Medicina Tibetana: Glossário de Plantas Medicinais
1. MEDICINA TIBETANA
Livro 11
Uma publicação destinada ao estudo da Medicina Tibetana
editada pela Biblioteca de Obras e Arquivos Tibetanos, Dharamsala, Índia.
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2. MEDICINA TIBETANA
Livro 11
Um Glossário de Plantas Medicinais Tibetanas
Por Bia Molvray
Traduzido por
Williams Ribeiro de Farias
Dra. Yeda Ribeiro de Farias
EDITORA CHAKPORI
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4. AGRADECIMENTOS À PRESENTE EDIÇÃO
Agradeço ao Sr. Lhasang Tsering, ao Venerável Dagom
Rimpoche e seu assistente Lama Tsultrim Dorge, ao Sr. Lobsang
Samten, à Srta. Nyingma Sherpa, ao Sr. Tsewang Jigme Tsarong,
Diretor do Centro Médico Tibetano em Dharamsala, à Maria do
Carmo Chagas Ribeiro e ao Sr. Sérgio Fanelli, que ajudaram a tornar
possível a edição destes livros sobre Medicina Tibetana.
O Editor
Williams Ribeiro de Farias
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5. ÍNDICE
AGRADECIMENTOS ......................................................................................... 6
SUMÁRIO ............................................................................................................ 7
FUNDAMENTOS ................................................................................................ 8
ERROS NA IDENTIFICAÇÃO DOS NOMES TIBETANOS PARA AS
PLANTAS........................................................................................................... 10
COMENTÁRIOS SOBRE AS PRINCIPAIS REFERÊNCIAS UTILIZADAS 14
NOTAS EXPLICATIVAS RELATIVAS AO GLOSSÁRIO ............................ 17
CHAVES PARA A ABREVIAÇÃO DAS REFERÊNCIAS: .................................................... 19
CHAVES PARA A TRANSLITERAÇÃO: ........................................................................ 20
LATIM – TIBETANO ....................................................................................... 21
TIBETANO – LATIM ....................................................................................... 45
Literatura Citada ............................................................................................... 95
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6. AGRADECIMENTOS
Este trabalho não poderia estar completo sem o acesso às
pesquisas do Centro Médico Tibetano em Dharamsala e do auxílio
de seu então diretor, Sr. Jigme Tsarong, do Dr. Pasang e de
outros, através de assistência e amizade pessoal. O Dr. R. E.
Schultes forneceu tanto orientação como encorajamento durante o
processo de identificação de amostras e documentação, assim
como o Dr. S. Y. Hu e o Dr. R. A. Howard. Estendemos nossos
agradecimentos aos bibliotecários do Harvard University Herbarium
Library e da Botanical Museum Library; que persistentemente se
dispuseram em auxiliar-me na busca de referências para as
expressões linguísticas mais obscuras. As pesquisas no Harvard
University Herbarium foram igualmente essenciais na identificação
das espécies. Finalmente, uma palavra deve ser apresentada
sobre os erros: fiz o máximo para eliminá-los, mas os que
permaneceram são de minha responsabilidade. Sou grata a todos
aqueles que me chamarem a atenção aos problemas de forma que
as correções possam se incorporadas no futuro.
A impressão dos tipos tibetanos foi feita através do Sistema
de Processamento de textos tibetanos, editado pela Mahayana
Sutra and Tantra Press, em Howell, New Jersey, EUA.
Agradecimentos ao "Stanley Smith Horticultural Trust" e à
Dra. Irene Agushi, que tornaram este projeto possível através do
suporte financeiro.
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7. SUMÁRIO
A introdução ao Glossário salienta nossa falta de
informações relativas à farmacopéia Tibetana e ao seu valor
potencial. Os itens da introdução incluem:
- Fundamentos
- Erros na identificação de nomes tibetanos para plantas
- Comentários sobre as principais referências utilizadas
- Notas explicativas relativas ao glossário
O glossário inclui as seções Latino-Tibetano e Tibetano-
Latino que fornecem as traduções dos nomes das plantas
medicinais.
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8. FUNDAMENTOS
A medicina tibetana é um campo rico e não pesquisado.
