SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 4
A FORMAÇÃO DE CICLOS NAS ESCOLAS
DA REDE ESTADUAL
O Sistema de Avaliação do Ensino Básico (Saeb) realizado, em sua
1.ª fase no ano de 1997, a alunos de 3.ª e 7.ª séries do 1.º grau, em
escolas oficiais e particulares – as que quiseram aderir ao programa –
permitiu chegar, segundo o MEC, a conclusões fundamentais.
As provas foram feitas com base no programa curricular do ciclo
básico – união de 1.ª e 2.ª séries – e da 6.ª série, respectivamente. O
melhor resultado foi observado nas 3.ªs séries, provenientes do ciclo
básico. Os alunos das escolas públicas, afirma o MEC, nessas séries,
apresentaram rendimento muito semelhante ao das escolas
particulares.
A 2.ª fase da avaliação abrangeu alunos de 4.ª e de 8.ª séries,
sempre com base no currículo da série anterior. Essa avaliação e mais
a que incluiu alunos do ensino médio demonstraram que o ensino
decresce em qualidade à medida que a série avança, que a qualidade
de conhecimento, absorvido pelo aluno de 1.ª à 4.ª série, é boa, de 5.ª
à 8.ª série cai um pouco e, no 2.º grau, é muito pequena.
De acordo com o MEC, as avaliações revelaram vantagens – em
relação às demais séries do 1.º grau – nos agrupamentos das 1.ªs e
2.ªs séries do ensino fundamental, o ciclo básico, tanto referente à
aprendizagem, quanto à repetência. Constatou-se que de cada 100
alunos matriculados, apenas 60 terminam os 8 anos do ensino
fundamental.
Essas avaliações, a nível nacional, forneceram dados que
permitiram uma radiografia geral da educação, diagnósticos globais,
171
detectando os grandes problemas. Mas, cada região pode torná-las
mais eficientes, mantendo seus próprios sistemas de avaliação.
Algumas secretarias estaduais e municipais já têm seus processos de
avaliação. Entre as estaduais, estão: Minas Gerais, São Paulo, Ceará,
Paraná, Pernambuco, Rio Grade do Norte, Rio Grande do Sul e Distrito
Federal. Entre as municipais: Curitiba (PR), Fortaleza (CE), João
Pessoa (PB), Recife (PE) e Rio de Janeiro (RJ).
São Paulo montou, no ano de 1997, o Sistema de Avaliação do
Rendimento Escolar do Estado (Saresp), planejando fazer uma prova
por ano, série a série.
ENSINO FUNDAMENTAL EM CICLOS – No Estado de São Paulo,
o Conselho Estadual de Educação, apoiando-se nos resultados das
avaliações e na nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB), que diz ser “facultado aos sistemas de ensino desdobrar o
ensino fundamental em ciclos”, autorizou a organização do ensino
fundamental, na rede do Estado, em ciclos, ou seja, o reagrupamento
das séries em ciclos de maior duração, nos quais não haverá
reprovação anual.
A LDB diz ainda: “Os estabelecimentos que utilizam progressão
regular por série podem adotar no ensino fundamental o regime de
progressão continuada sem prejuízo da avaliação do processo de
ensino-aprendizagem, observadas as normas do respectivo sistema de
ensino”.
A filosofia adotada pela nova Lei trocou a uniformidade e a rigidez
do sistema de ensino pela diversificação, flexibilidade e até
regionalização. Recomenda que não se leve em conta apenas os
172
resultados das provas bimestrais na avaliação dos alunos e, sim, seu
desempenho global, ao longo do ano.
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo estabeleceu, pa-
ra as escolas de sua rede, dois ciclos para o ensino fundamental – para
alunos da faixa etária dos 7 aos 14 anos – o primeiro da 1.ª à 4.ª série e
o segundo, da 5.ª à 8.ª série, em vigor a partir de 1998. As escolas
municipais do ensino fundamental terão liberdade para organizar o seu
ensino, seguindo o modelo das estaduais ou permanecendo com um
ciclo só.
O sistema chamado de “regime de progressão continuada” é a
ampliação do ciclo básico da 1.ª à 2.ª série, existente na rede estadual
desde 1984. O objetivo maior é combater a repetência, utilizando-se da
adoção de avaliações permanentes, paralelas ao ensino-aprendizagem,
com grupos de reforço, grupos de recuperação para o aluno, que, ao
longo do processo, apresentou dificuldades na aquisição dos conceitos
básicos.
O ciclo de 1.ª à 4.ª série terá sua avaliação conclusiva na 4.ª série, o
de 5.ª à 8.ª série, a avaliação conclusiva será na 8.ª série.
PRESSUPOSTOS DO REGIME DE PROGESSÃO CONTINUADA –
O ensino na progressão continuada parte do princípio de que todo
aluno é capaz de aprender e de que a escola deve ser capaz de
atender à diversidade, oferecendo um currículo adequado ao progresso
do aluno. A metodologia deve privilegiar o aluno como sujeito de sua
aprendizagem, abandonar o sistema tradicional da transmissão dos
conhecimentos prontos e acabados. Os conteúdos são dados
continuadamente e não por série.
173
A atual conduta pedagógica adotada pela Secretaria Estadual da
Educação estabelece que a solução para o baixo rendimento do aluno
está na escola. É ela que tem de oferecer os recursos para o estudante
recuperar-se. Deve assumir a responsabilidade pela aprendizagem.
“Não adianta dizer que se o aluno não aprendeu o problema é dele”, diz
a Secretaria da Educação e acrescenta: “Não há alunos com barreiras
intransponíveis de conhecimento; o que varia é o ritmo do aprendizado
de cada um”.
A escola é condutora da potencialidade do aluno. Deve recriar a
cultura junto com ele, transformar a informação em conhecimento,
ajustando-o a cada aluno individualmente.
174
Clique para voltar ao sumário

