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(PROGRAMA: PROGRAMA OPERACIONAL INCLUSÃO SOCIAL E EMPREGO TIPOLOGIA 1.08 – Formação Modular
para Empregados e Desempregados - POISE-01-3524 – FSE- 003051)
Comunicação Assertiva
e técnicas de procura de emprego
CÓDIGO UFCD:8599
Área: 761361 - Cuidador de Crianças e Jovens
Nome da formadora
Isabel Dias
Data
16/09/2022
FORM_ 26_DTP
Índice
Objetivo - ..................................................................................................................1
Introdução - ..................................................................................................................2
Capítulo 1 – Comunicação Assertiva ............................................................................3
Capítulo 2 - Assertividade no relacionamento interpessoal...........................................9
Capítulo 3 - Assertividade no contexto profissional.....................................................11
Capítulo 4 - Técnicas de assertividade em contexto profissional ................................13
Capítulo 5 - Origens e fontes de conflito na empresa..................................................15
Capítulo 6 - Impacto da comunicação no relacionamento humano .............................18
Capítulo 7 - Comportamentos que facilitam e dificultam a comunicação e o
entendimento..............................................................................................................21
Capítulo 8 - Atitude tranquila numa situação de conflito..............................................23
Capítulo 9 - Inteligência emocional e gestão de comportamentos ..............................25
Capítulo 10 - Modalidades de trabalho .......................................................................27
Capítulo 11 - Mercado de trabalho visível e encoberto ............................................31
Capítulo 12 - Pesquisa de informação para procura de emprego ...............................33
Capítulo 13 - Mobilidade geográfica............................................................................38
Capítulo 14 - Rede de contactos.................................................................................43
Capítulo 15 - Curriculum vitae.....................................................................................45
Capítulo 16 - Anúncios de emprego............................................................................52
Capítulo 17 - Candidatura espontânea .......................................................................56
Capítulo 18 - Entrevista de emprego...........................................................................59
Bibliografia..................................................................................................................63
1
Objetivos
Os objetivos desta ação são:
• Explicar o conceito de assertividade.
• Identificar e desenvolver tipos de comportamento assertivo.
• Aplicar técnicas de assertividade em contexto socioprofissional.
• Reconhecer as formas de conflito na relação interpessoal.
• Definir o conceito de inteligência emocional.
• Identificar e descrever as diversas oportunidades de inserção no mercado e
respetivos apoios, em particular as Medidas Ativas de Emprego.
• Aplicar as principais estratégias de procura de emprego.
• Aplicar as regras de elaboração de um curriculum vitae.
• Identificar e selecionar anúncios de emprego.
• Reconhecer a importância das candidaturas espontâneas.
• Identificar e adequar os comportamentos e atitudes numa entrevista de
emprego.
2
Introdução
A procura de emprego pode ser uma das tarefas mais desgastantes e ingratas, pode
acarretar muitos dissabores e dificuldades e por isso, para maximizar os resultados
minimizando o esforço é necessário adaptar uma atitude e um comportamento correto
ao longo de todo o processo. No contexto atual do mercado de trabalho, a procura de
emprego deve ser ativa, organizada e persistente e manter uma atitude positiva perante
todo este processo depende de si.
3
Capítulo 1 – Comunicação Assertiva
Os estilos de comunicação relacionam-se com a forma que escolhemos para
exprimirmos o nosso ponto-de-vista. Podemos fazê-lo de uma forma:
1- Direta (de forma explícita) ou indireta (de forma implícita e que dá lugar a
várias interpretações);
2- Diplomática (expressar o ponto-de-vista próprio e respeitar que o outro tenha
um diferente) ou persuasiva (procurar convencer o outro a adotar o nosso
próprio ponto- de-vista).
A combinação destes critérios gera os 3 estilos de comunicação: passivo, agressivo e
assertivo. Pretende-se que saiba utilizar os 3 estilos de comunicação, pois todos
podem ser-lhe úteis; no entanto, na maioria das situações, deverá utilizar o estilo
assertivo.
Formas de expressão
do ponto-de-vista DIPLOMÁTICA PERSUASIVA
DIRETA Assertivo Agressivo
INDIRETA Passivo (geral) Passivo
(manipulador)
Existem estereótipos populares para cada estilo que correspondem às suas utilizações
incorretas:
1- O estilo agressivo é usualmente o mais malvisto pois está associado a
pessoas conflituosas, arrogantes, ofensivas e egocêntricas;
2- O estilo passivo está associado a pessoas submissas e inseguras;
3- O estilo assertivo, por ser menos utilizado, não é tão estereotipado; ainda
assim, às vezes é associado às pessoas muito elaboradas na sua comunicação
ou demasiado formais para a situação em causa.
4
Estilo Passivo
Quando se expressa o ponto-de-vista de forma indireta e diplomática; ou indireta e
persuasiva (vertente manipulador).
Utilização Adequada:
É útil em situações em que, por prudência, reserva, ou desejo de escutar o outro, prefira
não expor (explicitamente) o seu ponto-de-vista. Pode também ser utilizado quando se
quer convencer de forma implícita os outros a agir de acordo com a nossa vontade
(vertente manipulador).
Utilização Inadequada:
Resulta numa atitude de submissão, insegurança, desresponsabilização, vitimização
oumanipulação negativa.
Utilização dos espaços de comunicação:
Modalidades da Comunicação Verbal:
1- Usam-se frases enigmáticas e evasivas (por vezes inacabadas e na 3ª
pessoa);
2- Defendem-se dois pontos-de-vista diferentes, de forma a não se
comprometer comnenhum deles, ou a manipular;
3- Desvia-se a atenção para outro aspeto ou assunto;
4- Usam-se provérbios, comentários sarcásticos e irónicos.
Características da Comunicação Não-Verbal:
Tom de voz baixo e pausado, poucos gestos, postura corporal curvada,
contacto visualmal estabelecido, poucas expressões faciais.
5
Estilo Agressivo
Quando se expressa de forma direta e persuasiva o ponto-de-vista.
Utilização Adequada:
É útil nas situações em que queira impor limites importantes à atuação de terceiros,
que nãopretenda ver discutidos ou relativizados.
Utilização Inadequada:
Quando mal utilizado pode resultar numa atitude demasiado autoritária, ofensiva ou
egocêntrica.
Utilização dos espaços de comunicação:
Modalidades da Comunicação Verbal:
1- Critica-se a perspetiva do outro com um tom acusatório (fala-se na 2ª pessoa
dosingular);
2- Diz-se o que queremos do outro de forma exigente/autoritária (usam-se
frases maiscurtas e diretas);
3- Fazem-se afirmações absolutas (são "certezas"; usa-se a 3ª pessoa do
singular) e podeser-se muito argumentativo (ex: recorre-se a factos), eloquente
ou dramático;
4- Ameaça-se com represálias ou consequências negativas.
Características da Comunicação Não-Verbal:
Contacto visual bem estabelecido (por vezes, intimidante), expressões faciais
muito enfáticas, gestos aparatosos, voz bem colocada e ritmo de discurso
acelerado.
6
Estilo Assertivo
Quando se expressa de forma direta e diplomática o ponto-de-vista.
Utilização Adequada:
É útil na maioria das situações em que é necessário estabelecer um bom diálogo com
ointerlocutor.
Utilização Inadequada:
Quando mal utilizado, pode resultar numa atitude excessivamente diplomática e pouco
genuína.
Utilização dos espaços de comunicação:
Modalidades da Comunicação Verbal:
1- Fala-se na primeira pessoa (Eu), é-se claro e objetivo a dizer o que
pensamos equeremos do outro, mas sempre sob a forma de um pedido (tom
colaborativo);
2- Procura ser-se relativo e valorizar a nossa perspetiva, sem diminuir outras;
3- Valoriza-se a opinião do outro, mas critica-se de forma construtiva (usa-se
um discursoelaborado e "cirúrgico").
Características da Comunicação Não-Verbal:
Contacto visual bem estabelecido, postura corporal direita, gestos afáveis, tom
de vozbem colocado e audível, expressões faciais vivas.
7
Outro aspeto a considerar é que os estilos de comunicação podem ser aplicados na
expressãode 3 tipos diferentes de ponto-de-vista:
1
. Na expressão de opinião;
2. Na expressão de direitos;
3. Na expressão de sentimentos.
Vejamos exemplos para cada tipo de ponto-de-vista:
Exemplo 1 (na expressão de opinião)
Situação: Discussão com colegas sobre adiar a entrega de um trabalho.
Passivo: "Não sei bem o que será melhor, há vantagens e desvantagens..." Assertivo:
"Não concordo convosco, julgo que o melhor será adiar porque…"Agressivo: "É um
erro não adiar o trabalho!"
Exemplo 2 (na defesa de direitos)
Situação: Reclamação na loja.
Passivo: "Este artigo tem defeito…"
Assertivo: "Gostaria que trocasse este artigo por outro, uma vez que este tem defeito."
Agressivo: "Troque este artigo por outro em condições! Vendeu-me este com defeito!"
Exemplo 3 (na expressão de sentimentos)
Situação: Um colega faz um comentário sarcástico sobre o seu ritmo lento de trabalho.
Passivo: "Mais vale devagar, mas bem feito…"
Assertivo: "Fico nervoso quando me pressionam para trabalhar mais rápido. Prefiro
que não medigas nada."
Agressivo: "Estás a enervar-me! Pára com isso!"
8
Vamos comparar os estilos de comunicação dois a dois, de forma a ver as diferenças
naconstrução das frases:
FRASES AGRESSIVAS FRASES ASSERTIVAS
1.”A proposta não está atualizada!” 1.”Acho que a proposta não
estáatualizada”
2.”Apanha o copo que deixaste cair!” 2.“Gostava que apanhasses o
copo”
3.”Tu desiludiste-me!” 3.”Eu sinto-me desiludido/a com
o teucomportamento”
FRASES PASSIVAS FRASES ASSERTIVAS
1.”Pois, há vantagens e
desvantagensem cada uma das
opções…” 2.”Algumas opções
são boas para quemnão pede
muito da vida…”
3.”Sim, claro que podes sair. Eu
fico bemsozinho/a…”
1.”Tenho dúvidas sobre a decisão a
tomar”
2.”Acho que a tua opção revela que às
vezes podias ser mais exigente”
3.”Preferia que não saísses, pois vouficar
sozinha”.
9
Capítulo 2 – Assertividade no
Relacionamento Interpessoal
A Assertividade é uma postura de comportamento, que reflete a capacidade de
defendermos osnossos pontos de vista e ao mesmo tempo respeitarmos os pontos de
vista dos outros.
Ser Assertivo é ser Auto-Afirmativo, é ser capaz de exprimir os sentimentos de forma
clara, sem entrar em ataques pessoais. As pessoas que assumem um estilo de
comportamento, preponderantemente assertivo, são capazes de construir relações
interpessoais construtivas e eficazes, o que é bastante positivo, não só nas relações
de carácter profissional, como de carácter pessoal. Comunicar de forma afirmativa é
exprimir os seus pensamentos, os seus sentimentos e os seus pontos de vista de forma
clara, honesta e apropriada.
Esta forma de comunicar implica:
• O respeito do indivíduo por si próprio, ao exprimir os seus gostos,
interesses, desejose direitos;
• O respeito pelos outros, pelos seus gostos, ideias, necessidades e direitos;
Comunicar de forma afirmativa é dizer aos outros:
“Eis o que penso, eis o que sinto, é este o meu ponto de vista. Porém, estou pronto
para te ouvir e compreender o que pensas, o que sentes e qual o teu ponto de vista”.
Comunicar de forma afirmativa é dizer ao outro:
“Eu sou importante, tanto quanto tu; compreendemo-nos mutuamente.”
Este comportamento é geralmente eficaz quando se pretende atingir determinado fim,
porque permite estabelecer compromissos que visem a satisfação de quem se afirma
e a satisfação dos outros.
10
Por que temos dificuldade em comunicar de forma afirmativa?
De um modo geral, podemos dizer que ao longo da nossa escolaridade e vivência
social não fomos motivados para desenvolver a capacidade de exprimirmos os nossos
pensamentos e os nossos sentimentos.
Os pais ensinam os filhos a serem limpos, bem-educados, e a comer corretamente.
Mas pouco tempo dedicam a dizer de forma afirmativa o que pensam e sentem.
Os professores, ao longo da escolaridade, estão muito mais preocupados com a
aprendizagem da escrita e dos números e com a aquisição de saberes do que com o
desenvolvimento da pessoa, no sentido de a preparar para se afirmar perante os outros.
Por outro lado, a sociedade de um modo geral, ou melhor, as forças sociais, apelam
para um tipo de relações humanas demasiado mistificadas, baseadas na dicotomia
autoridade/obediência onde a boa relação parece ter subjacente uma certa submissão
e ajustamento ao pensamento dos outros (mais poderosos), à custa de não afirmação
de si.
Características
O sujeito que se afirma:
• Evidencia os seus direitos e admite a sua legitimidade sem ir contra os
direitos dosoutros.
• Pronuncia-se de forma serena e construtiva.
• Desenvolve a sua capacidade de se relacionar com o mundo e com os outros.
• Privilegia a responsabilidade individual.
• Está à vontade na relação face a face.
• É verdadeiro consigo e com os outros.
• Coloca as coisas muito claramente e negoceia na base de objetivos precisos.
• Procura compromissos realistas em caso de desacordo.
• Não deixa que o pisem.
11
Capítulo 3 – Assertividade no Contexto
Profissional
A atitude assertiva é designada como autoafirmativa. Autoafirmar-se significa
evidenciar os seus direitos e admitir a sua legitimidade sem ir contra os direitos dos
outros.
Trata-se de uma pessoa que se pronuncia de forma clara, objetiva e construtiva. Aquele
que se afirma deste modo desenvolve em profundidade as suas competências
relacionais privilegiando a responsabilidade individual de forma clara e construtiva.
Sinais do estilo assertivo:
• Estar à vontade na relação frente-a-frente;
• Adotar uma postura verdadeira;
• Procurar compromissos realistas;
• Negociar na base de interesses mútuos e não de ameaças;
• Não deixar que o “pisem”;
• Estabelecer uma relação com base na confiança, não manipulando.
O objetivo do estilo assertivo é minimizar as tensões interpessoais com:
• Respeito por si próprio;
• Respeito pelos pontos de vista dos outros;
• Estabelecimento de relações abertas.
Através de:
• Estabelecendo a sua própria escala de prioridades;
• Dizendo “não” sem ter necessidade de se justificar;
• Procurar aquilo que realmente deseja;
• Pedir explicações sempre que não percebeu alguma coisa;
• Tentar saber qual a imagem que os outros têm de si próprio.
12
Situações que requerem uma atitude de assertividade no trabalho:
• Pedir um aumento salarial, uma promoção ou um dia livre;
• Admitir que não foi capaz de executar uma tarefa que lhe tinha sido pedida;
• Repreender um subordinado.
Requerem este tipo de comportamento porque:
• Dependem da pessoa com que se interage;
• Dependem também das circunstâncias.
A assertividade leva a:
• Exprimir o que se pensa ou se sente, sem ambiguidades;
• Ser objetivo, elogiar os outros sempre que mereçam, elogiar-se a si próprio
mesmo napresença de terceiros;
• Exprimir o que se sente e pensa através da palavra, postura e gesto;
• Discordar, contradizer e refutar as ideias do outro sempre que não se concorde;
• Falar de forma direta;
• Improvisar sempre que necessário, desde que a opinião corresponda a
ideias esentimentos honestos e verdadeiros;
• Manter com os outros relações assentes na confiança mútua;
• Estar mais à vontade nas relações com os outros
13
Capítulo 4 – Técnicas de Assertividade
no Contexto Profissional
TÉCNICA DE AUTO-AFIRMAÇÃO (Bower, 1976) - DEEC
D – DESCREVE
• O Senhor A descreve o comportamento do Senhor B de uma forma tão precisa
eobjetiva quanto possível.
E – EXPRESSA
• O Senhor A transmite ao Senhor B o que pensa e sente, em relação ao
seucomportamento, sentimentos, preocupações e desacordos.
E – ESPECIFICA
• O Senhor A propõe ao Senhor B uma forma realista de modificar o seu
comportamento.
C - CONSEQUÊNCIA
• O Senhor A tenta interessar o Senhor B pela solução proposta, indicando-lhe
aspossíveis consequências benéficas da nova atitude que lhe é proposta.
Outras técnicas de assertividade aplicadas ao contexto socioprofissional
Básico: Caracteriza-se por ser direto, exprimindo os seus direitos e clarificando as suas
necessidades, desejos, crenças e sentimentos. Assim, quando necessitamos de nos
ausentar em determinada podemos dizer diretamente:
“Preciso de me ausentar pelas 18 horas.”
Empático: Exprime, também, as necessidades e desejos, mas contendo um elemento
de empatia. Quando queremos pedir alguma coisa a uma pessoa podemos dizer:
14
Sei que está ocupado neste momento mas gostaria de lhe fazer um pedido.
Discrepante: Aponta a diferença entre o que fora previamente acordado e o que está a
acontecer atualmente. Podemos referir, por exemplo, uma situação numa empresa em
que se verifica uma alteração de trabalho e a pessoa diria:
Tal como o entendi concordámos que o projeto A tinha a máxima prioridade. Agora,
está a pedir- me mais tempo no projeto B. Gostaria que esclarecesse se há alterações
nas prioridades.
Sentimentos Negativos: Caracteriza-se por chamar a atenção do outro para os efeitos
indesejáveis do seu comportamento em si próprio. Pode incluir os seguintes elementos:
o quando, os efeitos, o que se sente e o que gostaria. Por exemplo, quando temos de
ficar o fim- de-semana em casa por nos terem dado um trabalho para fazer em cima da
hora, pode-se dizer:
Ao dar-me o trabalho agora obriga-me a trabalhar no fim-de-semana. Sinto-me
aborrecido comisso. Gostaria que no futuro isso não voltasse a suceder.
Consequente: Informa a outra pessoa das consequências para ela de não alterar o seu
comportamento e dá-lhe uma oportunidade para o fazer. Pode-se assim dizer à pessoa:
Não gostei do seu comportamento. Se isso voltar a acontecer, não tenho alternativa
senão aplicaro procedimento disciplinar. Preferia não ter de o fazer.
Esclarecimento: É um comportamento que procura determinar a posição do outro, as
suas necessidades, desejos, opiniões e sentimentos. Desta forma, há a preocupação
em perguntar aooutro:
Que problemas é que isso poderá trazer para si? O que é que preferia fazer? Gostaria
de saber a sua opinião sobre isto.
15
Capítulo 5 – Origens e Fontes de
Conflito na Empresa
Um conflito é uma situação que se caracteriza por escassez de recursos e por um
sentimento de hostilidade. Por outras palavras, é uma situação em que dois ou mais
objetivos, pertencentes a uma ou mais pessoas, são mutuamente exclusivos, gerando
atitudes de hostilidade.
Os conflitos acompanham-nos durante toda a nossa vida – desde murros que se trocam
quando ainda crianças por causa de um carrinho de brincar, até contendas sobre
códigos de vestuário com os nossos próprios filhos.
No local de trabalho, discussões – alguns colegas de trabalho, clientes exaltados e
patrões que vacilam e depois fazem retaliações são o suficiente para nos convencer
de que a questão não é se devemos enfrentar o conflito, mas como o devemos fazer.
Podemos agrupar em 4 tipos as principais causas de conflitos:
1.Diferenças de personalidade;
2. Existência de atividades interdependentes no trabalho;
3. Metas diferentes;
4. Recursos compartilhados.
1. Diferenças de personalidade
• São sempre invocadas como explicação para as desavenças entre pessoas e
trabalho.
• O diagnóstico preliminar ajuda a antecipar o conflito e auxilia no controle de
desavenças, pois conhecendo a personalidade do oponente é possível saber
como lidar com ele.
16
2. Interdependência das tarefas no trabalho
• Existem vários estudos sobre fluxos de trabalho e padrões de interação e
relacionamentos, mostrando que as atividades exercidas e os sentimentos
pessoais geram uma interdependência das tarefas, e são apontados como uma
das causas do conflito organizacional.
