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GEOGRAFIA C
12.º Ano
Ficha informativa -Choques petrolíferos
11 de setembro
Ano Letivo 2021/2022
A criação da OPEP e outros eventos que antecederam os choques do
petróleo
No pós-guerra, o preço do barril manteve-se estávelnas décadas de 1950 e 1960, oscilando entre US$ 1,50
e US$ 2,00. Contudo, o dólar desvalorizou no período, causando prejuízos aos países produtores. O
petróleo barato foi essencial para a reconstrução da Europa ocidental e do Japão. Também foi fundamental para a
consolidação da hegemonia dos Estados Unidos sobre o bloco capitalista e do estilo de vida consumista dos
americanos, conhecido como american way of life, que foi utilizado como instrumento de propaganda contra a
ameaça de expansão do comunismo.
O mercado petrolífero era então dominado por um cartel de empresas transnacionais, conhecido como as
“sete irmãs”. Cinco empresas eram sediadas nos Estados Unidos: a Standard Oil de New Jersey (Exxon), a
Standard Oil de New York (Mobil), a Standard Oil da Califórnia (Chevron), a Texaco e a Gulf. Outra empresa era
sediada no Reino Unido: a British Petroleum, atual BP.E a última era sediada nos Países Baixos e no Reino Unido:
a Royal Dutch Shell. Havia ainda uma oitava empresa muito importante: a Companhia Francesa de
Petróleo, hoje conhecida como Total.
Países membros da OPEP em verde-escuro e ex-membros em verde claro.
Em 1960, surge um cartel de países produtores para fazer frente ao cartel das transnacionais: a
Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP)A indústria petrolífera da União Soviética havia se
recuperado após ter sido destruída na Segunda Guerra Mundial. E, agora, a União Soviética exportava petróleo
para países fora do bloco socialista, como a Itália. A reação das transnacionais foi reduzir o preço do Petróleo
para tirar a União Soviética do mercado dominado pelas transnacionais. A redução dos preços implicava na
redução da renda petrolífera dos países produtores, pois era obtida através de impostos sobre os lucros líquidos e
pelo pagamento de ‘royalties’.
A OPEP, no início não foi bem-sucedida, pois o valor real dos preços do petróleo foi caindo ao longo dos
anos de 1960 com a desvalorização do dólar e as transnacionais continuaram a negociar diretamente com os
governos dos países produtores. Contudo, a procura crescente por fontes de petróleo, por parte de países como a
Itália e o Japão e por empresas americanas independentes como a Getty Oil e a Ocidental, contribuiu para
que os governos dos países produtores exigissem das empresas condições que lhe fossem mais favoráveis. A
chamada repartição dos lucros líquidos fifty-fifty, ou meio a meio, foi conquistada primeiramente pela
Venezuela, em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial, quando a Venezuela exercia um papel
fundamental de fornecer petróleo para os Estados Unidos, enquanto os Estados Unidos forneciam petróleo
2
para os seus aliados na Europa. O fifty-fifty gradativamente tornou-se regra também no Oriente Médio, o que
compensava em parte a perda pela desvalorização do dólar e pela manutenção dos preços do petróleo.
Em 1967, Israel e os países árabes, liderados pelo Egito, travaram mais uma guerra, conhecida como a
Guerra dos Seis Dias. O Egito, mesmo tendo sido derrotados por Israel, fechou o Canal de Suez, que ficou com o
fluxo interrompido até 1975, encarecendo o transporte para o envio de petróleo para o mercado europeu.
Enquanto o canal esteve fechado, os petroleiros teriam de contornar o Cabo da Boa Esperança, na extremidade
sul da África.
Questões-Indicadoisfatores que contribuiu parao aparecimento da OPEP. Indicao nome de todos os seus
membros.
Primeiro choque do petróleo (1973)
Em 1969, um golpe de Estado derrubou a monarquia na Líbia e conduziu o coronel Muamar Kadafi ao
poder. O novo governo passou a pressionar as companhias petrolíferas estrangeiras. Inicialmente, o governo exigiu
um aumento de US$ 0,43 no preço do barril, mas a Exxon ofereceu apenas US$ 0,05. Na época, o Canal de
Suez encontrava-se fechado e a Líbia fornecia 30% do petróleo consumido na Europa. A Líbia também pressionou a
Ocidental , uma companhia independente dos Estados Unidos, cuja produção de petróleo se concentrava na
Líbia. O governo líbio estabeleceu um corte na produção da Occidental, de 800 mil bpd para 500 mil bpd, de
modo que a companhia cedesse às novas exigências. Por fim, o governo líbio conseguiu um aumento de US$
0,30 no preço do barril e um aumento nos impostos sobre os lucros líquidos de 50% para 55%.
Em 1971, pelo Acordo de Teerão, as companhias petrolíferas aceitaram a determinação da OPEP em
estabelecer uma tributação mínima de 55% sobre os lucros líquidos um aumento de US$ 0 35 no preço do e
aumentos programados para os próximos cinco anos.
Em 1973, Anwar Sadat, que sucedera Gamal Abdel Nasser, após a sua morte em 1970, levou o Egito e a
Síria a um ataque surpresa a Israel no feriado do Yom Kipur. O propósito do Egito era retomar a Península do Sinai
e a Faixa de Gaza, conquistadas por Israel, em 1967, na Guerra dos Seis Dias. Embora Israel tenha derrotado
rapidamente o Egito e a Síria, após a guerra, como resultado das negociações de paz, o Egito retomou o controle
sobre a Península do Sinai, alcançando um dos seus principais objetivos. Como contrapartida, o Egito foi o
primeiro país árabe a reconhecer a legitimidade da existência do Estado de Israel.
Antes disso, no meio da Guerra do Yom Kipur, os países árabes produtores de petróleo impuseram um
embargo aos Estados Unidos, que durante a guerra anunciou um pacote de ajuda militar de US$ 2,2 bilhões, além
de reduzir progressivamente a produção de petróleo, medidas que contaram com ampla aprovação entre a
população árabe,que,em geral,eram contra aexistência doEstadode Israel. E o embargo do petróleo dos países árabes se
estendeu aos Países Baixos, a Portugal, à África do Sul e à Rodésia (atual Zimbábue), que apoiaram Israel.
O efeito imediato ao Choque de 1973 foi a crise energética mundial. Foram tomadas, por toda parte,
diversas medidas de racionamento e de uso mais eficiente da energia. Em 1974, foi criada a Agência
Internacional de Energia (AIE) por 16 países do chamado Primeiro Mundo (países desenvolvidos do bloco
capitalista) e a Turquia, de modo a coordenar ações de emergência em novas crises energéticas, além de ser um
fórum permanente sobre segurança energética. Hoje, a AIE é constituída por 28 países, todos os membros da
Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), que reúne a maior parte dos países
desenvolvidos do mundo.
Questões- Indica dois fatores que levaram ao aumento do primeiro Choque petrolífero. Indica duas
medidas usadas para fazer face a este primeiro choque petrolífero.