Existem relatórios sobre curas, reminiscências de estórias sobre
um rei Birmanês curado de hanseníase por "chaulmoogra". Esta
lenda resultou na descoberta da primeira droga efetiva para o mal
de Hansen, uma vez que a planta envolvida foi corretamente
identificada. Mas com respeito à medicina tibetana, estamos ainda
na fase de tentar determinar a identidade do material bruto. A
pesquisa farmacológica pode conseguir melhores resultados com a
utilização desta farmacopéia, assim como ocorreu com a Sul-
americana que forneceu ao mundo drogas como o quinino e o
curare. Mas isto não pode começar até que sejam respondidas
questões taxonômicas básicas.
A medicina indiana ou Ayurvédica exerce imensa influência
sobre a teoria da medicina tibetana. Como o Budismo chegou ao
Tibete através da Índia, os tibetanos sentem grande respeito por
muitos dos aspectos da cultura indiana, mesmo aqueles baseados
no Hinduísmo, como o Ayurveda. A teoria médica básica é
semelhante à indiana, relacionada às doenças causadas por
desequilíbrios dos três "humores" (tradução literal de processos
fisiológicos). Uma diversidade de outros fatores incluindo os
psicológicos e espirituais, influenciam este equilíbrio e devem ser
considerados para se efetuar uma cura. Na teoria, o medicamento
ou tratamento aplicados em um paciente restaura o equilíbrio pelo
próprio predomínio de um ou mais dos três "humores" no
medicamento. Na prática, a indicação de um determinado
medicamento baseia-se geralmente em um conjunto específico de
8
9. sintomas, o que significa que a administração possui uma base
empírica.
Este Glossário inclui apenas nomes de plantas, entretanto,
uma relação de medicamentos à base de minerais e animais
constitui uma seção igualmente ampla da farmacopéia tibetana.
Milhares de substâncias são dadas como medicinais.
Quanto deste enorme repertório é realmente empregado é
incerto. Mas Rehmann (1811) informa que apenas os médicos de
Buryat utilizavam frequentemente cerca de 25 a 40 elementos em
compostos medicinais individuais (Os Buryats são um povo
tibetano cujo território está situado na extinta URSS) como a
maioria dos medicamentos tibetanos são compostos de muitos
ingredientes, isto poderia implicar que uma considerável proporção
da farmacopéia encontra aplicação prática ou que os mesmos são
utilizados repetidamente em diferentes combinações.
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10. ERROS NA IDENTIFICAÇÃO DOS NOMES TIBETANOS PARA
AS PLANTAS
A identificação das muitas plantas referidas na extensa
literatura médica tibetana, ou mencionadas pelos médicos
tibetanos e informantes locais é difícil devido à inacessibilidade e
influência geográfica das traduções existentes. Por exemplo, o
valioso trabalho de Posdneev (1908) não relaciona as plantas em
qualquer ordem alfabética, seja tibetano, russo ou latim, além da
identificação inclinar-se para as plantas da região da Mongólia e
Sibéria, como é comum nos trabalhos russos, faltando substâncias
das floras da China, Himalaia e Índia que são mais comumente
utilizadas nas várias regiões do Tibete. Este glossário procura
fornecer uma perspectiva das alterações geográficas, incluindo o
trabalho da própria autora na colônia de refugiados tibetanos na
Índia. Uma seção Tibetano-Latim foi incluída para facilitar a
utilização das fontes tibetanas e, principalmente, para deixar
explícito o número de identificações diferentes aplicadas aos
nomes tibetanos. A grande quantidade de interrogações na seção
Tibetano-Latim, todas encontradas em apenas uma erva tibetana,
sugere a imensidão do trabalho que permanece para ser feito.
As origens da confusão no trabalho com a farmacopéia
tibetana são muitas e foram habilmente resumidas por Meyer
(1977):
Plantas locais substituídas pelas mesmas plantas indianas
conservam o nome em sânscrito originado da Índia;
Descrições e esboços tibetanos são quase sempre muito vagos
para permitir uma identificação definitiva;
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11. Amplas variações regionais no uso das plantas (em elevadas
atitudes as pedras podem ser até mesmo substituídas, ainda
que conservem o mesmo nome);
Erros na identificação por informantes quando lhes são
apresentados materiais que estão fora de seu contexto
costumeiro;
Nomes diferentes são dados frequentemente para partes
diferentes de uma mesma planta.
A substituição de plantas e nomes é provavelmente a maior
fonte isolada de confusão. Muitas vezes definições múltiplas não
se referem a plantas similares, as quais podem ter sido
confundidas umas com as outras, mas são elementos de floras
diferentes, provavelmente substituídas, enquanto o nome original
era preservado. Um exemplo disto é "Kautahari", que é Solanum
xanthocarpum no sul e Rubus nivens nas mais elevadas altitudes
(vide Meyer, 1977).
