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Os Movimentos Sociais no
Brasil


       A análise dos movimentos sociais no Brasil revelam
forte enfoque teórico oriundo do marxismo, sejam eles
vinculados ao espaço urbano e/ou rural. Tais movimentos, quando se referiam ao espaço
urbano possuíam um leque amplo de temáticas como por exemplo, as lutas por creches, por
escola pública, por moradia, transporte, saúde, saneamento básico etc. Quanto ao espaço rural,
a diversidade de temáticas expressou-se nos movimentos de bóias-frias (das regiões cafeeiras,
citricultoras e canavieiras, principalmente), de posseiros, sem-terra, arrendatários e pequenos
proprietários.


       Cada um dos movimentos possuía uma reivindicação específica, no entanto, todos
expressavam as contradições econômicas e sociais presentes na sociedade brasileira.


       No início do século XX, era muito mais comum a existência de movimentos ligados ao
rural, assim como movimentos que lutavam pela conquista do poder político. Em meados de
1950, os movimentos nos espaços rural e urbano adquiriram visibilidade através da realização
de manifestações em espaços públicos (rodovias, praças, etc.). Os movimentos populares
urbanos foram impulsionados pelas Sociedades Amigos de Bairro - SABs - e pelas Comunidades
Eclesiais de Base - CEBs. Nos anos 1960 e 1970, mesmo diante de forte repressão policial, os
movimentos não se calaram. Havia reivindicações por educação, moradia e pelo voto direto. Em
1980 destacaram-se as manifestações sociais conhecidas como "Diretas Já".


       Em 1990, o MST e as ONGs tiveram destaque, ao lado de outros sujeitos coletivos, tais
como os movimentos sindicais de professores.


       Concomitante às ações coletivas que tocam nos problemas existentes no planeta
(violência, por exemplo), há a presença de ações coletivas que denunciam a concentração de
terra, ao mesmo tempo que apontam propostas para a geração de empregos no campo, a
exemplo do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST); ações coletivas que denunciam o
arrocho salarial (greve de professores e de operários de indústrias automobilísticas); ações
coletivas que denunciam a depredação ambiental e a poluição dos rios e oceanos (lixo
doméstico, acidentes com navios petroleiros, lixo industrial); ações coletivas que têm espaço
urbano como locus para a visibilidade da denúncia, reivindicação ou proposição de alternativas.


       As passeatas, manifestações em praça pública, difusão de mensagens via internet,
ocupação de prédios públicos, greves, marchas entre outros, são características da ação de um
movimento social. A ação em praça pública é o que dá visibilidade ao movimento social,
principalmente quando este é focalizado pela mídia em geral. Os movimentos sociais são sinais
de maturidade social que podem provocar impactos conjunturais e estruturais, em maior ou
menor grau, dependendo de sua organização e das relações de forças estabelecidas com o
Estado e com os demais atores coletivos de uma sociedade.




                             Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
                          - MST




       O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, também conhecido pela sigla
MST, é um movimento social brasileiro de inspiração marxista cujo objetivo é a implantação da
reforma agrária no Brasil. Teve origem na aglutinação de movimentos que faziam oposição ou
estavam desgostosos com o modelo de reforma agrária imposto pelo regime militar,
principalmente na década de 1970, o qual priorizava a colonização de terras devolutas em
regiões remotas, com objetivo de exportação de excedentes populacionais e integração
estratégica. Contrariamente a este modelo, o MST declara buscar a redistribuição das terras
improdutivas.


       Apesar dos movimentos organizados de massa pela reforma agrária no Brasil
remontarem apenas às ligas camponesas, associações de agricultores que existiam durante as
décadas de 1950 e 1960, o MST proclama-se como herdeiro ideológico de todos os movimentos
de base social camponesa ocorridos desde que os portugueses entraram no Brasil, quando a
terra foi dividida em sesmarias por favor real, de acordo com o direito feudal português, fato
este que excluiu em princípio grande parte da população do acesso direto à terra.


