Este documento apresenta informações sobre legislação e padrões relativos ao leite cru refrigerado e processado no Brasil. São descritos os limites máximos permitidos para contagem de células somáticas e contagem padrão em placas para leite cru refrigerado e leite tipo A, assim como os procedimentos de coleta de amostras para análise. Também são apresentados os critérios microbiológicos para leite pasteurizado e pasteurizado tipo A.
2. LEGISLAÇÃO
Decreto 9.013/2017 (Dispõem sobre a inspeção
industrial e sanitária de produtos de origem animal)
Instrução Normativa no. 77/ 2019
regulamentos técnicos de identidade e as características
de qualidade que devem apresentar o leite cru refrigerado, o
leite pasteurizado e o leite pasteurizado tipo A;
Instrução Normativa n° 76/2019
estabelece os critérios e procedimentos para a produção,
acondicionamento,conservação, transporte,seleção e
recepção do leite cru em estabelecimentos registrados no
serviço de inspeção oficial.
Instrução Normativa n° 30/2018
Manual de Métodos Oficiais para Análise de Alimentos de Origem Animal,
indexado ao International Standard Book Number (ISBN) sob o número
978-85-7991-111-8, cuja adoção é compulsória pelos laboratórios
integrantes da Rede Nacional de Laboratórios Agropecuários do Sistema
Unificado de Atenção a Sanidade Agropecuária. (LANAGROS)
MARÇO 2021
3. Decreto 9.013/2017
É obrigatória a análise do leite
destinado ao consumo ou à
industrialização
Os estabelecimentos que recebem
leite cru de produtores rurais são
responsáveis pela implementação de
programas de melhoria da qualidade
da matéria-prima e
de educação continuada dos
produtores.
MARÇO 2021
5. A coleta, o acondicionamento e o envio para análises
de amostras de leite proveniente das propriedades rurais
Atendimento ao Programa Nacional de
melhoria da Qualidade do Leite (PNQL)
Responsabilidade do estabelecimento que
primeiramente o receber dos produtores, abrange:
I - contagem de células somáticas - CCS;
II - contagem padrão em placas – CPP ou CBT;
III - composição centesimal;
IV - detecção de resíduos de produtos de uso
veterinário; e
V - outras que venham a ser determinadas em
norma complementar.
MARÇO 2021
É de quem faz o
produto final?
NÂO necessariamente
7. O que é CCS?
São celulas de defesa que o organismo
animal produz em função de alguma
inflamação
São celulas que passam da corrente
sanguínea para a mama
Teste para contagem de celulas somaticas
do leite é o CCS
MARÇO 2021
8. Protocolo de coleta para amostras
destinadas a CCS:
1- aguardar a ordenha de todos os
animais;
2- manter o agitador do tanque
ligado por 10 minutos;
MARÇO 2021
9. Protocolo de coleta para amostras
destinadas a CCS:
Agitadores para latões e para
tanques de resfriamento
Canecas p/
colheita
3- utilizar coletor adequado
MARÇO 2021
11. 4- frasco próprio contendo
conservante (conservante -
dicromato de potássio);
homogeneizar a amostra;
5- envio p/ o laboratório sem
necessidade de refrigeração, no
máximo em 7 dias;
Protocolo de coleta para amostras
destinadas a CCS:
MARÇO 2021
12. Contagem bacteriana total - CBT
Ou Contagem padrão em Placas
MARÇO 2021
= CONTAGEM PADRÃO EM PLACAS - CPP
13. CBT ou CPP
CONTAGEM PADÃO EM PLACAS
Alíquota de leite é distribuída em placa
com meio de cultura
Incubada a 36°C por 48 horas
◦ (método analítico oficial do MAPA).
As bactérias presentes no leite, e que se
encontram viáveis, crescem a tal ponto de
serem visíveis a olho nu.
MARÇO 2021
14. Responsável pela coleta na
propriedade rural
05/04/2022
14
Diana
Reis
Higiene
Esgotar leite
residual do
mangueira
Higienizar
conexões dos
caminhões
Coleta de
amostra
Seleção do
leite:
T °C e alizarol
Uniformizad
o
Procedimen
tos de
coleta
(IN 77/2018 – Art.
24)
Alizarina (ph) + álcool etílico
72%
Fonte: Cordeiro, C.
Curso coleta e
transporte de leite
Fonte: Cordeiro, C.
Curso coleta e
transporte de leite
Fonte: Cordeiro, C.
