2. Para algumas pessoas, a
reencarnação não está na
Bíblia. E para outras, a
Bíblia até a condena.
Mas a própria ressurreição
do corpo é uma
reencarnação, pois é o
espírito apossando-se
novamente da carne.
Mas para que essa
valorização toda da carne?
E como fica Deus e os anjos
que não têm carne?
Jesus advertiu-nos: "A carne
para nada aproveita".
3. O povo
judeu, equivocadamente, ad
mitia que Jesus pudesse ser a
ressurreição de Jeremias ou
de outro profeta..
Mas aqui se percebe que
ressurreição para aquele
povo significava também
reencarnação, pois sabia que
o corpo de Jeremias era pó
no cemitério.
E por que Jesus não
condenou essa crença
judaica.?
Teria Ele pecado por omissão
ou também a aceitava?
4. Malaquias (4, 5) profetizou que Elias voltaria como
sendo o Precursor (João Batista) de Jesus. E de certa
feita, Jesus fala de Elias, e os discípulos entendem
que se trata de João Batista mesmo (Mateus: 17, 11, 12 e 13).
E de outro modo mais contundente, ainda,
confirma-o o Mestre: "Porque todos os profetas e a
lei profetizaram até João. E, se o quereis reconhecer,
ele mesmo é Elias que estava para vir" (Mateus: 11, 12, 13 e 14).
Também o Papa São Gregório Magno (séculoVI)
ensinava que João Batista era a reencarnação de
Elias. (Gregório Magno, Homilia 7, in Evang., Patrol. Lat., vol. 76, col. 1100).
5.
6. E Elias degolou 450 soldados de Baal. Assim, pela Lei de
causa e Efeito, João Batista, por ser o mesmo Elias, teve
também a cabeça cortada!
Segundo um dos dogmas, a ressurreição é do corpo, mas
para a Bíblia é do espírito;
"Há dois corpos, um espiritual e outro material
(da natureza), e ressuscita corpo espiritual" (1 Coríntios 15, 44).
E o espírita crê em mais de uma ressurreição do espírito:
no mundo espiritual, após a morte do corpo; no corpo
que nasce (reencarnação); e no mundo
espiritual, definitivamente, quando o espírito não tiver
mais carma, pois "ninguém deixará de pagar até o último
centavo".
Assim é que para o pastor presbiteriano Neemias
Marien, do Rio, com vários diplomas de doutor em Bíblia
em universidades européias, o maior reformador do
7.
8. É verdade que o senhor acredita em reencarnação?
Olha só, muito grato pela pergunta. Até o ano de 546, no
Concílio de Calcedônia, o Espiritismo fazia parte dos cânones
da Igreja. Depois, por discussões mais administrativas e
menos teológica, foi banido do cânone oficial e hoje a
doutrina espírita, para a maioria dos pressupostos
evangélicos, porque assim, numa confusão chamar de
evangélicos só os crentes entre aspas, né? Evangélico é
quem anuncia a Boa Nova.
Então, eu sou professor deTeologia Bíblica e de Ciências
Bíblicas. É meu livro de cabeceira. No estudo da Bíblia, as
evidências da reencarnação são assim clauburosas e eu acho
que o Espiritismo é a mais caudalosa vertente do
Cristianismo, pelas idéias.
Você encontra, tanto no Antigo como no Novo
Testamento, evidências claras da reencarnação, isto é, do
prosseguir da vida.
9. Até o apóstolo Pedro, fala na sua
segunda encíclica, no final da Bíblia, fala
sobre a existência do espírito após a
morte e nesta evolução do ser humano.
E também São Judas, o apóstolo de
Cristo, na sua epístola final, também
fala sobre o mesmo tema;
Eu tenho uma visão holística e aprendo
muito com meus amados irmãos
espíritas. Eu tenho um livro
Transcendência e Espiritualidade, onde
abordo mais diretamente o assunto.
