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PRÁTICAS DE ENSINO EM PROL DA “GENTILEZA GERANDO GENTILEZA”
Almeida, Suzana Silveira1
susanmeotti@yahoo.com.br
Uerj-Universidade Do Estado Do Rio De Janeiro, Brasil.
Palavras-chave: gentileza-aprendente-ensinante-experiência-formação humana.
Esta pesquisa tem como objetivo central descrever um dos Projetos desenvolvidos na
perspectiva de “educar” jovens buscando uma preparação para a vida, que inclui a inserção
e sua manutenção no mercado de trabalho. Para isso, busco promover uma reflexão sobre a
importância do educador sensibilizar-se perante a urgência de desenvolver atividades
interdisciplinares e dinâmicas visando gerirem estes “humanos” em sentido latto e para isto
analiso o Projeto “Gentileza gera gentileza” baseado na história do Profeta Gentileza, que foi
construído com/para os jovens de 14 a 24 anos participantes do Programa “Aprendiz Legal”,
da Região dos Lagos de 2010 baseado nos eixos: procedimental, atitudinal e
comportamental, articulando com a vida pessoal, social e especialmente com o mundo do
trabalho.
Tal programa se baseia na Lei 10.097/2000 que delimita cota as grandes empresas
para terem em seus quadros funcionais jovens aprendizes por um período de até dois anos,
vinculado uma capacitação profissional além da prática, a teórica. A fim de cumprir este
quesito as empresas escolhem instituições para tal capacitação. No caso em questão os
jovens tinham um curso com um encontro semanal de 4 ou 6 horas, que atuei como
educadora. Pretendo narrar algumas práticas desenvolvidas, pois vale salientar que na
instituição na qual desenvolvia os projetos, tem como filosofia a autonomia do educador.
1
Mestranda em “Educação, Cultura e Educação em Periferias Urbanas” pela UERJ (Universidade do Estado do
Rio de Janeiro)/FEBF (Faculdade de Educação da Baixada Fluminense). Especialista em “Profissionais da Escola
e Práticas Curriculares” pela UFF (Universidade Federal Fluminense) e em “Gestão Escolar” pela UERJ/FFP,
Faculdade de Formação de Professores. Pedagoga pela UERJ/FEBF.
2
Trabalhando com projetos, um ciclo que foi criado de forma espontânea e interativa
com uma metodologia interdisciplinar desenvolvendo competências e habilidades exigidas
pelo mercado de trabalho numa perspectiva emancipatória na qual o jovem é, a todo
momento, o protagonista da sua aprendizagem e como educadora, co-autora desta
mediação. Por isso, a pesquisa é de cunho qualitativo com abordagem da pesquisa-ação
que combina o material empírico advindo da inserção no campo (descrições do diário de
campo, que incluem conversas com os envolvidos, “escuta-sensível” [BARBIER, 2002],
observações e análises documental do projeto supracitado) articulando com as pesquisas
bibliográficas.
Na Educação Não-Formal atendendo ao apelo de suprir um déficit da escola, surgem
Programas na linha de “treinar” jovens a se preparem para o mercado de trabalho, mas este
discurso muitas vezes não ultrapassa a barreira do “treinar”. Buscando ressaltar uma
consciência crítica capaz de emancipar e não alienar é que os marcos referenciais que mais
embasaram esta pesquisa foram: Alarcão (2003) que ressalta a importância do professor
reflexivo; as diversas possibilidades metodológicas de Freinet analisados à luz dos estudos
de Paiva (1997); Freire (1996) que enfatiza os valores humanos.
Muitas questões cercam o desenvolvimento deste projeto. Como educadora in lócus
questionei: Que ser é este que estou ajudando a formar? Como ele atuará? Quais são seus
princípios e valores? Estou eu, como profissional da educação, ajudando a formar um
cidadão e preocupado em como ele atuará na sociedade, ou apenas em transmitir conteúdos
programáticos que ele não consegue por vezes vincular com a sua realidade? Se estamos
em constante aprendizagem, tudo é processo, por isso este artigo está dividido em duas
partes:
• A primeira é uma narrativa dos fatos conforme registros da época. Uma vez que
concordo com Alarcão (2003:52) que “as narrativas revelam o modo como os seres humanos
experienciam o mundo. (...) Para serem compreensíveis, é importante registrarem-se não
apenas os fatos, mas também o contexto físico, social e emocional do momento”
incentivando a resgatar os casos que os professores contam, pois defende que estes
revelam o que eles ou seus alunos fazem, sentem, pensam, conhecem e compartilhar as
nossas histórias de vida nos possibilita refletir e renovar a nossa visão de nós, de mundo e
as relações estabelecidas neste.
3
• Num segundo momento busco articular com os teóricos, valorizando “a idéia do
professor reflexivo, que reflete em situação e constrói conhecimento a partir do pensamento
sobre sua prática...” (ALARCÃO, 2003:43), formando um triplo diálogo que inclui: consigo
próprio, um com os outros, até mesmo os que antes de nós já construíram conhecimento e
tornaram-se referência e o com a própria situação.
1.0 Gentileza gera gentileza. Ensinando e aprendendo com os aprendizes.
“Gentileza gera gentileza”, pode ultrapassar uma frase e se tornar gestos de
grandiosidade. Quando trabalhei este conceito não imaginava a felicidade que ele iria me
proporcionar como educadora ao verificar que os aprendizes foram para além de um bordão.
Há um tempo atrás, trabalhei com os jovens o filme2
: “As loucuras de Dick e Jane3
”,
no qual os aprendizes responderam um questionário baseado em no texto de Lessa (2006):
“O desemprego e o "mal-estar" do nosso tempo” visando articular com a interpretação do
filme e a posteriori o debate sobre: posturas éticas, processo seletivo, comportamentos,
valores, consumismo, culturas diferentes, concorrência, emprego/desemprego, capitalismo,
doenças advindas do mal estar do século XX, cidadania e o conceito maquiavélico, “os fins
justificam os meios”.
Após isto, os jovens participaram da dinâmica na qual cada um recebe uma bexiga e
lhes é dito: “Vocês são concorrentes e estão agora participando de processo seletivo. Só
ficará com a vaga aquele que mantiver sua bexiga intacta, ou seja, cheia.” Geralmente o que
ocorre é as pessoas tentando estourar a bexiga do colega, poucos se preocupam apenas em
se defender. A tendência é que em segundos, não fique uma bexiga cheia. Então digo: “Eu
lhe disse que só ficará com a vaga aquele que mantiver sua bexiga intacta, ou seja, cheia.
Eu não disse quantas vagas tinham, muito menos que era uma só!”.
2
Alguns itens foram deixados em itálico para salientar as diversas metodologias utilizadas no decorrer do
processo.
3
“O filme narra a estória de um executivo que é demitido de uma empresa. Ele acreditava na recuperação rápida
do mercado de trabalho, o que não se confirma com o tempo” (LESSA, 2006, sem paginação, s/p)
4
É interessante que neste momento de reflexão muitos jovens articulam esta dinâmica
com outros momentos4
, inclusive articulando com o filme, que muitos dos valores estão se
perdendo na ânsia do “querer se dar bem” sabotando outros. Ou seja, é naturalizado os fins
justificando os meios. A partir disso, exploramos a mídia, o sentido negativo de se aproveitar
de todas as situações em benefício próprio, as questões éticas e morais e sua valorização,
como o surgimento da famosa “Lei do Gérson-de levar vantagem em tudo” e partirmos para
valorização do humano, da parceria, solidariedade, trabalho em equipe e a sinergia de que
“1 + 1 são 03” como diz Vieira (2000).
Daí, explorei a fotografia de uma das obras nos viadutos em torno da Rodoviária
Novo Rio no Rio de Janeiro com a arte do Profeta Gentileza. Em seguida fizemos uma leitura
compartilhada da história do mesmo. Questionei:
1. -O que acharam?
2. - Quem já viu tais artes nas paredes pintadas no Rio de Janeiro?
A partir daí, verificamos a essência da história de vida do “Profeta Gentileza”, José
Datrin. Quem foi ele, o que ele defendia e sua arte como ficou para a história. Mas, será que
esta representação tangível nos remete aos valores defendidos pelo profeta?
