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ANALISE FUNCIONAL DO COMPORTAMENTO
THE FUNCTIONAL ANALYSIS OF BEHAVIOR
Maria Amélia MATOS'
RESUMO
A principal preocupação do analista compodamental é com o uso de unida-
des funcionais enquanto realizando uma análise do compodamento. As
influências que levaram a essa postura são analisadas: um modelo de ciência
das ciências naturais, um modelo evolucionista, um modelo empirista, e o
modelo funcionalista causal de Mach. Coerentemente, sua análise do com-
portamento é basicamente uma análise do valor adaptativo desse compor-
tamento em relação a seu meio ambiente. As implicações dessa opção para
uma concepção de causalidade do compodamento são analisadas, especi-
almente tendo em vista as metáforas das relações constantes e das seqüên-
cias encadeadas. As limitações lingüísticas existentes são igualmente con-
sideradas. Os passos básicos para uma análise funcional são descritos e
então desmembrados em passos menores. Exemplos e estratégias da
realização da análise funcional são apresentados, assim como referências
para trabalhos de análise básica e aplicada.
Palavras-chave: Análise do Comportamento. Análise Funcional.
Behaviorismo Radical. Skinner.
ABSTRACT
Behavior Analysis main concern is with the usage of functional units of
behavior. The influentes that led to this posture are analyzed: a natural
sciences model, an evolutionist model, an empiricist model, and a Machian
functionalist model. Accordingly, a functional analysis of behavior is an
analysis of its fitness to environmental conditions. The implications of this
option to the causality model adopted by Behavior Analysis are considered,
specially in relation to rejected metaphors such as the constant relations and
thechainedsequences onesas wellas its linguistic limitations. Thebasic steps
of a functional analysis are described and then broken into smaller molecular
actions. Examples and strategies for performing a functional analysis of
behavior are given, as well as bibliographical references for both basic and
applied analysis.
Key-words: Behavior Analysis. Functional Analysis. Radical Behaviorism.
Skinner.
r) Ph. D. pela Columbia University of New York, Professora Assistente do Instituto de Psicologiada USP - SP.
Endereçoparacorrespondência:RuaEngenheiroBianor,153- CEP05502-010- São Paulo- SP -E-mail:maamatosQusp.br
Rev. Estudos de Psicologia, PUC-Campinas. v. 16. n.3. p. 8-18, sete~nbroldezembro1999
In:
O que distingue um analista do comporta-
mentodeoutrosestudiososdocomportamento?
Diante desta questão Per Holth, em um e-mail
recente, propôs que a diferença seria a ênfase
que o analista de comportamento dá ao uso de
unidades funcionais do comportamento como
seu objeto de estudo.
Oqueé umaunidadefuncionaldocompor-
tamento?Comodeterminá-la?Comoestudá-la?
A respostaaessaperguntaprovavelmente
envolve tanto uma análise das posturas que
levaram a essa opção, como uma análise das
técnicas específicas de controle experimental
quepermitemessadeterminaçãoeestudo. Este
é o resumo do texto a seguir.
mento investiga e usa
unidades funcionais do
comportamento
O analista comportamental é antes de
mais nada umcientista natural, não umfilósofo,
não um cientista social e muito menos um
estudioso do mental. Étambém umdarwinistae
um funcionalista. Parafraseando Jack Michael
(1993): Ele tem uma postura determinista na
medida em que vê o comportamento humano
como um produto inevitável de uma herança
genética e de eventos ambientais ocorrendo
durante a vida de uma pessoa. Acredita firme-
menteno usodo métodocientífico em relaçãoa
todos os aspectos do comportamento humano.
Nãoestudaapenas0condicionamentooperante,
nãoexcluieventos privados e comportamentos
encobertos de suas análises. Não insiste que o
comportamento possa mudar apenas como re-
sultado de uma exposição direta a contingênci-
as,reconhecendoquemudançaspodemresultar
deinstruçãoededescrições dascontingências.
Nãotem umaposturaanti-fisiologia,anti-genéti-
ca, nem anti-teórica; porém rejeita explicações
internasinferidas.
Como darwinista (referência ao teólogo e
historiadornaturalinglês,CharlesDarwin)oana-
lista de comportamento acredita que todas as
mudançascomportamentais,operantesounão,
resultam de um processo de seleção pelas
consequências.Istosupõequeoorganismoseja
dotado de uma sensibilidade inata ao efeito
destasconsequências.
Para que possamos entender essa teoria
de evolução do comportamento pela seleção
por consequências, imaginemos um nosso
antepassadoremotíssimo,milhõesdegerações
atrás, um trilobita, chamemo-lo Dodo. Dodo,
comoquaIquerorganismovivo,efetuatrocasde
energia com o ambiente e se multiplica. Dodo
contudonãosemovimenta,suatroca deenergi-
assomenteocorrequandoéatingido poralguma
substância que seu organismo pode absorver.
Muitas gerações depois, um descendente de
Dodo,Lolo,sofreumamutação e podese movi-
mentar, aleatoriamente contudo. Esta reação,
não obstante, aumenta muito as chances de
sobrevivência de Loloe de seus descendentes,
movimentando-se aumenta a probabilidade de
Lolo atingir um local onde a concentração de
substânciasnutritivassejagrande. Umdosdes-
cendentesdeLolo,sofreumanovamutação,ele
écapazdemudarsuaforma:quandoatingidopor
um objeto ele apresenta o reflexo de emitir
projeções que podem 'envelopar' esse objeto.
Essa reação aumenta enormemente a chance
desobrevivênciadessedescendentedeLolo,por
impedirque0objeto nutrienteescape.Umoutro
descendente, Nono, passa a apresentar movi-
mentosdirigidos,a luzporexemplo, ouamudan-
ças de temperatura, ou a qualquer outro fator
ambienta1que possaestarassociado agrandes
concentrações de substâncias nutritivas, ou a
locaisondeapresençadepredadoresé rara,etc.
Taxias, como as que Nono apresenta, supoem
nãosó sensibilidade asconsequênciasde uma
ação, mas também sensibilidade a associa-
ção destas consequências com determina-
dascondiçõesantecedentes. Deuma manei-
ra muitotosca este seria o quadro geralde uma
evolução deformas de reagir de um organismo
vivo.Evoluçãoessadirigidaporsuasconseqüên-
cias sobre a aptidão desse organismo, isto é,
Rev. Estudos de Psicologia, PUC-Campinas, v. 16. n. 3, p. 8-1 8, setembroidezembro 1999
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M.A. MATOS
sobre a adaptabilidade desse organismo ao
ambienteem quevive.
Outroexemplo:oreflexodesalivaçãodian-
te de gotas de limão na boca ou diante de um
limão sendo fatiado. A salivação diante de um
líquidoácido na bocadilui a concentraçãodeste
líquido e diminui seu possível dano sobre as
mucosas da boca e, eventualmente, de outros
órgãos.Salivaraochupar limãotem poisumalto
valordesobrevivência.Salivarantes deteremas
gotas de limãoatingido a boca tem um valor de
sobrevivência maior,pois previneessesdanos.
Salivaraoreceber limãonabocarepresentauma
vantagememrelaçãoacondiçãoanteriordenão-
salivação; salivar antes de receber o limão na
boca, ao vê-lo sendo fatiado, representa uma
vantagemmaioremrelaçãoareaçãoanterior,de
salivar apenas quando o limãoatingea boca.O
valordesobrevivênciadosalivarperanteagotade
limãoé grande, porém muito maior é o valor de
sobrevivência da sensibilidadeas associações
entre a gota de limão e seu cheiro, ou sua
aparência,ouseudesenho,ouseu nome(reagir
aassociações entreestímuloscomo sefossem
equivalentes tem, um alto valor adaptativo). E
maior ainda será esse valor se essas reações
puderemser transmitidas (oupor genes ou por
práticas culturais). Evidentemente, para que a
seleção seja eficaz, deve haver competição no
espaço comportamental entre essas reações.
Como cientista natural, o analistade com-
portamentoéumbaconiano(referênciaaofilóso-
fo e cientista inglês, Francis Bacon). Trabalha
por observação, classificação e indução (gra-
dual!). Evita generalizações apressadas e
indevidas, evita o dogma, evita explicações
metafísicas. Ébasicamenteumempirista(estu-
dacasosconcretos)e umexperimentalista(sub-
mete suas explicações a testes e demonstra-
çõescom manipulaçãode variáveis),só secun-
dariamente,éum "interpretacionista".Privilegia
umaabordagemhistóricaaoseventos.Acha que
umaexplicaçãodocomportamento humanoco-
meça com uma explicação do comportamento
cia, e mantidas por sua utilidade biológica (por
suafunçãode sobrevivênciaevalor adaptativo).
