Este documento discute a importância da Páscoa e da ressurreição de Jesus Cristo. Em três frases:
1) A Páscoa traz esperança viva ao lembrar que, assim como Jesus ressuscitou, nós também viveremos.
2) A ressurreição de Jesus validou Sua mensagem e deu poder aos Seus discípulos para espalhar o Evangelho.
3) Embora os dias com Jesus tenham acabado, Sua presença ressuscitada mudou tudo e motivou Seus seguidores a construírem comunidades de
1. ELE VIVE
A Páscoa gera mudanças
Para um mundo imperfeito
a resposta é o amor
11 dicas
para superar a tristeza
M U D E S U A V I D A . M U D E O M U N D O .
3. Cresci em um lar cristão e
desde a infância conheço
a história da Páscoa. Foi
recentemente, porém, que descobri o
sentido que ela tem para mim.
Nessa comemoração, no ano
passado, meus pensamentos não se vol-
taram para a glória do ressurgimento
de Jesus, o triunfo do bem sobre o mal,
ou mesmo para a dourada manhã que
de minha janela pude assistir despon-
tar. Fazia uma semana que minha
melhor amiga me telefonara para dizer
que seu pai havia, repentinamente,
falecido durante a noite. Minha mente
ainda dava voltas com o choque e a
dor. Como a vida podia escapar assim
tão abruptamente, sem dar tempo para
últimas palavras e despedidas? Pensei
nos netos que cresceriam sem conhecer
o avô, na minha amiga que ficaria sem
o apoio e o conselho do pai, na viúva
que teria de conviver com a ausência de
um marido amoroso.
Conforme lia um estudo que
detalhava as últimas horas de Jesus, Sua
crucificação e ressurreição, ocorreu-
-me que a morte do Salvador deve ter
parecido aos Seus amigos e discípulos a
pior coisa que poderia ter acontecido.
Entretanto, transformou-se no mais
maravilhoso milagre que se poderia
esperar: o triunfo de Cristo sobre a
morte. Seria possível encontrar hoje a
esperança que emergiu daquele terrível
evento? Pensei na minha amiga e na
sua dor. Onde buscar esperança diante
de uma morte trágica e não anunciada?
Meus olhos recaíram no versículo
bíblico: “Deus nos deu uma nova
vida pela ressurreição de Jesus Cristo.
Por isso o nosso coração está cheio
de uma esperança viva.”1
Ao refletir
nessas palavras, percebi que o milagre
da Páscoa não terminara há dois mil
anos, com a ressurreição de Jesus. Ele
continuava, na mensagem de espe-
rança viva que desde então atravessa
as eras e chega ao nosso século 21.
Por mais escuras que pareçam as
coisas hoje, aponta no horizonte uma
gloriosa manhã. Quando Jesus fez
os preparativos para partir, deixou
com os discípulos a promessa de que
porque Ele vive, eles e nós também
viveremos.2
A Páscoa não é para ser uma
lembrança anual, mas uma esperança
viva e diária em nossos corações.
Assim como o Sol surge cada manhã,
podemos deixar para trás a dor e o
sofrimento que nos tomam de golpe,
para nos levantar e ressurgir com fé
renovada e confiança no eterno amor
de Deus.
Elena Sichrovsky é professora
de inglês e missionária volun-
tária em Taiwan. ■
Esperança
viva
1. 1 Pedro 1:3 NTLH
2. Ver João 14:19.
Elena Sichrovsky
3
4. Fazia cerca de três anos
que haviam atendido ao
chamado para seguir
Jesus. Como isso aconteceu para
cada um eram histórias diferentes.
A Natanael foi dito que ele era
“um verdadeiro israelita, em quem
não havia nada falso”.1
Pedro e seu
irmão, André, ouviram as palavras
“Vinde após mim, e Eu vos farei
pescadores de homens”2
, quando
lançavam suas redes ao mar.
Mateus estava no guichê da cole-
toria.3
Aqueles anos desde então
haviam sido os mais fascinantes e
intensos de suas vidas. Jesus era a
pessoa mais incrível que conhe-
ciam e O amavam profundamente.
Eles testemunharam coisas
fantásticas: muitas curas milagrosas,
pessoas sendo libertas de forças
demoníacas,4
alguns pães e peixes se
multiplicarem para alimentar cinco
milhares de pessoas.5
Certo dia,
encontram um cortejo fúnebre na
rua e Jesus ficou tão sensibilizado
pela dor da mulher que pranteava a
morte do filho que parou a procissão,
tocou o esquife, o jovem recobrou
a vida e se sentou.6
Este não foi o
único ressuscitado. Em outra ocasião,
Jesus entrou no quarto onde estava o
1. João 1:47
2. Marcos 1:17
3. Ver Mateus 9:9.
4. Ver Mateus 4:23–24.
5. Ver Mateus 14:14–21;
15:32–38.