Assistimos o clipe: “Gentileza” com a letra da Música da Marisa Monte. Abro para o
debate articulando fotografia, história, música, perpassando sobre o vê e o olhar. Questionei:
1. -Como é a nossa ida ao trabalho?
2. -Quanta beleza nos cerca e não vê-mos, e lá no trabalho?
3. -Vê-mos as pessoas que nos cercam?
Os jovens ficaram perplexos da obra do Gentileza ter sido pintada de cinza,
comparando-os com a história do Free Hugs5
por ter sido proibido de abraçar as pessoas
nas ruas. Pontuo a questão da voz do povo, o como se colocar, partindo do momento que os
governantes resolvem pintar os muros de cinzas e a população não permite que acabem
com as obras do Profeta, se dando conta do que é um patrimônio público. Verificamos que
palavras e gestos bondosos se proliferam e criam um ciclo!
5
A história do Free Hugs foi trabalhada dentro do Ciclo de Projetos intitulada: “Eu vou torcer por atitudes de Free
Hugs”
5
Em seguida, verificamos atitudes gentis com base no texto “Gentileza é ...”,
vinculando a nossa vida do pessoal/profissional. Uma possibilidade era que os aprendizes
fizessem em folhas de A4, uma mensagem, assim como do profeta, para ficar nas paredes.
Como usamos para o feedback com gentileza, que os jovens escreviam em adesivos
deixando mensagens avaliativas6
nos trabalhos dos colegas, como correspondências entre
turmas, metodologia estimulada por Freinet (Paiva, 1997).
Cartazes confeccionados pelos jovens sobre retrospectiva das aulas com temas livres.
Além disso, discutimos a peça teatral de Bertolt Brecht intitulada: “A Alma Boa de
Setsuan em curta temporada no Theatro São Pedro”. Tais informações desta peça, nos
proporciona um “leque” de opções para discutimos, como incentivo a obra de arte teatral,
além de estimulá-los a outros contextos culturais. Tensionei com base nos textos da peça:
1. - O que temos a aprender com a parábola do Brecht?
2. - Haverá uma resposta para a dualidade humana?
6
O que será relembrado dos painéis do Ciclo de projetos:“O sarau de poesias da sala à praça à vida” que foi um
dos primeiros desenvolvidos com os jovens.
6
3. - Como ser bom e ao mesmo tempo sobreviver no mundo competitivo em que
vivemos?
4. - Até que ponto devemos dizer “sim” ou “não”?
De acordo com Freinet (Paiva, 1997) é importante incentivar a ida em lugares
culturais como teatro, cinemas, centros culturais, museus. Hoje podemos ultrapassar
algumas barreiras da distância possibilitando “passeios virtuais” como os jovens fizeram
através da internet para verem as obras do profeta, a peça. Inclusive, algo que chamou a
atenção dos jovens foi a mudança ortográfica com o passar dos anos, assim como a
mudança de escrita da palavra “Theatro para teatro” e sua apresentação até hoje nos
lugares. Mostrar a importância das artes na nossa vida e como a arte imita a vida a partir de
toda esta reflexão que eles fizeram.
Pode solicitar que ao escreverem em casa o “diário de itinerância” (BARBIER, 2002),
pesquisem sobre a vida do escritor Bertolt Brecht e suas obras, que além da pesquisa,
possam escrever sobre seus sentimentos. Podem colocar no diário:
1. - Já passaram por alguma situação que se virão obrigados a dizer sim, sem
querer?
2. - Porque o fez?
3. -Você acha que a vida das pessoas pode ser melhor se começarem a dizer mais
sim na vida? - Porquê?
4. - O que mais lhe chamou atenção neste nosso encontro? Porquê?
5. - Gostou de algo em específico?
6. - O que você faria diferente?
7. - Como foi os momentos de debate em grupo?
8. - O que você tem a sugerir sobre este assunto?
Por isso que analisamos os slides que criei do o filme: “Sim Senhor” com base nos
textos analíticos sobre a mensagem dele e com imagens buscando reflexões. Em seguida
assistimos o filme e depois comentamos sobre:
1. - “Liberdade e responsabilidade” andam juntas? Justifique.
2. - O que você entende por “compromisso”? Justifique.
3. - Tudo que é em excesso pode também cansar? Justifique.
4. - Faça um paralelo da história do filme com a nossa vida.
5. - Na sua opinião, “gentileza, gera gentileza”? Justifique.
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6. - Como viver em sociedade levando em consideração sentimentos e valores meus
e dos outros?
7. - Até que ponto é importante saber dizer sim e saber dizer não?
8. - Como o mercado de auto-ajuda trabalha? Qual é seu papel principal?
9. - Como o humor e as situações vividas podem influenciar nosso dia-a-dia no
trabalho?
Posteriormente refletimos sobre os textos: “Em tudo, mantenha o seu equilíbrio” e
“Bom humor ajuda na carreira”, ponderando o que levou o crescimento da auto-ajuda; os
valores do ser humano em termos de generosidade e representações de papéis. Daí
articulamos com a peça teatral de Brecht, articulando a parábola do quando dizer sim ou
não, com os textos, filmes, imagens, a mensagem do profeta, com a vida, indo a questões
do mercado de trabalho: eu x meus valores x mundo competitivo. O que fazer?
Os resultados ao longo do desenvolvimento foram uma “experiência positiva”, por
isso destaco fatos interessantes que demonstraram a assimilação e articulação da
aprendizagem:
• O aprendiz Ronaldo (turma 10 Macaé, T. 10 M.) após algumas semanas comentou
entusiasmado ter ido ao Rio de Janeiro e ter visto os viadutos que o profeta pintou.
• A aprendiz Tatian (T. 10 M). disse que estava na casa de um amigo e começou a
ouvir a música da Marisa Monte e ele perguntou se ela conhecia a história e ela disse que
sim, pois havia sido trabalho isto no curso. Inclusive solicitou que imprimisse a história do
Profeta para levar para ele.
• Algo similar ocorreu com a Aprendiz Marcele (T. 10 M.) na casa do seu namorado
explicando a história do Profeta para seu sogro.
• A aprendiz Aline (T. 09 M.) em uma de suas falas em um encontro posterior,
articulou seu conhecimento comentando com a turma que ela havia visto uma exposição na
Rodoviária Novo Rio sobre o assunto incentivando todos a irem.
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• Após isto, o aprendiz Guilherme (turma 03 Cabo Frio) comentou que em seu curso
técnico, um professor trabalhou uma dinâmica que ele lembrou das nossas aulas. O objetivo
era que todos alunos interagissem, então cada aluno teria que no decorrer do período
entregar um papel escrito a palavra gentileza para um colega que tivesse feito algo bom e
que até o final do período cada um teria que ter distribuído a todos da turma.
• Na mesma semana, o aprendiz Everton (T. 10 M), comentou que de tanto ele falar a
frase “gentileza gera gentileza” na empresa, isto tinha se tornado um bordão, que muitos
empregados estavam ao fazer um ato de gentileza ou ao solicitar um, utilizando a frase.
Naquele dia, assisti uma reportagem na televisão, na qual falava sobre a recuperação
do patrimônio das obras do Gentileza, nos viadutos do Rio Janeiro, pontuando o significado
desta, importância da conservação e o que esta obra representa para a cidade que tem
como marketing o slogan “Cidade Maravilhosa”. No entanto, não localizei o link desta
reportagem na internet. No dia seguinte, ao abrir meu e-mail corporativo e
surpreendentemente havia uma mensagem do aprendiz Vinícius (T. 10 M.) informando que
assistiu a reportagem supracitada e lembrou dos nossas aulas, anexando o link que tanto
procurei.
Fiquei muito feliz de sentir que a história de vida do Profeta Gentileza havia marcado
a vida de muitos e decidi contar para as turmas a sucessão de fatos mencionados acima,
sendo assim, passei o vídeo da reportagem indicado pelo aprendiz Vinícius (que até então
não sabia que eu estava procurando o link da reportagem!) e em seguida os convidei a
participar da re-leitura da dinâmica que o aprendiz Wagner havia comentado.
