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GRALHA AZUL
A Gralha Azul é uma belíssima ave brasileira da família dos corvídeos e é também a ave-símbolo da construção do
Estado do Paraná. O homem ao colonizar a terra e cultivá-la para a sua subsistência destrói os pinheirais, árvore símbolo dessas
terras. A gralha azul, de cabeça preta, corpo azul e canto estridente, é a esperança da conservação da natureza, mesmo diante
da colonização do homem. Com suas habilidades espalha as sementes dos pinheiros, assim preserva e aumenta a mata nativa
dos pinheirais. A lenda da Gralha Azul (abaixo) é uma das mais belas do Paraná. A primeira publicação dessa lenda deve-se a
Eurico Branco Ribeiro, que bem a representou em seu livro "A Sombra dos Pinheirais", no ano de 1925. Também foi elemento
divinamente explorado pelos artistas plásticos: Clotilde Cravo (pinturas no acervo do Museu Paranaense, em Curitiba) e Poty
Lazzarotto (painel exposto na Travessa Nestor de Castro em Curitiba), dentre vários outros.
Numa fria manhã de inverno, a gralha ainda dormitava no galho do pinheiro, quando foi surpreendida por um súbito e seco barulho.
Assustada, ela pôde ver um homem a desferir o machado no tronco do pinheiro. A gralha ouviu os gemidos agudos do pinheiro, enquanto que a
seiva de dentro dele transbordava em dor.
Com tristeza, a gralha viu os golpes do machado, cada vez mais intensos, a cortar sem piedade o majestoso pinheiro que por muitos
anos deu-lhe abrigo, tornando-se um amigo. Sabia que o destino de tão bela árvore, que por décadas a natureza tecera o porte que
apresentava, seria o de uma serraria, transformada em madeira morta para servir aos caprichos humanos.
Impotente diante da tragédia que se abatia sobre o pinheiro amigo, a gralha voou em direção ao infinito, subindo muito além das
nuvens, de modo que não pudesse ouvir os gemidos de dor causados pelo corte fatal do machado. Já na imensidão do céu, a pobre ave pôde
ouvir uma voz terna a ecoar:
-O coração das aves é misericordioso, revoltando-se com as dores da mata! Bendita sejas tu, avezinha! Tua bondade faz-te digna do
mundo. Volta para os pinhais, a partir de hoje tu serás a minha ajudante. Transformarei a tua plumagem em azul, da cor do céu. Quando
voltares para os pinhais do Paraná, vais plantá-los, para que se renove e jamais se extinga.
-Sou apenas uma ave negra, a chorar a dor dos pinheiros mortos.
-Já não serás uma ave negra, já te disse, terás a cor do céu. Quando comeres o pinhão, tirar-lhe-á a cabeça, para com as tuas bicadas,
abrir-lhe a casca. Nunca te esqueças de antes de terminar a tua alimentação, enterrares alguns pinhões com a ponta para cima, já sem cabeça,
para que não apodreça antes que surja um novo pinheiro dali nascido. Do pinheiro, árvore da fraternidade, nascerá a pinha, da pinha nascerá o
pinhão... do teu bico cairá a semente que fertilizará o solo.
Ao ouvir a voz, a gralha viu-se no topo do céu. Olhou para o seu pequeno corpo de ave e apercebeu-se que as penas negras tinham
ficado azuis. Até onde os seus olhos pudessem avistar, tornara-se uma ave azul, ao redor da cabeça, onde não podia enxergar, continuou com a
plumagem preta.
Ao ver a beleza das suas penas, a avezinha retornou para os pinhais. Encontrou os galhos de todos os pinheiros abertos, a convidar-
lhe para pousar em seus galhos, assim ficariam perenemente. Tão alegre estava a gralha com a sua nova plumagem, que o seu canto passou a
ser como um alarido a lembrar crianças a brincar. Assim a gralha, ao voltar, iniciou o seu trabalho de ajudante celeste, ajudando aos pinheiros
a renascer dos seus pinhões.