       Uma das atividades do grupo consiste na ocupação de terras improdutivas como forma
de pressão pela reforma agrária, mas também há reivindicação quanto a empréstimos e ajuda
para que realmente possam produzir nessas terras. Para o MST, é muito importante que as
famílias possam ter escolas próximas ao assentamento, de maneira que as crianças não
precisem ir à cidade e, desta forma, fixar as famílias no campo.


A organização não tem registro legal por ser um movimento social e, portanto, não é obrigada
a prestar contas a nenhum órgão de governo, como qualquer movimento social ou associação
de moradores.
O movimento recebe apoio de organizações não governamentais e religiosas, do país e
do exterior, interessadas em estimular a reforma agrária e a distribuição de renda em países
em desenvolvimento. Sua principal fonte de financiamento é a própria base de camponeses já
assentados, que contribuem para a continuidade do movimento.


       Dados coletados em diversas pesquisas demonstram que os agricultores organizados
pelo movimento têm conseguido usufruir de melhor qualidade de vida que os agricultores não
organizados.


       O MST reivindica representar uma continuidade na luta histórica dos camponeses
brasileiros pela reforma agrária. Os atuais governantes do Brasil tem origens comuns nas lutas
sindicais e populares, e portanto compartilham em maior ou menor grau das reivindicações
históricas deste movimento. Segundo outros autores, o MST é um movimento legítimo que usa
a única arma que dispõe para pressionar a sociedade para a questão da reforma agrária, a
ocupação de terras e a mobilização de grande massa humana.




                             Movimento dos Trabalhadores Sem Teto - MTST




                                O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) surgiu
em 1997 da necessidade de organizar a reforma urbana e garantir moradia e a todos os
cidadãos. Está organizado nos municípios do Rio de Janeiro, Campinas e São Paulo. É um
movimento de caráter social, político e sindical. Em 1997, o MST fez uma avaliação interna em
que reconheceu que seria necessária uma atuação na cidade além de sua atuação no campo.
Dessa constatação, duas opções de luta se abriram: trabalho e moradia.


       Estão em quase todas as metrópoles do País. São desdobramentos urbanos do MST,
com um comando descentralizado. As formas de atuação variam de um movimento para outro.
Em geral, as ocupações não têm motivação política, apenas apoio informal de filiados a partidos
de esquerda. O objetivo das ocupações é pressionar o poder público a criar programas de
moradia e dar à população de baixa renda acesso a financiamentos para a compra de imóveis.


       Atualmente, o MTST é autônomo em relação ao MST, mas tem uma aliança estratégica
com esse.
Fórum Social Mundial - FSM




       O Fórum Social Mundial (FSM) é um evento altermundialista organizado por
movimentos sociais de diversos continentes, com objetivo de elaborar alternativas para uma
transformação social global. Seu slogan é Um outro mundo é possível.


É um espaço internacional para a reflexão e organização de todos os que se contrapõem à
globalização neoliberal e estão construindo alternativas para favorecer o desenvolvimento
humano e buscar a superação da dominação dos mercados em cada país e nas relações
internacionais.
       A luta por um mundo sem excluídos, uma das bandeiras do I Fórum Social Mundial, tem
suas raízes fixadas na resistência histórica dos povos contra todo o gênero de opressão em
todos os tempos, resistência que culmina em nossos dias com o movimento irmanando milhões
de cidadãos e não-cidadãos do mundo inteiro contra as conseqüências da mundialização do
capital, patrocinada por organismos multilaterais como o Fundo Monetário Internacional (FMI),
o Banco Mundial (BM) e a Organização Mundial do Comércio (OMC), entre outros.


       O Fórum Social Mundial (FSM) se reuniu pela primeira vez na cidade de Porto Alegre,
estado do Rio Grande do Sul, Brasil, entre 25 e 30 de janeiro de 2001, com o objetivo de se
contrapor ao Fórum Econômico Mundial de Davos. Esse Fórum Econômico tem cumprido, desde
1971, papel estratégico na formulação do pensamento dos que promovem e defendem as
políticas neoliberais em todo mundo. Sua base organizacional é uma fundação suíça que
funciona como consultora da ONU e é financiada por mais de 1.000 empresas multinacionais.