Introduzi a Dinâmica da Gentileza. Imprimi a palavra gentileza escrita em cinco (5)
cores diferentes e cada turma estabeleceu uma graduação de pontos para cada cor. Para
isso foi necessário entrarem em um acordo, estabelecendo do maior para o menor a
importância da gentileza. Quando alguém faz algum ato gentil, qualquer pessoa pode
demonstrar sua gratidão dando um papel com a palavra gentileza para esta pessoa, mas tal
papel deve ser dado dentro do nível que a pessoa considerou aquele fato (1-5 conforme as
cores determinam. O painel foi feito por cada turma para que eles compartilhassem o valor
das cores).
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No primeiro dia, foi um sucesso. No entanto, para uma turma agitada, foi sugerido
pela aprendiz Clagézica (T. 10 M.) que também se usa-se o oposto da gentileza. Idéia muito
bem vida, para trabalharmos o conceito do feedback que pode ser negativo ou positivo e que
devemos nos auto-avaliar refletindo sobre nossos atos. Na semana seguinte, tínhamos então
dois (02) potes. Um para o gentil e outro para o hostil.
Sendo assim, quando a pessoa recebe um papel de gentil ou hostil, quem lhe deu
não diz nada, a própria pessoa que deve pensar sobre o que fez. No caso do gentil, é para
continuar fazendo sua boa ação, no caso do hostil, é para se repensar e até se desculpar se
for o caso. A educadora não está isenta de dar ou receber tais papéis, se posicionando
numa relação horizontal como Freire (1996) sugere. Mas, quando a pessoa não compreende
o motivo do recebimento do papel e insiste, as vezes, é aberto para discussão
proporcionando que maus entendidos possam ser reparados. Cada um é responsável por
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seus papéis, podendo fazer um envelope e guardar com o material da turma até o dia que
marcamos para contagem.
Percebi que a postura em sala melhorou bastante após esta dinâmica. Inclusive o
respeito ao próximo, o saber ouvir, respeitar opiniões e o fazer incondicional vinculado a pró-
atividade, sem ser premeditado o ato de receber a congratulação pelo algo feito. Uma vez
que quando o jovem faz algo com segundas intenções, ele corre o risco de ganhar o papel
de hostil! Além disso, desenvolveu o espírito de querer bem, atitudes simpáticas, empáticas
e honestas de coração além do senso de comprometimento e responsabilidade ao dar e
receber um feedback e isto foi muito bem articulado quando frisamos o conceito de
atendimento ao cliente, interno ou externo, pois o tratar bem faz a diferença!
Observava que as turmas que trabalharam o Projeto Gentileza, seus membros se
preocupavam com os colegas quando faltavam, se cumprimentavam com abraços, aperto
de mão ao chegarem e usavam as “palavras mágicas” (bom dia, boa tarde, boa noite,
obrigada, desculpe, com licença), procuravam sempre dar boas vindas aos novos e
cumprimentar as pessoas de forma geral, tanto no espaço público como dentro do ambiente
do Projeto. O que causava admiração e rendia-lhes elogios dos outros jovens que não
haviam participado do projeto e de seus educadores.
Após um (1) ano aproximadamente de curso os jovens tiveram acesso a esse texto e
complementaram como co-autores, fazendo uma apresentação em slides (imagens abaixo)
relacionando com suas competências e habilidades que eles avaliaram que foram
desenvolvidas.
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2.0 Aprendizagens das gentis “experiências”.
Freinet defendia a ‘expressão livre’ como sendo a própria manifestação da vida. Para
ele, “os únicos conhecimentos que podem influenciar o comportamento de um indivíduo são
aqueles que ele descobre sozinho e dos quais ele se apropria”. Pois mesmo num grupo, a
apropriação do processo de aprendizagem se dará em cada um de forma diferente. Por isso
concordo com ele ao mencionar que é importante possibilitar meios de se exprimir e de se
comunicar que se potencialize múltiplas formas (oralmente, através da escrita, expressão
artística, musical, expressiva, como ocorreu neste projeto). “Por meio do texto livre, do
desenho livre, da palavra, do canto, da dança, do teatro,a criança se revela, cria, inventa,
exprime, enfim, suas vivências, sua vida afetiva, seus sentimentos, seus conhecimentos
anteriores” (PAIVA, 1997:14, 15, grifo meu).
Para isso, cabe ao educador estimular o aprendiz a se tornar um cidadão,
destacando a dimensão comprometida em construir “gente”, que engloba além do trabalho, o
desenvolvimento de competência política o qual emancipa o sujeito, que mesmo se vendo
como escravo busca formas para sobreviver, pois tem sua consciência crítica que o habilita a
perceber as mudanças ocorridas no sistema neoliberal e a sobreviver a este com base
relacionando consciência com construção de pensamento reflexivo evitando a rotina.
Almeida (2007) em sua pesquisa menciona os benefícios da dinâmica do trabalho
coletivo, articulando as relações interpessoais nos grupos, tencionando em específico as
potencialidades das Dinâmicas de grupo:
na qual ela abre espaço para o diálogo;
potencialização da democracia;
participações de decisões e negociação com flexibilidade;
convivência com as diferenças;
partilha de sentimentos;
superação de preconceitos;
desenvolvimento de valores;
consciência do coletivo;
capacidade de liderança.
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Para esta autora vamos nos constituíndo através das inflexões do outro e os
educadores necessitam trabalhar os comportamentos através da solidariedade e senso
crítico diante do paradigma da individualidade, fundamentada na competição, egoísmo e
resignação. Indo além do “treinar” e sim “educar” no sentido de desenvolvimento de
habilidades, abrangendo idéias, valores, princípios, atitudes, sentimentos e comportamentos
concretos.
Complementa esta ALMEIDA (2007: 28):
É preciso fazer o aluno perceber que no trabalho coletivo existe uma relação
contextualizada com seu trabalho, a sua atuação e a sua vida numa sociedade
marcada pela competitividade do capitalismo. Faz-se necessário que o trabalho
coletivo seja um exercício de oposição à competição, à dominação, às injustiças e ás
desigualdades nas relações sociais a que as pessoas estão submetidas na
sociedade “dita civilizada”.
SOBRINHO (2005) menciona que o sistema em que vivemos desumaniza o homem
e influencia nas relações interpessoais :
Se o sistema do dinheiro e do mercado, legitimado por um direito formal,
desumaniza o homem e rompe com o conceito de mundo da vida, é necessário
que tenhamos a capacidade de resgatar esses conceitos importantes para que
não venhamos a perder aquele chão no qual pisamos, a saber, o mundo das
relações e das interações sociais. É necessária a emancipação dos sujeitos, o
resgate para a esfera pública daquilo que o positivismo via como irracional: os
interesses e valores. (p. 48)
Por isso Freire (1996:11) adverte-nos para a “necessidade de assumirmos uma
postura vigilante contra todas as práticas de desumanização”, pois não somos apenas objeto
da História, mas, sim sujeitos que podemos modificá-la, através de intervenção na realidade,
escolhas, decisões possibilitando emanciparmos. Uma vez que o discurso ideológico
estimula o individualismo e a competição na ética do mercado devemos prezar por promover
e instaurar a ética universal do ser humano e saber que “educar” é mais que “treinar” o
jovem para o desempenho de destrezas; essa é uma compreensão da prática docente
enquanto dimensão social da formação humana. Para isso Freire defende uma pedagogia
fundada na ética, no respeito à dignidade e na própria autonomia do educando, na qual
temos de aprender a ser coerentes destacando a importância da responsabilidade
relacionada ao amadurecimento da experiência:
A gente vai amadurecendo todo dia, ou não. A autonomia, enquanto amadurecimento
do ser para si, é processo, é vir a ser. Não ocorre em data marcada. É neste sentido
que uma pedagogia da autonomia tem de estar centrada em experiências
estimuladoras da decisão e da responsabilidade, vale dizer, em experiências
respeitosas da liberdade. (FREIRE, 1996: 107)
15
Constatamos, tanto eu quanto os jovens, que o processo de amadurecimento estava
ocorrendo com/no grupo o que dialoga com o conceito de responsabilidade coadunado com
o conceito de “experiência “que concebo de acordo com Larrosa (2004:126) que “a
experiência é uma paixão”, uma reflexão do sujeito sobre si mesmo, como uma expressão
de amor, uma tensão entre liberdade e escravidão, que define por sua: receptividade,
disponibilidade e abertura. Algo que nos atravessa, nos marca, permitindo refletir e agir
sobre, deixando que algo nos aconteça no sentido de se apoderar, tombar, nos transformar,
nos tocar. Para tudo isso é preciso um gesto de interrupção que nos possibilite parar para
pensar, olhar, escutar, sentir, entre outros.
