Este estudo avaliou o tempo de diagnóstico e tratamento de pacientes com Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) em um hospital universitário no Brasil. Os principais resultados foram: (1) O tempo médio de espera para o diagnóstico foi de 6,5 meses e para prescrição do tratamento CPAP foi de 14,5 meses, totalizando 21 meses; (2) 27% dos pacientes foram perdidos durante o acompanhamento; (3) Muitos pacientes não tiveram acesso efetivo ao tratamento CPAP ap
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1. O longo caminho do diagnóstico ao tratamento do
paciente com Síndrome da Apneia Obstrutiva do
Sono (SAOS) em um Hospital Universitário no
estado de São Paulo
*Agradecimento a Bolsa IC CNPq
Douglas IC Silva*, Neemias. S. Carneiro, Jefferson L Barros,
Karina A Santos, Antonio C Marão , Silke AT Weber
FMB UNESP e HCFMB-Botucatu, SP
2. INTRODUÇÃO
• Síndrome de Apneia Obstrutiva no Sono (SAOS)
– SAOS é uma condição crônica, de elevada prevalência,
associada a importantes comorbidades.
– Diagnóstico ouro por PSG, tratamento CPAP, ambos exames
necessitam de centros e RH especializados, com poucos pelo
SUS e consequentemente longas filas de espera.
• Atendimento no SUS
– Agendamento via CROSS, proveniente de UBS;
– No HC, Central de agendamentos para consultas e exames;
– Distribuição de CPAP via municípios, aquisição particular ou
judicialização.
3. OBJETIVOS
• Primário:
– Quantificar o tempo médio de espera para o diagnóstico (PSG)
e para a prescrição terapêutica do CPAP.
• Secundário:
– Identificar as perdas de pacientes por etapa;
– Estabelecer o perfil do paciente com indicação para CPAP;
– Identificar quantos pacientes efetivamente tratados.
4. MÉTODOS
• Estudo de coorte;
• Aprovação CEP local;
• Critérios de Inclusão:
– Adultos com exame diagnóstico PSG agendado entre janeiro e
dezembro de 2017;
• Critérios de exclusão:
– Pacientes com idade inferior a 18 anos;
– Pacientes portadores de doenças neuromusculares.
5. MÉTODOS
• Coleta retrospectiva de dados (de 09 a 12/2020):
– Fluxo de pacientes/drop-outs;
– Dados demográficos e comorbidades;
– Intervalos de tempo:
o Intervalo 1 (T1): Primeira consulta até realização do exame
polissonográfico (PSG) de noite inteira;
o Intervalo 2 (T2): Diagnóstico de SAOS até prescrição de
CPAP;
– Verificação se paciente em uso de CPAP em dezembro 2020.
6. RESULTADOS
• Em 2017, 423 exames de polissonografia agendados, 347 exames
preencheram critérios inclusão
15%
(N=64)
3% (N=12)
82%
(N=347)
POPULAÇÃO (N=423)
< 18 anos
Pacientes com DNM
Amostra elegível
7. Resultados
• 347 exames PSG agendados;
- 68 (20%) faltaram ao exame/retorno após PSG;
- 69 (20%) sem SAOS;
- 81 (23%) sem indicação de CPAP;
- 129 (37%) com SAOS e indicação de CPAP;
(26 não compareceram a titulação)
- 37 pacientes em uso CPAP em 12/2020.
9. RESULTADOS - INTERVALOS DE TEMPO
Intervalo 1 (T1): Indicação do exame de PSG diagnóstica e sua
realização;
• 197 dias (6,5 meses)
Intervalo 2 (T2): Realização da PSG diagnóstica e prescrição do
aparelho de CPAP;
• 440 dias (14,5 meses)
Tempo de espera total: 624 dias (21 meses)
10. Tempo de diagnóstico e início de tratamento longo em
outros países do mundo
- Canadá: 11,6 meses (Rotenberg et al, 2010)
- Reino Unido, Bélgica, Austrália: entre 10 a 24 meses;
(Flemons et al, 2004)
- Estados Unidos: semanas em clínicas privadas, 12 meses serviço
público;
Relação entre tempo de espera adesão ao CPAP
(Thornton et al, 2020)
12. CONCLUSÃO
Este estudo evidenciou:
• Longo intervalo de tempo no fluxo diagnóstico-terapêutico;
• Alta taxa de perdas ao longo do seguimento (“esquecimento”,
desistência);
• Critérios “triagem” para PSG com baixa especificidade (vagas
“desperdiçadas”);
• Baixo acesso ao CPAP para início do tratamento (trabalho “em
vão”);
Baixa eficácia do trabalho do Laboratório do Sono,
apesar da taxa de ocupação entre 80 e 85% .
13. CONCLUSÃO
Portanto ...
• Necessidade de novas estratégias que agilizem o fluxo diagnóstico
(estratégias centralizadas no paciente e não no sistema);
• Necessidade de Indicadores de Qualidade (controle contínuo);
Fatores que nós podemos e devemos intervir
• Maior acessibilidade ao CPAP a fim de assegurar o tratamento dos
pacientes.
Nossa luta como médicos, gestores e cidadãos
Característica dos ambulatórios HC: vagas ambulatórios SUS sempre se esgotam nos primeiros meses do ano, sem permitir inserção extra mesmo sendo solicitado data específica pelo médico,
Embora maior prevalência no homem, mulher eh mais persistente, características de comorbidades similares
Principlamente na Europa, tempos são longos também
Perdas nos retornos/exames, muitos sem SAOS: capacidade de baixo aproveitamento
No SUS não temos o hábito de visar qualidade do serviço e focar em estratégias paciente-centralizadas
Garantir acesso ao CPAP, todo trabalho não vale nada se não resultar em execução terapêutica
Perdas nos retornos/exames, muitos sem SAOS: capacidade de baixo aproveitamento
No SUS não temos o hábito de visar qualidade do serviço e focar em estratégias paciente-centralizadas
Garantir acesso ao CPAP, todo trabalho não vale nada se não resultar em execução terapêutica