: Para problemas digestivos, problemas do estômago, diarreia e indigestão. Morno: Para problemas do sistema nervoso, como insônias e calmante.
  • 48. A Botica Caseira 47 Decocção Este método é um dos mais usados no Brasil. A erva vai para o fogo junto com a água. Trata-se de um método mais profundo de extração que a infusão. A planta permanece por um tempo mais prolongado em contato com o líquido extrator em ebulição. Esta forma é mais recomendável para as sementes, cascas grossas, raízes e talos, principalmente de plantas das quais não se conta com as propriedades aromáticas para a terapêutica. Os orientais utilizam além da água, opções como água de arroz ou vinho de arroz. Mas no Ocidente a água pura é mais utilizada. Como Fazer: Quantidade: Para simplificar, calcular 1 parte de planta seca ou 2 partes de planta fresca para cada 15 partes de água. Lavar as partes da planta durante alguns minutos em água corrente para que resíduos agrotóxicos que se acumulam nas superfícies possam ser removidos. Retirar também as partes queimadas ou velhas, deixando-as o mais perto possível do natural. Evitar o preparo em vasilha de alumínio, inox, ferro ou teflon. Só use se não houver outra opção. Dê preferência a recipientes de vidro refratário ou ágata. A casca, semente ou raiz deve ser cortada em pequenos pedaços ou esmagada antes de juntar à água.
  • 49. Theresa Tullio 48 Juntar água e levar ao fogo. Deixar ferver por uns minutos em fogo alto até que a água fervente retire mais profundamente os princípios ativos das plantas. Em geral, quando não há indicação de tempo, 5 minutos depois da água entrar em ebulição já pode apagar o fogo. É mais ou menos o tempo do líquido se reduzir cerca de um terço da quantidade inicial. Começar a contar o tempo só a partir da fervura. Se desejar ser mais específico, deixar 5 minutos para raízes e caules e 10 minutos para a planta inteira. Retirar do fogo, tampar e abafar por 5 a 10 minutos colocando um pano para não escapar o vapor (se na receita não houver outra recomendação) antes de usar. Durante este tempo, de vez em quando, movimentar o recipiente delicadamente para misturar o conteúdo. Filtrar após o repouso em peneira fina ou filtro de papel ou pano. Conservação: Guardar no refrigerador ou em local fresco durante 24 horas no máximo. Utilizar no mesmo dia do preparo ou pelo menos, dentro das 24hs seguintes.
  • 50. A Botica Caseira 49 Infusão Preparação utilizada para plantas medicinais ricas em componentes voláteis, aromas delicados e princípios ativos que se degradam pela ação combinada da água e do calor prolongado, como por exemplo alecrim, hortelã, sálvia, melissa, camomila, capim-limão, erva-cidreira, erva-doce e losna, plantas que possuem cheiro característico. Esta forma é mais recomendável para folhas, flores e também cascas finas. As infusões são uma boa opção quando o material vegetal é facilmente penetrado pela água e as suas substâncias se dissolvem rapidamente em água quente. Além de fornecer as substâncias terapêuticas, hidratam o organismo, estimulam a eliminação de substâncias tóxicas, favorecem o controle da temperatura do corpo e auxiliam a digestão. Neste método, a água bem quente é adicionada à erva e esta não vai ao fogo. Algumas vezes para se obter uma infusão, pode utilizar-se, ao invés de água, vinho, vinagre, álcool ou leite. Mas a água pura é o líquido mais usado mesmo.
  • 51. Theresa Tullio 50 Como Fazer: Quantidade: Para simplificar, calcular 1 parte de planta seca ou 2 partes de planta fresca para cada 20 partes de água. Por água para ferver e logo que entrar em ebulição, apagar o fogo e despejar a água fervendo sobre as ervas em um recipiente. Tampar e abafar por 10 minutos colocando um pano para não escapar o vapor (se na receita não houver outra recomendação) antes de usar. Durante este tempo, de vez em quando, movimentar o recipiente delicadamente para misturar o conteúdo. Filtrar após o repouso em peneira fina ou filtro de papel ou pano. As receitas que sugerem o preparo do chá em pequena quantidade (1 ou 2 xícaras), devem ser tomadas de imediato e não é recomendável guardar a sobra, já que podem perder suas propriedades com o tempo. Já naqueles casos onde a quantidade de água sugerida é maior (1 ou 2 litros, por exemplo), o chá pode ser guardado na geladeira ou em outro local fresco. Conservação: Guardar no refrigerador ou em local fresco durante 24 horas no máximo. Utilizar no mesmo dia do preparo ou pelo menos, dentro das 24hs seguintes.
  • 52. A Botica Caseira 51 Serenado O serenado é um processo de extração de princípios ativos muito demorado, no qual a água não vai ao fogo e é chamado assim porque se põe algo a serenar quando deixamos a noite toda ao relento para pegar sereno e absorver o ar da noite. Mas também se aplica simplesmente deixando pronto de um dia para o outro para só consumir na manhã seguinte. É utilizado para plantas que possuem grande quantidade de princípios voláteis que podem evaporar se utilizarmos o calor, como por exemplo, o alho. Todo serenado deve ser preparado em dose única de um só copo ou uma só xícara. Como Fazer: É muito simples. Colocar em um copo ou xícara o ingrediente recomendado na receita, completar com água fria, tampar e deixar descansar a noite toda em local fresco. Não colocar na geladeira. Não amassar ou socar, não triturar, apenas deixar de molho. Quando o vegetal é triturado e/ou amassado e deixado de molho na água fria, é chamado de Maceração. Ver no capítulo com este título o modo de preparo. Utilizar a quantidade toda de uma vez, em dose única, na manhã seguinte e em jejum - salvo se na receita houver outra orientação.
  • 53. Theresa Tullio 52 Alguns ingredientes utilizados nas Tisanas, sob decocção ou infusão. À exceção do alho, que deve ser usado no processo serenado e tomado no dia seguinte: Agrião (Nasturtium officinalis) - Indicações: Tosse, gripe, catarro no peito, anti-inflamatório das vias respiratórias, muito indicado nas bronquites crônicas e anemias. Alecrim (Rosmarinus officinalis) e/ou Gengibre (Zingiber officinale) e/ou Mentrasto (Ageratum conyzoides L) - Indicações: Dores localizadas, artrite e dores reumáticas. Alecrim (Rosmarinus officinalis) e/ou Manjericão (Ocimum basilicum) - Indicações: Fortificar, cansaço, fraqueza, disposição e revitalizar. Alfavaca-Cravo (Ocimum gratissimum) - Indicações: Gripe. Alho (Allium sativum) - Indicações: colesterol alto, expectorante, antisséptico, aumenta a imunidade e alivia problemas circulatórios. Angico (Anadenanthera macrocarpa) - Indicações: Tosse, gripe e catarro no peito. Avenca (Adiantum capillus-veneris) - Indicações: Tosse, rouquidão e inflamação na garganta. Carqueja (Baccharis genistelloides) - Indicações: Indigestão, equilibrar funções hepáticas. Camomila (Matricaria chamomilla) e/ou Erva-Doce (Pimpinella anisum) e/ou Melissa (Melissa officinalis) e/ou Capim-Limão (Cymbopogon citratus) - Indicações: Estresse, insônia, ansiedade e acalmar.
  • 54. A Botica Caseira 53 Cenoura (Daucus carota) folhas - Indicações: Fraqueza e desânimo. Eucalipto (Eucalyptus globulus) - Indicações: Apatia, insônia, sintomas congestionantes de gripes e resfriados. Gengibre (Zingiber officinale) - Indicações: Sinusite, Gripe. Guaco (Mikania glomerata) e Assa-peixe (Vernonia polyanthes) - Indicações: Tosse, gripe, bronquite, catarro no peito. Hortelã (Mentha piperita) - Indicações: Congestão nasal e coriza, depressão, revigorar e refrescar. Estas são apenas algumas sugestões a título de ilustração. Lembramos que a proposta do livro "A Botica Caseira - Curso de Manejo e Preparo de Ervas" é oferecer orientação técnica de manipulação de vegetais em linguagem prática e acessível. As propriedades das ervas e as indicações receitadas estão detalhadas nos 6 livros da Enciclopédia AS ERVAS, que a venda deste Curso se destina a financiar.