Como funcionalistao analistade compor-
tamento é um machiano (referência ao físico
alemão Ernst Mach).Substituia noçãode 'cau-
sa' pelade 'função', e a explicação pela descri-
ção. Paraumestudiosodanaturezanãohánada
mais do que o estudo da dependência dos
fenômenos, uns em relação aos outros. Os
fenômenos sempre ocorrem em variadas rela-
ções de interdependênciauns em relação aos
outroseassimatarefadoestudiosofuncionalista
édescreverestas interdependências.Causase
efeitos são simplesmente mudanças,
correlacionadas, em duas classes de fenôme-
nos.
Defato a noçãodecausae efeito podeser
substituídacomvantageme economia pelano-
çãodefunção matemática.Reflexoparaskinner
(já em 1931) é uma relação observada, é a
descriçãodas relaçõesentreestímuloe respos-
ta. Assim como o comportamento, do qual o
reflexoé uma analogia, o reflexoé uma relação
entre eventos ambientais e eventos
comportamentais. É fútil a discussão se existe
comportamento sem ambiente, assim como a
discussão se existe ambiente sem comporta-
mento. Nesse sentido se diz que o comporta-
mentoédito controladoquanoo ele está (isto é,
quandonósassimsomoscapazesdedescrevê-
-lo) funcionalmente relacionado a variáveis
ambientais (isto é, a eventos físicos e sociais,
dentre os quais estão eventos encobertos e
outroscomportamentosdo próprioorganismo).
Causaésinônimodefunção, queé sinônimode
controle, que é sinônimo de descrição de rela-
cõesfuncionais.
Voltamosa repetir:o modelodecausalida-
de próprioao analistado comportamentoé um
modelo de seleção pelas conseqüências. Para
umfuncionalista,comportamentosevoluem(isto
é,se modificam)porquetêm umafunção de uti-
lidade na luta pela sobrevivência do individuo;
animal.Ocomportamentoégovernadoe modifi- evoluem porquede alguma maneira represen-
cado por associações adquiridas por experiên- tam um mecanismo de lidar com ambientes
Rev. Estudos de Psicologia. PUC-Campinas, v 16. n.3, p. 8-18. setembroidezembro 1999
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complexos. Assim por exemplo, um comporta-
mento estranho jamais é dito 'patológico', pelo
analista comportamental; se ele ocorre é por-
que de alguma maneiraele éfuncional, tem um
valor de sobrevivência. Fazer umaanálise fun-
cional é identificar o valor de sobrevivência de
determinado comportamento. Por exemplo: o
comportamento de auto-agressão não é consi-
derado como manifestação de um processo
psicótico, é sim, um conjunto de respostas que
permitemoacesso,peloindivíduo,aconseqüên-
cias importantes para ele: consequências sen-
soriais, consequências sociais, consequências
como bens tangíveis, ou consequências como
a evitação de eventos desagradáveis.
Fazer u m a análise fun-
cional é identificar a
função, isto é, o valor de
sobrevivência de um deter-
minado comportamento.
Para Newton (representante da Física
mecanicista) as forças eram os agentes de
mudanças,quer namagnitudequer nadireção,
do movimento; a força da gravidade 'atraía' a
maçã para baixo. A Física moderna dispensa
com essas noções referindo-se, ao invés, a
propriedadesdavariável independentee apro-
priedades da variável dependente, tais como
massa e aceleração.
Hume mostrou que a percepção de
causaçãoenvolvia mais do que a percepção de
relaçõesconstantes(queé osentidocomum da
palavracausa)."Joãozinhoatiroua pedraeque-
brou a vidraça", esta frase supõe uma relação
causal que contém um agente que produziu a
vidraçaquebrada.Afrase representa umarela-
ção utópica, infalível e constante: sempre que
Joãozinho,ouqualqueroutrapessoa,atirar uma
pedra contra a vidraça, esta vai quebrar. Na
verdade,a relaçãodefato dependedeconside-
rações sobre a magnitude do atirar pedra, a
distânciaentreJoãozinhoe ajanela, o tamanho
da pedra, o tipo de vidraça etc., etc.
Umaoutramaneiradeconsiderarmosrela-
Essa insistência sobre a pesquisa das
variáveis das quais o comportamento é função
çõescausais é atravésda metáforade sequên-
cias encadeadas, onde cada elo é contíguo no
distinguea práticadoanalistadocomportamen-
tempo e noespaço aooutroelo, e assim suces-
to de outras práticas em psicologia, práticas
sivamenteatéoelofinal, oefeito. Estametáfora
estas quepreferem umadescriçãoestruturaldo
supõeumalinearidadee umaunidirecionalidade
comportamento(estudodacomposiçãoeorga-
nização de elementos de uma ação) versus o
no processo causal que estão longe de serem
estudodafunçãodessecomportamento(utilida-
verdadeiras. De fato, o encadeamento de elos
de biológica dessa ação). É importanteapontar
causaisé umdisfarceque pretendeesconder a
existência de uma causa primeira, o elo inicial.
aue as análises funcionais e estruturais são
complementares,nãoéocasodeexcluirumaou
outra, mas, em Psicologiaa análise funcional é
fundamental.
Comoéfácildepreenderdoquefoiexposto
acima, a análise funcional do comportamento
substitui uma análise do comportamento em
termoscausais.Opróprioconceitodecausa,em
ciência, mudou ao longo dos tempos. Causa
para os gregos e romanos era a vontade dos
deuses. No século XVIII, na Inglaterra, com
Hume,a noçãodecausanãomaisincorporavaa
noção de um agente ou força impulsionadora.
Parao analistadecomportamentonãohá
um agente iniciador,nem mesmoo ambiente é
iniciador,devezqueoanalistacomportamental
estuda relações (insistoe repito)relaçõesfun-
cionais. O organismo, o indivíduo não é um
agente, mas tão somente, como diz Skinner
(1989),o palcodas interações(evidentemente,
Skinner também não aceita que o self seja o
agente iniciador; para ele, pessoa ou self de-
vemserconsideradoscomoconceitos relativos
ao repertório comportamental de um organis-
mo, e nãocomo agentes iniciadores).A propó-
Rev. Estudos de Psicologia, PUC-Campinas. v. 16, n. 3, p. 8-18, seteinbroldezembro 1999
12 M.A. MATOS
sito desta questão Skinner (1972) compara a
gestaçãode um poemacoma gestaçãode uma
criança. Quem, ou o quê, é a causa? a mãe? o
pai?a relaçãodos dois?a constituiçãodocorpo
da mãe?o mecanismo reprodutivodaespécie?
o processo evolutivo que permitiu esse meca-
nismoreprodutivo?Nãoháumagenteiniciador,
umacausaúnica,masmuitasediferentesvariá-
veis atuando em conjunto. Na verdade, nem
sequer podemos falar em várias causas ou
múltipla causação, tudo o que encontramosao
investigar um fenômeno são relações entre
eventosouentrevariáveis.Poroutrolado,estas
relaçõessão válidasapenas dentrode determi-
nadas condições, isto é, as leis científicas não
são universais; encontrar o contexto dentro do
qual elas são válidasé outra tarefa do cientista.
No modelo da análise do comportamento
uma causa é substituída por uma mudança na
variável (ou variáveis) independente(s), e um
efeitoésubstituídoporumamudançanavariável
(ouvariáveis) dependente(s),o quese constitui
na nossarelaçãofuncional. A diferença entre
análise funcional e análise causal é que na
primeira não mais se fala do comportamento
humanoem termos deagência,poisnãomaisé
necessáriofalar em forças internasouexternas
quecausamumaação;açãoé umapropriedade
do organismo vivo. Do mesmo modo, o reflexo
não explica como uma causalcausa uma rea-
ção; simplesmente descreve que mudanças
ocorremnume noutroladodarelaçãofuncional.
A dificuldade em abandonarmos estas
posturascausaiséadificuldadeemabandonar-
mos nossos hábitos linguísticos. A sintaxe da
linguagem ocidental impõe a necessidade de
sujeitos para verbos, especialmente aqueles
relativos a comportamento. É até aceito dizer-
mosque a digestão se processa, maso pensa-
mento não, alguémpensa!Assim considerada,
a noção de análise funcional é realmente sub-
versiva, ao pontode Hineline(1980) proporque
ao lidar com o comportamento transformemos
nomes em gerúndios ou em expressões de
ação.Otermo 'inteligência'seria substituídopor
'resdver problemas' ou 'agir inteligentemente';
'motivação',por'motivado';'memória',por'lem-
brar' ou 'comportar-se em relação a eventos
passados'; 'imaginar' ou 'fantasiar', por 'com-
portar-se na ausência do evento'; e 'comporta-
mento', por 'comportar-se'. Por exemplo: a fra-
se 'Uma criança,quando necessitade atenção
ou ajuda, aprende a captar o olhar de adultos',
poderia ser re-escrita de maneira mais aceitá-
vel da seguinte forma: 'O contato visual com
adultos pode se tornar um evento reforçador
para uma criança, e também um evento
discriminativoestabelecendoa ocasião naqual
essa criança poderá vir a ser reforçada por
esses adultos'.