• Sequência das operações na empresa.
3. Metas diferentes
• As metas implantadas por um departamento podem entrar em conflito com as
metas deoutro departamento.
• Isso significa dizer que existe tensão e diferença entre os objetivos e metas das
diversasunidades.
4. Recursos Compartilhados
Esta causa de conflito é muito comum nas organizações em virtude dos seguintes
fatores:
• Tempo do uso do computador;
• Utilização de verbas para aquisição de equipamentos;
• Espaço físico limitado.
Atualmente a abordagem ao Conflito é positiva, pois é encarado como um fator de
mudança e um estimulador a criatividade e à inovação.
A abordagem tradicional ao conflito é exatamente o oposto. É algo negativo, assustador
e a evitar. Tanto uma abordagem como a outra são aceitáveis e referem aspetos
positivos e negativos do conflito.
O conflito, dentro das organizações com uma estrutura bem definida, pode
proporcionar verificações ao equilíbrio da própria organização, no sentido em que
17
permite testar os limites dos poderes coexistentes.
Assim, caso encaremos o conflito como um benefício e não como um perigo,
aprendemos a reconhecer o seu poder como agitador de situações e gerador de novos
eventos.
Vistos pelo seu lado positivo, os conflitos podem ajudar-nos a resolver problemas,
medir a força dos nossos argumentos e a motivar-nos para nos distinguirmos.
Vistos pelo seu lado negativo, todos os conflitos que se deixam crescer podem afetar
a nossa produtividade e desgastar os nossos relacionamentos.
Alguns aspetos positivos do conflito são:
• Gera motivação e energia para executar melhor as tarefas;
• Facilita a inovação, a mudança e a adaptação;
• Torna o clima organizacional mais entusiasmante;
• Reduz a preguiça social;
• As pessoas aprendem através do confronto de ideias, o que pode melhorar a
qualidadedas decisões;
• Permite libertar tensões.
Alguns aspetos negativos do conflito são:
● Induz cada adversário a fazer atribuições hostis ao outro;
● Provoca impasses e atrasos no processo decisório;
● Provoca decréscimo nos níveis de satisfação;
● Reduz o empenhamento organizacional;
● Destrói a moral dos grupos e organizações;
● Suscita comportamentos retaliatórios e irresponsável.
18
Capítulo 6 – Impacto da Comunicação
no Relacionamento Humano
Comunicar significa:
• “Pôr em comum”.
• “Entrar em relação com”.
• “Trocar”.
• Promover a satisfação do Cliente.
O quê?
• Ideias, Conhecimentos, Sentimentos, Experiências, Valores, Crenças,
Opiniões.
Entre quem?
• Pessoas que conhecem o significado do que se diz ou faz.
As pessoas que comunicam bem conseguem estabelecer relações de proximidade -
porque, quando comunicamos bem, conseguimos dar-nos a conhecer na dimensão
que queremos e aumentamos a probabilidade de os outros também fazerem o mesmo
connosco. E assim, na mercearia, no banco, nos jantares de convívio, no trabalho, em
casa, conseguimos conquistar uma relação personalizada com as diferentes pessoas
com quem nos relacionamos e que constituem a nossa rede social de suporte. Quando
temos algum problema ou necessidade, podemos obter a ajuda especializada de
determinada pessoa para nos ajudar.
A nossa realização pessoal depende largamente da nossa rede social de suporte que,
por sua vez, depende da nossa capacidade de estabelecer relações sociais de
qualidade.
Quando falha a nossa capacidade de comunicar, o trabalho é posto em causa...
Exemplo 1
O colega Manuel: "Pára! Não é assim que se faz isso!"
O colega Roberto: "Tu fazes à tua maneira, eu faço à minha!
19
Exemplo 2
Colega: "... Olha, acabei agora de enviar um fax lá para cima para pedir uma
máquina para odepartamento."
Colega: "... Mas nós já temos a máquina nova desde há 3 semanas!" Colega: "Não me
digas! E eu que passei a manhã toda a tratar disso!"
O nosso trabalho implica sempre interdependência dos outros. Para que seja bem feito
é necessário comunicar informação (partilhar ideias, dúvidas, procedimentos,
resultados). Comunicar bem é trabalhar bem.
Exemplo 3
Numa reunião, dois colaboradores apresentam ao chefe o seu conflito interpessoal.O
chefe responde:
- "Não me venham cá com essas ‘tricas’, cada um tem o seu feitio, e devem deixá-
lo em casa.Isto aqui é trabalho."
E termina, dizendo:
-"...Trabalho é trabalho, conhaque é conhaque!!"
O "Feitio" é uma parte incontornável do trabalho; assim sendo, é nosso dever
desenvolver uma "personalidade profissional" (ex.: ser caloroso, motivado, pontual,
motivado, rigoroso e flexível).
O objetivo é estabelecer uma relação de confiança, o que implica 2 níveis de
comunicação:
1- Técnico: comunicar que sabe realizar as tarefas (não basta saber fazer, há
que omostrar!);
2- Relacional: comunicar que age de boa-fé (mostrar ao outro que está em "boas
mãos"
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Exemplo 4
O colaborador X tem uma dúvida que precisa de esclarecer:
• O colega Y mostra que é simpático e prestável, mas pouco conhecedor
(confiançaapenas a nível relacional);
• O colega Z mostra que é muito conhecedor, mas muito arrogante (confiança
apenas anível técnico).
Resultado: X não vai confiar em nenhum dos colegas, pois os 2 níveis de confiança
sãonecessários! A dúvida fica por esclarecer e o trabalho por fazer!
Exemplo 5
Em vez de se dizer “O colega David é boa pessoa, mas pouco competente”,
... É preferível:
“O David é competente na área da comunicação, mas insatisfatório na área técnica.”
Comunicar uma imagem de “boa pessoa” (acessível e simpático) já é fazer uma parte
dotrabalho bem-feita.
Lembre-se que:
Ainda antes de falar com uma pessoa, ela estará a formular, tal como você, uma
primeiraimpressão (muitas vezes errada, mas que tende a ser duradoura!).
Cuidados a ter:
1- Tornar consciente a sua imagem como pessoa e o impacto que pode
criar no seuinterlocutor.
2- Quando formar uma impressão de alguém, lembre-se que pode estar
errado e quedeve deixar abertura para atualizar e corrigir essa imagem.
21
Capítulo 7 – Comportamentos que
facilitam e dificultam a comunicação e o
entendimento
1.Empatia
• É a faculdade de se colocar no lugar do interlocutor, de sentir o que ele sente.
• É a faculdade de penetrar no mundo do outro, procurando compreender o
que ele vive e o que ele sente, sem se deixar dominar pela tendência natural de
avaliar as ideias dele, em função dos nossos próprios sentimentos ou valores.
• Esta atitude implica, por parte do profissional, uma boa capacidade de escuta.
• Ser empático é compreender, sem necessariamente estar de acordo.
• Ser empático é mostrar ao interlocutor que o compreendemos.
Comportamentos que bloqueiam a empatia:
• Impor o seu próprio ponto de vista sem considerar as opiniões e
necessidades docliente.
• Não escutar as mensagens do cliente.
• Estar centrado na sua própria lógica sem tentar compreender a lógica do
cliente.
• Interrogar sistematicamente ou não deixar falar.
• Julgar e criticar.
• Impor e dominar.
2. Adaptabilidade
• O profissional que atende o público tem de se colocar à altura do seu
interlocutor. O contacto com pessoas diferentes exige comportamentos e
linguagens diferentes.
• Deve ter-se cuidado no tratamento das pessoas.
• As pessoas devem ser tratadas pelo nome. Se não o souber, trate por
Senhor ouSenhora. Não trate o cliente por Você.
22
3. Autocontrolo
• O profissional não deve permitir que os seus sentimentos e emoções
negativas, assim como os seus juízos, interfiram na relação com o cliente.
• Se, anteriormente, o cliente foi mal-educado ou incorreto para com o
profissional, na próxima vez que o atende, deverá fazê-lo como se nada se
tivesse passado e ser delicado e respeitoso.
4. Tolerância à Frustração
• Se, perante um interlocutor incorreto não conseguir que ele, ao longo do
atendimento, seja bem-educado, não deve ficar frustrado, nem permitir que a
relação seguinte seja afetada por esse facto.
5. Força de Vontade
• Se nalgum momento, durante o dia, o trabalho não correu tão bem como
esperava por razões que lhe são estranhas e não pode controlar (falta de um
colega) não se deixe abater.
• Trabalhe mais e lide naturalmente com a situação reagindo e respondendo
adequadamente ao cliente.
6. Energia
• Não manifeste lentidão, nem na linguagem verbal, nem nos gestos.
• Mostre-se uma pessoa de ação, enérgica e dinâmica. Informe-se, dê
soluções eapresente propostas.
7. Sociabilidade
• O profissional do atendimento deve gostar de comunicar e de estar, durante
o tempoque for necessário, relacionando-se com o cliente.
• Deve ser sensível às relações humanas e aos problemas dos outros.
• Deve gostar e sentir-se bem, por ajudar os outros e satisfazer as suas
necessidades.
23
Capítulo 8 – Atitude Tranquila numa
Situação de Conflito
Para tentar solucionar os conflitos, deve sempre ter em linha de conta:
• A análise de cada situação é importante para encontrar a solução para o
problema.
• Deve-se evitar que os conflitos ou as causas que mantêm os conflitos não se
arrastem.
• Analisar os factos que estão na sua origem.
• O mesmo problema pode ter interpretações diferentes e cada um dos
interlocutores pode atribuir também valores diferentes, por isso é importante
analisar os processos de comunicação entre os elementos do grupo.
• Analisar os objetivos de cada interlocutor e os seus desacordos e métodos
para atingir as suas metas.
• Qual a natureza e discussão dos métodos.
• Os valores que cada elemento apresenta sobre os mesmos factos e realidade
do problema.
Gerindo Conflitos
Quando colocado numa posição de gestor do conflito:
• O primeiro passo deverá passar por uma abordagem da visão de cada uma
das partes.
• A melhor forma de lidar com o assunto será conversar com os indivíduos
de formaseparada e privada.
• Durante a conversa deve-se tentar separar informações e emoções.
• Terá de ser um ouvinte atento e desprovido de cargas valorativas.
• Coloque-se numa posição de neutralidade.
• Procure despersonalizar o tema.
• Tente alterar o ponto de vista de cada uma das partes quanto ao conflito.
• Não se limite a ouvir: tente enquadrar o tema na forma como é visto.
24
• Aprofunde os interesses mencionados se estes não apontam para uma
solução.
Visões do conflito que facilitam/dificultam a sua resolução:
FACILITAM DIFICULTAM
Eu aprecio o ponto de vista do outro. O meu ponto de vista é o único válido
e correto.
Eu sei porque é que ele tomou essa
posição.
Não percebo porque é que ele tomou
essa posição.
É um problema que diz respeito aos
dois.
Muitos estão envolvidos nesta
disputa.
O assunto pode ser exposto em
termos simples e
O assunto é afetado por
símbolos, palavras e
concretos. questões de princípio.
Tenho esperança que este conflito se
resolva.
Tenho pouca fé que o assunto se
resolva.
Eu não represento ninguém que
não eu, nesta
Eu represento diversas pessoas.
Não as quero
disputa. desiludir.
É na divergência que o espírito criador se desenvolve, que novas soluções aparecem.
É no respeito, por nós e pelos outros, que encontramos a via equilibrada do sucesso.
É utópico acreditar num mundo sem desacordos, imaginar que nunca existam
interceções nas esferas individuais dos outros. Mas, como alguém disse no passado,
a nossa liberdade termina onde começa a liberdade dos outros.
A forma de seguir esta via é possível através do comportamento assertivo.
Este tipo de forma de estar implica uma elevada maturidade e um profundo respeito
por nós próprios e pelos outros. Ao sermos assertivos não ferimos a suscetibilidade de
ninguém.
Simplesmente comunicamos o que verdadeiramente pensamos e sentimos das
situações em que estamos envolvidos, o que entendemos ser o objetivo a atingir e a
maneira de o fazer, embora sempre abertos aos argumentos dos outros.
25
Capítulo 9 – Inteligência Emocional e
Gestão de Comportamentos
A Inteligência Emocional é uma área de investigação psicológica que procura definir o
desenvolvimento global do indivíduo inserido no seu ambiente, interagindo com outros.
Valoriza as qualidades humanas e reflete que o sucesso (pessoal, académico,
profissional) passa muitas vezes pelas capacidades emocionais das pessoas do que
pelas capacidades intelectuais.
Somos, de facto, controlados pelas nossas emoções, e conhecer a Inteligência
Emocional é encontrar formas de melhorar ou reconhecer a importância dos
sentimentos e emoções.
Os conceitos sobre o controlo e aproveitamento produtivo das emoções humanas
causam polémica e geram mudanças no modo de compreensão das relações das
pessoas no trabalho e com as suas próprias vidas.
As tensões da vida moderna – como o risco de demissão, stress, mercado competitivo
e falta de tempo para o lazer – são situações que tendem a alterar o estado emocional
de grande parte das pessoas, levando-as até ao seu próprio limite físico e psíquico.
O resultado é o desequilíbrio emocional. Percebendo a gravidade deste problema, as
empresas passaram a incorporar o autoconhecimento, a autoconsciência, a empatia,
a autoaceitação e a intuição como palavras de ordem, transformando os funcionários
no foco das atenções.
Todos possuem algumas habilidades emocionais. Certas pessoas têm um
desempenho excelente nessa área, enquanto outras não se dão tão bem.
26
A Inteligência Emocional apresenta 10 características:
• O controlo emocional - compreender a controlar os seus sentimentos e
gerir o seuhumor;
• A autoestima - ter bons sentimentos a seu respeito, independentemente das
situaçõesexteriores;
• A gestão do Stress - controlar o stress e criar mudanças;
• As aptidões sociais - ser capaz de se relacionar com os outros e ser empático;
• O controlo da impulsividade - controlar a sua impulsividade e aceitar adiar as
suasgratificações;
• O equilíbrio - manter o equilíbrio entre o trabalho e a casa, as obrigações e o
prazer;
• As aptidões de comunicação - comunicar eficazmente com os outros;
• Gestão das suas metas e dos seus objetivos - fixar metas realistas em todas
as esferas dasua vida;
• A automotivação - motivar-se a si próprio na prossecução das suas metas,
ser capaz decriar energia interna;
• A atitude positiva - manter uma atitude positiva e realista mesmo quando
nosmomentos mais difíceis
27
Capítulo 10 – Modalidades de Trabalho
Trabalhadores por conta de outrem
Trabalhadores por conta de outrem são as pessoas que exercem uma atividade
remunerada ao serviço de uma entidade empregadora.
Consideram-se abrangidos pelo regime dos trabalhadores por conta de outrem,
designadamente:
• Trabalhadores que exercem atividade profissional remunerada com contrato de
trabalho e trabalhadores destacados sem prejuízo do disposto em legislação
própria e em instrumentos internacionais a que Portugal se encontre vinculado;
O contrato de trabalho (vínculo) pode ser:
• Contrato de trabalho sem termo (efetivo);
• Contrato de trabalho a termo;
• Contrato de trabalho a termo incerto;
• Contrato de trabalho a tempo parcial (part-time);
• Contrato de trabalho temporário;
• Contrato de serviço doméstico.
Trabalhadores Independentes
Pessoa singular que exerça atividade profissional sem sujeição a contrato de trabalho
ou a contrato legalmente equiparado, ou se obrigue a prestar a outrem o resultado da
sua atividade, e não se encontre por essa atividade abrangido pelo regime geral de
Segurança Social dos trabalhadores por conta de outrem.
Consideram-se abrangidos pelo regime dos trabalhadores independentes:
Pessoa com atividade profissional e respetivo cônjuge ou pessoa que com ela viva em
união de facto:
28
• De prestação de serviços (incluindo a atividade de caráter científico, literário,
artístico outécnico);
• Comercial;
• Industrial;
• Sócio ou membro de sociedade de profissionais livres;
• Sócio de sociedade de agricultura de grupo;
• Titular de direitos sobre explorações agrícolas ou equiparadas, ainda que
apenas exerça atos de gestão, desde que os mesmos sejam exercidos
diretamente, de forma reiterada e com caráter de permanência;
• Produtor agrícola que exerça efetiva atividade profissional na exploração
agrícola ou equiparada e cônjuge ou pessoa que com ele viva em união de
facto;
• Empresário em nome individual com rendimentos decorrentes de atividade
comercial e industrial e titular de estabelecimento individual de
responsabilidade limitada e respetivo cônjuge ou pessoa que com ele viva em
união de facto;
• Membro de cooperativa de produção e serviços que, nos seus estatutos, opte
por este regime.
Não estão abrangidos por este regime:
• Advogados e solicitadores;
• Titulares de direitos sobre explorações agrícolas cujos produtos se destinem
predominantemente ao consumo dos seus titulares e familiares e os
rendimentos anuais da atividade sejam iguais ou inferiores a 1.676,88 EUR
(4xIAS) *;
• Trabalhadores que exerçam atividade temporária em Portugal por conta
própria e que se encontrem abrangidos por regime de proteção social
obrigatório noutro país;
• Titulares de rendimentos resultantes exclusivamente da produção de
eletricidade por intermédio de unidades de microprodução, quando estes
29
rendimentos sejam excluídos de tributação em IRS;
• Agricultores que recebam subsídios ou subvenções no âmbito da Politica
Agrícola Comum de valor anual inferior a 1.676,88 EUR (4xIAS)* e que não
tenham quaisquer outros rendimentos que obriguem ao enquadramento no
regime dos trabalhadoresindependentes.
Atividade liberal
Os trabalhadores liberais têm deveres para com as entidades a quem prestam
serviços e têmobrigações relativamente aos empregados que tiverem a seu cargo.
Pode considerar-se que o trabalho é executado sem subordinação aos clientes
sempre que ostrabalhadores:
• Tiverem, no exercício das atividades, a faculdade de escolher os processos
e meios autilizar, sendo estes, total ou parcialmente, das suas propriedades;
• Não se encontrarem sujeitos a horário e ou a períodos mínimos de trabalho,
salvoquando tal resulte da direta aplicação de normas de direito laboral;
• Possam subcontratar outros para a execução do trabalho em sua substituição;
• Não se integrem na estrutura do processo produtivo, na organização do
trabalho ou nacadeia hierárquica das empresas que servem.
O exercício das profissões liberais regulamentadas exige a inscrição em vigor
numa Ordem profissional ou em associação de natureza jurídica equivalente, tais
como:
• Ordem dos Advogados;
• Ordem dos Arquitetos;
• Ordem dos Engenheiros;
• Ordem dos Enfermeiros;
• Ordem dos Farmacêuticos;
30
• Ordem dos Médicos;
• Ordem dos Médicos Veterinários;
• Ordem dos Médicos Dentista
31
Capítulo 11 – Mercado de Trabalho
Visível e Encoberto
O conhecimento do mercado de trabalho assume especial relevância na procura de
emprego, permitindo identificar estratégias de inserção mais adequadas.
A temática da inserção no mercado de trabalho deve ser abrangente, salientando as
diferentes modalidades de trabalho, nomeadamente por conta de outrem e por conta
própria, como trabalhador independente ou através da criação da própria empresa.
A integração através de cada uma destas modalidades representa estratégias de
abordagem diferenciadas.
Em relação à procura de emprego por conta de outrem, grande parte dos candidatos,
atravésda resposta a anúncios, direciona-se para o mercado de trabalho aberto, a que
correspondem asofertas de emprego que são do conhecimento geral, publicitadas em
diferentes meios
Rede de
Contactos
Candidatur
as
Espontânea
Agências
Privadas
de Emprego e
deTrabalho
Anúncios de
Jornais
Nacionais locais, ou
de associações
Profissionais ou
Centros de
Emprego e
GIP
Bolsas de
Emprego
na Internet
32
Reconhecer que existem oportunidades que não são publicitadas, sendo satisfeitas
através da rede de contactos pessoais do empregador ou da bolsa de candidaturas
espontâneas que possui (mercado de trabalho fechado), permite desenvolver
estratégias de inserção no mercado distintas, quer na perspetiva da procura de
oportunidades quer na apresentação e valorização da candidatura.
