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Inventário da
biodiversidade do
solo da Caatinga
Princípios, perspectivas e desafios
Dr. Tancredo Souza1
E-mail: tancredo_agro@hotmail.com
1Bolsista PNPD/CAPES, PPGCS, CCA, UFPB
Objetivo desta palestra
Apresentar alguns conceitos referentes a biologia do solo na
Caatinga, com particular interesse nos seguintes pontos:
• Organismos edáficos e seus serviços ao ecossistema;
• Perspectivas futuras sobre inventário da diversidade
biológica dos organismos do solo do Bioma Caatinga;
• Principais desafios encontrados durante a coleta de amostras
em condições de campo.
O Bioma Caatinga
• Bioma exclusivamente encontrado no
NE do Brasil;
• Tipo tropical semiárido;
• Precipitação anual entre 250 e
1200mm, irregulares e concentrada em 2
a 3 meses do ano;
• Vegetação composta por plantas
tolerantes a seca do tipo caducifólia
das famílias: Euphorbiaceae,
Cactaceae, Bromeliaceae,
Leguminosae, etc;
• Reserva da Biosfera da Unesco desde
2001.
Solos
Desert.
O Bioma Caatinga
• Macroartrópodes (em nível de espécie)?
• Mesofauna?
• Anelídeos?
• Nematóides?
• Fungos micorrízicos arbusculares?
• Bactérias?
Macroartrópodes
• Organismos com comprimento > 1
cm e largura > 2mm;
• Adaptados a buscar alimento em
grandes distâncias;
• Atuam no conjunto serrapilheira-
solo;
• Estão intimamente relacionados
com as características físico-
químicas do solo;
• Ótimos indicadores de qualidade
do solo.
Transformação
de biomassa
Produção de
energia
Qualidade da
água
Bioturbação
Qualidade do ar
Aquecimento
global
Manutenção da
biodiversidade
Controle da
erosão
Controle de
poluentes
Pragas e doenças
Engenheiros do ecossistema
Perspectivas e desafios
Perspectivas:
• Mapear a ocorrência de Ordens,
famílias, gêneros e espécies no Bioma
Caatinga;
• Identificar espécies indicadoras de
qualidade do solo;
• Identificar espécies exclusivas do
Bioma Caatinga;
• Adaptar ou elaborar protocolos
alternativos de coleta e extração
deste grupo.
Desafios:
• Pequeno número de pesquisadores e
taxonomistas de macroartrópodes no
Bioma Caatinga;
Fonte: Lucena (dados não publicados)
Resultados experimentais – “Grupo Tenda”
Fig. 1 Frequência de ocorrência de
macroartrópodes em agroecossistema
(dourado) e vegetação nativa característica
do Bioma Caatinga (creme). Ordens menos
frequentes (a) e ordens de maior frequência
(b). Fonte: Souza (2018)
Araneae
Coleoptera
Orthoptera
Mantodea
Blattodea
Homoptera
Hemiptera
Hymenoptera
Isoptera
Menos frequentes
Mais frequentes
Resultados experimentais – “Grupo Tenda”
Fig. 2 Matéria orgânica particulada livre (g kg-1,
a), frequência de ocorrência da Ordem
Hymenoptera (%, b) e correlação entre MOPL e
FOi da Ordem Hymenoptera (c) em diferentes
ambientes. Fonte: Monteiro Filho (dados não
publicados).
(a)
(b)
(c)
Mesofauna
• Organismos com tamanho
corporal variando entre 0,2 e
2mm;
• Alta diversidade e biomassa;
• Se alimentam de detritos de MOS;
• Regulam da população dos
organismos do solo através da
predação;
Transformação
de biomassa
Produção de
energia
Fragmentadores
de biomassa
Micropredadores
Transformadores de serrapilheira
Fonte: CSM-BGBD Project (2012)
Perspectivas e desafios
Perspectivas:
• Mapear a ocorrência de Ordens, famílias,
gêneros e espécies no Bioma Caatinga;
• Identificar espécies indicadoras de
transformação de serrapilheira e predação;
• Identificar espécies exclusivas do Bioma
Caatinga;
• Elaborar protocolos alternativos de
coleta com possíveis iscas atrativas
deste grupo em condições de campo.