Substituições regionais e variações na nomenclatura podem
ocorrer em qualquer combinação, em nomes indianos, chineses,
mongóis e tibetanos, que são todos iguais ou todos diferentes,
podendo referir-se às mesmas plantas ou não. A extensão desta
farmacopéia que se adaptou à flora local pode ser avaliada nas
variações entre as definições de Hübotter (1157), de Gammerman
e Semichov (1963), de Das (1970) e Dash (1976). Os nomes em
cada uma delas tendem a descrever as plantas medicinais
chinesas, siberianas, mongóis e indianas, respectivamente e
muitas das variações não podem ser explicadas baseando-se
apenas nas influências geográficas dos próprios autores.
Sem dúvida, algumas vezes as plantas são identificadas
erroneamente em seus nomes tibetanos, mesmo antes que outros
erros tenham oportunidade de surgir. Ocorre mais provavelmente
quando informantes, com experiência apenas com material vivo, no
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12. campo, recebem espécimes secos para a identificação ou são
mostrados espécimes vivos fora dos seus contextos.
Coleções pouco precisas e incompletas são outra fonte de
problemas. A maioria das coleções foram feitas até mesmo antes
do início do século não necessariamente por botânicos, mas com
frequência por viajantes ou estudiosos de outras disciplinas. Por
conseguinte, os dados relativos à localização e aos informantes
que identificaram os nomes tibetanos das plantas e os
medicamentos utilizados são geralmente insuficientes.
Outro ponto que gera confusão é a imprecisão da ortografia
tibetana. A língua tibetana, assim como o inglês do século XVII
possui muitas grafias para a mesma palavra, nenhuma delas
incorreta. Por exemplo, "Ko-byi-la" e "go-byi-la" são ambos nomes
para Strychnos-nux-vomica, e as fontes tibetanas provavelmente
nunca tiveram a intenção de fazer entender que houvesse alguma
diferença entre eles. Algumas vezes a alteração gráfica pode ser
mais provavelmente um simples erro de impressão. Na seção
Tibetano-Latim, "Byi-shang-dkar-po" é idêntico a "byi-shing-dkar-
po" exceto pelo erro na vogal "i" o que resultou em "shang" ao
invés de "shing". Este significa "árvore" e é uma palavra comum
em nomes de plantas. Por outro lado, Jigme Tsarong, antigo diretor
do Centro Médico Tibetano, chamou a atenção para algumas
poucas grafias incluídas neste glossário mostrando que estavam
tão incorretas que era impossível tentar adivinhar o significado da
palavra tibetana (os ítens foram conservados, mas estão anotados
como questionáveis).
Não foram fornecidas quaisquer traduções dos nomes
tibetanos pois esta tarefa está além das minhas capacidades, mas
é interessante notar o quão expressivos se apresentam alguns dos
nomes de plantas. "So-ma-ra-dza" aplicado tanto para Cannabis
sativa como para Abutilon theophrasti significa "essência do soma",
e "lha-ming-khrag", denominação para Allium sativum ou alho,
significa "sangue dos demônios".
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14. COMENTÁRIOS SOBRE AS PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
UTILIZADAS
As fontes por mim utilizadas variam consideravelmente,
algumas baseadas na tradição clássica da medicina tibetana,
enquanto outras demonstram a influência dos países vizinhos ao
Tibete. O trabalho de Posdneev (1908) é uma tradução de parte do
cânone básico da medicina Tibetana, o “rGyud-bzhi” (i.e. os Quatro
Tantras). As amostras de Posdneev foram identificadas por
especialistas em botânica dos institutos russos, mas não faz
qualque menção sobre coleções em regiões diferentes, não
especifica a procedência das suas amostras e não descreve se as
mesmas referem-se a espécimes de plantas ou simplesmente às
drogas.
A matéria médica de 'Jam-dPal-rDo-rJe, escrita no início do
século XIX, é uma compilação de trabalhos clássicos anteriores.