                      Movimento Hippie




                          Os "hippies" (no singular, hippie) eram parte do que se
convencionou chamar movimento de contracultura dos anos 60 tendo relativa queda de
popularidade nos anos 70 nos EUA, embora o movimento tenha tido muita força em países
como o Brasil somente na década de 70. Uma das frases ideomáticas associada a este
movimento foi a célebre máxima "Paz e Amor" (em inglês "Peace and Love") que precedeu á
expressão "Ban the Bomb" , a qual criticava o uso de armas nucleares.
As questões ambientais, a prática de nudismo, e a emancipação sexual eram idéias
respeitadas recorrentemente por estas comunidades.


       Adotavam um modo de vida comunitário, tendendo a uma espécie de socialismo-
anarquista ou estilo de vida nômade e à vida em comunhão com a natureza, negavam o
nacionalismo e a Guerra do Vietnã, bem como todas as guerras, abraçavam aspectos de
religiões como o budismo, hinduismo, e/ou as religiões das culturas nativas norte-americanas e
estavam em desacordo com valores tradicionais da classe média americana e das economias
capitalistas e totalitárias. Eles enxergavam o patriarcalismo, o militarismo, o poder
governamental, as corporações industriais, a massificação, o capitalismo, o autoritarismo e os
                                    valores sociais tradicionais como parte de uma "instituição"
                                    única, e que não tinha legitimidade.


                                           Nos anos 60, muitos jovens passaram a contestar a
                                    sociedade e a pôr em causa os valores tradicionais e o poder
                                    militar e econômico. Esses movimentos de contestação
                                    iniciaram-se nos EUA, impulsionados por músicos e artistas
                                    em geral. Os hippies defendiam o amor livre e a não-
violência. Como grupo, os hippies tendem a viver em comunidades coletivistas ou de forma
nômade, vivendo e produzindo independentemente dos mercados formais, usam cabelos e
barbas mais compridos do que era considerado "elegante" na época do seu surgimento. Muita
gente não associada à contracultura considerava os cabelos compridos uma ofensa, em parte
por causa da atitude iconoclasta dos hippies, às vezes por acharem "anti-higiênicos" ou os
considerarem "coisa de mulher".


       Foi quando a peça musical Hair saiu do circuito chamado off-Broadway para um grande
teatro da Broadway em 1968, que a contracultura hippie já estava se diversificando e saindo
dos centros urbanos tradicionais.


Os Hippies não pararam de fazer protestos contra a Guerra do Vietnã, cujo propósito era acabar
com a guerra. A massa dos hippies eram soldados que voltaram depois de ter contato com os
Indianos e a cultura oriental que, a partir desse contato, se inspiraram na religião e no jeito de
viver para protestarem. Seu principal símbolo era o Mandala (Figura circular com 3 intervalos
iguais).
Movimento Feminista



                             O Feminismo é um discurso intelectual, filosófico e político que tem
                     como meta os direitos iguais e a proteção legal às mulheres. Envolve
                     diversos movimentos, teorias e filosofias, todas preocupadas com as
                     questões relacionadas às diferenças entre os gêneros, e advogam a
                     igualdade para homens e mulheres e a campanha pelos direitos das
                     mulheres e seus interesses. De acordo com Maggie Humm e Rebecca
                     Walker, a história do feminismo pode ser dividida em três "ondas". A
primeira teria ocorrido no século XIX e início do século XX, a segunda nas décadas de 1960 e
1970, e a terceira teria ido da década de 1990 até a atualidade. A teoria feminista surgiu destes
movimentos femininos, e se manifesta em diversas disciplinas como a geografia feminista, a
história feminista e a crítica literária feminista.


       O feminismo alterou principalmente as perspectivas predominantes em diversas áreas da
sociedade ocidental, que vão da cultura ao direito. As ativistas femininas fizeram campanhas
pelos direitos legais das mulheres (direitos de contrato, direitos de propriedade, direitos ao
voto), pelo direito da mulher à sua autonomia e à integridade de seu corpo, pelos direitos ao
aborto e pelos direitos reprodutivos (incluindo o acesso à contracepção e a cuidados pré-natais
de qualidade), pela proteção de mulheres e garotas contra a violência doméstica, o assédio
sexual e o estupro, pelos direitos trabalhistas, incluindo a licença-maternidade e salários iguais,
e todas as outras formas de discriminação.