Vejamos quais são os passos para che-
garmos a essa transformação:
1) A identificação e a descrição do efeito
comportamental(definir 'captaro olhar
de adultos' e 'necessitarde atenção ou
ajuda' versus definir 'estabelecer con-
tato visual com adultos').
2) A busca de uma relaçãoordenada en-
tre variáveis ambientais (presença ou
não de adultos, ocorrência de situa-
ções 'problema', intervençõesdo adul-
to, solução ou eliminação da situação
'problema', etc.) e variáveis comporta-
mentais relacionadas ~i.e.,relevantes)
a esse efeito (descrever as condições
em que ocorrem os comportamentos
mencionadoseml;descreverasvaria-
ções nessas condições e possíveis
variações nos comportamentos).
3) A formulação de predições confiáveis
baseadas nas descrições dessas rela-
ções (inferências ou suposições que
serão postas a prova, 'presença de
adultos' como estímulos discriminati-
vos, 'intervençãode adultos' como es-
tímulos reforçadores, etc.).
4) A produção controlada desses efeitos
predizíveis(demonstraçãodaconfiabi- a
lidade das inferências elou aplicação
do conhecimento). a
Re LNdos de Psicologia. PUC-Campinas. v. 16, n.3, p. 8-18, setembroldezembro 1999 N
- --
Cincopassosbásicosparaa realização de
uma análisefuncional do comportamen-
to.
I. Definirprecisamente ocomportamen-
to de interesse.
2. Identificar e descrever o efeito
comportamental.
3. Identijicar relações ordenadas entre
variáveis ambientais e o comporta-
mento de interesse. Identijicar rela-
ções entre o comportamento de inte-
resse e outros comportamentos exis-
tentes.
4. Formularpredições sobre osefeitos
de manipulações dessas variáveis e
dessesoutroscomportamentossobreo
comportamento de interesse.
5. Testar essaspredições.
Uma análise funcional leva em conta as-
pectos do ambiente e a função que o compor-
tamentotemnaquele ambiente. Eupossodizer
que um pássaro está andando, voando ou ca-
çando. Ele está andando se ele se desloca no
chão,eleestávoandose se deslocanoespaço
aéreo, e ele está caçando se perseguee pega
uma presa. O chão, o espaço aéreo e a presa
são as referênciasambientais; os efeitos com-
portamentaissão o deslocamentoe ou a presa
alcançada.Noexemploanteriorépossíveldizer
que entreo comportamento da criançae o dos
adultos se estabeleceu uma relação funcional
denominada 'reforçamento'. O termo
'reforçamento'descreveumarelaçãoentreuma
classe de eventos (comportamentos) que mu-
dam em função de outra classe de eventos
(conseqüências).O termo 'reforçamento' não
tamento dos adultos'. A partir destas observa-
ções hipotetizamos uma relação entre esses
fenômenos e a testamos. A relação funcional
'reforçamento' (assim como qualquer outra) é
uma inferência, resultado de uma análise fun-
cional. Umaanálise funcionalnadamaisé pois
do que uma 'explicação' de um evento pela
descrição de suas relações com outros even-
tos. 'Explicamos' as mudanças que ocorrem
comocomportamentodacriançadescrevendo
como essas mudanças ocorrem ou não, a de-
penderdecertascondiçõesdoambiente,como
apresençaou nãodeadultos, a intervençãoou
nãodestesetc., condiçõesdenominadas 'even-
tos antecedentes'e 'eventosconseqüentes'.
Uma análise funcional completa (obser-
vação-suposição-verificação)produzumadefi-
nição funcional (a definição de reforçamento,
por exemplo, 'aumento na probabilidade de
ocorrênciade um comportamentoque é segui-
do de certas conseqüências'). Uma definição
funcional supõe uma análise funcional, mas
não é essa análise.
As vantagens de uma análise funcional
são que, além de identificaras variáveis impor-
tantes para a ocorrência de um fenômeno e,
exatamenteporisso,permitirintervençõesfutu-
ras;elapossibilitaoplanejamentodecondições
para a generalização e a manutenção desse
fenômeno. Ao identificar em que classe de
comportamentos uma determinada resposta
se inclui, ou em que classe de estímulos uma
determinada mudança ambiental se situa, po-
demostrabalhar com respostase/ouestímulos
equivalentes.Searespostaidentificadanãofor
adequada,podemossubstituí-Iapor umaoutra
mais aceitável, e que, por pertencer a mesma
classe, continuará a produzir os mesmos
reforçadores que a respostaanterior. Se uma
condicão ambiental não estiver mais dis~oní-
se referepoisa umateoria, e sim a umadescri- vel, bodemos recorrer a outra condição
ção de uma relação funcional. Nesse sentido ambienta1equivalente, na certezade que esta
uma relação funcional não é diretamente novacondição continuará a exercer o controle i
observável, o que observamos são as mudan- desejado sobre a resposta em questão. Uma
çasnofenômeno'comportamento'emudanças análise funcional permite até mesmo planejar
no fenômeno 'ambiente' ou, no caso, 'compor- esta transferência de funções de estímulos
- - - -- -- ----- - -
Rev. Estudos de Psicologia, PUC-Campinas, v. 16, n. 3, p. 8-18. setembroldezeinbro 1999
M.A. MATOS
(Sidman, 1994). Por outro lado, uma análise
estrutural por enfocar aspectos de composição
(elementos) e organização (disposição,ordem
ou seqüência) e dificilmente permitiria planejar
essa substituição ou transferência de funções
entre eventos.
Outra vantagem de análises funcionais é
que elas podem ser realizadas a longo prazo,
isto é, entre eventos que estão separados por
um intervalodetempo entre si. Umadetermina-
da variável ambienta1pode não estar presente
no momento em que ocorreu uma mudança
comportamental e mesmo assim estar relacio-
nada com esta mudança. Análises funcionais,
por não estarem fundamentadas em aspectos
estruturais, permitemumaexplicaçãohistórica,
e protegem o analista do comportamento de
conceitos mediacionistas como memória,
informação, trauma, decodificação, com-
plexos etc.
Retomemosnossoscinco passosanterio-
res,aprofundandosua análise:
Uma análisefuncional nada mais é do
que uma análise das contingênciasres-
ponsáveis por um comportamento ou
por mudançasnessecomportamento (se-
jam eles comportamentos problemáti-
1) A identificação do comportamento de
interesseenvolvesuaobservaçãobem
como relatos de outras pessoas (pais,
professores,outrospesquisadoresetc.
adepender dasituaçãoondetrabalho).
2) A identificação e descrição do efeito
comportamental supõem sua especi-
ficação, por exemplo, a especificação
dafreqüência comque ocorre.
i
3) Abuscadeumarelaçãoordenadaentre
variáveis ambientais e variáveis
comportamentaisrelacionadas(relevan-
tes, instrumentais) com esse efeito
supõe:
(a) a descrição da situação antecedente
e da situação subseqüente ao com-
portamentode interesse;
cos-comoquebrar vidraças-,ou aceitá-
veis -como estudarpara o vestibular).
(b) aidentificação da situação subse-
qüente deve distinguir quais even-
tos nessa situação são conse-
qüências;
(c) a identificação da situação antece-
dente deve distinguir quais eventos
nessa situação são de fato condi-
ções.
Estas identificações,b e c, podem exigir,
e frequentemente exigem, repetidas ob-
servações.
4) Anaturezadasrelaçõesdeconsequen-
ciação deve ser descrita dentro de um
quadromaisamplo(deve sercolocada
dentro de um referencial conceitual)
pelasvantagensóbviasqueissorepre-
sentaemtermosde 'empréstimos'pos-
sibilitados: trata-se de reforço positivo
ou negativo?de punição?de fuga? de
esquiva? A classificação dessas rela-
çõesem quadros maisamplospermiti-
rá a previsãode ocorrência semelhan-
tes, permitirá o uso de procedimentos
deanálisejá testados, permitiráacom-
paração com análises anteriores. Do
mesmo modo é necessário identificar
se as condições antecedentes envol-
vem apenaseventosfísicosoutambém
comportamentos,enessecasoseape-
nas da própria pessoa ou de outras
pessoas.
5) Efinalmentea análisefuncionalsupõe
um teste das previsões. Isso pode re-
presentar uma intervenção clínica,
Rev. Estudos de Psicologia, PUC-Campinas, v. 16, n.3, p. 8-18, setembroldezembro 1999
educacional,institucionalouumainves-
tigaçãoem laboratório.