A abordagem deste mercado passa, em grande medida, pelas candidaturas
espontâneas e pelo desenvolvimento de uma rede de relações pessoais.
O mercado de trabalho é dinâmico e em constante mutação, o que exige aos
candidatos a emprego um esforço permanente de recolha de informação,
nomeadamente em relação a:
• Setores de atividade em recessão, em expansão e estabilização;
• Principais atividades emergentes a nível regional, nacional e internacional;
• Atividades profissionais mais requisitadas e suas exigências;
• Caraterísticas das profissões;
• Requisitos exigidos pelos empregadores.
Promover o reconhecimento do grande dinamismo que caracteriza o mercado de
trabalho contribui para que os candidatos possam mais facilmente desenvolver
estratégias adaptativas, designadamente ao nível do reajustamento constante dos seus
objetivos profissionais.
Neste contexto, é particularmente pertinente a ponderação das oportunidades
proporcionadas pela mobilidade geográfica, profissional e pelo empreendedorismo.
33
Capítulo 12 – Pesquisa de Informação
para Procura de Emprego
A procura de emprego deve ter um método e objetivos definidos. Eis alguns pontos
essenciaisque deverá ter em conta no seu processo de procura de emprego.
Auto Avaliação
Comece por fazer uma avaliação de si próprio. Pegue numa caneta e num papel e dê
o primeiro passo na procura de emprego. Para ter um conhecimento de si mais
aprofundado tente responder às seguintes questões, com o objetivo de fazer o seu
balanço pessoal e profissional:
• O que sei fazer?
• O que não sei fazer?
• O que gosto de fazer?
• O que não gosto de fazer?
• Em que aspetos poderei melhorar?
• A que tipos de emprego me posso candidatar?
• Estarei disposto a mudar o local de residência ou percorrer grandes
distâncias?
• Será que necessito de uma formação profissional/complementar que me
ajude a darresposta às necessidades do mercado?
Pesquisa de ofertas
Diariamente surgem novas oportunidades de emprego. A maioria dos postos de
trabalho sãopublicitados nos:
• Sites de emprego na Internet (ex: http://empregar.ire.gov.pt);
• Jornais diários, Semanários, Jornais Regionais;
• No Centro de Emprego;
• Clubes de Emprego;
34
• Agências de trabalho temporário.
As ofertas de emprego podem ainda ser publicitadas através dos seguintes meios:
• Agências privadas de colocação;
• Instituições de Solidariedade Social;
• Diário da República (nos concursos públicos);
• Autarquias, Juntas de Freguesias, Paróquias;
• Placards existentes nas entradas dos supermercados e hipermercados
destinados àafixação de anúncios.
Inscrição no Centro de Emprego
• Inscreva-se como candidato a emprego no Centro de Emprego através de
duas vias:
o Utilizando o serviço NETemprego;
o Presencialmente, dirigindo-se preferencialmente ao Centro de
Emprego da suaárea de residência.
Ao inscrever-se no Centro de Emprego uma equipa técnica especializada:
• Elabora consigo um Plano Pessoal de Emprego;
• Apresenta-lhe ofertas de emprego;
• Estabelece um Plano de Procura Ativa de Emprego;
• Propõe ações que facilitam o acesso ao emprego;
• A inscrição pressupõe capacidade e disponibilidade para o trabalho e a
coresponsabilização no seu processo de inserção. Comporta ainda um conjunto
de direitos e deveres.
Direitos:
• Usufruir dos apoios técnicos e recursos disponíveis;
• Ser apresentado às ofertas de emprego;
• Aceder a formação profissional;
• Usufruir de outros serviços e oportunidades facilitadoras da inserção no
mercado detrabalho.
35
Deveres:
• Aceitar emprego;
• Cumprir as etapas estabelecidas no Plano Pessoal de Emprego;
• Procurar ativamente emprego pelos seus próprios meios;
• Comparecer a todas as convocatórias emitidas pelo Centro de Emprego.
Tome ainda a iniciativa de:
• Utilizar o serviço NETemprego onde pode registar e divulgar o seu currículo e
consultar as ofertas de emprego disponíveis;
• Inscrever-se em:
o Empresas de Trabalho Temporário regulamentadas;
o Agências Privadas de Colocação autorizadas;
• Consultar as ofertas de emprego na Europa através da Rede EURES;
• Consultar diariamente as ofertas de emprego disponíveis em jornais, na bolsa
de emprego público, no Diário da República, ou em quaisquer outras bolsas de
emprego na Internet;
• Contactar as empresas e informar-se sobre eventuais vagas. Enviar cartas de
candidaturaespontânea acompanhadas de currículo.
O Plano Pessoal de Emprego
O Plano Pessoal de Emprego (PPE) é um projeto de inserção socioprofissional,
elaborado por si,conjuntamente com o Centro de Emprego e no qual estão definidas:
• As ações previsíveis para a inserção no mercado de trabalho;
• As iniciativas exigidas para cumprimento do dever de procura ativa de emprego;
• As ações de acompanhamento, avaliação e controlo a promover pelo Centro
deEmprego.
A Procura Ativa de Emprego
A Procura Ativa de Emprego é o conjunto de iniciativas efetuadas pelo candidato a
emprego, tendo em vista a sua inserção no mercado de trabalho, por conta de outrem
ou por conta própria, constituindo uma etapa do Plano Pessoal de Emprego.
36
Para lhe facilitar a Procura Ativa de Emprego, o Centro de Emprego apoia-o nos seus
esforços e iniciativas através da aquisição de estratégias de aproximação ao mercado
de trabalho e disponibiliza recursos e meios:
• Livre serviço de emprego;
• Quiosques electrónicos;
• Acesso à Internet;
• Anúncios de emprego;
• Se for beneficiário de prestações de desemprego tem o dever de procurar
ativamente emprego pelos seus próprios meios e efetuar a sua demonstração
perante o Centro de Emprego.
Gabinetes de Inserção Profissional - GIP
Os Gabinetes de Inserção Profissional são estruturas de apoio ao emprego que, em
estreita cooperação com os centros de emprego ou centros de emprego e formação
profissional, suportam a atuação destes no desenvolvimento de atividades que
contribuem para a inserção ou reinserção profissional de desempregados.
Objetivos
Apoiar os desempregados na definição ou desenvolvimento do seu percurso de
inserção oureinserção no mercado de trabalho.
Destinatários
Desempregados, jovens ou adultos, que necessitem de apoio na resolução do seu
problema deinserção ou reinserção profissional.
Entidades promotoras
Entidades públicas ou privadas sem fins lucrativos, nomeadamente:
• Autarquias locais;
• Instituições particulares de solidariedade social;
• Outras associações relevantes na dinamização e desenvolvimento local;
37
• Associações de imigrantes e para imigrantes;
• Associações sindicais e de empregadores;
• Escolas com oferta de vias profissionalizantes de nível secundário.
Apoios
Os desempregados beneficiam de um vasto leque de atividades nos GIP:
• Informação profissional para jovens e adultos desempregados;
• Apoio na procura ativa de emprego;
• Acompanhamento personalizado dos desempregados em fase de inserção ou
reinserçãoprofissional;
• Encaminhamento para ofertas de qualificação;
• Divulgação de ofertas de emprego e colocação de desempregados nas ofertas
disponíveis e adequadas;
• Divulgação de programas comunitários que promovam a mobilidade no
emprego e naformação profissional no espaço europeu;
• Motivação e apoio à participação em ocupações temporárias ou atividades
em regimede voluntariado, que facilitem a inserção no mercado de trabalho.
38
Capítulo 13 – Mobilidade geográfica
Quais são as vantagens de me mudar para outro país?
Há muito a beneficiar com um período de estudo ou trabalho no estrangeiro: uma
verdadeira mudança de ambiente, novos horizontes pessoais, contacto diário com uma
cultura diferente, a oportunidade ideal de aprender uma nova língua, a oportunidade
de conviver com métodos de trabalho ou de estudo, trocar ideias e comparar
experiências de pessoas com origens diferentes.
A Rede EURES destina-se a apoiar os cidadãos comunitários na procura de emprego
noutros países comunitários.
A Rede dispõe de Conselheiros EURES, peritos em questões de mercado de trabalho
europeu e condições de vida e trabalho nos países do Espaço Económico Europeu (e
Suíça), que podem fornecer-lhe informações gerais sobre: mobilidade; legislação;
segurança social; impostos; contratos de trabalho; práticas de recrutamento, etc.
Pode, em primeiro lugar, consultar o portal EURES na Internet, onde poderá pesquisar
ofertas de emprego nos países que integram o Espaço Económico Europeu, e também
na Suíça.
Mais de 1,3 milhões de ofertas de emprego são diariamente disponibilizadas no Portal,
abrangendo múltiplas profissões e incluindo oportunidades permanentes e sazonais -
podendo ser consultadas, por exemplo, por países, por regiões, por profissões, por tipo
de contrato ou ainda pelo cruzamento de vários critérios de pesquisa.
O que devo fazer para procurar emprego num país da União Europeia/do Espaço Económico
Europeu?
39
Pode, igualmente, inscrever o seu CV na base de dados CV Online, colocando-o deste
modo à disposição para consulta por parte dos empregadores no EEE.
Esta inscrição pode ser aliada à criação de uma conta “O meu EURES”, que lhe permite
criar e gerir perfis de pesquisa e receber notificações por correio eletrónico sobre novas
ofertas de emprego disponibilizadas no Portal que correspondam a esses perfis.
Pode também, num segundo momento, marcar entrevista com o Conselheiro EURES
mais próximo do seu local de residência – que o ajudará na obtenção de informação
sobre condições de vida e trabalho noutros países da UE/EEE e o poderá apoiar na
definição do seu projeto de mobilidade.
Quais os aspetos práticos a considerar antes de se procurar emprego noutro país
europeu?
Trabalhar e viver noutro país europeu pode apresentar alguns obstáculos, tais como a
adaptação a uma nova cultura, a uma nova língua ou ainda a familiarização com
regimes fiscais ede segurança social bastante diferentes do português.
A melhor forma de preparação é, portanto, uma recolha inicial de informação sobre
o país dasua escolha. As suas qualidades pessoais e determinação desempenham
igualmente um papel importante no processo de procura de emprego - a par,
obviamente, das suas qualificações e conhecimentos de línguas estrangeiras.
Antes de iniciar a procura de emprego noutro país da Europa, deve estar consciente
de que não é necessariamente mais fácil encontrar um emprego no estrangeiro do que
em Portugal (a taxa de desemprego global do Espaço Económico Europeu é também
elevada).
Em todo o caso, alguns sectores no mercado de trabalho europeu podem oferecer
oportunidades interessantes, como é o caso dos sectores do Turismo, da Hotelaria e
Restauração, da Construção e dos Serviços (serviços financeiros, consultoria em
gestão, tecnologias da informação e comunicação e alguns segmentos do sector da
saúde), bem como do trabalho sazonal em algumas atividades agrícolas.
40
Há ainda que ter presente que as diferenças nas oportunidades de emprego entre
regiões noEEE são significativas e que a situação se pode alterar muito rapidamente.
Contacte, em Portugal, a rede de Conselheiros EURES, que poderão aconselhá-lo(a)
sobre as estratégias mais eficazes de procura de emprego e apoiá-lo(a) na obtenção
de informação sobre condições de trabalho noutros países da UE/EEE. E-mail:
eures@iefp.pt
Informações gerais – CHECKLIST
Antes de aceitar um emprego, certifique-se que:
• Tem um documento de identificação válido;
• Tem cópia do contrato de trabalho ou documento que confirme as condições
oferecidase percebe-as na íntegra;
• Conhece o método e frequência do pagamento do salário;
• Conhece as condições de alojamento e se o empregador suporta as despesas,
ou;
• Consegue alojamento na zona onde irá trabalhar;
• Tem o Cartão Europeu de Seguro de Doença para salvaguardar eventuais
despesas de saúde até estar abrangido pelo sistema de saúde do país onde irá
exercer atividade profissional;
• Tem dinheiro suficiente para permanecer no país até receber o primeiro salário,
ou para regressar a Portugal em caso de necessidade.
É aconselhável que:
• Verifique com antecedência a situação do mercado de trabalho, através da
consulta dejornais ou através da Internet;
• Assegure a apresentação de referências para futuros empregadores;
• Faça um seguro de viagem;
• Contacte a Segurança Social para obter mais informações sobre o sistema do
país ondeirá exercer atividade profissional;
• Assegure que tem os conhecimentos linguísticos adequados ao exercício da
atividadeprofissional e caso seja necessário melhore as suas competências.
41
Livre Circulação
Como cidadão de um país do Espaço Económico Europeu, pode viajar e trabalhar em
qualquer estado membro, beneficiando dos mesmos direitos dos cidadãos do país que
escolher. A sua família também beneficia do direito à livre circulação,
independentemente da nacionalidade.
Autorização de Residência
Como cidadão de uns pais do Espaço Económico Europeu, pode residir em qualquer
um com certas limitações. Se tem intenção de permanecer 3 meses (ou mais de 6 em
alguns países) deve solicitar uma autorização de residência nos serviços
administrativos competentes do país em questão.
Os membros da sua família (cônjuge, descendentes ou ascendentes a cargo)
independentemente da sua nacionalidade podem acompanhá-lo e usufruir do mesmo
direito de residência.
Reconhecimento de qualificações
O acesso a determinadas atividades profissionais está condicionado à posse de
diplomas, certificados ou qualificações específicas. Nestes casos é necessário solicitar
o reconhecimento dos mesmos perante os organismos competentes do país de
acolhimento.
Segurança Social
Em princípio está abrangido pelo sistema de segurança social do país onde trabalha.
Você e a sua família têm direito a receber o mesmo tratamento em matéria de
segurança social e podem receber as mesmas prestações que os cidadãos do país de
acolhimento.
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Na assistência médica, os países do Espaço Económico Europeu exigem a
apresentação do Cartão Europeu de Seguro de Doença.
Se está a receber prestações de desemprego, pode exportá-las para procurar emprego
noutro Estado-membro, durante um período máximo de 3 meses.
Para tal deve estar registado no IEFP há pelo menos 4 semanas, comunicar a data de
saída do país e inscrever-se no Serviço Público de Emprego do país de destino num
prazo máximo de 7 dias. Deverá levar consigo o formulário E303, a solicitar no Centro
Distrital de Segurança Social, para a exportação dos seus direitos em matéria de
prestações de desemprego.
Convém ainda solicitar o formulário E301, antes de sair do país onde trabalhou, para
que os períodos quotizados possam ser considerados para o cálculo de futuras
prestações.
Tenha em conta que o período de pagamento das prestações em alguns países pode
chegar aos 2 meses.
Impostos
Não existe legislação comunitária específica em matéria de impostos. Existem acordos
bilaterais para evitar a dupla tributação e o tratamento desigual com base na
nacionalidade. Habitualmente, os impostos sobre o rendimento são pagos no país onde
se tem residência fiscal.
43
Capítulo 14 – Redes de Contactos
A rede de contactos é constituída pela multiplicidade de pessoas com as quais se
estabelecem relações diferenciadas (familiares, amigos, vizinhos, colegas...) e que,
pela sua atividade profissional, pelo local onde trabalham ou pela rede de relações que
elas próprias possuem, podem potenciar as oportunidades de procura de emprego.
Todas as pessoas possuem uma rede de contactos. Identificar o que cada uma das
pessoas quea compõem pode representar na procura de emprego é fundamental.
Obter informações sobre o mercado de trabalho (características de profissões,
necessidades de recrutamento), a recomendação do currículo, a marcação de uma
entrevista ou a prestação de referências a potenciais empregadores, são mais-valias
na procura de emprego que podem ser proporcionadas pela rede de contactos.
Promover a consciencialização da importância da rede de contactos, dos apoios que
esta pode facultar, assim como da importância da sua dinamização e alargamento é
primordial como técnica a utilizar numa estratégia consistente para a obtenção de
trabalho.
Usar a rede de contactos é a maneira mais eficaz de encontrar emprego;
aproximadamente 70% de todos os empregos são encontrados dessa forma. Além
disso, ela permite que você descubra oportunidades que nem chegam a ser
publicadas— o “mercado oculto de empregos”,que responde por 80% de todos os
empregos disponíveis.
Por meio da rede de contactos, desenvolve-se a capacidade de fazer e manter um bom
relacionamento com uma gama enorme de pessoas. Essa habilidade é fundamental
não só para o sucesso na busca de emprego, como também no desempenho de suas
funções nesse emprego.
Quem Pode Ser Mais Útil na Elaboração de uma Rede de Contactos?
• Pessoas que saibam algo sobre a profissão que escolheu;
• Pessoas que conheçam outras que tenham influência;
44
• Pessoas que conhecem muitas outras pessoas.
Lembre-se de que, para atingir resultados melhores e mais rápidos, deve:
• Entrar em contacto pelo menos com dez pessoas ou recursos por dia;
• Obter duas novas referências de cada contacto;
• Marcar pelo menos duas reuniões ou entrevistas pessoais por dia.
Diretrizes
• Antes de se reunir com alguém, decida de antemão o que deseja descobrir ou
conseguir.
• Cause uma boa primeira impressão. Em dez segundos, formamos uma
impressãodetalhada e persistente da pessoa que conhecemos.
• Ao conhecer alguém pela primeira vez, certifique-se de apresentar-se
adequadamente.
• Faça às pessoas que conhecer perguntas sobre elas mesmas, e escute-as.
Pergunte sobre o seu trabalho, como entraram para essa área, do que elas mais
gostam, o que é mais difícil, e assim por diante. Lembre-se de que elas podem
também estar formando a própria rede de contactos. Compartilhe informações
que possam ser úteis para elas.
• Descreva brevemente o que procura e quais são as suas qualificações.
• Se adequado (geralmente ao final da conversa), troque cartões-de-visita e
informações sobre outras pessoas que vocês devem contactar.
• Cumpra todos os compromissos assumidos. A chave do sucesso das redes de
contacto éo acompanhamento. Se disser que vai ligar para alguém, faça-o logo
após conversarem.
• Mantenha contacto com as pessoas de sua rede de contactos. Embora advenha
um grande benefício de sua rede de contactos, o melhor contacto de sua rede
é alguém com quem você interage mais de uma ve
45
Capítulo 15 – Curriculum Vitae
Um instrumento central na procura emprego é o Currículo. Este é a primeira imagem
transmitida à entidade empregadora e da qual depende, na maioria das vezes, a
possibilidadede passar para as fases seguintes do processo de seleção.
É um resumo dos dados pessoais, da formação, das principais experiências
profissionais e extraprofissionais. Põe em evidência o percurso académico e formativo
do candidato, bem como a sua evolução profissional. Relata o que o candidato fez no
passado, de uma forma clara e sucinta, e põe em evidência as competências que
possui e que poderão ser mobilizadas no futuro.
Quando elaborar o seu CV deve ter em conta os seguintes aspetos:
Forma de apresentação
Deve ser preferencialmente escrito em computador, numa folha A4 de cor
clara e semerros nem rasuras;
Não deve ultrapassar duas a três páginas, utilizando apenas a frente da folha;
Utilize a primeira pessoa;
Utilize palavras simples e frases curtas;
Deixe espaço suficiente entre as linhas bem como nas margens;
Transmita uma ideia por parágrafo, evitando que este tenha mais do que cinco
linhas.
O que deve conter
Identificação;
Formação académica;
Formação profissional;
Experiência profissional;
Outros conhecimentos.