Ainda hoje, quem passa pelas florestas do Paraná, consegue ver bandos de gralhas azuis matracando nos galhos dos frondosos
pinheiros, comendo os pinhões que alegram as festas do povo do lugar.
Entre outras idéias e sugestões para batizar nosso Boletim Eletrônico venceu “GRALHA AZUL”.
Desejamos que nossas idéias e ideais sejam devidamente implantados e germinados através do nosso “GRALHA
AZUL”, que floresçam pinheirais literários, florestas densas, cultura sólida e o povo unido através da verdadeira cidadania.
GRALHA AZUL
BOLETIM ELETRÔNICO – SOCIEDADE BRASILEIRA DE MÉDICOS ESCRITORES – PARANÁ – NÚMERO 2 – AGOSTO - 2010
2
A TRADUÇÃO DO INSTANTE
“Escrever é traduzir. Mesmo quando estivermos a utilizar a nossa própria língua. Transportamos o que vemos e o que sentimos
para um código convencional de signos, a escrita e deixamos às circunstâncias e aos acasos da comunicação a responsabilidade
de fazer chegar à inteligência do leitor, não tanto e integridade da experiência que nos propusemos a transmitir, mas uma
sombra ao menos, do que no fundo do nosso espírito, sabemos bem ser intraduzível, por exemplo... a emoção de um encontro, o
deslumbramento de uma descoberta, esse instante fugaz de silêncio anterior à palavra que vai ficar na memória como o rastro
de um sonho que o tempo não apagará por completo.”
Com esta referência ao “instante” magistralmente feita por Saramago, chegamos à conclusão que a reunião mensal
proposta aos membros da Sobrames – PR deveria ser nomeada MOMENTO, apenas. Inicialmente, com vistas à revisão literária e
apreciação de obras clássicas e modernas, o denominamos MOMENTO DA CRÍTICA. Porém não iremos fazer quaisquer criticas
aos nossos queridos e conhecidos autores, mas deleitarmo-nos com suas obras, transformando esse “momento” em matéria
prima para bem viver. O momentum a que nos referimos é o movimento que faz a mudança ou pêndulo da balança,
influenciando de alguma forma a direção e o sentido de nossas vidas. É o espaço de tempo em que circunstâncias convergem de
alguma forma e com certa consequência. A Criação teve seu momento. Nós buscamos o nosso. Por que não aproveitá-lo
profundamente. A cada dia são raras as oportunidades e ainda mais raras as condições de nos tornarmos pessoas dignas, seres
humanos, racionais, dotados de sensibilidade, semelhantes ao Criador, segundo as escrituras. Pois o MOMENTO é nosso. Vamos
valorizá-lo, entendê-lo e aproveitá-lo. Como disse Fernando Pessoa: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce!”. Por outro lado,
injustiça seria feita se nos desnudasse do invólucro mestre, ou seja, a bandeira da SOBRAMES. A oportunidade gerada no seio
dessa sociedade foi a que nos trouxe o “instante” que buscamos, portanto, que seja de fato: MOMENTO SOBRAMES!
