12. .
Fé!
a fé é tão cega quanto o amor,
a fé é o amor incondicional
chega a ser dor
como amor perdido
se descobrirmos em nós a sua perda
pode ser dolorosa
porque descobrimos
que também somos humanos
e como humanos erramos
penso que o único sentimento
que a fé não costuma ter é...
o ciúme, ninguém à fé tem ciúme
Ah! falta-me a tão almigerada inveja
também não me parece que tenham
e, era bom que tivessem...
ora reforço a fé com as primeiras palavras
... que em tempos aqui escrevi:
"invejem o amor"
podia agora acrescentar:
fiquei sentada em ti, aguardando....
o calor que se imprimia
numa letra sem cor e livre
voando no som silêncio
de uma única e verdadeira paixão
sentir-te no vento fresquinho
de uma madrugada por descobrir
nos meus lábios e sorrir
tuas palavras caladas
que me dão em consumir
sempre que o vento suspira
e às vestes seus véus tira
num predicado com perdão
seu adjectivo emoção
e, agora voa, ruma ao seu coração
no silêncio das linhas
notas verdes de multiplicação
onde caiem meus dedos
por pura inspiração
de saber te amar
sou a teia de mil lágrimas
nas salgadas emoções de dar
quantas das minhas águas são
o dom de não me negar e amar
no teu suor escorrido e encrustado
quando te digo meu único ser amado
livre no vento preso solto na fragilidade
de uma voz que cala a pura amizade
entre o ser e a natureza de viver
peso na teia da vida
sou a memória da tua voz
a que em mim não esqueço
encontrada por um triz
numa folha bordada nas mãos
um quadro negro escrito a giz
sou a memória da tua caligrafia
a que a mim impunhas e era magia
receber de ti a palavra que me sucedia
memória de um passado que é futuro
amar-te na raiz do meu ser mais puro
sou a memória do que já nada se diz
na tua voz que agora se silencia
mais uma vez no meu intimo risca
a recordação daquele outro ontem
ensina-me de novo o amor de um dia.
*mestre
acredito na força do meu destino
erguer-me inteira no teu tino
saber que sabes mais que preciso
na noite escura onde resido
à sombra da tua vela incandescente
meu guia e estrela cadente
no meu corpo suportado
pelo peso de emoções do passado
que passadas são nas águas de querer
erguer-me inteira e voltar a nascer
nas tuas mãos delicadas poisar
nos teus braços por fim me encontrar
numa sede que afoga as lágrimas
que caídas regaram minha razão
estava a crescer e a passar a evolução
mas contigo dentro de meu coração
corpo e almas unidas na motivação
somente de te amar