3
Segundo choque do petróleo (1979)
Uma das principais razões para o Choque de 1979 foi a Revolução iraniana. E a outra foi a guerra entre o
Iraque e o Irão.
O aumento da renda petrolífera dos países exportadores de petróleo possibilitou ampliar a importação
de bens e serviços, e a aplicação dos recursos excedentes no sistema financeiro das principais economias
capitalistas. Isto contribuiu para a recuperação das principais economias capitalistas (1.º. Mundo). Os mais
prejudicados foram os países pobres do chamado Terceiro Mundo que não produziam petróleo, que passaram a
contrair empréstimos no exterior devido ao aumento dos preços dos produtos importados, que encareceram com o
aumento do petróleo.
Protesto em Washington, DC, Estados Unidos, contra a Revolução Iraniana.
Com o progressivo aumento do rendimento petrolífera, o xá Reza Pahlevisuperou a sua insegurança, gerada
pela forma como foi conduzido ao poder, ainda muito jovem e distante de seu pai, que estava no exílio.
Assim, e liminou ou controlou os espaços políticos (partidos, sindicatos etc.) que pudessem representar
alguma ameaça à sua hegemonia, tornando a religião o principal local de resistência ao seu despotismo.
Além disso, o seu regime era caracterizado pelo colaboracionismo com as grandes potências, com o
secularismo (o que particularmente irritava os mais religiosos), com a corrupção e com a concentração de renda e
a consequente desigualdade social.
Embora o Irão tenha se tornado um país muito rico, sobretudo após o Choque de 1973, o despotismo, a
corrupção, a crise de valores (secularização contra o conservadorismo religioso) e a pobreza galvanizaram um
levante contra um regime do xá por parte de todos os setores descontentes, como os comunistas, os
nacionalistas e os democratas. Todavia, como o regime havia se caracterizado pela repressão violenta a todas as
agremiações políticas divergentes,a revolução no Irão foi liderada pelos clérigos, que estavam mais organizados
e mais próximos das aspirações populares. Em 1979, o xá Reza Pahlevi foge para o exílio e o aiatola Ruhollah
Khomeini assume o poder do Irão, que se torna uma República Islâmica.
As exportações de petróleo do Irão foram interrompidas no final de dezembro de 1978. A produção diária
de petróleo, fora do bloco comunista, do primeiro trimestre de 1979 foi de 2 milhões bpd a menos comparada à
produção do último trimestre de 1978.A crise prolongou-se porque o Iraque, em 1980, aproveitou-se da
vulnerabilidade causada pela Revolução islâmica no Irão e, tentou tirar proveito, declarando-lhe guerra. Pelo
Tratado de Argel de 1975, entre o Irão e o Iraque, o Irão rompeu com os curdos iraquianos que lutavam para
constituir uma nação independente numa região petrolífera no Iraque. O Iraque, em troca, cedeu a margem leste
do canal de Xatalárabe, um rio formado pela confluência dos rios Tigre e Eufrates e que desagua no Golfo
Pérsico.
Com a tomada do poder pelos religiosos xiitas, Saddam Hussein, que havia assumido o poder no Iraque em
1979, rompeu com o Tratado de Argel, reivindicando todo o canal de Xatalárabe e a autonomia do
Cuzistão, uma região petrolífera e de maioria árabe. Se o Iraque anexasse o Cuzistão, além de se apropriar d o s
4
s e u s recursos petrolíferos, ampliaria a curtíssima saída do Iraque para o golfo Pérsico, melhorando
significativamente a exportação do petróleo iraquiano. O Iraque possui uma costa de 58 Km de extensão. Já o
Irão possui cerca de 1.700 Km de litoral no golfo Pérsico. Saddam Hussein, que era sunita, também sabia que
as atividades políticas dos xiitas eram uma ameaça, pois a população do Iraque era e permanece a
ser constituída maioritariamente por muçulmanos xiitas. Por isso, em 1978, Saddam Hussein, Ministro do Interior,
a pedido do xá, expulsou o aiatolá Khomeini do Iraque. Depois de permanecer lá por catorze anos, Khomeini
exilou-se na França e logo retornou para liderar o Irão.
Além disso, o governo de Saddam Hussein pretendia enfraquecer a posição do Irã pós-Reza Palevi no
golfo Pérsico, substituindo o Iraque no lugar do Irão como potência regional.
No início dos ataques, 4 milhões bpd foram tirados do mercado, o que representava 15% da produção da
OPEP. O petróleo árabe leve chegou a US$ 42,00 o barril.
Questões -Indica dois fatores que levaram ao Choque petrolífero de 1979-1980.
A geopolítica do petróleo no século XXI
Em 2001, George W. Bush, filho do ex-presidente George H. W. Bush, assumiu a presidência dos Estados
Unidos. George W. Bush,assim como o seu pai, já possuía negócios na área de petróleo antes de chegar à presidência.
Logo no início do seu governo, George W. Bush constitui um grupo interministerial para formular uma nova política
energética publicada emmaio de 2001(…). A nova política energética priorizava a maximização da produção interna e a
garantia do acesso ao petróleo no exterior em detrimento de alternativas como o desenvolvimento de fontes
renováveis e medidas para aumentar a eficiência energética.
No meio da crise de legitimidade do governo de George W. Bush, em11 de setembro de 2001 aconteceu o mais
terrível ataque terrorista da história. Dois aviões comerciais sequestrados por terroristas atingiram as duas torres do
World Trade Center, na cidade de Nova York, e um terceiro o Pentágono,sede do Departamento de Defesa americano,
sediado em Washington,capital dos Estados Unidos. Um quarto avião sequestrado foi abatido a tempo e não atingiu
nenhum alvo específico.Cerca de três mil pessoas morreram nos ataques,incluindo as vítimas do quarto avião. Nenhum
passageiro ou tripulante dos aviões sobreviveu.
Kircher e Chávez discutindo sobre o Grande Gasoduto do Sul.
O ataque teria sido executado pela Al-Qaeda. Por isso, o governo de George W. Bush lançou a “Guerra ao
Terror”, tendo como alvos principais o Afeganistão e o Iraque, embora não houvesse nenhuma associação entre o
governo de Saddam Hussein com a Al-Qaeda ou mesmo com o terrorismo(…).
O início do século XXI também foi marcado pelo crescimento dos preços do petróleo.É possívelobservar
que, neste período, a demanda tem crescido, especialmente devido ao crescimento económico da China e da Índia,
e, em diversos momentos, a oferta tem sofrido quedas por guerras, conflitos e até mesmo catástrofes naturais, como
a do furacão Katrina, em 2005, que interrompeu parcialmente a produção petrolífera no golfo do México, nos Estados
Unidos.
Uma das razões para o governo de George W. Bush ter elegido Saddam Hussein como um dos seus
principais inimigos é que no ano 2000 o Iraque vendeu petróleo em Euros, ameaçando a hegemonia do dólar no
comércio internacional de petróleo.E temia-se que o gesto fosse seguido por outros países exportadores, o que traria
graves consequências para a economia dos Estados Unidos.
