2. PETRÓLEO
Falar de Geopolítica do Petróleo é falar dos cenários e dinâmicas políticas
globais referentes ao principal recurso natural da atualidade, que esteve em
boa parte dos últimos tempos em disputa pelas grandes potências
econômicas internacionais.
Engana-se quem acha que o petróleo seja somente utilizado como
combustível. Na verdade, ele possui outros usos, como a produção de
plástico, colchões, solventes, tintas e lubrificantes. Por esse motivo, esse
recurso possui um peso de ouro na economia internacional, que é bastante
vulnerável às oscilações do seu preço, a exemplo do que aconteceu na
década de 1970, na chamada Crise do Petróleo.
3.
4. Como o Petróleo é
formado?
A formação do petróleo vem da deposição, no fundo de lagos e mares, de
restos de animais e vegetais mortos ao longo de milhares de anos. Estes restos
iam sendo cobertos por sedimentos, e mais tarde esses sedimentos se
transformaram em rochas sedimentares. Pela ação do calor e da alta pressão
provocados pelo empilhamento dessas camadas, possibilitou reações
complexas, formando o petróleo. Devido a essas circunstâncias em que foi
formado, o petróleo encontrado em cavidades existentes entre as camadas do
subsolo.
Para que ocorra a formação do petróleo é necessária a deposição e
preservação de matéria orgânica nas bacias sedimentares (principalmente
restos de plantas e bactérias).
5.
6. Petróleo no Brasil
No Brasil, a primeira sondagem foi realizada em São Paulo, entre 1892-1896,
por Eugênio Ferreira de Camargo, quando ele fez a primeira perfuração na
profundidade de 488 metros; contudo, o poço jorrou somente água sulfurosa. Foi
somente no ano de 1939 que foi descoberto o óleo de Lobato na Bahia.
A Petrobras foi criada, em 1954, com o objetivo de monopolizar a exploração do
petróleo no Brasil. A partir daí muitos poços foram perfurados. Atualmente, a
Petrobras está entre as maiores empresas petrolíferas do mundo.
7. PRINCIPAIS ESTADOS PRODUTORES DE PETRÓLEO NO BRASIL
LUGAR ESTADO BARRIS DIA
1. Rio de Janeiro 1,2 milhão
2. Rio Grande do Norte 81,5 mil
3. Bahia 45,0 mil
4. Amazonas 42,5 mil
5. Espírito Santo 40,7 mil
6. Sergipe 40,0 mil
8. PRÉ-SAL
A camada pré-sal é uma formação geológica de aproximadamente 150 milhões
de anos que se formou com a separação dos continentes africano e sul-
americano, ao longo das bacias de Santos, Campos e Espírito Santo.
As maiores reservas conhecidas em área pré-sal no mundo ocorreram no litoral
brasileiro, onde passaram a ser conhecidas como “petróleo do pré-sal” ou
simplesmente “pré-sal”.
O termo pré é utilizado porque, ao longo do tempo, essas rochas foram
sendo depositadas antes da camada de sal. A profundidade total dessas
rochas, que é a distância entre a superfície do mar e os reservatórios de
petróleo abaixo da camada de sal, pode chegar a mais de 7 mil metros.
9.
10. Quem são os países envolvidos na Geopolítica do Petróleo?
Podemos dizer que, de modo geral, os principais atores na Geopolítica do
Petróleo são aqueles países que possuem amplas reservas desse recurso e
também aqueles que o consomem em grande quantidade. Assim, os
membros da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo)
fazem parte dessa dinâmica, além de outras nações como os Estados Unidos
e China, que estão entre os maiores consumidores da atualidade. Observe o
quadro abaixo:
11.
12. Qual é o papel do Brasil na Geopolítica do Petróleo?
O Brasil também está entre os grandes produtores de petróleo no mundo.
As descobertas das reservas na região do pré-sal, bem como os recentes
processos que envolveram o leilão das concessões de exploração no
campo de Libra, intensificaram a presença brasileira no contexto dessa
questão. Inclusive, descobriu-se em 2013 que a Petrobras chegou a ser
espionada pela Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados
Unidos, que estava à procura de informações detalhadas sobre o petróleo
brasileiro.
Atualmente, o Brasil é o décimo terceiro maior produtor de petróleo, mas a
previsão é de que o país esteja, em 2020, entre os sete maiores, uma vez
que as explorações na região do Pré-Sal ainda não ocorreram de forma
mais intensa. Isso deve fazer com que o país também figure entre os
grandes exportadores, não sendo descartada a sua entrada na OPEP.