Desafios:
• Pequeno número de
pesquisadores e taxonomistas de
mesofauna no Bioma Caatinga;
• Dificuldades para coleta de
amostras ambientes;
• Temperaturas elevadas na
superfície do solo durante a época
seca no Bioma Caatinga.
Filo Annelida
• Vermes com corpo segmentado e
dividido em anéis;
• Alta diversidade e biomassa;
• Se alimentam de detritos, matéria
orgânica do solo e
microrganismos encontrados
nesses materiais.
Bioturbação
Parasitas
Geófagos
Predadores
Multisserviços – Eng. Ecossistema + Transf.
serrapilheira
Fonte: CSM-BGBD Project (2012)
Perspectivas e desafios
Perspectivas:
• Trabalhos mais aprofundados sobre a
ecologia dos anelídeos;
• Obtenção de dados referentes a
abundância numérica e biomassa;
• Mapear a ocorrência de espécies (nativos
e/ou exóticos) no Bioma Caatinga;
• Identificar espécies indicadoras de
bioturbação e gênese de solos;
• Identificar espécies exclusivas do Bioma
Caatinga;
Desafios:
• Pequeno número de
pesquisadores e taxonomistas de
Anelídeos no Bioma Caatinga;
• Dificuldades para extração de
espécimes em condições de campo;
• Atividade altamente dependente
de temperatura e umidade ideal
no solo.
Resultados experimentais – “Grupo Tenda”
Fig. 3 Biomassa de minhocas em cultivo de trigo de longa duração com adubação
mineral (creme) e orgânica (dourado) (a) e correlação entre biomassa de minhocas
e carbono orgânico total (b). Fonte: Souza (2018)
(a) (b)
Nematóides
• Vermes com corpo alongado e
cilíndrico;
• Alta diversidade e biomassa;
• Presentes em qualquer lugar em
que haja carbono orgânico.
Herbívoros
Parasitas
Microrregulador
Predadores
Micropredadores e parasitas de plantas
Fonte: CSM-BGBD Project (2012)
Perspectivas e desafios
Perspectivas:
• Trabalhos mais aprofundados
sobre a ecologia dos nematóides;
• Obtenção de dados referentes a
abundância numérica e biomassa;
• Mapear a ocorrência de espécies
(parasíticos e de vida livre) no Bioma
Caatinga;
• Identificar espécies exclusivas do
Bioma Caatinga;
Desafios:
• Pequeno número de
pesquisadores e taxonomistas de
nematóides no Bioma Caatinga;
• Dificuldades para deslocamento do
campo para o laboratório em
tempo suficiente para evitar
desidratação dos espécimes;
• Atividade altamente dependente
de umidade ideal no solo.
Fungos micorrízicos arbusculares
• Filo Glomeromycota;
• Apresentam arbúsculos, vesículas,
esporos e hifas;
• Presentes exclusivamente em solo
rizosférico;
• Cosmopolitas.
Ciclagem de
nutrientes
Promotores de
resistência
Promotores de
crescimento
Captadores de
recursos
Simbiontes obrigatórios
Fonte: Souza (2018)
Perspectivas e desafios
Perspectivas:
• Trabalhos mais aprofundados
sobre a caracterização molecular
dos FMA;
• Mapear a ocorrência de espécies de
FMA no Bioma Caatinga;
• Identificar espécies exclusivas do
Bioma Caatinga;
Desafios:
• Pequeno número de
pesquisadores e taxonomistas de
FMA no Bioma Caatinga;
• Dificuldades para realizar a
descrição em nível de espécie –
problemas com os esporos;
• Atividade altamente dependente
da planta hospedeira –
Impossibilidade de isolamento em
meio de cultivo.