A Venezuela, um dos principais fornecedores de petróleo para os Estados Unidos, que, presidida por Hugo
Chávez desde 1999, voltou a cumprir as cotas estabelecidas pela OPEP e considerou fazer o mesmo que o Iraque,
pois o dólar vinha perdendo valor frente ao Euro. Por isso, Hugo Chávez tornou-se outro inimigo do governo de
George W. Bush, sendo inclusive vítima de um fracassado golpe de Estado apoiado pelos Estados Unidos em abril
de 2002. O governo de Hugo Chávez enfrentaria a sua pior crise quando enfrentou uma greve da empresa estatal
Petróleos da Venezuela (PDVSA) de dezembro de 2002 a fevereiro de 2003, que praticamente paralisou a produção
de petróleo na Venezuela(…).
5
Além disso, Hugo Chávez, contrariando interesses de determinados grupos económicos sediados nos
Estados Unidos, agia desde o governo de Bill Clinton para frustrar a constituição da Área de Livre Comércio das
Américas (ALCA). Em contrapartida, o governo de Hugo Chávez efetivou um projeto alternativo de integração, a
Aliança Bolivariana para os Povos da nossa América – Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP), que, além da
Venezuela, reúne Cuba e outros seis países da América Latina e Caribe. No contexto da ALBA-TCP, a Venezuela
subsidia petróleo para vários países da ALBA e recebe principalmente géneros alimentícios em troca(…).
Foi neste contexto, que os Estados Unidos apoiaram em 2009 outro golpe de Estado, desta vez em
Honduras. O golpe(…) terminou com a deposição do presidente eleito e culminou com a saída de Honduras da
ALBA-TCP.
Os Estados Unidos, por fim, concentraram os seus esforços de guerra do Afeganistão e no Iraque. Os
combates no Afeganistão iniciaram-se em outubro de 2001 e continuam até o momento, pois há muitos focos de
resistência à ocupação estrangeira.
O Afeganistão está localizado numa região estratégica para os Estados Unidos do ponto de vista
geopolítico, pois se situa próximo a três potências mundiais emergentes, China (país fronteiriço), Índia e Rússia
e faz fronteira com dois países relevantes do ponto de vista militar, o Paquistão e o Irão.
O Irão, que possui uma das maiores reservas de petróleo do mundo, é uma ameaça a economia
americana, muito sensível à manutenção do comércio internacional de petróleo em dólares e às mudanças
dos s e u s preços visto que os Estados Unidos são, em simultâneo, um grande produtor e o maior
importador de petróleo do mundo. Logo, a ocupação do Afeganistão e do Iraque é uma forma dos Estados Unidos
intimidar o Irão, pois o Iraque, país fronteiriço, localiza-se ao oeste do Irão e o Afeganistão, outro país fronteiriço,
localiza-se ao leste do Irão.
Expostas as principais razões, para o estabelecimento da ocupação dos Estados Unidos no Afeganistão do
ponto de vista geopolítico, é necessário recordar que o Afeganistão se situa no caminho entre o mar Cáspio, região
produtora de petróleo e gás natural, e o oceano índico. Não é por acaso que os Estados Unidos
estabeleceram dois consultores envolvidos com o projeto do gasoduto transafegão nos anos de 1990(…).
O gasoduto, além de ser promissor do ponto de vista dos negócios decorrentes, se vier a se concretizar, terá
grandes consequências geopolíticas, especialmente para o Turcomenistão, que dependerá menos da Rússia para
comercializar a sua produção de gás natural. Todavia, o ambiente de turbulência no Afeganistão ainda não tem
contribuído para que o projeto avance (…).
Apesar dos poderosos interesses dos Estados Unidos, a Rússia firmou-se como potência energética
e continua a exercer forte influência sobre as demais ex-repúblicas soviéticas. Vladimir Putin, sucessor de Boris
Yeltsin, esteve na Presidência da Rússia de 2000 a 2008. Neste período, empreendeu grandes reformas no Estado
e na economia russos, em que o setor do petróleo e do gás natural voltou a desempenhar um papel-chave (…)
(…) A Ucrânia recebe parte do gás natural proveniente da Rússia como pagamento pela passagem do
gás natural exportado da Rússia para a Europa. A outra parte é comprada da Rússia. Em 2005 a Gazprom
decidiu equiparar os preços pagos pela Ucrânia ao mercado internacional instaurou-se o impasse (…)
(…)No final do mês o fornecimento foi restabelecido, todavia o impasse em relação aos preços permaneceu
até janeiro de 2009 e a desconfiança em relação à Ucrânia e à Rússia por parte da União Europeia permanece.
Outro caso polémico refere-se às relações entre a China e o Sudão, pois o Sudão é um dos maiores
fornecedoresdepetróleoparaaChina,queno quelhe concerne tem assentopermanente noConselho de Segurança da ONU,
portanto, direito a veto. Não fosse a demanda chinesa por petróleo, o Sudão estaria isolado e sufocado economicamente, sob
a acusação de abrigar terroristas e de violações aos direitos humanos.
Divididos entre muçulmanos, cristãos e animistas, os conflitos no Sudão intensificaram-se a partir de 2003,
sobretudo em Darfur, oeste do Sudão, em que dezenas de milhares de pessoas morreram. Os conflitos
culminaram na independência do Sudão do Sul, de maioria não muçulmana, do Sudão, de maioria muçulmana,
em 2011. Resta o impasse sobre a divisão da renda petrolífera, pois as reservas se concentram no Sudão do Sul,
mas que depende do Sudão para escoar a produção até o mar Vermelho (…)
A CNOOC, empresa controlada pelo Estado chinês, ofereceu US$ 18,5 bilhões pela UNOCAL, mas os
congressistas do Partido Republicano mobilizaram-se para impedir a aquisição, alegando ameaça à segurança
nacional (…)
Ao mesmo tempo, em que a China tem crescido economicamente e que, consequentemente, a sua
demanda tem aumentado por petróleo, os Estados Unidos procuraram dar prosseguimento a estratégia de
controlar grandes reservas no exterior para poder exercer pressão segundo os seus interesses, além de obter
outros benefícios, como as novas oportunidades de negócio no setor petrolífero, o suprimento próprio e o
6
suprimento de aliados.
Tendo fracassado em associar os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 ao regime de
Saddam Hussein, o governo de George W. Bush apelou para a necessidade de travar uma guerra preventiva, de
modo a impedir o uso de armas de destruição em massa que supostamente o regime de Saddam Hussein
pretendia utilizar contra os Estados Unidos e os seus aliados (…)
Em relação ao petróleo, os combates contribuíram para a queda da produção iraquiana em 2003(…)
(…) Os preços caíram em 2009 devido à crise económica mundial. Todavia os acontecimentos nos
primeiros meses de 2011 concorrerão para uma nova alta dos preços do petróleo
O início do ano de 2011 tem sido marcado por diversas manifestações de descontentamento com a situação
política, económica e social em diversos países como Grécia, Espanha, Chile, Índia, Costa do Marfim, entre outros.