13. China
Civilização milenar A China surgiu há 4 mil anos e tornou-se um grande
império no século II a.C. No século XIX, a região era explorada pelo Reino Unido,
e os conflitos da dominação resultaram nas duas Guerras do Ópio (1839/1842 e
1856/1860).
16. Paradoxo Político
O governo comunista garante o desenvolvimento de empresas capitalistas. O
regime diz representar os operários, mas não assegura direitos básicos. A
China é conhecida pela censura aos meios de comunicação, imposta pelo
PCCh.
Problemas:
-Embora apresente todos estes dados de crescimento econômico, a China
enfrenta algumas dificuldades. Grande parte da população ainda vive em
situação de pobreza, principalmente no campo. A utilização em larga escala de
combustíveis fósseis (carvão mineral e petróleo) tem gerado um grande nível
de poluição do ar. Os rios também têm sido vítimas deste crescimento
econômico, apresentando altos índices de poluição. Os salários, controlados
pelo governo, coloca os operários chineses entre os que recebem uma das
menores remunerações do mundo. Mesmo assim, o crescimento chinês
apresenta um ritmo alucinante, podendo transformar este país, nas próximas
décadas, na maior economia do mundo.
-- Os dados da econômia chinesa, referentes ao ano de 2015 e 1º semestre de
2016, mostram que o país vem apresentando uma leva desaceleração
econômica nos últimos semestres.
19. Século XX: Mudanças radicais
Em 1917, aconteceu a revolução Russa, conhecida como revolução
Bolchevique, liderada por Lênin, derrubou o Czarismo e adotou o sistema
socialista de economia estatal e planificada.
Em 1922, surgiu a (URSS) União das Repúblicas Socialistas Soviéticas,
encerrando a guerra, que se tornou uma grande potência e passou a ser
adversária de outra potência, os EUA.
A URSS queria expandir o socialismo pelo mundo, enquanto que seu
oponente representava o capitalismo, cada um queria exercer hegemonia.
Esse desconforto ou disputa, por colocar em prática um sistema político-
econômico, ficou conhecido por Guerra Fria.
A URSS perdurou até 1991, por causa do fechamento econômico e político, e
principalmente pelo estacionamento tecnológico e econômico, a URSS não
conseguiu competir no mercado mundial. Outro fator foi o direcionamento na
produção bélica, deixando de lado a produção de bens de consumo.
No século XXI, a Rússia tem enfrentado problemas de países de terceiro
mundo, como crises econômicas, grande número de desempregados e
pobreza da população.
20. A indústria Russa
As indústrias Russas estão concentradas na parte europeia, região mais
desenvolvida.
Uma década após o fim do socialismo a economia e, principalmente, o setor industrial
ainda possui heranças da política socialista que deixou a Rússia atrasada
tecnologicamente em relação às nações capitalistas.
Um dos principais erros que comprometeram a indústria russa foi o direcionamento na
produção de indústria base e não de bens de consumo, hoje os seus produtos são de
pouca qualidade.
Outra barreira encontrada pela atividade industrial é a matéria-prima, depois da
fragmentação do território algumas repúblicas se tornaram independentes, algumas
com jazidas em seu território, isso focou o aumento do valor e automaticamente do
custo.
A Rússia tem produzido produtos primários que tem pouco valor em relação aos
produtos industrializados, que geralmente são produtos de tecnologia avançada,
atualmente alguns segmentos têm prosperado, outros não.
21. Geopolítica
A IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA DA CRIMEIA
A Crimeia é uma província semiautônoma da Ucrânia localizada na região sul do
país, em uma península situada às margens do Mar Negro. Trata-se de uma zona
que, apesar de fazer parte do território ucraniano, ainda possui fortes relações
étnicas e políticas com a Rússia, sendo um dos principais entraves entre os dois
países em âmbito diplomático.
O principal valor estratégico da Crimeia é, sem dúvida, a sua posição geográfica.
A região representa uma saída importante para o Mar Negro, que é o único porto
de águas quentes da Rússia. Isso significa que essa zona possui relevância tanto
em nível comercial quanto no plano militar para os russos, por facilitar a
movimentação de cargas e por garantir o controle do canal que liga esse mar ao
Mar de Arzov, conforme podemos observar no mapa a seguir:
22. Os protestos na Ucrânia e a derrubada do presidente Victor
Yanukovich
O estopim para a eclosão de um cenário que já apresentava certa
instabilidade política ocorreu quando o então presidente da Ucrânia, Victor
Yanukovich, refugou em assinar um acordo que estava previamente
firmado com a União Europeia. Tratava-se de um contrato de livre-
comércio que praticamente incluiria a Ucrânia na União Europeia e a
afastaria comercial e politicamente da CEI (Comunidade dos Estados
Independentes) e, consequentemente, da Rússia.