46
Como deve organizá-lo
No CV cronológico a experiência profissional é organizada da mais antiga para
a mais recente ou vice-versa. Este tipo de currículo é mais aconselhado a
pessoas cujas atividades mais recentes são as mais importantes para a função
a que se candidata;
No CV funcional a experiência profissional é organizada por blocos de
atividades ou funções semelhantes. Este tipo de currículo é mais aconselhado
a pessoas que desempenharam atividades muito diversificadas ou para tornar
despercebidos períodos de inatividade profissional.
No CV EUROPASS as suas competências e qualificações são apresentadas
de uma forma clara e facilmente compreensível em toda a Europa. Este tipo de
currículo é utilizado quando um anúncio o solicitar ou numa candidatura a um
emprego noutro país do Espaço Económico Europeu (EEE).
Nas situações de candidatura a postos de trabalho na área criativa é frequente utilizar-
se o Portefólio. Consiste num conjunto organizado dos trabalhos (como fotografias,
desenhos, projetos, textos) desenvolvidos pelo candidato que permite demonstrar as
suas competências técnicas.
A escolha do tipo de currículo, bem como as informações a incluir dentro de cada
rubrica, devem permitir destacar os aspetos que valorizam a candidatura. O currículo
deve, pois, ser elaborado de forma adaptada a cada tipo de entidade empregadora e
posto de trabalho.
Qualquer tipo de currículo pode ser disponibilizado através da internet, nomeadamente
com recurso a blogues e às redes sociais. Há também sites especializados em
emprego e de algumas empresas nos quais é possível inserção do currículo. Na sua
maioria estes sites têm um formulário tipo para preenchimento. Noutros, o candidato
necessita de fazer uma cópia do seu currículo.
Em qualquer dos casos, o candidato deverá ir procedendo à sua atualização. Nas
pesquisas às bases de dados, os currículos surgem por ordem de inserção, dos mais
recentes para os mais antigos.
47
Se o currículo for sendo atualizado, ou mesmo se lhe forem sendo feitas ligeiras
alterações, aparecerá no início da pesquisa captando mais facilmente a atenção da
entidade empregadora; além disso, habitualmente, os currículos que não tiverem
sofrido alterações são eliminados da base ao fim de algum tempo.
48
Exemplo de CV Cronológico
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Nome - Madalena Alves da Costa
Data de
Nascimento
-
07/03/1970,
Lisboa
Estado Civil
- Solteira
Residência - Av. 5 de
Outubro, nº X, 1050-
123 LisboaTelefone -
21 XXX XX XX
Tlm - 9X XXX XX XX
FORMAÇÃO ESCOLAR (Habilitações Literárias)
9º ano de escolaridade, concluído no ano de 1986 (indicar a média se for favorável).
12º ano de escolaridade, obtido por equivalência do curso de Aprendizagem de Técnico de
Qualidade, no ano de 1989 (indicar a média se for favorável).
FORMAÇÃO PROFISSIONAL
Curso de Técnico de Qualidade com a duração de
3 anos, no Centro de Formação.Profissional para a
Qualidade - CECAL, concluído em 1989.
Especialização em Gestão da Qualidade (1 ano) do Centro de Formação Profissional para a
Qualidade (CEQUAL), terminado em 1990.Carta de condução de ligeiros e pesados.
Conhecimentos razoáveis de inglês.
EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL
Empresa: Sotêxtil De 1990 até 1995
Função: Técnico de Controlo de Qualidade na empresa têxtil.
Empresa: Vestuário PoliDe 1995 até 2000
Função: Chefe de Equipa no Laboratório de Qualidade, com funções de coordenação na área de
planeamento da empresa.
OUTRAS ATIVIDADES (Atividades Extraprofissionais)
Interesse por fotografia com
prática de técnicas de revelação.
Prática de atletismo.
49
Exemplo de CV Funcional
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Nome - Fernando Duarte Silva
Data de Nascimento - 07/03/1960, LisboaEstado Civil -Casado
Residência - Av. 5 de Outubro, nº X, 1050-123 LisboaTelefone - 21 XXX XX XX
Tlm - 9X XXX XX XX
EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL
Encarregado da Secção de Mecânica (1992-2000):
Encarregado da secção de equipamentos pesados da Empresa "X" - motores de geradores,
camiões e gruas móveis;Encarregado de gestão de stocks e do parque de equipamentos;
Responsável pela reparação de motores.
Automecânico (1987-1992):
Funções de manutenção e reparação de motores e outros equipamentos mecânicos.
Aprendiz de Automecânico (1982-1987):
Serviço Militar na especialidade de automecânico.
Ajudante de Motorista de Camião (1978-1982):
Carga, descarga e acondicionamento de mercadorias em veículos automóveis pesados.
Empregado de Bomba de Gasolina (1976-1978): Abastecimento de combustíveis e lavagem
de viaturas.
FORMAÇÃO ESCOLAR (Habilitações Literárias)
6º ano de escolaridade, concluído em 1973 (indicar a média se for favorável).Frequência do
9º ano de escolaridade (indicar a média se for favorável).
PROFISSIONAL
Curso de Formação Profissional de Mecânico de Automóveis do Centro de Formação
Profissional de Reparação Automóvel - CEPRA,de 1983 a 1984.
Carta de condução profissional de ligeiros e pesados, respetivamente em 1982 e 1985.
OUTRAS ATIVIDADES (Atividades Extraprofissionais)
Bombeiro voluntário.
Sócio do Clube Desportivo e Recreativo, onde desempenha as funções de Tesoureiro.
50
Exemplo de CV EUROPASS
51
52
Capítulo 16 – Anúncios de Emprego
A forma mais comum de procurar emprego é através da resposta a anúncios. Os
anúncios de emprego podem encontrar-se numa multiplicidade de locais e em
diferentes suportes (papel ou digital). Os jornais são o meio mais clássico de os
encontrar. A Internet é um meio cada vez utilizado na divulgação de ofertas de
emprego, nomeadamente nas redes sociais, em sites especializados de emprego
(bolsas de emprego), nos sites das entidades empregadoras e de recrutamento de
pessoal.
Podem, ainda, encontrar-se anúncios de emprego em lugares públicos de grande
afluência depessoas, de que são exemplo os supermercados, onde existem placares
com anúncios afixados. Ainda que a diversidade de meios represente um vasto campo
de oportunidades de emprego, aeficácia da procura de emprego torna desejável que
cada candidato determine os meios e ossuportes mais indicados para si, em função
do tipo de atividade que pretende desenvolver.
A resposta a anúncios deve ser criteriosa, tendo em conta os elementos e o modo de
resposta solicitados no anúncio. Desenvolver competências de resposta a anúncios de
emprego constitui- se uma mais-valia que pode ser diferenciadora para o
prosseguimento no processo de seleção.
Como interpretar um anúncio de emprego?
Informação obrigatória num anúncio – o empregador deve fornecer ao
candidato informação suficiente quanto ao tipo de função, exigências e local de
trabalho.
Características pessoais – não se deixe assustar pelos adjetivos fortes
(dinâmico, à provade stress, extrovertido...) que aparecem em alguns anúncios.
Geralmente têm o mesmo objetivo: querem um trabalhador saudável e
empenhado. Portanto, não é preciso serum campeão para ser considerado
adequado para o lugar.
53
Diplomas – embora nenhuma empresa vá recusar uma pessoa com
experiência e sem diploma, este papel é muitas vezes o primeiro critério de
seleção. Terá, portanto, alguma margem de manobra neste campo. A
experiência pode eventualmente substituir o diploma, mas nem sempre isso
acontece.
Idade – muitos anúncios indicam a idade pretendida. Se já não está na faixa
etáriadesejada, mas pensa que encaixa na perfeição no perfil pretendido,
envie na mesma oCV dando ênfase à sua experiência na área.
Línguas – um empregador pode exigir conhecimentos de línguas aos
candidatos e testá- los.
Testes – pode preparar-se para os testes psicológicos. Existem pequenos livros
que podem ajudá-lo nesta tarefa. Todos os custos de testes e exames no
quadro de um procedimento de seleção são por conta do empregador mas
normalmente as despesas de deslocação são por conta do candidato.
Carta manuscrita – alguns responsáveis pela seleção acham que podem
descobrir elementos importantes sobre o carácter do candidato através da sua
letra e contratam um profissional para o efeito.
Cópias de diplomas, fotografias… – o empregador deve manter estes
documentos à disposição do candidato durante um tempo razoável. Não quer
dizer que a empresa tenha de devolver tudo, mas é aconselhável. Cópias
notariais de diplomas e certificados só podem ser exigidos na altura do
recrutamento.
Normas de redação de cartas de apresentação e candidatura
Brevidade e simplicidade
Por norma deve ser escrita à mão, mas hoje em dia já se utiliza o computador. Esta
carta deve, juntamente com o CV, convencer o empregador a chamá-lo para uma
entrevista.
Dirija-se à pessoa certa
Comece por dirigir a carta à pessoa certa. Isto é prova de ter o cuidado de mandar a
54
carta a uma determinada pessoa. Não se esqueça de pôr em cima da carta a rubrica
assunto, onde esclarece o objetivo da sua carta e, eventualmente, menciona a
referência do anúncio.
Escreva uma boa frase de abertura
A intenção é destacar-se no meio de muitas respostas. Isto não se consegue com
frases usadas como: "Na sequência do seu anúncio..." ou "Por este via venho
candidatar-me...". Evite linguagem estandardizada ou expressões clássicas e use uma
frase de abertura personalizada, original e cheia de entusiasmo.
Não use palavras demasiado modestas
"Talvez", "eventualmente" e "acho" são expressões a evitar. Procure o caminho
intermédio. Dizer que é a pessoa ideal e que o empregador seria doido se não
aproveitasse esta oportunidade, não só mostra um entusiasmo pronunciado como
também uma grande dose de arrogância.
Explique porque se candidata
Explique o que o atrai na empresa, na função, no sector. Aproveite para mostrar
entusiasmo.
Não se prolongue
A sua carta pode ter uma página no máximo. Convém transmitir a mensagem em frases
curtas e dinâmicas com muitos verbos ativos.
Não mencione a sua inexperiência
Se não tiver a experiência ou a formação exigida, não o mencione. Escreva antes sobre
a sua capacidade de aprender depressa. Seja sempre positivo sobre si mesmo.
Não fale em ordenado
Não fale de dinheiro na carta. Mencione o ordenado apenas no caso de lhe ter sido
pedido no anúncio a que está a responder, de outra forma acredite que vai criar uma
impressão negativa.
55
Evite terminar com banalidades
Lembre-se que a última impressão é tão importante como a primeira. Não escreva
frases feitas mas, por exemplo, "Se achar que temos algo a oferecer um ao outro,
estarei sempre disponível para conversarmos numa entrevista".
Exemplo de carta de resposta a um anúncio:
Maria Isabel Rebelo
Rua do Brasil, 44
3000-138 Coimbra
Telemóvel: 966666666
Exmos. Senhores,
Sociedade de Informática de Portugal
Diretor de Recursos Humanos
Rua das Gaivotas, 222
3000-399 Coimbra
Assunto: Ref. C01 – Área Informática
Exmos. Senhores,
Gostaria de apresentar a minha candidatura ao lugar de Técnico de Informática que a vossa empresa anunciou no Jornal “Diário de
Coimbra”, na edição do dia 13 de Janeiro de 2012.
Junto anexo o meu currículo apresentando em pormenor a minha formação escolar, bem como a experiência prática adquirida
durante os estágios que efetuei.
Apreciaria muito que me dispensasse alguns minutos do seu tempo para aprofundar melhor as razões da minha candidatura.
Na esperança de que V. Exa. irá atender o meu pedido queira aceitar os meus melhores cumprimentos.
Coimbra, 19 janeiro 2012
Maria Isabel Rebelo
Em anexo: Curriculum Vitae
56
Capítulo 17 – Candidatura Espontânea
A candidatura espontânea destina-se a captar a atenção das entidades às quais é
dirigida, a suscitar-lhes o interesse em pretender saber mais sobre o candidato a
emprego e, consequentemente, a despoletar a marcação de uma entrevista. Permite
ao candidato aceder a postos de trabalho para os quais o recrutamento raramente é
feito através de anúncios, dar-se aconhecer a empresas que têm necessidade de
trabalhadores mas que ainda não iniciaram o processo público de recrutamento, criar
a necessidade nas empresas de novas funções, ou seja, aumentar as oportunidades
de conseguir emprego.
Há várias formas de efetuar a candidatura espontânea. Uma possibilidade é elaborar e
divulgar um anúncio de oferta de serviços, através da imprensa, da Internet (páginas
pessoais, redes sociais, etc.), da afixação em locais públicos de grande movimento
(como espaços comerciais) ou da sua distribuição pelas caixas de correio. Outra forma
de candidatura espontânea consiste na apresentação da candidatura junto de
potenciais empregadores através da elaboração e envio, por via postal ou correio
eletrónico, de carta de candidatura espontânea acompanhadado currículo. A inserção
de currículo em bolsas de emprego constitui, igualmente, uma forma de candidatura
espontânea.
As várias formas de candidatura espontânea podem ser usadas simultânea e
complementarmente: no entanto, revela-se importante que as abordagens a privilegiar
tenham em conta a facilidade do candidato em as utilizar e, sobretudo, a sua
adequação ao(s) destinatário(s) e o tipo de serviços oferecidos.
A apresentação da candidatura espontânea, qualquer que seja a forma utilizada, deve
ser cuidada. A estrutura, a redação e aspeto no caso de ser efetuada de forma escrita;
a apresentação física e vestuário no caso de contacto presencial.
57
Em qualquer caso o estilo e o tom em que é feita são muito importantes. Deve denotar
uma atitude de alguém que está a propor um serviço, a disponibilizar competências
que poderão constituir uma mais-valia para a empresa e não a de quem está a pedir
um emprego.
Reconhecer que a candidatura espontânea não termina no ato da sua elaboração e
divulgação é fundamental para garantir os efeitos pretendidos; é importante fazer o seu
“acompanhamento”. Na sequência do envio de uma carta convém realizar um contacto
telefónico após 8 ou 10 dias. Depois de um contacto direto numa exposição ou certame,
caso o candidato tenha prometido enviar o currículo não deve esquecer-se de o
remeter. Este acompanhamento não pode, contudo, traduzir-se numa insistência
excessiva e abusiva em relação às empresas contatadas.
É, ainda, importante registar todas as candidaturas espontâneas realizadas, sob que
formas foram feitas, a quem foram dirigidas, em que data e o que, eventualmente, foi
combinado fazer ou convirá ser feito em relação a cada uma delas.
58
Exemplo de carta de candidatura espontânea:
Nome Completo
Rua da Felicidade, n.º X, r/c Drt.º
6150-000 Proença-a-Nova
Tlm.: +351 92X XXX XXX
Exmo.(a) Sr.(a)
Diretor(a) do Departamento de Recursos Humanos
Empresa de Informática XPTO
Rua do Lagar, n.º x
6150-101 Proença-a-Nova
Proença-a-Nova, …… de ................. 20
Assunto: Candidatura Espontânea
Acabo de receber o meu diploma de Informática, adquirido após frequência do Curso de Especialização Tecnológica da Escola
Profissional XPTO. Tenho conhecimento de que a vossa empresa lidera o mercado neste ramo de atividade, o que me dá garantias
de ser o melhor local para poder desenvolver as competências que adquiri na minha formação.
Tenho experiência comprovada na área de gestão e manutenção de redes informáticas, adquirida durante o estágio curricular,
conforme se pode comprovar no Curriculum Vitae em anexo.
Gostaria de, numa entrevista pessoal, poder prestar outras informações que penso serem de mútuo interesse.
Subscrevo-me, com a mais elevada consideração.
(Assinatura)
59
Capítulo 18 – Entrevista de Emprego
O momento crucial da procura de emprego é a entrevista de emprego e, como tal, deve
ser cuidadosamente planeada e organizada.
A sua preparação permite adotar uma postura mais segura e confiante, possibilitando
um melhor desempenho. Preparar a entrevista implica uma série de passos, entre os
quais recolher o máximo de informação sobre a empresa objeto da candidatura, rever
o currículo, preparar documentação para apresentar na entrevista (certificados,
diplomas, cartas de recomendação, etc.), relembrar interesses, motivações e
competências, antecipar questões que podem ser colocadas pelo entrevistador,
verificar a data, hora e local da entrevista para se chegar com alguma antecedência.
Há entrevistas de emprego realizadas por videoconferência e entrevistas de emprego
presenciais. Estas últimas podem ser de vários tipos: a entrevista simples – entrevista
conduzida por uma única pessoa; a entrevista de júri – em que a entrevista é conduzida
por várias pessoas; as entrevistas de grupo - vários candidatos encontram-se
simultaneamente em situação de entrevista com um ou mais entrevistadores.
Estar disponível e contar com a possibilidade de qualquer forma de entrevista faz
também parteda sua preparação.
A realização de um balanço final da entrevista, identificando os aspetos mais positivos,
osmenos positivos e os que podem ser melhorados, é condição para o êxito em futuras
entrevistas e para se conseguir trabalho.
Antes: prepare-se para a entrevista
1. Obtenha o máximo de informação acerca da empresa.
2. Releia o seu CV e prepare-se para aprofundar aspetos.
3. Prepare diplomas, certificados, etc.
4. Verifique data, hora e local (chegue 10m mais cedo).
60
5. Apresente-se de forma cuidada, cabelo, barba, roupa, unhas, calçado, etc.
Durante: decorrer da entrevista
Comportamentos recomendáveis:
Apresente-se, saudando quem o recebe;
Aguarde que o convidem a sentar;
Mantenha uma postura correta;
Olhe de frente para o entrevistador;
Mostre-se interessado;
Responda com determinação;
Peça esclarecimentos quando não compreendeu a questão;
No final, agradeça a oportunidade da entrevista.
Caso lhe dêem resposta imediata de admissão:
1) Aceite decididamente;
2) Solicite algum tempo para refletir, informe o entrevistador do espaço de
tempo emque lhe dará a resposta.
Comportamento a evitar:
Cortar a palavra ao entrevistador;
Mexer-se continuamente na cadeira;
Mendigar trabalho;
Mostrar arrogância;
Autoelogiar-se;
Mastigar pastilha elástica;
Insistir muito na remuneração.
Dicas:
Não dê nada por garantido;
Não monopolize a conversa nem tente evitar responder a perguntas - ouça
atentamenteo entrevistador;
61
Assuma uma atitude positiva relativamente a tudo e todos;
Não copie na totalidade a linguagem corporal do seu entrevistador;
Não dê respostas de sim e não ou de uma palavra só – elabore as respostas;A
não ser que o entrevistador o faça, evite questões tabu como salários e
benefícios daempresa.
Perguntas frequentes durante a entrevista
O que sabe sobre a empresa?
Pode aprofundar a sua experiência profissional e funções referidas no CV?
Porque é que acha que a empresa o deve contratar?
Como ocupa os seus tempos livres?
O que pensa fazer daqui a 5 anos?
Qualidades e defeitos. O que pensa sobre si?
Objetivos profissionais?
Depois: faça a autoavaliação
Como correu a entrevista?
Que questões despertaram mais interesse ao entrevistador?
Realcei suficientemente as minha competências?
Falei de mais ou de menos?
Cortei a palavra ao entrevistador?
Dei uma imagem positiva de mim?
Que aspetos poderei melhorar na próxima entrevista?
Uma boa maneira de salientar o seu interesse pelo cargo e não correr o risco de a
sua imagem se esbater na memória do entrevistador é o envio de uma carta pós-
entrevista.
No entanto, deve certificar-se se essa carta reverterá realmente a seu favor. Caso
opte por proceder ao envio seja breve e objetivo.
Agradeça ao entrevistador por tê-lo recebido;
Diga que gostou do contacto e que este possibilitou confirmar a sua perceção
62
de adequabilidade entre o cargo em questão e as suas capacidades e
experiência;
Termine dizendo que gostaria imenso de ter oportunidade de trabalhar na
empresa eque aguarda ansiosamente a decisão.
Caso o entrevistador o informe da data em que a decisão será tomada deve anotá-la.