6. Ver Lucas 7:11–16.
7. Ver Marcos 5:35–42.
8. Ver João 11:38–44.
9. Ver Mateus 13:10–13.
10. Ver João 6:15.
11. Ver João 6:3.
12. Ver Lucas 20:20.
13. Ver Mateus 21:6–9.
14. Ver João 11:47–48.
15. Ver Lucas 23:55–56;
24:1–11; João 20:3–9.
vIVE!
Ele
Peter Amsterdam
4
5. corpo de uma menina e, quando saiu
de lá, a criança estava viva outra vez.7
Também houve Lázaro, que estava
morto fazia quarto dias quando Jesus
o chamou para fora da tumba, e ele
saiu.8
As histórias que Ele contava eram
reveladoras, cheias de verdades pro-
fundas e entendidas apenas pelos que
estavam abertos para a mensagem
que traziam.9
Às vezes, ensinava às
multidões que se reuniam para ouvir
Suas palavras e houve uma ocasião
em que as pessoas queriam, contra
Sua vontade, coroá-lO rei.10
Volta
e meia, Jesus levava Seus seguidores
mais próximos para algum lugar afas-
tado onde pudessem descansar e lhes
ensinava de forma mais pessoal.11
Dias incomparáveis, com certeza.
Mas nem todos eram repletos de
aventuras positivas. Não faltavam
opositores. Seus inimigos religiosos
discordavam dos Seus ensinamentos
e continuamente O contestavam,
mas Suas respostas eram cheias de
sabedoria, poder e, principalmente,
amor.12
Tudo nEle emanava do amor
e da compaixão.
Com o tempo, a oposição se
intensificou e Seus inimigos estavam
mais resolutos que nunca a detê-lO,
mas as multidões O receberam em
Jerusalém trazendo nas mãos ramos
de palmeiras e proclamando “Hosana
ao Filho de Davi”.13
Seus opositores
religiosos evitavam agir contra Ele
por causa da Sua popularidade e
por temerem uma intervenção das
autoridades civis, o que poderia lhes
custar seus cargos e prestígio.14
Aqueles foram dias extraordinários
—cheios de fascínio, esperança, aven-
turas e aprendizados. Seus seguidores
provavelmente imaginavam que
aquilo continuaria por muitos anos.
Então, de repente, tudo mudou.
Jesus foi preso e, menos de 24 horas
depois, executado como criminoso.
Os sonhos daqueles homens foram
esmagados. Quem tanto amavam havia
morrido e tudo que viveram nos últi-
mos três anos havia, de uma hora para
a outra, chegado ao fim. Parecia que o
futuro do qual Jesus falara não havia
se concretizado como eles esperavam.
Jesus estava morto.
Tristes, confusos e temerosos,
esconderam-se atrás de portas
trancadas. Quão repentino fora o
fim de tudo —do trabalho em que
participavam e do amor que conhe-
ceram tão bem. De uma hora para
outra, tudo havia mudado e o futuro
parecia sombrio.
Três dias após Sua execução, logo
no início da manhã, algumas de
Suas seguidoras foram à Sua tumba
e a encontraram vazia. Quando
contaram aos outros discípulos, não
lhes deram ouvido, exceto Pedro
e João, que correram até onde Ele
fora sepultado e verificaram que
o relato era verdadeiro! Não o
encontraram. Não entendiam o que
havia acontecido, mas Seu corpo
não estava lá.15
De repente, Jesus surgiu na casa
em que vários de Seus seguidores se
escondiam, apesar de a porta estar
trancada. O homem que eles tanto
5
6. amavam e seguiam com devoção, que
fora brutalmente torturado e morto
estava diante deles.16
Estava vivo!
Havia ressurgido dos mortos
e voltara para eles. Sua presença
mudou tudo. Apesar de ter sido
executado como um criminoso, o
fato de que estava ali, vivo, validava
tudo que lhes dissera a Seu próprio
respeito: que era “a ressurreição e a
vida”17
, que seria morto e que ressus-
citaria ao terceiro dia.18
A verdade
daquelas palavras havia se tornado
evidente, porque Ele estava lá, vivo.
Sua presença mudou totalmente o
contexto dos dias anteriores e viram
que não haviam depositado sua fé em
um engano. O plano de Deus não
havia sido frustrado.
Quarenta dias depois, Jesus subiu
para o céu. Deixou-os fisicamente,
mas enviou o Espírito Santo para
ficar com eles —uma presença
constante que os guiava na verdade,
no amor e no partilhar de tudo que
Ele lhes havia ensinado e que eles
haviam testemunhado durante seu
tempo juntos.19
Os dias maravilhosos que
passaram vivendo e trabalhando com
Ele haviam chegado ao fim, para dar
início a um tempo de dispersão e
disseminação da mensagem. O fato
de Ele estar vivo lhes dava poder
para avançar além do que estavam
acostumados, a abrir mão dos
seus costumes para se dedicarem a
espalhar Seu amor e a mensagem da
salvação.