A recusa de Yanukovich em assinar o tratado ocorreu pela pressão
exercida pelo presidente russo, Vladimir Putin, haja vista que os ucranianos
são extremamente dependentes do gás russo como fonte de energia. Além
disso, a Rússia ofereceu uma série de acordos que totalizaria uma ajuda
de 15 bilhões de dólares para fortalecer a economia da Ucrânia.
Esse acontecimento era o que os movimentos pró-Europa precisavam para
manifestar os seus descontentamentos com o governo, que era
politicamente conduzido pelos grupos pró-Rússia. Assim, iniciou-se uma
série de protestos na Ucrânia pedindo não só a reaproximação com a UE,
mas também a deposição do presidente Yanukovich.
23. Após essa série de protestos na Ucrânia, que mobilizou uma considerável
quantidade de habitantes no país, marcada pelos confrontos com a política, a
tomada e queima de prédios públicos, além do registro de algumas mortes,
uma série de transformações ocorreu. A primeira delas foi a renúncia do
então Primeiro-Ministro Mykola Azarov em Janeiro de 2014. A segunda foi a
derrubada e exílio de Viktor Yanukovich, que foi substituído por um governo
provisório composto pelas forças políticas acima mencionadas.
A postura geopolítica da Rússia e a questão da Crimeia
O presidente Vladimir Putin, como era de se esperar, reagiu imediatamente à
mudança política na Ucrânia, considerando a derrubada do presidente como
um Golpe de Estado e iniciou uma série de retaliações ao país. A principal
delas foi o início de uma intervenção sobre a Crimeia, uma província
localizada no sul da Ucrânia e de grande valor estratégico, principalmente por
se localizar em uma península banhada pelo Mar Negro, constituindo uma
ótima saída para o mar.
24. A Crimeia, na verdade, pertencia à Rússia, e mais da metade de sua
população fala o idioma russo. Esse território foi cedido à Ucrânia em 1954,
quando esta ainda fazia parte da URSS, pelo presidente soviético Nikita
Khrushchev, que era ucraniano. Por isso, Putin considera que as
transformações políticas no país configuram uma ameaça à segurança dos
cidadãos russos residentes na província em questão.
Em 2010, inclusive, havia sido feito um acordo entre os dois países sobre a
questão da Crimeia, em que os russos foram autorizados a instalar uma
base militar na cidade de Sebastopol, no extremo sul da península, o que
se mantém ainda hoje. Em troca, na época, a Rússia concedeu cerca de 40
bilhões de dólares em gás natural.
25. Após a tomada do poder pelas forças ucranianas, a primeira ação de Putin
foi militarizar a região da Crimeia, ocupando aeroportos e bases militares. A
ação foi facilitada pela pouca resistência do governo ucraniano e pelo fato
de as forças militares da Crimeia serem, em grande parte, formadas por
cidadãos de origem ou descendência russa. Essa decisão gerou um agravo
nas relações diplomáticas, uma vez que Estados Unidos e União Europeia
reagiram prontamente, ameaçando o estabelecimento de sanções
diplomáticas contra a Rússia.
26. O Kremlin (sede do governo russo) não recuou e continuou com as suas
intenções de anexar a Crimeia como parte de seu território. Por isso, foi
marcado um referendo no local em que a população dessa província
decidiria o futuro do país, o que ocorreu no dia 16 de março, com
resultado vitorioso para os russos, sendo 96.7% dos votos favoráveis à
anexação territorial.
Com isso, sanções e pressões externas foram impostas pelos norte-
americanos e europeus. No entanto, elas resumiram-se ao congelamento
de bens de alguns diplomatas russos e restrições na emissão de vistos, o
que pode ser considerado como pouco significativo em termos
geopolíticos.
Apesar disso, a situação vem se tornando cada vez mais tensa, uma vez
que uma provável guerra entre Rússia e Ucrânia eleva os temores de um
conflito de amplas dimensões envolvendo potências nucleares, pois tal
evento forçaria uma possível intervenção da OTAN (Organização do
Tratado do Atlântico Norte).
28. A Rússia não entra na Síria apenas para manter seu aliado Assad no
poder ou para provocar o Ocidente. A intervenção na Síria é apenas a
primeira de uma série de intervenções que os novos centros de poder
não poderão evitar nos próximos anos.