Têm recebido especial atenção por parte dos meios de comunicação os conflitos no “mundo” árabe, que se
caracteriza por uma especificidade histórica, étnica, cultural e religiosa. Os conflitos no “mundo” árabe se
distinguem pelo enfrentamento a governos autoritários que se perpetuam no poder e pela sua relação com a
geopolítica da energia, como é o caso do Egito e da Líbia.
Os países árabes foram afetados pela crise económica mundial, sobretudo pela redução da demanda dos
recursos energéticos (petróleo e gás natural) que, consequentemente, levou à queda dos preços e das
receitas de exportação. Isso não afetou somente os países exportadores de petróleo e gás natural, como
também os países árabes não exportadores, pois a economia destes países depende dos recursos enviados às
famílias de expatriados que trabalham ou nos países exportadores de petróleo e/ou gás natural, como Arábia Saudita,
Kuwait, Emirados Árabes e Catar, ou na Europa, que passa por uma grave crise económica.
Outro aspeto da crise económica mundialque afetou os países árabes mais pobres está relacionado com os
altos preços dos alimentos. O crescimento económico de muitos países pobres no mundo nos últimos anos e
especialmente o crescimento da China aumenta a demanda por alimentos e consequentemente os preços.
Os déficits na balança de pagamentos, decorrente, dentre outros fatores, dos altos preços dos alimentos e da
queda dos preços do petróleo, agravaram as condições sociais da população destes países. A isto somou-se o
descontentamento com regimes autoritários que se perpetuam no poder.
Ben Ali, da Tunísia, estava no poder desde dezembro de 1987 até ser derrubado por um levante popular em
janeiro de 2011. Em seguida, Hosni Mubarak, do Egito, que estava no poder desde outubro de 1981, também
foi derrubado um levante popular em fevereiro de 2011.
Particularmente, o caso egípcio preocupou pela possibilidade de ascensão de um regime beligerante, que se
voltasse contra Israel e a favor da causa palestina. E, do ponto de vista da geopolítica da energia, temia-se que os
levantes interrompessem o fluxo de petróleo e gás natural pelo Canal de Suez, que poderia levar não somente ao
aumento de preços dos recursos energéticos, como a consequências imprevisíveis para a fragilizada
economia mundial.
Os Estados Unidos e as potências europeias ficaram muito preocupados com a queda de dois antigos
aliados. Devido à sua retórica democrática, os Estados Unidos e as potências europeias não puderam ser mais
contundentes na defesa d o s s e u s tradicionais aliados, pois os movimentos na Tunísia e no Egito possuem
aspirações democráticas, todavia podem levar ao poder lideranças que contrariem os interesses dos Estados
Unidos, da União Europeia e de Israel. Por isso, não tardou para que as potências ocidentais afirmassem a sua
hegemonia na região, incitando os conflitos na Líbia, de modo a afastar Muamar Kadafi do poder.
Contudo, a ação das potências ocidentais, foi muito além da criação da zona de exclusão aérea, já que a
Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) bombardeou as forças pró-Kadafi, contribuindo para a vitória
dos insurgentes, que estabeleceram um novo governo na Líbia. Durante a Guerra Civil Síria, o governo da União
Europeia passou a comprar petróleo de rebeldes sírios. Apesar do argumento usado nas guerras do século XXI de
que se fragiliza o adversário economicamente destruindo poços de petróleo e caminhões de combustível, foi
comprovado que esta atividade destrói o meio ambiente.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Geopol%C3%ADtica_do_petr%C3%B3leo
Questões– Refere três causas para os choquespetrolíferosque ocorreram no século XXI.
Indica três causas para o 11 de setembrode 2001.
Indica três consequênciasdo11 de Setembrode 2001 na:
a) Na política Interna norte-americana.
b) Na política externanorte-americana.
7
MUNDO PÓS- COVID
Dois anos e 11 meses.Esse é o tempo transcorrido desde a última vez que o barril de petróleo bruto do tipo
Brentsuperou pela última vez o limite dos 80 dólares (cerca de 430 reais, por um volume de quase 160 litros). Nesta
terça-feira, a principalreferência do petróleo na Europa ultrapassou novamente essa barreira,puxada pela recuperação
económica pós-pandemia,pelas crescentes dúvidas sobre a capacidade de alimentar o suficiente apetite global com a
atual oferta ― artificialmente limitada pela OPEP, organização que reúne alguns dos principais produtores ― e pela
conclusão de que as reservas existentes são menores que se estimava. Para trás, bem longe, ficam aqueles dias de abril
do ano passado quando a expansão da covid-19 mundo afora obrigava inúmeros investidores a pagarem para se
desfazer dos barris que tinham em carteira e aos quais não conseguiam dar saída.
Desde o começo de 2021, o preço do barril tipo Brentacumula uma alta superior a 50%, cifra às quais é preciso
somar as altas registadas já na etapa final do ano passado, quando a incipiente recuperação e as notícias positivas sobre
a vacina já começaram a aquecer os mercados de matérias-primas. Mas nestas últimas semanas dois novos fatores se
somaram ao perigoso coquetel que é para o Ocidente o encarecimento da energia ― mais inflação e uma mordida no
poder de compra dos consumidores:a crescente demanda da China e da Ásia em geral, e uma crescente preocupação
com a possibilidade de diminuição do abastecimento de combustíveis no Reino Unido, que fez os alarmes soarem e
desatou a formação de estoques motivados pelo pânico. Um ponto a mais de desequilíbrio num mercado já por si só
descompensado.
Apesar da alta acumulada,praticamente ninguém no mercado se atreve a dar a escalada por concluída.O último
grande nome a elevar as suas expectativas para o petróleo bruto foi o gigante norte-americano do investimento Goldman
Sachs, que já aponta para os 90 dólares por barril como próxima meta num horizonte nada longínquo, o final deste ano.
“Embora nossa visão sobre o petróleo sempre tenha sido de alta, o desequilíbrio atual entre a oferta e a procura é maior
que tínhamos previsto”, escrevemos seus analistas num relatório publicado nesta segunda-feira, horas antes de o Brent
superar a cota dos 80 dólares. “O repique vai continuar”, referenda à AFP John Driscollo, da consultoria JTD Energy
Services. “Não vejo sinal de que tenha tocado o teto.”
Nem a variante delta do vírus nem os temores sobre gargalos nas cadeias de suprimento que possam afetar o
crescimento mundial parecem suficientes para aliviar o viés de alta. A recuperação da demanda global de petróleo bruto
tem sido “inclusive mais rápida do que diziam os nossos prognósticos”, completam os especialistas em energia do
Goldman Sachs.E a escassez de reservas apontadas em recentes leituras dos principais países tampouco ajudou a
estabilizar as forças no mercado petroleiro. Pelo contrário.
https://brasil.elpais.com/economia/2021-09-28/barril-de-petroleo-supera-os-80-dolares-pela-primeira-vez-em-
quase-3-anos.html?event_log=oklogin
Questões- Indicaduas previsõespara o mundo pós-covid.