Foi preciso tempo e ajustes, mas
obedeceram às Suas instruções e
percorreram várias cidades e países,
conhecendo gente, fazendo amigos
e guiando as pessoas para Ele.
Construíram comunidades de fé,
ensinaram aos outros o que com Ele
haviam aprendido, dedicando-se à
missão dia após dia, ano após ano,
um coração de cada vez. Enfrentaram
dificuldades, provas, tribulações e,
alguns, o martírio. E tudo isso afetou
profundamente o mundo de seus
dias e desde então.
Apesar de as coisas haverem
mudado e de Jesus não estar mais
presente fisicamente, ainda realizava
milagres, ressuscitava, dava respostas
incríveis àqueles em necessidade,
mostrava amor, compaixão, mise-
ricórdia, trazia as boas novas da
salvação. A diferença é que em vez de
agir pessoalmente, passou a ter Seus
seguidores como intermediários. Ele
passou a viver neles e trabalhar por
intermédio deles. E é o que ainda faz
com aqueles que O amam e seguem.
A Páscoa celebra a ressurreição de
Jesus. Celebra Ele haver derrotado a
morte, o inferno e Satanás. Livrou-
nos dos nossos pecados. Jesus viveu,
amou e morreu por nós —cada um
de nós— e está conosco hoje da
mesma forma que estava com aqueles
com quem conviveu na Terra, há dois
mil anos.
Houve um tempo em que Seus
discípulos perderam a esperança,
depois de Jesus ser crucificado, mas
a crise durou pouco. A confusão, o
medo e a incerteza passaram quando
16. Ver João 20:19–20.
17. João 11:25
18. Ver Marcos 8:31; João 2:19–21.
19. Ver Atos 2:1–4; Mateus 28:19.
20. 1 Coríntios 15:55
6
7. Mostremos aos demais que
Ele vive, permitindo que ouçam
Suas palavras nas nossas, que
vivenciem-nO pelas nossas ações
amorosas, pela nossa compaixão
e pela nossa empatia. Vamos
lhes mostrar que Ele está vivo,
mesmo neste mundo confuso e
desorientado, ajudando-Os a se
conectarem a Ele.
Peter Amsterdam e sua esposa,
Maria Fontaine, são diretores
da Família Internacional, uma
comunidade cristã. ■
PERDÃO
CONCEDIDO
—Pensamentos sobre a Páscoa
David Brandt Berg
Não temos um Jesus pregado a uma
cruz. Ele deixou a cruz! Temos uma
cruz vazia. “Onde está, ó morte, o
teu aguilhão? Onde está, ó morte, a
tua vitória?”20
Não temos um Cristo
sepultado, mas um Jesus vivo, que
vive em nossos corações.
Ressurgiu na vitória, alegria e
liberdade, para nunca mais morrer,
para que pudesse também nos
remir, evitando que sofrêssemos a
agonia da morte do espírito. Que
dia de regozijo deve ter sido quando
Ele ressuscitou e tudo estava con-
sumado. Havia vencido e o mundo
estava salvo!
2
Este é o milagre da Páscoa: Jesus
não permaneceu no túmulo e será
assim conosco também. Não temos
de sofrer no Inferno para pagar
pelos nossos pecados ou sentir a
eterna separação de Deus. Ele fez
o pagamento por nós e ressuscitou
para uma nova vida. E esta pode
estar dentro de nós, dando-nos
esperança e paz, pois estamos cheios
com o Seu amor. ■
entenderam que Ele vivia, que Seu
amor, verdade, compaixão, palavras
e poder ainda estavam com eles,
apesar de sob outras circunstâncias
físicas.
Independentemente da nossa
situação, das mudanças e das
dificuldades, Ele também vive em
nós. Onde quer que estejamos, Seu
poder e Espírito estão conosco.
Sob quaisquer circunstâncias, em
qualquer situação, na nossa cidade
natal ou em algum país distante, Ele
está conosco e agirá em nossas vidas
tanto quanto Lhe deixarmos.
7
8. Tu me farás ver a vereda da vida;
na Tua presença me encherás de
alegria, com delícias perpétuas à
Tua direita. —Salmo 16:11
A consciência da tripla alegria
do Senhor é a alegria por Ele nos
haver remido, a alegria por Ele
viver em nós como nosso Salvador
enchendo-nos de poder para
produzir frutos, e a alegria de Ele
nos possuir como Sua noiva e Seu
deleite. É a consciência da Sua ale-
gria que é nossa força verdadeira.