Se passar adata e não tiver resposta, telefone ou escreva pois qualquer que seja a
sua situação tem direitoa ser informado.
Se for rejeitado, telefone ou escreva a perguntar as razões. Explique que não está a
pôr em causa a decisão, mas que essa informação lhe será útil para situações futuras.
63
Bibliografia
AA VV. Guia de Apoio à Procura de Emprego, Ed. Município de Rio Maior, 2012AA
VV., Técnicas de Procura de Emprego, Ed. IEFP, 2012
Goleman, Daniel, Inteligência emocional, Ed. Temas e Debates, 1997 Leite, A.,
Relações interpessoais e comunicação, Ed. CECOA, 2008
Penim, Ana Teresa, Marketing pessoal e sucesso na procura e manutenção do
emprego, Separatada Revista DIRIGIR, Ed. IEFP, nº 113, 2001
Sites Consultados:
Expresso Emprego http://expressoemprego.pt/c
IEFP – Instituto do Emprego e Formação Profissionalhttp://www.iefp.pt/P
Portal do Cidadão http://www.portaldocidadao.pt/Segurança Social http://www4.seg-
social.pt/

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Manual de Formação Comunicação assertiva e técnicas de procura de emprego

  • 1. (PROGRAMA: PROGRAMA OPERACIONAL INCLUSÃO SOCIAL E EMPREGO TIPOLOGIA 1.08 – Formação Modular para Empregados e Desempregados - POISE-01-3524 – FSE- 003051) Comunicação Assertiva e técnicas de procura de emprego CÓDIGO UFCD:8599 Área: 761361 - Cuidador de Crianças e Jovens Nome da formadora Isabel Dias Data 16/09/2022 FORM_ 26_DTP
  • 2. Índice Objetivo - ..................................................................................................................1 Introdução - ..................................................................................................................2 Capítulo 1 – Comunicação Assertiva ............................................................................3 Capítulo 2 - Assertividade no relacionamento interpessoal...........................................9 Capítulo 3 - Assertividade no contexto profissional.....................................................11 Capítulo 4 - Técnicas de assertividade em contexto profissional ................................13 Capítulo 5 - Origens e fontes de conflito na empresa..................................................15 Capítulo 6 - Impacto da comunicação no relacionamento humano .............................18 Capítulo 7 - Comportamentos que facilitam e dificultam a comunicação e o entendimento..............................................................................................................21 Capítulo 8 - Atitude tranquila numa situação de conflito..............................................23 Capítulo 9 - Inteligência emocional e gestão de comportamentos ..............................25 Capítulo 10 - Modalidades de trabalho .......................................................................27 Capítulo 11 - Mercado de trabalho visível e encoberto ............................................31 Capítulo 12 - Pesquisa de informação para procura de emprego ...............................33 Capítulo 13 - Mobilidade geográfica............................................................................38 Capítulo 14 - Rede de contactos.................................................................................43 Capítulo 15 - Curriculum vitae.....................................................................................45 Capítulo 16 - Anúncios de emprego............................................................................52 Capítulo 17 - Candidatura espontânea .......................................................................56 Capítulo 18 - Entrevista de emprego...........................................................................59 Bibliografia..................................................................................................................63
  • 3. 1 Objetivos Os objetivos desta ação são: • Explicar o conceito de assertividade. • Identificar e desenvolver tipos de comportamento assertivo. • Aplicar técnicas de assertividade em contexto socioprofissional. • Reconhecer as formas de conflito na relação interpessoal. • Definir o conceito de inteligência emocional. • Identificar e descrever as diversas oportunidades de inserção no mercado e respetivos apoios, em particular as Medidas Ativas de Emprego. • Aplicar as principais estratégias de procura de emprego. • Aplicar as regras de elaboração de um curriculum vitae. • Identificar e selecionar anúncios de emprego. • Reconhecer a importância das candidaturas espontâneas. • Identificar e adequar os comportamentos e atitudes numa entrevista de emprego.
  • 4. 2 Introdução A procura de emprego pode ser uma das tarefas mais desgastantes e ingratas, pode acarretar muitos dissabores e dificuldades e por isso, para maximizar os resultados minimizando o esforço é necessário adaptar uma atitude e um comportamento correto ao longo de todo o processo. No contexto atual do mercado de trabalho, a procura de emprego deve ser ativa, organizada e persistente e manter uma atitude positiva perante todo este processo depende de si.
  • 5. 3 Capítulo 1 – Comunicação Assertiva Os estilos de comunicação relacionam-se com a forma que escolhemos para exprimirmos o nosso ponto-de-vista. Podemos fazê-lo de uma forma: 1- Direta (de forma explícita) ou indireta (de forma implícita e que dá lugar a várias interpretações); 2- Diplomática (expressar o ponto-de-vista próprio e respeitar que o outro tenha um diferente) ou persuasiva (procurar convencer o outro a adotar o nosso próprio ponto- de-vista). A combinação destes critérios gera os 3 estilos de comunicação: passivo, agressivo e assertivo. Pretende-se que saiba utilizar os 3 estilos de comunicação, pois todos podem ser-lhe úteis; no entanto, na maioria das situações, deverá utilizar o estilo assertivo. Formas de expressão do ponto-de-vista DIPLOMÁTICA PERSUASIVA DIRETA Assertivo Agressivo INDIRETA Passivo (geral) Passivo (manipulador) Existem estereótipos populares para cada estilo que correspondem às suas utilizações incorretas: 1- O estilo agressivo é usualmente o mais malvisto pois está associado a pessoas conflituosas, arrogantes, ofensivas e egocêntricas; 2- O estilo passivo está associado a pessoas submissas e inseguras; 3- O estilo assertivo, por ser menos utilizado, não é tão estereotipado; ainda assim, às vezes é associado às pessoas muito elaboradas na sua comunicação ou demasiado formais para a situação em causa.
  • 6. 4 Estilo Passivo Quando se expressa o ponto-de-vista de forma indireta e diplomática; ou indireta e persuasiva (vertente manipulador). Utilização Adequada: É útil em situações em que, por prudência, reserva, ou desejo de escutar o outro, prefira não expor (explicitamente) o seu ponto-de-vista. Pode também ser utilizado quando se quer convencer de forma implícita os outros a agir de acordo com a nossa vontade (vertente manipulador). Utilização Inadequada: Resulta numa atitude de submissão, insegurança, desresponsabilização, vitimização oumanipulação negativa. Utilização dos espaços de comunicação: Modalidades da Comunicação Verbal: 1- Usam-se frases enigmáticas e evasivas (por vezes inacabadas e na 3ª pessoa); 2- Defendem-se dois pontos-de-vista diferentes, de forma a não se comprometer comnenhum deles, ou a manipular; 3- Desvia-se a atenção para outro aspeto ou assunto; 4- Usam-se provérbios, comentários sarcásticos e irónicos. Características da Comunicação Não-Verbal: Tom de voz baixo e pausado, poucos gestos, postura corporal curvada, contacto visualmal estabelecido, poucas expressões faciais.
  • 7. 5 Estilo Agressivo Quando se expressa de forma direta e persuasiva o ponto-de-vista. Utilização Adequada: É útil nas situações em que queira impor limites importantes à atuação de terceiros, que nãopretenda ver discutidos ou relativizados. Utilização Inadequada: Quando mal utilizado pode resultar numa atitude demasiado autoritária, ofensiva ou egocêntrica. Utilização dos espaços de comunicação: Modalidades da Comunicação Verbal: 1- Critica-se a perspetiva do outro com um tom acusatório (fala-se na 2ª pessoa dosingular); 2- Diz-se o que queremos do outro de forma exigente/autoritária (usam-se frases maiscurtas e diretas); 3- Fazem-se afirmações absolutas (são "certezas"; usa-se a 3ª pessoa do singular) e podeser-se muito argumentativo (ex: recorre-se a factos), eloquente ou dramático; 4- Ameaça-se com represálias ou consequências negativas. Características da Comunicação Não-Verbal: Contacto visual bem estabelecido (por vezes, intimidante), expressões faciais muito enfáticas, gestos aparatosos, voz bem colocada e ritmo de discurso acelerado.
  • 8. 6 Estilo Assertivo Quando se expressa de forma direta e diplomática o ponto-de-vista. Utilização Adequada: É útil na maioria das situações em que é necessário estabelecer um bom diálogo com ointerlocutor. Utilização Inadequada: Quando mal utilizado, pode resultar numa atitude excessivamente diplomática e pouco genuína. Utilização dos espaços de comunicação: Modalidades da Comunicação Verbal: 1- Fala-se na primeira pessoa (Eu), é-se claro e objetivo a dizer o que pensamos equeremos do outro, mas sempre sob a forma de um pedido (tom colaborativo); 2- Procura ser-se relativo e valorizar a nossa perspetiva, sem diminuir outras; 3- Valoriza-se a opinião do outro, mas critica-se de forma construtiva (usa-se um discursoelaborado e "cirúrgico"). Características da Comunicação Não-Verbal: Contacto visual bem estabelecido, postura corporal direita, gestos afáveis, tom de vozbem colocado e audível, expressões faciais vivas.
  • 9. 7 Outro aspeto a considerar é que os estilos de comunicação podem ser aplicados na expressãode 3 tipos diferentes de ponto-de-vista: 1 . Na expressão de opinião; 2. Na expressão de direitos; 3. Na expressão de sentimentos. Vejamos exemplos para cada tipo de ponto-de-vista: Exemplo 1 (na expressão de opinião) Situação: Discussão com colegas sobre adiar a entrega de um trabalho. Passivo: "Não sei bem o que será melhor, há vantagens e desvantagens..." Assertivo: "Não concordo convosco, julgo que o melhor será adiar porque…"Agressivo: "É um erro não adiar o trabalho!" Exemplo 2 (na defesa de direitos) Situação: Reclamação na loja. Passivo: "Este artigo tem defeito…" Assertivo: "Gostaria que trocasse este artigo por outro, uma vez que este tem defeito." Agressivo: "Troque este artigo por outro em condições! Vendeu-me este com defeito!" Exemplo 3 (na expressão de sentimentos) Situação: Um colega faz um comentário sarcástico sobre o seu ritmo lento de trabalho. Passivo: "Mais vale devagar, mas bem feito…" Assertivo: "Fico nervoso quando me pressionam para trabalhar mais rápido. Prefiro que não medigas nada." Agressivo: "Estás a enervar-me! Pára com isso!"
  • 10. 8 Vamos comparar os estilos de comunicação dois a dois, de forma a ver as diferenças naconstrução das frases: FRASES AGRESSIVAS FRASES ASSERTIVAS 1.”A proposta não está atualizada!” 1.”Acho que a proposta não estáatualizada” 2.”Apanha o copo que deixaste cair!” 2.“Gostava que apanhasses o copo” 3.”Tu desiludiste-me!” 3.”Eu sinto-me desiludido/a com o teucomportamento” FRASES PASSIVAS FRASES ASSERTIVAS 1.”Pois, há vantagens e desvantagensem cada uma das opções…” 2.”Algumas opções são boas para quemnão pede muito da vida…” 3.”Sim, claro que podes sair. Eu fico bemsozinho/a…” 1.”Tenho dúvidas sobre a decisão a tomar” 2.”Acho que a tua opção revela que às vezes podias ser mais exigente” 3.”Preferia que não saísses, pois vouficar sozinha”.
  • 11. 9 Capítulo 2 – Assertividade no Relacionamento Interpessoal A Assertividade é uma postura de comportamento, que reflete a capacidade de defendermos osnossos pontos de vista e ao mesmo tempo respeitarmos os pontos de vista dos outros. Ser Assertivo é ser Auto-Afirmativo, é ser capaz de exprimir os sentimentos de forma clara, sem entrar em ataques pessoais. As pessoas que assumem um estilo de comportamento, preponderantemente assertivo, são capazes de construir relações interpessoais construtivas e eficazes, o que é bastante positivo, não só nas relações de carácter profissional, como de carácter pessoal. Comunicar de forma afirmativa é exprimir os seus pensamentos, os seus sentimentos e os seus pontos de vista de forma clara, honesta e apropriada. Esta forma de comunicar implica: • O respeito do indivíduo por si próprio, ao exprimir os seus gostos, interesses, desejose direitos; • O respeito pelos outros, pelos seus gostos, ideias, necessidades e direitos; Comunicar de forma afirmativa é dizer aos outros: “Eis o que penso, eis o que sinto, é este o meu ponto de vista. Porém, estou pronto para te ouvir e compreender o que pensas, o que sentes e qual o teu ponto de vista”. Comunicar de forma afirmativa é dizer ao outro: “Eu sou importante, tanto quanto tu; compreendemo-nos mutuamente.” Este comportamento é geralmente eficaz quando se pretende atingir determinado fim, porque permite estabelecer compromissos que visem a satisfação de quem se afirma e a satisfação dos outros.
  • 12. 10 Por que temos dificuldade em comunicar de forma afirmativa? De um modo geral, podemos dizer que ao longo da nossa escolaridade e vivência social não fomos motivados para desenvolver a capacidade de exprimirmos os nossos pensamentos e os nossos sentimentos. Os pais ensinam os filhos a serem limpos, bem-educados, e a comer corretamente. Mas pouco tempo dedicam a dizer de forma afirmativa o que pensam e sentem. Os professores, ao longo da escolaridade, estão muito mais preocupados com a aprendizagem da escrita e dos números e com a aquisição de saberes do que com o desenvolvimento da pessoa, no sentido de a preparar para se afirmar perante os outros. Por outro lado, a sociedade de um modo geral, ou melhor, as forças sociais, apelam para um tipo de relações humanas demasiado mistificadas, baseadas na dicotomia autoridade/obediência onde a boa relação parece ter subjacente uma certa submissão e ajustamento ao pensamento dos outros (mais poderosos), à custa de não afirmação de si. Características O sujeito que se afirma: • Evidencia os seus direitos e admite a sua legitimidade sem ir contra os direitos dosoutros. • Pronuncia-se de forma serena e construtiva. • Desenvolve a sua capacidade de se relacionar com o mundo e com os outros. • Privilegia a responsabilidade individual. • Está à vontade na relação face a face. • É verdadeiro consigo e com os outros. • Coloca as coisas muito claramente e negoceia na base de objetivos precisos. • Procura compromissos realistas em caso de desacordo. • Não deixa que o pisem.
  • 13. 11 Capítulo 3 – Assertividade no Contexto Profissional A atitude assertiva é designada como autoafirmativa. Autoafirmar-se significa evidenciar os seus direitos e admitir a sua legitimidade sem ir contra os direitos dos outros. Trata-se de uma pessoa que se pronuncia de forma clara, objetiva e construtiva. Aquele que se afirma deste modo desenvolve em profundidade as suas competências relacionais privilegiando a responsabilidade individual de forma clara e construtiva. Sinais do estilo assertivo: • Estar à vontade na relação frente-a-frente; • Adotar uma postura verdadeira; • Procurar compromissos realistas; • Negociar na base de interesses mútuos e não de ameaças; • Não deixar que o “pisem”; • Estabelecer uma relação com base na confiança, não manipulando. O objetivo do estilo assertivo é minimizar as tensões interpessoais com: • Respeito por si próprio; • Respeito pelos pontos de vista dos outros; • Estabelecimento de relações abertas. Através de: • Estabelecendo a sua própria escala de prioridades; • Dizendo “não” sem ter necessidade de se justificar; • Procurar aquilo que realmente deseja; • Pedir explicações sempre que não percebeu alguma coisa; • Tentar saber qual a imagem que os outros têm de si próprio.
  • 14. 12 Situações que requerem uma atitude de assertividade no trabalho: • Pedir um aumento salarial, uma promoção ou um dia livre; • Admitir que não foi capaz de executar uma tarefa que lhe tinha sido pedida; • Repreender um subordinado. Requerem este tipo de comportamento porque: • Dependem da pessoa com que se interage; • Dependem também das circunstâncias. A assertividade leva a: • Exprimir o que se pensa ou se sente, sem ambiguidades; • Ser objetivo, elogiar os outros sempre que mereçam, elogiar-se a si próprio mesmo napresença de terceiros; • Exprimir o que se sente e pensa através da palavra, postura e gesto; • Discordar, contradizer e refutar as ideias do outro sempre que não se concorde; • Falar de forma direta; • Improvisar sempre que necessário, desde que a opinião corresponda a ideias esentimentos honestos e verdadeiros; • Manter com os outros relações assentes na confiança mútua; • Estar mais à vontade nas relações com os outros
  • 15. 13 Capítulo 4 – Técnicas de Assertividade no Contexto Profissional TÉCNICA DE AUTO-AFIRMAÇÃO (Bower, 1976) - DEEC D – DESCREVE • O Senhor A descreve o comportamento do Senhor B de uma forma tão precisa eobjetiva quanto possível. E – EXPRESSA • O Senhor A transmite ao Senhor B o que pensa e sente, em relação ao seucomportamento, sentimentos, preocupações e desacordos. E – ESPECIFICA • O Senhor A propõe ao Senhor B uma forma realista de modificar o seu comportamento. C - CONSEQUÊNCIA • O Senhor A tenta interessar o Senhor B pela solução proposta, indicando-lhe aspossíveis consequências benéficas da nova atitude que lhe é proposta. Outras técnicas de assertividade aplicadas ao contexto socioprofissional Básico: Caracteriza-se por ser direto, exprimindo os seus direitos e clarificando as suas necessidades, desejos, crenças e sentimentos. Assim, quando necessitamos de nos ausentar em determinada podemos dizer diretamente: “Preciso de me ausentar pelas 18 horas.” Empático: Exprime, também, as necessidades e desejos, mas contendo um elemento de empatia. Quando queremos pedir alguma coisa a uma pessoa podemos dizer:
  • 16. 14 Sei que está ocupado neste momento mas gostaria de lhe fazer um pedido. Discrepante: Aponta a diferença entre o que fora previamente acordado e o que está a acontecer atualmente. Podemos referir, por exemplo, uma situação numa empresa em que se verifica uma alteração de trabalho e a pessoa diria: Tal como o entendi concordámos que o projeto A tinha a máxima prioridade. Agora, está a pedir- me mais tempo no projeto B. Gostaria que esclarecesse se há alterações nas prioridades. Sentimentos Negativos: Caracteriza-se por chamar a atenção do outro para os efeitos indesejáveis do seu comportamento em si próprio. Pode incluir os seguintes elementos: o quando, os efeitos, o que se sente e o que gostaria. Por exemplo, quando temos de ficar o fim- de-semana em casa por nos terem dado um trabalho para fazer em cima da hora, pode-se dizer: Ao dar-me o trabalho agora obriga-me a trabalhar no fim-de-semana. Sinto-me aborrecido comisso. Gostaria que no futuro isso não voltasse a suceder. Consequente: Informa a outra pessoa das consequências para ela de não alterar o seu comportamento e dá-lhe uma oportunidade para o fazer. Pode-se assim dizer à pessoa: Não gostei do seu comportamento. Se isso voltar a acontecer, não tenho alternativa senão aplicaro procedimento disciplinar. Preferia não ter de o fazer. Esclarecimento: É um comportamento que procura determinar a posição do outro, as suas necessidades, desejos, opiniões e sentimentos. Desta forma, há a preocupação em perguntar aooutro: Que problemas é que isso poderá trazer para si? O que é que preferia fazer? Gostaria de saber a sua opinião sobre isto.
  • 17. 15 Capítulo 5 – Origens e Fontes de Conflito na Empresa Um conflito é uma situação que se caracteriza por escassez de recursos e por um sentimento de hostilidade. Por outras palavras, é uma situação em que dois ou mais objetivos, pertencentes a uma ou mais pessoas, são mutuamente exclusivos, gerando atitudes de hostilidade. Os conflitos acompanham-nos durante toda a nossa vida – desde murros que se trocam quando ainda crianças por causa de um carrinho de brincar, até contendas sobre códigos de vestuário com os nossos próprios filhos. No local de trabalho, discussões – alguns colegas de trabalho, clientes exaltados e patrões que vacilam e depois fazem retaliações são o suficiente para nos convencer de que a questão não é se devemos enfrentar o conflito, mas como o devemos fazer. Podemos agrupar em 4 tipos as principais causas de conflitos: 1.Diferenças de personalidade; 2. Existência de atividades interdependentes no trabalho; 3. Metas diferentes; 4. Recursos compartilhados. 1. Diferenças de personalidade • São sempre invocadas como explicação para as desavenças entre pessoas e trabalho. • O diagnóstico preliminar ajuda a antecipar o conflito e auxilia no controle de desavenças, pois conhecendo a personalidade do oponente é possível saber como lidar com ele.