  • 55. Theresa Tullio 54 MACERADOS Também chamada de chá macerado ou infusão fria, o objetivo da maceração é amolecer a planta na água fria, como outros métodos conseguem utilizando a água quente. A parte escolhida da planta fica de molho em água fria como diluente, que extrai lentamente os conteúdos solúveis e principalmente os aromáticos porque amolece a planta. A vantagem deste método é que os sais minerais e as vitaminas da ervas são aproveitadas ao máximo. A maceração é mais indicada para as plantas frescas e é a base herbal das garrafadas, vinhos e óleos medicinais, que em seu preparo utilizam outros diluentes como óleos ou vinhos no lugar da água fria, também com molhos por prazos mais prolongados que a maceração. Como Fazer: Limpar bem, picar miúdo e/ou amassar a parte escolhida da erva escolhida.
  • 56. A Botica Caseira 55 Por de molho na água fria, mineral ou previamente fervida e filtrada, em recipiente de vidro, na proporção de 1 parte de vegetal para 6 partes de água. O tempo do molho varia de acordo com o material: 10 horas para as folhas, sementes moles e flores 12 horas para raízes, talos e cascas 24 horas para itens bem duros Não misturar partes moles e duras da planta, para conseguir extrair as propriedades ativas no tempo certo. O recipiente deve permanecer em lugar fresco, protegido da luz solar direta. Agitar suavemente o recipiente periodicamente. Também pode-se auxiliar a retirada das essências usando pilão de vez em quando, durante o molho. Findo o tempo previsto, coar em peneira bem fina ou filtrar o líquido em coador de papel Após haver coado ou filtrado o líquido, deve-se espremer o resíduo no coador ou na tela da peneira para extrair o máximo de material. Pode acrescentar uma quantidade a mais de água, se achar necessário para obter um volume final desejado. Guardar em recipiente de vidro com tampa, limpo e esterilizado, em local fresco e seco, abrigado da luz solar e da umidade.
  • 57. Theresa Tullio 56 Pode ingerir, começar a usar logo em seguida ao tempo de repouso e filtragem. Preparar quantidade suficiente para uso em até 24hs no máximo. Após 24hs o material restante deve ser descartado. Importante: Plantas com possibilidade de fermentação não devem ser preparadas desta forma. Posologia: 1 cálice, copinho de cafezinho ou 2 colheres de sopa, aproximadamente 30 ml, por 3 vezes ao dia. Alguns ingredientes utilizados nos Macerados: Ameixa (Prunus salicina) - Indicações: Prisão de Ventre Arruda (Ruta graveolens) - Indicações: Menstruação escassa Boldo (Peumus boldus) - Indicações: Ressaca, indigestão e crises de fígado Malva Santa (Plectranthus barbatus) - Indicações: Azia Estas são apenas algumas sugestões a título de ilustração. Lembramos que a proposta do livro "A Botica Caseira - Curso de Manejo e Preparo de Ervas" é oferecer orientação técnica de manipulação de vegetais em linguagem prática e acessível. As propriedades das ervas e as indicações receitadas estão detalhadas nos 6 livros da Enciclopédia AS ERVAS, que a venda deste Curso se destina a financiar.
  • 58. A Botica Caseira 57 SUMOS & SUCOS Sumos e sucos são líquidos obtidos pelo simples escoamento, quando se espremem os frutos, as folhas ou o caule, de preferência com a planta fresca, espremida e/ou esmagada e filtrada em seguida. O suco pode ser obtido espremendo-se as partes das plantas. Sucos hidratam, alimentam, refrescam e são muito saborosos. O sumo pode ser obtido triturando-se a planta fresca. Os sumos têm a vantagem de conter os constituintes ativos sem os degradar. Como fazer: Sumo de planta fresca Cortar a planta fresca em pedaços pequenos e triturar grosseiro num pilão ou máquina de moer. Quando a planta possuir pequena quantidade de líquido, deve-se acrescentar um pouco de água e triturar novamente após uma hora de repouso. Recolher então o líquido liberado, espremendo e coletando o líquido, filtrando-o em pano fino e usar em seguida.
  • 59. Theresa Tullio 58 Sumo de planta seca Obter pó limpo e seco da planta (Veja neste livro o capítulo com as orientações para fazer pó). Adicionar água, 1 parte de água para 1 parte da planta Deixar em maceração, de molho, por 24 horas em recipiente de vidro Espremer e coletar o líquido, filtrando-o em pano fino e usar em seguida. Posologia para sumos: 1 colher de sopa, 2 ou 3 vezes ao dia Suco Triturar/liquidificar a planta ou fruto fresco Adicionar um pouco de água, se ficar muito grosso Deixar descansar por 5 minutos Coar em peneira ou usar filtro, adoçar se desejar e ingerir em seguida.
  • 60. A Botica Caseira 59 Recomendações: Todos os sucos e sumos devem ser preparados na hora do consumo. O pilão, espremedor ou moedor, assim como coadores, filtros e peneiras devem estar bem limpos antes de usar. Alguns ingredientes utilizados em sumos: Batata-inglesa (Solanum tuberosum) tubérculos - Indicações: Acidez no estômago. Courama-branca (Kalanchoe brasiliensis) folhas - Indicações: Inflamações no ovário e no útero. Hortelã rasteira (Mentha villosa) folhas - Indicações: Giardíase e amebíase. Alguns frutos utilizados em sucos: Abacaxi (Ananás sativus) - Indicações: Prisão de ventre eventual, anemia, problema da próstata, uretrite, artrite, excesso de líquido no organismo. Acerola (Malpighia glabra) - Indicações: Excesso de ácido úrico, excesso de líquido no organismo, problemas pulmonares, tuberculose, reumatismo, problemas na vesícula, afecção hepática, para evitar o sangramento das gengivas, fadiga, estresse, fraqueza das veias, para prevenir a anemia, ação antioxidante, antiradical livre.
  • 61. Theresa Tullio 60 Goiaba (Psidium guajava) - Indicações: Tuberculose, úlcera gástrica, gripe, excesso de ácido úrico, excesso de líquido no organismo, melhorar o funcionamento do intestino, prevenir a hipertrofia benigna da próstata. Laranja (Citrus aurantium) - Indicações: Gripe, para estimular o apetite, ação depurativa, auxiliar da digestão, ação diurética, para prevenir doenças degenerativas por falta de vitamina C, ajudar a assimilação do cálcio, inibir a produção de colesterol, reumatismo, excesso de ácido úrico, cálculo renal, prisão de ventre eventual. Limão (Citrus limonum) - Indicações: Ação desintoxicante, para aumentar as defesas do organismo, inibir enzimas dos tumores, ação antioxidante, gripe, cistite, ação depurativa, para combater as infecções, estimular os rins, ação diurética. Manga (Mangifera indica) - Indicações: Anemia, auxiliar no trabalho do intestino, ação diurética, ação laxativa, para estimular a lactação. Estas são apenas algumas sugestões a título de ilustração. Lembramos que a proposta do livro "A Botica Caseira - Curso de Manejo e Preparo de Ervas" é oferecer orientação técnica de manipulação de vegetais em linguagem prática e acessível. As propriedades das ervas e as indicações receitadas estão detalhadas nos 6 livros da Enciclopédia AS ERVAS, que a venda deste Curso se destina a financiar.
  • 62. A Botica Caseira 61 PÓS & PÍLULAS Pó Pó é a planta desidratada e triturada. As partes das plantas, principalmente as folhas, são secas e depois trituradas, peneiradas, e o pó originário deve ser guardado em embalagem bem fechada e em local escuro, podendo servir para se extrair dele outros subprodutos ou fazer seu encapsulamento para uso direto. O encapsulamento é uma alternativa ao chá. E pode ser mais conveniente, pois nem sempre temos tempo para fazer um chá, ou estamos num local propício. A cápsula é uma boa opção no local de trabalho, por exemplo. Armazenar ervas sob a forma de pó é uma excelente iniciativa para ter a base de muitas terapêuticas sempre à mão. Para maior conforto na ingestão, o pó pode ser encapsulado (colocado em cápsulas). Também pode ser adicionado a infusões e outros preparados herbais.