José Saramago
O MOMENTO SOBRAMES de julho foi dedicado a Érico Veríssimo, gaúcho de Cruz Alta (1905-1975). Tradutor, escritor,
crítico, foi um dos mais populares escritores brasileiros do século XX. Vencedor de vários prêmios de literatura teve seus livros
traduzidos para o alemão, espanhol, finlandês, francês, holandês, húngaro, indonésio, inglês, italiano, japonês, norueguês,
polonês, romeno, russo, sueco e tcheco. Após o lançamento de “Olhai os Lírios do Campo” pode dedicar-se integralmente à
literatura. Sua vasta obra inclui CONTOS (Fantoches, As mãos do meu filho, O ataque, Os devaneios do general), ROMANCES
(Clarissa, Caminhos Cruzados, Música ao longe, Um lugar ao sol, Olhai os Lírios do Campo, Saga, O resto é
silêncio, A saga O tempo e o vento (O Continente, O Retrato e o Arquipélago), O Senhor Embaixador, O
prisioneiro, Incidente em Antares), novela (Noite), LITERATURA INFANTO-JUVENIL (A vida de Joana D`Arc,
As aventuras do avião vermelho, Os três porquinhos pobres, Rosa Maria no castelo encantado, Meu ABC, As
aventuras de Tibicuera, O urso com música na barriga, A vida do elefante Basílio, Outra vez os três
porquinhos, Viagem à aurora do mundo, Aventuras no mundo da higiene, Gente e bichos), NARRATIVAS DE
VIAGENS (Gato preto em campo de neve, A volta do gato preto, México e Israel em abril),
AUTOBIOGRAFIAS (O escritor diante do espelho, Solo de clarineta) e ENSAIOS (Brazilian Literature, Mundo velho sem porteira e
Breve história da literatura brasileira).
Para os interessados na obra deste grande escritor brasileiro, podem ver o resumo do livro “Olhais os Lírios do Campo” na
internet, no seguinte endereço eletrônico: http://www.youtube.com/watch?v=nkV8QaEEN14
3
XVI JOGOS FLORAIS DE CURITIBA -2010 – UNIÃO BRASILEIRA DE TROVADORES – SEÇÃO DE CURITIBA
Os sobramistas paranaenses Maurício Norberto Friedrich (ex-presidente da UBT e atual secretário) e Sérgio Pitaki
participaram dos XVI Jogos Florais de Curitiba nos dias 18 e 19 de junho. A participação maciça de trovadores de outros Estados
e outros Países abrilhantou o evento. Outro fato a ser registrado foi a extensão do concurso às crianças do ensino fundamental,
que participaram com uma série de lindas trovas, com o tema ÁGUA. O sobramista paranaense foi o vencedor com a trova
humorística com o tema PIJAMA. Entre os jurados estava presente o casal Conceição e Luiz Carlos Abritta, que também
participou no júri de trovas no XXIII Congresso Nacional da Sobrames em Ouro Preto. A abertura dos Jogos Florais de Curitiba foi
na Câmara dos Vereadores de Curitiba e as apresentações foram realizadas num hotel nas proximidades, com eventos sociais de
congraçamento nas duas noites. Em seguida alguns exemplos das trovas vencedoras:
PIJAMA ÁGUA ÁGUA CURITIBA
Teve um infarto, na cama, Se esta água nós sujamos, A água da chuva é tão bela, Curitiba é uma princesa
A noiva, toda frajola, De sede vamos morrer. Que faz a gente feliz que tem beleza interior,
Ao ver que, em vez do pijama, Pois ainda não pensamos recebendo , na janela, e a cultura, com certeza,
O noivo pôs camisola! Que os bisnetos vão sofrer. Um pinguinho no nariz. Faz sua glória e esplendor!
