O documento descreve a formação do cânon do Novo Testamento na Igreja Primitiva. Inicialmente, os cristãos viam as Escrituras do Antigo Testamento como sua autoridade e também consideravam as palavras de Jesus e as cartas dos apóstolos como orientação. Com o surgimento de movimentos heréticos como o de Marcião no século II, a Igreja consolidou um cânon duplo de evangelhos e cartas apostólicas. Nos séculos III e IV, o cânon foi definitivamente estabelecido nos concílios de R
31. A FORMAÇÃO DO CÂNON DO NT
A autoridade da Igreja Primitiva
A „Escritura“: O „Antigo Testamento“ como Escritura Sagrada dos primeiros cristãos
- 1 Co 15. 3b-5: ...que Cristo morreu pelos nossos pecados segundo as Escrituras...
- Citação reflexiva: ...para que se cumprisse o que fora dito por intermédio dos profetas... (Mt 1.22;
2.5; 2.15 etc.)
O Senhor: Palavras de Jesus como orientação comprometida para a Igreja local
1 Co 7.10: Aos casados, porém, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe
do marido (cf. Mc 10.1-12).
(outras palavras do Senhor em Paulo em 1 Co 9.14; 11.23-25 e 1Ts 4.15)
O Apóstolo: Autoridade através da participação na plenitude do Senhor (1 Co 7.12) Aos
outros porém digo eu, não o Senhor: se um irmão tem mulher incrédula, e esta consente em
morar com ele, não a abandone.“
1 Co 7.40: ...penso que também eu tenho o Espírito de Deus.“
32. A formação do cânon do NT
Cl 4.16:
E uma vez lida esta epístola perante vós, providenciai por que seja também lida na igreja
de Laodicéia; e a dos de Laodicéia, lede-a igualmente perante vós.
2 Pe 3.15s:
e tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor, como igualmente o nosso amado
irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada, ao falar acerca de assuntos,
como, de fato, costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas coisas difíceis
de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais
Escrituras, para a própria destruição deles.“
Cartas paulinas
Evangelhos
Justino (Apol. 66.3):
Então os apóstolos, nas reflexões por eles escritas, as quais foram chamadas de
Evangelhos, transmitiram o que lhes foi ordenado.
33. O DESENVOLVIMENTO EM DIREÇÃO A UM CÂNON DUPLO
Marcião
Formação de um
cânon de 10 cartas de
Paulo e o evangelho de Lucas
(purificação anti-judaica);
Rejeição do AT
Montanismo
novas revelações “válidas“
do Espírito ingressam ao
lado das Escrituras
reconhecidas
Gnose
Conhecimento de
velhas “Revelações
secretas“ (Evangelhos
gnósticos; Apocalipses)
Interpretação própria das
Escrituras
Grande igreja
Fim do séc.II: Cânon duplo, de
Evangelhos e cartas apostólicas;
Cânon Muratoriano – mais antigo
índice canônico (ca. 200)
Fundamento:
utilização nas
igrejas
Impulsos para aceleração da formação do cânon através de três
movimentos heterodoxos
Fechamento da
formação do
cânon como
Reação da
Grande igreja
Contra Marcião:
O AT é parte do
cânon
Contra novas
revelações:
Estabelecimento das
Antigas revelações
“válidas“
34. CONSOLIDAÇÃO DA FORMAÇÃO DO CÂNON NOS SÉC. III E IV
34
Oriente
Estabelecimento do cânon da
igreja na 39. Carta de Páscoa do
Bispo Atanásio em 367
Ocidente
- Sínodo de Roma (382)
sob o Papa Dâmaso
- Sínodo de Hippo
Regio (393)
- Carta resposta do Papa
Inocêncio ao bispo da Gália (405)
No séc. III:
Discussões sobre o reconhecimento dos escritos
Documentadas por Eusébio de Cesaréia e
Orígenes => três classes de Escrituras:
reconhecidas – discutíveis – rejeitadas
(no Ocidente Hebreus, entre outras, era discutível,
No Oriente, Atos)
Critérios:
▪ Apostolicidade
▪ Conteúdo
▪ Utilização nas igrejas