  • 18. 16 2. Interdependência das tarefas no trabalho • Existem vários estudos sobre fluxos de trabalho e padrões de interação e relacionamentos, mostrando que as atividades exercidas e os sentimentos pessoais geram uma interdependência das tarefas, e são apontados como uma das causas do conflito organizacional. • Sequência das operações na empresa. 3. Metas diferentes • As metas implantadas por um departamento podem entrar em conflito com as metas deoutro departamento. • Isso significa dizer que existe tensão e diferença entre os objetivos e metas das diversasunidades. 4. Recursos Compartilhados Esta causa de conflito é muito comum nas organizações em virtude dos seguintes fatores: • Tempo do uso do computador; • Utilização de verbas para aquisição de equipamentos; • Espaço físico limitado. Atualmente a abordagem ao Conflito é positiva, pois é encarado como um fator de mudança e um estimulador a criatividade e à inovação. A abordagem tradicional ao conflito é exatamente o oposto. É algo negativo, assustador e a evitar. Tanto uma abordagem como a outra são aceitáveis e referem aspetos positivos e negativos do conflito. O conflito, dentro das organizações com uma estrutura bem definida, pode proporcionar verificações ao equilíbrio da própria organização, no sentido em que
  • 19. 17 permite testar os limites dos poderes coexistentes. Assim, caso encaremos o conflito como um benefício e não como um perigo, aprendemos a reconhecer o seu poder como agitador de situações e gerador de novos eventos. Vistos pelo seu lado positivo, os conflitos podem ajudar-nos a resolver problemas, medir a força dos nossos argumentos e a motivar-nos para nos distinguirmos. Vistos pelo seu lado negativo, todos os conflitos que se deixam crescer podem afetar a nossa produtividade e desgastar os nossos relacionamentos. Alguns aspetos positivos do conflito são: • Gera motivação e energia para executar melhor as tarefas; • Facilita a inovação, a mudança e a adaptação; • Torna o clima organizacional mais entusiasmante; • Reduz a preguiça social; • As pessoas aprendem através do confronto de ideias, o que pode melhorar a qualidadedas decisões; • Permite libertar tensões. Alguns aspetos negativos do conflito são: ● Induz cada adversário a fazer atribuições hostis ao outro; ● Provoca impasses e atrasos no processo decisório; ● Provoca decréscimo nos níveis de satisfação; ● Reduz o empenhamento organizacional; ● Destrói a moral dos grupos e organizações; ● Suscita comportamentos retaliatórios e irresponsável.
  • 20. 18 Capítulo 6 – Impacto da Comunicação no Relacionamento Humano Comunicar significa: • “Pôr em comum”. • “Entrar em relação com”. • “Trocar”. • Promover a satisfação do Cliente. O quê? • Ideias, Conhecimentos, Sentimentos, Experiências, Valores, Crenças, Opiniões. Entre quem? • Pessoas que conhecem o significado do que se diz ou faz. As pessoas que comunicam bem conseguem estabelecer relações de proximidade - porque, quando comunicamos bem, conseguimos dar-nos a conhecer na dimensão que queremos e aumentamos a probabilidade de os outros também fazerem o mesmo connosco. E assim, na mercearia, no banco, nos jantares de convívio, no trabalho, em casa, conseguimos conquistar uma relação personalizada com as diferentes pessoas com quem nos relacionamos e que constituem a nossa rede social de suporte. Quando temos algum problema ou necessidade, podemos obter a ajuda especializada de determinada pessoa para nos ajudar. A nossa realização pessoal depende largamente da nossa rede social de suporte que, por sua vez, depende da nossa capacidade de estabelecer relações sociais de qualidade. Quando falha a nossa capacidade de comunicar, o trabalho é posto em causa... Exemplo 1 O colega Manuel: "Pára! Não é assim que se faz isso!" O colega Roberto: "Tu fazes à tua maneira, eu faço à minha!
  • 21. 19 Exemplo 2 Colega: "... Olha, acabei agora de enviar um fax lá para cima para pedir uma máquina para odepartamento." Colega: "... Mas nós já temos a máquina nova desde há 3 semanas!" Colega: "Não me digas! E eu que passei a manhã toda a tratar disso!" O nosso trabalho implica sempre interdependência dos outros. Para que seja bem feito é necessário comunicar informação (partilhar ideias, dúvidas, procedimentos, resultados). Comunicar bem é trabalhar bem. Exemplo 3 Numa reunião, dois colaboradores apresentam ao chefe o seu conflito interpessoal.O chefe responde: - "Não me venham cá com essas ‘tricas’, cada um tem o seu feitio, e devem deixá- lo em casa.Isto aqui é trabalho." E termina, dizendo: -"...Trabalho é trabalho, conhaque é conhaque!!" O "Feitio" é uma parte incontornável do trabalho; assim sendo, é nosso dever desenvolver uma "personalidade profissional" (ex.: ser caloroso, motivado, pontual, motivado, rigoroso e flexível). O objetivo é estabelecer uma relação de confiança, o que implica 2 níveis de comunicação: 1- Técnico: comunicar que sabe realizar as tarefas (não basta saber fazer, há que omostrar!); 2- Relacional: comunicar que age de boa-fé (mostrar ao outro que está em "boas mãos"
  • 22. 20 Exemplo 4 O colaborador X tem uma dúvida que precisa de esclarecer: • O colega Y mostra que é simpático e prestável, mas pouco conhecedor (confiançaapenas a nível relacional); • O colega Z mostra que é muito conhecedor, mas muito arrogante (confiança apenas anível técnico). Resultado: X não vai confiar em nenhum dos colegas, pois os 2 níveis de confiança sãonecessários! A dúvida fica por esclarecer e o trabalho por fazer! Exemplo 5 Em vez de se dizer “O colega David é boa pessoa, mas pouco competente”, ... É preferível: “O David é competente na área da comunicação, mas insatisfatório na área técnica.” Comunicar uma imagem de “boa pessoa” (acessível e simpático) já é fazer uma parte dotrabalho bem-feita. Lembre-se que: Ainda antes de falar com uma pessoa, ela estará a formular, tal como você, uma primeiraimpressão (muitas vezes errada, mas que tende a ser duradoura!). Cuidados a ter: 1- Tornar consciente a sua imagem como pessoa e o impacto que pode criar no seuinterlocutor. 2- Quando formar uma impressão de alguém, lembre-se que pode estar errado e quedeve deixar abertura para atualizar e corrigir essa imagem.
  • 23. 21 Capítulo 7 – Comportamentos que facilitam e dificultam a comunicação e o entendimento 1.Empatia • É a faculdade de se colocar no lugar do interlocutor, de sentir o que ele sente. • É a faculdade de penetrar no mundo do outro, procurando compreender o que ele vive e o que ele sente, sem se deixar dominar pela tendência natural de avaliar as ideias dele, em função dos nossos próprios sentimentos ou valores. • Esta atitude implica, por parte do profissional, uma boa capacidade de escuta. • Ser empático é compreender, sem necessariamente estar de acordo. • Ser empático é mostrar ao interlocutor que o compreendemos. Comportamentos que bloqueiam a empatia: • Impor o seu próprio ponto de vista sem considerar as opiniões e necessidades docliente. • Não escutar as mensagens do cliente. • Estar centrado na sua própria lógica sem tentar compreender a lógica do cliente. • Interrogar sistematicamente ou não deixar falar. • Julgar e criticar. • Impor e dominar. 2. Adaptabilidade • O profissional que atende o público tem de se colocar à altura do seu interlocutor. O contacto com pessoas diferentes exige comportamentos e linguagens diferentes. • Deve ter-se cuidado no tratamento das pessoas. • As pessoas devem ser tratadas pelo nome. Se não o souber, trate por Senhor ouSenhora. Não trate o cliente por Você.
  • 24. 22 3. Autocontrolo • O profissional não deve permitir que os seus sentimentos e emoções negativas, assim como os seus juízos, interfiram na relação com o cliente. • Se, anteriormente, o cliente foi mal-educado ou incorreto para com o profissional, na próxima vez que o atende, deverá fazê-lo como se nada se tivesse passado e ser delicado e respeitoso. 4. Tolerância à Frustração • Se, perante um interlocutor incorreto não conseguir que ele, ao longo do atendimento, seja bem-educado, não deve ficar frustrado, nem permitir que a relação seguinte seja afetada por esse facto. 5. Força de Vontade • Se nalgum momento, durante o dia, o trabalho não correu tão bem como esperava por razões que lhe são estranhas e não pode controlar (falta de um colega) não se deixe abater. • Trabalhe mais e lide naturalmente com a situação reagindo e respondendo adequadamente ao cliente. 6. Energia • Não manifeste lentidão, nem na linguagem verbal, nem nos gestos. • Mostre-se uma pessoa de ação, enérgica e dinâmica. Informe-se, dê soluções eapresente propostas. 7. Sociabilidade • O profissional do atendimento deve gostar de comunicar e de estar, durante o tempoque for necessário, relacionando-se com o cliente. • Deve ser sensível às relações humanas e aos problemas dos outros. • Deve gostar e sentir-se bem, por ajudar os outros e satisfazer as suas necessidades.
  • 25. 23 Capítulo 8 – Atitude Tranquila numa Situação de Conflito Para tentar solucionar os conflitos, deve sempre ter em linha de conta: • A análise de cada situação é importante para encontrar a solução para o problema. • Deve-se evitar que os conflitos ou as causas que mantêm os conflitos não se arrastem. • Analisar os factos que estão na sua origem. • O mesmo problema pode ter interpretações diferentes e cada um dos interlocutores pode atribuir também valores diferentes, por isso é importante analisar os processos de comunicação entre os elementos do grupo. • Analisar os objetivos de cada interlocutor e os seus desacordos e métodos para atingir as suas metas. • Qual a natureza e discussão dos métodos. • Os valores que cada elemento apresenta sobre os mesmos factos e realidade do problema. Gerindo Conflitos Quando colocado numa posição de gestor do conflito: • O primeiro passo deverá passar por uma abordagem da visão de cada uma das partes. • A melhor forma de lidar com o assunto será conversar com os indivíduos de formaseparada e privada. • Durante a conversa deve-se tentar separar informações e emoções. • Terá de ser um ouvinte atento e desprovido de cargas valorativas. • Coloque-se numa posição de neutralidade. • Procure despersonalizar o tema. • Tente alterar o ponto de vista de cada uma das partes quanto ao conflito. • Não se limite a ouvir: tente enquadrar o tema na forma como é visto.
  • 26. 24 • Aprofunde os interesses mencionados se estes não apontam para uma solução. Visões do conflito que facilitam/dificultam a sua resolução: FACILITAM DIFICULTAM Eu aprecio o ponto de vista do outro. O meu ponto de vista é o único válido e correto. Eu sei porque é que ele tomou essa posição. Não percebo porque é que ele tomou essa posição. É um problema que diz respeito aos dois. Muitos estão envolvidos nesta disputa. O assunto pode ser exposto em termos simples e O assunto é afetado por símbolos, palavras e concretos. questões de princípio. Tenho esperança que este conflito se resolva. Tenho pouca fé que o assunto se resolva. Eu não represento ninguém que não eu, nesta Eu represento diversas pessoas. Não as quero disputa. desiludir. É na divergência que o espírito criador se desenvolve, que novas soluções aparecem. É no respeito, por nós e pelos outros, que encontramos a via equilibrada do sucesso. É utópico acreditar num mundo sem desacordos, imaginar que nunca existam interceções nas esferas individuais dos outros. Mas, como alguém disse no passado, a nossa liberdade termina onde começa a liberdade dos outros. A forma de seguir esta via é possível através do comportamento assertivo. Este tipo de forma de estar implica uma elevada maturidade e um profundo respeito por nós próprios e pelos outros. Ao sermos assertivos não ferimos a suscetibilidade de ninguém. Simplesmente comunicamos o que verdadeiramente pensamos e sentimos das situações em que estamos envolvidos, o que entendemos ser o objetivo a atingir e a maneira de o fazer, embora sempre abertos aos argumentos dos outros.
  • 27. 25 Capítulo 9 – Inteligência Emocional e Gestão de Comportamentos A Inteligência Emocional é uma área de investigação psicológica que procura definir o desenvolvimento global do indivíduo inserido no seu ambiente, interagindo com outros. Valoriza as qualidades humanas e reflete que o sucesso (pessoal, académico, profissional) passa muitas vezes pelas capacidades emocionais das pessoas do que pelas capacidades intelectuais. Somos, de facto, controlados pelas nossas emoções, e conhecer a Inteligência Emocional é encontrar formas de melhorar ou reconhecer a importância dos sentimentos e emoções. Os conceitos sobre o controlo e aproveitamento produtivo das emoções humanas causam polémica e geram mudanças no modo de compreensão das relações das pessoas no trabalho e com as suas próprias vidas. As tensões da vida moderna – como o risco de demissão, stress, mercado competitivo e falta de tempo para o lazer – são situações que tendem a alterar o estado emocional de grande parte das pessoas, levando-as até ao seu próprio limite físico e psíquico. O resultado é o desequilíbrio emocional. Percebendo a gravidade deste problema, as empresas passaram a incorporar o autoconhecimento, a autoconsciência, a empatia, a autoaceitação e a intuição como palavras de ordem, transformando os funcionários no foco das atenções. Todos possuem algumas habilidades emocionais. Certas pessoas têm um desempenho excelente nessa área, enquanto outras não se dão tão bem.
  • 28. 26 A Inteligência Emocional apresenta 10 características: • O controlo emocional - compreender a controlar os seus sentimentos e gerir o seuhumor; • A autoestima - ter bons sentimentos a seu respeito, independentemente das situaçõesexteriores; • A gestão do Stress - controlar o stress e criar mudanças; • As aptidões sociais - ser capaz de se relacionar com os outros e ser empático; • O controlo da impulsividade - controlar a sua impulsividade e aceitar adiar as suasgratificações; • O equilíbrio - manter o equilíbrio entre o trabalho e a casa, as obrigações e o prazer; • As aptidões de comunicação - comunicar eficazmente com os outros; • Gestão das suas metas e dos seus objetivos - fixar metas realistas em todas as esferas dasua vida; • A automotivação - motivar-se a si próprio na prossecução das suas metas, ser capaz decriar energia interna; • A atitude positiva - manter uma atitude positiva e realista mesmo quando nosmomentos mais difíceis
  • 29. 27 Capítulo 10 – Modalidades de Trabalho Trabalhadores por conta de outrem Trabalhadores por conta de outrem são as pessoas que exercem uma atividade remunerada ao serviço de uma entidade empregadora. Consideram-se abrangidos pelo regime dos trabalhadores por conta de outrem, designadamente: • Trabalhadores que exercem atividade profissional remunerada com contrato de trabalho e trabalhadores destacados sem prejuízo do disposto em legislação própria e em instrumentos internacionais a que Portugal se encontre vinculado; O contrato de trabalho (vínculo) pode ser: • Contrato de trabalho sem termo (efetivo); • Contrato de trabalho a termo; • Contrato de trabalho a termo incerto; • Contrato de trabalho a tempo parcial (part-time); • Contrato de trabalho temporário; • Contrato de serviço doméstico. Trabalhadores Independentes Pessoa singular que exerça atividade profissional sem sujeição a contrato de trabalho ou a contrato legalmente equiparado, ou se obrigue a prestar a outrem o resultado da sua atividade, e não se encontre por essa atividade abrangido pelo regime geral de Segurança Social dos trabalhadores por conta de outrem. Consideram-se abrangidos pelo regime dos trabalhadores independentes: Pessoa com atividade profissional e respetivo cônjuge ou pessoa que com ela viva em união de facto:
  • 30. 28 • De prestação de serviços (incluindo a atividade de caráter científico, literário, artístico outécnico); • Comercial; • Industrial; • Sócio ou membro de sociedade de profissionais livres; • Sócio de sociedade de agricultura de grupo; • Titular de direitos sobre explorações agrícolas ou equiparadas, ainda que apenas exerça atos de gestão, desde que os mesmos sejam exercidos diretamente, de forma reiterada e com caráter de permanência; • Produtor agrícola que exerça efetiva atividade profissional na exploração agrícola ou equiparada e cônjuge ou pessoa que com ele viva em união de facto; • Empresário em nome individual com rendimentos decorrentes de atividade comercial e industrial e titular de estabelecimento individual de responsabilidade limitada e respetivo cônjuge ou pessoa que com ele viva em união de facto; • Membro de cooperativa de produção e serviços que, nos seus estatutos, opte por este regime. Não estão abrangidos por este regime: • Advogados e solicitadores; • Titulares de direitos sobre explorações agrícolas cujos produtos se destinem predominantemente ao consumo dos seus titulares e familiares e os rendimentos anuais da atividade sejam iguais ou inferiores a 1.676,88 EUR (4xIAS) *; • Trabalhadores que exerçam atividade temporária em Portugal por conta própria e que se encontrem abrangidos por regime de proteção social obrigatório noutro país; • Titulares de rendimentos resultantes exclusivamente da produção de eletricidade por intermédio de unidades de microprodução, quando estes
  • 31. 29 rendimentos sejam excluídos de tributação em IRS; • Agricultores que recebam subsídios ou subvenções no âmbito da Politica Agrícola Comum de valor anual inferior a 1.676,88 EUR (4xIAS)* e que não tenham quaisquer outros rendimentos que obriguem ao enquadramento no regime dos trabalhadoresindependentes. Atividade liberal Os trabalhadores liberais têm deveres para com as entidades a quem prestam serviços e têmobrigações relativamente aos empregados que tiverem a seu cargo. Pode considerar-se que o trabalho é executado sem subordinação aos clientes sempre que ostrabalhadores: • Tiverem, no exercício das atividades, a faculdade de escolher os processos e meios autilizar, sendo estes, total ou parcialmente, das suas propriedades; • Não se encontrarem sujeitos a horário e ou a períodos mínimos de trabalho, salvoquando tal resulte da direta aplicação de normas de direito laboral; • Possam subcontratar outros para a execução do trabalho em sua substituição; • Não se integrem na estrutura do processo produtivo, na organização do trabalho ou nacadeia hierárquica das empresas que servem. O exercício das profissões liberais regulamentadas exige a inscrição em vigor numa Ordem profissional ou em associação de natureza jurídica equivalente, tais como: • Ordem dos Advogados; • Ordem dos Arquitetos; • Ordem dos Engenheiros; • Ordem dos Enfermeiros; • Ordem dos Farmacêuticos;
  • 32. 30 • Ordem dos Médicos; • Ordem dos Médicos Veterinários; • Ordem dos Médicos Dentista
  • 33. 31 Capítulo 11 – Mercado de Trabalho Visível e Encoberto O conhecimento do mercado de trabalho assume especial relevância na procura de emprego, permitindo identificar estratégias de inserção mais adequadas. A temática da inserção no mercado de trabalho deve ser abrangente, salientando as diferentes modalidades de trabalho, nomeadamente por conta de outrem e por conta própria, como trabalhador independente ou através da criação da própria empresa. A integração através de cada uma destas modalidades representa estratégias de abordagem diferenciadas. Em relação à procura de emprego por conta de outrem, grande parte dos candidatos, atravésda resposta a anúncios, direciona-se para o mercado de trabalho aberto, a que correspondem asofertas de emprego que são do conhecimento geral, publicitadas em diferentes meios Rede de Contactos Candidatur as Espontânea Agências Privadas de Emprego e deTrabalho Anúncios de Jornais Nacionais locais, ou de associações Profissionais ou Centros de Emprego e GIP Bolsas de Emprego na Internet
  • 34. 32 Reconhecer que existem oportunidades que não são publicitadas, sendo satisfeitas através da rede de contactos pessoais do empregador ou da bolsa de candidaturas espontâneas que possui (mercado de trabalho fechado), permite desenvolver estratégias de inserção no mercado distintas, quer na perspetiva da procura de oportunidades quer na apresentação e valorização da candidatura. A abordagem deste mercado passa, em grande medida, pelas candidaturas espontâneas e pelo desenvolvimento de uma rede de relações pessoais. O mercado de trabalho é dinâmico e em constante mutação, o que exige aos candidatos a emprego um esforço permanente de recolha de informação, nomeadamente em relação a: • Setores de atividade em recessão, em expansão e estabilização; • Principais atividades emergentes a nível regional, nacional e internacional; • Atividades profissionais mais requisitadas e suas exigências; • Caraterísticas das profissões; • Requisitos exigidos pelos empregadores. Promover o reconhecimento do grande dinamismo que caracteriza o mercado de trabalho contribui para que os candidatos possam mais facilmente desenvolver estratégias adaptativas, designadamente ao nível do reajustamento constante dos seus objetivos profissionais. Neste contexto, é particularmente pertinente a ponderação das oportunidades proporcionadas pela mobilidade geográfica, profissional e pelo empreendedorismo.