Maurício Norberto Friedrich Alencar Vieira Gustavo Guimarães Luiz Carlos Abrita
Cardiologista 6ª. Série - Escola Municipal 3º. Ano Ensino médio Belo Horizonte
Sérgio A. M. Pitaki e Luiz Carlos Abritta (MG) Maurício N. Friedrich (PR) e Selma Patti Spinelli (SP)
DIRETORIA 2010-2012
Presidente: Sérgio Augusto de Munhoz Pitaki
1º Vice-Presidente: Fahed Daher
2º Vice-Presidente: Sonia Maria Barbosa Braga
1º. Secretário: Paulo Maurício Piá de Andrade
2º Secretário: Maurício Norberto Friedrich
1º Tesoureiro: Maria Fernanda Caboclo Ribeiro
2º Tesoureiro: Edival Perrini
2012 - XXIV CONGRESSO NACIONAL DA SOBRAMES – CURITIBA - PARANÁ

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A Gralha Azul e a Lenda do Pinheiral

  • 1. GRALHA AZUL A Gralha Azul é uma belíssima ave brasileira da família dos corvídeos e é também a ave-símbolo da construção do Estado do Paraná. O homem ao colonizar a terra e cultivá-la para a sua subsistência destrói os pinheirais, árvore símbolo dessas terras. A gralha azul, de cabeça preta, corpo azul e canto estridente, é a esperança da conservação da natureza, mesmo diante da colonização do homem. Com suas habilidades espalha as sementes dos pinheiros, assim preserva e aumenta a mata nativa dos pinheirais. A lenda da Gralha Azul (abaixo) é uma das mais belas do Paraná. A primeira publicação dessa lenda deve-se a Eurico Branco Ribeiro, que bem a representou em seu livro "A Sombra dos Pinheirais", no ano de 1925. Também foi elemento divinamente explorado pelos artistas plásticos: Clotilde Cravo (pinturas no acervo do Museu Paranaense, em Curitiba) e Poty Lazzarotto (painel exposto na Travessa Nestor de Castro em Curitiba), dentre vários outros. Numa fria manhã de inverno, a gralha ainda dormitava no galho do pinheiro, quando foi surpreendida por um súbito e seco barulho. Assustada, ela pôde ver um homem a desferir o machado no tronco do pinheiro. A gralha ouviu os gemidos agudos do pinheiro, enquanto que a seiva de dentro dele transbordava em dor. Com tristeza, a gralha viu os golpes do machado, cada vez mais intensos, a cortar sem piedade o majestoso pinheiro que por muitos anos deu-lhe abrigo, tornando-se um amigo. Sabia que o destino de tão bela árvore, que por décadas a natureza tecera o porte que apresentava, seria o de uma serraria, transformada em madeira morta para servir aos caprichos humanos. Impotente diante da tragédia que se abatia sobre o pinheiro amigo, a gralha voou em direção ao infinito, subindo muito além das nuvens, de modo que não pudesse ouvir os gemidos de dor causados pelo corte fatal do machado. Já na imensidão do céu, a pobre ave pôde ouvir uma voz terna a ecoar: -O coração das aves é misericordioso, revoltando-se com as dores da mata! Bendita sejas tu, avezinha! Tua bondade faz-te digna do mundo. Volta para os pinhais, a partir de hoje tu serás a minha ajudante. Transformarei a tua plumagem em azul, da cor do céu. Quando voltares para os pinhais do Paraná, vais plantá-los, para que se renove e jamais se extinga. -Sou apenas uma ave negra, a chorar a dor dos pinheiros mortos. -Já não serás uma ave negra, já te disse, terás a cor do céu. Quando comeres o pinhão, tirar-lhe-á a cabeça, para com as tuas bicadas, abrir-lhe a casca. Nunca te esqueças de antes de terminar a tua alimentação, enterrares alguns pinhões com a ponta para cima, já sem cabeça, para que não apodreça antes que surja um novo pinheiro dali nascido. Do pinheiro, árvore da fraternidade, nascerá a pinha, da pinha nascerá o pinhão... do teu bico cairá a semente que fertilizará o solo. Ao ouvir a voz, a gralha viu-se no topo do céu. Olhou para