Os passos3e4 supõemalgumasestraté-
giasque,denovo,serãoutilizadasparaopasso
5.Sãooschamados'delineamentosexperimen-
tais' (paramaioresdetalhesver Sidman, 1960,e
Johnston & Pennypacker, 1980)etodos envol-
vem o sujeitocomoseuprópriocontrole. Como
essas estratégias são o 'coração' da Análise
Experimentaldo Comportamento, vale a pena
revê-lasrapidamente.
a) Delineamentode linha de base sim-
ples:dadossãocoletadossobreocom-
portamentode interesseantesdequal-
quer intervenção(fasedelinhadebase)
para uma comparaçãocom os resulta-
dos da intervenção(fasede introdução
davariávelindependente).Importantes
são a duraçãoda coleta(i.e., daobser-
vação) e sua freqüência (i.e., do inter-
valo entre as observações). Trata-se
de um delineamento fraco a ser usado
apenas quando prevê-se que a inter-
venção terá um efeito realmenteforte.
b) Delineamento de reversão: as situa-
çõesdelinhadebaseeintervençãosão
revertidas(ou alternadas), por esta ra-
zão este delineamento é também de-
nominado'deIineamentoA-B-A'. Tra-
ta-se de um delineamento de aplica-
ção restrita, ou seja, apenas quando
os efeitos da intervenção podem ser
cancelados, ou quando o retorno as
condições de linhade baserepresenta
umasituaçãosocialmenteaceitávelpara
o sujeito
diferentesmomentos.Importanteaquié
decidir sobre qual seráduração da ob-
servaçãodoefeitodeumaintervenção,
antesde introduzir umaoutra interven-
ção.
d) Delineamentocom mudançasdecri-
tério: após a linha de base, uma inter-
vençãoé introduzidacom umdetermi-
nado critério de desempenho; após a
obtenção/estabilização desse desern-
penho, o critério é alterado, e assim
sucessivamente. Evidentemente que
podeocorreraquiumainteraçãoentrea
natureza.da variável que está sendo
manipuladanaintervenção,eaduraçáo
do processode intervenção,elou o nú-
meroderepetiçõesoude intervenções,
elou os critérios de desempenho
adotados.
e) Delineamento de tratamentos alter-
nativos: após a linhade baseparaum
determinadocomportamento,diferentes
intervençõessealternam,segundouma
seqüênciadeterminada, sempre inter-
caladascom reversõesalinhade base
(A-B-A-C-A-B-A-Detc.). Nestedelinea-
mentohásempreoperigode interações
entreosefeitosdasdiferentesinterven-
ções.
Resumindo:
Umaanálisefuncional, sendoumaanálise
dascontingênciasresponsáveisporumcompor-
tamento, basicamente busca responder a se-
guintequestão:"Qualafunçãodestecomporta-
mentoparaaquelapessoa?",ou, postodeoutro
modo, "Qual é a relação funcional entre esse
comportamentoe seusefeitos?"
c) Delineamento de linha de base múl-
Evidentementeestamesmaperguntapode
tipia: umalinhadebaseé ser feita,mutatjs mutantjs.suando o com~orta-. .
para cada um de diferentes comporta- mentodeinteressenãoocorre:"Qualéafunção
mentes,e umainterven~ãoé~lanejada da omissão deste comportamento?", ou, de
paracadaumdestescomportamentos, novo, "Qual é a relação funcional entre esse
masesta intervençãoé introduzidaem comportamentoe seusefeitos?"
Rev. Estudos de Psicologia, PUC-Campinas. v. 16, n. 3. p. 8-18. setembro/dezembro 1999
16 M.A. MATOS
lista do comportamentodeveria sefazer
juntamente com suas orações antes de
dormir:
- "Qualafunção desse comportamento
para aquelapessoa?"
- "Qual é a função da omissão desse
comportamentopara aquelapessoa?
- "Qualéa relaçãofuncional entreesse
e seus efeitos para
Para terminar, uma palavra de advertên-
cia aos que pretendemutilizar a análisefuncio-
nal na terapia. O problemacom a terapia, com-
portamentalou não,é queestetipo de interven-
ção lida quase exclusivamente com as
especificações verbais do comportamento de
interesse(especificaçõesessasquesãodefato
comportamentos, mas de outro interesse).
Istopoderesultarnumapsicologialpsicoterapia
de poltrona.Verbalizações'de poltrona'especi-
ficam corretamente o ambiente apenas até o
pontoem que tatos corretosforam instalados,e
apenas até o ponto em que estes tatos perma-
neçam precisos e corretos. O problema é que
operantes verbais de tatos permanecempreci-
sos e corretos somente até o ponto em que
metodicamente interajam com as condições
(antecedentese conseqüentes)ambientais'ex-
tra-poltrona' que os instalaram.
Sugerimos a seguir, a guisa de 'receita',
alguns passos a serem seguidos quando da
realizaçãodeumaanálisefuncionaldeumdeter-
minado comportamento de interesse (Malott,
Whaley & Malott,'1997).
1. Identifiqueo comportamento de inte-
resse
a) Verifique se você o enunciou em ter-
mos empiricos (Isto é, em termos de
ações do participante. Ex.: a criança
grita e bate o pé, grita e esperneia,
berra e se joga no chão, etc.) e
conceituais (Isto é, em termos de clas-
ses de ações. Ex.: a criança faz birra).
Identifique exemplos e não-exemplos
para uma definição completa.
b) Verifiqueafreqüênciadeocorrênciade
cadaumadas açõesidentificadas,bem
como da classe geral.
2. Especifique o produto de cada uma
dessasações e o produtoda classe de
ações.
a) E uma condição reforçadora ou uma
condiçãoaversiva?
b) Sua ação se faz por apresentação, re-
moção,ou impedimento?
c) Oprodutoégrande,provável,imediato?
d) Existemprodutosalongoprazo?Quais?
e) Os produtos são conseqüências natu-
rais ou sociais? São conseqüências
mediadas por agentes sociais? Quem
são os agentes?
3. Identifiqueas condições antecedentes
necessárias elou presentes quando o
comportamentoocorre.
a) Identifiqueas condições motivadoras.
Identifique as operações estabele-
cedoras que afetam as condições
motivadoras.
b) Especifique os estímulos discri-
minativos. Existe mais de um
discriminativo para um mesmo com-
portamento?Existe uma classe de es-
tímulos discri-minativos?
c) Os discriminativos são circunstancias
elou eventosfísicos ou sociais?
d) Existem outros comportamento que
ocorrem antes do comportamento de
interesse?Sua relaçãocom o compor-
tamentodeinteresseédenecessidade
(pré-requisitos), de facilitação, ou são
ocorrências acidentais?
Rev. Estudos de Psicologia, PUC-Campinas,
4. Ordeneoscomportamentospré-corren-
tes (necessáriosefacilitadores)eosde
interesse,porhierarquia(forcadoscom-
portamentos) ou por cronologia (se-
qüência dos comportamentos).
5. Organize suas observações em três
colunas:condiçõesantecedentes,com-
portamento, condições conseqüentes
(usecomoreferênciaparaadisposição
das condições, cada comportamento
identificado).
6. Verifique se não existem lacunas em
qualquer das três colunas.
7. Analise o que precisaria ser feito para
facilitar (ou para impedir ou dificultar,
conforme o caso) a ocorrênciadocom-
portamento?
a) Comovocêalterariaascondiçõesante-
cedentes?
b) Comovocê alterariaas condiçõescon-
seqüentes? As suas alterações impli-
camem operaçõesde reforçamentoou
punição do comportamentode interes-
se? Implicamem reforçamentodecom-
portamentosincompatíveis?