       Durante a maior parte de sua história, a maior parte dos movimentos e teorias
feministas tiveram líderes que eram principalmente mulheres brancas de classe média, da
Europa Ocidental e da América do Norte. No entanto, desde pelo menos o discurso Sojourner
Truth, feito em 1851 às feministas dos Estados Unidos, mulheres de outras raças propuseram
formas alternativas de feminismo. Esta tendência foi acelerada na década de 1960, com o
movimento pelos direitos civis que surgiu nos Estados Unidos, e o colapso do colonialismo
europeu na África, no Caribe e em partes da América Latina e do Sudeste Asiático. Desde então
as mulheres nas antigas colônias europeias e no Terceiro Mundo propuseram feminismos "pós-
coloniais" - nas quais algumas postulantes, como Chandra Talpade Mohanty, criticam o
feminismo tradicional ocidental como sendo etnocêntrico. Feministas negras, como Angela
Davis e Alice Walker, compartilham este ponto de vista.


       Desde a década de 1980, as feministas standpoint argumentaram que o feminismo
deveria examinar como a experiência da mulher com a desigualdade se relaciona ao racismo, à
homofobia, ao classismo e à colonização. No fim da década e início da década seguinte as
feministas ditas pós-modernas argumentaram que os papeis sociais dos gêneros seriam
construídos socialmente, e que seria impossível generalizar as experiências das mulheres por
todas as suas culturas e histórias.




   Movimento Estudantil



                         O movimento estudantil, embora não seja considerado um movimento
                  popular, dada a origem dos sujeitos envolvidos, que, nos primórdios desse
                  movimento, pertenciam, em sua maioria, a chamada classe pequeno
                  burguesa, é um movimento de caráter social e de massa. É a expressão
                  política das tensões que permeiam o sistema dependente como um todo e
                  não apenas a expressão ideológica de uma classe ou visão de mundo. Em
1967, no Brasil, sob a conjuntura da ditadura militar, esse movimento inicia um processo de
reorganização, como a única força não institucionalizada de oposição política. A história mostra
como esse movimento constitui força auxiliar do processo de transformação social ao polarizar
as tensões que se desencadearam no núcleo do sistema dependente. O movimento estudantil é
o produto social e a expressão política das tensões latentes e difusas na sociedade. Sua ação
histórica e sociológica tem sido a de absorver e radicalizar tais tensões. Sua grande capacidade
de organização e arregimentação foi capaz de colocar cem mil pessoas na rua, quando da
passeata dos cem mil, em 1968. Ademais, a histórica resistência da União Nacional dos
Estudantes (UNE), como entidade representativa dos estudantes, é exemplar.


       O movimento estudantil é um movimento social da área da educação, no qual os
sujeitos são os próprios estudantes. Caracteriza-se por ser um movimento policlassista e
constantemente renovado - já que o corpo discente se renova periodicamente nas instituições
de ensino.


       Podem-se encontrar traços de movimentos estudantis pelo menos desde o século XV,
quando, na Universidade de Paris, uma das mais antigas universidades da Europa, registraram-
se vários movimentos grevistas importantes. A universidade esteve em greve durante três
meses, em 1443, e por seis meses, entre setembro de 1444 e março de 1445, em defesa de
suas isenções fiscais. Em 1446, quando Carlos VII submeteu a universidade à jurisdição do
Parlamento de Paris, eclodiram revoltas estudantis - das quais participou, entre outros, o poeta
François Villon - contra a supressão da autonomia universitária em matéria penal e a submissão
da universidade ao Parlamento. Freqüentemente, estudantes eram detidos pelo preboste do rei
e, nesses casos, o reitor dirigia-se ao Châtelet, sede do prebostado, para pedir que o estudante
fosse julgado pelas instâncias da universidade. Se o preboste do rei indeferia o pedido, a
universidade entrava em greve. Em 1453, um estudante, Raymond de Mauregart, foi morto
pelas forças do Châtelet e a universidade entrou novamente em greve por vários meses.