Resultados experimentais – “Grupo Tenda”
Fig. 5 Número de esporos (a), diversidade (b) e
dominância (c) de espécies de FMA em campos de
produção de canola (Brassica napus L.) e trigo
(Triticum aestivum L.) submetidas a diferentes
sistemas de adubação. Fonte: Souza e Santos (2018)
Funneliformis
Rhizoglomus
Acaulospora
Gigaspora
Quatunica
Racocetra
Gêneros (+) afetados Gêneros (-) afetados
F. mosseae
R. intraradices
A. tuberculata
G. margarita
Q. erythropus
R. corralloidea
Considerações finais
Necessidade de se
formarem mais
taxonomistas
Campo de atuação
com forte
demanda
Necessidade de
cursos sobre
manipulação e
análise de dados
Interação com
outros campos da
Ciência do solo
Incentivar a
criação de grupos
de pesquisa
Recrutar “novos
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Um gigantesco e
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Inventário da biodiversidade do solo da Caatinga

  • 1. Inventário da biodiversidade do solo da Caatinga Princípios, perspectivas e desafios Dr. Tancredo Souza1 E-mail: tancredo_agro@hotmail.com 1Bolsista PNPD/CAPES, PPGCS, CCA, UFPB
  • 2. Objetivo desta palestra Apresentar alguns conceitos referentes a biologia do solo na Caatinga, com particular interesse nos seguintes pontos: • Organismos edáficos e seus serviços ao ecossistema; • Perspectivas futuras sobre inventário da diversidade biológica dos organismos do solo do Bioma Caatinga; • Principais desafios encontrados durante a coleta de amostras em condições de campo.
  • 3. O Bioma Caatinga • Bioma exclusivamente encontrado no NE do Brasil; • Tipo tropical semiárido; • Precipitação anual entre 250 e 1200mm, irregulares e concentrada em 2 a 3 meses do ano; • Vegetação composta por plantas tolerantes a seca do tipo caducifólia das famílias: Euphorbiaceae, Cactaceae, Bromeliaceae, Leguminosae, etc; • Reserva da Biosfera da Unesco desde 2001. Solos Desert.
  • 4. O Bioma Caatinga • Macroartrópodes (em nível de espécie)? • Mesofauna? • Anelídeos? • Nematóides? • Fungos micorrízicos arbusculares? • Bactérias?
  • 5. Macroartrópodes • Organismos com comprimento > 1 cm e largura > 2mm; • Adaptados a buscar alimento em grandes distâncias; • Atuam no conjunto serrapilheira- solo; • Estão intimamente relacionados com as características físico- químicas do solo; • Ótimos indicadores de qualidade do solo. Transformação de biomassa Produção de energia Qualidade da água Bioturbação Qualidade do ar Aquecimento global Manutenção da biodiversidade Controle da erosão Controle de poluentes Pragas e doenças Engenheiros do ecossistema
  • 6. Perspectivas e desafios Perspectivas: • Mapear a ocorrência de Ordens, famílias, gêneros e espécies no Bioma Caatinga; • Identificar espécies indicadoras de qualidade do solo; • Identificar espécies exclusivas do Bioma Caatinga; • Adaptar ou elaborar protocolos alternativos de coleta e extração deste grupo. Desafios: • Pequeno número de pesquisadores e taxonomistas de macroartrópodes no Bioma Caatinga; Fonte: Lucena (dados não publicados)
  • 7. Resultados experimentais – “Grupo Tenda” Fig. 1 Frequência de ocorrência de macroartrópodes em agroecossistema (dourado) e vegetação nativa característica do Bioma Caatinga (creme). Ordens menos frequentes (a) e ordens de maior frequência (b). Fonte: Souza (2018) Araneae Coleoptera Orthoptera Mantodea Blattodea Homoptera Hemiptera Hymenoptera Isoptera Menos frequentes Mais frequentes
  • 8. Resultados experimentais – “Grupo Tenda” Fig. 2 Matéria orgânica particulada livre (g kg-1, a), frequência de ocorrência da Ordem Hymenoptera (%, b) e correlação entre MOPL e FOi da Ordem Hymenoptera (c) em diferentes ambientes. Fonte: Monteiro Filho (dados não publicados). (a) (b) (c)
  • 9. Mesofauna • Organismos com tamanho corporal variando entre 0,2 e 2mm; • Alta diversidade e biomassa; • Se alimentam de detritos de MOS; • Regulam da população dos organismos do solo através da predação; Transformação de biomassa Produção de energia Fragmentadores de biomassa Micropredadores Transformadores de serrapilheira Fonte: CSM-BGBD Project (2012)
  • 10. Perspectivas e desafios Perspectivas: • Mapear a ocorrência de Ordens, famílias, gêneros e espécies no Bioma Caatinga; • Identificar espécies indicadoras de transformação de serrapilheira e predação; • Identificar espécies exclusivas do Bioma Caatinga; • Elaborar protocolos alternativos de coleta com possíveis iscas atrativas deste grupo em condições de campo. Desafios: • Pequeno número de pesquisadores e taxonomistas de mesofauna no Bioma Caatinga; • Dificuldades para coleta de amostras ambientes; • Temperaturas elevadas na superfície do solo durante a época seca no Bioma Caatinga.