Curso coleta e
15. Coleta de amostra de leite cru para
RBQL
05/04/2022 Diana Reis 15
Amostra: leite cru
Forma aleatória
◦ Produtor não deve saber
previamente a data da
coleta
Tanque de refrigeração
◦ leite cru refrigerado
Latões
◦ leite cru não refrigerado
◦ mesmo dia de produção
Frequência mínima:
◦ mensal
Analise em laboratório
da RBQL
Responsabilidade da
coleta:
◦ Estabelecimento que
primeiramente receber
o leite dos produtores
16. Coleta de amostra de leite cru para
RBQL
7. Conservar a amostra (<10ºC)
6. Dissolver os conservantes
5. Coletar as amostras
4. Identificar os frascos
3. Homogeneizar o leite
2. Higienizar o material de coleta
1. Separar o material adequado
05/04/2022
16
Diana
Reis
17. Coleta de amostra de leite cru para
RBQL
05/04/2022 Diana Reis 17
1. Separar
o material
para coleta
de amostra
para
o LQL
Fonte: DIAS et al.
EMBRAPA, 2012
Fonte: hort, J. Manual de
campo, 2015
18. Coleta de amostra de leite cru
para RBQL
05/04/2022 Diana Reis 18
Frasco para CPP
◦ Conservante
bacteriostático
Azidiol
Frasco para
CCS/composição
◦ Conservante bactericida
Bronopol
Fonte: DIAS et al.
EMBRAPA, 2012
19. Coleta de amostra de leite cru para
RBQL
05/04/2022 Diana Reis 19
Uso de esponja, detergente
e álcool 70%
Material:
Copo coletor
◦ Concha ou similar
Agitador
Mãos do coletor
2. Higienizar
o material
para coleta
das amostras
20. Coleta de amostra de leite cru para
RBQL
05/04/2022 Diana Reis 20
3. Homogeneizar
o leite
no
tanque/ latão
Fonte: DIAS et al.
EMBRAPA, 2012
21. Coleta de amostra de leite cru para
RBQL
05/04/2022 Diana Reis 21
4. Identificar
Os
frascos
Fonte: DIAS et al.
EMBRAPA, 2012
22. Coleta de amostra de leite cru para
RBQL
05/04/2022 Diana Reis 22
5. Coleta
das
amostras
Desligar o agitador
Mergulhar
concha/coletor
Fonte: DIAS et al.
EMBRAPA, 2012
23. Coleta de amostra de leite cru para
RBQL
05/04/2022 Diana Reis 23
6. Dissolver
conservante
Sem agitação
Girar (inverter) o
frasco lentamente
Fonte: Cordeiro, C. Curso coleta e
transporte de leite, 2021
24. Coleta de amostra de leite cru para
RBQL
05/04/2022 Diana Reis 24
7. Conservar
as
amostras
Temperatura máxima 10°C
Entrega da amostra ao lab.
◦ Até o 4° dia após coleta
Validade da amostra
◦ Até 7 dias
Fonte: Cordeiro, C.
Curso coleta e
transporte de leite,
2021
Fonte: DIAS et al.
EMBRAPA, 2012
25. Leite Cru Refrigerado
Limite máximo 300.000
Contagem de
Celulas
somáticas
(CS/mL)
Critérios Microbiológicos
Contagem
Padrão em
Placas (UFC/mL)
Limite máximo 500.000
Tanque individual ou uso comunitário
Medias geométricas trimestrais dos tanques
MARÇO 2021
26. Leite Cru Refrigerado
Critérios Microbiológicos
Tanque individual ou uso comunitário
As médias geométricas devem considerar as análises
realizadas no período de três meses consecutivos e
ininterruptos com no mínimo uma amostra mensal de
cada tanque.
Nos casos em que houver mais de uma análise mensal
do tanque, deve ser efetuada a média geométrica entre
os resultados do mês, para representar este no cálculo
da média geométrica trimestral.
Medias geométricas
trimestrais??????
MARÇO 2021
27. Leite Cru Refrigerado
Critérios Microbiológicos
Contagem
Padrão em
Placas (UFC/mL)
Limite máximo 900.000
Antes do seu processamento no
estabelecimento beneficiador
MARÇO 2021
28. Leite Cru Refrigerado
para leite tipo A
Limite máximo 100.000
Contagem de
Celulas
somáticas
(CS/mL)
Critérios Microbiológicos
Contagem
Padrão em
Placas (UFC/mL)
Limite máximo 400.000
Medias geométricas trimestrais
MARÇO 2021
29. Leite Pasteurizado e
PasteurizadoTipo A
Coliformes fecais, Salmonella, Shigella,
Escherichia coli, Proteus...
n=5, c=2, m<1, M=5
Enterobacteriaceae
(UFC/mL)
Critérios Microbiológicos
PRODUTO FINAL
Junho 2020
CENAS DO PROXIMO
CAPITULO!!!