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Os choques do petróleo e a criação da OPEP

  • 1. 1 GEOGRAFIA C 12.º Ano Ficha informativa -Choques petrolíferos 11 de setembro Ano Letivo 2021/2022 A criação da OPEP e outros eventos que antecederam os choques do petróleo No pós-guerra, o preço do barril manteve-se estávelnas décadas de 1950 e 1960, oscilando entre US$ 1,50 e US$ 2,00. Contudo, o dólar desvalorizou no período, causando prejuízos aos países produtores. O petróleo barato foi essencial para a reconstrução da Europa ocidental e do Japão. Também foi fundamental para a consolidação da hegemonia dos Estados Unidos sobre o bloco capitalista e do estilo de vida consumista dos americanos, conhecido como american way of life, que foi utilizado como instrumento de propaganda contra a ameaça de expansão do comunismo. O mercado petrolífero era então dominado por um cartel de empresas transnacionais, conhecido como as “sete irmãs”. Cinco empresas eram sediadas nos Estados Unidos: a Standard Oil de New Jersey (Exxon), a Standard Oil de New York (Mobil), a Standard Oil da Califórnia (Chevron), a Texaco e a Gulf. Outra empresa era sediada no Reino Unido: a British Petroleum, atual BP.E a última era sediada nos Países Baixos e no Reino Unido: a Royal Dutch Shell. Havia ainda uma oitava empresa muito importante: a Companhia Francesa de Petróleo, hoje conhecida como Total. Países membros da OPEP em verde-escuro e ex-membros em verde claro. Em 1960, surge um cartel de países produtores para fazer frente ao cartel das transnacionais: a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP)A indústria petrolífera da União Soviética havia se recuperado após ter sido destruída na Segunda Guerra Mundial. E, agora, a União Soviética exportava petróleo para países fora do bloco socialista, como a Itália. A reação das transnacionais foi reduzir o preço do Petróleo para tirar a União Soviética do mercado dominado pelas transnacionais. A redução dos preços implicava na redução da renda petrolífera dos países produtores, pois era obtida através de impostos sobre os lucros líquidos e pelo pagamento de ‘royalties’. A OPEP, no início não foi bem-sucedida, pois o valor real dos preços do petróleo foi caindo ao longo dos anos de 1960 com a desvalorização do dólar e as transnacionais continuaram a negociar diretamente com os governos dos países produtores. Contudo, a procura crescente por fontes de petróleo, por parte de países como a Itália e o Japão e por empresas americanas independentes como a Getty Oil e a Ocidental, contribuiu para que os governos dos países produtores exigissem das empresas condições que lhe fossem mais favoráveis. A chamada repartição dos lucros líquidos fifty-fifty, ou meio a meio, foi conquistada primeiramente pela Venezuela, em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial, quando a Venezuela exercia um papel fundamental de fornecer petróleo para os Estados Unidos, enquanto os Estados Unidos forneciam petróleo
  • 2. 2 para os seus aliados na Europa. O fifty-fifty gradativamente tornou-se regra também no Oriente Médio, o que compensava em parte a perda pela desvalorização do dólar e pela manutenção dos preços do petróleo. Em 1967, Israel e os países árabes, liderados pelo Egito, travaram mais uma guerra, conhecida como a Guerra dos Seis Dias. O Egito, mesmo tendo sido derrotados por Israel, fechou o Canal de Suez, que ficou com o fluxo interrompido até 1975, encarecendo o transporte para o envio de petróleo para o mercado europeu. Enquanto o canal esteve fechado, os petroleiros teriam de contornar o Cabo da Boa Esperança, na extremidade sul da África. Questões-Indicadoisfatores que contribuiu parao aparecimento da OPEP. Indicao nome de todos os seus membros. Primeiro choque do petróleo (1973) Em 1969, um golpe de Estado derrubou a monarquia na Líbia e conduziu o coronel Muamar Kadafi ao poder. O novo governo passou a pressionar as companhias petrolíferas estrangeiras. Inicialmente, o governo exigiu um aumento de US$ 0,43 no preço do barril, mas a Exxon ofereceu apenas US$ 0,05. Na época, o Canal de Suez encontrava-se fechado e a Líbia fornecia 30% do petróleo consumido na Europa. A Líbia também pressionou a Ocidental , uma companhia independente dos Estados Unidos, cuja produção de petróleo se concentrava na Líbia. O governo líbio estabeleceu um corte na produção da Occidental, de 800 mil bpd para 500 mil bpd, de modo que a companhia cedesse às novas exigências. Por fim, o governo líbio conseguiu um aumento de US$ 0,30 no preço do barril e um aumento nos impostos sobre os lucros líquidos de 50% para 55%. Em 1971, pelo Acordo de Teerão, as companhias petrolíferas aceitaram a determinação da OPEP em estabelecer uma tributação mínima de 55% sobre os lucros líquidos um aumento de US$ 0 35 no preço do e aumentos programados para os próximos cinco anos. Em 1973, Anwar Sadat, que sucedera Gamal Abdel Nasser, após a sua morte em 1970, levou o Egito e a Síria a um ataque surpresa a Israel no feriado do Yom Kipur. O propósito do Egito era retomar a Península do Sinai e a Faixa de Gaza, conquistadas por Israel, em 1967, na Guerra dos Seis Dias. Embora Israel tenha derrotado rapidamente o Egito e a Síria, após a guerra, como resultado das negociações de paz, o Egito retomou o controle sobre a Península do Sinai, alcançando um dos seus principais objetivos. Como contrapartida, o Egito foi o primeiro país árabe a reconhecer a legitimidade da existência do Estado de Israel. Antes disso, no meio da Guerra do Yom Kipur, os países árabes produtores de petróleo impuseram um embargo aos Estados Unidos, que durante a guerra anunciou um pacote de ajuda militar de US$ 2,2 bilhões, além de reduzir progressivamente a produção de petróleo, medidas que contaram com ampla aprovação entre a população árabe,que,em geral,eram contra aexistência doEstadode Israel. E o embargo do petróleo dos países árabes se estendeu aos Países Baixos, a Portugal, à África do Sul e à Rodésia (atual Zimbábue), que apoiaram Israel. O efeito imediato ao Choque de 1973 foi a crise energética mundial. Foram tomadas, por toda parte, diversas medidas de racionamento e de uso mais eficiente da energia. Em 1974, foi criada a Agência Internacional de Energia (AIE) por 16 países do chamado Primeiro Mundo (países desenvolvidos do bloco capitalista) e a Turquia, de modo a coordenar ações de emergência em novas crises energéticas, além de ser um fórum permanente sobre segurança energética. Hoje, a AIE é constituída por 28 países, todos os membros da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), que reúne a maior parte dos países desenvolvidos do mundo. Questões- Indica dois fatores que levaram ao aumento do primeiro Choque petrolífero. Indica duas medidas usadas para fazer face a este primeiro choque petrolífero.
