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Metais e ligas Página 1/3
DEPARTAMENTO DE BIOMATERIAIS E BIOLOGIA ORAL
Disciplina ODB 401 – Materiais para uso indireto
Roteiro de estudos – Data: 16/03/2017
Metais e Ligas (Prof. Rafael)
1 Introdução
 Objetivos da aula:
o Entender alguns dos elementos que determinam as propriedades dos metais.
o Entender como é possível que metais com a mesma composição apresentem
propriedades diferentes.
 Conceitos importantes:
o Metal: É difícil conceituar de forma completa e precisa o que é um metal, pois não
existe uma única propriedade ou característica que defina este material. As
características mais comuns são: boa condutividade térmica e elétrica, som metálico
(quando atingido por um objeto duro) e brilho (quando a superfície está limpa e
polida). As propriedades do metal puro podem mudar bastante quando ele se combina
com outro elemento, para formar uma liga metálica.
o Liga metálica: Substância cristalina com propriedades metálicas, composta por dois
ou mais elementos químicos, onde pelo menos um deles é um metal.
OBS: Neste roteiro, os termos metais e ligas são usados indistintamente.
o Estrutura cristalina: os átomos se organizam em uma configuração espacial regular
(célula elementar), que se repete inúmeras vezes, formando uma grade cristalina.
o Tipos de grade cristalina: o tipo da grade depende da configuração da célula
elementar. A maior parte dos metais utilizados na Odontologia possui grade cúbica de
corpo centrado ou cúbica de face centrada.
o As alterações microestruturais que ocorrem durante a solidificação, encruamento ou
tratamento térmico influenciam de forma significativa as propriedades do metal ou liga.
o Microestrutura: conjunto de características observadas em microscópio, após
tratamento da superfície (plana e polida) do metal com processos químicos que
possibilitam a visualização das diferentes fases.
o Fases metálicas (micro ou macro): região fisicamente homogênea e distinta do metal
ou da liga.
2 Solidificação dos metais (passagem do estado líquido para sólido)
 A solidificação começa com a formação de núcleos de cristalização (embriões) no metal
líquido.
 Os núcleos de cristalização vão crescendo até encontrar o cristal vizinho, formando os
grãos cristalinos.
 Devido à diferença na orientação da grade cristalina entre os núcleos de cristalização
adjacentes, quando os grãos se encontram, forma-se uma região com desarranjo atômico.
Esta região é denominada de limite granular (ou substância intergranular ou contorno dos
grãos).
 É possível encontrar ou produzir artificialmente um material formado por um único cristal
(monocristal), desde que consiga controlar bem as condições de resfriamento (como, por
exemplo: velocidade de resfriamento bem baixa e ausência de impurezas). Estes
materiais tem aplicação em microcircuitos eletrônicos. Em Odontologia, o que
encontramos são materiais policristalinos.
Metais e ligas Página 2/3
3 Imperfeições cristalinas
 Os materiais cristalinos contêm algumas discordâncias (imperfeições na grade cristalina)
que são formadas durante a solidificação ou deformação plástica, ou ainda como
consequência de tensões geradas com o resfriamento rápido.
 Os limites granulares são exemplos de regiões onde predominam imperfeições na
estrutura cristalina.
 A deformação plástica macroscópica corresponde ao movimento das discordâncias em
um plano de deslizamento. Assim, a resistência mecânica do material pode ser
aumentada por mecanismos que promovam um travamento a estes deslocamentos, como:
diminuição do tamanho dos grãos (pois aumenta a proporção de substância intergranular),
formação de liga por solução sólida e encruamento (este último está detalhado no item 4).
Estes mecanismos promovem, além do aumento da resistência mecânica, aumento do
limite de elasticidade (e de proporcionalidade) e diminuição da ductilidade e da resistência
à corrosão.
 Solução sólida: a grade cristalina é formada por átomos de metais diferentes. Podem ser
de dois tipos:
o Substitutiva: átomos de tamanhos semelhantes; ocorre substituição de átomos do
cristal.
o intersticial átomos de tamanhos diferentes; átomos do metal menor ocupam
espaços (“interstícios”) presentes na grade do átomo maior.
 De modo geral, quanto menor o tamanho dos grãos, maior a resistência mecânica e
menor a resistência à corrosão. Tamanho dos grãos pode ser controlado pela velocidade
de resfriamento (resfriamento rápido – grãos menores; resfriamento lento- grãos maiores)
e pela inclusão de um metal refinador de grãos (com temperatura de fusão muito maior).