  • 63. Theresa Tullio 62 Modo de usar: O pó obtido de vegetais desidratados e secos pode ser usado via oral ou aplicado externamente. Para uso interno, o pó pode ser misturado ao leite, mel, água, sumo vegetal ou suco de frutas. Também encapsulado. No uso externo, o pó pode ser espalhado puro, sobre o local ferido ou antes de aplicar, ser misturado em óleo ou água ou adicionado a pomadas, cataplasmas, preparados de compressas e outros tratamentos herbais. Posologia: Quanto à dosagem por cápsula, considerar a mesma quantidade que usaria para fazer a tisana (chá). Por exemplo, se a receita diz que é necessário tomar uma infusão com uma colher de sopa de ervas secas 2 vezes por dia, é só dividir a quantidade enchendo as cápsulas, e ingerir o equivalente 2 vezes ao dia. Modo de Fazer: Como obter o pó: Podem ser utilizados folhas, flores, cascas, raízes ou sementes. Para iniciar o processo, a planta já deve ter passado pelo processo de secagem e estar livre de qualquer tipo de umidade.
  • 64. A Botica Caseira 63 A planta deve estar seca até ficar quebradiça, o suficiente para permitir sua trituração. O próximo passo é esfarelar bastante com as mãos mesmo, dentro de uma tigela, um recipiente largo de bordas altas, até obter um pó fino. As mãos devem estar muito bem lavadas e muito secas (cuidado com o suor!), ou calçadas em luvas. No caso de raízes e cascas, o esfarelamento com as mãos não funciona. É preciso ralar em ralador fino (tomar cuidado com os dedos!) e depois passar na peneira para separar pedaços grandes que tenham ficado. Após triturar ou ralar, coar com o auxílio de uma peneira fina ou tecido. O importante é que o resultado final deve ser um pó bem fino, sem pedaços maiores ou grânulos. Guardar em frascos de vidro, bem fechados e rotular, colando etiquetas detalhadas. Veja neste livro como fazer e quais dados devem ser incluídos nas etiquetas. Armazenagem: Os pós são muito sensíveis à ação da luz, do oxigênio e da umidade. Armazenar em local fresco, seco e ventilado, ao abrigo do sol. Conservação e Validade: A não ser que sejam contaminados por insetos ou fungos, ou sujeitos a umidade, pós podem ser usados por 6 meses. Mas atenção: Os pós retém sua potência integral por um período de 2 meses, a partir daí, começam a perder a força gradualmente. Então, mesmo que não estraguem, o ideal é preparar quantidade suficiente para uso em até 60 dias.
  • 65. Theresa Tullio 64 Cápsulas Cada vez mais pessoas estão adquirindo o hábito de ingerir as ervas secas sob a forma de pós encapsulados. Mas é recomendável que as cápsulas sejam apenas uma opção prática nas situações nas quais não seja possível o preparo de infusões. O primeiro passo é comprar as cápsulas gelatinosas vazias. Há cápsulas de diversos tamanhos. O tamanho mais utilizado é o 00, que comporta em torno de 500 a 600 mg de pó, essa medida varia um pouco, porque depende da forma de preparo do pó e também a forma de encapsulamento. Elas são facilmente encontradas em lojas de produtos naturais, farmácias de manipulação e até pela internet. Como já explanado, é preciso encher as cápsulas com a quantidade de erva em pó que precisará ser ingerida diariamente. Se a receita indicar uma infusão com uma colher de sopa de ervas secas em 1 xícara de chá de água fervente 2 vezes por dia, é preciso preparar 2 colheres de sopa de pó para cada dia de uso. Mas não é preciso se preocupar muito com o tamanho da cápsula. Basta separar a quantidade de erva seca em pó receitada e encher quantas cápsulas forem necessárias. 1 colher de sopa enche umas 15 a 20 cápsulas 00. Para preencher as cápsulas, basta desmontá-las (abrir) e encher com o pó.
  • 66. A Botica Caseira 65 Depois de encher, fechar bem as cápsulas e acondicionar em um frasco pequeno, muito limpo, seco e esterilizado, que possa ser muito bem fechado e rotular, colando etiquetas detalhadas. Veja neste livro como fazer e quais dados devem ser incluídos nas etiquetas. Usar luvas e utensílios muito limpos, secos e esterilizados para esta tarefa. Também é fácil encontrar encapsuladoras manuais no mercado que facilitam esta tarefa, encapsulando até 100 cápsulas por vez, dependendo do modelo. Podem ser adquiridas nos mesmos locais onde encontrar as cápsulas gelatinosas. As cápsulas gelatinosas vazias têm a validade de 2 anos a partir da data de fabricação. Os pós duram em torno de 60 dias para começarem gradativamente a perder o poder de ação. Alguns ingredientes utilizados em Pós: Azeitona-roxa (Syzygium jambolana) pó dos frutos e das sementes secas - Indicações: Tratamento auxiliar da diabetes. Babaçu (Orbignya phalerata) pó do mesocarpo - Indicações: Prisão de ventre eventual, menstruação irregular e dolorosa. Batata-de-purga-amarela (Operculina alata) e/ou Batata-de- purga-branca (Operculina macrocarpd) pó dos tubérculos - Indicações: Ação laxativa, purgativa e prisão de ventre eventual.
  • 67. Theresa Tullio 66 Canela (Cinnamomum zeylanicum) pó da casca - Indicações: Cólicas menstruais. Cáscara-sagrada (Rhamnus purshiana) pó da casca - Indicações: Prisão de ventre eventual. Castanha-da-índia (Aesculus Hippocastanus L) pó das sementes - Indicações: Varizes e hemorróidas. Chapéu-de-couro (Echinodorus grandiflorus) pó das folhas - Indicações: Ação diurética e ação depurativa. Hortelã rasteira (Mentha villosa) pó das folhas - Indicações: Giardíase e amebíase. Mentrasto (Ageratum conyzoides) pó das folhas, não usar as flores - Indicação: Cólicas menstruais. Mulungu (Erythrina mulungu) pó da casca - Indicações: Ansiedade, nervosismo e insônia leve. Estas são apenas algumas sugestões a título de ilustração. Lembramos que a proposta do livro "A Botica Caseira - Curso de Manejo e Preparo de Ervas" é oferecer orientação técnica de manipulação de vegetais em linguagem prática e acessível. As propriedades das ervas e as indicações receitadas estão detalhadas nos 6 livros da Enciclopédia AS ERVAS, que a venda deste Curso se destina a financiar.
  • 68. A Botica Caseira 67 TINTURAS & ALCOOLATURAS Estas são as maneiras mais simples de conservar os princípios ativos das plantas por muito tempo, preparados por extração dos princípios ativos das ervas por meio de uma solução alcoólica: Tintura para plantas secas e alcoolatura para plantas frescas. Tintura é a forma resultante da extração dos princípios ativos de plantas secas por solução alcoólica e água. A alcoolatura é a forma resultante da extração dos princípios ativos de plantas frescas, por solução alcoólica e água. As tinturas e alcoolaturas podem ser simples, usando uma única planta, ou compostas, usando várias plantas, mas convém que sejam preparadas individualmente e depois misturadas, e que não se misture mais que 3 tinturas ou mais que 3 alcoolaturas em cada composição. As tinturas e alcoolaturas podem ser usadas no preparo de outros remédios, tais como pomadas e xaropes. Indicações: Dependem das ervas usadas na preparação. Tratar problemas como má digestão, feridas na pele, tosse, dor de garganta, estresse, insônia, infecção urinária, dor de dentes e muitas outras.