       Contemporaneamente, destacam-se os movimentos estudantis da década de 1960,
dentre os quais os de maio de 1968), na França. No mesmo ano, também se registraram
movimentos em vários outros países da Europa Ocidental, nos Estados Unidos e na América
Latina. No Brasil, o movimento teve papel importante na luta contra o regime militar que se
instalou no país a partir de 1964.

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Movimentos Sociais no Brasil

  • 1. Os Movimentos Sociais no Brasil A análise dos movimentos sociais no Brasil revelam forte enfoque teórico oriundo do marxismo, sejam eles vinculados ao espaço urbano e/ou rural. Tais movimentos, quando se referiam ao espaço urbano possuíam um leque amplo de temáticas como por exemplo, as lutas por creches, por escola pública, por moradia, transporte, saúde, saneamento básico etc. Quanto ao espaço rural, a diversidade de temáticas expressou-se nos movimentos de bóias-frias (das regiões cafeeiras, citricultoras e canavieiras, principalmente), de posseiros, sem-terra, arrendatários e pequenos proprietários. Cada um dos movimentos possuía uma reivindicação específica, no entanto, todos expressavam as contradições econômicas e sociais presentes na sociedade brasileira. No início do século XX, era muito mais comum a existência de movimentos ligados ao rural, assim como movimentos que lutavam pela conquista do poder político. Em meados de 1950, os movimentos nos espaços rural e urbano adquiriram visibilidade através da realização de manifestações em espaços públicos (rodovias, praças, etc.). Os movimentos populares urbanos foram impulsionados pelas Sociedades Amigos de Bairro - SABs - e pelas Comunidades Eclesiais de Base - CEBs. Nos anos 1960 e 1970, mesmo diante de forte repressão policial, os movimentos não se calaram. Havia reivindicações por educação, moradia e pelo voto direto. Em 1980 destacaram-se as manifestações sociais conhecidas como "Diretas Já". Em 1990, o MST e as ONGs tiveram destaque, ao lado de outros sujeitos coletivos, tais como os movimentos sindicais de professores. Concomitante às ações coletivas que tocam nos problemas existentes no planeta (violência, por exemplo), há a presença de ações coletivas que denunciam a concentração de terra, ao mesmo tempo que apontam propostas para a geração de empregos no campo, a exemplo do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST); ações coletivas que denunciam o arrocho salarial (greve de professores e de operários de indústrias automobilísticas); ações coletivas que denunciam a depredação ambiental e a poluição dos rios e oceanos (lixo doméstico, acidentes com navios petroleiros, lixo industrial); ações coletivas que têm espaço urbano como locus para a visibilidade da denúncia, reivindicação ou proposição de alternativas. As passeatas, manifestações em praça pública, difusão de mensagens via internet, ocupação de prédios públicos, greves, marchas entre outros, são características da ação de um
  • 2. movimento social. A ação em praça pública é o que dá visibilidade ao movimento social, principalmente quando este é focalizado pela mídia em geral. Os movimentos sociais são sinais de maturidade social que podem provocar impactos conjunturais e estruturais, em maior ou menor grau, dependendo de sua organização e das relações de forças estabelecidas com o Estado e com os demais atores coletivos de uma sociedade. Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, também conhecido pela sigla MST, é um movimento social brasileiro de inspiração marxista cujo objetivo é a implantação da reforma agrária no Brasil. Teve origem na aglutinação de movimentos que faziam oposição ou estavam desgostosos com o modelo de reforma agrária imposto pelo regime militar, principalmente na década de 1970, o qual priorizava a colonização de terras devolutas em regiões remotas, com objetivo de exportação de excedentes populacionais e integração estratégica. Contrariamente a este modelo, o MST declara buscar a redistribuição das terras improdutivas. Apesar dos movimentos organizados de massa pela reforma agrária no Brasil remontarem apenas às ligas camponesas, associações de agricultores que existiam durante as décadas de 1950 e 1960, o MST proclama-se como herdeiro ideológico de todos os movimentos de base social camponesa ocorridos desde que os portugueses entraram no