O documento discute o crescimento da nova direita no Brasil e na América Latina desde a década de 2010, notando seu apoio a valores conservadores e liberais de mercado. A nova direita atrai líderes religiosos e tem sido bem-sucedida em eleições municipais, embora enfrente desafios em conciliar posições econômicas e sociais. Think tanks liberais desempenham um papel importante na propagação dessa ideologia.
1. A emergência da nova direita no Brasil
Crescimento dos partidos conservadores no Brasil: 2010 ganharam 36,3% das
cadeiras; em 2014, 43,5%; Velha Direita: em1998, 214 cadeiras; 2014, 134
cadeiras; Nova Direita : em 1998, 2 cadeiras; em 2014 , 85 cadeiras.
Igual movimento na Europa e na América Latina: reconfiguração do campo
conservador.
BR: em alguns pontos se alia a nova direita à velha direita, herdeira de
partidos de sustentação da ditadura civil-militar.
Auge da direita ”reconfigurada” nos países centrais: fim dos anos 70 e
começo dos anos 80. Reagan, Tatcher. Na AL final dos anos 80 e durante anos
90 (neoliberalismo): Fujimori (Peru); Argentina (Menen); FHC (Brasil).
2. Virada ideológica na politica latino americana nos anos 2000: reformismo
(c/variantes): Lula (2002,2006), Dilma Roussef (2010, 2014), Bachelet no
Chile (2006; 2014), Nestor e Cristina Krchner (2003; 2007;2011), Mujica no
Uruguai (2010); Evo Morales na Bolívia (2006); Hugo Chávez na Venezuela
(1999;2001; e 2007); Nicolás Maduro na Venezuela (2012) e Rafael Correa no
Equador (2007), Lugo no Paraguai (2008-2012).
Ascenção de “nova direita”? Ex. Macri, PRO na Argentina fundado em 2010,
em tese defende o velho liberalismo de mercado e assume em seu programa
ganhos sociais da esquerda
3. Conserva elementos da velha direita: capitalismo como modelo econômico ,
preceitos morais tradicionais (há variantes), na Europa Ocidental aspectos
libertários morais mais presentes, menos na América Latina), reconhece e
aceita vantagens politicas sociais implantadas pela esquerda e procura se
desvincular da memória dos regimes autoritários apoiados pela velha direita,
promoção da igualdade de oportunidades (diferente do igualitarismo da
esquerda e da direita tradicional onde desigualdade é atávica) Ex: PRO no
Chile; Evópoli no Chile; PSD (2011) no Brasil, também partidos de base
evangélica: PR, PSC, por ex. Ausências programáticas: descriminalização do
aborto, casamento igualitário por ex.
4. Distribuição regional da velha e nova direita: nova direita não concentrou
seus candidatos na região sul, a velha direita não é um fenômeno nordestino,
a nova direita é mais presente no sudeste (crescimento em São Paulo, Rio de
Janeiro e Minas Gerais).
Perfil social: comunicadores e líderes religiosos, alicerçados em eleitorado
conservador de base pentecostal.
Composta por micro e pequenos partidos que atraem novas lideranças e
trabalhadores. Competição interna baixa, com chances de conquistarem vaga
nas listas.
Ressalva: a categoria novas lideranças não é exclusiva da nova direita, mas é
majoritária nessas legendas.
5. êxitos nas eleições municipais de 2016 , sonho de maiores voos
Resposta politica à ascenção da esquerda, problema: como conciliar liberalismo econômico e
conservadorismo em termos morais (há variantes ex: PSC, PSL, Partido Novo), dificuldades em eleições
majoritárias dada a complexidade da sociedade brasileira ex: temas como privatizações, bolsa família,
direito do trabalho; há também diferenças entre pessoas que participaram manifestações a favor do
impedimento e grupos que tomaram frente da questão (MBL, Vem pra rua, Revoltados on line), ser
conservador não significa necessariamente aderir ao consenso neoliberal.
Essa complexidade também perpassa classes populares após terem experimentado a cidadania e o consumo
, mas não no sentido neoliberal.
Permanencia minoritária de nostálgicos do fascismo clássico (integralistas e nazistas), neofascismo tipo
“carecas”/skinheads. Variantes do Integrismo católico inspirados no Tea Party (ala do Partido Republicano)
Ambiente de cultura política rarefeita , com polarização possibilita a eleição de líderes tecnocráticos
(“gestores”) contraposta à visão da esquerda reformista
6. O papel dos think tanks: instituições que produzem e divulgam ideologia
liberal/neoliberal com objetivo de influenciar mudanças sociais, políticas e
econômicas. Ex: Instituto Millenium, Mises Brasil e Estudantes pela Liberdade,
ultimo tem apoio externo em recursos de org. como Atlas e Students for Liberty
dois think tanks propagação ideologia liberal nos EUA e América Latina.
Forum da Liberdade lança em 2006 Instituto Millenium, com patrocínio
empresarial (Gerdau, Pottencial Seguradora, Bank of Amerika Merrill Linch, grupo
Évora, Grupo Abril), grupos de comunicação.
Predecessores no RS Instituto de Estudos Empresariais (1984), criou o Evento
Fórum pela Liberdade com 17 edições.
Papel dos membros do Estudantes pela Liberdade (EPL) em 2013 e pelo
impedimento: marca Movimento Brasil Livre. Apropriação de símbolos da esquerda
(forma), nova estratégia de comunicação via Internet, técnicas da campanha de
Donald Trump – fake news, ´pós verdade....