  • 69. Theresa Tullio 68 Contraindicações: As tinturas e alcoolaturas, por conterem álcool, são contraindicadas para crianças, para mulheres durante a gravidez e período de amamentação, pacientes com problemas no fígado ou que estejam tomando medicação controlada e dependentes de álcool. Modo de Fazer: O que usar como solução alcoólica? Álcool de cereais, vodka, cachaça e uísque são boas opções. Vodka - A mais recomendada é a vodka, mas é preciso adquirir produto de boa procedência e qualidade. A vodka é um destilado obtido a partir de grãos ou tubérculos. Este destilado é depois diluído em água. A vodka para tinturas e alcoolaturas é a pura, sem adição de qualquer ingrediente além dos cerais destilados. Cachaça - A cachaça é obtida pela destilação do mosto fermentado do caldo de cana-de-açúcar. Aqui também é importante atentar à procedência e mais ainda, observar se leva adição de açúcar. A lei diz que se a bebida é adoçada com mais de 6 g de açúcar por litro – ou adicionada de qualquer outro ingrediente, não é cachaça. Acima de 6g/L e até o limite de 30g/L elas devem ter no rótulo a denominação de “cachaça adoçada” ou “aguardente adoçada”. Estas não servem para as tinturas e alcoolaturas. Uísque - O uísque é obtido a partir da fermentação de grãos de centeio, milho ou cevada. Neste caso, também a boa procedência é importante.
  • 70. A Botica Caseira 69 Receita para Tintura Ingredientes Usar 100g de erva seca triturada para cada litro de mistura de solução alcoólica e água. Para a tintura, que é uma solução que usa plantas secas, para cada litro, usar 700 ml de solução alcoólica e 300 ml de água. Pode usar plantas secas ou já em pó. Veja neste livro o capítulo que ensina a fazer pós. Se a planta não estiver em pó, esfarelar bem com as mãos. É recomendável usar luvas para esta tarefa. Fragmentar bem a planta. Colocar 100g dela em vidro âmbar (escuro) limpo e de boca larga. Adicionar 1 litro de mistura de solução alcoólica e água na proporção de 700 ml de solução alcoólica e 300 ml de água. Fechar bem o vidro Rotular, colando etiquetas detalhadas. Veja neste livro como fazer e quais dados devem ser incluídos nas etiquetas. Macerar (deixar de molho) por 15 dias, agitando 2 vezes por dia
  • 71. Theresa Tullio 70 Filtrar (coar) a tintura com ajuda de um porta filtro com coador de papel ou em um coador de pano de tecido fino. Medir o volume da tintura filtrada que deverá ser de um litro. Caso não obtenha 1 litro, colocar um pouco de solução alcoólica (sem água) sobre as plantas que estão no funil ou coador até atingir um litro. Rotular de novo, colando etiquetas detalhadas. Veja neste livro como fazer e quais dados devem ser incluídos nas etiquetas. Se não tiver frascos de vidro âmbar, pode cobrir vidros claros com papel para ficarem mais escurinhos por dentro. Armazenar em local fresco e ventilado, ao abrigo do sol e protegido da luz. Receita para Alcoolatura Ingredientes Usar 200g de erva fresca triturada para cada litro de mistura de solução alcoólica e água. Para alcoolatura, que é uma solução que usa plantas frescas, para cada litro, usar 900 ml de solução alcoólica e 100 ml de água. Fragmentar bem a planta. Colocar 200g dela em vidro âmbar (escuro) limpo e de boca larga.
  • 72. A Botica Caseira 71 Adicionar 1 litro de mistura de solução alcoólica e água na proporção de 900 ml de solução alcoólica e 100 ml de água. Fechar bem o vidro. Rotular, colando etiquetas detalhadas. Veja neste livro como fazer e quais dados devem ser incluídos nas etiquetas. Macerar (deixar de molho) por 15 dias, agitando 2 vezes por dia. Filtrar (coar) a alcoolatura com ajuda de um porta filtro com coador de papel ou em um coador de pano de tecido fino. Medir o volume da alcoolatura filtrada que deverá ser de um litro. Caso não obtenha 1 litro, colocar um pouco de solução alcoólica (sem água) sobre as plantas que estão no funil ou coador até atingir um litro. Rotular de novo, colando etiquetas detalhadas. Veja neste livro como fazer e quais dados devem ser incluídos nas etiquetas. Se não tiver frascos de vidro âmbar, pode cobrir vidros claros com papel para ficarem mais escurinhos por dentro. Armazenar em local fresco e ventilado, ao abrigo do sol e protegido da luz.
  • 73. Theresa Tullio 72 Recomendações: Usar somente para terapêutica em adultos. Não usar álcool comum. Por serem concentradas, as tinturas e alcoolaturas são geralmente mais fortes que os chás ou óleo feitos preparados plantas medicinais e por isso devem ser usadas com cuidado e com moderação. Posologia: São de fácil dosagem, pois basta saber a quantidade de gotas ou colheres a serem tomadas. Sugestão de dose adulta: Doses de 25 a 30 gotas em uma xícara de água, no máximo três vezes ao dia. Validade: As duas formas têm boa conservação antimicrobiana, com validade de até 2 anos, mas é recomendável usar em até um ano. Não é necessário preparar o medicamento cada vez que for tomar, o que pode facilitar o seguimento do tratamento.
  • 74. A Botica Caseira 73 Alguns ingredientes utilizados em Tinturas e Alcoolaturas: Alecrim (Rosmarinus officinalis) - Indicações: Hemorróidas, gases intestinais, lavar feridas, cortes e problemas leves do coração. Angico (Anadenanthera colubrina) - Indicações: Tosse, diarréia e fortificante. Hortelã (Mentha) - Indicações: Mau hálito, infecções na boca, dor de garganta, má digestão e vermífugo. Macela-da-terra (Egletes viscosa L) - Indicações: Enxaqueca, má digestão, azia, diarreia e gastrite. Maracujá (Passiflora edulis) - Indicações: Menopausa, nervosismo, febre, dor de cabeça e insônia. Estas são apenas algumas sugestões a título de ilustração. Lembramos que a proposta do livro "A Botica Caseira - Curso de Manejo e Preparo de Ervas" é oferecer orientação técnica de manipulação de vegetais em linguagem prática e acessível. As propriedades das ervas e as indicações receitadas estão detalhadas nos 6 livros da Enciclopédia AS ERVAS, que a venda deste Curso se destina a financiar.
  • 75. Theresa Tullio 74 ÓLEOS Pode-se obter Óleo ou Azeite Medicamentoso através de preparo quente ou frio, misturando as ervas a óleo ou azeite. Mas também é possível obter os óleos de frutos e outras partes de plantas que os contêm através de simples prensagem. Atenção, não confundir com óleo essencial. Neste livro não abordaremos o preparo através da simples prensagem. Os óleos ou azeites medicamentosos, tanto no preparo quente quanto no preparo frio, são usados puros, esfregados na pele em massagens, ou acrescentados a pomadas, unguentos e cataplasmas, e até na preparação de máscaras e cremes de beleza. Óleos ou azeites preparados para massagem, para uso em contusões, são simples de se fazer e com resultados excelentes, podendo usar uma planta só ou uma combinação de até três plantas. Indicações: Aliviar dores reumáticas e artríticas, melhorar a circulação sanguínea e relaxar os músculos.
  • 76. A Botica Caseira 75 Uso: A aplicação deve ser feita através de massagens ou fricções, na direção dos pelos do corpo, seguidas de aquecimento, cobrindo-se por uma meia hora as partes massageadas. Ação: Ocorre uma absorção por via cutânea, o que promove uma ação terapêutica rápida e eficaz. As propriedades terapêuticas são aquelas das plantas medicinais utilizadas em sua preparação. Como fazer óleo medicamentoso sob preparo quente: Misturar 1 parte de ervas secas moídas ou 2 partes de ervas frescas picadas, para cada 5 partes de óleo de girassol, gergelim ou coco em uma tigela de vidro refratário. Levar ao fogo em banho-maria em uma panela grande com tampa, em fogo baixo, pois a água não deve ferver, durante 3 horas seguidas. Retirar do banho-maria e deixar esfriar. Quando a mistura esfriar, passar em peneira fina ou filtro, sobre um jarro ou outro recipiente de vidro, prensando o material vegetal contra a tela da peneira ou filtro, para extrair todo o óleo possível. Com um funil, colocar o óleo obtido em frascos de vidro escuro, limpos e esterilizados. Fechar com rolhas de cortiça ou tampas de enroscar e rotular, colando etiquetas detalhadas. Veja neste livro como fazer e quais dados devem ser incluídos nas etiquetas.