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Aee ae francisco simões versão final
Aee ae francisco simões versão finalAee ae francisco simões versão final
Aee ae francisco simões versão finalIsabel Paulos
 
A Prova Brasil e a realidade local - RS
A Prova Brasil e a realidade local - RSA Prova Brasil e a realidade local - RS
A Prova Brasil e a realidade local - RSEditora Moderna
 
Despacho normativo n.º 1-F/2016 de 5 abril
Despacho normativo n.º 1-F/2016 de 5 abrilDespacho normativo n.º 1-F/2016 de 5 abril
Despacho normativo n.º 1-F/2016 de 5 abrilpsicologiaestoi
 
Decreto lei 176.2012
Decreto lei 176.2012Decreto lei 176.2012
Decreto lei 176.2012Daniela Alves
 
Decreto-Lei 139/2012 de 5 julho
Decreto-Lei 139/2012 de 5 julhoDecreto-Lei 139/2012 de 5 julho
Decreto-Lei 139/2012 de 5 julhopsicologiaestoi
 
Despacho ano letivo 2016 17
Despacho ano letivo 2016 17Despacho ano letivo 2016 17
Despacho ano letivo 2016 17anapaulavilas
 

Mais procurados (7)

Aee ae francisco simões versão final
Aee ae francisco simões versão finalAee ae francisco simões versão final
Aee ae francisco simões versão final
 
A Prova Brasil e a realidade local - RS
A Prova Brasil e a realidade local - RSA Prova Brasil e a realidade local - RS
A Prova Brasil e a realidade local - RS
 
Despacho normativo n.º 1-F/2016 de 5 abril
Despacho normativo n.º 1-F/2016 de 5 abrilDespacho normativo n.º 1-F/2016 de 5 abril
Despacho normativo n.º 1-F/2016 de 5 abril
 
Decreto lei 176.2012
Decreto lei 176.2012Decreto lei 176.2012
Decreto lei 176.2012
 
Decreto-Lei 139/2012 de 5 julho
Decreto-Lei 139/2012 de 5 julhoDecreto-Lei 139/2012 de 5 julho
Decreto-Lei 139/2012 de 5 julho
 
Despacho ano letivo 2016 17
Despacho ano letivo 2016 17Despacho ano letivo 2016 17
Despacho ano letivo 2016 17
 
Matrícula 2013
Matrícula 2013Matrícula 2013
Matrícula 2013
 

Semelhante a A formação de ciclos nas escolas da rede estadual

Manual do estudante_do_ensino_medio_2015
Manual do estudante_do_ensino_medio_2015Manual do estudante_do_ensino_medio_2015
Manual do estudante_do_ensino_medio_2015josiel rodrigues
 