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GERAIS
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O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
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Matos 1999-analise-funcional-do-comportamento

  • 1. ANALISE FUNCIONAL DO COMPORTAMENTO THE FUNCTIONAL ANALYSIS OF BEHAVIOR Maria Amélia MATOS' RESUMO A principal preocupação do analista compodamental é com o uso de unida- des funcionais enquanto realizando uma análise do compodamento. As influências que levaram a essa postura são analisadas: um modelo de ciência das ciências naturais, um modelo evolucionista, um modelo empirista, e o modelo funcionalista causal de Mach. Coerentemente, sua análise do com- portamento é basicamente uma análise do valor adaptativo desse compor- tamento em relação a seu meio ambiente. As implicações dessa opção para uma concepção de causalidade do compodamento são analisadas, especi- almente tendo em vista as metáforas das relações constantes e das seqüên- cias encadeadas. As limitações lingüísticas existentes são igualmente con- sideradas. Os passos básicos para uma análise funcional são descritos e então desmembrados em passos menores. Exemplos e estratégias da realização da análise funcional são apresentados, assim como referências para trabalhos de análise básica e aplicada. Palavras-chave: Análise do Comportamento. Análise Funcional. Behaviorismo Radical. Skinner. ABSTRACT Behavior Analysis main concern is with the usage of functional units of behavior. The influentes that led to this posture are analyzed: a natural sciences model, an evolutionist model, an empiricist model, and a Machian functionalist model. Accordingly, a functional analysis of behavior is an analysis of its fitness to environmental conditions. The implications of this option to the causality model adopted by Behavior Analysis are considered, specially in relation to rejected metaphors such as the constant relations and thechainedsequences onesas wellas its linguistic limitations. Thebasic steps of a functional analysis are described and then broken into smaller molecular actions. Examples and strategies for performing a functional analysis of behavior are given, as well as bibliographical references for both basic and applied analysis. Key-words: Behavior Analysis. Functional Analysis. Radical Behaviorism. Skinner. r) Ph. D. pela Columbia University of New York, Professora Assistente do Instituto de Psicologiada USP - SP. Endereçoparacorrespondência:RuaEngenheiroBianor,153- CEP05502-010- São Paulo- SP -E-mail:maamatosQusp.br Rev. Estudos de Psicologia, PUC-Campinas. v. 16. n.3. p. 8-18, sete~nbroldezembro1999 In:
  • 2. O que distingue um analista do comporta- mentodeoutrosestudiososdocomportamento? Diante desta questão Per Holth, em um e-mail recente, propôs que a diferença seria a ênfase que o analista de comportamento dá ao uso de unidades funcionais do comportamento como seu objeto de estudo. Oqueé umaunidadefuncionaldocompor- tamento?Comodeterminá-la?Comoestudá-la? A respostaaessaperguntaprovavelmente envolve tanto uma análise das posturas que levaram a essa opção, como uma análise das técnicas específicas de controle experimental quepermitemessadeterminaçãoeestudo. Este é o resumo do texto a seguir. mento investiga e usa unidades funcionais do comportamento O analista comportamental é antes de mais nada umcientista natural, não umfilósofo, não um cientista social e muito menos um estudioso do mental. Étambém umdarwinistae um funcionalista. Parafraseando Jack Michael (1993): Ele tem uma postura determinista na medida em que vê o comportamento humano como um produto inevitável de uma herança genética e de eventos ambientais ocorrendo durante a vida de uma pessoa. Acredita firme- menteno usodo métodocientífico em relaçãoa todos os aspectos do comportamento humano. Nãoestudaapenas0condicionamentooperante, nãoexcluieventos privados e comportamentos encobertos de suas análises. Não insiste que o comportamento possa mudar apenas como re- sultado de uma exposição direta a contingênci- as,reconhecendoquemudançaspodemresultar deinstruçãoededescrições dascontingências. Nãotem umaposturaanti-fisiologia,anti-genéti- ca, nem anti-teórica; porém rejeita explicações internasinferidas. Como darwinista (referência ao teólogo e historiadornaturalinglês,CharlesDarwin)oana- lista de comportamento acredita que todas as mudançascomportamentais,operantesounão, resultam de um processo de seleção pelas consequências.Istosupõequeoorganismoseja dotado de uma sensibilidade inata ao efeito destasconsequências. Para que possamos entender essa teoria de evolução do comportamento pela seleção por consequências, imaginemos um nosso antepassadoremotíssimo,milhõesdegerações atrás, um trilobita, chamemo-lo Dodo. Dodo, comoquaIquerorganismovivo,efetuatrocasde energia com o ambiente e se multiplica. Dodo contudonãosemovimenta,suatroca deenergi- assomenteocorrequandoéatingido poralguma substância que seu organismo pode absorver. Muitas gerações depois, um descendente de Dodo,Lolo,sofreumamutação e podese movi- mentar, aleatoriamente contudo. Esta reação, não obstante, aumenta muito as chances de sobrevivência de Loloe de seus descendentes, movimentando-se aumenta a probabilidade de Lolo atingir um local onde a concentração de substânciasnutritivassejagrande. Umdosdes- cendentesdeLolo,sofreumanovamutação,ele écapazdemudarsuaforma:quandoatingidopor um objeto ele apresenta o reflexo de emitir projeções que podem 'envelopar' esse objeto. Essa reação aumenta enormemente a chance desobrevivênciadessedescendentedeLolo,por impedirque0objeto nutrienteescape.Umoutro descendente, Nono, passa a apresentar movi- mentosdirigidos,a luzporexemplo, ouamudan- ças de temperatura, ou a qualquer outro fator ambienta1que possaestarassociado agrandes concentrações de substâncias nutritivas, ou a locaisondeapresençadepredadoresé rara,etc. Taxias, como as que Nono apresenta, supoem nãosó sensibilidade asconsequênciasde uma ação, mas também sensibilidade a associa- ção destas consequências com determina- dascondiçõesantecedentes. Deuma manei- ra muitotosca este seria o quadro geralde uma evolução deformas de reagir de um organismo vivo.Evoluçãoessadirigidaporsuasconseqüên- cias sobre a aptidão desse organismo, isto é, Rev. Estudos de Psicologia, PUC-Campinas, v. 16. n. 3, p. 8-1 8, setembroidezembro 1999 -
  • 3. M.A. MATOS sobre a adaptabilidade desse organismo ao ambienteem quevive. Outroexemplo:oreflexodesalivaçãodian- te de gotas de limão na boca ou diante de um limão sendo fatiado. A salivação diante de um líquidoácido na bocadilui a concentraçãodeste líquido e diminui seu possível dano sobre as mucosas da boca e, eventualmente, de outros órgãos.Salivaraochupar limãotem poisumalto valordesobrevivência.Salivarantes deteremas gotas de limãoatingido a boca tem um valor de sobrevivência maior,pois previneessesdanos. Salivaraoreceber limãonabocarepresentauma vantagememrelaçãoacondiçãoanteriordenão- salivação; salivar antes de receber o limão na boca, ao vê-lo sendo fatiado, representa uma vantagemmaioremrelaçãoareaçãoanterior,de salivar apenas quando o limãoatingea boca.O valordesobrevivênciadosalivarperanteagotade limãoé grande, porém muito maior é o valor de sobrevivência da sensibilidadeas associações entre a gota de limão e seu cheiro, ou sua aparência,ouseudesenho,ouseu nome(reagir aassociações entreestímuloscomo sefossem equivalentes tem, um alto valor adaptativo). E maior ainda será esse valor se essas reações puderemser transmitidas (oupor genes ou por práticas culturais). Evidentemente, para que a seleção seja eficaz, deve haver competição no espaço comportamental entre essas reações. Como cientista natural, o analistade com- portamentoéumbaconiano(referênciaaofilóso- fo e cientista inglês, Francis Bacon). Trabalha por observação, classificação e indução (gra- dual!). Evita generalizações apressadas e indevidas, evita o dogma, evita explicações metafísicas. Ébasicamenteumempirista(estu- dacasosconcretos)e umexperimentalista(sub- mete suas explicações a testes e demonstra- çõescom manipulaçãode variáveis),só secun- dariamente,éum "interpretacionista".Privilegia umaabordagemhistóricaaoseventos.Acha que umaexplicaçãodocomportamento humanoco- meça com uma explicação do comportamento cia, e mantidas por sua utilidade biológica (por suafunçãode sobrevivênciaevalor adaptativo). Como funcionalistao analistade compor- tamento é um machiano (referência ao físico alemão Ernst Mach).Substituia noçãode 'cau- sa' pelade 'função', e a explicação pela descri- ção. Paraumestudiosodanaturezanãohánada mais do