1) O documento discute a surdez, incluindo classificações de surdez parcial, moderada e severa com base na perda auditiva em decibéis. Também aborda causas pré-natais, perinatais e pós-natais da surdez.
2) Testes para detectar perda auditiva são discutidos, como emissões otoacústicas e potenciais evocados auditivos. Implantes cocleares também são explicados como uma opção para surdez severa a profunda.
3) Benefícios do implante coclear
1. 1
LIBRAS que lingua é essa Nome da empresa
Índices:
Conceitos gerais e sur-
dez:
aspectos inerentes
Introdução
1.1 Considerações inici-
ais: surdez
1.1.1 Parcialmente surdo
ou deficiente auditivo
Pessoa com surdez leve:
Pessoa com surdez mo-
derada:
A SURDEZ É UM PROBLEMA PARA O SURDO?
Há duas grandes formas de conceber a surdez:
Patologicamente:
Culturalmente;
Pré-conceito da sociedade.
O surdo é visto negativamente pela sociedade e como um portador de deficiência
1. - ASPECTOS INERENTES
Nosso principal objetivo é discernir so-
bre a realidade surda com a compreen-
são das palavras técnicas utilizadas no
ambiente educacional, assim como com-
preender sobre suas causas, prevenções
e testes específicos da surdez e/ou perda
auditiva.
Para que de início tenhamos uma boa
assimilação do assunto, é necessário que
você compreenda que os surdos são ci-
dadãos que têm direitos e deveres que
devem ser cumpridos.
Faça uma leitura prévia sobre os temas
Educação Especial e Educação Inclusiva
para compreender o porquê dessa maté-
ria do nosso curso.
1.1 Considerações iniciais: surdez
Para iniciarmos as nossas reflexões,
é relevante ter uma primeira e importante
explicação sobre a palavra surdez, assim,
como suas implicações. Conforme Lima
(2006, p. 19), surdez
Parcialmente surdo ou deficiente
auditivo
Pessoa com surdez leve:
Perda auditiva de até 40 dB. Essa
perda faz com que a pessoa reconheça
como iguais todos os fonemas das pala-
vras.
A voz fraca ou as vozes de pessoas
que estão a uma distância considerável
não são ouvidas. Geralmente, essa pes-
soa é rotulada de desatenta, requisitando
Pessoa com surdez moderada:
Perda auditiva entre 40 e 60 dB. Esse
tipo de percepção faz com que seja ne-
cessário um tipo específico de voz, do
contrário a pessoa não consegue ouvir e
interpretar as palavras que lhe são fala-
das.
Nesse caso, há o atraso da linguagem
e alterações articulatórias havendo em
alguns casos problemas linguísticos. Uma
característica marcante desse tipo de per-
da auditiva é que há maior dificuldade de
distinção auditiva em ambientes ruidosos,
sua compreensão verbal está intimamen-
te ligada à percepção visual, pelo fato
deles fazerem a leitura labial.
2. 2
Pessoa com surdez severa:
Perda de 60 a 90 dB. A pessoa
conseguirá identificar somente ruí-
dos familiares e poderá perceber
vozes fortes podendo chegar a qua-
tro ou cinco anos sem aprender a
articular as palavras. Sua compreen-
são oral poderá depender em gran-
de medida da sua percepção visual,
fazendo com que compreenda o
contexto das situações.
Pessoa com surdez profunda:
Perda superior a 90 dB. Essa
perda é considerada grave, fazendo
com que a pessoa seja privada da
percepção da voz humana e da a-
quisição da língua oral.É interessan-
te ressaltar que um bebê que nasce
surdo balbucia igualmente a um be-
bê considerado normal, porém com
o passar do tempo as emissões de
som começam a desaparecer por
não ter estimulação auditiva externa.
Ou seja, o bebê não ouvindo seu
balbucio deixa de emitir som.
A pessoa com esse nível de per-
da auditiva se comunica, em geral,
com a ajuda da linguagem gestual e,
sendo bem assistido, adquirirá um
desenvolvimento linguístico satisfa-
tório com a ajuda da Língua Brasilei-
ra de Sinais – LIBRAS.Uma classifi-
cação proposta para a deficiência
auditiva (D.A), levando em conside-
ração a aquisição da fala ou lingua-
gem, é a seguinte:
Surdez pré-lingual: que se a-
cha presente desde o nascimento da
criança ou ocorre em idade anterior
à aquisição da fala;
Surdez pós-lingual: que ocorre
em idade posterior à aquisição da
fala e da linguagem.