Nossa alegria nEle pode flutuar,
mas Sua alegria em nós não muda.
—JamesHudsonTaylor5
Alegre-se! Mas alegre-se para
valer. A vida de um verdadeiro
cristão deveria ser um júbilo per-
pétuo, um prelúdio dos festivais
da eternidade .
—Théophane Vénard 6
Todos sabemos o que é
conviver com problemas.
Dificuldades financeiras, desconfortos
trazidos pelo clima ou até o trânsito
intenso podem afetar nossos espíritos.
Mas não tem de ser assim. O
Espírito Santo pode nos ajudar a
superar nossos problemas, grandes ou
pequenos e nos fazer felizes e alegres
apesar das circunstâncias.
O segredo para ter a alegria do
Senhor está em se abastecer com
a Palavra de Deus, e assim ter um
reservatório do Seu Espírito para
os momentos estressantes. "Tenho-
vos dito isso", Jesus disse aos Seus
discípulos, "para que o Meu gozo
esteja em vós, e o vosso gozo seja
completo".2
Então, caso se sinta desanimado
ou até deprimido, provavelmente só
precisa passar mais tempo com Jesus,
lendo e estudando a Sua Palavra. Ficará
surpreso com a diferença que isso fará!
Algo que ajuda muito é contar as
bênçãos e pensar em todas as coisas
boas que o Senhor lhe tem dado e feito
por você. "Quanto ao mais, irmãos,
tudo o que é verdadeiro, tudo o que é
honesto, tudo o que é puro, tudo o que
é amável, tudo o que é de boa fama,
se há alguma virtude, e se há algum
louvor, nisso pensai.”3
“A alegria do
Senhor é a vossa força.”4
Rafael Holding é escritor e
mora na Austrália. “Alegria:
o fruto do sol” é um trecho
do livro da série Faça Contato,
intitulado Os Dons de Deus.
Para adquiri-lo, escreva para
revista@contato.org ■
ALEGRIA:
O FRUTO
DO SOL
1. Gálatas 5:22–23
2. João 15:11
3. Filipenses 4:8
4. Neemias 8:10
5. JamesHudsonTaylor(1832–1905),
missionáriobritâniconaChinae
fundadordaChinaInlandMission
(missãoparaointeriordaChina.)
6. Théophane Vénard (1829–1861) foi
um missionário católico nascido
na França, que se dedicou à
evangelização da Indochina, onde
morreu, mártir pela sua fé.
“Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz,
paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão
e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei”.1
Rafael Holding
8
9. Era um dia de verão par-
ticularmente quente e
úmido. Jeffrey e eu viajávamos havia
algumas horas quando sentamos exaus-
tos na abafada sala de espera de uma
estação rodoviária no norte da Itália.
Ele mal falava comigo. “Será que eu
realmente tinha de vir?” —reclamou.
Como é que fui ter esta ideia,
afinal de contas? —perguntei-me.
Arrastar um rapaz de 14 anos para
longe de seus amigos para visitar os
avós com sua mãe não é bem o que
um adolescente considera diversão.
Esperaríamos mais uma hora para
pegar o ônibus para nosso destino
final. Eu não sabia o que era pior: o ar
viciado na sala de espera ou a atmosfera
pesada entre nós dois. Estava come-
çando a me incomodar. “Quer tomar
um sorvete?” —perguntei.
Isso geralmente funcionava —ou
pelo menos costumava funcionar.
Não dessa vez. “Não!” veio a resposta
seca. “Não preciso disso.” Meu
menino estava crescendo.
Minha paciência estava se esgo-
tando. “Bom, vou comprar um para
mim”. Peguei a bolsa e, a caminho
da lanchonete, pedi a Jesus para
restaurar a boa comunicação entre
Jeffrey e eu.
Quandovoltei,eleconversavacom
umrapazumoudoisanosmaisvelho.
“Emmanueléromeno,”—explicouao
nosapresentar—“masfalabemitaliano.
Viveemumtraileraquipertocom
suamãeeduasirmãsmenores.Elefaz
biscatesparaajudarasustentarafamília,
masquerconseguirumvistodetraba-
lhoparaarrumarumempregoestável.”
Emmanuelerainteligente,tinhaboas
maneirasesemostravadispostoafazer
quasequalquertipodetrabalho.
Continuaramsuaconversaanimada
queminhachegadahaviainterrompido.
Falaramsobreescola,músicaesobrea
Romênia.QuandoJeffreycontouque
foraaumacampamentodeverãoem
Timisoara,Emmanuelficouradiante.
“Eusoudelá!”—disse.Davaparanotar
queorapazestavafelizporencontrar
outromaisoumenosdasuaidade
comquemconversarerelaxar.Jeffrey
tambémpareciamuitointeressadona
vidadaquelejovemeprovavelmente
ficousurpresoquealguémdesuaidade
sustentasseamãeeasirmãs.