Brasil, quando a terra foi dividida em sesmarias por favor real, de acordo com o direito feudal português, fato este que excluiu em princípio grande parte da população do acesso direto à terra. Uma das atividades do grupo consiste na ocupação de terras improdutivas como forma de pressão pela reforma agrária, mas também há reivindicação quanto a empréstimos e ajuda para que realmente possam produzir nessas terras. Para o MST, é muito importante que as famílias possam ter escolas próximas ao assentamento, de maneira que as crianças não precisem ir à cidade e, desta forma, fixar as famílias no campo. A organização não tem registro legal por ser um movimento social e, portanto, não é obrigada a prestar contas a nenhum órgão de governo, como qualquer movimento social ou associação de moradores.
  • 3. O movimento recebe apoio de organizações não governamentais e religiosas, do país e do exterior, interessadas em estimular a reforma agrária e a distribuição de renda em países em desenvolvimento. Sua principal fonte de financiamento é a própria base de camponeses já assentados, que contribuem para a continuidade do movimento. Dados coletados em diversas pesquisas demonstram que os agricultores organizados pelo movimento têm conseguido usufruir de melhor qualidade de vida que os agricultores não organizados. O MST reivindica representar uma continuidade na luta histórica dos camponeses brasileiros pela reforma agrária. Os atuais governantes do Brasil tem origens comuns nas lutas sindicais e populares, e portanto compartilham em maior ou menor grau das reivindicações históricas deste movimento. Segundo outros autores, o MST é um movimento legítimo que usa a única arma que dispõe para pressionar a sociedade para a questão da reforma agrária, a ocupação de terras e a mobilização de grande massa humana. Movimento dos Trabalhadores Sem Teto - MTST O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) surgiu em 1997 da necessidade de organizar a reforma urbana e garantir moradia e a todos os cidadãos. Está organizado nos municípios do Rio de Janeiro, Campinas e São Paulo. É um movimento de caráter social, político e sindical. Em 1997, o MST fez uma avaliação interna em que reconheceu que seria necessária uma atuação na cidade além de sua atuação no campo. Dessa constatação, duas opções de luta se abriram: trabalho e moradia. Estão em quase todas as metrópoles do País. São desdobramentos urbanos do MST, com um comando descentralizado. As formas de atuação variam de um movimento para outro. Em geral, as ocupações não têm motivação política, apenas apoio informal de filiados a partidos de esquerda. O objetivo das ocupações é pressionar o poder público a criar programas de moradia e dar à população de baixa renda acesso a financiamentos para a compra de imóveis. Atualmente, o MTST é autônomo em relação ao MST, mas tem uma aliança estratégica com esse.
  • 4. Fórum Social Mundial - FSM O Fórum Social Mundial (FSM) é um evento altermundialista organizado por movimentos sociais de diversos continentes, com objetivo de elaborar alternativas para uma transformação social global. Seu slogan é Um outro mundo é possível. É um espaço internacional para a reflexão e organização de todos os que se contrapõem à globalização neoliberal e estão construindo alternativas para favorecer o desenvolvimento humano e buscar a superação da dominação dos mercados em cada país e nas relações internacionais. A luta por um mundo sem excluídos, uma das bandeiras do I Fórum Social Mundial, tem suas raízes fixadas na resistência histórica dos povos contra todo o gênero de opressão em todos os tempos, resistência que culmina em nossos dias com o movimento irmanando milhões de cidadãos e não-cidadãos do mundo inteiro contra as conseqüências da mundialização do capital, patrocinada por organismos multilaterais como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial (BM) e a Organização Mundial do Comércio (OMC), entre outros. O Fórum Social Mundial (FSM) se reuniu pela primeira vez na cidade de Porto Alegre, estado do Rio Grande do Sul, Brasil, entre 25 e 30 de janeiro de 2001, com o objetivo de se contrapor ao Fórum Econômico Mundial de Davos. Esse Fórum Econômico tem cumprido, desde 1971, papel estratégico na formulação do pensamento dos que promovem e defendem as políticas neoliberais em todo mundo. Sua base organizacional é uma fundação suíça que funciona como consultora da ONU e é financiada por mais de 1.000 empresas multinacionais. Movimento Hippie Os "hippies" (no singular, hippie) eram parte do que se convencionou chamar movimento de contracultura dos anos 60 tendo relativa queda de popularidade nos anos 70 nos EUA, embora o movimento tenha tido muita força em países como o Brasil somente na década de 70. Uma das frases ideomáticas associada a este movimento foi a célebre máxima "Paz e Amor" (em inglês "Peace and Love") que precedeu á expressão "Ban the Bomb" , a qual criticava o uso de armas nucleares.