Existem dois tipos principais de
problemas auditivos levando em
consideração a anatomia do ouvin-
do, ou seja, os que afetam o ouvido
externo e médio e que afetam o ou-
vido interno. Vejamos a anatomia do
ouvido na figura a seguir para me-
lhor compreender essas deficiên-
cias.
Afeta o ouvido externo ou médio
e provoca dificuldade auditiva
“condutiva”, ou seja, dificuldade de
transmissão do som e que pode ser
tratada e curada quando detectada
a tempo.
Afeta o ouvido interno, especifi-
camente o nervo auditivo, causando
um tipo de deficiência conhecida
como surdez neurossensorial, que é
irreversível.
Temos também a deficiência au-
ditiva congênita e adquirida.
Congênita: que são inatas à pes-
soa, suas causas principais são: a
hereditariedade, virose materna
(rubéola e sarampo), doenças tóxi-
cas da gestante (sífilis, citomegalo-
vírus e toxoplasmose), ingestão de
medicamentos
ototóxicos (que lesam o nervo
auditivo) durante a gravidez.
Adquirida: que diz respeito à a-
quisição por predisposição genética
(otosclerose), quando ocorrer
meningite, ingestão de remédios
ototóxicos,
exposição a sons impactantes
(explosão) e viroses.
Página 2
1.2—SURDEZ
Vejamos, a seguir, quais são as causas que levam a pessoa a ser surda ou deficiente auditiva.
a) Causas pré-natais: são anteriores ao nascimento do indiví-
duo.
Desordem genética ou hereditária
Consanguinidade e fator Rh
Doenças infectocontagiosas como rubéola, sífilis, citomegaloví-
rus
Toxicoplasmose, herpes
Remédios ototóxicos, drogas, alcoolismo materno
Desnutrição, subnutrição, carências alimentares
Pressão alta
Diabetes
Exposição à radiação e outros
Podemos observar que essas causas dizem respeito à mãe, ou
seja, ela é acometida por rubéola, por exemplo, acarretando seque-
las para o bebê, ou a mãe grávida ingere remédios ototóxicos que ultrapassam a barreira placentária e atingem da
mesma maneira o bebê.
A desnutrição ou subnutrição da mãe também podem acarretar consequências graves para a mãe gestante e
passa seu filho que está se desenvolvendo.
b) Causas perinatais: ocorrem durante o nascimento.
Pré-maturidade, pós-maturidade, anóxia, fórceps Infecção hospitalar e outros.
As causas perinatais estão diretamente relacionadas ao bebê. Vejamos um exemplo, o bebê nasce prematuro,
ou seja, antes das 36 a 40 semanas consideradas normais. Essa prematuridade implica a falta de tempo para o seu
pleno desenvolvimento, principalmente, do sistema nervoso do bebê implicando, muitas vezes, a perda da audição.
c) Causas pós-natais: ocorrem depois do nascimento.
Meningite;
Remédios ototóxicos em excesso e sem orientação médica;
Sífilis adquirida;
Sarampo, caxumba;
3. 3
SURDEZ
Essas causas pós-natais podem ser consequência, por exemplo, de meningite que pode ser desenvolvida pelo uso
de remédios ototóxicos sem acompanhamento médico. Uma das armas de prevenção que a gestante tem é a infor-
mação, o acompanhamento médico e a participação das campanhas de prevenção, de vacinação. Essas campa-
nhas têm o papel de erradicar determinadas doenças causadoras da deficiência auditiva. Vejamos, a seguir, três
maneiras importantes de prevenção.
A prevenção primária ocorre por meio de:
campanhas de Vacinação das jovens contra a rubéola;
exames pré-nupciais;
acompanhamento à gestante (pré-natal);
campanhas de vacinação infantil contra: sarampo, meningite, caxumba etc.
palestras e orientações às mães.
A prevenção secundária que é realizada na área da saúde e na área da educação:
na área da saúde, por meio do diagnóstico, da protetização precoce da criança e do atendimento fonoaudiológico;
Na área da educação, por meio do atendimento na educação infantil.
c) A prevenção terciária que é realizada pela Educação Especial com o objetivo de melhorar o nível de desempe-
nho educacional da pessoa surda.
