O documento discute os principais aspectos da ventilação mecânica invasiva, incluindo sua indicação para pacientes com insuficiência respiratória aguda que não conseguem manter a oxigenação ou eliminação adequada de CO2. Detalha os diferentes modos, parâmetros e estratégias de ventilação, enfatizando a importância de uma ventilação protetora para evitar danos pulmonares.
2. • É uma terapia de suporte usada para auxiliar os pacientes que
estão incapacitados de manter uma oxigenação ou eliminação
de CO2 adequada, diminuindo a carga do trabalho
respiratório. Estes paciente geralmente exibem sinais de IRpA
e não são candidatos para métodos menos invasivos de
suporte ventilatório. Há várias técnicas de VMI.
Ventilação Mecânica
3. O Ventilador Mecânico Microprocessado está sempre
indicado em IRpA ou Distúrbio Ventilatório Momentâneo
(DVM). É, sem dúvida, considerado "o mal necessário", haja
vista proporcionar interrupção da fisiologia Ventilatória e
Respiratória. Corretamente designado Ventilador,
proporcionando a manutenção do Volume Corrente, não
efetua troca gasosa, portanto incorretamente designado
Respirador.
Ventilador Mecânico
4. • Composto de válvula Inspiratória e Expiratória e respectivos
circuitos, apresenta gráfico de leitura ( Manômetro de Pressão
) para leitura e controle das pressões Inspiratórias, sistema
este independente do monitor de ventilação. A umidificação
pode ser feita em sistema convencional ( aquecida ) ou
através de filtros específicos trocados a cada 24 horas.
Ventilador Mecânico
6. • O Ventilador Mecânico pode ser utilizado para ventilação
Invasiva (VMI) ou Não Invasiva (VNI). A decisão depende do
nível do consciência, indicando em pacientes com
GLASGOW menores que 8. A decisão da VNI prévia fica a
critério do intensivista. Padrões ventilatórios, oximetria,
gasometria e clínicos servirão para análise terapêutica
adequada.
Como e Quem Ventilar
8. • Para iniciar a VMI, é necessário reconhecer o tipo
de paciente e causa da IRpA. Podemos dividir em
três categorias de pacientes e necessidades:
• Normais ou Fisiológicos (AVC, PO)
• Altas complacências (DPOC)
• Altas Resistências (EAP)
Parâmetros da Ventilação Invasiva
9. • A decisão dos parâmetros depende de cada situação acima
citada. Inicialmente deve ser discutida a ventilação Fisiológica,
já que a maioria dos pacientes internados na UTI mantém
parâmetros de complacência e Resistência em níveis
aceitáveis, seja através de adaptação ou efeito
medicamentoso, incluindo sedação-analgesia.
Parâmetros da Ventilação Invasiva
10. • A melhor ventilação é aquela que estabelece a proteção, ou
seja, estabelecer níveis estratégicos que protejam o pulmão a
longo prazo ("Estratégia Protetora").
• Evitar o maior dano pulmonar é um Ponto fundamental na
VM em UTI.
Parâmetros da Ventilação Invasiva
12. • A primeira escolha deve ser sempre o modo ser
ventilado, mantendo-se restrições de volumes ou
pressões. A distensão alveolar rápida e abrupta é
fator predominante na lesão alveolar, modos
pressóricos devem ser evitados, mantendo-se
ventilações com aporte volumétrico quando possível.
1- Modo
13. • Restrições de volumes de 6 a 8 ml/kg são
suficientes para boa manutenção das trocas
gasosas, todavia o critério de peso é
discutível, devendo observar estados de hipo
ou hiperventilação.
Modo
14. • Após trinta minutos de ventilação é indicada a gasometria
arterial, mantendo controle diário, a cada 24 horas. No modo
pressórico, manter níveis que proporcionem a manutenção do
Volume Minuto maior que 5 a 6l/minuto, com níveis médios
de pico em torno de 22 a 25 cm/h2O.
Modo
15. • É fundamental reconhecer o nível de dependência do
VM. De modo geral o ciclo ventilatório é passivo (
controlado - do Ventilador ) e ativo ( Assistido - do
paciente ) com ciclos A/C respectivamente.
2- Modalidade
16. • Controladas: VCV ( Ventilação Controlada a Volume ) e PCV (
Ventilação Controlada a Pressão ).
• Assistidas: SIMV ( Ventilação Mandatória Intermitente
Sincronizada ), sendo a Volume ( SIMV/V) ou Pressão
(SIMV/P).
• Todas outras modalidade derivam da A/C.
Modalidades
17. • O ventilador permite um mecanismo misto de disparo na fase
inspiratória, por tempo ou pressão. Funciona como um
mecanismo de resgate, que é ativado apenas quando o ciclo
assistido não ocorre, garantindo uma frequência mínima.
• Ex.: FR ajustada em 10 ciclos, se paciente não puxa VM
dispara a cada 06 seg.
A/C
18. • O ventilador fornece o volume e a frequência determinados e
o paciente faz o esforço.
• O ventilador monitora os esforços dos indivíduos, dentro de
uma janela de tempo.