Quando chegou a hora de
tomarmos o ônibus, Jeffrey orou por
Emmanuel, sua família, deu-lhe um
folheto cristão e algum dinheiro.
“Mãe” —sussurrou enquanto nos
acomodávamos em nossos assentos
no ônibus— “isso foi cem vezes
melhor do que sorvete!”
Às vezes, quando estamos
chateados ou desanimados, tudo que
precisamos é dar um pouco de nós,
para nos sentirmos melhor. É renova-
dor como um alento de ar fresco.
Anna Perlini é cofundadora da
organização humanitária Per
un Mondo Migliore (http://
www.perunmondomigliore.
org/), com atuação na região da
antiga Iugoslávia, desde 1995. ■
Um alento
de ar fresco
Anna Perlini
9
10. Foi só o sorriso de um bebê,
uma coisinha de nada, mas mudou
minha perspectiva de vida.
Acordou e olhou para mim. À
sua frente, tinha o que havia de mais
importante no mundo para ele: eu!
Não se importava que as peças de
pijama que eu estava vestindo não
combinassem e que eu estivesse desca-
belada. Ele apenas me amava e gostava
de ficar comigo. Ele não precisava de
perfeição, pois o amor acertava todas
as coisas. Aquele instante com ele nos
braços em que sorvi aqueles raios de
amor me trouxe a resposta para algo
que estivera pensando antes.
A falta de perfeição na vida
sempre me incomodou. Quando
alguém dizia ou fazia algo que me
contrariava, eu muitas vezes ficava
remoendo: Por que tem de existir
coisas como incompatibilidade
de gênios, falta de consideração,
injustiça, pessimismo, humilhações?
Essas coisas existem mesmo e são
erradas! Gostaria que não existissem.
Se todos, inclusive eu mesma,
entrássemos nos eixos, minha vida
seria uma perfeição maravilhosa. Na
minha maneira de ver, a perfeição
era a única coisa que poderia aliviar
minhas irritações. Mas eu sabia que
era impossível. A vida tem imperfei-
ções e eu precisava de outra opção.
Quanto mais pensava nisso, mais
percebia que o que eu realmente queria
era que o mundo girasse em torno de
mim —dos meus desejos, sentimentos,
preferências e prioridades. As coisas
não podiam continuar como estavam
e parecia que, dessa vez, era a minha
vez de mudar, sem me importar com as
culpas dos outros. Mas como? Já havia
tentado antes.
E naquela manhã, com meu bebê
no colo, um pensamento me veio:
Você gostaria que seu bebê já tivesse
nascido perfeito?
Depois de ponderar sobre isso,
vi que nada poderia ser menos
desejável. Se, ao nascer, meu filho
já soubesse andar e correr, eu jamais
teria visto a emoção e o senso de rea-
lização estampados em seu rostinho
quando desse os primeiros passos
nem teria conhecido aquela sensação
especial de tê-lo nos meus braços,
sabendo que ele dependia completa-
mente de mim. Se ele tivesse nascido
falando perfeitamente, eu não teria
vivenciado a alegria de ouvi-lo dizer
a primeira palavra. Se, ao nascer,
meu bebê soubesse tanto quanto um
adulto, eu não testemunharia a fasci-
nação com que faz suas descobertas
nem teria a realização de lhe ensinar
algo. Eu perderia muito. Não... sua
imperfeição o torna perfeito. Eu não
gostaria que ele fosse nada diferente
do que é!
O que, então, perguntei-me, faz a
imperfeição dele diferente das outras
que me cercam?
Um
Mundo
Imperfeito
Chalsey Dooley
1. Mateus 7:7
10
11. A resposta não demorou: O amor
faz a diferença.
Claro! Era o que estava faltando, o
que eu precisava para poder enfrentar
com coragem e alegria os problemas
que eu preferia que não existissem.
Entendi tudo que perderia se eu
e todos ao meu redor tivéssemos
nascido perfeitos. Faltaria a imprevi-
sibilidade da vida que dá um senso
de surpresa às coisas; a alegria de
perdoar e ser perdoado; os laços for-
tes da amizade atados na adversidade
e os traços de personalidade positivos
formados da mesma maneira.
Aprendi que pensar negativa-
mente sobre uma situação negativa
jamais produz resultados positivos.
Determinei-me, então, a procurar
as oportunidades e as experiências
positivas ocultas sob a máscara da
imperfeição.
Quando meu bebê teve dificulda-
des para dormir naquele dia, decidi
me esforçar ao máximo para pôr em
prática a lição que havia aprendido.