Observemos que, se a mãe gestante participar da prevenção primária, já estará eliminando algumas causas da sur-
dez e, se por algum motivo, a criança apresentar deficiência auditiva, a mãe poderá fazer parte da prevenção se-
cundária, levando seu filho para o diagnóstico precoce, poupando tempo e possibilitando o estímulo adequado para
ele.
Testes específicos para detectar a perda auditiva
Emissões oto acústicas – EOA: teste eletrofisiológico usado desde os três meses.
BERA: audiometria de Tronco Cerebral, que indica quando há ausência de resposta, ou seja, quando a criança
ou adulto, ao serem submetidos ao teste de audiometria, não emitem nenhuma resposta ou apresentam um déficit
auditivo. Esse teste pode ser realizado também nos três primeiros meses de vida do bebê.
Imitância acústica ou impedanciometria:
Audiometria com reforço visual (ARV): é baseada na técnica de Condicionamentos de Reflexos de Orientações
(COR) de Suzuki e Ogiba (1961).
Potenciais evocados:
Timpanograma:
Teste vocal: é um teste semelhante ao audiograma tonal.
limiar da detecção de fala: corresponde ao limite de intensidade a partir do qual o paciente reconhece tratar-se
de voz humana;
Limiar do reconhecimento: corresponde ao limite de intensidade a partir do qual o paciente consegue compre-
ender aquilo que é dito.
4. 4
O implante Coclear
O implante coclear é umdispositivo médico eletrônico para pessoascomperda auditiva de grausevero a pro-
fundo. Ele funciona transformando sons em estímulos elétricos que são enviados diretamente ao nervo auditivo.
Issosignifica queele substituiparcialmente ascélulas danificadasdacóclea.
Quais são os 6principaisbenefíciosdo implantecoclear?
O que é o implante coclear?
O implante coclear é uma prótese eletrônica que é introduzida na orelha interna, por meio de uma pequena cirur-
gia. A função do implante é a de captar as ondas sonoras e transformá-las em impulsos elétricos, estimulando dire-
tamente o nervo coclear, que envia a informação sonora ao cérebro.
O funcionamento do implante coclear ocorre em etapas:
o som é captado por um microfone externo e enviado a um processador de som, que converte o som em
informações digitais;
essas informações são enviadas para o implante interno por uma antena transmissora;
o implante transforma as informações em sinais elétricos;
os sinais elétricos viajam até um conjunto de eletrodos inseridos na cóclea;
os eletrodos estimulam o nervo auditivo, que envia a mensagem ao cérebro.
Quando ele é indicado?
Os implantes cocleares são indicados para os casos de surdez sensorioneural severa ou profunda, ou quando
o paciente não teve uma boa adaptação ao aparelho auditivo convencional.
Para que o aparelho auditivo funcione, é preciso que o paciente possua uma reserva coclear suficiente, capaz
de captar e processar os sons aumentados pelo aparelho. O implante coclear é indicado quando não há essa reser-
va, pois ele é capaz de se desviar das partes danificadas, enviando o estímulo diretamente ao nervo.
Quais seus benefícios?
Quando comparado a outras tecnologias auditivas, o implante coclear apresenta benefícios como:
produz uma melhor experiência sonora, pois “imita” a função do ouvido;
pode ser utilizado junto ao aparelho auditivo, para pessoas que possuem perda moderada para certas fre-
quências e severa para outras;
pode ser usado desde 1 ano de idade, de forma que pode prevenir futuras alterações linguísticas relaciona-
das à perda auditiva na infância;
existem modelos mais novos à prova d’água, destinados ao nado e ao banho, que não necessitam de aces-
sório para proteção;
os processadores modernos permitem a percepção de sons mais precisos até em ambientes ruidosos;
pode ser utilizado durante os exames de raio-X, tomografia computadorizada e ultrassonografia.
A tecnologia do implante coclear pode trazer grande melhora da perda auditiva e mudar a qualidade de vida
de pacientes de todas as idades.
5. 5
MENTIRAS SOBRE O IMPLANTE COCLEAR.