  • 35. 33 Capítulo 12 – Pesquisa de Informação para Procura de Emprego A procura de emprego deve ter um método e objetivos definidos. Eis alguns pontos essenciaisque deverá ter em conta no seu processo de procura de emprego. Auto Avaliação Comece por fazer uma avaliação de si próprio. Pegue numa caneta e num papel e dê o primeiro passo na procura de emprego. Para ter um conhecimento de si mais aprofundado tente responder às seguintes questões, com o objetivo de fazer o seu balanço pessoal e profissional: • O que sei fazer? • O que não sei fazer? • O que gosto de fazer? • O que não gosto de fazer? • Em que aspetos poderei melhorar? • A que tipos de emprego me posso candidatar? • Estarei disposto a mudar o local de residência ou percorrer grandes distâncias? • Será que necessito de uma formação profissional/complementar que me ajude a darresposta às necessidades do mercado? Pesquisa de ofertas Diariamente surgem novas oportunidades de emprego. A maioria dos postos de trabalho sãopublicitados nos: • Sites de emprego na Internet (ex: http://empregar.ire.gov.pt); • Jornais diários, Semanários, Jornais Regionais; • No Centro de Emprego; • Clubes de Emprego;
  • 36. 34 • Agências de trabalho temporário. As ofertas de emprego podem ainda ser publicitadas através dos seguintes meios: • Agências privadas de colocação; • Instituições de Solidariedade Social; • Diário da República (nos concursos públicos); • Autarquias, Juntas de Freguesias, Paróquias; • Placards existentes nas entradas dos supermercados e hipermercados destinados àafixação de anúncios. Inscrição no Centro de Emprego • Inscreva-se como candidato a emprego no Centro de Emprego através de duas vias: o Utilizando o serviço NETemprego; o Presencialmente, dirigindo-se preferencialmente ao Centro de Emprego da suaárea de residência. Ao inscrever-se no Centro de Emprego uma equipa técnica especializada: • Elabora consigo um Plano Pessoal de Emprego; • Apresenta-lhe ofertas de emprego; • Estabelece um Plano de Procura Ativa de Emprego; • Propõe ações que facilitam o acesso ao emprego; • A inscrição pressupõe capacidade e disponibilidade para o trabalho e a coresponsabilização no seu processo de inserção. Comporta ainda um conjunto de direitos e deveres. Direitos: • Usufruir dos apoios técnicos e recursos disponíveis; • Ser apresentado às ofertas de emprego; • Aceder a formação profissional; • Usufruir de outros serviços e oportunidades facilitadoras da inserção no mercado detrabalho.
  • 37. 35 Deveres: • Aceitar emprego; • Cumprir as etapas estabelecidas no Plano Pessoal de Emprego; • Procurar ativamente emprego pelos seus próprios meios; • Comparecer a todas as convocatórias emitidas pelo Centro de Emprego. Tome ainda a iniciativa de: • Utilizar o serviço NETemprego onde pode registar e divulgar o seu currículo e consultar as ofertas de emprego disponíveis; • Inscrever-se em: o Empresas de Trabalho Temporário regulamentadas; o Agências Privadas de Colocação autorizadas; • Consultar as ofertas de emprego na Europa através da Rede EURES; • Consultar diariamente as ofertas de emprego disponíveis em jornais, na bolsa de emprego público, no Diário da República, ou em quaisquer outras bolsas de emprego na Internet; • Contactar as empresas e informar-se sobre eventuais vagas. Enviar cartas de candidaturaespontânea acompanhadas de currículo. O Plano Pessoal de Emprego O Plano Pessoal de Emprego (PPE) é um projeto de inserção socioprofissional, elaborado por si,conjuntamente com o Centro de Emprego e no qual estão definidas: • As ações previsíveis para a inserção no mercado de trabalho; • As iniciativas exigidas para cumprimento do dever de procura ativa de emprego; • As ações de acompanhamento, avaliação e controlo a promover pelo Centro deEmprego. A Procura Ativa de Emprego A Procura Ativa de Emprego é o conjunto de iniciativas efetuadas pelo candidato a emprego, tendo em vista a sua inserção no mercado de trabalho, por conta de outrem ou por conta própria, constituindo uma etapa do Plano Pessoal de Emprego.
  • 38. 36 Para lhe facilitar a Procura Ativa de Emprego, o Centro de Emprego apoia-o nos seus esforços e iniciativas através da aquisição de estratégias de aproximação ao mercado de trabalho e disponibiliza recursos e meios: • Livre serviço de emprego; • Quiosques electrónicos; • Acesso à Internet; • Anúncios de emprego; • Se for beneficiário de prestações de desemprego tem o dever de procurar ativamente emprego pelos seus próprios meios e efetuar a sua demonstração perante o Centro de Emprego. Gabinetes de Inserção Profissional - GIP Os Gabinetes de Inserção Profissional são estruturas de apoio ao emprego que, em estreita cooperação com os centros de emprego ou centros de emprego e formação profissional, suportam a atuação destes no desenvolvimento de atividades que contribuem para a inserção ou reinserção profissional de desempregados. Objetivos Apoiar os desempregados na definição ou desenvolvimento do seu percurso de inserção oureinserção no mercado de trabalho. Destinatários Desempregados, jovens ou adultos, que necessitem de apoio na resolução do seu problema deinserção ou reinserção profissional. Entidades promotoras Entidades públicas ou privadas sem fins lucrativos, nomeadamente: • Autarquias locais; • Instituições particulares de solidariedade social; • Outras associações relevantes na dinamização e desenvolvimento local;
  • 39. 37 • Associações de imigrantes e para imigrantes; • Associações sindicais e de empregadores; • Escolas com oferta de vias profissionalizantes de nível secundário. Apoios Os desempregados beneficiam de um vasto leque de atividades nos GIP: • Informação profissional para jovens e adultos desempregados; • Apoio na procura ativa de emprego; • Acompanhamento personalizado dos desempregados em fase de inserção ou reinserçãoprofissional; • Encaminhamento para ofertas de qualificação; • Divulgação de ofertas de emprego e colocação de desempregados nas ofertas disponíveis e adequadas; • Divulgação de programas comunitários que promovam a mobilidade no emprego e naformação profissional no espaço europeu; • Motivação e apoio à participação em ocupações temporárias ou atividades em regimede voluntariado, que facilitem a inserção no mercado de trabalho.
  • 40. 38 Capítulo 13 – Mobilidade geográfica Quais são as vantagens de me mudar para outro país? Há muito a beneficiar com um período de estudo ou trabalho no estrangeiro: uma verdadeira mudança de ambiente, novos horizontes pessoais, contacto diário com uma cultura diferente, a oportunidade ideal de aprender uma nova língua, a oportunidade de conviver com métodos de trabalho ou de estudo, trocar ideias e comparar experiências de pessoas com origens diferentes. A Rede EURES destina-se a apoiar os cidadãos comunitários na procura de emprego noutros países comunitários. A Rede dispõe de Conselheiros EURES, peritos em questões de mercado de trabalho europeu e condições de vida e trabalho nos países do Espaço Económico Europeu (e Suíça), que podem fornecer-lhe informações gerais sobre: mobilidade; legislação; segurança social; impostos; contratos de trabalho; práticas de recrutamento, etc. Pode, em primeiro lugar, consultar o portal EURES na Internet, onde poderá pesquisar ofertas de emprego nos países que integram o Espaço Económico Europeu, e também na Suíça. Mais de 1,3 milhões de ofertas de emprego são diariamente disponibilizadas no Portal, abrangendo múltiplas profissões e incluindo oportunidades permanentes e sazonais - podendo ser consultadas, por exemplo, por países, por regiões, por profissões, por tipo de contrato ou ainda pelo cruzamento de vários critérios de pesquisa. O que devo fazer para procurar emprego num país da União Europeia/do Espaço Económico Europeu?
  • 41. 39 Pode, igualmente, inscrever o seu CV na base de dados CV Online, colocando-o deste modo à disposição para consulta por parte dos empregadores no EEE. Esta inscrição pode ser aliada à criação de uma conta “O meu EURES”, que lhe permite criar e gerir perfis de pesquisa e receber notificações por correio eletrónico sobre novas ofertas de emprego disponibilizadas no Portal que correspondam a esses perfis. Pode também, num segundo momento, marcar entrevista com o Conselheiro EURES mais próximo do seu local de residência – que o ajudará na obtenção de informação sobre condições de vida e trabalho noutros países da UE/EEE e o poderá apoiar na definição do seu projeto de mobilidade. Quais os aspetos práticos a considerar antes de se procurar emprego noutro país europeu? Trabalhar e viver noutro país europeu pode apresentar alguns obstáculos, tais como a adaptação a uma nova cultura, a uma nova língua ou ainda a familiarização com regimes fiscais ede segurança social bastante diferentes do português. A melhor forma de preparação é, portanto, uma recolha inicial de informação sobre o país dasua escolha. As suas qualidades pessoais e determinação desempenham igualmente um papel importante no processo de procura de emprego - a par, obviamente, das suas qualificações e conhecimentos de línguas estrangeiras. Antes de iniciar a procura de emprego noutro país da Europa, deve estar consciente de que não é necessariamente mais fácil encontrar um emprego no estrangeiro do que em Portugal (a taxa de desemprego global do Espaço Económico Europeu é também elevada). Em todo o caso, alguns sectores no mercado de trabalho europeu podem oferecer oportunidades interessantes, como é o caso dos sectores do Turismo, da Hotelaria e Restauração, da Construção e dos Serviços (serviços financeiros, consultoria em gestão, tecnologias da informação e comunicação e alguns segmentos do sector da saúde), bem como do trabalho sazonal em algumas atividades agrícolas.
  • 42. 40 Há ainda que ter presente que as diferenças nas oportunidades de emprego entre regiões noEEE são significativas e que a situação se pode alterar muito rapidamente. Contacte, em Portugal, a rede de Conselheiros EURES, que poderão aconselhá-lo(a) sobre as estratégias mais eficazes de procura de emprego e apoiá-lo(a) na obtenção de informação sobre condições de trabalho noutros países da UE/EEE. E-mail: eures@iefp.pt Informações gerais – CHECKLIST Antes de aceitar um emprego, certifique-se que: • Tem um documento de identificação válido; • Tem cópia do contrato de trabalho ou documento que confirme as condições oferecidase percebe-as na íntegra; • Conhece o método e frequência do pagamento do salário; • Conhece as condições de alojamento e se o empregador suporta as despesas, ou; • Consegue alojamento na zona onde irá trabalhar; • Tem o Cartão Europeu de Seguro de Doença para salvaguardar eventuais despesas de saúde até estar abrangido pelo sistema de saúde do país onde irá exercer atividade profissional; • Tem dinheiro suficiente para permanecer no país até receber o primeiro salário, ou para regressar a Portugal em caso de necessidade. É aconselhável que: • Verifique com antecedência a situação do mercado de trabalho, através da consulta dejornais ou através da Internet; • Assegure a apresentação de referências para futuros empregadores; • Faça um seguro de viagem; • Contacte a Segurança Social para obter mais informações sobre o sistema do país ondeirá exercer atividade profissional; • Assegure que tem os conhecimentos linguísticos adequados ao exercício da atividadeprofissional e caso seja necessário melhore as suas competências.
  • 43. 41 Livre Circulação Como cidadão de um país do Espaço Económico Europeu, pode viajar e trabalhar em qualquer estado membro, beneficiando dos mesmos direitos dos cidadãos do país que escolher. A sua família também beneficia do direito à livre circulação, independentemente da nacionalidade. Autorização de Residência Como cidadão de uns pais do Espaço Económico Europeu, pode residir em qualquer um com certas limitações. Se tem intenção de permanecer 3 meses (ou mais de 6 em alguns países) deve solicitar uma autorização de residência nos serviços administrativos competentes do país em questão. Os membros da sua família (cônjuge, descendentes ou ascendentes a cargo) independentemente da sua nacionalidade podem acompanhá-lo e usufruir do mesmo direito de residência. Reconhecimento de qualificações O acesso a determinadas atividades profissionais está condicionado à posse de diplomas, certificados ou qualificações específicas. Nestes casos é necessário solicitar o reconhecimento dos mesmos perante os organismos competentes do país de acolhimento. Segurança Social Em princípio está abrangido pelo sistema de segurança social do país onde trabalha. Você e a sua família têm direito a receber o mesmo tratamento em matéria de segurança social e podem receber as mesmas prestações que os cidadãos do país de acolhimento.
  • 44. 42 Na assistência médica, os países do Espaço Económico Europeu exigem a apresentação do Cartão Europeu de Seguro de Doença. Se está a receber prestações de desemprego, pode exportá-las para procurar emprego noutro Estado-membro, durante um período máximo de 3 meses. Para tal deve estar registado no IEFP há pelo menos 4 semanas, comunicar a data de saída do país e inscrever-se no Serviço Público de Emprego do país de destino num prazo máximo de 7 dias. Deverá levar consigo o formulário E303, a solicitar no Centro Distrital de Segurança Social, para a exportação dos seus direitos em matéria de prestações de desemprego. Convém ainda solicitar o formulário E301, antes de sair do país onde trabalhou, para que os períodos quotizados possam ser considerados para o cálculo de futuras prestações. Tenha em conta que o período de pagamento das prestações em alguns países pode chegar aos 2 meses. Impostos Não existe legislação comunitária específica em matéria de impostos. Existem acordos bilaterais para evitar a dupla tributação e o tratamento desigual com base na nacionalidade. Habitualmente, os impostos sobre o rendimento são pagos no país onde se tem residência fiscal.
  • 45. 43 Capítulo 14 – Redes de Contactos A rede de contactos é constituída pela multiplicidade de pessoas com as quais se estabelecem relações diferenciadas (familiares, amigos, vizinhos, colegas...) e que, pela sua atividade profissional, pelo local onde trabalham ou pela rede de relações que elas próprias possuem, podem potenciar as oportunidades de procura de emprego. Todas as pessoas possuem uma rede de contactos. Identificar o que cada uma das pessoas quea compõem pode representar na procura de emprego é fundamental. Obter informações sobre o mercado de trabalho (características de profissões, necessidades de recrutamento), a recomendação do currículo, a marcação de uma entrevista ou a prestação de referências a potenciais empregadores, são mais-valias na procura de emprego que podem ser proporcionadas pela rede de contactos. Promover a consciencialização da importância da rede de contactos, dos apoios que esta pode facultar, assim como da importância da sua dinamização e alargamento é primordial como técnica a utilizar numa estratégia consistente para a obtenção de trabalho. Usar a rede de contactos é a maneira mais eficaz de encontrar emprego; aproximadamente 70% de todos os empregos são encontrados dessa forma. Além disso, ela permite que você descubra oportunidades que nem chegam a ser publicadas— o “mercado oculto de empregos”,que responde por 80% de todos os empregos disponíveis. Por meio da rede de contactos, desenvolve-se a capacidade de fazer e manter um bom relacionamento com uma gama enorme de pessoas. Essa habilidade é fundamental não só para o sucesso na busca de emprego, como também no desempenho de suas funções nesse emprego. Quem Pode Ser Mais Útil na Elaboração de uma Rede de Contactos? • Pessoas que saibam algo sobre a profissão que escolheu; • Pessoas que conheçam outras que tenham influência;
  • 46. 44 • Pessoas que conhecem muitas outras pessoas. Lembre-se de que, para atingir resultados melhores e mais rápidos, deve: • Entrar em contacto pelo menos com dez pessoas ou recursos por dia; • Obter duas novas referências de cada contacto; • Marcar pelo menos duas reuniões ou entrevistas pessoais por dia. Diretrizes • Antes de se reunir com alguém, decida de antemão o que deseja descobrir ou conseguir. • Cause uma boa primeira impressão. Em dez segundos, formamos uma impressãodetalhada e persistente da pessoa que conhecemos. • Ao conhecer alguém pela primeira vez, certifique-se de apresentar-se adequadamente. • Faça às pessoas que conhecer perguntas sobre elas mesmas, e escute-as. Pergunte sobre o seu trabalho, como entraram para essa área, do que elas mais gostam, o que é mais difícil, e assim por diante. Lembre-se de que elas podem também estar formando a própria rede de contactos. Compartilhe informações que possam ser úteis para elas. • Descreva brevemente o que procura e quais são as suas qualificações. • Se adequado (geralmente ao final da conversa), troque cartões-de-visita e informações sobre outras pessoas que vocês devem contactar. • Cumpra todos os compromissos assumidos. A chave do sucesso das redes de contacto éo acompanhamento. Se disser que vai ligar para alguém, faça-o logo após conversarem. • Mantenha contacto com as pessoas de sua rede de contactos. Embora advenha um grande benefício de sua rede de contactos, o melhor contacto de sua rede é alguém com quem você interage mais de uma ve
  • 47. 45 Capítulo 15 – Curriculum Vitae Um instrumento central na procura emprego é o Currículo. Este é a primeira imagem transmitida à entidade empregadora e da qual depende, na maioria das vezes, a possibilidadede passar para as fases seguintes do processo de seleção. É um resumo dos dados pessoais, da formação, das principais experiências profissionais e extraprofissionais. Põe em evidência o percurso académico e formativo do candidato, bem como a sua evolução profissional. Relata o que o candidato fez no passado, de uma forma clara e sucinta, e põe em evidência as competências que possui e que poderão ser mobilizadas no futuro. Quando elaborar o seu CV deve ter em conta os seguintes aspetos: Forma de apresentação Deve ser preferencialmente escrito em computador, numa folha A4 de cor clara e semerros nem rasuras; Não deve ultrapassar duas a três páginas, utilizando apenas a frente da folha; Utilize a primeira pessoa; Utilize palavras simples e frases curtas; Deixe espaço suficiente entre as linhas bem como nas margens; Transmita uma ideia por parágrafo, evitando que este tenha mais do que cinco linhas. O que deve conter Identificação; Formação académica; Formação profissional; Experiência profissional; Outros conhecimentos.