Deixei um pouco de lado o que eu
achava ser o melhor para ele e, com
meu marido, cantei e brinquei com
meu pequeno. Foi um momento per-
feitamente feliz que todos teríamos
perdido se tudo tivesse sido “perfeito”
naquele dia.
As situações e as pessoas que
encontramos podem encher nossas
vidas com alegrias e surpresas,
se conseguirmos enxergar além.
As dificuldades, as perdas, os
sofrimentos e as falhas podem ser
vistos como as pistas de um jogo de
caça ao tesouro, ou a porta de um
cofre que guarda os lindos tesouros
de Deus: “Pedi, e dar-se-vos-á;
buscai, e encontrareis; batei, e
abrir-se-vos-á.”1
Chalsey Dooley é escritora
de literatura para inspiração
infantil e para cuidadores de
crianças. Mora na Austrália.■
Quando paramos de esperar
que as pessoas sejam perfeitas,
podemos gostar delas do jeito
que são. —Donald Miller
Quem busca a perfeição jamais
encontra contentamento.
—Leo Tolstoy
Há dois tipos de perfeição: a
que jamais é alcançada e a que
encontramos quando somos
nós mesmos. —Lauren King
Detesto a ideia de um mundo
perfeito. É a coisa mais
monótona em que posso
pensar. —Shelby Foote
Ser feliz não significa que tudo
é perfeito. Significa que você
decidiu enxergar além das
imperfeições. —Autor anônimo
11
12. Por conta do nosso tra-
balho voluntário, meu
marido, Andrew, Angelina,
minha filha, e eu nos mudamos da
Europa para a América Central.
Certa vez, tivemos a maravilhosa
oportunidade de nos sentar à beira
de um tranquilo lago na Guatemala,
centro da rica cultura maia de tempos
remotos. Em meio àquela serenidade,
o principal acontecimento do dia para
os moradores locais e turistas é assistir
ao Sol se pôr atrás de três vulcões que
se erguem à margem oeste do lago.
Naquelas bandas, os prazeres da vida
são simples, como nadar onde as fontes
vulcânicas de águas quentes jorram no
lago, criando uma curiosa mistura de
água gelada, morna e quentíssima.
Não bebo café, mas fiquei fasci-
nada por observar como seus grãos
crescem, são secos, torrados, moídos
para finalmente se converterem em
uma deliciosa xícara de café quente.
O aroma era inebriante e o sabor,
garantiram Andrew e Angelina, divino:
uma verdadeira xícara de café caseiro.
Era uma cena interessante — turis-
tas dando um tempo em suas vidas
corridas, estressantes e supostamente
“civilizadas”, ao lado de mulheres maias
pacificamente produzindo seus lindos
tecidos multicolores, algumas com um
bebê, neto ou talvez bisneto dormindo
tranquilamente preso às costas por uma
faixa, ou brincando tranquilamente ali
perto. Que contraste!
Apesar de hoje em dia os maias
precisarem vender seus produtos aos
estrangeiros para se manterem, não
permitiram que o mundo moderno
poluísse suas vidas. Habilidosos e
pelejadores, trabalham em cadência,
do nascer ao pôr do sol, produzindo
encantadoras roupas tradicionais. Não
se deixando levar pelos modismos,
orgulhosamente usam o que fabricam.
Tampouco dependem do sistema
farmacêutico, pois encontram os medi-
camentos que precisam nas árvores e
plantas que crescem na sua região. Até
produzem seus próprios cosméticos.
(Meu cabelo está bem melhor desde
que comecei a usar o xampu à base de
ervas que comprei deles, em compa-
ração a quando usava os de fabricação
industrial, quer de ervas ou outro, que
alguma vez experimentei!)
Sentada sob as palmeiras que sua-
vemente balançavam as folhas, ouvia
as ondas suaves se revezarem na praia
do lago, enquanto me encantava
vendo o Sol se esconder do outro
lado dos vulcões. Era como se fora
levada para o reino celestial de Deus
e descoberto uma das razões de eu ter
sido criada: desfrutar tudo aquilo!
Os adeptos da correria insana,
da competição sem fim e outros
do gênero consideram os maias
atrasados. Discordo. A velocidade e
o estresse roubam a nossa alegria de
viver, mas ir mais devagar e alinhar
nossa prioridades com as de Deus
conserta todas as coisas.
Anna Wormus é cofundadora e
diretora da organização Hea-
ling Hearts Balkans [curando
corações nos Balcãs) (http://
healingheartsbalkans.org/).
Ela e o marido vivem atual-
mente na Sérvia e trabalham
na região da antiga Iugoslá-
via, castigada pela guerra,
desde 1995. ■
A CIVILIZAÇÃO
MAIA
Anna Wormus
12
13. 1Conte suas bênçãos.
Expressar gratidão faz mara-
vilhas para animar o seu espírito.