1: Implante Coclear é uma cirurgia feita no cérebro. O implante coclear é uma cirurgia feita na cóclea, que fica
dentro do ouvido, e não no cérebro.
2: Implante Coclear é uma cirurgia muito perigosa e as pessoas morrem ao fazê-la. O IC é uma cirurgia como
qualquer outra e certamente envolve riscos.
3: O cérebro da pessoa que tem Implante Coclear explode se ela levar um choque. Graças a essa capacidade de
simular impulsos elétricos naturais do nosso sistema nervoso, o IC consegue gerar percepção auditiva e fazer os pacien-
tes ouvirem!
4: Quem tem Implante Coclear nunca mais vai poder mergulhar Pacientes podem nadar e mergulhar normalmen-
te.
5: Quem faz Implante Coclear deixa de ser surdo? Ainda não existe cura para a surdez. A pessoa que faz um im-
plante coclear vai escutar.
6: Implante e transplante coclear são a mesma coisa? O termo “transplante” é usado para transferir um órgão ou
uma estrutura (coração, rim, por exemplo) entre duas pessoas, havendo nesse caso um doador e um receptor. Quando
usamos uma prótese (no caso do IC uma prótese eletrônica), para reabilitar uma função perdida ou deficitária do nos-
so corpo, o termo correto é implante.
7: Deve-se esperar a criança surda fazer 18 anos para decidir se quer fazer um Implante Coclear? Esta é a men-
tira mais perigosa de todas e deveria ser considerada um crime. A precocidade é fator fundamental de sucesso num
implante coclear – é por isso que o resultado na qualidade da linguagem tende a ser melhor, quanto mais cedo a criança
foi implantada.
8: Quem faz Implante Coclear não consegue aprender língua de sinais? O IC não impede nem causa dificuldades
à ninguém de aprender a língua de sinais. É mais correto dizer que a grande maioria dos que fazem IC não precisa apren-
der a língua de sinais pois pode se comunicar oralmente.
9: Implante Coclear é coisa de rico? A cirurgia de implante coclear é coberta pelo SUS e realizada pelos centros de
implante coclear espalhados pelo país. Os planos de saúde também cobrem a cirurgia desde 2005. O acompanhamento
pós-cirurgia (ativação, mapeamentos, fonoterapia) de quem faz pelo SUS é gratuito. Quando as pessoas fazem pelo con-
vênio, devem avaliar estes custos antes para saber se terão condições de mantê-los, pois o sucesso do IC depende muito
do acompanhamento fonoaudiológico – não é tarefa muito fácil encontrar fonoaudiólogos especializados que atendam
pelos planos de saúde, já que os valores repassados a eles são ínfimos.
10: O implante coclear faz as pessoas ouvirem vozes metálicas e robóticas? Isso é uma mentira cabeluda. O som
foi metálico e robótico apenas nos primeiros dias. O mais importante é saber que cada caso é um caso e que o resultado
de uma pessoa nunca é igual ao de outra. Cada um tem seu tempo e cada um investe mais ou menos empenho na pró-
pria reabilitação.
11: O implante coclear faz a pessoa atrair raios? O implante coclear é uma prótese implantável, feita de titânio ou
cerâmica e não atrai raios ou qualquer outra forma de energia, da mesma maneira que os marcapassos e as próteses
ortopédicas também não.
12: O implante coclear é coisa de médicos que querem ‘normalizar’ seus pacientes? O implante coclear é uma
maravilha da ciência (veja) aplicada à medicina e permite que milhares de surdos profundos do mundo inteiro tenham a
chance de voltar ao mundo dos sons. Achamos que este termo ‘normalizar’ é ultrapassado e não faz sentido na atualidade
em que vivemos. Porém, se ‘normalizar’ significa permitir que um surdo ouça, seja independente, se comunique oralmente
como 99% da população mundial e não sofra as limitações impostas pela deficiência auditiva, então, tudo bem.
13: Implante coclear é uma cirurgia experimental e que poucas pessoas fizeram? Os implante cocleares são de-
senvolvidos há mais de 40 anos, com grande avanço nos últimos 15-20 anos. Anualmente são realizados mais de 500
implantes no Brasil e cerca de 5000 nos Estados Unidos. Há mais de meio milhão de pessoas vivendo com um implante
coclear em todo o mundo.