Potencializar a aprendizagem da dimensão humana, ou seja, do grupo, das relações
sociais e seus conflitos, aprofundando o nosso processo de humanização, aprimorando as
nossas habilidades como melhores seres humanos e que conseqüentemente isto seja
revertido em mudanças que quebrem a conjuntura atual de egoísmo, competição, entre
outros, forjando-se em ética solidária para um pensar e fazer diferente que Guelman (2000),
aborda em sua pesquisa focalizando a humanização da vida contemporânea.
Tal pensamento dialoga com Costa (2009, sem paginação, s/p) ao parafrasear
Warren, que menciona a importância de resgatar o humano através da valorização dos
“laços interpessoais, a solidariedade, a ajuda mútua, a participação entre ‘iguais’, as
decisões tomadas coletivamente etc.” Pois são “características que se contrapõe a valores
fundamentais do capitalismo (competitividade, individualismo, atomização da existência etc.)
e a tradição política brasileira”.
(...) Sabemos que a formação da cidadania é um processo lento e profundo, que leva
gerações, pois, é outra dimensão aquela comprometida em construir "gente", para
além de trabalhadores, treinados, pessoas bem comportadas e seres informados.
(...) O indivíduo precisa desenvolver uma competência política, capaz de fazê-lo
histórico e de pensar e conduzir o seu próprio destino, constituindo o seu processo
emancipatório, fazendo-se sujeito, negando-se a aceitar-se como objeto.
A ignorância escraviza o homem, pois, impede-o de ver-se como escravo, capaz de
reagir contra a hegemonia do poder. (Costa, 2009, s/p, grifo meu)
Se evita a rotina através “outra dimensão aquela comprometida em construir ‘gente’",
com conhecimentos que visem “formar e desenvolver os talentos humanos na gestão”
através de um processo de aprendizagem contínua e ativa (MUNHOZ, 2001:8). Uma vez que
o principal diferencial que as empresas buscam para se manterem “bem-sucedidas” é a
necessidade de que seus funcionários estejam preparados em seu capital humano,
16
composto por pessoas são o principal patrimônio das organizações, com ético, dinâmico,
criativo, pró-ativo, que saibam trabalhar em equipe, dentre outras características.
Considerações Finais
A pesquisa evidenciou que cabe ao educador como o gestor responsável ser o
mediador, facilitador, destes “humanos” através da organização de conteúdos e
metodologias didáticas que podem e devem ser utilizados como instrumentos que
potencializam a formação de cidadãos capazes de compreender e intervir na realidade, a
partir da “escuta sensível”, da ética, responsabilidade, cooperação, práticas solidárias como
constituidor de competências e habilidades neste sistema competitivo.
Muller (2011) cita uma pesquisa que comprova a relevância de ser gentil e seu
significado na sociedade:
O que acabamos esquecendo é que, antes de tudo, o ato de ser gentil beneficia,
mais do que a qualquer outro, a nós mesmos. Uma teoria publicada pelo professor
Sam Bowles, do Instituto Santa Fé (EUA), chamada de “sobrevivência do mais
gentil”, afirma que a espécie humana sobreviveu graças à gentileza.
..., os grupos altruístas cooperam e colaboram mais para o bem-estar do próximo e
da comunidade, a fim de garantir a sobrevivência. Outro estudo, realizado pela
professora Sonja Lyubomirsky, da Universidade da Califórnia, demonstrou também
que a gentileza pode nos deixar mais felizes. ... Gentileza significa uma boa
educação emocional, aprendida e desenvolvida em todos os ambientes que
convivemos. É o bom tratamento, uma qualidade ou caráter de alguém nobre,
generoso, que ajuda a manter e fortalecer os laços entre as pessoas.
As pesquisas nos mostram que ser gentil tem uma finalidade pessoal e coletiva, é a
prova de que quando tomamos atitudes em prol do outro, automaticamente, e muitas
vezes sem perceber, recebemos de volta o bem que fizemos.
Por isso que narrar este projeto é dizer que “os casos não são meras narrativas: eles
encerram em si conhecimentos sobre a vida” (ALARCÃO, 2003:52-54) tendo como objetivo
geral nos ajudar a analisar a vida, desdobrar o percurso profissional, revelar filosofias e
padrões de atuação, registrar aspectos conseguidos e aspectos a melhorar, constituindo
uma fonte incessante de reflexão profissional a compartilhar com os colegas. Levando
permanente descoberta de formas de desempenho de qualidade superior e ao
desenvolvimento da competência profissional na sua dimensão holística, interativa e
ecológica.
17
Por tanto, privilegio a gentileza tanto na vida pessoal quanto no mundo do trabalho
como significativo para “boas práticas” para além da sala de aula sensibilizando nosso lado
humano, onde cada um gerencia a sua gentileza.
18
Referências Bibliográficas:
ALARCÃO, I. A formação do professor reflexivo. In: ALARCÃO, I. Professores reflexivos em
uma escola reflexiva. SP: Cortez, 2003.
ALMEIDA, S. Dinâmica do trabalho coletivo: articulando os desafios interpessoais em grupo.
Trabalho de Conclusão de Curso. UERJ. Universidade Estadual do Rio de Janeiro. FEBF.
Faculdade de Educação da Baixada Fluminense: Duque de Caxias, 2007.
ARAUJO, M. Em tudo busque o equilíbrio. In: Etiqueta Empresarial. Disponível em:
<http://www.catho.com.br/jcs/inputer_view.phtml?id=7433> Acesso em 01 mar. 09 às 14:25.
BARBIER, R. A pesquisa-ação. Série: Pesquisa em Educação. Vol. 3. DF: Plano, 2002.
COSTA, C. As contradições da cidadania na sociedade brasileira. RS: Universidade Federal
de Santa Maria. Disponível em: <http://www.geocities.com/Athens/Sparta/4021/005.html>
Acesso em 29 jan. 09 às 18h
FLICKR.Gentileza Gera Gentileza - Profeta Gentileza. Disponível em
<http://www.flickr.com/photos/claudiolara/721588238/ > Acesso em 19 nov. 2009 às 21:03.
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia. 35 ª ed. SP: Paz e Terra, 1996.
GASPARETTO, G. Bom humor ajuda na carreira. In: MdeMulher. Disponível em:
<http://mdemulher.abril.com.br/carreira-emprego/reportagem/desenvolvimento-profi/bom-
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GUELMAN, L. Univvverrsso Gentileza. RJ: Ed. Mundo das Idéias, 2000.