  • 5. As questões ambientais, a prática de nudismo, e a emancipação sexual eram idéias respeitadas recorrentemente por estas comunidades. Adotavam um modo de vida comunitário, tendendo a uma espécie de socialismo- anarquista ou estilo de vida nômade e à vida em comunhão com a natureza, negavam o nacionalismo e a Guerra do Vietnã, bem como todas as guerras, abraçavam aspectos de religiões como o budismo, hinduismo, e/ou as religiões das culturas nativas norte-americanas e estavam em desacordo com valores tradicionais da classe média americana e das economias capitalistas e totalitárias. Eles enxergavam o patriarcalismo, o militarismo, o poder governamental, as corporações industriais, a massificação, o capitalismo, o autoritarismo e os valores sociais tradicionais como parte de uma "instituição" única, e que não tinha legitimidade. Nos anos 60, muitos jovens passaram a contestar a sociedade e a pôr em causa os valores tradicionais e o poder militar e econômico. Esses movimentos de contestação iniciaram-se nos EUA, impulsionados por músicos e artistas em geral. Os hippies defendiam o amor livre e a não- violência. Como grupo, os hippies tendem a viver em comunidades coletivistas ou de forma nômade, vivendo e produzindo independentemente dos mercados formais, usam cabelos e barbas mais compridos do que era considerado "elegante" na época do seu surgimento. Muita gente não associada à contracultura considerava os cabelos compridos uma ofensa, em parte por causa da atitude iconoclasta dos hippies, às vezes por acharem "anti-higiênicos" ou os considerarem "coisa de mulher". Foi quando a peça musical Hair saiu do circuito chamado off-Broadway para um grande teatro da Broadway em 1968, que a contracultura hippie já estava se diversificando e saindo dos centros urbanos tradicionais. Os Hippies não pararam de fazer protestos contra a Guerra do Vietnã, cujo propósito era acabar com a guerra. A massa dos hippies eram soldados que voltaram depois de ter contato com os Indianos e a cultura oriental que, a partir desse contato, se inspiraram na religião e no jeito de viver para protestarem. Seu principal símbolo era o Mandala (Figura circular com 3 intervalos iguais).
  • 6. Movimento Feminista O Feminismo é um discurso intelectual, filosófico e político que tem como meta os direitos iguais e a proteção legal às mulheres. Envolve diversos movimentos, teorias e filosofias, todas preocupadas com as questões relacionadas às diferenças entre os gêneros, e advogam a igualdade para homens e mulheres e a campanha pelos direitos das mulheres e seus interesses. De acordo com Maggie Humm e Rebecca Walker, a história do feminismo pode ser dividida em três "ondas". A primeira teria ocorrido no século XIX e início do século XX, a segunda nas décadas de 1960 e 1970, e a terceira teria ido da década de 1990 até a atualidade. A teoria feminista surgiu destes movimentos femininos, e se manifesta em diversas disciplinas como a geografia feminista, a história feminista e a crítica literária feminista. O feminismo alterou principalmente as perspectivas predominantes em diversas áreas da sociedade ocidental, que vão da cultura ao direito. As ativistas femininas fizeram campanhas pelos direitos legais das mulheres (direitos de contrato, direitos de propriedade, direitos ao voto), pelo direito da mulher à sua autonomia e à integridade de seu corpo, pelos direitos ao aborto e pelos direitos reprodutivos (incluindo o acesso à contracepção e a cuidados pré-natais de qualidade), pela proteção de mulheres e garotas contra a violência doméstica, o assédio sexual e o estupro, pelos direitos trabalhistas, incluindo a licença-maternidade e salários iguais, e todas as outras formas de discriminação. Durante a maior parte de sua história, a