Prova saerj matemática sexto ano
Prova saerj matemática sexto anoProva saerj matemática sexto ano
Prova saerj matemática sexto anoRodolfo Freitas
 
A gestão da escola aprendente
A gestão da escola aprendenteA gestão da escola aprendente
A gestão da escola aprendentetelasnorte1
 
Prova saerj matemática nono ano
Prova saerj matemática nono anoProva saerj matemática nono ano
Prova saerj matemática nono anoRodolfo Freitas
 
Prova saerj matemática terceiro ano
Prova saerj matemática terceiro anoProva saerj matemática terceiro ano
Prova saerj matemática terceiro anoRodolfo Freitas
 
Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012
Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012
Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012Eliton Meneses
 
Doc2 relatório igec aee2012 ag cuba
Doc2 relatório igec aee2012 ag cubaDoc2 relatório igec aee2012 ag cuba
Doc2 relatório igec aee2012 ag cubamfcpestana
 
SARESP 2009 - Relatório Pedagógico LP
SARESP 2009 - Relatório Pedagógico LPSARESP 2009 - Relatório Pedagógico LP
SARESP 2009 - Relatório Pedagógico LPAlex Santos
 
conselhos-de-escola-novo-em.pdf
conselhos-de-escola-novo-em.pdfconselhos-de-escola-novo-em.pdf
conselhos-de-escola-novo-em.pdfpcnpfatima
 
PPP 2013 compacto EEB. Saad Sarquis
PPP 2013 compacto EEB. Saad SarquisPPP 2013 compacto EEB. Saad Sarquis
PPP 2013 compacto EEB. Saad SarquisRonaldo dos Santos
 
Proposta da rede estadual de avaliação formativa formatado 29 08-11
Proposta da rede estadual de avaliação formativa formatado 29 08-11Proposta da rede estadual de avaliação formativa formatado 29 08-11
Proposta da rede estadual de avaliação formativa formatado 29 08-11Linna Braga
 
Expandindo a qualidade da educação pública de minas gerais
Expandindo a qualidade da educação pública de minas geraisExpandindo a qualidade da educação pública de minas gerais
Expandindo a qualidade da educação pública de minas geraisEunice Mendes de Oliveira
 

Semelhante a A formação de ciclos nas escolas da rede estadual (20)

Manual do estudante_do_ensino_medio_2015
Manual do estudante_do_ensino_medio_2015Manual do estudante_do_ensino_medio_2015
Manual do estudante_do_ensino_medio_2015
 
Prova saerj matemática sexto ano
Prova saerj matemática sexto anoProva saerj matemática sexto ano
Prova saerj matemática sexto ano
 
A gestão da escola aprendente
A gestão da escola aprendenteA gestão da escola aprendente
A gestão da escola aprendente
 
Prova saerj matemática nono ano
Prova saerj matemática nono anoProva saerj matemática nono ano
Prova saerj matemática nono ano
 
Prova saerj matemática terceiro ano
Prova saerj matemática terceiro anoProva saerj matemática terceiro ano
Prova saerj matemática terceiro ano
 
Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012
Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012
Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012
 
Doc2 relatório igec aee2012 ag cuba
Doc2 relatório igec aee2012 ag cubaDoc2 relatório igec aee2012 ag cuba
Doc2 relatório igec aee2012 ag cuba
 
saresppoeb.ppt
saresppoeb.pptsaresppoeb.ppt
saresppoeb.ppt
 
saresppoeb.ppt
saresppoeb.pptsaresppoeb.ppt
saresppoeb.ppt
 
saresppoeb (1).ppt
saresppoeb (1).pptsaresppoeb (1).ppt
saresppoeb (1).ppt
 
SARESP 2009 - Relatório Pedagógico LP
SARESP 2009 - Relatório Pedagógico LPSARESP 2009 - Relatório Pedagógico LP
SARESP 2009 - Relatório Pedagógico LP
 