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Práticas de ensino para promover a gentileza

  • 1. 1 PRÁTICAS DE ENSINO EM PROL DA “GENTILEZA GERANDO GENTILEZA” Almeida, Suzana Silveira1 susanmeotti@yahoo.com.br Uerj-Universidade Do Estado Do Rio De Janeiro, Brasil. Palavras-chave: gentileza-aprendente-ensinante-experiência-formação humana. Esta pesquisa tem como objetivo central descrever um dos Projetos desenvolvidos na perspectiva de “educar” jovens buscando uma preparação para a vida, que inclui a inserção e sua manutenção no mercado de trabalho. Para isso, busco promover uma reflexão sobre a importância do educador sensibilizar-se perante a urgência de desenvolver atividades interdisciplinares e dinâmicas visando gerirem estes “humanos” em sentido latto e para isto analiso o Projeto “Gentileza gera gentileza” baseado na história do Profeta Gentileza, que foi construído com/para os jovens de 14 a 24 anos participantes do Programa “Aprendiz Legal”, da Região dos Lagos de 2010 baseado nos eixos: procedimental, atitudinal e comportamental, articulando com a vida pessoal, social e especialmente com o mundo do trabalho. Tal programa se baseia na Lei 10.097/2000 que delimita cota as grandes empresas para terem em seus quadros funcionais jovens aprendizes por um período de até dois anos, vinculado uma capacitação profissional além da prática, a teórica. A fim de cumprir este quesito as empresas escolhem instituições para tal capacitação. No caso em questão os jovens tinham um curso com um encontro semanal de 4 ou 6 horas, que atuei como educadora. Pretendo narrar algumas práticas desenvolvidas, pois vale salientar que na instituição na qual desenvolvia os projetos, tem como filosofia a autonomia do educador. 1 Mestranda em “Educação, Cultura e Educação em Periferias Urbanas” pela UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro)/FEBF (Faculdade de Educação da Baixada Fluminense). Especialista em “Profissionais da Escola e Práticas Curriculares” pela UFF (Universidade Federal Fluminense) e em “Gestão Escolar” pela UERJ/FFP, Faculdade de Formação de Professores. Pedagoga pela UERJ/FEBF.
  • 2. 2 Trabalhando com projetos, um ciclo que foi criado de forma espontânea e interativa com uma metodologia interdisciplinar desenvolvendo competências e habilidades exigidas pelo mercado de trabalho numa perspectiva emancipatória na qual o jovem é, a todo momento, o protagonista da sua aprendizagem e como educadora, co-autora desta mediação. Por isso, a pesquisa é de cunho qualitativo com abordagem da pesquisa-ação que combina o material empírico advindo da inserção no campo (descrições do diário de campo, que incluem conversas com os envolvidos, “escuta-sensível” [BARBIER, 2002], observações e análises documental do projeto supracitado) articulando com as pesquisas bibliográficas. Na Educação Não-Formal atendendo ao apelo de suprir um déficit da escola, surgem Programas na linha de “treinar” jovens a se preparem para o mercado de trabalho, mas este discurso muitas vezes não ultrapassa a barreira do “treinar”. Buscando ressaltar uma consciência crítica capaz de emancipar e não alienar é que os marcos referenciais que mais embasaram esta pesquisa foram: Alarcão (2003) que ressalta a importância do professor reflexivo; as diversas possibilidades metodológicas de Freinet analisados à luz dos estudos de Paiva (1997); Freire (1996) que enfatiza os valores humanos. Muitas questões cercam o desenvolvimento deste projeto. Como educadora in lócus questionei: Que ser é este que estou ajudando a formar? Como ele atuará? Quais são seus princípios e valores? Estou eu, como profissional da educação, ajudando a formar um cidadão e preocupado em como ele atuará na sociedade, ou apenas em transmitir conteúdos programáticos que ele não consegue por vezes vincular com a sua realidade? Se estamos em constante aprendizagem, tudo é processo, por isso este artigo está dividido em duas partes: • A primeira é uma narrativa dos fatos conforme registros da época. Uma vez que concordo com Alarcão (2003:52) que “as narrativas revelam o modo como os seres humanos experienciam o mundo. (...) Para serem compreensíveis, é importante registrarem-se não apenas os fatos, mas também o contexto físico, social e emocional do momento” incentivando a resgatar os casos que os professores contam, pois defende que estes revelam o que eles ou seus alunos fazem, sentem, pensam, conhecem e compartilhar as nossas histórias de vida nos possibilita refletir e renovar a nossa visão de nós, de mundo e as relações estabelecidas neste.
  • 3. 3 • Num segundo momento busco articular com os teóricos, valorizando “a idéia do professor reflexivo, que reflete em situação e constrói conhecimento a partir do pensamento sobre sua prática...” (ALARCÃO, 2003:43), formando um triplo diálogo que inclui: consigo próprio, um com os outros, até mesmo os que antes de nós já construíram conhecimento e tornaram-se referência e o com a própria situação. 1.0 Gentileza gera gentileza. Ensinando e aprendendo com os aprendizes. “Gentileza gera gentileza”, pode ultrapassar uma frase e se tornar gestos de grandiosidade. Quando trabalhei este conceito não imaginava a felicidade que ele iria me proporcionar como educadora ao verificar que os aprendizes foram para além de um bordão. Há um tempo atrás, trabalhei com os jovens o filme2 : “As loucuras de Dick e Jane3 ”, no qual os aprendizes responderam um questionário baseado em no texto de Lessa (2006): “O desemprego e o "mal-estar" do nosso tempo” visando articular com a interpretação do filme e a posteriori o debate sobre: posturas éticas, processo seletivo, comportamentos, valores, consumismo, culturas diferentes, concorrência, emprego/desemprego, capitalismo, doenças advindas do mal estar do século XX, cidadania e o conceito maquiavélico, “os fins justificam os meios”. Após isto, os jovens participaram da dinâmica na qual cada um recebe uma bexiga e lhes é dito: “Vocês são concorrentes e estão agora participando de processo seletivo. Só ficará com a vaga aquele que mantiver sua bexiga intacta, ou seja, cheia.” Geralmente o que ocorre é as pessoas tentando estourar a bexiga do colega, poucos se preocupam apenas em se defender. A tendência é que em segundos, não fique uma bexiga cheia. Então digo: “Eu lhe disse que só ficará com a vaga aquele que mantiver sua bexiga intacta, ou seja, cheia. Eu não disse quantas vagas tinham, muito menos que era uma só!”. 2 Alguns itens foram deixados em itálico para salientar as diversas metodologias utilizadas no decorrer do processo. 3 “O filme narra a estória de um executivo que é demitido de uma empresa. Ele acreditava na recuperação rápida do mercado de trabalho, o que não se confirma com o tempo” (LESSA, 2006, sem paginação, s/p)
  • 4. 4 É interessante que neste momento de reflexão muitos jovens articulam esta dinâmica com outros momentos4 , inclusive articulando com o filme, que muitos dos valores estão se perdendo na ânsia do “querer se dar bem” sabotando outros. Ou seja, é naturalizado os fins justificando os meios. A partir disso, exploramos a mídia, o sentido negativo de se aproveitar de todas as situações em benefício próprio, as questões éticas e morais e sua valorização, como o surgimento da famosa “Lei do Gérson-de levar vantagem em tudo” e partirmos para valorização do humano, da parceria, solidariedade, trabalho em equipe e a sinergia de que “1 + 1 são 03” como diz Vieira (2000). Daí, explorei a fotografia de uma das obras nos viadutos em torno da Rodoviária Novo Rio no Rio de Janeiro com a arte do Profeta Gentileza. Em seguida fizemos uma leitura compartilhada da história do mesmo. Questionei: 1. -O que acharam? 2. - Quem já viu tais artes nas paredes pintadas no Rio de Janeiro? A partir daí, verificamos a essência da história de vida do “Profeta Gentileza”, José Datrin. Quem foi ele, o que ele defendia e sua arte como ficou para a história. Mas, será que esta representação tangível nos remete aos valores defendidos pelo profeta? Assistimos o clipe: “Gentileza” com a letra da Música da Marisa Monte. Abro para o debate articulando fotografia, história, música, perpassando sobre o vê e o olhar. Questionei: 1. -Como é a nossa ida ao trabalho? 2. -Quanta beleza nos cerca e não vê-mos, e lá no trabalho? 3. -Vê-mos as pessoas que nos cercam? Os jovens ficaram perplexos da obra do Gentileza ter sido pintada de cinza, comparando-os com a história do Free Hugs5 por ter sido proibido de abraçar as pessoas nas ruas. Pontuo a questão da voz do povo, o como se colocar, partindo do momento que os governantes resolvem pintar os muros de cinzas e a população não permite que acabem com as obras do Profeta, se dando conta do que é um patrimônio público. Verificamos que palavras e gestos bondosos se proliferam e criam um ciclo! 5 A história do Free Hugs foi trabalhada dentro do Ciclo de Projetos intitulada: “Eu vou torcer por atitudes de Free Hugs”
  • 5. 5 Em seguida, verificamos atitudes gentis com base no texto “Gentileza é ...”, vinculando a nossa vida do pessoal/profissional. Uma possibilidade era que os aprendizes fizessem em folhas de A4, uma mensagem, assim como do profeta, para ficar nas paredes. Como usamos para o feedback com gentileza, que os jovens escreviam em adesivos deixando mensagens avaliativas6 nos trabalhos dos colegas, como correspondências entre turmas, metodologia estimulada por Freinet (Paiva, 1997). Cartazes confeccionados pelos jovens sobre retrospectiva das aulas com temas livres. Além disso, discutimos a peça teatral de Bertolt Brecht intitulada: “A Alma Boa de Setsuan em curta temporada no Theatro São Pedro”. Tais informações desta peça, nos proporciona um “leque” de opções para discutimos, como incentivo a obra de arte teatral, além de estimulá-los a outros contextos culturais. Tensionei com base nos textos da peça: 1. - O que temos a aprender com a parábola do Brecht? 2. - Haverá uma resposta para a dualidade humana? 6 O que será relembrado dos painéis do Ciclo de projetos:“O sarau de poesias da sala à praça à vida” que foi um dos primeiros desenvolvidos com os jovens.