  • 77. Theresa Tullio 76 Armazenar em local fresco, seco e ventilado, ao abrigo do sol. Os óleos duram 1 ano, mas obtêm-se melhores resultados se só utilizados nos primeiros 6 meses após o preparo. Como fazer azeite medicamentoso sob preparo frio: Misturar 1 parte de ervas secas moídas ou 2 partes de ervas frescas picadas, para cada 5 partes de azeite em um recipiente de vidro transparente com tampa. Tampar o vidro e agitar bem. Deixar descansar em local fresco e seco, abrigado da luz solar e da umidade, por um período de 2 a 6 semanas. Ao final do período de repouso, colocar o azeite para filtrar em um saco de pano fino, sobre um jarro ou outro recipiente de vidro, e deixar o azeite filtrar-se. Espremer o saco para extrair o resto do azeite no fim. Com um funil, colocar o azeite obtido em frascos de vidro escuro, limpos e esterilizados. Fechar com rolhas de cortiça ou tampas de enroscar e rotular, colando etiquetas detalhadas. Veja neste livro como fazer e quais dados devem ser incluídos nas etiquetas. Armazenar em local fresco, seco e ventilado, ao abrigo do sol.
  • 78. A Botica Caseira 77 Os azeites medicamentosos sob preparo frio duram 6 meses, e deve-se utilizá-los no prazo de até 6 meses após o preparo. Alguns ingredientes utilizados em Óleos e Azeites Medicamentosos: Açafrão-da-Terra (Curcuma longa) - Indicações: Hematomas. Alecrim (Rosmarinus officinalis) - Indicações: Relaxante muscular e antiespasmódico. Alecrim (Rosmarinus officinalis) e/ou Gengibre (Zingiber officinale) e/ou Mentrasto (Ageratum conyzoides L) - Indicações: Dores localizadas, artrite e dores reumáticas. Alecrim (Rosmarinus officinalis) e/ou Manjericão (Ocimum basilicum) - Indicações: Fortificar, cansaço, fraqueza, disposição e revitalizar. Calêndula (Calendula officinalis) e/ou Gengibre (Zingiber officinale) - Indicações: Anti-inflamatório. Mentrasto (Ageratum conyzoides L.) - Indicações: Dores localizadas, artrite e dores reumáticas. Estas são apenas algumas sugestões a título de ilustração. Lembramos que a proposta do livro "A Botica Caseira - Curso de Manejo e Preparo de Ervas" é oferecer orientação técnica de manipulação de vegetais em linguagem prática e acessível. As propriedades das ervas e as indicações receitadas estão detalhadas nos 6 livros da Enciclopédia AS ERVAS, que a venda deste Curso se destina a financiar.
  • 79. Theresa Tullio 78 VINHOS MEDICINAIS & GARRAFADAS Os Vinhos Medicinais e Garrafadas são preparações nas quais as substancias vegetais sofrem a ação dissolvente de uma bebida alcoólica, ou seja, são extraídos por maceração, devendo tanto a bebida quanto as ervas serem de boa procedência. Os vinhos medicinais podem ser enquadrados como similar as tinturas, podem ser usados vinhos brancos ou tintos secos, com aproximadamente 11 a 12% de percentagem de álcool no líquido. As duas diferenças entre os vinhos medicinais tradicionais no mundo inteiro e as famosas garrafadas brasileiras: 1. As garrafadas podem utilizar em seu preparo outras bebidas alcoólicas em substituição ao vinho, como a aguardente de cana. 2. Algumas garrafadas utilizam outros ingredientes além das ervas medicinais. Os vinhos medicinais são preparados sob maceração com vinho branco ou tinto, e resultam da ação dissolvente do vinho sobre as plantas (raízes, cascas ou folhas). Indicações: O vinho medicinal costumeiramente é diurético ou estomáquico.
  • 80. A Botica Caseira 79 Contraindicações: Contraindicados para diabéticos. E por conterem álcool, são contraindicadas para crianças, para mulheres durante a gravidez e período de amamentação, pacientes com problemas no fígado ou que estejam tomando medicação controlada e dependentes de álcool. Modo de Fazer - Receita Básica: Ingredientes: A Bebida: Vinho branco ou vinho tinto, com graduação alcoólica baixa, de 11 a 12% de percentagem de álcool no líquido. O vinho usado com plantas medicinais em maceração, deve ser puro seco (sem açúcar) podendo ser tinto (funções: adstringentes, tônicas) ou branco (funções: diuréticas, digestivas). Para a Garrafada, há a opção de utilizar aguardente de cana. A Erva: A erva medicinal a ser usada vai variar de acordo com a finalidade terapêutica do vinho medicinal ou da garrafada. Quantidades: 100 gramas da planta seca ou 200 gramas da planta fresca para cada litro de bebida, podendo utilizar uma só espécie vegetal ou mais de uma, sendo no máximo 3 vegetais diferentes por preparo, mas mantendo-se a proporção recomendada. Para o Vinho Medicinal, usar sempre plantas secas, já que o vinho apresenta baixo teor alcoólico, o que pode facilitar a alteração por microrganismos.
  • 81. Theresa Tullio 80 Para a Garrafada, se a bebida alcoólica escolhida for vinho, também é recomendável usar plantas secas, pelo mesmo motivo. Só utilizar plantas frescas se no preparado for utilizada a aguardente de cana, que tem um teor alcoólico bem alto. Preparo: Picar ou triturar a planta medicinal em pedaços pequenos; se estiver seca, transformar em pó. Colocar em um frasco escuro com tampa. Adicionar o vinho ou a cachaça cobrindo toda a planta. Arrumar as ervas para que fiquem submersas na bebida. Tampar bem. Colocar o frasco em um saco de papel. Deixar em local escuro e fresco, ao abrigo da luz, protegido do sol, por um período de 10 a 15 dias. Durante o período de maceração agitar com suavidade o frasco, diariamente, uma ou duas vezes. Coar, espremendo o material em um pano. Armazenar em vidro de cor escura, esterilizado.
  • 82. A Botica Caseira 81 Se possível, usar funil e colocar na própria garrafa previamente esterilizada e limpa da bebida utilizada no preparo (se for de vidro) e rotular, colando etiquetas detalhadas. Veja neste livro como fazer e quais dados devem ser incluídos nas etiquetas. Manter em lugar fresco e ao abrigo da luz, de preferência em geladeira. Não havendo refrigerador, colocar em local fresco e ventilado, ao abrigo do sol. Recomendações: O vinho usado com plantas medicinais em maceração, deve ser puro seco (sem açúcar) podendo ser tinto (funções: adstringentes, tônicas) ou branco (funções: diuréticas, digestivas). Deve-se usar vinho com graduação alcoólica baixa, de 11 a 12% de percentagem de álcool no líquido. As plantas escolhidas precisam ser compatíveis, e devem ser escolhidas pelos usos comuns ou por serem complementares. Geralmente utilizam-se plantas secas na preparação do vinho medicinal ou da garrafada que utiliza vinho, pois este apresenta baixo teor alcoólico, o que pode facilitar a alteração por microrganismos. Para a garrafada que utiliza cachaça, pode-se usar tanto plantas secas quanto frescas, já que as aguardentes de cana têm graduação alcoólica alta, em média de 35 a 42% de percentagem de álcool no líquido.
  • 83. Theresa Tullio 82 Posologia: 1 colher de sopa 2 vezes ao dia antes das principais refeições, ou 1 cálice uma vez ao dia antes do almoço. Conservação e validade: Se bem preparados e estocados adequadamente, são válidos por um ano. Não deve ser usado e é recomendável descartar imediatamente se apresentar fermentação, formações brancas, sinal de coalhado ou cheiro azedo. Alguns ingredientes utilizados em Vinhos medicinais e Garrafadas: Alcachofra (Cynara scolymus) folhas e/ou Alecrim (Rosmarinus officinalis) folhas e/ou Funcho (Foeniculum vulgare) sementes - Indicações: Digestivo estomacal. Aluman (Vernonia condensatà) folhas - Indicações: Fluir o suco biliar e para vesícula preguiçosa. Boldo-do-chile (Peumus boldus) folhas - Indicações: Má digestão. Camomila (Matricaria chamomillà) flores - Indicações: Menstruação dolorosa e menstruação excessiva. Cáscara-sagrada (Rhamnus purshiana) pó da casca - Indicações: Prisão de ventre eventual. Colônia (Alpinia speciosa) folhas - Indicações: Hipertensão. Dente-de-leão (Taraxacum officinale) raízes e folhas - Indicações: Ação diurética.