  • 11. Filo Annelida • Vermes com corpo segmentado e dividido em anéis; • Alta diversidade e biomassa; • Se alimentam de detritos, matéria orgânica do solo e microrganismos encontrados nesses materiais. Bioturbação Parasitas Geófagos Predadores Multisserviços – Eng. Ecossistema + Transf. serrapilheira Fonte: CSM-BGBD Project (2012)
  • 12. Perspectivas e desafios Perspectivas: • Trabalhos mais aprofundados sobre a ecologia dos anelídeos; • Obtenção de dados referentes a abundância numérica e biomassa; • Mapear a ocorrência de espécies (nativos e/ou exóticos) no Bioma Caatinga; • Identificar espécies indicadoras de bioturbação e gênese de solos; • Identificar espécies exclusivas do Bioma Caatinga; Desafios: • Pequeno número de pesquisadores e taxonomistas de Anelídeos no Bioma Caatinga; • Dificuldades para extração de espécimes em condições de campo; • Atividade altamente dependente de temperatura e umidade ideal no solo.
  • 13. Resultados experimentais – “Grupo Tenda” Fig. 3 Biomassa de minhocas em cultivo de trigo de longa duração com adubação mineral (creme) e orgânica (dourado) (a) e correlação entre biomassa de minhocas e carbono orgânico total (b). Fonte: Souza (2018) (a) (b)
  • 14. Nematóides • Vermes com corpo alongado e cilíndrico; • Alta diversidade e biomassa; • Presentes em qualquer lugar em que haja carbono orgânico. Herbívoros Parasitas Microrregulador Predadores Micropredadores e parasitas de plantas Fonte: CSM-BGBD Project (2012)
  • 15. Perspectivas e desafios Perspectivas: • Trabalhos mais aprofundados sobre a ecologia dos nematóides; • Obtenção de dados referentes a abundância numérica e biomassa; • Mapear a ocorrência de espécies (parasíticos e de vida livre) no Bioma Caatinga; • Identificar espécies exclusivas do Bioma Caatinga; Desafios: • Pequeno número de pesquisadores e taxonomistas de nematóides no Bioma Caatinga; • Dificuldades para deslocamento do campo para o laboratório em tempo suficiente para evitar desidratação dos espécimes; • Atividade altamente dependente de umidade ideal no solo.
  • 16. Fungos micorrízicos arbusculares • Filo Glomeromycota; • Apresentam arbúsculos, vesículas, esporos e hifas; • Presentes exclusivamente em solo rizosférico; • Cosmopolitas. Ciclagem de nutrientes Promotores de resistência Promotores de crescimento Captadores de recursos Simbiontes obrigatórios Fonte: Souza (2018)
  • 17. Perspectivas e desafios Perspectivas: • Trabalhos mais aprofundados sobre a caracterização molecular dos FMA; • Mapear a ocorrência de espécies de FMA no Bioma Caatinga; • Identificar espécies exclusivas do Bioma Caatinga; Desafios: • Pequeno número de pesquisadores e taxonomistas de FMA no Bioma Caatinga; • Dificuldades para realizar a descrição em nível de espécie – problemas com os esporos; • Atividade altamente dependente da planta hospedeira – Impossibilidade de isolamento em meio de cultivo.
  • 18. Resultados experimentais – “Grupo Tenda” Fig. 5 Número de esporos (a), diversidade (b) e dominância (c) de espécies de FMA em campos de produção de canola (Brassica napus L.) e trigo (Triticum aestivum L.) submetidas a diferentes sistemas de adubação. Fonte: Souza e Santos (2018) Funneliformis Rhizoglomus Acaulospora Gigaspora Quatunica Racocetra Gêneros (+) afetados Gêneros (-) afetados F. mosseae R. intraradices A. tuberculata G. margarita Q. erythropus R. corralloidea
  • 19. Considerações finais Necessidade de se formarem mais taxonomistas Campo de atuação com forte demanda Necessidade de cursos sobre manipulação e análise de dados Interação com outros campos da Ciência do solo Incentivar a criação de grupos de pesquisa Recrutar “novos cientistas” Um gigantesco e desconhecido banco de dados batendo a porta Grandes chances para se obter bolsas de intercâmbio