30. Considera-se leite normal, o produto que
apresenta (Composição centesimal)
Caracteres normais;
Teor de gordura: 3% no mínimo;
Acidez entre 14 a 18oDornic;
Densidade a 15oC entre 1,028 a 1,034g/mL;
ProteínaTotal mínimo de 2,9%;
Extrato seco total mínimo de 11,4%;
Índice crioscópio
Temperatura: 7ºC
MARÇO 2021
31. Testes realizados no recebimento
do leite no laticinio
Estabilidade (Alizarol)
Acidez
Gordura
Densidade
Crioscopia
Temperatura
Proteína
Lactose
SNG
ST
MARÇO 2021
32. ALIZAROL
Teste realizado para avaliar a resistência
(estabilidade) térmica do leite na indústria e
na propriedade.
Poderá ou não ser pasteurizado (aquecido)
Leite acido
tende a
“talhar”
quando
submetido ao
calor
MARÇO 2021
33. O que é estabilidade térmica?
MARÇO 2021
Tempo necessário para que ocorra coagulação,
em determinado pH e temperatura
DIRTETAMENTE RELACIONADO A:
• Qualidade da matéria prima
• Adequação ao tratamento térmico
34. Estabilidade térmica do leite
• pH
• Tempo
• Temperatura
• Desequilibrio salino
• Estagio de lactação
• Alimentação
• Mastite
Fatores
que
afetam
MARÇO 2021
35. Fatores que alteram a estabilidade
térmica do leite
• Calcio mantem a micela
coloidal estável
• Se houver alteração no
equilibrio entre calcio soluvel e
coloidal
• Altera tbm resuldado de
prova com alcool
• Leite UHT – adiciona citrato
como quelante
Desequilibrio
salino
MARÇO 2021
36. Fatores que alteram a estabilidade
térmica do leite
• Inicio e final da lactação tem
influencia no desequilibrio mineral
Estágio de
lactação
• Não altera significativamente
• Animal mobiliza calcio e fosforo
das reservas osseas
alimentação
• Alteração da permeabilidade,
provocando desequilíbrio salino
• plasmina
Mastite
MARÇO 2021
37. ALIZAROL (76% a 72%) Álcool + alizarina
Instável
Alcalino
Normal
https://www.youtube.com/watc
h?v=rN3MMq9HBdw
MARÇO 2021
38. Acidez Dornic
Objetivo: verificar a acidez do leite antes de se
proceder a fabricação de derivados láticos.
Acidez = 14 a 18º Dornic
Equivale pH de 6,6 a 6,9
Alterações microbianas
Substâncias químicas
Dornic: Solução básica de
Hidróxido de sódio
pH - Peagâmetro
MARÇO 2021
44. Testes realizados no recebimento
do leite no laticinio
Estabilidade (Alizarol)
Acidez
Gordura
Densidade
Crioscopia
Temperatura
Proteína
Lactose
SNG
ST
MARÇO 2021
45. GORDURA
Mínimo de 3%
Padronização p/ os diversos tipos
Butirometro de Gerber
MARÇO 2021
46. GORDURA
Uso de acido sulfurico
◦ Dissolve as ptn que encontram-se ligadas a
gordura
◦ Diminui a viscosidade do meio
◦ Aumenta a densidade da fase aquosa e
fundindo a gordura
◦ Devido a liberação de calor proveniente da
reação
Uso de alcool amilico
◦ Diominui a tensão superficial entre as fases
MARÇO 2021
59. Antibióticos
Para cada recebimento do leite, deve-se
realizar análise de no mínimo dois grupos
de antimicrobianos.
MARÇO 2021
60. Considera-se leite normal, o produto
que apresenta:
O estabelecimento deve realizar o CONTROLE
DIÁRIO do leite cru refrigerado de cada compartimento do
tanque do veículo transportador, analisando:
I – temperatura (exceto para latões entregues sem
refrigeração);
II – teste do álcool/alizarol na concentração mínima de 72%
v/v;
III – acidez titulável (0,14 a 0,18 g ácido lático/100ml);
IV – índice crioscópico (entre -0,530°H e -0,555°H);
V – densidade relativa a 15°C (1,028 a 1,034 g/cm3 para o
leite integral);
VI – teor de gordura (mínimo de 3% para o leite integral);
VII – teor de sólidos totais e teor de sólidos não gordurosos;
VIII – presença de neutralizantes de acidez;
IX- presença de reconstituintes de densidade ou do índice
crioscópico;
X – e presença de substâncias conservadoras.
