Palestra apresentada aos alunos de graduação do curso de Agronomia na disciplina Micologia Agrícola no Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba. O tema principal da apresentação foi o Filo Glomeromycota, definição, características principais e importância das micorrizas. As principais ordens de fungos do Filo Glomeromycota, suas características, especificidade hospedeira e exigências ambientes. E por fim, os métodos de extração, chave de identificação de ordens e métodos de apresentação de dados.

1. Filo Glomeromycota
Micologia agrícola | DR. Tancredo Souza | UFPB - CCA

2. Quais os principais filos do
Reino Fungi?
O Reino Fungi compreende um vasto e diverso grupo de organismos eucarióticos, uni- e
multicelulares, com distintas formas de crescimento, reprodução, ecologia e fisiologia.

3. Classificação dos fungos
• (1) Ascomycota [Maior grupo taxonômico do Reino Fungi, incluí cogumelos, trufas,
leveduras, fungos filamentosos (saprófitas, parasitas e simbiontes mutualistas)];
• (2) Basidiomycota (Incluí a maioria dos cogumelos, bem como fungos causadores de
ferrugens e carvões, além de espécies de patógenos oportunistas ao ser humano);
• (3) Blastocladiomycota (São fungos saprófitas e parasitas);
• (4) Chytridiomycota (Vulgarmente conhecidos como “quitrídios”, são fungos parasitas);
• (5) Glomeromycota (Formam as micorrizas arbusculares);
• (6) Microsporídia (Fungos parasitas unicelulares de animais e protistas);
• (7) Neocallimastigomycota (Fungos anaeróbicos que vivem nos intestinos dos grandes
mamíferos).

4. Filogenia dos fungos
Microsporídia
Chytridiomycota
Blastocladiomycota
Neocallimastigomycota
Glomeromycota
Ascomycota
Basidiomycota
Glomeromycota e
fungos do sub-reino
Dikarya possuem
maior relação de
parentesco de
acordo com a árvore
filogenética do Reino
Fungi
Fonte: Souza (2016)

5. Filo Glomeromycota – Definição
• Definição: São organismos
biotróficos obrigatórios que
estabelecem uma simbiose
mutualística com muitas
espécies de plantas vasculares
terrestres, epífitas, aquáticas e
outros vegetais basais.
Fonte: Souza (2015)

6. Filo Glomeromycota – Características gerais
• Características: Os membros do Filo Glomeromycota apresentam estruturas
morfológicas obrigatórias relacionadas a germinação dos glomerosporos, ao seu
crescimento, estabelecimento da simbiose e troca de carbono, energia e nutrientes.
Hifa
Arbúsculo Vesícula
Glomerosporos

7. Estruturas morfológicas
Estrutura (Localização) Função
Arbúsculo (Intraradicular) Responsável pelos processos de troca de carbono, energia e nutrientes
Vesícula (Intraradicular) Armazenamento de compostos ricos em energia (Lipídeos)
Hifa (Intraradicular) Responsável pela formação das unidades de infecção e colonização
radicular
Célula Auxiliar
(Extraradicular)
Responsáveis por armazenar lipídeos e fornecer C para a formação dos
glomerosporos de espécies da Ordem Diversisporales
Hifa (Extraradicular) Hifas responsáveis pela absorção de água, nutrientes e formação de novos
glomerosporos
Glomerosporos Estrutura de resistência e sobrevivência
Paredes do glomerosporos Importante para o crescimento, sobrevivência e identificação das micorrizas
Paredes germinativas Relacionadas aos eventos de germinação do glomerosporos
Estrutura de prégerminação Relacionada com a proteção do tubo germinativo
Fonte:Souza(2016)

8. Filo Glomeromycota – Importância
• Importância: Principais agentes facilitadores na aquisição de água e
nutrientes essenciais as plantas (i.e., fósforo, cobre e zinco) e responsáveis por
promover aumento da resistência das plantas ao ataque de fitopatógenos,
insetos e períodos prolongados de seca. Além de auxiliar as plantas se
desenvolverem em agroecossistemas e ecossistemas naturais.
Observar:
Pareamento
hospedeiro-
específico;
Desenvolvimento
do hospedeiro.
Fonte:SouzaeSantos(2018)

9. Filo Glomeromycota – Importância
Fonte: Souza e Santos (2018)

10. Propagação – Estabelecendo culturas-armadilha
Importante:
Manter solo
estéril da fonte de
coleta;
1º Estágio –
Inóculo da
comunidade de
FMA;
2º Estágio –
Monocultura de
glomerosporos.

11. Filo Glomeromycota – Filogenia e principais grupos
Glomus
Funneliformis
Glomerales
Glomerales
Div. = Diversisporales
Div.
Arch.
Arch. = Archaeoporales
Paraglomerales
Paraglomerales
Septoglomus
Rhizoglomus
Sclerocystis
Claroideoglomus
Pacispora
Racocetra
Scutellospora
Gigaspora
Dentiscutata e Quatunica
Acaulospora
Redeckera
Diversispora
Geosiphon
Ambispora
Archaeospora
Paraglomus

12. Glomerales

13. Diversisporales

14. Archaeosporales

15. Paraglomerales

16. Chave para classificação de ordens do Filo
Glomeromycota

17. Como extrair glomerosporos do
solo? Como identifica-los?
É possível realizar a extração de glomerosporos de amostras coletadas no campo?
É possível realizar uma contagem de glomerosporos e comparar com o uso e manejo do solo?
Como identificar as diferentes ordens?

18. Materiais necessários

19. Procedimento – Peneiramento úmido +
centrifugação em gradiente de sacarose

20. Procedimento – Peneiramento úmido +
centrifugação em gradiente de sacarose

21. Expressão dos
dados/observações
Incluir as observações com base
nos dados das coletas de campo;
Incluir as tabelas de frequências de
ordens observadas;
Determinar os índices de
dominância, diversidade e riqueza;
Correlacionar as frequências
observadas com dados químicos e
físicos do solo;
Realizar análises multivariadas para
apresentação dos dados. 0
1
2
3
4
5
6
Agroecossistema 1 Agroecossistema 2 Agroecossistema 3 Ecossistema natural
Glomerosporos Colonização radicular (%) Riqueza

22. Conclusão
• O Reino Fungi é subdividido em 7 Filos, dentre os quais é classificado o Filo
Glomeromycota;
• O Filo Glomeromycota compreende todos os indivíduos (fungos) biotróficos
obrigatórios que estabelecem uma simbiose mutualística com os vegetais;
• Podemos subdividir o Filo Glomeromycota em 4 Ordens com base nas suas
estruturas vegetativas e nos morfotípos dos glomerosporos;
• Os glomerosporos podem ser extraídos do solo e posteriormente
identificados através da técnica de peneiramento úmido seguido de
centrifugação em gradiente de sacarose.

23. Referências
• Souza T, Santos D, Lucena EO, Silva SAI, Marques AL, Nóbrega CC, Alves MAB,
Soares BS (2018) Biologia dos Solos da Caatinga. Areia: Saraiva
• Souza T (2016) Symbiotic compatibility of mycorrhizal fungi with exotic plant species.
Düsseldorf: OmniScriptum GmbH & Co. KG
• Souza TAF (2015) Handbook of arbuscular mycorrhizal fungi. Switzerland: Springer
International Publishing
• Souza TAF (2015) Micorrízas: Conceitos, classificação e métodos. João Pessoa:
Saraiva