4 Metais trabalhados mecanicamente/ Tratamento térmico irreversível
 Quando o metal é submetido a trabalho mecânico a frio (encruamento), ocorre uma
deformação do formato do grão (que fica alongado) e um aumento na densidade de
discordâncias (defeitos) na grade cristalina, que promove aumento no limite de
proporcionalidade, limite de elasticidade e dureza e diminuição da ductilidade e da
resistência à corrosão.
 Os efeitos do encruamento podem ser revertidos por um tratamento térmico
(recozimento), que consiste em um aquecimento do metal a uma temperatura próxima,
mas abaixo do seu ponto de fusão. Pode ser dividido em 3 estágios sucessivos, conforme
o aumento do tempo e/ou da temperatura:
o recuperação (alívio de tensões) - Consiste basicamente em eliminar as tensões
residuais do encruamento sem mudar o formato alongado do grão. Os efeitos do
encruamento começam a desaparecer, mas de forma muito discreta: observa-se uma
pequena diminuição na resistência mecânica e praticamente nenhuma alteração na
ductilidade. A resistência à corrosão é melhorada.
o recristalização - A recristalização ocorre se o metal for aquecido acima da faixa de
temperatura de recuperação ou se for aquecido por mais tempo (na faixa de
temperatura de recuperação). Consiste em uma mudança significativa da
microestrutura: o grão volta a ficar equiaxial (arredondado). Os átomos se organizam
em uma configuração de menor energia, sendo que ao final da recristalização a
microestrutura, e, consequentemente, a ductilidade, são semelhantes às da condição
original, antes do encruamento.
o crescimento granular - Se o aquecimento for ainda mais prolongado, ou se a
temperatura for ainda mais alta, o metal passará pela fase de crescimento granular,
que consiste na coalescência de grãos do metal, diminuindo a proporção de
substância intergranular. Como consequência da diminuição da proporção de limites
granulares ocorre aumento da ductilidade e diminuição da resistência mecânica.
Metais e ligas Página 3/3
5 Tratamento térmico reversível (estudar no livro)
6 Onde saber mais:
 Anusavice, K. Phillips Materiais Dentários. Elsevier, 12a ed, 2013. Capítulo 5 e 17

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Sobre Metais e Ligas metálicas

  • 1. Metais e ligas Página 1/3 DEPARTAMENTO DE BIOMATERIAIS E BIOLOGIA ORAL Disciplina ODB 401 – Materiais para uso indireto Roteiro de estudos – Data: 16/03/2017 Metais e Ligas (Prof. Rafael) 1 Introdução  Objetivos da aula: o Entender alguns dos elementos que determinam as propriedades dos metais. o Entender como é possível que metais com a mesma composição apresentem propriedades diferentes.  Conceitos importantes: o Metal: É difícil conceituar de forma completa e precisa o que é um metal, pois não existe uma única propriedade ou característica que defina este material. As características mais comuns são: boa condutividade térmica e elétrica, som metálico (quando atingido por um objeto duro) e brilho (quando a superfície está limpa e polida). As propriedades do metal puro podem mudar bastante quando ele se combina com outro elemento, para formar uma liga metálica. o Liga metálica: Substância cristalina com propriedades metálicas, composta por dois ou mais elementos químicos, onde pelo menos um deles é um metal. OBS: Neste roteiro, os termos metais e ligas são usados indistintamente. o Estrutura cristalina: os átomos se organizam em uma configuração espacial regular (célula elementar), que se repete inúmeras vezes, formando uma grade cristalina. o Tipos de grade cristalina: o tipo da grade depende da configuração da célula elementar. A maior parte dos metais utilizados na Odontologia possui grade cúbica de corpo centrado ou cúbica de face centrada. o As alterações microestruturais que ocorrem durante a solidificação, encruamento ou tratamento térmico influenciam de forma significativa as propriedades do metal ou liga. o Microestrutura: conjunto de características observadas em microscópio, após tratamento da superfície (plana e polida) do metal com processos químicos que possibilitam a visualização das diferentes fases. o Fases metálicas (micro ou macro): região fisicamente homogênea e distinta do metal ou da liga. 2 Solidificação dos metais (passagem do estado líquido para sólido)  A solidificação começa com a formação de núcleos de cristalização (embriões) no metal líquido.  Os núcleos de cristalização vão crescendo até encontrar o cristal vizinho, formando os grãos cristalinos.  Devido à diferença na orientação da grade cristalina entre os núcleos de cristalização adjacentes, quando os grãos se encontram, forma-se uma região com desarranjo atômico. Esta região é denominada de limite granular (ou substância intergranular ou contorno dos grãos).  É possível encontrar ou produzir artificialmente um material formado por um único cristal (monocristal), desde que consiga controlar bem as condições de resfriamento (como, por exemplo: velocidade de resfriamento bem baixa e ausência de impurezas). Estes materiais tem aplicação em microcircuitos eletrônicos. Em Odontologia, o que encontramos são materiais policristalinos.
