2. «… Eram tantas as histórias
que a flauta tinha para contar
que davam para escrever um
livro que se podia chamar “As
aventuras e desventuras de
uma flauta”. Que flauta aquela!
Não era tão famosa como a do
flautista de Hamelin, nem tão
importante como a “flauta
mágica” de Mozart, nem tão
corajosa como as flautas dos
encantadores de serpentes, mas
era uma flauta e peras. Até
tinha dado a volta ao mundo! E
pensar que tinha estado
fechada tanto tempo dentro de
uma arca!... »
In O circo das
palavras voadoras,
texto de
Álvaro Magalhães,
coleção Biblioteca
Álvaro Magalhães,
n.º 6.
3. E. B. da Chave
Era uma vez um menino
Muito esperto e curioso.
Na velha arca espreitou…
E o que é que encontrou?
- Um tesouro… - disse
então.
Tão esquisito, o que será?
Serão joias ou não?
Haverá aqui muitas
moedas?
4. Revirou tudo com a mão
Descobriu uma flauta,
admirado.
Pegou nela com cuidado
Levou-a à boca e soprou.
Surgiu logo um grande
nevoeiro
E ele ficou muito assustado.
De repente, apareceu um
feiticeiro
Que o deixou descansado.
5. O menino destemido
E o feiticeiro valente
Grandes amigos ficaram.
Juntos pelo mundo
foram …
Sete dias viajaram…
De barco, comboio e
avião.
Coisas novas
encontraram…
E o que fizeram então?
6. Serpentes na Ásia encantaram,
Na América sambaram,
Na Europa estudaram…
Na Austrália, com tubarões
nadaram
E em África… descansaram.
Poderia mesmo escrever-se um
livro:
As Aventuras e Desventuras
duma Flauta,
Talvez … O menino Destemido,
Ou… A Flauta Aventureira,
Ou até … O Feiticeiro Atrevido.
7. Uma aventura nos vão
contar…
Em África, não só
descansaram.
Na selva, muitos animais
encontraram:
Os leões rugiam, os
elefantes banhavam-se,
As chitas caçavam e as
gazelas saltavam,
Todos em grande
harmonia.
8. Numa viagem noturna,
O que será que aconteceu?
A flauta aventureira,
o menino perdeu.
Desanimado, triste e infeliz
O menino até chorou…
O feiticeiro um feitiço
lançou,
Mas enganou-se e não
resultou.
9. A flauta não estava perdida.
Um som baixinho, ouviram
no ar.
Era um macaco, num galho,
Com a flauta, a tocar.
O macaco trapalhão
A flauta deixou escapar…
Será que o menino e o
feiticeiro
A conseguirão apanhar?
10. Naquela zona noturna
Era difícil de encontrar.
Numa correria louca,
A flauta tentaram apanhar.
O menino, muito
desassossegado,
Não queria a flauta perder
Será que vão esperar até
amanhecer?
11. Preocupados, não
conseguiam dormir…
De repente, uma luz
misteriosa viram
reluzir…
Estariam a sonhar?
Como acreditar?
Os olhos esfregaram
E ao encontro da luz
caminharam.
12. Com algum receio,
Na flauta pegaram.
Com um simples feitiço,
Os animais chamaram
E uma banda organizaram.
13. Instrumentos?! Não
existiam.
Pelos sons dos animais
optaram
E, com as suas vozes,
Um concerto realizaram.
Uma festa com todos os
animais…
Alguns diferentes e outros
iguais
Todos diziam que queriam
mais!
14. Quando a festa acabou
Todos se foram embora.
O menino, a flauta e o
feiticeiro
Regressaram a casa numa
hora.
As suas aventuras a todos
foram contar
E toda a gente disse que
queria experimentar…
15. Uma grande melodia a
flauta tocou
E veloz, sem demora,
para a arca voltou.
Para se recordarem,
Um livro decidiram
escrever:
A História duma Flauta
Aventureira
Que todos queriam ler.
16. Muito felizes, amigos
ficaram
E nunca mais se
separaram.
Quando o menino
queria brincar,
A flauta ia
imediatamente buscar
E novas aventuras
podiam começar…
17. História a várias mãos – 2012
• Imagens: Google
• Fotografia e
montagem da apresentação: Isabel Pinheiro