E a causa é tão simples quanto preocupante: EUA, Europa e Japão
simplesmente já não conseguem manter um mínimo de estabilidade
geopolítica para além de suas fronteiras. As áreas nas quais eles
intervêm diplomática ou militarmente simplesmente se tornam
Estados falidos.
A razão aqui é a insistência em repetir modelos econômicos e
políticos que foram bem-sucedidos no passado, mas que já não
funcionam no mundo de hoje. Ironicamente, essa era a estratégia da
União Soviética durante sua decadência e que a levou ao colapso
29.
30. O mais interessante é que o maior risco para a Rússia talvez seja o de a
intervenção resultar não em uma derrota, mas sim em uma vitória
retumbante do Presidente Assad contra o Estado Islâmico e contra a Al-
Qaeda. Pois nesse caso, por várias razões, a transição de poder
geopolítico global se aceleraria muito, e crises políticas
extraordinariamente sérias poderiam levar o Ocidente até mesmo à
implosão, atirando o mundo em uma fase de caos geopolítico. Os
estrategistas em Moscou e nas outras novas capitais geopolíticas do
mundo deveriam levar essa hipótese em séria consideração.
31. UNIÃO EUROPÉIA
A União Europeia é o maior bloco econômico do mundo, conhecido
pela livre circulação de bens, pessoas e mercadorias e pela adoção de
uma moeda única: o euro. A origem data, oficialmente, o dia 07 de
Fevereiro de 1992, mas sua criação esteve intimamente ligada a
processos anteriores de criação de um grande bloco econômico
europeu.
32. Confira abaixo os principais tratados dos países europeus e adesão dos
países:
1957 -Tratado de Roma. Institui a Comunidade Econômica Europeia
(CEE) e a Comunidade Europeia da Energia Atômica (Euratom) e
aprofundou a integração econômica europeia;
1965 – Tratado de Bruxelas. Simplifica o funcionamento das três
instituições europeias como a CEE, a Euratom e a CECA - Comunidade
Econômica Europeia do Carvão e do Aço que são substituídos pela
1988 – Ato Único Europeu. Propõe medidas para criação de um
mercado único. Aderem Portugal e Espanha.
1992 – Tratado de Maastricht – Criação da União Europeia
1997 – Tratado de Amsterdã – Reforma das instituições para adesão de
mais países à EU. A Áustria, Finlândia e Suécia aderem a UE
33. 2001 – Tratado de Nice. Nova reforma na instituição para adesão de 10
países: República Checa, Estónia, Chipre, Letónia, Lituânia, Hungria,
Malta, Polónia, Eslováquia e Eslovénia.
2004 – Tratado de Roma - Este novo tratado em Roma buscava criar uma
Constituição para a Europa, porém, por motivos de desacordos os países
não chegaram a um consenso e não assinaram o tratado.
2007 – Tratado de Lisboa – Busca tornar a UE mais democrática e eficaz
para resolver problemas sociais e ambientais, como as mudanças
climáticas e ajuda humanitária. Romênia e Bulgária aderem à UE.
2013 – A Croácia adere à UE
2016 – Num plebiscito popular o Reino Unido vota a favor de sua saída da
UE.
35. Os pontos-chave
1. Plebiscito do Reino Unido votou por saída da União Europeia e a
decisão histórica foi chamada de Brexit.
2. Políticos britânicos que apoiam a saída consideram que o Reino
Unido deve criar restrições a imigrantes e de exercer uma política
econômica independente da União Europeia.
3. A grave recessão econômica e o aumento do número de refugiados
reacendeu o sentimento anti-imigração, a xenofobia e o medo de que
os estrangeiros passem a competir no mercado de trabalho com o
cidadão britânico.
4. A decisão do Reino Unido pode balançar o futuro da União
Europeia e estimular outros países-membros a sair do bloco.
36. Em junho, um plebiscito foi realizado por todo o Reino Unido,
perguntando se a população queria continuar ou sair da União Europeia
(UE). A votação foi apertada e apontou que 52% dos britânicos apoiam
a saída do bloco comum. A decisão gerou grande repercussão.
Após a inesperada vitória do “sim”, o primeiro-ministro britânico David
Cameron anunciou que vai renunciar, por não concordar com o
resultado. "Um novo primeiro-ministro precisa liderar as negociações
sobre a saída da Grã-Bretanha da UE", disse ele.
O Reino Unido é formado pela Inglaterra, País de Gales, Irlanda do
Norte e Escócia. A União Europeia foi criada oficialmente em 1992 e se
tornou o maior bloco econômico do mundo, com 28 países da Europa.
Suas origens remontam à Comunidade Econômica Europeia (CEE),
criada em 1957. O Reino Unido aderiu à CEE em 1973.