Thupten Kelsang Rinpoche foi muito gentil ao meu acompanhar no
exame deste livro tão cuidadosamente. Meyer (1977) considera
uma desvantagem 'Jam-dPal-rDo-rJe não haver fornecido
indicações sobre a frequência de utilização das plantas
mencionadas. Este é o único livro ilustrado entre as fontes que
pesquisei e pelo menos os desenhos são bons o suficiente para
excluir certas famílias de plantas. Utilizei esta caraterística de seu
trabalho e isto está indicado neste glossário depois do nome latino.
O dicionário de Gammerman e Semichov (1963), o único
dicionário verdadeiro entre todas as minhas fontes, relaciona mais
de 700 plantas. As definições foram compiladas de muitas
coleções tibetanas, mongóis e buryats disponíveis na botânica
soviética. Como com Posdneev, a ênfase é para as plantas do
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15. norte. Meyer (1977) relata que eles não informam suficientemente
o leitor sobre a localização ou sobre os coletores relacionados com
qualquer espécie fornecida de modo que é difícil traçar o caminho
das diferenças na definição devido às variações regionais. Estas
coleções também não enumeram usos nativos.
O trabalho de Hübotter (1957) deriva de Mangalam
Kurwanu, um pesquisador mongol. Hübotter não estabelece se o
livro de Kurwanu relacionou os usos ou se era simplesmente um
dicionário de plantas Tibetano-Chinês-Mongol. Em todo caso,
Hübotter parece haver registrado apenas os usos chineses. Não
relata como determinar os equivalentes latinos, se através dos
nomes chineses ou qualquer outro. Hübotter omite os autores dos
binômios latinos e parece não ter consciência de que diferentes
partes da mesma planta possuem com frequência nomes
diferentes. Quando se defronta com tais situações ele questiona se
indicariam uma variedade de espécies. Algumas de suas
definições podem indicar substituições comuns nas áreas próximas
à China.
O modelo do dicionário Tibetano-Inglês de Das (1970) foi
utilizado apenas superficialmete, no curso da procura por termos
de outros autores. Ele omite os autores das espécies e suas
definições tendem para as plantas indianas.
Dash (1976) escreveu um interessante estudo comparativo
sobre um texto Ayurvédico e sua tradução tibetana. Uma vez que o
Tibete tomou emprestado os maiores textos médicos indianos, este
tipo de estudo comparativo lança uma luz interessante sobre o
desenvolvimento da medicina tibetana.
Dash fornece um glossário no qual considera os nomes
tibetanos para as plantas apenas como traduções ou
transliterações das mesmas plantas indianas – uma abordagem
válida pelo seu trabalho, mas que não deve ser sempre precisa na
prática da medicina Tibetana. Ele não especifica os meios pelos
quais determinou os binômios latinos para os nomes tibetanos.
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16. Muitas amostras da farmacopéia foram obtidas do Centro
Médico Tibetano em Dharamsala, Índia. Este Centro é a
continuação, no exílio, da clássica faculdade de medicina em
Lhasa e deste modo espera-se que represente a corrente principal
da tradição. As amostras consistem de ervas preparadas para o
uso em medicamentos, portanto, muitas delas são fragmentadas.
Mesmo aquelas poucas que contém a planta completa estão em
geral suficientemente trituradas para evitar estimativas seguras
sobre o tamanho original, a posição da inflorescência e outras
características úteis.
Apesar das dificuldades, amostras contendo apenas
sementes ou frutas puderam algumas vezes determinar a espécie.
Entretanto, as numerosas amostras contendo apenas raízes
tiveram que ser deixadas indeterminadas em sua grande maioria.
Torna-se evidente pelas amostras que os tibetanos na Índia
substituíram por plantas indianas aquelas que não poderiam obter
devido ao clima (tal como Justicia adhatoda por Euphrasia
odontites). As poucas plantas medicinais de minhas amostras (e
um número significante na farmacopéia em geral) são importadas
de regiões distantes. A maioria é coletada entre agosto e outubro
dentro de um raio de 20 milhas de Dharamsala.
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17. NOTAS EXPLICATIVAS RELATIVAS AO GLOSSÁRIO
Os nomes científicos comprovados estão escritos em
negrito e itálico e os nomes utilizados por autores, que são
sinônimos, sempre que estive ciente da transferência, estão
escritos em itálico comum e o verbete está em ordem alfabética
abaixo do nome comprovado com recuo de dois espaços. Os
principais trabalhos utilizados para processar a nomenclatura são,
em ordem de importância: Hara e aux. (1978, 1979, 1982), Davis
(1965-1985), Polunin e Stainton (1984), Tutin e aux. (1964-1980) e
Dassanayake e Fosberg (1980-1985).