Existe poder espiritual no louvor,
o qual pode compensar o que lhe
pesar no coração.
9Melhore o ambiente.
Um quarto limpo, uma
vista bonita, uma pequena
melhoria no lar, ou até
mesmo boa iluminação,
podem deixá-lo mais “para
cima”.
1. Provérbios 17:22
2.Faça contato com Jesus.
Ele o ama e Se preocupa
com você, além de ter a solução
para todo problema. Conte
para Ele como se sente; leia a
Palavra; e ampare sua fé com
Suas promessas.
3Faça algo bom para
alguém. Estender a mão
a quem precisa não só ajuda a
pessoa, mas também anima o
seu próprio espírito.
4Faça um intervalo. Pare tudo
e faça uma pequena cami-
nhada. Sente-se em um local onde
vai relaxar, ou contemple uma
foto da natureza que lhe agrade.
Medite nas coisas lindas da vida.
5Cante ou ouça uma canção
feliz. Pode alegrá-lo e deixá-
-lo mais animado. Uma canção
de louvor a Jesus pode encher o
seu coração de gratidão e paz.
6Exercite-se. O exercício
físico libera endorfina, que
o faz se sentir bem, ajuda a
acalmar e redirecionar os pensa-
mentos, afastando suas energias
das preocupações e pesares.
7Ria alto. “O coração alegre
serve de bom remédio”1
.
Não leve a vida ou a si mesmo a
sério demais. Leia ou assista uma
comédia, pense em algo engra-
çado, ou converse com alguém
que normalmente o anime.
8Passe tempo com os seus
filhos. As crianças têm muito
amor para dar, e sua alegria,
flexibilidade e simplicidade
podem ajudá-lo a lembrar o que é
realmente importante.
10Durma o suficiente.
É mais fácil enfrentar
qualquer situação quando se está
bem descansado. Um grande
déficit de sono, além de aumentar
os problemas, geralmente o deixa
se sentindo muito mal.
11Sorria. A alegria no seu
sorriso não precisa ser sua
própria. Basta ser um reflexo da
alegria que Jesus dá. Vai fazê-lo se
sentir melhor e ver o mundo sob
um prisma mais positivo.
11 dicas
-Para acabar com a tristeza
Samuel Keating
Samuel Keating é
coordenador de produção
da Activated (Contato em
inglês) e vive atualmente
em Milão, na Itália. ■
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14. Ensina o ditado popular
que “o bom é inimigo do melhor”.
Em outras palavras, acomodar-se
a algo que seja meramente bom
pode fazer que não alcancemos algo
melhor. Parece ser um imperativo
cultural dos nossos dias jamais nos
contentarmos com nada inferior ao
que acreditamos ser indiscutivel-
mente o melhor para nós. Mas estou
chegando a outra conclusão.
Porcausadaminhabuscapessoal
pelomelhorresultadopossívelemtodae
qualquersituação,viquedeixavapassar
boaspossibilidades,porimaginarque,
aovirardapróximaesquina,encontraria
oqueeurealmente,masrealmente
queria.Comisso,não aproveitavaas
oportunidadesquetinhaàmão.Foram
casosemquepareciaque“omelhor”
tornou-seinimigodo“bom”.Nabusca
dolendáriopotedeouronofimdo
arco-íris,nãoviabelezadoarco-íris.
Euprovavelmenteficariamaisfelizse
desfrutasseaviagememvezdeficartão
obcecadoemchegaraodestino.
Enquanto pensava nisso, lembrei-
-me que Pedro disse que Jesus havia
andado por toda a parte fazendo o
bem.1
Jesus aproveitava para fazer
o bem sempre que surgia uma
oportunidade.
Existe também a passagem clássica
da Carta de Paulo aos Romanos, em
que escreve que “todas as coisas con-
correm para o bem daqueles que amam
a Deus, daqueles que são chamados
segundo o Seu propósito.”2
Muitas
vezes recorri a esse versículo quando
não parecia que as coisas estivessem
indo tão bem. Contudo, ultimamente,
tenho pensado com mais profundidade
sobre esse trecho das Escrituras e como
as coisas cooperam para o bem, não
necessariamente para o melhor. Não
acho que esteja na melhor situação
agora mesmo, mas sei que estou bem e,
em vez de me apoquentar pelo que não
tenho, posso encontrar alegria e prazer
nas coisas positivas das minhas atuais
circunstâncias.
Salomãoaparentementechegou
aumaconclusãosemelhante,pois
escreveu:“Entãopercebiumaboaebela
coisa:alguémcomerebeber,egozar
cadaumdobemdetodooseutrabalho,
[…]poisestaésuaporção.”3
Sendo
assim,umabuscaconstanteporalgo
melhorpodefazercomquedeixemos
devalorizarascoisasboasquejátemos.