  • 6. 6 3. - Como ser bom e ao mesmo tempo sobreviver no mundo competitivo em que vivemos? 4. - Até que ponto devemos dizer “sim” ou “não”? De acordo com Freinet (Paiva, 1997) é importante incentivar a ida em lugares culturais como teatro, cinemas, centros culturais, museus. Hoje podemos ultrapassar algumas barreiras da distância possibilitando “passeios virtuais” como os jovens fizeram através da internet para verem as obras do profeta, a peça. Inclusive, algo que chamou a atenção dos jovens foi a mudança ortográfica com o passar dos anos, assim como a mudança de escrita da palavra “Theatro para teatro” e sua apresentação até hoje nos lugares. Mostrar a importância das artes na nossa vida e como a arte imita a vida a partir de toda esta reflexão que eles fizeram. Pode solicitar que ao escreverem em casa o “diário de itinerância” (BARBIER, 2002), pesquisem sobre a vida do escritor Bertolt Brecht e suas obras, que além da pesquisa, possam escrever sobre seus sentimentos. Podem colocar no diário: 1. - Já passaram por alguma situação que se virão obrigados a dizer sim, sem querer? 2. - Porque o fez? 3. -Você acha que a vida das pessoas pode ser melhor se começarem a dizer mais sim na vida? - Porquê? 4. - O que mais lhe chamou atenção neste nosso encontro? Porquê? 5. - Gostou de algo em específico? 6. - O que você faria diferente? 7. - Como foi os momentos de debate em grupo? 8. - O que você tem a sugerir sobre este assunto? Por isso que analisamos os slides que criei do o filme: “Sim Senhor” com base nos textos analíticos sobre a mensagem dele e com imagens buscando reflexões. Em seguida assistimos o filme e depois comentamos sobre: 1. - “Liberdade e responsabilidade” andam juntas? Justifique. 2. - O que você entende por “compromisso”? Justifique. 3. - Tudo que é em excesso pode também cansar? Justifique. 4. - Faça um paralelo da história do filme com a nossa vida. 5. - Na sua opinião, “gentileza, gera gentileza”? Justifique.
  • 7. 7 6. - Como viver em sociedade levando em consideração sentimentos e valores meus e dos outros? 7. - Até que ponto é importante saber dizer sim e saber dizer não? 8. - Como o mercado de auto-ajuda trabalha? Qual é seu papel principal? 9. - Como o humor e as situações vividas podem influenciar nosso dia-a-dia no trabalho? Posteriormente refletimos sobre os textos: “Em tudo, mantenha o seu equilíbrio” e “Bom humor ajuda na carreira”, ponderando o que levou o crescimento da auto-ajuda; os valores do ser humano em termos de generosidade e representações de papéis. Daí articulamos com a peça teatral de Brecht, articulando a parábola do quando dizer sim ou não, com os textos, filmes, imagens, a mensagem do profeta, com a vida, indo a questões do mercado de trabalho: eu x meus valores x mundo competitivo. O que fazer? Os resultados ao longo do desenvolvimento foram uma “experiência positiva”, por isso destaco fatos interessantes que demonstraram a assimilação e articulação da aprendizagem: • O aprendiz Ronaldo (turma 10 Macaé, T. 10 M.) após algumas semanas comentou entusiasmado ter ido ao Rio de Janeiro e ter visto os viadutos que o profeta pintou. • A aprendiz Tatian (T. 10 M). disse que estava na casa de um amigo e começou a ouvir a música da Marisa Monte e ele perguntou se ela conhecia a história e ela disse que sim, pois havia sido trabalho isto no curso. Inclusive solicitou que imprimisse a história do Profeta para levar para ele. • Algo similar ocorreu com a Aprendiz Marcele (T. 10 M.) na casa do seu namorado explicando a história do Profeta para seu sogro. • A aprendiz Aline (T. 09 M.) em uma de suas falas em um encontro posterior, articulou seu conhecimento comentando com a turma que ela havia visto uma exposição na Rodoviária Novo Rio sobre o assunto incentivando todos a irem.
  • 8. 8 • Após isto, o aprendiz Guilherme (turma 03 Cabo Frio) comentou que em seu curso técnico, um professor trabalhou uma dinâmica que ele lembrou das nossas aulas. O objetivo era que todos alunos interagissem, então cada aluno teria que no decorrer do período entregar um papel escrito a palavra gentileza para um colega que tivesse feito algo bom e que até o final do período cada um teria que ter distribuído a todos da turma. • Na mesma semana, o aprendiz Everton (T. 10 M), comentou que de tanto ele falar a frase “gentileza gera gentileza” na empresa, isto tinha se tornado um bordão, que muitos empregados estavam ao fazer um ato de gentileza ou ao solicitar um, utilizando a frase. Naquele dia, assisti uma reportagem na televisão, na qual falava sobre a recuperação do patrimônio das obras do Gentileza, nos viadutos do Rio Janeiro, pontuando o significado desta, importância da conservação e o que esta obra representa para a cidade que tem como marketing o slogan “Cidade Maravilhosa”. No entanto, não localizei o link desta reportagem na internet. No dia seguinte, ao abrir meu e-mail corporativo e surpreendentemente havia uma mensagem do aprendiz Vinícius (T. 10 M.) informando que assistiu a reportagem supracitada e lembrou dos nossas aulas, anexando o link que tanto procurei. Fiquei muito feliz de sentir que a história de vida do Profeta Gentileza havia marcado a vida de muitos e decidi contar para as turmas a sucessão de fatos mencionados acima, sendo assim, passei o vídeo da reportagem indicado pelo aprendiz Vinícius (que até então não sabia que eu estava procurando o link da reportagem!) e em seguida os convidei a participar da re-leitura da dinâmica que o aprendiz Wagner havia comentado. Introduzi a Dinâmica da Gentileza. Imprimi a palavra gentileza escrita em cinco (5) cores diferentes e cada turma estabeleceu uma graduação de pontos para cada cor. Para isso foi necessário entrarem em um acordo, estabelecendo do maior para o menor a importância da gentileza. Quando alguém faz algum ato gentil, qualquer pessoa pode demonstrar sua gratidão dando um papel com a palavra gentileza para esta pessoa, mas tal papel deve ser dado dentro do nível que a pessoa considerou aquele fato (1-5 conforme as cores determinam. O painel foi feito por cada turma para que eles compartilhassem o valor das cores).