  • 2. Metais e ligas Página 2/3 3 Imperfeições cristalinas  Os materiais cristalinos contêm algumas discordâncias (imperfeições na grade cristalina) que são formadas durante a solidificação ou deformação plástica, ou ainda como consequência de tensões geradas com o resfriamento rápido.  Os limites granulares são exemplos de regiões onde predominam imperfeições na estrutura cristalina.  A deformação plástica macroscópica corresponde ao movimento das discordâncias em um plano de deslizamento. Assim, a resistência mecânica do material pode ser aumentada por mecanismos que promovam um travamento a estes deslocamentos, como: diminuição do tamanho dos grãos (pois aumenta a proporção de substância intergranular), formação de liga por solução sólida e encruamento (este último está detalhado no item 4). Estes mecanismos promovem, além do aumento da resistência mecânica, aumento do limite de elasticidade (e de proporcionalidade) e diminuição da ductilidade e da resistência à corrosão.  Solução sólida: a grade cristalina é formada por átomos de metais diferentes. Podem ser de dois tipos: o Substitutiva: átomos de tamanhos semelhantes; ocorre substituição de átomos do cristal. o intersticial átomos de tamanhos diferentes; átomos do metal menor ocupam espaços (“interstícios”) presentes na grade do átomo maior.  De modo geral, quanto menor o tamanho dos grãos, maior a resistência mecânica e menor a resistência à corrosão. Tamanho dos grãos pode ser controlado pela velocidade de resfriamento (resfriamento rápido – grãos menores; resfriamento lento- grãos maiores) e pela inclusão de um metal refinador de grãos (com temperatura de fusão muito maior). 4 Metais trabalhados mecanicamente/ Tratamento térmico irreversível  Quando o metal é submetido a trabalho mecânico a frio (encruamento), ocorre uma deformação do formato do grão (que fica alongado) e um aumento na densidade de discordâncias (defeitos) na grade cristalina, que promove aumento no limite de proporcionalidade, limite de elasticidade e dureza e diminuição da ductilidade e da resistência à corrosão.  Os efeitos do encruamento podem ser revertidos por um tratamento térmico (recozimento), que consiste em um aquecimento do metal a uma temperatura próxima, mas abaixo do seu ponto de fusão. Pode ser dividido em 3 estágios sucessivos, conforme o aumento do tempo e/ou da temperatura: o recuperação (alívio de tensões) - Consiste basicamente em eliminar as tensões residuais do encruamento sem mudar o formato alongado do grão. Os efeitos do encruamento começam a desaparecer, mas de forma muito discreta: observa-se uma pequena diminuição na resistência mecânica e praticamente nenhuma alteração na ductilidade. A resistência à corrosão é melhorada. o recristalização - A recristalização ocorre se o metal for aquecido acima da faixa de temperatura de recuperação ou se for aquecido por mais tempo (na faixa de temperatura de recuperação). Consiste em uma mudança significativa da microestrutura: o grão volta a ficar equiaxial (arredondado). Os átomos se organizam em uma configuração de menor energia, sendo que ao final da recristalização a microestrutura, e, consequentemente, a ductilidade, são semelhantes às da condição original, antes do encruamento. o crescimento granular - Se o aquecimento for ainda mais prolongado, ou se a temperatura for ainda mais alta, o metal passará pela fase de crescimento granular, que consiste na coalescência de grãos do metal, diminuindo a proporção de substância intergranular. Como consequência da diminuição da proporção de limites granulares ocorre aumento da ductilidade e diminuição da resistência mecânica.
  • 3. Metais e ligas Página 3/3 5 Tratamento térmico reversível (estudar no livro) 6 Onde saber mais:  Anusavice, K. Phillips Materiais Dentários. Elsevier, 12a ed, 2013. Capítulo 5 e 17