  • 84. A Botica Caseira 83 Erva-doce (Pimpinella anisum) sementes - Indicações: Enjoos e enxaquecas de origem digestiva. Fáfía (Ginseng-brasileiro) (Pfaffia paniculatá) raízes - Indicações: Fadiga. Gengibre (Zingiber officinale) rizomas - Indicações: Resfriado. Guaco (Mikania glomerata) folhas - Indicações: Reumatismo. Jurubeba (Solanum paniculatum) raízes - Indicações: Convalescença de doenças infecciosas e anemia. Pata-de-vaca (Bauhinia forficata) folhas - Indicações: Diabetes (controle de taxas). Serralha (Sonchus oleraceus) planta toda - Indicações: Anemia e falta de apetite. Estas são apenas algumas sugestões a título de ilustração. Lembramos que a proposta do livro "A Botica Caseira - Curso de Manejo e Preparo de Ervas" é oferecer orientação técnica de manipulação de vegetais em linguagem prática e acessível. As propriedades das ervas e as indicações receitadas estão detalhadas nos 6 livros da Enciclopédia AS ERVAS, que a venda deste Curso se destina a financiar.
  • 85. Theresa Tullio 84 XAROPES OU LAMBEDORES Xaropes ou Lambedores são preparados líquidos, viscosos e concentrados, os quais se obtêm misturando ingredientes vegetais na proporção de uma parte para cinco de calda de água e açúcar, rapadura ralada ou mel. Prepara-se quente ou frio e toma-se às colheradas. Na verdade, o xarope é um chá, espessado e com sacarose, para o doce mascarar o gosto dos vegetais componentes e assim facilitar a ingestão, principalmente para crianças. Uso: Interno Dose Recomendada: A dose padrão é 5 a 10 ml 3 vezes por dia. Indicações: São utilizados nos casos de tosse, dores de garganta, inflamação na garganta, rouquidão, anemia, bronquite, catarro no peito, má digestão, estados gripais. Os xaropes têm a vantagem adicional da ação calmante. Contra indicações: Contraindicado para diabéticos por tratar-se de solução concentrada de sacarose.
  • 86. A Botica Caseira 85 Há até opções de xaropes sem açúcar nos quais empregam-se excipientes à base de sorbitol (sorbitol é um poliol - álcool de açúcar), mucilagem de amido ou goma arábica entre outros. Neste Curso não trabalharemos com estas receitas. Ingredientes para receita padrão Açúcar (de preferência mascavo), rapadura picada ou mel. Água Ingrediente Vegetal processado da forma escolhida - Veja mais adiante lista com alguns ingredientes vegetais Receita Padrão Colocar para ferver duas partes de água e três partes de açúcar ou rapadura ralada até dissolver. Em fogo baixo, adicionar uma medida da planta ou fruto, processados da forma escolhida, para cinco medidas da mistura de água e açúcar. Para crianças pequenas, usar meia medida de vegetal para cinco de água e açúcar. O ingrediente vegetal já deve estar processado ao ser usado na receita. Pode-se adicionar apenas o sumo da planta, decocção ou infusão frios, e também tintura. Optando pela tintura, adicionar uma medida de tintura para três medidas da mistura de água e açúcar.
  • 87. Theresa Tullio 86 Não usar a receita com tintura para preparar o xarope para crianças pequenas. Colocar para ferver, mexer suavemente por 3 a 5 minutos, não permitindo o aumento da temperatura superior a 80° C. Obs: Veja neste livro as receitas detalhadas para preparo de infusões, decocções e tinturas. Variações da Receita Padrão As decocções ou infusões podem servir de base para o xarope, neste caso adiciona-se o açúcar diretamente nas mesmas, podendo submeter a leve aquecimento para facilitar a dissolução do açúcar. Basta preparar 500 ml de infusão ou decocção da planta escolhida, e à este preparado acrescentar 500 gramas de açúcar, mexendo e aquecendo devagar até o adoçante se derreter e a mistura ficar xaroposa. Para crianças pequenas, usar a metade da quantidade de vegetal ao preparar a infusão ou decocção. Uma opção ainda mais simples: Fragmentar a planta fresca - picando ou amassando da forma escolhida - e reservar. Depois dissolver o açúcar na água (duas partes de água para três partes de açúcar).
  • 88. A Botica Caseira 87 Aquecer até ferver. Abaixar o fogo e acrescentar o vegetal reservado (uma medida de vegetal para cinco de água e açúcar). Cozinhar em fogo brando. Cascas, sementes e raízes devem cozinhar por 10 a 15 minutos e folhas tenras e flores devem cozinhar por 2 a 3 minutos. Retirar do fogo, abafar, deixar em repouso até esfriar totalmente. Depois coar, envasar e todo o resto. Nesta opção com vegetais frescos e picados, como tem que ferver, é mais indicado usar açúcar e não mel. Para crianças pequenas, usar meia medida de vegetal para cinco de água e açúcar. Se a planta for muito suculenta não é preciso adicionar água ao preparado do xarope. A água é liberada pela planta no aquecimento e junto ao açúcar dá ao líquido a consistência de xarope. Se quiser utilizar mel em substituição ao açúcar, não levar o mel ao fogo, não se deve aquecer o mel para não empobrecer suas propriedades. O xarope com mel é preparado frio, misturando o líquido vegetal já processado com o mel até dissolver por completo.
  • 89. Theresa Tullio 88 Conservantes Naturais: Para auxiliar a conservação do xarope e aumentar seu prazo de validade, é possível adicionar algumas gotas de álcool de cereais, gotas de cachaça, extrato de própolis ou cravo da Índia in natura ao xarope já pronto e após coar para os frascos. Para usar cravos, basta adicionar uma colher de chá da especiaria ao xarope pronto. No caso dos xaropes preparados com tinturas de própolis, este ingrediente já serve como conservante, além de auxílio terapêutico. Envasamento: Utilizando um funil, filtrar o xarope sobre gaze ou outro tecido de algodão de trama larga, para frascos de vidro esterilizados (limpos e escaldados), e de preferência de cor escura, âmbar (Cor padrão das garrafas de cerveja). Fechar os frascos com rolhas de cortiça, pois xaropes têm propensão a fermentar e explodir se vedados com tampas de enroscar. Rotular, colando etiquetas detalhadas. Veja neste livro como fazer e quais dados devem ser incluídos nas etiquetas. Conservação: Se bem preparados e usando os conservantes naturais, xaropes conservam-se por 3 meses. Mas o ideal mesmo é preparar uma quantidade suficiente para consumo em 2 semanas e descartar as sobras após este prazo.
  • 90. A Botica Caseira 89 É também recomendável que o xarope caseiro seja guardado na geladeira, e por até 15 dias, pois em temperatura ambiente, principalmente em locais de clima muito quente, está mais sujeito à contaminação. Não havendo refrigerador, colocar em local fresco e ventilado, ao abrigo do sol. Obs: Quanto à aparência, o xarope deve ser limpo. Não deve ser usado e é recomendável descartar imediatamente se apresentar fermentação, formações brancas, sinal de coalhado ou cheiro azedo. Recomendações: Ao preparar xaropes para crianças, reduzir para metade a quantidade de vegetal das receitas e não utilizar álcool ou cachaça como conservantes.