o seu pequeno corpo de ave e apercebeu-se que as penas negras tinham ficado azuis. Até onde os seus olhos pudessem avistar, tornara-se uma ave azul, ao redor da cabeça, onde não podia enxergar, continuou com a plumagem preta. Ao ver a beleza das suas penas, a avezinha retornou para os pinhais. Encontrou os galhos de todos os pinheiros abertos, a convidar- lhe para pousar em seus galhos, assim ficariam perenemente. Tão alegre estava a gralha com a sua nova plumagem, que o seu canto passou a ser como um alarido a lembrar crianças a brincar. Assim a gralha, ao voltar, iniciou o seu trabalho de ajudante celeste, ajudando aos pinheiros a renascer dos seus pinhões. Ainda hoje, quem passa pelas florestas do Paraná, consegue ver bandos de gralhas azuis matracando nos galhos dos frondosos pinheiros, comendo os pinhões que alegram as festas do povo do lugar. Entre outras idéias e sugestões para batizar nosso Boletim Eletrônico venceu “GRALHA AZUL”. Desejamos que nossas idéias e ideais sejam devidamente implantados e germinados através do nosso “GRALHA AZUL”, que floresçam pinheirais literários, florestas densas, cultura sólida e o povo unido através da verdadeira cidadania. GRALHA AZUL BOLETIM ELETRÔNICO – SOCIEDADE BRASILEIRA DE MÉDICOS ESCRITORES – PARANÁ – NÚMERO 2 – AGOSTO - 2010
  • 2. 2 A TRADUÇÃO DO INSTANTE “Escrever é traduzir. Mesmo quando estivermos a utilizar a nossa própria língua. Transportamos o que vemos e o que sentimos para um código convencional de signos, a escrita e deixamos às circunstâncias e aos acasos da comunicação a responsabilidade de fazer chegar à inteligência do leitor, não tanto e integridade da experiência que nos propusemos a transmitir, mas uma sombra ao menos, do que no fundo do nosso espírito, sabemos bem ser intraduzível, por exemplo... a emoção de um encontro, o deslumbramento de uma descoberta, esse instante fugaz de silêncio anterior à palavra que vai ficar na memória como o rastro de um sonho que o tempo não apagará por completo.” Com esta referência ao “instante” magistralmente feita por Saramago, chegamos à conclusão que a reunião mensal proposta aos membros da Sobrames – PR deveria ser nomeada MOMENTO, apenas. Inicialmente, com vistas à revisão literária e apreciação de obras clássicas e modernas, o denominamos MOMENTO DA CRÍTICA. Porém não iremos fazer quaisquer criticas aos nossos queridos e conhecidos autores, mas deleitarmo-nos com suas obras, transformando esse “momento” em matéria prima para bem viver. O momentum a que nos referimos é o movimento que faz a mudança ou pêndulo da balança, influenciando de alguma forma a direção e o sentido de nossas vidas. É o espaço de tempo em que circunstâncias convergem de alguma forma e com certa consequência. A Criação teve seu momento. Nós buscamos o nosso. Por que não aproveitá-lo profundamente. A cada dia são raras as oportunidades e ainda mais raras as condições de nos tornarmos pessoas dignas, seres humanos, racionais, dotados de sensibilidade, semelhantes ao Criador, segundo as escrituras. Pois o MOMENTO é nosso. Vamos valorizá-lo, entendê-lo e aproveitá-lo. Como disse Fernando Pessoa: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce!”