que o estudo da dependência dos fenômenos, uns em relação aos outros. Os fenômenos sempre ocorrem em variadas rela- ções de interdependênciauns em relação aos outroseassimatarefadoestudiosofuncionalista édescreverestas interdependências.Causase efeitos são simplesmente mudanças, correlacionadas, em duas classes de fenôme- nos. Defato a noçãodecausae efeito podeser substituídacomvantageme economia pelano- çãodefunção matemática.Reflexoparaskinner (já em 1931) é uma relação observada, é a descriçãodas relaçõesentreestímuloe respos- ta. Assim como o comportamento, do qual o reflexoé uma analogia, o reflexoé uma relação entre eventos ambientais e eventos comportamentais. É fútil a discussão se existe comportamento sem ambiente, assim como a discussão se existe ambiente sem comporta- mento. Nesse sentido se diz que o comporta- mentoédito controladoquanoo ele está (isto é, quandonósassimsomoscapazesdedescrevê- -lo) funcionalmente relacionado a variáveis ambientais (isto é, a eventos físicos e sociais, dentre os quais estão eventos encobertos e outroscomportamentosdo próprioorganismo). Causaésinônimodefunção, queé sinônimode controle, que é sinônimo de descrição de rela- cõesfuncionais. Voltamosa repetir:o modelodecausalida- de próprioao analistado comportamentoé um modelo de seleção pelas conseqüências. Para umfuncionalista,comportamentosevoluem(isto é,se modificam)porquetêm umafunção de uti- lidade na luta pela sobrevivência do individuo; animal.Ocomportamentoégovernadoe modifi- evoluem porquede alguma maneira represen- cado por associações adquiridas por experiên- tam um mecanismo de lidar com ambientes Rev. Estudos de Psicologia. PUC-Campinas, v 16. n.3, p. 8-18. setembroidezembro 1999 -
  • 4. complexos. Assim por exemplo, um comporta- mento estranho jamais é dito 'patológico', pelo analista comportamental; se ele ocorre é por- que de alguma maneiraele éfuncional, tem um valor de sobrevivência. Fazer umaanálise fun- cional é identificar o valor de sobrevivência de determinado comportamento. Por exemplo: o comportamento de auto-agressão não é consi- derado como manifestação de um processo psicótico, é sim, um conjunto de respostas que permitemoacesso,peloindivíduo,aconseqüên- cias importantes para ele: consequências sen- soriais, consequências sociais, consequências como bens tangíveis, ou consequências como a evitação de eventos desagradáveis. Fazer u m a análise fun- cional é identificar a função, isto é, o valor de sobrevivência de um deter- minado comportamento. Para Newton (representante da Física mecanicista) as forças eram os agentes de mudanças,quer namagnitudequer nadireção, do movimento; a força da gravidade 'atraía' a maçã para baixo. A Física moderna dispensa com essas noções referindo-se, ao invés, a propriedadesdavariável independentee apro- priedades da variável dependente, tais como massa e aceleração. Hume mostrou que a percepção de causaçãoenvolvia mais do que a percepção de relaçõesconstantes(queé osentidocomum da palavracausa)."Joãozinhoatiroua pedraeque- brou a vidraça", esta frase supõe uma relação causal que contém um agente que produziu a vidraçaquebrada.Afrase representa umarela- ção utópica, infalível e constante: sempre que Joãozinho,ouqualqueroutrapessoa,atirar uma pedra contra a vidraça, esta vai quebrar. Na verdade,a relaçãodefato dependedeconside- rações sobre a magnitude do atirar pedra, a distânciaentreJoãozinhoe ajanela, o tamanho da pedra, o tipo de vidraça etc., etc. Umaoutramaneiradeconsiderarmosrela- Essa insistência sobre a pesquisa das variáveis das quais o comportamento é função çõescausais é atravésda metáforade sequên- cias encadeadas, onde cada elo é contíguo no distinguea práticadoanalistadocomportamen- tempo e noespaço aooutroelo, e assim suces- to de outras práticas em psicologia, práticas sivamenteatéoelofinal, oefeito. Estametáfora estas quepreferem umadescriçãoestruturaldo supõeumalinearidadee umaunidirecionalidade comportamento(estudodacomposiçãoeorga- nização de elementos de uma ação) versus o no processo causal que estão longe de serem estudodafunçãodessecomportamento(utilida- verdadeiras. De fato, o encadeamento de elos de biológica dessa ação). É importanteapontar causaisé umdisfarceque pretendeesconder a existência de uma causa primeira, o elo inicial. aue as análises funcionais e estruturais são complementares,nãoéocasodeexcluirumaou outra, mas, em Psicologiaa análise funcional é fundamental. Comoéfácildepreenderdoquefoiexposto acima, a análise funcional do comportamento substitui uma análise do comportamento em termoscausais.Opróprioconceitodecausa,em ciência, mudou ao longo dos tempos. Causa para os gregos e romanos era a vontade dos deuses. No século XVIII, na Inglaterra, com Hume,a noçãodecausanãomaisincorporavaa noção de um agente ou força impulsionadora. Parao analistadecomportamentonãohá um agente iniciador,nem mesmoo ambiente é iniciador,devezqueoanalistacomportamental estuda relações (insistoe repito)relaçõesfun- cionais. O organismo, o indivíduo não é um agente, mas tão somente, como diz Skinner (1989),o palcodas interações(evidentemente, Skinner também não aceita que o self seja o agente iniciador; para ele, pessoa ou self de- vemserconsideradoscomoconceitos relativos ao repertório comportamental de um organis- mo, e nãocomo agentes iniciadores).A propó- Rev. Estudos de Psicologia, PUC-Campinas. v. 16, n. 3, p. 8-18, seteinbroldezembro 1999
  • 5. 12 M.A. MATOS sito desta questão Skinner (1972) compara a gestaçãode um poemacoma gestaçãode uma criança. Quem, ou o quê, é a causa? a mãe? o pai?a relaçãodos dois?a constituiçãodocorpo da mãe?o mecanismo reprodutivodaespécie? o processo evolutivo que permitiu esse meca- nismoreprodutivo?Nãoháumagenteiniciador, umacausaúnica,masmuitasediferentesvariá- veis atuando em conjunto. Na verdade, nem sequer podemos falar em várias causas ou múltipla causação, tudo o que encontramosao investigar um fenômeno são relações entre eventosouentrevariáveis.Poroutrolado,estas relaçõessão válidasapenas dentrode determi- nadas condições, isto é, as leis científicas não são universais; encontrar o contexto dentro do qual elas são válidasé outra tarefa do cientista. No modelo da análise do comportamento uma causa é substituída por uma mudança na variável (ou variáveis) independente(s), e um efeitoésubstituídoporumamudançanavariável (ouvariáveis) dependente(s),o quese constitui na nossarelaçãofuncional. A diferença entre análise funcional e análise causal é que na primeira não mais se fala do comportamento humanoem termos deagência,poisnãomaisé necessáriofalar em forças internasouexternas quecausamumaação;açãoé umapropriedade do organismo vivo. Do mesmo modo, o reflexo não explica como uma causalcausa uma rea- ção; simplesmente descreve que mudanças ocorremnume noutroladodarelaçãofuncional. A dificuldade em abandonarmos estas posturascausaiséadificuldadeemabandonar- mos nossos hábitos linguísticos. A sintaxe da linguagem ocidental impõe a necessidade de sujeitos para verbos, especialmente aqueles relativos a comportamento. É até aceito dizer- mosque a digestão se processa, maso pensa- mento não, alguémpensa!Assim considerada, a noção de análise funcional é realmente sub- versiva, ao pontode Hineline(1980) proporque ao lidar com o comportamento transformemos nomes em gerúndios ou em expressões de ação.Otermo 'inteligência'seria substituídopor 'resdver problemas' ou 'agir inteligentemente'; 'motivação',por'motivado';'memória',por'lem- brar' ou 'comportar-se em relação a eventos passados'; 'imaginar' ou 'fantasiar', por 'com- portar-se na ausência do evento'; e 'comporta- mento', por 'comportar-se'. Por exemplo: a fra- se 'Uma criança,quando necessitade atenção ou ajuda, aprende a captar o olhar de adultos', poderia ser re-escrita de maneira mais aceitá- vel da seguinte forma: 'O contato visual com adultos pode se tornar um evento reforçador para uma criança, e também um evento discriminativoestabelecendoa ocasião naqual essa criança poderá vir a ser reforçada por esses adultos'. Vejamos quais são os passos para che- garmos a essa transformação: 1) A identificação e a descrição do efeito comportamental(definir 'captaro olhar de adultos' e 'necessitarde atenção ou ajuda' versus definir 'estabelecer con- tato visual com adultos'). 2) A busca de uma relaçãoordenada en- tre variáveis ambientais (presença ou não de adultos, ocorrência de situa- ções 'problema', intervençõesdo adul- to, solução ou eliminação da situação 'problema', etc.) e variáveis comporta- mentais relacionadas ~i.e.,relevantes) a esse efeito (descrever as condições em que ocorrem os comportamentos mencionadoseml;descreverasvaria- ções nessas condições e possíveis variações nos comportamentos). 3) A formulação de predições confiáveis baseadas nas descrições dessas rela- ções (inferências ou suposições que serão postas a prova, 'presença de adultos' como estímulos discriminati- vos, 'intervençãode adultos' como es- tímulos reforçadores, etc.). 4) A produção controlada desses efeitos predizíveis(demonstraçãodaconfiabi- a lidade das inferências elou aplicação do conhecimento). a Re LNdos de Psicologia. PUC-Campinas. v. 16, n.3, p. 8-18, setembroldezembro 1999 N - --