Estou crescendo assim, nesta área e
num certo diálogo.
10. O senhor já manifestou este
ponto de vista
reencarnacionista na sua igreja?
Ah, sim, sim. A minha
comunidade é uma igreja grande.
Somos cerca de 350 congregados.
A igreja me ouve e aceita.
Eu sou o pastor titular. Somos
cinco pastores, mas estou
ali, orientando a igreja, neste
sentido.
Eu não tenho nada de secreto na
minha vida pastoral.
11. Qual a receptividade do público de sua igreja, em
relação ao seu conceito reencarnacionista?
Bem, a igreja, ela me aceita plenamente, mas eu tenho
a impressão que não só sobre o meu aspecto
filosófico, teológico, doutrinário sobre o
Espiritismo, mas em outros também.
Como diz o Mestre: "o pastor vai à frente do rebanho e o
rebanho o segue, porque conhece a voz do seu pastor".
A gente vive num amor perfeito. Lá na minha igreja
pregou Libório Siqueira, que é desembargador, um
grande espírita.
O Gérson Azevedo, que é ex-presidente da Federação
Espírita do Rio de Janeiro.Vários espíritas pregaram na
Igreja. Não vão apenas lá visitar, mas sobem ao púlpito
e pregam lá. Então é uma igreja aberta.
12. Como o senhor encara os sucessivos ataques de pastores
ao Espiritismo?
Bom, como eu diria, nossos amados irmãos são aliados.
Estamos todos no mesmo barco, mas eles fazem parte da
artilharia. O artilheiro é o soldado, que vem lá atrás.
A infantaria somos nós, a doutrina espírita, aqueles que vão
lá para frente.
A artilharia, ao abrir espaço à frente, solta as bombas, mas
são muito ruins de cálculos matemáticos, erram os cálculos e
acabam dizimando os próprios aliados.
É o que acontece, criticando o Espiritismo, que está na
mesma dimensão espiritual.
Estes que atacam as tradições religiosas diferentes das
suas, eu os chamo de bonsais espirituais, aquela plantinha
que não cresce.
13.
14. RETORNANDO A JOSÉ REIS CHAVES
Temos, pois, dois caminhos a seguir:
o dos dogmas, com a desacreditada
ressurreição da carne,
ou o da Bíblia, com a ressurreição
reencarnacionista e racional do espírito,
Já aceito por 2/3 da população mundial, segundo
a pesquisa da Igreja Anglicana feita pela
Universidade de Oxford, em 212 países.
FIM DA PRIMEIRA PARTE
16. Alegam muitos religiosos cristãos fundamentalistas que
o pagamento de pecados pelas reencarnações é
incompatível com a razão, porque o indivíduo não se
lembra do pecado que está pagando.
A criança não sabe que a panela quente no fogão
queima seu dedo, e, no entanto, ela se queima assim
mesmo sem saber o motivo e sem saber sequer que ela
está cometendo um erro.
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Incompatível com a razão é o indivíduo pagar pelo
pecado original de Adão e Eva.
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“A alma que pecar, essa morrerá: o filho não levará a
iniqüidade do pai, nem o pai a iniqüidade do filho”
(Ez 18,20).
17. E Deus quis que nós ignorássemos nosso passado
para o nosso próprio bem.
Se o indivíduo tem uma pessoa de sua
família, vizinha ou colega de trabalho ou de
estudo, que, no passado, foi um seu desafeto ou
grande inimigo seu, ao saber
disso, automaticamente se criaria uma barreira
entre os dois.
Como, pois, haveria um relacionamento
amistoso, de reconciliação e amizade entre eles?
Seria muito difícil acontecer a sua harmonização.
E um outro tipo de problema poderia haver com a
18. Como se vê, é bom, em todo sentido, nós
ignorarmos o nosso passado, como é bom
ignorarmos também o nosso futuro.