• Hora é controlada, porém intermitente com ciclos
espontâneos.
SIMV / Ventilação Mandatória
Intermitente Sincronizada
19. • Aplicação de nível pré determinado de pressão
positiva e constante nas vias aéreas, apenas durante
a fase inspiratória.
• É puramente assistida, paciente deve ter um grau de
ajuda para respirar (ele puxa o aparelho empurra).
PSV / Ventilação Pressão Suporte
20. • O paciente respira espontaneamente através do
circuito pressurizado do aparelho, de tal forma que
uma certa pressão positiva, definida quando do
ajuste do respirador, é mantida praticamente
constante durante todo o ciclo do respiratório.
• Finalidade: aumentar a capacidade residual,
funcional, pulmonar e melorar a oxigenação arterial.
CPAP/ Pressão Positiva Contínua nas
Vias Aéreas
21. • Cicla conforme ajuste, nenhum esforço do
paciente vai contribuir.
CMV/ Ventilação por Volume
Controlado
23. A Fração Inspirada de Oxigênio ( FiO2 ) deve ser controlada e mantida
em níveis entre 40% a 60%. Frações superiores a 60% são deletérias e
estão na dependência do tempo e níveis mais elevados. A FiO2 a 100% é
permitida em período curto, 30 minutos, após início da ventilação, onde
gradativamente a cada 5 a 10 minutos, reduzi-la até manutenção de
PaO2(80-100) e saturação favoráveis para idade, o que em geral ocorre em
40%. A redução abaixo de 40% só deverão ser efetuadas em retentores de
CO2.
FiO2
24. • Designada de Pressão Expiratória Final Positiva, é responsável
para manutenção da distensão alveolar no final da expiração,
evitando o colabamento e atelectasias. A PEEP ideal fisiológica
demonstram níveis médios entre 6 a 8 cm/h2O (3,5). É
consensual a utilização de 6cm/H2O. Distúrbio
hemodinâmicos podem ocorrer com níveis de PEEP maiores
que 12 cm/H2O.
PEEP
25. • A PS é pressão auxiliar para utilização nas ventilações
exclusivamente assistidas. Inicialmente utilizada para romper
a Resistência dos Circuitos e Válvulas, hoje é amplamente
empregada em desmames difíceis, possibilitando a adaptação
do paciente ao ventilador, objetivando principalmente a
manutenção do drive ventilatório neurológico e com
conseqüente manutenção do comando do paciente. Níveis
iniciais preconizados: 10 cm/H2O.
Pressão Suporte
26. • Deve ser mantida entre 12 a 20 ciclos por
minuto. Para manutenção, o controle da
sedação e analgesia é fundamental, evitando-
se retenções ou altas liberações de CO2 da
corrente sanguínea.
Frequência Respiratória
27. • A sensibilidade é medida em valores de pressão negativa, ou
seja, na pressão necessária efetuada pelo paciente na
inspiração para disparo do ciclo ventilatório. O valor médio
deve ser mantido em torno de - 2cm/H2O.
Sensibilidade
28. • Depende de vários fatores relacionados e
interativos. O fluxo deverá ser mantido entre
30 a 40 l/min, ou 5 vezes o Volume Minuto. A
relação I:E é 1:2, na dependência da dinâmica
ventilatória.
Relação I:E
29. • SARA: Elevação da PEEP, níveis de 12 a 16
cm/H2O, e manutenção de altas pressões na
necessidade da oximetria, restringir FiO2 ao
máximo;
• DPOC: Diminuição da PEEP, em torno de 4
cm/H2O e limitações de Volumes e/ou pressões
na dependência do estágio clínico;
Fatores diferenciais de doenças
específicas
30. EAP Edema Agudo de Pulmão: Restrição de Pressões, manutenção do
aumento da PEEP em níveis não superiores a 10 cm/H2O, analisar o
quadro clínico e necessidade de incremento da PEEP conforme troca
gasosa e saturação de O2. É conveniente a monitorização do Débito
Cardíaco;
Pediatria: Modo Pressórico, manutenção de volumes entre 6 a 10
ml/Kg. Evitar pressões de pico inferiores a 10cm/H2O e superiores
acima de 20 cm/H2O. Iniciar paulatinamente, incrementando a
pressão conforme dinâmica ventilatória e oximetria. PEEP: Entre 3 a 4
cm/H2O.
Fatores diferenciais de doenças
específicas
31. Referências
• MORRACEIRA, Joana Raquel Neves. A pessoa adulta submetida a ventilação
invasiva em contexto de unidade de cuidados intensivos. 2017. Tese de
Doutorado.
• MENNA BARRETO, Sérgio Saldanha et al. Relatório do segundo consenso brasileiro
de ventilação mecânica: parte 1. Revista brasileira de terapia intensiva. Vol. 12. n. 3
(jul./set. 2000), p. 132-166, 2000.
• ALBUQUERQUE, Jacqueline Farias de et al. Descomplicando a ventilação mecânica
invasiva: estratégia educacional para equipe multiprofissional de uma enfermaria
pediátrica. 2021. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do
Norte.