Saresp dia do
Saresp dia  doSaresp dia  do
Saresp dia do
 
Aragoiânia
AragoiâniaAragoiânia
Aragoiânia
 
conselhos-de-escola-novo-em.pdf
conselhos-de-escola-novo-em.pdfconselhos-de-escola-novo-em.pdf
conselhos-de-escola-novo-em.pdf
 
Ppp 2013 compacto_saad
Ppp 2013 compacto_saadPpp 2013 compacto_saad
Ppp 2013 compacto_saad
 
PPP 2013 compacto EEB. Saad Sarquis
PPP 2013 compacto EEB. Saad SarquisPPP 2013 compacto EEB. Saad Sarquis
PPP 2013 compacto EEB. Saad Sarquis
 
Nb m08t26
Nb m08t26Nb m08t26
Nb m08t26
 
Apresentação rede e ninho
Apresentação rede e ninhoApresentação rede e ninho
Apresentação rede e ninho
 
Proposta da rede estadual de avaliação formativa formatado 29 08-11
Proposta da rede estadual de avaliação formativa formatado 29 08-11Proposta da rede estadual de avaliação formativa formatado 29 08-11
Proposta da rede estadual de avaliação formativa formatado 29 08-11
 
Expandindo a qualidade da educação pública de minas gerais
Expandindo a qualidade da educação pública de minas geraisExpandindo a qualidade da educação pública de minas gerais
Expandindo a qualidade da educação pública de minas gerais
 

Mais de Renata Peruce

Organização do trabalho pedagógico
Organização do trabalho pedagógicoOrganização do trabalho pedagógico
Organização do trabalho pedagógicoRenata Peruce
 
A filosofia da Educacao, Aranha
A filosofia da Educacao, AranhaA filosofia da Educacao, Aranha
A filosofia da Educacao, AranhaRenata Peruce
 
Crianças com sobrecarga de atividades
Crianças com sobrecarga de atividadesCrianças com sobrecarga de atividades
Crianças com sobrecarga de atividadesRenata Peruce
 
Considerações finais
Considerações finaisConsiderações finais
Considerações finaisRenata Peruce
 
Conflitos entre escolares
Conflitos entre escolaresConflitos entre escolares
Conflitos entre escolaresRenata Peruce
 
Avaliação da aprendizagem - momentos da avaliação
Avaliação da aprendizagem  - momentos da avaliaçãoAvaliação da aprendizagem  - momentos da avaliação
Avaliação da aprendizagem - momentos da avaliaçãoRenata Peruce
 
Avaliação da aprendizagem - medidas educativas
Avaliação da aprendizagem  - medidas educativasAvaliação da aprendizagem  - medidas educativas
Avaliação da aprendizagem - medidas educativasRenata Peruce
 
Avaliação da aprendizagem conceituação
Avaliação da aprendizagem   conceituaçãoAvaliação da aprendizagem   conceituação
Avaliação da aprendizagem conceituaçãoRenata Peruce
 
Aval. da aprendizagem - aspectos do desenvolvimento
Aval. da aprendizagem  - aspectos do desenvolvimentoAval. da aprendizagem  - aspectos do desenvolvimento
Aval. da aprendizagem - aspectos do desenvolvimentoRenata Peruce
 
Atividades zen para crianças
Atividades zen para criançasAtividades zen para crianças
Atividades zen para criançasRenata Peruce
 
Atividades extraclasses e extra
Atividades extraclasses e extraAtividades extraclasses e extra
Atividades extraclasses e extraRenata Peruce
 
Atitude discriminatória do teste
Atitude discriminatória do testeAtitude discriminatória do teste
Atitude discriminatória do testeRenata Peruce
 
Aspectos da avaliação da aprendizagem
Aspectos da avaliação da aprendizagemAspectos da avaliação da aprendizagem
Aspectos da avaliação da aprendizagemRenata Peruce
 
A repetência escolar
A repetência escolarA repetência escolar
A repetência escolarRenata Peruce
 
A realidade educacional do brasil quando da implantação da reforma do ensino
A realidade educacional do brasil quando da implantação da reforma do ensinoA realidade educacional do brasil quando da implantação da reforma do ensino
A realidade educacional do brasil quando da implantação da reforma do ensinoRenata Peruce
 

Mais de Renata Peruce (20)

Organização do trabalho pedagógico
Organização do trabalho pedagógicoOrganização do trabalho pedagógico
Organização do trabalho pedagógico
 