  • 3. 3 Segundo choque do petróleo (1979) Uma das principais razões para o Choque de 1979 foi a Revolução iraniana. E a outra foi a guerra entre o Iraque e o Irão. O aumento da renda petrolífera dos países exportadores de petróleo possibilitou ampliar a importação de bens e serviços, e a aplicação dos recursos excedentes no sistema financeiro das principais economias capitalistas. Isto contribuiu para a recuperação das principais economias capitalistas (1.º. Mundo). Os mais prejudicados foram os países pobres do chamado Terceiro Mundo que não produziam petróleo, que passaram a contrair empréstimos no exterior devido ao aumento dos preços dos produtos importados, que encareceram com o aumento do petróleo. Protesto em Washington, DC, Estados Unidos, contra a Revolução Iraniana. Com o progressivo aumento do rendimento petrolífera, o xá Reza Pahlevisuperou a sua insegurança, gerada pela forma como foi conduzido ao poder, ainda muito jovem e distante de seu pai, que estava no exílio. Assim, e liminou ou controlou os espaços políticos (partidos, sindicatos etc.) que pudessem representar alguma ameaça à sua hegemonia, tornando a religião o principal local de resistência ao seu despotismo. Além disso, o seu regime era caracterizado pelo colaboracionismo com as grandes potências, com o secularismo (o que particularmente irritava os mais religiosos), com a corrupção e com a concentração de renda e a consequente desigualdade social. Embora o Irão tenha se tornado um país muito rico, sobretudo após o Choque de 1973, o despotismo, a corrupção, a crise de valores (secularização contra o conservadorismo religioso) e a pobreza galvanizaram um levante contra um regime do xá por parte de todos os setores descontentes, como os comunistas, os nacionalistas e os democratas. Todavia, como o regime havia se caracterizado pela repressão violenta a todas as agremiações políticas divergentes,a revolução no Irão foi liderada pelos clérigos, que estavam mais organizados e mais próximos das aspirações populares. Em 1979, o xá Reza Pahlevi foge para o exílio e o aiatola Ruhollah Khomeini assume o poder do Irão, que se torna uma República Islâmica. As exportações de petróleo do Irão foram interrompidas no final de dezembro de 1978. A produção diária de petróleo, fora do bloco comunista, do primeiro trimestre de 1979 foi de 2 milhões bpd a menos comparada à produção do último trimestre de 1978.A crise prolongou-se porque o Iraque, em 1980, aproveitou-se da vulnerabilidade causada pela Revolução islâmica no Irão e, tentou tirar proveito, declarando-lhe guerra. Pelo Tratado de Argel de 1975, entre o Irão e o Iraque, o Irão rompeu com os curdos iraquianos que lutavam para constituir uma nação independente numa região petrolífera no Iraque. O Iraque, em troca, cedeu a margem leste do canal de Xatalárabe, um rio formado pela confluência dos rios Tigre e Eufrates e que desagua no Golfo Pérsico. Com a tomada do poder pelos religiosos xiitas, Saddam Hussein, que havia assumido o poder no Iraque em 1979, rompeu com o Tratado de Argel, reivindicando todo o canal de Xatalárabe e a autonomia do Cuzistão, uma região petrolífera e de maioria árabe. Se o Iraque anexasse o Cuzistão, além de se apropriar d o s
  • 4. 4 s e u s recursos petrolíferos, ampliaria a curtíssima saída do Iraque para o golfo Pérsico, melhorando significativamente a exportação do petróleo iraquiano. O Iraque possui uma costa de 58 Km de extensão. Já o Irão possui cerca de 1.700 Km de litoral no golfo Pérsico. Saddam Hussein, que era sunita, também sabia que as atividades políticas dos xiitas eram uma ameaça, pois a população do Iraque era e permanece a ser constituída maioritariamente por muçulmanos xiitas. Por isso, em 1978, Saddam Hussein, Ministro do Interior, a pedido do xá, expulsou o aiatolá Khomeini do Iraque. Depois de permanecer lá por catorze anos, Khomeini exilou-se na França e logo retornou para liderar o Irão. Além disso, o governo de Saddam Hussein pretendia enfraquecer a posição do Irã pós-Reza Palevi no golfo Pérsico, substituindo o Iraque no lugar do Irão como potência regional. No início dos ataques, 4 milhões bpd foram tirados do mercado, o que representava 15% da produção da OPEP. O petróleo árabe leve chegou a US$ 42,00 o barril. Questões -Indica dois fatores que levaram ao Choque petrolífero de 1979-1980. A geopolítica do petróleo no século XXI Em 2001, George W. Bush, filho do ex-presidente George H. W. Bush, assumiu a presidência dos Estados Unidos. George W. Bush,assim como o seu pai, já possuía negócios na área de petróleo antes de chegar à presidência. Logo no início do seu governo, George W. Bush constitui um grupo interministerial para formular uma nova política energética publicada emmaio de 2001(…). A nova política energética priorizava a maximização da produção interna e a garantia do acesso ao petróleo no exterior em detrimento de alternativas como o desenvolvimento de fontes renováveis e medidas para aumentar a eficiência energética. No meio da crise de legitimidade do governo de George W. Bush, em11 de setembro de 2001 aconteceu o mais terrível ataque terrorista da história. Dois aviões comerciais sequestrados por terroristas atingiram as duas torres do World Trade Center, na cidade de Nova York, e um terceiro o Pentágono,sede do Departamento de Defesa americano, sediado em Washington,capital dos Estados Unidos. Um quarto avião sequestrado foi abatido a tempo e não atingiu nenhum alvo específico.Cerca de três mil pessoas morreram nos ataques,incluindo as vítimas do quarto avião. Nenhum passageiro ou tripulante dos aviões sobreviveu. Kircher e Chávez discutindo sobre o Grande Gasoduto do Sul. O ataque teria sido executado pela Al-Qaeda. Por isso, o governo de George W. Bush lançou a “Guerra ao Terror”, tendo como alvos principais o Afeganistão e o Iraque, embora não houvesse nenhuma associação entre o governo de Saddam Hussein com a Al-Qaeda ou mesmo com o terrorismo(…). O início do século XXI também foi marcado pelo crescimento dos preços do petróleo.É possívelobservar que, neste período, a demanda tem crescido, especialmente devido ao crescimento económico da China e da Índia, e, em diversos momentos, a oferta tem sofrido quedas por guerras, conflitos e até mesmo catástrofes naturais, como a do furacão Katrina, em 2005, que interrompeu parcialmente a produção petrolífera no golfo do México, nos Estados Unidos. Uma das razões para o governo de George W. Bush ter elegido Saddam Hussein como um dos seus principais inimigos é que no ano 2000 o Iraque vendeu petróleo em Euros, ameaçando a hegemonia do dólar no comércio internacional de petróleo.E temia-se que o gesto fosse seguido por outros países exportadores, o que traria graves consequências para a economia dos Estados Unidos. A Venezuela, um dos principais fornecedores de petróleo para os Estados Unidos, que, presidida por Hugo Chávez desde 1999, voltou a cumprir as cotas estabelecidas pela OPEP e considerou fazer o mesmo que o Iraque, pois o dólar vinha perdendo valor frente ao Euro. Por isso, Hugo Chávez tornou-se outro inimigo do governo de George W. Bush, sendo inclusive vítima de um fracassado golpe de Estado apoiado pelos Estados Unidos em abril de 2002. O governo de Hugo Chávez enfrentaria a sua pior crise quando enfrentou uma greve da empresa estatal Petróleos da Venezuela (PDVSA) de dezembro de 2002 a fevereiro de 2003, que praticamente paralisou a produção de petróleo na Venezuela(…).