Os autores botânicos das fontes que utilizei e os quais não
citei, Das, Hübotter e Rehmann, foram acrescentados quando não
poderia haver dúvidas para o nome recuado. Se existirem outras
possibilidades (como no caso abaixo onde Cyperus pertennuis foi
publicado por dois estudiosos e foram sinonimizados com duas
espécies diferentes), o nome é deixado sem autor. Além disso, o
nome não vem recuado, uma vez que não é um sinônimo do
precedente. Um dado nome aparece apenas nos livros consultados
e está escrito imediatamente após o mesmo. Por exemplo:
Cyperus rotundus L. (D.Dh) gla-sgang (D, Dh)
C. pertennuis (D)
significa que o nome tibetano e C. rotundus aparece nos trabalhos
de Das (1970) e Dash (1976) mas que apenas Das relaciona
ambas espécies como possíveis equivalentes do nome tibetano.
Quando possível, todos os estudiosos que utilizaram um
determinado nome são citados. Por exemplo:
Aristolochia noupinensis Franch. (T) ba-le-ka (J,M,T,GP,H,R)
17
18. significa que "ba-le-ka" é citada por numerosos autores, mas
apenas Tsarong identificou-a como apresentado acima. É
aconselhável sempre cruzar as definições nas seções Latim-
Tibetano (e vice-versa), mas é especialmente importante fazê-lo
quando há uma indicação, como a acima, de que numerosos
autores citaram o nome. (O espaço disponível nem sempre permite
a citação de todos os autores que utilizaram o nome, além do
nome do autor cuja definição está sendo citada. Sempre me
esforcei em indicar as outras definições existentes citando pelo
menos um dos autores extras.)
Procurando "ba-le-ka" na seção Tibetano-Latim, encontra-
se o seguinte:
ba-li-ka (J) Akebia guinata Decne. (G)
Aristolochia noupinensis Franch. (T)
ba-le-ka (T,M,G,P,H,R) Menispermun dahuricum DC. (G)
Menispermaceae ? (M)
Aqui vê-se que, apesar dos muitos autores, apenas
Gammermann e Tsarong fizeram identificações definitivas. Molvray
refere que seu espécime pertence provavelmente a
Menispermaceae, mas não pôde determiná-lo posteriormente.
'Jam-d-Pal-rDo-rJe é o único que utiliza a forma "ba-li-ka",
provavelmente um erro na grafia de "ba-le-ka" uma vez que a
diferença entre as duas em tibetano é tão superficial.
Finalmente, alguns dos diferentes nomes tibetanos para
uma determinada planta medicinal tornam-se mais claros quando
se conhece a denominação das várias partes da planta. Algumas
das mais comuns são:
shing árvore
me-tog ou mdog flor
'bras ou 'bras-bu fruta
shun casca
rtsa ou rtsa-wa raiz
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19. Da mesma forma, certas cores aparecem repetidamente:
dkar-po branco
ser-po amarelo ou dourado
dmar-po vermelho
nag-po negro
Chaves para a abreviação das referências:
D Das (1970)
Dh Dash (1976)
G Gammermann e Semichov (1963)
H Hübotter (1957)
J 'Jam-dPal-rDo-rJe (reeditado em 1971)
Me Meyer (19770
M Molvray
P Posdeneev (1908)
R Rehmann (1811)
T Tsarong
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20. Chaves para a transliteração:
ka kha ga nga (1)
cha chha ja nya
ta tha (2) da na
pa pha (3) ba ma
tsa tsha (4) dza wa
zha (5) za '(6) ya
ra la sha (7) sa
ha a (8)
Vogais (com a letra a como base)
i u e o
1) ng como em longo
(2) t aspirado como em tela
(3) p aspirado como em pera
(4) tsa aspirado
(5) zha como em ju
(6) h não aspirado; o som da vogal depende do sinal que o
acompanha como todas as letras.
(7) sha como em cha
(8) Pode ser quaisquer das cinco vogais dependendo do sinal que
acompanha a letra
A transliteração está na seguinte ordem: prefixo,
sobrescrito, letra raiz, subscrito, sufixo.
(Nota de pronúncia: a letra raiz ou sua vogal associada
podem ser um pouco modificadas pelas outras consoantes, mas na
essência apenas a letra raiz e a vogal são pronunciadas).
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