Aliás, tudo o que Deus faz é bom e mais do que
certo. E, por isso, temos noVelhoTestamento um
texto reencarnacionista sobre esse assunto
específico que acabamos de ver:
“Somos de ontem e nada sabemos” (Jó 8,9).
Esse ontem não é um passado de 24 horas, mas um
passado longínquo, como se pode ver pelo contexto
bíblico.
19.
20. Mas há um outro texto bíblico, agora do Apóstolo
Paulo, muito usado contra a reencarnação.
É quando Paulo fala que Jesus morreu uma vez só,
como o homem morre uma vez só (Hb 9,27).
Esse texto Paulino nada tem a ver com a
reencarnação nem a favor dela nem contra ela.
De fato o homem morre uma vez só “e bem
morrido”. “Aquele que desce à sepultura, jamais se
levantará” (Jó 7,9).
Além desta afirmação do Livro de Jó nos mostrar
como o homem era visto pelos semitas, ou seja, pelo
seu lado fenomênico, material, mostra-nos também
que a ressurreição não é do corpo, mas do espírito,
pois jamais subirá o que desce à sepultura, isto é, o
corpo, a carne.
21. Realmente, a ressurreição do corpo é do Credo da
Igreja. Mas a da Bíblia é do espírito.
“Temos dois corpos, um da natureza e outro
espiritual; ressuscita o espiritual” (1 Co. 15,44).
Para um dos maiores teólogos católicos da Igreja da
atualidade, o espanhol AndréTorres Queiruga, a
ressurreição, inclusive a de Jesus Cristo, é também
do espírito. (“Repensar a Ressurreição”, Ed. Paulinas).
Quando o espírito reencarna, ele ressuscita
(ressurge) na carne.
Quando o homem morre, seu espírito ressuscita no
mundo espiritual, até que, um dia, o espírito fique
por lá. “Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do
meu Deus, e daí jamais sairá” (Ap. 3,12)
22. Sobre a nossa personalidade, nós
temos duas: uma geral do espírito, a
que pertence o inconsciente, e outra
particular para cada vida do espírito
na carne, da qual é o consciente.
E é o consciente que funciona,
quando estamos em vigília ou
estado normal de consciência.
O consciente não se lembra de vidas
passadas.
E é por isso que só nos lembramos
de episódios de outras vidas, quando
estamos em estado alterado de
consciência, isto é, o estado em que
funciona o nosso inconsciente.
23. Eu, José Reis Chaves, gostaria de dizer para as pessoas
contrárias à reencarnação que ela foi aceita pelo
Cristianismo Primitivo, tendo sido só condenada no
Concílio Ecumênico (553), por influência do Imperador
Justino e sua esposaTeodora.
Como o fenômeno da reencarnação nunca foi
condenado por Jesus e a Bíblia, pelo contrário, em Jesus
e nela temos várias passagens que falam direta e
indiretamente sobre a reencarnação, não é, pois,
estranho que ela tenha feito parte do Cristianismo dos
primeiros séculos.
E a própria condenação dela no citado concílio
demonstra que ela era aceita por teólogos cristãos. E
entre eles gostaríamos de destacar São Clemente de
Alexandria, Orígenes, São Cirilo, o Papa São Gregório
Magno, São Justino, autor de “Apologia da Religião
Cristã”, São Gregório Nazianzeno etc.
24.
25. Jesus Cristo é o nosso Redentor, no sentido de que
Ele foi o Enviado do Pai para nos trazer a mensagem
do Evangelho. Mas, se fosse o sangue de Jesus que
nos remisse, não precisaríamos fazer nada.
Poderíamos nos esbaldar! E o próprio Jesus disse:
“Ninguém deixará de pagar até o último centavo”. Se
fosse, pois, o sangue Dele que nos redimisse, não
teríamos que pagar nem o primeiro nem o último
centavo do preço de nossas faltas!
E esse ensino do Mestre nos deixa
claro, também, que pago o último
centavo, estaremos quites com a Justiça Divina, não
tendo nós que pagar mais nada, porquanto, a justiça
divina é perfeita.