A filosofia da Educacao, Aranha
A filosofia da Educacao, AranhaA filosofia da Educacao, Aranha
A filosofia da Educacao, Aranha
 
Crianças com sobrecarga de atividades
Crianças com sobrecarga de atividadesCrianças com sobrecarga de atividades
Crianças com sobrecarga de atividades
 
Considerações finais
Considerações finaisConsiderações finais
Considerações finais
 
Conflitos entre escolares
Conflitos entre escolaresConflitos entre escolares
Conflitos entre escolares
 
Brincar e aprender
Brincar  e  aprenderBrincar  e  aprender
Brincar e aprender
 
Bibliografia
BibliografiaBibliografia
Bibliografia
 
Avaliação da aprendizagem - momentos da avaliação
Avaliação da aprendizagem  - momentos da avaliaçãoAvaliação da aprendizagem  - momentos da avaliação
Avaliação da aprendizagem - momentos da avaliação
 
Avaliação da aprendizagem - medidas educativas
Avaliação da aprendizagem  - medidas educativasAvaliação da aprendizagem  - medidas educativas
Avaliação da aprendizagem - medidas educativas
 
Avaliação da aprendizagem conceituação
Avaliação da aprendizagem   conceituaçãoAvaliação da aprendizagem   conceituação
Avaliação da aprendizagem conceituação
 
Aval. da aprendizagem - aspectos do desenvolvimento
Aval. da aprendizagem  - aspectos do desenvolvimentoAval. da aprendizagem  - aspectos do desenvolvimento
Aval. da aprendizagem - aspectos do desenvolvimento
 
Atividades zen para crianças
Atividades zen para criançasAtividades zen para crianças
Atividades zen para crianças
 
Atividades extraclasses e extra
Atividades extraclasses e extraAtividades extraclasses e extra
Atividades extraclasses e extra
 
Atitude discriminatória do teste
Atitude discriminatória do testeAtitude discriminatória do teste
Atitude discriminatória do teste
 
Aspectos da avaliação da aprendizagem
Aspectos da avaliação da aprendizagemAspectos da avaliação da aprendizagem
Aspectos da avaliação da aprendizagem
 
Apresentação
ApresentaçãoApresentação
Apresentação
 
Ao professor
Ao professorAo professor
Ao professor
 
A repetência escolar
A repetência escolarA repetência escolar
A repetência escolar
 
A reforma do ensino
A reforma do ensinoA reforma do ensino
A reforma do ensino
 
A realidade educacional do brasil quando da implantação da reforma do ensino
A realidade educacional do brasil quando da implantação da reforma do ensinoA realidade educacional do brasil quando da implantação da reforma do ensino
A realidade educacional do brasil quando da implantação da reforma do ensino
 