  • 91. Theresa Tullio 90 Alguns ingredientes vegetais utilizados em xaropes e lambedores: Agrião (Nasturtium officinale) - Indicações: Tosse, gripe e catarro no peito. Agrião-do-Pará (Acmella oleracea) - Indicação: Anemia. Angico (Anadenanthera macrocarpa) - Indicações: Tosse, gripe e catarro no peito. Avenca (Adiantum capillus-veneris) - Indicações: Tosse, rouquidão e inflamação na garganta. Beterraba (Beta vulgaris) - Indicação: Tosse. Cebola (Allium cepa) - Indicação: Catarro no peito. Chambá (Justicia pectoralis) - Indicações: Tosse, gripe, bronquite, catarro no peito. Courama-branca (Kalanchoe brasiliensis) - Indicações: Tosse, gripe e catarro no peito. Cumaru (Amburana cearensis) - Indicações: Tosse, bronquite, gripe e catarro no peito. Chambá (Justicia pectoralis) e Malvarisco (Plectranthus amboinicus) - Indicações: Tosse, bronquite, gripe e catarro no peito. Chambá (Justicia pectoralis), Malvarisco (Plectranthus amboinicus) e hortelã japonesa (Mentha arvensis) - Indicações: Tosse, gripe, bronquite e catarro no peito. Courama-branca (Kalanchoe brasi-liensis) e Malvarisco (Plectranthus amboinicus) - Indicações: Tosse, gripe e catarro no peito.
  • 92. A Botica Caseira 91 Courama-branca (Kalanchoe brasiliensis), Ipecacuanha- branca (Hybanthw ipecacuanha) e Cebolinha-branca (Allium scalonicum) - Indicação: Tosse. Courama-branca (Kalanchoe brasi-liensis) e Mussambê (Cleome spinosa) - Indicação: Tosse. Quiabo (Hibiscus esculentus) e Guaco (Mikania glomerata) - Indicações: Tosse e catarro no peito. Jatobá (Hymenaea courbaril), Jucá (Caesalpinia férrea) e Eucalipto medicinal (Eucalyptus globulus) - Indicações: Tosse, gripe e catarro no peito. Guaco (Mikania glomerata) e Assa-peixe (Vernonia polyanthes) - Indicações: Tosse, gripe, bronquite, catarro no peito. Estas são apenas algumas sugestões a título de ilustração. Lembramos que a proposta do livro "A Botica Caseira - Curso de Manejo e Preparo de Ervas" é oferecer orientação técnica de manipulação de vegetais em linguagem prática e acessível. As propriedades das ervas e as indicações receitadas estão detalhadas nos 6 livros da Enciclopédia AS ERVAS, que a venda deste Curso se destina a financiar.
  • 93. Theresa Tullio 92 COMPRESSAS Preparação para uso externo local, que surte efeito pela penetração dos constituintes ativos através da pele. Feitas com panos, chumaços de algodão ou gaze embebidos em preparados de ervas sob infusão, decocção ou tintura, e aplicadas quentes ou frias sobre a zona da pele afetada, renovando-se a aplicação umas 3 vezes durante o tempo da prática. Um pedaço de pano à parte é necessário para colocar por cima do primeiro, para ajudar a manter a umidade e a temperatura em equilíbrio. Este pano deve ficar seco. Uma flanela é bem indicada para este segundo pano. A compressa pode ser aplicada quente ou fria. Indicações: Têm efeito sedativo sobre inchaços, nevralgias, contusões e reumatismo. Indicações de acordo com a temperatura da compressa: Analisar o problema a ser tratado e escolher a temperatura ideal.
  • 94. A Botica Caseira 93 Compressa fria: Para tratamento de contusão, torção, dor muscular, inchaço nas pernas, olhos e pele congestionados e problemas inflamatórios gerais. Especialmente indicadas para dores de cabeça de origem nevrálgica e dores reumáticas. Compressa morna: Para acalmar peles irritadas e avermelhadas e relaxar músculos doloridos. Compressa quente: Para estimular a circulação do corpo e ajudar na eliminação de toxinas pela pele. Especialmente indicadas para combater processos inflamatórios, principalmente nas articulações (artrite, gota etc) e doenças dos rins. Como Fazer: Preparar 500 ml de uma decocção, infusão ou tintura com as ervas escolhidas, para fazer uma loção. Veja os capítulos neste livro que ensinam como preparar decocção, infusão e tinturas. Lavar bem as mãos e ensopar na loção um pano macio de algodão, chumaços de algodão ou gaze. Torcer para tirar o excesso de líquido. Passar óleo mineral ou vegetal na área afetada para evitar que a compressa grude e depois colocá-la, quente ou fria, sobre o local. Sobre a compressa, colocar um outro pedaço de pano, seco, melhor ainda se for um pedaço de flanela, para ajudar a manter a umidade e a temperatura em equilíbrio.
  • 95. Theresa Tullio 94 O tempo de aplicação deve ser de 5 a 20 minutos, dependendo da atividade da planta utilizada e da gravidade do processo. Durante o tempo de aplicação, voltar a ensopar o pano, algodão ou gaze, torcer e recolocar sobre o local, e cobrir com o outro pano. Umas 3 repetições são suficientes. Se houver dores e inchaço, prender a compressa com fita adesiva ou outra retenção e deixar agir por 30 minutos direto, com o outro pano por cima. Numa emergência, se tratar-se de urgência, pode ser usado o sumo da planta embebido direto no pano ou no algodão. Também se não tiver panos, algodão ou gaze para usar, molhar a ponta de uma toalha e colocar no local afetado, cobrindo com a outra ponta da toalha seca, para conservar o calor. Deve ser preparado na hora da utilização. Descartar o preparado após o uso.
  • 96. A Botica Caseira 95 Alguns ingredientes utilizados em Compressas: Açafrão-da-Terra (Curcuma longa) - Indicações: Hematomas. Alecrim (Rosmarinus officinalis) - Indicações: Prisão de ventre ocasional. Alecrim-Pimenta (Lippia sidoides) - Indicações: Sarna infectada, ferimentos e acne. Alfazema (Lavandula angustifolia) - Indicações: Eczemas e pequenas queimaduras. Aroeira (Myracrodruon urundeuva) - Indicações: Infecções vaginais. Manjericão (Ocimum basilicum) - Indicações: Mamilos doloridos e rachaduras nos mamilos. Mastruz (Dysphania ambrosioides) - Indicações: Ferimentos na pele e irritação na pele. Mentrasto (Ageratum conyzoides L.) - Indicações: Dores localizadas, artrite e dores reumáticas. Romãzeira (Punica granatum) - Indicações: Sapinhos. Estas são apenas algumas sugestões a título de ilustração. Lembramos que a proposta do livro "A Botica Caseira - Curso de Manejo e Preparo de Ervas" é oferecer orientação técnica de manipulação de vegetais em linguagem prática e acessível. As propriedades das ervas e as indicações receitadas estão detalhadas nos 6 livros da Enciclopédia AS ERVAS, que a venda deste Curso se destina a financiar.
  • 97. Theresa Tullio 96 BANHOS MEDICINAIS & VAPORIZAÇÕES O que é Hidroterapia? Terapia – palavra grega que significa “tratamento”; hidro – “água”; portanto hidroterapia significa: tratamento através da água. A hidroterapia e os tratamentos naturais são os métodos mais antigos utilizados pelos seres humanos. A água é elemento curativo por excelência. Para se compreender a importância da água sobre a saúde do organismo, basta lembrar que o corpo humano contém aproximadamente dois terços do seu peso constituído de elemento líquido. Os banhos são para uso externo, aplicados usando água pura ou água misturada a preparações com ervas medicinais. Banhos podem ser parciais ou de corpo inteiro, quentes, frios ou alternados. É importante nunca usar a prática de qualquer banho de estômago cheio, logo após uma refeição. É recomendável guardar ao menos um intervalo de 3 horas. Conservação e Validade: Todos os banhos medicinais que utilizam ervas devem ser preparados na hora da utilização e os restos não utilizados devem ser descartados.