  • 6. Cincopassosbásicosparaa realização de uma análisefuncional do comportamen- to. I. Definirprecisamente ocomportamen- to de interesse. 2. Identificar e descrever o efeito comportamental. 3. Identijicar relações ordenadas entre variáveis ambientais e o comporta- mento de interesse. Identijicar rela- ções entre o comportamento de inte- resse e outros comportamentos exis- tentes. 4. Formularpredições sobre osefeitos de manipulações dessas variáveis e dessesoutroscomportamentossobreo comportamento de interesse. 5. Testar essaspredições. Uma análise funcional leva em conta as- pectos do ambiente e a função que o compor- tamentotemnaquele ambiente. Eupossodizer que um pássaro está andando, voando ou ca- çando. Ele está andando se ele se desloca no chão,eleestávoandose se deslocanoespaço aéreo, e ele está caçando se perseguee pega uma presa. O chão, o espaço aéreo e a presa são as referênciasambientais; os efeitos com- portamentaissão o deslocamentoe ou a presa alcançada.Noexemploanteriorépossíveldizer que entreo comportamento da criançae o dos adultos se estabeleceu uma relação funcional denominada 'reforçamento'. O termo 'reforçamento'descreveumarelaçãoentreuma classe de eventos (comportamentos) que mu- dam em função de outra classe de eventos (conseqüências).O termo 'reforçamento' não tamento dos adultos'. A partir destas observa- ções hipotetizamos uma relação entre esses fenômenos e a testamos. A relação funcional 'reforçamento' (assim como qualquer outra) é uma inferência, resultado de uma análise fun- cional. Umaanálise funcionalnadamaisé pois do que uma 'explicação' de um evento pela descrição de suas relações com outros even- tos. 'Explicamos' as mudanças que ocorrem comocomportamentodacriançadescrevendo como essas mudanças ocorrem ou não, a de- penderdecertascondiçõesdoambiente,como apresençaou nãodeadultos, a intervençãoou nãodestesetc., condiçõesdenominadas 'even- tos antecedentes'e 'eventosconseqüentes'. Uma análise funcional completa (obser- vação-suposição-verificação)produzumadefi- nição funcional (a definição de reforçamento, por exemplo, 'aumento na probabilidade de ocorrênciade um comportamentoque é segui- do de certas conseqüências'). Uma definição funcional supõe uma análise funcional, mas não é essa análise. As vantagens de uma análise funcional são que, além de identificaras variáveis impor- tantes para a ocorrência de um fenômeno e, exatamenteporisso,permitirintervençõesfutu- ras;elapossibilitaoplanejamentodecondições para a generalização e a manutenção desse fenômeno. Ao identificar em que classe de comportamentos uma determinada resposta se inclui, ou em que classe de estímulos uma determinada mudança ambiental se situa, po- demostrabalhar com respostase/ouestímulos equivalentes.Searespostaidentificadanãofor adequada,podemossubstituí-Iapor umaoutra mais aceitável, e que, por pertencer a mesma classe, continuará a produzir os mesmos reforçadores que a respostaanterior. Se uma condicão ambiental não estiver mais dis~oní- se referepoisa umateoria, e sim a umadescri- vel, bodemos recorrer a outra condição ção de uma relação funcional. Nesse sentido ambienta1equivalente, na certezade que esta uma relação funcional não é diretamente novacondição continuará a exercer o controle i observável, o que observamos são as mudan- desejado sobre a resposta em questão. Uma çasnofenômeno'comportamento'emudanças análise funcional permite até mesmo planejar no fenômeno 'ambiente' ou, no caso, 'compor- esta transferência de funções de estímulos - - - -- -- ----- - - Rev. Estudos de Psicologia, PUC-Campinas, v. 16, n. 3, p. 8-18. setembroldezeinbro 1999
  • 7. M.A. MATOS (Sidman, 1994). Por outro lado, uma análise estrutural por enfocar aspectos de composição (elementos) e organização (disposição,ordem ou seqüência) e dificilmente permitiria planejar essa substituição ou transferência de funções entre eventos. Outra vantagem de análises funcionais é que elas podem ser realizadas a longo prazo, isto é, entre eventos que estão separados por um intervalodetempo entre si. Umadetermina- da variável ambienta1pode não estar presente no momento em que ocorreu uma mudança comportamental e mesmo assim estar relacio- nada com esta mudança. Análises funcionais, por não estarem fundamentadas em aspectos estruturais, permitemumaexplicaçãohistórica, e protegem o analista do comportamento de conceitos mediacionistas como memória, informação, trauma, decodificação, com- plexos etc. Retomemosnossoscinco passosanterio- res,aprofundandosua análise: Uma análisefuncional nada mais é do que uma análise das contingênciasres- ponsáveis por um comportamento ou por mudançasnessecomportamento (se- jam eles comportamentos problemáti- 1) A identificação do comportamento de interesseenvolvesuaobservaçãobem como relatos de outras pessoas (pais, professores,outrospesquisadoresetc. adepender dasituaçãoondetrabalho). 2) A identificação e descrição do efeito comportamental supõem sua especi- ficação, por exemplo, a especificação dafreqüência comque ocorre. i 3) Abuscadeumarelaçãoordenadaentre variáveis ambientais e variáveis comportamentaisrelacionadas(relevan- tes, instrumentais) com esse efeito supõe: (a) a descrição da situação antecedente e da situação subseqüente ao com- portamentode interesse; cos-comoquebrar vidraças-,ou aceitá- veis -como estudarpara o vestibular). (b) aidentificação da situação subse- qüente deve distinguir quais even- tos nessa situação são conse- qüências; (c) a identificação da situação antece- dente deve distinguir quais eventos nessa situação são de fato condi- ções. Estas identificações,b e c, podem exigir, e frequentemente exigem, repetidas ob- servações. 4) Anaturezadasrelaçõesdeconsequen- ciação deve ser descrita dentro de um quadromaisamplo(deve sercolocada dentro de um referencial conceitual) pelasvantagensóbviasqueissorepre- sentaemtermosde 'empréstimos'pos- sibilitados: trata-se de reforço positivo ou negativo?de punição?de fuga? de esquiva? A classificação dessas rela- çõesem quadros maisamplospermiti- rá a previsãode ocorrência semelhan- tes, permitirá o uso de procedimentos deanálisejá testados, permitiráacom- paração com análises anteriores. Do mesmo modo é necessário identificar se as condições antecedentes envol- vem apenaseventosfísicosoutambém comportamentos,enessecasoseape- nas da própria pessoa ou de outras pessoas. 5) Efinalmentea análisefuncionalsupõe um teste das previsões. Isso pode re- presentar uma intervenção clínica, Rev. Estudos de Psicologia, PUC-Campinas, v. 16, n.3, p. 8-18, setembroldezembro 1999
  • 8. educacional,institucionalouumainves- tigaçãoem laboratório. Os passos3e4 supõemalgumasestraté- giasque,denovo,serãoutilizadasparaopasso 5.Sãooschamados'delineamentosexperimen- tais' (paramaioresdetalhesver Sidman, 1960,e Johnston & Pennypacker, 1980)etodos envol- vem o sujeitocomoseuprópriocontrole. Como essas estratégias são o 'coração' da Análise Experimentaldo Comportamento, vale a pena revê-lasrapidamente. a) Delineamentode linha de base sim- ples:dadossãocoletadossobreocom- portamentode interesseantesdequal- quer intervenção(fasedelinhadebase) para uma comparaçãocom os resulta- dos da intervenção(fasede introdução davariávelindependente).Importantes são a duraçãoda coleta(i.e., daobser- vação) e sua freqüência (i.e., do inter- valo entre as observações). Trata-se de um delineamento fraco a ser usado apenas quando prevê-se que a inter- venção terá um efeito realmenteforte. b) Delineamento de reversão: as situa- çõesdelinhadebaseeintervençãosão revertidas(ou alternadas), por esta ra- zão este delineamento é também de- nominado'deIineamentoA-B-A'. Tra- ta-se de um delineamento de aplica- ção restrita, ou seja, apenas quando os efeitos da intervenção podem ser cancelados, ou quando o retorno as condições de linhade baserepresenta umasituaçãosocialmenteaceitávelpara o sujeito diferentesmomentos.Importanteaquié decidir sobre qual seráduração da ob- servaçãodoefeitodeumaintervenção, antesde introduzir umaoutra interven- ção. d) Delineamentocom mudançasdecri- tério: após a linha de base, uma