E isso derruba por completo as chamadas penas
eternas.
26. Jesus disse que não veio condenar
o mundo, mas salvar o mundo.
E, como vimos, Ele salva o mundo
com o seu Evangelho.
Uns querem dizer que o
Espiritismo e a reencarnação
anulam todo o sacrifício de Jesus.
Na verdade, o Espiritismo não
aceita o sangue de Jesus como
sendo resgate de nossos
pecados, mas valoriza, sim, o
sacrifício de sua vinda ao nosso
mundo e de sua morte, tudo para
trazer para nós a mensagem do
Mestre.
E tanto é verdade isso, que o
Espiritismo incentiva todos a
porem em prática essa mensagem
27. Realmente, é vivenciando o Evangelho do Mestre
dos mestres, que nós vamos nos aperfeiçoando em
nossa caminhada em direção à perfeição do Pai.
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“Fora da Caridade não há salvação” (Allan Kardec).
“A fé sem obras é morta” (SãoTiago).
“Posso ter uma fé que remove montanha, mas se eu
não tiver caridade, não sou nada” (São Paulo).
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E o Nazareno não ensinou que é crendo em
determinados dogmas criados pelos teólogos que
nós nos tornamos seus discípulos e nos
salvamos, mas por nos amarmos uns aos outros
como Ele nos amou.
28. O espírita é aquele, pois, que procura seguir o verdadeiro
ensino de Jesus, já que busca, como foi dito, a vivência do
seu Evangelho. E o Espiritismo crê de fato na misericórdia
infinita de Deus, pois, para nós espíritas, essa misericórdia
divina é tão ampla, que Deus nos dá quantas chances
(reencarnações) forem necessárias para a nossa salvação.
Em outras palavras, para o Espiritismo, a misericórdia
divina é infinita mesmo, ou seja, é incondicional e é para
todo o sempre. É como nos mostra a Parábola do Filho
Pródigo, em que o Pai de Misericórdia está sempre com os
braços abertos para abraçar a qualquer filho seu, pois
Deus não faz exceção de pessoas.
Basta que um filho seu “entre em si”, como diz a Parábola,
e queira voltar para Ele, pois o Pai, que é perfeito, respeita
totalmente o nosso livre-arbítrio, para quando quisermos,
como quisermos e onde quisermos despertar para a
verdade que liberta, pois somos espíritos imortais e filhos
de um Pai tão amorável, que nos ama mais do que nós
mesmos nos amamos!
29. Lutero afirmou que a salvação não depende de nós;
A célebre frase que Sto Agostinho disse ter ouvido
de Deus nos diz o contrário:
"Agostinho, eu te criei sem ti, mas não posso te
salvar sem ti".
30. Já a eternidade, de acordo com a sua etimologia
grega: "aionios", não significa um tempo sem fim,
mas longo e indefinido.
E há várias eternidades segundo a Bíblia, o que nos
mostra que cada uma delas é de fato limitada.
E isso confere com Isaias (57,16): "Pois não
contenderei para sempre, nem me indignarei
continuamente; porque, do contrário, o espírito
definharia diante de mim, e o fôlego da vida que eu
criei".
É indefinida uma eternidade, porque vai depender
do livre-arbítrio do espírito a sua regeneração.
31. A crença na reencarnação está,
portanto, de pleno acordo com a
redenção.
E por oportuno, lembremos-nos aqui
de que a reencarnação é a mais
antiga e a mais universal doutrina do
mundo, com 4.200.000.000 de
adeptos, no ano de 2000
(Universidade de Oxford), além de
ela contar, hoje, com o apoio de
vários segmentos científicos.
Que me perdoem, pois, certas
religiões, mas o que, na verdade,
anula ou condiciona a redenção, não
é a crença na reencarnação, mas a
necessidade de rituais pagos, que
fazem da nossa salvação um
comércio!