  • 98. A Botica Caseira 97 Banho Terapêutico Há várias maneiras de preparar e usar um Banho Terapêutico. Pode-se usar despejo de caneco, chuveiro ou banheira, que é o Banho de Imersão. Preparo Básico: Providenciar uma decocção ou infusão mais concentrada das plantas escolhidas utilizando 1 parte de plantas para 4 partes de água e deixar em infusão ou decocção por 20 a 40 minutos. (Veja neste livro como preparar infusões e decocções). Filtrar ou coar e misturar à água do banho em um recipiente para derramar sobre o corpo ou misturar à água da banheira para o banho de imersão. O banho terapêutico pode ser frio ou quente. O banho frio deve ser rápido, com duração máxima de 2 minutos, e é indicado para baixar febres, acalmar o sistema nervoso e ativar a circulação. O banho quente deve ter a duração de 20 minutos. A quantidade de água do banho tem que ser suficiente para cobrir a parte afetada ou para banhá-la seguidamente. A parte afetada deve permanecer em contato com o banho por cerca de 15 minutos.
  • 99. Theresa Tullio 98 Variação 1: Colocar as ervas em um saco de pano firme e deixar boiando na água do banho. Essa variação dispensa a decocção ou infusão, mas só pode ser usada em banho de imersão, na banheira. Variação 2: 1º Passo - Corte um pedaço de tecido de algodão ou tule bem fino, com 20 a 25 cm de diâmetro no formato circular. 2º Passo - Faça uma barra sem arrematar a extremidade. Passe por ela um barbante. O Saquinho deve ficar com um formato suficiente para envolver toda a base do seu chuveiro. 3º Passo – Coloque sais de banho, ervas aromáticas a pétalas de flores da sua preferência e amarre bem firme no chuveiro de modo que toda a água passe pelo saquinho. Se optar por banho quente na banheira, é interessante (Salvo contraindicações por conta do estado de saúde) depois do banho, tomar uma rápida ducha de água fria, para fechar os poros. O banho de imersão é especialmente indicado para combater doenças artríticas e reumáticas.
  • 100. A Botica Caseira 99 Alguns ingredientes utilizados em Banhos Terapêuticos: Alecrim (Rosmarinus officinalis) e/ou Manjericão (Ocimum basilicum) - Indicações: Fortificar, cansaço, fraqueza, disposição e revitalizar. Alfavaca-Cravo (Ocimum gratissimum) - Indicações: Gripe. Camomila (Matricaria chamomilla) e/ou Erva-Doce (Pimpinella anisum) e/ou Melissa (Melissa officinalis) e/ou Capim-Limão (Cymbopogon citratus) - Indicações: Estresse, insônia, ansiedade e acalmar. Cenoura (Daucus carota) folhas - Indicações: Fraqueza e desânimo. Hortelã (Mentha piperita) - Indicações: Depressão, revigorar e refrescar. Estas são apenas algumas sugestões a título de ilustração. Lembramos que a proposta do livro "A Botica Caseira - Curso de Manejo e Preparo de Ervas" é oferecer orientação técnica de manipulação de vegetais em linguagem prática e acessível. As propriedades das ervas e as indicações receitadas estão detalhadas nos 6 livros da Enciclopédia AS ERVAS, que a venda deste Livro se destina a financiar.
  • 101. Theresa Tullio 100 Banho Frio e Quente Alternado Indicações: Reumatismo, problemas dos rins, bexiga, gripe, má circulação do sangue, anemia, insônia, nervosismo, enxaqueca e amenorreia. Há 2 variações - Utilizar para corpo inteiro no chuveiro ou apenas para as pernas em dois baldes grandes que comportem os pés confortavelmente e as pernas até os joelhos. No chuveiro: O chuveiro deve ter capacidade para alternância de temperaturas. Banhar o corpo na ducha fria por um minuto, depois alternar para água quente por um minuto. Alternar minuto a minuto, frio e quente. O primeiro e o último minutos devem ser na água fria. Enxugar-se bem, vestir roupas confortáveis e evitar expor-se ao ar livre ou correntes de ar após a terapêutica. Com os baldes: Para evitar acidentes com tropeços, esta opção deve ser usada com a pessoa sentada. Encher um balde com água bem fria. Aquecer bem 2 litros de água ou mais - Dependerá da temperatura climática local - e completar com mais água, enchendo o segundo balde.
  • 102. A Botica Caseira 101 Se considerar que a água quente pode amornar no decorrer da terapêutica, manter ao lado uma chaleira com água quente para renovar o aquecimento. Sentar-se confortavelmente e colocar os dois pés no balde com água bem fria por um minuto. Logo em seguida, colocar os pés no balde com água bem quente. Alternar minuto a minuto, frio e quente. O primeiro e o último minutos devem ser na água fria. Enxugar bem os pés e calçar meias de algodão logo em seguida. O mínimo de duração dos Banhos Frio e Quente Alternados, seja no chuveiro ou usando os baldes, é de 7 minutos, e o máximo 10 minutos. Recomendações: Mulheres durante a menstruação devem evitar principalmente o banho alternado, pois pode ser abortivo ou pode interromper a menstruação desregulando o ciclo.
  • 103. Theresa Tullio 102 Banho de Imersão Para Pés Terapêutica milenar e uma das mais eficazes, conhecidas e utilizadas no mundo inteiro por sua simplicidade, é um método relaxante que estimula a circulação sanguínea dos membros inferiores, e alivia o estresse e o cansaço acumulado. Pode ser quente, morno ou frio, não sendo via de regra usar água quente. De acordo com a Medicina Tradicional Chinesa (MTC), nos pés estão cerca de 70 mil terminações ou pontos nervosos que estão associados a todos os órgãos do corpo humano. A pressão e a estimulação com água nesses pontos, causam um reflexo imediato na parte física, e também no equilíbrio energético de todo o corpo. Além disso, os pés são a base de sustentação do corpo e tratando- os de maneira correta, é possível obter sensação de bem-estar e benefícios para todo o organismo. Indicações: Febres viróticas, gripes, resfriados, garganta, sinusite, problemas de ouvido, acalmar, tirar as dores de pés cansados e inchados, estimular a circulação, relaxar e descongestionar. Seu efeito se propaga por todo o corpo, desbloqueando o excesso de energia estagnada na cabeça, pescoço e ombros, liberando as toxinas, relaxando e diminuindo o estresse, por isso, são indicados nas dores de cabeça em geral, além de garantirem um ótimo sono. Os músculos e a cabeça sentem alívio imediato, graças aos ativos naturais dissolvidos na água, que promovem uma limpeza energética, ao descarregar toda a tensão elétrica do corpo. Imediatamente, os poros dilatam, a circulação é ativada e a mente relaxa, numa agradável sensação de bem-estar.
  • 104. A Botica Caseira 103 As variações: Frios: São os chamados "Refresca Pés". Colocar os pés numa bacia com água fria e os demais ingredientes escolhidos, com líquido suficiente para cobri-los completamente ou num balde com líquido até a altura da barriga da perna. Mornos ou Quentes: Colocar os pés numa bacia com água morna ou quente e os demais ingredientes escolhidos, com líquido suficiente para cobri-los completamente ou num balde com líquido até a altura da barriga da perna. Pode durar meia hora ou mais. Ir acrescentando água morna ou quente para manter a temperatura. Com água bem quente, o popular "escalda-pés": É especialmente indicado para aquecer os pés, para fazer suar, sendo muito útil nos resfriados, gripes e febres de origem virótica. Nesses casos, cobrir as pernas com manta ou cobertor, vedando a saída do ar.
  • 105. Theresa Tullio 104 Preparo Básico de Banho Para Pés Quente: Adicionar um punhado das ervas escolhidas, lavadas e picadas a 1 litro de água fervente e abafar. Colocar água morna no balde ou na bacia. Coar a infusão e adicionar a esta água. Colocar os pés e os tornozelos, desfrutando do calor penetrante durante 20 minutos. Procurar manter a água sempre morna. Uma dica: Procure deixar uma chaleira com água quente próxima para ir temperando a água e mantê-la na temperatura desejada durante o banho de imersão. Preparo Básico de Banho Para Pés Frio: Macerar 1 xícara das ervas escolhidas, lavadas e picadas com um pouco de sal grosso e um pouquinho de água em temperatura ambiente formando uma pasta. Colocar água na temperatura ambiente no balde ou na bacia e acrescentar a pasta, mexendo bem para misturar. Colocar os pés e os tornozelos, desfrutando durante 20 minutos.