  • 9. 9 No primeiro dia, foi um sucesso. No entanto, para uma turma agitada, foi sugerido pela aprendiz Clagézica (T. 10 M.) que também se usa-se o oposto da gentileza. Idéia muito bem vida, para trabalharmos o conceito do feedback que pode ser negativo ou positivo e que devemos nos auto-avaliar refletindo sobre nossos atos. Na semana seguinte, tínhamos então dois (02) potes. Um para o gentil e outro para o hostil. Sendo assim, quando a pessoa recebe um papel de gentil ou hostil, quem lhe deu não diz nada, a própria pessoa que deve pensar sobre o que fez. No caso do gentil, é para continuar fazendo sua boa ação, no caso do hostil, é para se repensar e até se desculpar se for o caso. A educadora não está isenta de dar ou receber tais papéis, se posicionando numa relação horizontal como Freire (1996) sugere. Mas, quando a pessoa não compreende o motivo do recebimento do papel e insiste, as vezes, é aberto para discussão proporcionando que maus entendidos possam ser reparados. Cada um é responsável por
  • 10. 10 seus papéis, podendo fazer um envelope e guardar com o material da turma até o dia que marcamos para contagem. Percebi que a postura em sala melhorou bastante após esta dinâmica. Inclusive o respeito ao próximo, o saber ouvir, respeitar opiniões e o fazer incondicional vinculado a pró- atividade, sem ser premeditado o ato de receber a congratulação pelo algo feito. Uma vez que quando o jovem faz algo com segundas intenções, ele corre o risco de ganhar o papel de hostil! Além disso, desenvolveu o espírito de querer bem, atitudes simpáticas, empáticas e honestas de coração além do senso de comprometimento e responsabilidade ao dar e receber um feedback e isto foi muito bem articulado quando frisamos o conceito de atendimento ao cliente, interno ou externo, pois o tratar bem faz a diferença! Observava que as turmas que trabalharam o Projeto Gentileza, seus membros se preocupavam com os colegas quando faltavam, se cumprimentavam com abraços, aperto de mão ao chegarem e usavam as “palavras mágicas” (bom dia, boa tarde, boa noite, obrigada, desculpe, com licença), procuravam sempre dar boas vindas aos novos e cumprimentar as pessoas de forma geral, tanto no espaço público como dentro do ambiente do Projeto. O que causava admiração e rendia-lhes elogios dos outros jovens que não haviam participado do projeto e de seus educadores. Após um (1) ano aproximadamente de curso os jovens tiveram acesso a esse texto e complementaram como co-autores, fazendo uma apresentação em slides (imagens abaixo) relacionando com suas competências e habilidades que eles avaliaram que foram desenvolvidas.
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  • 13. 13 2.0 Aprendizagens das gentis “experiências”. Freinet defendia a ‘expressão livre’ como sendo a própria manifestação da vida. Para ele, “os únicos conhecimentos que podem influenciar o comportamento de um indivíduo são aqueles que ele descobre sozinho e dos quais ele se apropria”. Pois mesmo num grupo, a apropriação do processo de aprendizagem se dará em cada um de forma diferente. Por isso concordo com ele ao mencionar que é importante possibilitar meios de se exprimir e de se comunicar que se potencialize múltiplas formas (oralmente, através da escrita, expressão artística, musical, expressiva, como ocorreu neste projeto). “Por meio do texto livre, do desenho livre, da palavra, do canto, da dança, do teatro,a criança se revela, cria, inventa, exprime, enfim, suas vivências, sua vida afetiva, seus sentimentos, seus conhecimentos anteriores” (PAIVA, 1997:14, 15, grifo meu). Para isso, cabe ao educador estimular o aprendiz a se tornar um cidadão, destacando a dimensão comprometida em construir “gente”, que engloba além do trabalho, o desenvolvimento de competência política o qual emancipa o sujeito, que mesmo se vendo como escravo busca formas para sobreviver, pois tem sua consciência crítica que o habilita a perceber as mudanças ocorridas no sistema neoliberal e a sobreviver a este com base relacionando consciência com construção de pensamento reflexivo evitando a rotina. Almeida (2007) em sua pesquisa menciona os benefícios da dinâmica do trabalho coletivo, articulando as relações interpessoais nos grupos, tencionando em específico as potencialidades das Dinâmicas de grupo: na qual ela abre espaço para o diálogo; potencialização da democracia; participações de decisões e negociação com flexibilidade; convivência com as diferenças; partilha de sentimentos; superação de preconceitos; desenvolvimento de valores; consciência do coletivo; capacidade de liderança.
  • 14. 14 Para esta autora vamos nos constituíndo através das inflexões do outro e os educadores necessitam trabalhar os comportamentos através da solidariedade e senso crítico diante do paradigma da individualidade, fundamentada na competição, egoísmo e resignação. Indo além do “treinar” e sim “educar” no sentido de desenvolvimento de habilidades, abrangendo idéias, valores, princípios, atitudes, sentimentos e comportamentos concretos. Complementa esta ALMEIDA (2007: 28): É preciso fazer o aluno perceber que no trabalho coletivo existe uma relação contextualizada com seu trabalho, a sua atuação e a sua vida numa sociedade marcada pela competitividade do capitalismo. Faz-se necessário que o trabalho coletivo seja um exercício de oposição à competição, à dominação, às injustiças e ás desigualdades nas relações sociais a que as pessoas estão submetidas na sociedade “dita civilizada”. SOBRINHO (2005) menciona que o sistema em que vivemos desumaniza o homem e influencia nas relações interpessoais : Se o sistema do dinheiro e do mercado, legitimado por um direito formal, desumaniza o homem e rompe com o conceito de mundo da vida, é necessário que tenhamos a capacidade de resgatar esses conceitos importantes para que não venhamos a perder aquele chão no qual pisamos, a saber, o mundo das relações e das interações sociais. É necessária a emancipação dos sujeitos, o resgate para a esfera pública daquilo que o positivismo via como irracional: os interesses e valores. (p. 48) Por isso Freire (1996:11) adverte-nos para a “necessidade de assumirmos uma postura vigilante contra todas as práticas de desumanização”, pois não somos apenas objeto da História, mas, sim sujeitos que podemos modificá-la, através de intervenção na realidade, escolhas, decisões possibilitando emanciparmos. Uma vez que o discurso ideológico estimula o individualismo e a competição na ética do mercado devemos prezar por promover e instaurar a ética universal do ser humano e saber que “educar” é mais que “treinar” o jovem para o desempenho de destrezas; essa é uma compreensão da prática docente enquanto dimensão social da formação humana. Para isso Freire defende uma pedagogia fundada na ética, no respeito à dignidade e na própria autonomia do educando, na qual temos de aprender a ser coerentes destacando a importância da responsabilidade relacionada ao amadurecimento da experiência: A gente vai amadurecendo todo dia, ou não. A autonomia, enquanto amadurecimento do ser para si, é processo, é vir a ser. Não ocorre em data marcada. É neste sentido que uma pedagogia da autonomia tem de estar centrada em experiências estimuladoras da decisão e da responsabilidade, vale dizer, em experiências respeitosas da liberdade. (FREIRE, 1996: 107)