  • 48. 46 Como deve organizá-lo No CV cronológico a experiência profissional é organizada da mais antiga para a mais recente ou vice-versa. Este tipo de currículo é mais aconselhado a pessoas cujas atividades mais recentes são as mais importantes para a função a que se candidata; No CV funcional a experiência profissional é organizada por blocos de atividades ou funções semelhantes. Este tipo de currículo é mais aconselhado a pessoas que desempenharam atividades muito diversificadas ou para tornar despercebidos períodos de inatividade profissional. No CV EUROPASS as suas competências e qualificações são apresentadas de uma forma clara e facilmente compreensível em toda a Europa. Este tipo de currículo é utilizado quando um anúncio o solicitar ou numa candidatura a um emprego noutro país do Espaço Económico Europeu (EEE). Nas situações de candidatura a postos de trabalho na área criativa é frequente utilizar- se o Portefólio. Consiste num conjunto organizado dos trabalhos (como fotografias, desenhos, projetos, textos) desenvolvidos pelo candidato que permite demonstrar as suas competências técnicas. A escolha do tipo de currículo, bem como as informações a incluir dentro de cada rubrica, devem permitir destacar os aspetos que valorizam a candidatura. O currículo deve, pois, ser elaborado de forma adaptada a cada tipo de entidade empregadora e posto de trabalho. Qualquer tipo de currículo pode ser disponibilizado através da internet, nomeadamente com recurso a blogues e às redes sociais. Há também sites especializados em emprego e de algumas empresas nos quais é possível inserção do currículo. Na sua maioria estes sites têm um formulário tipo para preenchimento. Noutros, o candidato necessita de fazer uma cópia do seu currículo. Em qualquer dos casos, o candidato deverá ir procedendo à sua atualização. Nas pesquisas às bases de dados, os currículos surgem por ordem de inserção, dos mais recentes para os mais antigos.
  • 49. 47 Se o currículo for sendo atualizado, ou mesmo se lhe forem sendo feitas ligeiras alterações, aparecerá no início da pesquisa captando mais facilmente a atenção da entidade empregadora; além disso, habitualmente, os currículos que não tiverem sofrido alterações são eliminados da base ao fim de algum tempo.
  • 50. 48 Exemplo de CV Cronológico DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Nome - Madalena Alves da Costa Data de Nascimento - 07/03/1970, Lisboa Estado Civil - Solteira Residência - Av. 5 de Outubro, nº X, 1050- 123 LisboaTelefone - 21 XXX XX XX Tlm - 9X XXX XX XX FORMAÇÃO ESCOLAR (Habilitações Literárias) 9º ano de escolaridade, concluído no ano de 1986 (indicar a média se for favorável). 12º ano de escolaridade, obtido por equivalência do curso de Aprendizagem de Técnico de Qualidade, no ano de 1989 (indicar a média se for favorável). FORMAÇÃO PROFISSIONAL Curso de Técnico de Qualidade com a duração de 3 anos, no Centro de Formação.Profissional para a Qualidade - CECAL, concluído em 1989. Especialização em Gestão da Qualidade (1 ano) do Centro de Formação Profissional para a Qualidade (CEQUAL), terminado em 1990.Carta de condução de ligeiros e pesados. Conhecimentos razoáveis de inglês. EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL Empresa: Sotêxtil De 1990 até 1995 Função: Técnico de Controlo de Qualidade na empresa têxtil. Empresa: Vestuário PoliDe 1995 até 2000 Função: Chefe de Equipa no Laboratório de Qualidade, com funções de coordenação na área de planeamento da empresa. OUTRAS ATIVIDADES (Atividades Extraprofissionais) Interesse por fotografia com prática de técnicas de revelação. Prática de atletismo.
  • 51. 49 Exemplo de CV Funcional DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Nome - Fernando Duarte Silva Data de Nascimento - 07/03/1960, LisboaEstado Civil -Casado Residência - Av. 5 de Outubro, nº X, 1050-123 LisboaTelefone - 21 XXX XX XX Tlm - 9X XXX XX XX EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL Encarregado da Secção de Mecânica (1992-2000): Encarregado da secção de equipamentos pesados da Empresa "X" - motores de geradores, camiões e gruas móveis;Encarregado de gestão de stocks e do parque de equipamentos; Responsável pela reparação de motores. Automecânico (1987-1992): Funções de manutenção e reparação de motores e outros equipamentos mecânicos. Aprendiz de Automecânico (1982-1987): Serviço Militar na especialidade de automecânico. Ajudante de Motorista de Camião (1978-1982): Carga, descarga e acondicionamento de mercadorias em veículos automóveis pesados. Empregado de Bomba de Gasolina (1976-1978): Abastecimento de combustíveis e lavagem de viaturas. FORMAÇÃO ESCOLAR (Habilitações Literárias) 6º ano de escolaridade, concluído em 1973 (indicar a média se for favorável).Frequência do 9º ano de escolaridade (indicar a média se for favorável). PROFISSIONAL Curso de Formação Profissional de Mecânico de Automóveis do Centro de Formação Profissional de Reparação Automóvel - CEPRA,de 1983 a 1984. Carta de condução profissional de ligeiros e pesados, respetivamente em 1982 e 1985. OUTRAS ATIVIDADES (Atividades Extraprofissionais) Bombeiro voluntário. Sócio do Clube Desportivo e Recreativo, onde desempenha as funções de Tesoureiro.
  • 52. 50 Exemplo de CV EUROPASS
  • 53. 51
  • 54. 52 Capítulo 16 – Anúncios de Emprego A forma mais comum de procurar emprego é através da resposta a anúncios. Os anúncios de emprego podem encontrar-se numa multiplicidade de locais e em diferentes suportes (papel ou digital). Os jornais são o meio mais clássico de os encontrar. A Internet é um meio cada vez utilizado na divulgação de ofertas de emprego, nomeadamente nas redes sociais, em sites especializados de emprego (bolsas de emprego), nos sites das entidades empregadoras e de recrutamento de pessoal. Podem, ainda, encontrar-se anúncios de emprego em lugares públicos de grande afluência depessoas, de que são exemplo os supermercados, onde existem placares com anúncios afixados. Ainda que a diversidade de meios represente um vasto campo de oportunidades de emprego, aeficácia da procura de emprego torna desejável que cada candidato determine os meios e ossuportes mais indicados para si, em função do tipo de atividade que pretende desenvolver. A resposta a anúncios deve ser criteriosa, tendo em conta os elementos e o modo de resposta solicitados no anúncio. Desenvolver competências de resposta a anúncios de emprego constitui- se uma mais-valia que pode ser diferenciadora para o prosseguimento no processo de seleção. Como interpretar um anúncio de emprego? Informação obrigatória num anúncio – o empregador deve fornecer ao candidato informação suficiente quanto ao tipo de função, exigências e local de trabalho. Características pessoais – não se deixe assustar pelos adjetivos fortes (dinâmico, à provade stress, extrovertido...) que aparecem em alguns anúncios. Geralmente têm o mesmo objetivo: querem um trabalhador saudável e empenhado. Portanto, não é preciso serum campeão para ser considerado adequado para o lugar.
  • 55. 53 Diplomas – embora nenhuma empresa vá recusar uma pessoa com experiência e sem diploma, este papel é muitas vezes o primeiro critério de seleção. Terá, portanto, alguma margem de manobra neste campo. A experiência pode eventualmente substituir o diploma, mas nem sempre isso acontece. Idade – muitos anúncios indicam a idade pretendida. Se já não está na faixa etáriadesejada, mas pensa que encaixa na perfeição no perfil pretendido, envie na mesma oCV dando ênfase à sua experiência na área. Línguas – um empregador pode exigir conhecimentos de línguas aos candidatos e testá- los. Testes – pode preparar-se para os testes psicológicos. Existem pequenos livros que podem ajudá-lo nesta tarefa. Todos os custos de testes e exames no quadro de um procedimento de seleção são por conta do empregador mas normalmente as despesas de deslocação são por conta do candidato. Carta manuscrita – alguns responsáveis pela seleção acham que podem descobrir elementos importantes sobre o carácter do candidato através da sua letra e contratam um profissional para o efeito. Cópias de diplomas, fotografias… – o empregador deve manter estes documentos à disposição do candidato durante um tempo razoável. Não quer dizer que a empresa tenha de devolver tudo, mas é aconselhável. Cópias notariais de diplomas e certificados só podem ser exigidos na altura do recrutamento. Normas de redação de cartas de apresentação e candidatura Brevidade e simplicidade Por norma deve ser escrita à mão, mas hoje em dia já se utiliza o computador. Esta carta deve, juntamente com o CV, convencer o empregador a chamá-lo para uma entrevista. Dirija-se à pessoa certa Comece por dirigir a carta à pessoa certa. Isto é prova de ter o cuidado de mandar a
  • 56. 54 carta a uma determinada pessoa. Não se esqueça de pôr em cima da carta a rubrica assunto, onde esclarece o objetivo da sua carta e, eventualmente, menciona a referência do anúncio. Escreva uma boa frase de abertura A intenção é destacar-se no meio de muitas respostas. Isto não se consegue com frases usadas como: "Na sequência do seu anúncio..." ou "Por este via venho candidatar-me...". Evite linguagem estandardizada ou expressões clássicas e use uma frase de abertura personalizada, original e cheia de entusiasmo. Não use palavras demasiado modestas "Talvez", "eventualmente" e "acho" são expressões a evitar. Procure o caminho intermédio. Dizer que é a pessoa ideal e que o empregador seria doido se não aproveitasse esta oportunidade, não só mostra um entusiasmo pronunciado como também uma grande dose de arrogância. Explique porque se candidata Explique o que o atrai na empresa, na função, no sector. Aproveite para mostrar entusiasmo. Não se prolongue A sua carta pode ter uma página no máximo. Convém transmitir a mensagem em frases curtas e dinâmicas com muitos verbos ativos. Não mencione a sua inexperiência Se não tiver a experiência ou a formação exigida, não o mencione. Escreva antes sobre a sua capacidade de aprender depressa. Seja sempre positivo sobre si mesmo. Não fale em ordenado Não fale de dinheiro na carta. Mencione o ordenado apenas no caso de lhe ter sido pedido no anúncio a que está a responder, de outra forma acredite que vai criar uma impressão negativa.
  • 57. 55 Evite terminar com banalidades Lembre-se que a última impressão é tão importante como a primeira. Não escreva frases feitas mas, por exemplo, "Se achar que temos algo a oferecer um ao outro, estarei sempre disponível para conversarmos numa entrevista". Exemplo de carta de resposta a um anúncio: Maria Isabel Rebelo Rua do Brasil, 44 3000-138 Coimbra Telemóvel: 966666666 Exmos. Senhores, Sociedade de Informática de Portugal Diretor de Recursos Humanos Rua das Gaivotas, 222 3000-399 Coimbra Assunto: Ref. C01 – Área Informática Exmos. Senhores, Gostaria de apresentar a minha candidatura ao lugar de Técnico de Informática que a vossa empresa anunciou no Jornal “Diário de Coimbra”, na edição do dia 13 de Janeiro de 2012. Junto anexo o meu currículo apresentando em pormenor a minha formação escolar, bem como a experiência prática adquirida durante os estágios que efetuei. Apreciaria muito que me dispensasse alguns minutos do seu tempo para aprofundar melhor as razões da minha candidatura. Na esperança de que V. Exa. irá atender o meu pedido queira aceitar os meus melhores cumprimentos. Coimbra, 19 janeiro 2012 Maria Isabel Rebelo Em anexo: Curriculum Vitae
  • 58. 56 Capítulo 17 – Candidatura Espontânea A candidatura espontânea destina-se a captar a atenção das entidades às quais é dirigida, a suscitar-lhes o interesse em pretender saber mais sobre o candidato a emprego e, consequentemente, a despoletar a marcação de uma entrevista. Permite ao candidato aceder a postos de trabalho para os quais o recrutamento raramente é feito através de anúncios, dar-se aconhecer a empresas que têm necessidade de trabalhadores mas que ainda não iniciaram o processo público de recrutamento, criar a necessidade nas empresas de novas funções, ou seja, aumentar as oportunidades de conseguir emprego. Há várias formas de efetuar a candidatura espontânea. Uma possibilidade é elaborar e divulgar um anúncio de oferta de serviços, através da imprensa, da Internet (páginas pessoais, redes sociais, etc.), da afixação em locais públicos de grande movimento (como espaços comerciais) ou da sua distribuição pelas caixas de correio. Outra forma de candidatura espontânea consiste na apresentação da candidatura junto de potenciais empregadores através da elaboração e envio, por via postal ou correio eletrónico, de carta de candidatura espontânea acompanhadado currículo. A inserção de currículo em bolsas de emprego constitui, igualmente, uma forma de candidatura espontânea. As várias formas de candidatura espontânea podem ser usadas simultânea e complementarmente: no entanto, revela-se importante que as abordagens a privilegiar tenham em conta a facilidade do candidato em as utilizar e, sobretudo, a sua adequação ao(s) destinatário(s) e o tipo de serviços oferecidos. A apresentação da candidatura espontânea, qualquer que seja a forma utilizada, deve ser cuidada. A estrutura, a redação e aspeto no caso de ser efetuada de forma escrita; a apresentação física e vestuário no caso de contacto presencial.
  • 59. 57 Em qualquer caso o estilo e o tom em que é feita são muito importantes. Deve denotar uma atitude de alguém que está a propor um serviço, a disponibilizar competências que poderão constituir uma mais-valia para a empresa e não a de quem está a pedir um emprego. Reconhecer que a candidatura espontânea não termina no ato da sua elaboração e divulgação é fundamental para garantir os efeitos pretendidos; é importante fazer o seu “acompanhamento”. Na sequência do envio de uma carta convém realizar um contacto telefónico após 8 ou 10 dias. Depois de um contacto direto numa exposição ou certame, caso o candidato tenha prometido enviar o currículo não deve esquecer-se de o remeter. Este acompanhamento não pode, contudo, traduzir-se numa insistência excessiva e abusiva em relação às empresas contatadas. É, ainda, importante registar todas as candidaturas espontâneas realizadas, sob que formas foram feitas, a quem foram dirigidas, em que data e o que, eventualmente, foi combinado fazer ou convirá ser feito em relação a cada uma delas.
  • 60. 58 Exemplo de carta de candidatura espontânea: Nome Completo Rua da Felicidade, n.º X, r/c Drt.º 6150-000 Proença-a-Nova Tlm.: +351 92X XXX XXX Exmo.(a) Sr.(a) Diretor(a) do Departamento de Recursos Humanos Empresa de Informática XPTO Rua do Lagar, n.º x 6150-101 Proença-a-Nova Proença-a-Nova, …… de ................. 20 Assunto: Candidatura Espontânea Acabo de receber o meu diploma de Informática, adquirido após frequência do Curso de Especialização Tecnológica da Escola Profissional XPTO. Tenho conhecimento de que a vossa empresa lidera o mercado neste ramo de atividade, o que me dá garantias de ser o melhor local para poder desenvolver as competências que adquiri na minha formação. Tenho experiência comprovada na área de gestão e manutenção de redes informáticas, adquirida durante o estágio curricular, conforme se pode comprovar no Curriculum Vitae em anexo. Gostaria de, numa entrevista pessoal, poder prestar outras informações que penso serem de mútuo interesse. Subscrevo-me, com a mais elevada consideração. (Assinatura)
  • 61. 59 Capítulo 18 – Entrevista de Emprego O momento crucial da procura de emprego é a entrevista de emprego e, como tal, deve ser cuidadosamente planeada e organizada. A sua preparação permite adotar uma postura mais segura e confiante, possibilitando um melhor desempenho. Preparar a entrevista implica uma série de passos, entre os quais recolher o máximo de informação sobre a empresa objeto da candidatura, rever o currículo, preparar documentação para apresentar na entrevista (certificados, diplomas, cartas de recomendação, etc.), relembrar interesses, motivações e competências, antecipar questões que podem ser colocadas pelo entrevistador, verificar a data, hora e local da entrevista para se chegar com alguma antecedência. Há entrevistas de emprego realizadas por videoconferência e entrevistas de emprego presenciais. Estas últimas podem ser de vários tipos: a entrevista simples – entrevista conduzida por uma única pessoa; a entrevista de júri – em que a entrevista é conduzida por várias pessoas; as entrevistas de grupo - vários candidatos encontram-se simultaneamente em situação de entrevista com um ou mais entrevistadores. Estar disponível e contar com a possibilidade de qualquer forma de entrevista faz também parteda sua preparação. A realização de um balanço final da entrevista, identificando os aspetos mais positivos, osmenos positivos e os que podem ser melhorados, é condição para o êxito em futuras entrevistas e para se conseguir trabalho. Antes: prepare-se para a entrevista 1. Obtenha o máximo de informação acerca da empresa. 2. Releia o seu CV e prepare-se para aprofundar aspetos. 3. Prepare diplomas, certificados, etc. 4. Verifique data, hora e local (chegue 10m mais cedo).
  • 62. 60 5. Apresente-se de forma cuidada, cabelo, barba, roupa, unhas, calçado, etc. Durante: decorrer da entrevista Comportamentos recomendáveis: Apresente-se, saudando quem o recebe; Aguarde que o convidem a sentar; Mantenha uma postura correta; Olhe de frente para o entrevistador; Mostre-se interessado; Responda com determinação; Peça esclarecimentos quando não compreendeu a questão; No final, agradeça a oportunidade da entrevista. Caso lhe dêem resposta imediata de admissão: 1) Aceite decididamente; 2) Solicite algum tempo para refletir, informe o entrevistador do espaço de tempo emque lhe dará a resposta. Comportamento a evitar: Cortar a palavra ao entrevistador; Mexer-se continuamente na cadeira; Mendigar trabalho; Mostrar arrogância; Autoelogiar-se; Mastigar pastilha elástica; Insistir muito na remuneração. Dicas: Não dê nada por garantido; Não monopolize a conversa nem tente evitar responder a perguntas - ouça atentamenteo entrevistador;
  • 63. 61 Assuma uma atitude positiva relativamente a tudo e todos; Não copie na totalidade a linguagem corporal do seu entrevistador; Não dê respostas de sim e não ou de uma palavra só – elabore as respostas;A não ser que o entrevistador o faça, evite questões tabu como salários e benefícios daempresa. Perguntas frequentes durante a entrevista O que sabe sobre a empresa? Pode aprofundar a sua experiência profissional e funções referidas no CV? Porque é que acha que a empresa o deve contratar? Como ocupa os seus tempos livres? O que pensa fazer daqui a 5 anos? Qualidades e defeitos. O que pensa sobre si? Objetivos profissionais? Depois: faça a autoavaliação Como correu a entrevista? Que questões despertaram mais interesse ao entrevistador? Realcei suficientemente as minha competências? Falei de mais ou de menos? Cortei a palavra ao entrevistador? Dei uma imagem positiva de mim? Que aspetos poderei melhorar na próxima entrevista? Uma boa maneira de salientar o seu interesse pelo cargo e não correr o risco de a sua imagem se esbater na memória do entrevistador é o envio de uma carta pós- entrevista. No entanto, deve certificar-se se essa carta reverterá realmente a seu favor. Caso opte por proceder ao envio seja breve e objetivo. Agradeça ao entrevistador por tê-lo recebido; Diga que gostou do contacto e que este possibilitou confirmar a sua perceção
  • 64. 62 de adequabilidade entre o cargo em questão e as suas capacidades e experiência; Termine dizendo que gostaria imenso de ter oportunidade de trabalhar na empresa eque aguarda ansiosamente a decisão. Caso o entrevistador o informe da data em que a decisão será tomada deve anotá-la. Se passar adata e não tiver resposta, telefone ou escreva pois qualquer que seja a sua situação tem direitoa ser informado. Se for rejeitado, telefone ou escreva a perguntar as razões. Explique que não está a pôr em causa a decisão, mas que essa informação lhe será útil para situações futuras.
  • 65. 63 Bibliografia AA VV. Guia de Apoio à Procura de Emprego, Ed. Município de Rio Maior, 2012AA VV., Técnicas de Procura de Emprego, Ed. IEFP, 2012 Goleman, Daniel, Inteligência emocional, Ed. Temas e Debates, 1997 Leite, A., Relações interpessoais e comunicação, Ed. CECOA, 2008 Penim, Ana Teresa, Marketing pessoal e sucesso na procura e manutenção do emprego, Separatada Revista DIRIGIR, Ed. IEFP, nº 113, 2001 Sites Consultados: Expresso Emprego http://expressoemprego.pt/c IEFP – Instituto do Emprego e Formação Profissionalhttp://www.iefp.pt/P Portal do Cidadão http://www.portaldocidadao.pt/Segurança Social http://www4.seg- social.pt/