O que acha então de nos con-
tentarmos com o bom? Talvez não
sempre, mas acho que seríamos
mais felizes de uma maneira geral
se fizéssemos isso com frequência.
Afinal, algo bom não é ruim!
Phillip Lynch é romancista e
comentador sobre assuntos
espirituais e questões escato-
lógicas. Mora em Atlantic, no
Canadá. ■
Quando o bom é
preferível ao melhor
1. Ver Atos 10:38.
2. Romanos 8:28, ênfase acrescentada.
3. Eclesiastes 5:18
Phillip Lynch
14
15. O gorjeio dos pássaros, o som da
música, a voz da pessoa amada ao
telefone têm o poder de nos fazer
sorrir. Que sons lhe trouxeram prazer
hoje? Agradeça a Deus por eles.
Quando proveu alimento para os
israelitas nos 40 anos que passaram
no deserto, Deus deu a entender que
não apenas se preocupava com o sus-
tento das pessoas, mas queria lhes dar
algo saboroso. Tempos depois, o rei
Davi chamou o maná, essa comida
misteriosa que surgia no solo a cada
manhã de “pão dos anjos”.1
Em outra
passagem, lemos que o maná “tinha
gosto de pão assado com azeite”2
Pense no que você comeu e bebeu
hoje. Que sabores e texturas você
desfrutou? Agradeça a Deus por eles.
Enxergamos com os olhos, cheiramos
com o nariz, sentimos sabores em
nossas bocas e ouvimos com os
ouvidos, mas o tato é transmitido
por minúsculas terminações nervosas
que nos cobrem da cabeça aos pés.
Uma única ponta de dedo tem cerca
de 2.500 receptores.
Nossos dias são cheios de toques.
Penteamos o cabelo de nossa filha e
sentimos sua suavidade. Sentimos o
calor de uma xícara de café ou chá.
Jogamos água fria no rosto quando o
dia está quente. Que experiências espe-
ciais você teve hoje graças ao sentido
do tato? Agradeça a Deus por elas.
Gratidao dos cinco sentidos
—Um exercício espiritual
Abi May
1. Salmo 78:25
2. Números 11:8 NTLH
Cada dia é repleto de momentos felizes pelos quais podemos
dar graças a Deus, se fizermos uma pausa para reconhecê-los. Este exercício
de gratidão se baseia no que percebemos com nossos cinco sentidos.
Muitas coisas são belas ao olhar, sejam
paisagens naturais, árvores ou flores,
criadas com grande arte e destreza
arquitetônica, o reencontro com um
amigo ou avistar nossa casa depois de
um período de ausência. Que prazeres
o esperam nesta jornada? Agradeça a
Deus por eles.
O olfato é provocador. O cheiro da grama recém-
-cortada nos lembra do verão. Um determinado
perfume pode remeter à pessoa amada ou um amigo.
O aroma de uma comida pode evocar a lembrança de
lugares e experiências de um passado distante.
Que bons odores você experimentou hoje? Que
pensamentos felizes lhe trouxeram? Agradeça a Deus
por eles.
Vá além com este exercício e, quem
sabe, comece um caderno de gratidão
sensorial. A cada noite, escreva as
experiências daquele dia relacionadas
a cada sentido. Basta uma palavra ou
duas. É o momento de reflexão que
torna o exercício valioso.
Abi F. May é educadora, escri-
tora e articulista da Contato.
Mora na Grã-Bretanha.■
v i s ã o
a u d i ç ã o
p a l a d a r
t a t o
o l f a t o
15
16. A habilidade de ver o lado positivo é um dom. Melhora
os momentos felizes e torna os difíceis mais toleráveis. É
o caminho para alegrias maiores, que é um dos tesouros
que você encontrou ao Me conhecer. Amor, fé, paz, alegria
—estes e muitos outros dons vêm das Minhas mãos para o
enlevar e inspirar.
Quero que você partilhe da Minha completa alegria,1
mas
há algo que você deve fazer antes que isso possa acontecer:
aceitar quem ou o que você é, acreditar que foi criado
para um propósito maravilhoso, com um conjunto ímpar
de talentos, dons e atributos que o ajudarão a encontrar e
ocupar um lugar no mundo que é especial e criado só para
você.
Concedo-lhe o dom da alegria, para aliviar o sofrimento;2
felicidade, para secar suas lágrimas;3
amor, para lançar fora
o temor.4
A perspectiva ilumina o momento para lembrar
você que Meu amor e desvelo são constantes e posso gerar
benefícios a partir de qualquer problema que ameaçar
derrotar você.5
1. Ver João 15:11.
2. Ver Isaías 61:3.
3. Ver Salmo 30:5.
4. Ver 1 João 4:18.
5. Ver Romanos 8:28; 37–39.