  • 5. 5 Além disso, Hugo Chávez, contrariando interesses de determinados grupos económicos sediados nos Estados Unidos, agia desde o governo de Bill Clinton para frustrar a constituição da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA). Em contrapartida, o governo de Hugo Chávez efetivou um projeto alternativo de integração, a Aliança Bolivariana para os Povos da nossa América – Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP), que, além da Venezuela, reúne Cuba e outros seis países da América Latina e Caribe. No contexto da ALBA-TCP, a Venezuela subsidia petróleo para vários países da ALBA e recebe principalmente géneros alimentícios em troca(…). Foi neste contexto, que os Estados Unidos apoiaram em 2009 outro golpe de Estado, desta vez em Honduras. O golpe(…) terminou com a deposição do presidente eleito e culminou com a saída de Honduras da ALBA-TCP. Os Estados Unidos, por fim, concentraram os seus esforços de guerra do Afeganistão e no Iraque. Os combates no Afeganistão iniciaram-se em outubro de 2001 e continuam até o momento, pois há muitos focos de resistência à ocupação estrangeira. O Afeganistão está localizado numa região estratégica para os Estados Unidos do ponto de vista geopolítico, pois se situa próximo a três potências mundiais emergentes, China (país fronteiriço), Índia e Rússia e faz fronteira com dois países relevantes do ponto de vista militar, o Paquistão e o Irão. O Irão, que possui uma das maiores reservas de petróleo do mundo, é uma ameaça a economia americana, muito sensível à manutenção do comércio internacional de petróleo em dólares e às mudanças dos s e u s preços visto que os Estados Unidos são, em simultâneo, um grande produtor e o maior importador de petróleo do mundo. Logo, a ocupação do Afeganistão e do Iraque é uma forma dos Estados Unidos intimidar o Irão, pois o Iraque, país fronteiriço, localiza-se ao oeste do Irão e o Afeganistão, outro país fronteiriço, localiza-se ao leste do Irão. Expostas as principais razões, para o estabelecimento da ocupação dos Estados Unidos no Afeganistão do ponto de vista geopolítico, é necessário recordar que o Afeganistão se situa no caminho entre o mar Cáspio, região produtora de petróleo e gás natural, e o oceano índico. Não é por acaso que os Estados Unidos estabeleceram dois consultores envolvidos com o projeto do gasoduto transafegão nos anos de 1990(…). O gasoduto, além de ser promissor do ponto de vista dos negócios decorrentes, se vier a se concretizar, terá grandes consequências geopolíticas, especialmente para o Turcomenistão, que dependerá menos da Rússia para comercializar a sua produção de gás natural. Todavia, o ambiente de turbulência no Afeganistão ainda não tem contribuído para que o projeto avance (…). Apesar dos poderosos interesses dos Estados Unidos, a Rússia firmou-se como potência energética e continua a exercer forte influência sobre as demais ex-repúblicas soviéticas. Vladimir Putin, sucessor de Boris Yeltsin, esteve na Presidência da Rússia de 2000 a 2008. Neste período, empreendeu grandes reformas no Estado e na economia russos, em que o setor do petróleo e do gás natural voltou a desempenhar um papel-chave (…) (…) A Ucrânia recebe parte do gás natural proveniente da Rússia como pagamento pela passagem do gás natural exportado da Rússia para a Europa. A outra parte é comprada da Rússia. Em 2005 a Gazprom decidiu equiparar os preços pagos pela Ucrânia ao mercado internacional instaurou-se o impasse (…) (…)No final do mês o fornecimento foi restabelecido, todavia o impasse em relação aos preços permaneceu até janeiro de 2009 e a desconfiança em relação à Ucrânia e à Rússia por parte da União Europeia permanece. Outro caso polémico refere-se às relações entre a China e o Sudão, pois o Sudão é um dos maiores fornecedoresdepetróleoparaaChina,queno quelhe concerne tem assentopermanente noConselho de Segurança da ONU, portanto, direito a veto. Não fosse a demanda chinesa por petróleo, o Sudão estaria isolado e sufocado economicamente, sob a acusação de abrigar terroristas e de violações aos direitos humanos. Divididos entre muçulmanos, cristãos e animistas, os conflitos no Sudão intensificaram-se a partir de 2003, sobretudo em Darfur, oeste do Sudão, em que dezenas de milhares de pessoas morreram. Os conflitos culminaram na independência do Sudão do Sul, de maioria não muçulmana, do Sudão, de maioria muçulmana, em 2011. Resta o impasse sobre a divisão da renda petrolífera, pois as reservas se concentram no Sudão do Sul, mas que depende do Sudão para escoar a produção até o mar Vermelho (…) A CNOOC, empresa controlada pelo Estado chinês, ofereceu US$ 18,5 bilhões pela UNOCAL, mas os congressistas do Partido Republicano mobilizaram-se para impedir a aquisição, alegando ameaça à segurança nacional (…) Ao mesmo tempo, em que a China tem crescido economicamente e que, consequentemente, a sua demanda tem aumentado por petróleo, os Estados Unidos procuraram dar prosseguimento a estratégia de controlar grandes reservas no exterior para poder exercer pressão segundo os seus interesses, além de obter outros benefícios, como as novas oportunidades de negócio no setor petrolífero, o suprimento próprio e o
  • 6. 6 suprimento de aliados. Tendo fracassado em associar os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 ao regime de Saddam Hussein, o governo de George W. Bush apelou para a necessidade de travar uma guerra preventiva, de modo a impedir o uso de armas de destruição em massa que supostamente o regime de Saddam Hussein pretendia utilizar contra os Estados Unidos e os seus aliados (…) Em relação ao petróleo, os combates contribuíram para a queda da produção iraquiana em 2003(…) (…) Os preços caíram em 2009 devido à crise económica mundial. Todavia os acontecimentos nos primeiros meses de 2011 concorrerão para uma nova alta dos preços do petróleo O início do ano de 2011 tem sido marcado por diversas manifestações de descontentamento com a situação política, económica e social em diversos países como Grécia, Espanha, Chile, Índia, Costa do Marfim, entre outros. Têm recebido especial atenção por parte dos meios de comunicação os conflitos no “mundo” árabe, que se caracteriza por uma especificidade histórica, étnica, cultural e religiosa. Os conflitos no “mundo” árabe se distinguem pelo enfrentamento a governos autoritários que se perpetuam no poder e pela sua relação com a geopolítica da energia, como é o caso do Egito e da Líbia. Os países árabes foram afetados pela crise económica mundial, sobretudo pela redução da