maior parte dos movimentos e teorias feministas tiveram líderes que eram principalmente mulheres brancas de classe média, da Europa Ocidental e da América do Norte. No entanto, desde pelo menos o discurso Sojourner Truth, feito em 1851 às feministas dos Estados Unidos, mulheres de outras raças propuseram formas alternativas de feminismo. Esta tendência foi acelerada na década de 1960, com o movimento pelos direitos civis que surgiu nos Estados Unidos, e o colapso do colonialismo europeu na África, no Caribe e em partes da América Latina e do Sudeste Asiático. Desde então as mulheres nas antigas colônias europeias e no Terceiro Mundo propuseram feminismos "pós- coloniais" - nas quais algumas postulantes, como Chandra Talpade Mohanty, criticam o feminismo tradicional ocidental como sendo etnocêntrico. Feministas negras, como Angela Davis e Alice Walker, compartilham este ponto de vista. Desde a década de 1980, as feministas standpoint argumentaram que o feminismo deveria examinar como a experiência da mulher com a desigualdade se relaciona ao racismo, à homofobia, ao classismo e à colonização. No fim da década e início da década seguinte as
  • 7. feministas ditas pós-modernas argumentaram que os papeis sociais dos gêneros seriam construídos socialmente, e que seria impossível generalizar as experiências das mulheres por todas as suas culturas e histórias. Movimento Estudantil O movimento estudantil, embora não seja considerado um movimento popular, dada a origem dos sujeitos envolvidos, que, nos primórdios desse movimento, pertenciam, em sua maioria, a chamada classe pequeno burguesa, é um movimento de caráter social e de massa. É a expressão política das tensões que permeiam o sistema dependente como um todo e não apenas a expressão ideológica de uma classe ou visão de mundo. Em 1967, no Brasil, sob a conjuntura da ditadura militar, esse movimento inicia um processo de reorganização, como a única força não institucionalizada de oposição política. A história mostra como esse movimento constitui força auxiliar do processo de transformação social ao polarizar as tensões que se desencadearam no núcleo do sistema dependente. O movimento estudantil é o produto social e a expressão política das tensões latentes e difusas na sociedade. Sua ação histórica e sociológica tem sido a de absorver e radicalizar tais tensões. Sua grande capacidade de organização e arregimentação foi capaz de colocar cem mil pessoas na rua, quando da passeata dos cem mil, em 1968. Ademais, a histórica resistência da União Nacional dos Estudantes (UNE), como entidade representativa dos estudantes, é exemplar. O movimento estudantil é um movimento social da área da educação, no qual os sujeitos são os próprios estudantes. Caracteriza-se por ser um movimento policlassista e constantemente renovado - já que o corpo discente se renova periodicamente nas instituições de ensino. Podem-se encontrar traços de movimentos estudantis pelo menos desde o século XV, quando, na Universidade de Paris, uma das mais antigas universidades da Europa, registraram- se vários movimentos grevistas importantes. A universidade esteve em greve durante três meses, em 1443, e por seis meses, entre setembro de 1444 e março de 1445, em defesa de suas isenções fiscais. Em 1446, quando Carlos VII submeteu a universidade à jurisdição do Parlamento de Paris, eclodiram revoltas estudantis - das quais participou, entre outros, o poeta François Villon - contra a supressão da autonomia universitária em matéria penal e a submissão da universidade ao Parlamento. Freqüentemente, estudantes eram detidos pelo preboste do rei e, nesses casos, o reitor dirigia-se ao Châtelet, sede do prebostado, para pedir que o estudante fosse julgado pelas instâncias da universidade. Se o preboste do rei indeferia o pedido, a
  • 8. universidade entrava em greve. Em 1453, um estudante, Raymond de Mauregart, foi morto pelas forças do Châtelet e a universidade entrou novamente em greve por vários meses. Contemporaneamente, destacam-se os movimentos estudantis da década de 1960, dentre os quais os de maio de 1968), na França. No mesmo ano, também se registraram movimentos em vários outros países da Europa Ocidental, nos Estados Unidos e na América Latina. No Brasil, o movimento teve papel importante na luta contra o regime militar que se instalou no país a partir de 1964.