  • 15. 15 Constatamos, tanto eu quanto os jovens, que o processo de amadurecimento estava ocorrendo com/no grupo o que dialoga com o conceito de responsabilidade coadunado com o conceito de “experiência “que concebo de acordo com Larrosa (2004:126) que “a experiência é uma paixão”, uma reflexão do sujeito sobre si mesmo, como uma expressão de amor, uma tensão entre liberdade e escravidão, que define por sua: receptividade, disponibilidade e abertura. Algo que nos atravessa, nos marca, permitindo refletir e agir sobre, deixando que algo nos aconteça no sentido de se apoderar, tombar, nos transformar, nos tocar. Para tudo isso é preciso um gesto de interrupção que nos possibilite parar para pensar, olhar, escutar, sentir, entre outros. Potencializar a aprendizagem da dimensão humana, ou seja, do grupo, das relações sociais e seus conflitos, aprofundando o nosso processo de humanização, aprimorando as nossas habilidades como melhores seres humanos e que conseqüentemente isto seja revertido em mudanças que quebrem a conjuntura atual de egoísmo, competição, entre outros, forjando-se em ética solidária para um pensar e fazer diferente que Guelman (2000), aborda em sua pesquisa focalizando a humanização da vida contemporânea. Tal pensamento dialoga com Costa (2009, sem paginação, s/p) ao parafrasear Warren, que menciona a importância de resgatar o humano através da valorização dos “laços interpessoais, a solidariedade, a ajuda mútua, a participação entre ‘iguais’, as decisões tomadas coletivamente etc.” Pois são “características que se contrapõe a valores fundamentais do capitalismo (competitividade, individualismo, atomização da existência etc.) e a tradição política brasileira”. (...) Sabemos que a formação da cidadania é um processo lento e profundo, que leva gerações, pois, é outra dimensão aquela comprometida em construir "gente", para além de trabalhadores, treinados, pessoas bem comportadas e seres informados. (...) O indivíduo precisa desenvolver uma competência política, capaz de fazê-lo histórico e de pensar e conduzir o seu próprio destino, constituindo o seu processo emancipatório, fazendo-se sujeito, negando-se a aceitar-se como objeto. A ignorância escraviza o homem, pois, impede-o de ver-se como escravo, capaz de reagir contra a hegemonia do poder. (Costa, 2009, s/p, grifo meu) Se evita a rotina através “outra dimensão aquela comprometida em construir ‘gente’", com conhecimentos que visem “formar e desenvolver os talentos humanos na gestão” através de um processo de aprendizagem contínua e ativa (MUNHOZ, 2001:8). Uma vez que o principal diferencial que as empresas buscam para se manterem “bem-sucedidas” é a necessidade de que seus funcionários estejam preparados em seu capital humano,
  • 16. 16 composto por pessoas são o principal patrimônio das organizações, com ético, dinâmico, criativo, pró-ativo, que saibam trabalhar em equipe, dentre outras características. Considerações Finais A pesquisa evidenciou que cabe ao educador como o gestor responsável ser o mediador, facilitador, destes “humanos” através da organização de conteúdos e metodologias didáticas que podem e devem ser utilizados como instrumentos que potencializam a formação de cidadãos capazes de compreender e intervir na realidade, a partir da “escuta sensível”, da ética, responsabilidade, cooperação, práticas solidárias como constituidor de competências e habilidades neste sistema competitivo. Muller (2011) cita uma pesquisa que comprova a relevância de ser gentil e seu significado na sociedade: O que acabamos esquecendo é que, antes de tudo, o ato de ser gentil beneficia, mais do que a qualquer outro, a nós mesmos. Uma teoria publicada pelo professor Sam Bowles, do Instituto Santa Fé (EUA), chamada de “sobrevivência do mais gentil”, afirma que a espécie humana sobreviveu graças à gentileza. ..., os grupos altruístas cooperam e colaboram mais para o bem-estar do próximo e da comunidade, a fim de garantir a sobrevivência. Outro estudo, realizado pela professora Sonja Lyubomirsky, da Universidade da Califórnia, demonstrou também que a gentileza pode nos deixar mais felizes. ... Gentileza significa uma boa educação emocional, aprendida e desenvolvida em todos os ambientes que convivemos. É o bom tratamento, uma qualidade ou caráter de alguém nobre, generoso, que ajuda a manter e fortalecer os laços entre as pessoas. As pesquisas nos mostram que ser gentil tem uma finalidade pessoal e coletiva, é a prova de que quando tomamos atitudes em prol do outro, automaticamente, e muitas vezes sem perceber, recebemos de volta o bem que fizemos. Por isso que narrar este projeto é dizer que “os casos não são meras narrativas: eles encerram em si conhecimentos sobre a vida” (ALARCÃO, 2003:52-54) tendo como objetivo geral nos ajudar a analisar a vida, desdobrar o percurso profissional, revelar filosofias e padrões de atuação, registrar aspectos conseguidos e aspectos a melhorar, constituindo uma fonte incessante de reflexão profissional a compartilhar com os colegas. Levando permanente descoberta de formas de desempenho de qualidade superior e ao desenvolvimento da competência profissional na sua dimensão holística, interativa e ecológica.
  • 17. 17 Por tanto, privilegio a gentileza tanto na vida pessoal quanto no mundo do trabalho como significativo para “boas práticas” para além da sala de aula sensibilizando nosso lado humano, onde cada um gerencia a sua gentileza.
  • 18. 18 Referências Bibliográficas: ALARCÃO, I. A formação do professor reflexivo. In: ALARCÃO, I. Professores reflexivos em uma escola reflexiva. SP: Cortez, 2003. ALMEIDA, S. Dinâmica do trabalho coletivo: articulando os desafios interpessoais em grupo. Trabalho de Conclusão de Curso. UERJ. Universidade Estadual do Rio de Janeiro. FEBF. Faculdade de Educação da Baixada Fluminense: Duque de Caxias, 2007. ARAUJO, M. Em tudo busque o equilíbrio. In: Etiqueta Empresarial. Disponível em: <http://www.catho.com.br/jcs/inputer_view.phtml?id=7433> Acesso em 01 mar. 09 às 14:25. BARBIER, R. A pesquisa-ação. Série: Pesquisa em Educação. Vol. 3. DF: Plano, 2002. COSTA, C. As contradições da cidadania na sociedade brasileira. RS: Universidade Federal de Santa Maria. Disponível em: <http://www.geocities.com/Athens/Sparta/4021/005.html> Acesso em 29 jan. 09 às 18h FLICKR.Gentileza Gera Gentileza - Profeta Gentileza. Disponível em <http://www.flickr.com/photos/claudiolara/721588238/ > Acesso em 19 nov. 2009 às 21:03. FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia. 35 ª ed. SP: Paz e Terra, 1996. GASPARETTO, G. Bom humor ajuda na carreira. In: MdeMulher. Disponível em: <http://mdemulher.abril.com.br/carreira-emprego/reportagem/desenvolvimento-profi/bom- humor-ajuda-carreira-428706.shtml?slide_count=3#scroll> Acesso em 01 mar. 09 às 14:25. GUELMAN, L. Univvverrsso Gentileza. RJ: Ed. Mundo das Idéias, 2000. JORNAL NACIONAL. Obra do Profeta Gentileza começa a ser restaurada nesta sexta. In: Globo.com. Disponível em <http://www.univision.com/uv/video/Jornal-Nacional---V%EDdeos- --Murais-que-pe/id/1958023064> Acesso em 19 jun. 2009 às 21:33 ________. Pinturas de Gentileza são restauradas. In: Globo.com. Disponível em <http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2010/04/murais-do-profeta-gentileza-sao- restaurados-no-rio.html> Acesso em 31 abr. 2010 às 22h. LARROSA, J. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. In: GERALDI, C; RIOLFI, C. & Garcia, M. (org). Escola Viva. SP: Mercado de Letras, 2004. LESSA , E. O desemprego e o "mal-estar" do nosso tempo. In: Rh.com.br . Postado em 17. Set. 2006. Disponível em: <http://www.rh.com.br/Portal/Carreira/Artigo/4481/o-desemprego- e-o-mal-estar-do-nosso-tempo.html> Acesso em 10 jun. 2009 às 17h. MONTE, M. Vídeo: Gentileza. In: Diário Brasileiense. Disponível no site <http://www.youtube.com/watch?v=VKnVAZHehV0> Acesso em 19 nov. 2009 às 21:07. ________. Música: Gentileza. In: Letras de músicas. Disponível em < http://gentileza.marisamonte.letrasdemusicas.com.br/> Acesso em 19 nov. 2009 às 21h.
  • 19. 19 MÜLLER, N. O poder da gentileza. In: Hsm.com.br. Postado em 31 jan. 2011. <http://www.hsm.com.br/editorias/empresas/o-poder-da-gentileza> 9 fev. 2011 MUNHOZ, G. Educação Corporativa como processo de desenvolvimento da empregabilidade – um estudo sobre a Universidade do Varejo. PR: Universidade Estadual de Maringá, 2001. Disponível em <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.do> Acesso em 29/01/09 às 17:35. PAIVA, Y. Pedagogia Freinet: seus princípios e práticas. In: Elias, M. (org). Pedagogia Freinet: teoria e prática. SP: Papirus Editora, 1997. PASSINATO, C. Carderno RMulher. In: Jornal O rebate. Disponível em <http://www.cadernor.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=580:gentileza- gera-gentileza&catid=33:rapidinhas&Itemid=75> Acesso em 03 dez. 09 às 20h. VIEIRA, R. Identidades Profissionais: A construção da interculturalidade. In: VIEIRA, R. Ser igual, ser diferente. Encruzilhadas da identidade. 2ª Ed. Portugal: Profedições, 2000.