A formação de ciclos nas escolas da rede estadual

  • 1. A FORMAÇÃO DE CICLOS NAS ESCOLAS DA REDE ESTADUAL O Sistema de Avaliação do Ensino Básico (Saeb) realizado, em sua 1.ª fase no ano de 1997, a alunos de 3.ª e 7.ª séries do 1.º grau, em escolas oficiais e particulares – as que quiseram aderir ao programa – permitiu chegar, segundo o MEC, a conclusões fundamentais. As provas foram feitas com base no programa curricular do ciclo básico – união de 1.ª e 2.ª séries – e da 6.ª série, respectivamente. O melhor resultado foi observado nas 3.ªs séries, provenientes do ciclo básico. Os alunos das escolas públicas, afirma o MEC, nessas séries, apresentaram rendimento muito semelhante ao das escolas particulares. A 2.ª fase da avaliação abrangeu alunos de 4.ª e de 8.ª séries, sempre com base no currículo da série anterior. Essa avaliação e mais a que incluiu alunos do ensino médio demonstraram que o ensino decresce em qualidade à medida que a série avança, que a qualidade de conhecimento, absorvido pelo aluno de 1.ª à 4.ª série, é boa, de 5.ª à 8.ª série cai um pouco e, no 2.º grau, é muito pequena. De acordo com o MEC, as avaliações revelaram vantagens – em relação às demais séries do 1.º grau – nos agrupamentos das 1.ªs e 2.ªs séries do ensino fundamental, o ciclo básico, tanto referente à aprendizagem, quanto à repetência. Constatou-se que de cada 100 alunos matriculados, apenas 60 terminam os 8 anos do ensino fundamental. Essas avaliações, a nível nacional, forneceram dados que permitiram uma radiografia geral da educação, diagnósticos globais, 171
  • 2. detectando os grandes problemas. Mas, cada região pode torná-las mais eficientes, mantendo seus próprios sistemas de avaliação. Algumas secretarias estaduais e municipais já têm seus processos de avaliação. Entre as estaduais, estão: Minas Gerais, São Paulo, Ceará, Paraná, Pernambuco, Rio Grade do Norte, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. Entre as municipais: Curitiba (PR), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Recife (PE) e Rio de Janeiro (RJ). São Paulo montou, no ano de 1997, o Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado (Saresp), planejando fazer uma prova por ano, série a série. ENSINO FUNDAMENTAL EM CICLOS – No Estado de São Paulo, o Conselho Estadual de Educação, apoiando-se nos resultados das avaliações e na nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que diz ser “facultado aos sistemas de ensino desdobrar o ensino fundamental em ciclos”, autorizou a organização do ensino fundamental, na rede do Estado, em ciclos, ou seja, o reagrupamento das séries em ciclos de maior duração, nos quais não haverá reprovação anual. A LDB diz ainda: “Os estabelecimentos que utilizam progressão regular por série podem adotar no ensino fundamental o regime de progressão continuada sem prejuízo da avaliação do processo de ensino-aprendizagem, observadas as normas do respectivo sistema de ensino”. A filosofia adotada pela nova Lei trocou a uniformidade e a rigidez do sistema de ensino pela diversificação, flexibilidade e até regionalização. Recomenda que não se leve em conta apenas os 172
  • 3. resultados das provas bimestrais na avaliação dos alunos e, sim, seu desempenho global, ao longo do ano. A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo estabeleceu, pa- ra as escolas de sua rede, dois ciclos para o ensino fundamental – para alunos da faixa etária dos 7 aos 14 anos – o primeiro da 1.ª à 4.ª série e o segundo, da 5.ª à 8.ª série, em vigor a partir de 1998. As escolas municipais do ensino fundamental terão liberdade para organizar o seu ensino, seguindo o modelo das estaduais ou permanecendo com um ciclo só. O sistema chamado de “regime de progressão continuada” é a ampliação do ciclo básico da 1.ª à 2.ª série, existente na rede estadual desde 1984. O objetivo maior é combater a repetência, utilizando-se da adoção de avaliações permanentes, paralelas ao ensino-aprendizagem, com grupos de reforço, grupos de recuperação para o aluno, que, ao longo do processo, apresentou dificuldades na aquisição dos conceitos básicos. O ciclo de 1.ª à 4.ª série terá sua avaliação conclusiva na 4.ª série, o de 5.ª à 8.ª série, a avaliação conclusiva será na 8.ª série. PRESSUPOSTOS DO REGIME DE PROGESSÃO CONTINUADA – O ensino na progressão continuada parte do princípio de que todo aluno é capaz de aprender e de que a escola deve ser capaz de atender à diversidade, oferecendo um currículo adequado ao progresso do aluno. A metodologia deve privilegiar o aluno como sujeito de sua aprendizagem, abandonar o sistema tradicional da transmissão dos conhecimentos prontos e acabados. Os conteúdos são dados continuadamente e não por série. 173
  • 4. A atual conduta pedagógica adotada pela Secretaria Estadual da Educação estabelece que a solução para o baixo rendimento do aluno está na escola. É ela que tem de oferecer os recursos para o estudante recuperar-se. Deve assumir a responsabilidade pela aprendizagem. “Não adianta dizer que se o aluno não aprendeu o problema é dele”, diz a Secretaria da Educação e acrescenta: “Não há alunos com barreiras intransponíveis de conhecimento; o que varia é o ritmo do aprendizado de cada um”. A escola é condutora da potencialidade do aluno. Deve recriar a cultura junto com ele, transformar a informação em conhecimento, ajustando-o a cada aluno individualmente. 174 Clique para voltar ao sumário