Um estudo com mais de 500 idosos judaicos mostrou que a depressão afeta homens e mulheres igualmente, e que a religião é um fator protetor contra a depressão, com 80% dos não deprimidos tendo compromisso religioso. A religiosidade intrínseca, caracterizada por uma vivência espiritualizada, estava presente em quase 80% dos não deprimidos.
2. Estudo aponta que religião é fator preventivo contra
depressão em idosos
Resultados do estudo realizado pelo Instituto Israelita de Responsabilidade Social Albert
Einstein com mais de 500 idosos da comunidade judaica, ao longo de um ano, revelam
que a depressão atinge homens e mulheres na mesma proporção, estando presente em
33% dos participantes. Outro dado revela ainda que 41% não possuem esperança. Por
outro lado, constatou-se que 80% daqueles que não são deprimidos possuem
compromisso com crença ou religião.
Iniciado em 2005, o Estudo Epidemiológico da Comunidade Idosa Judaica mapeou e
monitorou a saúde da população idosa, com objetivo de analisar os processos e fatores
determinantes do envelhecimento da população com mais de 60 anos. A avaliação
global da saúde abordou aspectos como qualidade de vida, religiosidade,
independência, cognição, depressão, nutrição, atividade física, exame físico com 18
procedimentos (peso, estatura, Índice de Massa Corpórea, entre outros) e mais de 30
exames laboratoriais como colesterol, hemograma e glicemia. Também foram aplicados
questionários individuais e em grupo.
3. Liberty Ensino
Os resultados apontaram que idosos deprimidos possuem menor número de amigos nas atividades
religiosas, realizam menos práticas religiosas em relação aos não-deprimidos e têm tendência à
religiosidade extrínseca (caracterizada por vivência menos espiritualizada). Geralmente, esse hábito é
encontrado entre as pessoas que “herdam” sua crença religiosa, não existindo uma relação reflexiva
diante do ato de escolha religiosa. Neste caso, a divindade tende a ser olhada como um instrumento de
satisfação de desejos impulsivos ou egocêntricos. O estudo constatou que a religiosidade extrínseca está
presente em 40% dos idosos deprimidos e em apenas 20% dos idosos não-deprimidos.
Por sua vez, a prevalência de religiosidade intrínseca é um aspecto presente em quase 80% dos idosos
não-deprimidos. Esse tipo de religiosidade é compreendido como uma vivência mais espiritualizada, que
tende a transcender o conforto e a convenção social, em que há uma busca por um aumento do
compromisso com a crença ou religião.
“Sabemos que a população em geral está envelhecendo. No entanto, ainda há uma carência de
estudos populacionais no Brasil para compreender quem são e quais as necessidades dessas pessoas. Os
resultados desse levantamento apontam características epidemiológicas que poderão ser estendidas à
população paulistana acima de 60 anos, determinando ações preventivas para o controle das doenças
crônicas e também a forma mais adequada de gestão da saúde desse público. Por exemplo, a
importância da religiosidade como proteção contra a depressão abre novas possibilidades de
atuação”, afirma o geriatra Fábio Nasri, coordenador do projeto. “O perfil cultural homogêneo da
amostra também permitirá futuras comparações”, acrescenta.
Fonte: http://www.hospitalar.com/cientificas/not0097.html