. Por outro lado, injustiça seria feita se nos desnudasse do invólucro mestre, ou seja, a bandeira da SOBRAMES. A oportunidade gerada no seio dessa sociedade foi a que nos trouxe o “instante” que buscamos, portanto, que seja de fato: MOMENTO SOBRAMES! José Saramago O MOMENTO SOBRAMES de julho foi dedicado a Érico Veríssimo, gaúcho de Cruz Alta (1905-1975). Tradutor, escritor, crítico, foi um dos mais populares escritores brasileiros do século XX. Vencedor de vários prêmios de literatura teve seus livros traduzidos para o alemão, espanhol, finlandês, francês, holandês, húngaro, indonésio, inglês, italiano, japonês, norueguês, polonês, romeno, russo, sueco e tcheco. Após o lançamento de “Olhai os Lírios do Campo” pode dedicar-se integralmente à literatura. Sua vasta obra inclui CONTOS (Fantoches, As mãos do meu filho, O ataque, Os devaneios do general), ROMANCES (Clarissa, Caminhos Cruzados, Música ao longe, Um lugar ao sol, Olhai os Lírios do Campo, Saga, O resto é silêncio, A saga O tempo e o vento (O Continente, O Retrato e o Arquipélago), O Senhor Embaixador, O prisioneiro, Incidente em Antares), novela (Noite), LITERATURA INFANTO-JUVENIL (A vida de Joana D`Arc, As aventuras do avião vermelho, Os três porquinhos pobres, Rosa Maria no castelo encantado, Meu ABC, As aventuras de Tibicuera, O urso com música na barriga, A vida do elefante Basílio, Outra vez os três porquinhos, Viagem à aurora do mundo, Aventuras no mundo da higiene, Gente e bichos), NARRATIVAS DE VIAGENS (Gato preto em campo de neve, A volta do gato preto, México e Israel em abril), AUTOBIOGRAFIAS (O escritor diante do espelho, Solo de clarineta) e ENSAIOS (Brazilian Literature, Mundo velho sem porteira e Breve história da literatura brasileira). Para os interessados na obra deste grande escritor brasileiro, podem ver o resumo do livro “Olhais os Lírios do Campo” na internet, no seguinte endereço eletrônico: http://www.youtube.com/watch?v=nkV8QaEEN14
  • 3. 3 XVI JOGOS FLORAIS DE CURITIBA -2010 – UNIÃO BRASILEIRA DE TROVADORES – SEÇÃO DE CURITIBA Os sobramistas paranaenses Maurício Norberto Friedrich (ex-presidente da UBT e atual secretário) e Sérgio Pitaki participaram dos XVI Jogos Florais de Curitiba nos dias 18 e 19 de junho. A participação maciça de trovadores de outros Estados e outros Países abrilhantou o evento. Outro fato a ser registrado foi a extensão do concurso às crianças do ensino fundamental, que participaram com uma série de lindas trovas, com o tema ÁGUA. O sobramista paranaense foi o vencedor com a trova humorística com o tema PIJAMA. Entre os jurados estava presente o casal Conceição e Luiz Carlos Abritta, que também participou no júri de trovas no XXIII Congresso Nacional da Sobrames em Ouro Preto. A abertura dos Jogos Florais de Curitiba foi na Câmara dos Vereadores de Curitiba e as apresentações foram realizadas num hotel nas proximidades, com eventos sociais de congraçamento nas duas noites. Em seguida alguns exemplos das trovas vencedoras: PIJAMA ÁGUA ÁGUA CURITIBA Teve um infarto, na cama, Se esta água nós sujamos, A água da chuva é tão bela, Curitiba é uma princesa A noiva, toda frajola, De sede vamos morrer. Que faz a gente feliz que tem beleza interior, Ao ver que, em vez do pijama, Pois ainda não pensamos recebendo , na janela, e a cultura, com certeza, O noivo pôs camisola! Que os bisnetos vão sofrer. Um pinguinho no nariz. Faz sua glória e esplendor! Maurício Norberto Friedrich Alencar Vieira Gustavo Guimarães Luiz Carlos Abrita Cardiologista 6ª. Série - Escola Municipal 3º. Ano Ensino médio Belo Horizonte Sérgio A. M. Pitaki e Luiz Carlos Abritta (MG) Maurício N. Friedrich (PR) e Selma Patti Spinelli (SP) DIRETORIA 2010-2012 Presidente: Sérgio Augusto de Munhoz Pitaki 1º Vice-Presidente: Fahed Daher 2º Vice-Presidente: Sonia Maria Barbosa Braga 1º. Secretário: Paulo Maurício Piá de Andrade 2º Secretário: Maurício Norberto Friedrich 1º Tesoureiro: Maria Fernanda Caboclo Ribeiro 2º Tesoureiro: Edival Perrini 2012 - XXIV CONGRESSO NACIONAL DA SOBRAMES – CURITIBA - PARANÁ