MARÇO 2021
62. Método de rotina para avaliação de
qualidade
A lactofermentação fornece resultados em 24h e pode
ser usada como um controle de qualidade da matéria-prima,
direcionando o leite nas indústrias e servindo como resposta
aos problemas de coagulação, rendimento, estufamento e
lentidão na fermentação.
A análise de lactofermentação pode ser feita na rotina, e não
apenas quando detectamos algum problema em uma linha ou
lote específico.
A frequência pode ser semanal, feita por lotes ou
individualmente.Assim, sempre será possível uma resposta
quase imediata, além do acompanhamento da qualidade.
A técnica é simples, baseada no aspecto do coágulo do leite
formado após 24 horas de incubação.
O tipo do coágulo nos indica qual o grupo microbiano
predominante na amostra.
NÃO OBRIGATÓRIA!
MARÇO 2021
64. Em condições assépticas (atrás
da chama), basta colocarmos
10 mL da amostra no tubo
esteril com rosca, fecharmos e
incubarmos à 35-37ºC por 24h.
Após a incubação em banho
maria, verificamos o aspecto do
coágulo abaixo da linha do
creme, interpretando da
seguinte forma:
LACTOFERMENTAÇÃO
MARÇO 2021
65. LACTOFERMENTAÇÃO
Coágulo gelatinoso:
Coágulo firme, brilhante,
uniforme e sem bolhas ou soro
indica a predominância de
bactérias ácido láticas (BAL).
Essa microbiota é ideal e
natural do leite cru. Elas
fermentam a lactose, produzem
ácido lático e devido ao baixo
pH, o leite coagula
Caract. probióticas.
Utilizadas em culturas em
derivados como queijos,
iogurtes, bebidas lácteas e
outros diversos produtos
fermentados.
MARÇO 2021
66. LACTOFERMENTAÇÃO
Coágulo esponjoso:
bolhas de gás em todo o
coágulo, como “esponja”.
Presença de coliformes
◦ más condições higiênicas
durante a ordenha, transporte
ou estocagem.
◦ fermentam a lactose, mas
produzem gás durante seu
metabolismo.
◦ qualidade da água também
◦ Pasteurização: mata
◦ Re-contaminar na indústria
MARÇO 2021
67. LACTOFERMENTAÇÃO
Coágulo digerido:
formação de soro com
encolhimento do coágulo.
bactérias psicrotróficas
proteolíticas
◦ multiplicam sob refrigeração e
degeneram as proteínas do
leite.
◦ Pasteurização: mata
◦ psicrotróficos termoduticos
(enzimas proteolíticas)
Resultado: baixo
rendimento de produtos
coagulados
menor prazo de validade
MARÇO 2021
68. LACTOFERMENTAÇÃO
Leite sem coágulo:
líquida (exceto pela
formação da linha de
creme).
Indica: substância está
inibindo a multiplicação das
bactérias naturais do leite.
◦ Ex: resíduos de antibióticos,
sanificantes, adição de
conservantes como o
hipoclorito (água sanitária),
água oxigenada e formol
Compromete derivados
fermentadores (iogurte)
MARÇO 2021
70. Leite Pasteurizado
Critérios Físico-químicos
MARÇO 2021
a) características sensoriais (cor, odor e aspecto) normais;
b) teor mínimo de gordura de 3,0g/100g
c) teor mínimo de proteína de 2,9g/100g
d) teor mínimo de lactose de 4,3g/100g
e) teor mínimo de sólidos não gordurosos de 8,4g/100g
f) teor mínimo de sólidos totais de 11,4g/100g
g) acidez titulável entre 0,14 e 0,18 gramas de ácido lático/100 mL;
h) densidade relativa a 15ºC entre 1,028 e 1,034 g/mL;
i) índice crioscópico entre -0,530ºH e -0,555ºH equivalentes a -0,512ºC e a -0,536ºC
II - não apresente substâncias estranhas à sua composição, tais como agentes inibidores
do crescimento microbiano, neutralizantes da acidez, reconstituintes da densidade ou
do índice crioscópico; e
III - não apresente resíduos de produtos de uso veterinário e contaminantes acima dos
limites máximos previstos em normas complementares