inter- vençãoé introduzidacom umdetermi- nado critério de desempenho; após a obtenção/estabilização desse desern- penho, o critério é alterado, e assim sucessivamente. Evidentemente que podeocorreraquiumainteraçãoentrea natureza.da variável que está sendo manipuladanaintervenção,eaduraçáo do processode intervenção,elou o nú- meroderepetiçõesoude intervenções, elou os critérios de desempenho adotados. e) Delineamento de tratamentos alter- nativos: após a linhade baseparaum determinadocomportamento,diferentes intervençõessealternam,segundouma seqüênciadeterminada, sempre inter- caladascom reversõesalinhade base (A-B-A-C-A-B-A-Detc.). Nestedelinea- mentohásempreoperigode interações entreosefeitosdasdiferentesinterven- ções. Resumindo: Umaanálisefuncional, sendoumaanálise dascontingênciasresponsáveisporumcompor- tamento, basicamente busca responder a se- guintequestão:"Qualafunçãodestecomporta- mentoparaaquelapessoa?",ou, postodeoutro modo, "Qual é a relação funcional entre esse comportamentoe seusefeitos?" c) Delineamento de linha de base múl- Evidentementeestamesmaperguntapode tipia: umalinhadebaseé ser feita,mutatjs mutantjs.suando o com~orta-. . para cada um de diferentes comporta- mentodeinteressenãoocorre:"Qualéafunção mentes,e umainterven~ãoé~lanejada da omissão deste comportamento?", ou, de paracadaumdestescomportamentos, novo, "Qual é a relação funcional entre esse masesta intervençãoé introduzidaem comportamentoe seusefeitos?" Rev. Estudos de Psicologia, PUC-Campinas. v. 16, n. 3. p. 8-18. setembro/dezembro 1999
  • 9. 16 M.A. MATOS lista do comportamentodeveria sefazer juntamente com suas orações antes de dormir: - "Qualafunção desse comportamento para aquelapessoa?" - "Qual é a função da omissão desse comportamentopara aquelapessoa? - "Qualéa relaçãofuncional entreesse e seus efeitos para Para terminar, uma palavra de advertên- cia aos que pretendemutilizar a análisefuncio- nal na terapia. O problemacom a terapia, com- portamentalou não,é queestetipo de interven- ção lida quase exclusivamente com as especificações verbais do comportamento de interesse(especificaçõesessasquesãodefato comportamentos, mas de outro interesse). Istopoderesultarnumapsicologialpsicoterapia de poltrona.Verbalizações'de poltrona'especi- ficam corretamente o ambiente apenas até o pontoem que tatos corretosforam instalados,e apenas até o ponto em que estes tatos perma- neçam precisos e corretos. O problema é que operantes verbais de tatos permanecempreci- sos e corretos somente até o ponto em que metodicamente interajam com as condições (antecedentese conseqüentes)ambientais'ex- tra-poltrona' que os instalaram. Sugerimos a seguir, a guisa de 'receita', alguns passos a serem seguidos quando da realizaçãodeumaanálisefuncionaldeumdeter- minado comportamento de interesse (Malott, Whaley & Malott,'1997). 1. Identifiqueo comportamento de inte- resse a) Verifique se você o enunciou em ter- mos empiricos (Isto é, em termos de ações do participante. Ex.: a criança grita e bate o pé, grita e esperneia, berra e se joga no chão, etc.) e conceituais (Isto é, em termos de clas- ses de ações. Ex.: a criança faz birra). Identifique exemplos e não-exemplos para uma definição completa. b) Verifiqueafreqüênciadeocorrênciade cadaumadas açõesidentificadas,bem como da classe geral. 2. Especifique o produto de cada uma dessasações e o produtoda classe de ações. a) E uma condição reforçadora ou uma condiçãoaversiva? b) Sua ação se faz por apresentação, re- moção,ou impedimento? c) Oprodutoégrande,provável,imediato? d) Existemprodutosalongoprazo?Quais? e) Os produtos são conseqüências natu- rais ou sociais? São conseqüências mediadas por agentes sociais? Quem são os agentes? 3. Identifiqueas condições antecedentes necessárias elou presentes quando o comportamentoocorre. a) Identifiqueas condições motivadoras. Identifique as operações estabele- cedoras que afetam as condições motivadoras. b) Especifique os estímulos discri- minativos. Existe mais de um discriminativo para um mesmo com- portamento?Existe uma classe de es- tímulos discri-minativos? c) Os discriminativos são circunstancias elou eventosfísicos ou sociais? d) Existem outros comportamento que ocorrem antes do comportamento de interesse?Sua relaçãocom o compor- tamentodeinteresseédenecessidade (pré-requisitos), de facilitação, ou são ocorrências acidentais? Rev. Estudos de Psicologia, PUC-Campinas,
  • 10. 4. Ordeneoscomportamentospré-corren- tes (necessáriosefacilitadores)eosde interesse,porhierarquia(forcadoscom- portamentos) ou por cronologia (se- qüência dos comportamentos). 5. Organize suas observações em três colunas:condiçõesantecedentes,com- portamento, condições conseqüentes (usecomoreferênciaparaadisposição das condições, cada comportamento identificado). 6. Verifique se não existem lacunas em qualquer das três colunas. 7. Analise o que precisaria ser feito para facilitar (ou para impedir ou dificultar, conforme o caso) a ocorrênciadocom- portamento? a) Comovocêalterariaascondiçõesante- cedentes? b) Comovocê alterariaas condiçõescon- seqüentes? As suas alterações impli- camem operaçõesde reforçamentoou punição do comportamentode interes- se? Implicamem reforçamentodecom- portamentosincompatíveis? REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GERAIS I HINELINE,P.N.(1980)Thelanguageofbehavior analysis: Itscommunity, itsfunctions,and its b limitations. Behaviorism,vol.8, pp. 67-86. JOHNSTON,J.M.& Pennypackewr,H.S. (1980) I Strategies and tactics of human behavioral research.Hillsdale,NJ:Lawrence Erlbaum. B MALOTT, R. W., Whaley, D. L. & Malott, M. E. (1997) Elementary principies of behavior. Upper Saddle River, NJ: Prentice Hall. 3' edição. MICHAEL,J. L. (1993)ConceptsandPrincipies ofBehaviorAnalysis. Kalamazoo,MI:Society for theAdvancementof BehaviorAnalysis. SIDMAN,M. (1960)Tacticsofscientificresearch. New York: Basic Books. Reimpresso em 1988, Boston: Authors Cooperative Inc. SIDMAN, M. (1994) Equivalente relations and behavioca Researchstory. Boston:Authors CooperativeInc. SKINNER,B. F.(1931)Theconceptof the reflex inthe descriptionof behavior.Journalof Ge- neral Psychology,vo1.5, pp.427-458. SKINNER, B. F. (1972) A lecture on 'having a poem'. Em Cumulative Record. New York: Appleton-Century-Crofts,pp.345-355. SKINNER, B. F. (1989) The initiating self. Em Recent Issues in the Analysis of Behavior. London: MerrilPublishingCo., pp.27-33. LEI'TURASRECOMENDADASPARALIMA ANÁLISE FUNCIONALAPLICADA Cooper, L. J., Wacker, D. P., Sasso, G. M., Reimers, T. M. & Donn, L. K. (1990) Using parentsastherapiststo evaluateappropriate behavior of their children: application to a tertiary diagnostic clinic. Journal of Applied BehaviorAnalysis, vol.23, pp.285-296. Cooper, L. J., Wacker, D. P., Thursby, D., Plagmann, L. A., Harding, J., Millard, T. & Derby, M. (1992) Analysis of the effects of tasks preferences,task demands, and adult attention on child behavior in outpatient and classroom settings. Journal of Applied BehaviorAnalysis, vo1.25, pp. 823-840. Derby,K. M.,Wacker, D. P., Sasso,G., Steege, M., Northup, J., Cigrand, K. & Asmus, J. (1992)Brieffunctionalassessmenttechniques toevaluateaberrantbehaviorinanoutpatient setting:asummary of 79 cases. Journal of Applied Behavior Analysis, vol. 25, pp. 713-721. DuPaul,G. & Eckert,T. L. (1996) The effects of school-basedinterventionsforAttentionDeficit Hyperactivity Disorder: a meta-analysis. SchoolPsychologyReview,vo1.26, pp 5-27. Northup,J., Wacker, D., Sasso,G., Steege, M., Cigrand, K., Cook,J. & DeRaad,A. (1991) A brief functional analysis of aggressive and alternative behavior in na outclinic setting. Rev. Estudos de Psicologia. PUC-Campinas, v. 16, n. 3, p. 8-18, setembro/dezembro 1999
  • 11. JournalofAppliedBehaviorAnalysis,voI.24, pp.509-522. Sasso, G. M., Reimers, T. IM., Cooper, L. J., Wacker, D., Berg,W., Steege, M., Kelly,L.& Allaire, A. (1992)Useof descriptiveandexpe- rimental analyses to identify the functional properties of aberrant behavior in school settings.JournalofAppliedBehaviorAnalysis, VOI.25, pp. 809-821. STAGE, S. A. & Quiroz, D. R. (1997) A metanalysis of interventions to decrease M . A . MATOS disruptive classroom behavior in public education settings. School Psychology Review,vo1.26, pp.333-368. WACKER (1990) Useoffunctional analysisand acceptability measures to asses and treat severebehaviorproblems:Anoutpatientclinic model. Em A.C. Repp & N.N. Singh (Orgs.) Perspectives on the use of nonaversiveand aversive interventions for persons with DD. Sycamore,IL:Sycamore PublishingCo., pp. 349-359. Rev. Estudos de Psicologia, PUC-Campinas, v. 16, n.3, p. 8- 18, setembroldezembro 1999