demanda dos recursos energéticos (petróleo e gás natural) que, consequentemente, levou à queda dos preços e das receitas de exportação. Isso não afetou somente os países exportadores de petróleo e gás natural, como também os países árabes não exportadores, pois a economia destes países depende dos recursos enviados às famílias de expatriados que trabalham ou nos países exportadores de petróleo e/ou gás natural, como Arábia Saudita, Kuwait, Emirados Árabes e Catar, ou na Europa, que passa por uma grave crise económica. Outro aspeto da crise económica mundialque afetou os países árabes mais pobres está relacionado com os altos preços dos alimentos. O crescimento económico de muitos países pobres no mundo nos últimos anos e especialmente o crescimento da China aumenta a demanda por alimentos e consequentemente os preços. Os déficits na balança de pagamentos, decorrente, dentre outros fatores, dos altos preços dos alimentos e da queda dos preços do petróleo, agravaram as condições sociais da população destes países. A isto somou-se o descontentamento com regimes autoritários que se perpetuam no poder. Ben Ali, da Tunísia, estava no poder desde dezembro de 1987 até ser derrubado por um levante popular em janeiro de 2011. Em seguida, Hosni Mubarak, do Egito, que estava no poder desde outubro de 1981, também foi derrubado um levante popular em fevereiro de 2011. Particularmente, o caso egípcio preocupou pela possibilidade de ascensão de um regime beligerante, que se voltasse contra Israel e a favor da causa palestina. E, do ponto de vista da geopolítica da energia, temia-se que os levantes interrompessem o fluxo de petróleo e gás natural pelo Canal de Suez, que poderia levar não somente ao aumento de preços dos recursos energéticos, como a consequências imprevisíveis para a fragilizada economia mundial. Os Estados Unidos e as potências europeias ficaram muito preocupados com a queda de dois antigos aliados. Devido à sua retórica democrática, os Estados Unidos e as potências europeias não puderam ser mais contundentes na defesa d o s s e u s tradicionais aliados, pois os movimentos na Tunísia e no Egito possuem aspirações democráticas, todavia podem levar ao poder lideranças que contrariem os interesses dos Estados Unidos, da União Europeia e de Israel. Por isso, não tardou para que as potências ocidentais afirmassem a sua hegemonia na região, incitando os conflitos na Líbia, de modo a afastar Muamar Kadafi do poder. Contudo, a ação das potências ocidentais, foi muito além da criação da zona de exclusão aérea, já que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) bombardeou as forças pró-Kadafi, contribuindo para a vitória dos insurgentes, que estabeleceram um novo governo na Líbia. Durante a Guerra Civil Síria, o governo da União Europeia passou a comprar petróleo de rebeldes sírios. Apesar do argumento usado nas guerras do século XXI de que se fragiliza o adversário economicamente destruindo poços de petróleo e caminhões de combustível, foi comprovado que esta atividade destrói o meio ambiente. https://pt.wikipedia.org/wiki/Geopol%C3%ADtica_do_petr%C3%B3leo Questões– Refere três causas para os choquespetrolíferosque ocorreram no século XXI. Indica três causas para o 11 de setembrode 2001. Indica três consequênciasdo11 de Setembrode 2001 na: a) Na política Interna norte-americana. b) Na política externanorte-americana.
  • 7. 7 MUNDO PÓS- COVID Dois anos e 11 meses.Esse é o tempo transcorrido desde a última vez que o barril de petróleo bruto do tipo Brentsuperou pela última vez o limite dos 80 dólares (cerca de 430 reais, por um volume de quase 160 litros). Nesta terça-feira, a principalreferência do petróleo na Europa ultrapassou novamente essa barreira,puxada pela recuperação económica pós-pandemia,pelas crescentes dúvidas sobre a capacidade de alimentar o suficiente apetite global com a atual oferta ― artificialmente limitada pela OPEP, organização que reúne alguns dos principais produtores ― e pela conclusão de que as reservas existentes são menores que se estimava. Para trás, bem longe, ficam aqueles dias de abril do ano passado quando a expansão da covid-19 mundo afora obrigava inúmeros investidores a pagarem para se desfazer dos barris que tinham em carteira e aos quais não conseguiam dar saída. Desde o começo de 2021, o preço do barril tipo Brentacumula uma alta superior a 50%, cifra às quais é preciso somar as altas registadas já na etapa final do ano passado, quando a incipiente recuperação e as notícias positivas sobre a vacina já começaram a aquecer os mercados de matérias-primas. Mas nestas últimas semanas dois novos fatores se somaram ao perigoso coquetel que é para o Ocidente o encarecimento da energia ― mais inflação e uma mordida no poder de compra dos consumidores:a crescente demanda da China e da Ásia em geral, e uma crescente preocupação com a possibilidade de diminuição do abastecimento de combustíveis no Reino Unido, que fez os alarmes soarem e desatou a formação de estoques motivados pelo pânico. Um ponto a mais de desequilíbrio num mercado já por si só descompensado. Apesar da alta acumulada,praticamente ninguém no mercado se atreve a dar a escalada por concluída.O último grande nome a elevar as suas expectativas para o petróleo bruto foi o gigante norte-americano do investimento Goldman Sachs, que já aponta para os 90 dólares por barril como próxima meta num horizonte nada longínquo, o final deste ano. “Embora nossa visão sobre o petróleo sempre tenha sido de alta, o desequilíbrio atual entre a oferta e a procura é maior que tínhamos previsto”, escrevemos seus analistas num relatório publicado nesta segunda-feira, horas antes de o Brent superar a cota dos 80 dólares. “O repique vai continuar”, referenda à AFP John Driscollo, da consultoria JTD Energy Services. “Não vejo sinal de que tenha tocado o teto.” Nem a variante delta do vírus nem os temores sobre gargalos nas cadeias de suprimento que possam afetar o crescimento mundial parecem suficientes para aliviar o viés de alta. A recuperação da demanda global de petróleo bruto tem sido “inclusive mais rápida do que diziam os nossos prognósticos”, completam os especialistas em energia do Goldman Sachs.E a escassez de reservas apontadas em recentes leituras dos principais países tampouco ajudou a estabilizar as forças no mercado petroleiro. Pelo contrário. https://brasil.elpais.com/economia/2021-09-28/barril-de-petroleo-supera-os-80-dolares-pela-primeira-vez-em- quase-3-anos.html?event_log=oklogin Questões- Indicaduas previsõespara o mundo pós-covid.