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Profa. Ana Carolina Costa
Universidade Federal de Santa Catarina
Centro de Ciências Agrárias
Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos
• Com a modernização do setor leiteiro no Brasil, foi necessária
a padronização da qualidade do leite comercializado no país e
a unificação dos sistemas de controle.
• Os produtos de origem animal, como o leite e seus derivados,
devem ser registrados pelo Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (MAPA) por intermédio de seu
Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal
(DIPOA).
• Toda a legislação a respeito do leite e derivados pode ser
consultada no site do MAPA (http://www.agricultura.gov.br/).
LEGISLAÇÃO
Vigilância Sanitária – Tópicos sobre Legislação e Análise de Alimentos
Lígia Bicudo de Almeida-Muradian & Marilene de Vuono Camargo Penteado
• A Lei 1.283, de 1950, estabeleceu as diretrizes de inspeção
industrial e sanitária dos produtos de origem animal.
• O Decreto 30.691, de 1952, é o Regulamento de Inspeção
Industrial e Sanitária dos Produtos de Origem Animal
(RIISPOA), que já foi alterado pelo Decreto 1.255/62 e pelo
Decreto 1.812/96, porém, apesar de bastante antigo, com
vários itens revistos e alterados, ainda continua em vigor.
LEGISLAÇÃO
Vigilância Sanitária – Tópicos sobre Legislação e Análise de Alimentos
Lígia Bicudo de Almeida-Muradian & Marilene de Vuono Camargo Penteado
• O registro dos rótulos de leites e derivados deve ser realizado
junto ao DIPOA, segundo o RIISPOA (IN 22/2005).
• A fiscalização dos estabelecimentos que produzem e
processam o leite, a avaliação da qualidade e a classificação
ficam a cargo do Serviço de Inspeção Federal (SIF) ou Serviço
de Inspeção Municipal (SIM), órgãos ligados ao MAPA.
LEGISLAÇÃO
Vigilância Sanitária – Tópicos sobre Legislação e Análise de Alimentos
Lígia Bicudo de Almeida-Muradian & Marilene de Vuono Camargo Penteado
• Existem também diversas Instruções Normativas e
Regulamentos Técnicos de produção, identidade e qualidade
para os diferentes tipos de leite (de cabra, cru, pasteurizados)
e para os derivados (leites fermentados, bebidas lácteas,
diferentes tipos de queijos, gelados comestíveis).
• Essas Instruções e Regulamentos trazem informações acerca
dos padrões de qualidade e identidade da matéria-prima e
dos produtos, com as condições de processo, transporte,
armazenagem e controle de qualidade.
LEGISLAÇÃO
Vigilância Sanitária – Tópicos sobre Legislação e Análise de Alimentos
Lígia Bicudo de Almeida-Muradian & Marilene de Vuono Camargo Penteado
• A Instrução Normativa N° 51 (2002) do MAPA (Regulamentos
Técnicos de Produção, Identidade e Qualidade do Leite tipo
A, Leite tipo B, Leite tipo C, Leite Pasteurizado e do Leite Cru
Refrigerado e seu Transporte a Granel) está em vigor desde
junho de 2005 nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e
desde junho de 2007 no restante do País.
LEGISLAÇÃO
Vigilância Sanitária – Tópicos sobre Legislação e Análise de Alimentos
Lígia Bicudo de Almeida-Muradian & Marilene de Vuono Camargo Penteado
Essa IN tinha como objetivo promover melhoras na qualidade do leite
comercializado, pois apresentava índices mais rígidos para o
controle de qualidade do leite, tais como:
Contagem de células somáticas e bacterianas (quantidade
máxima de bactérias – 106 UFC/mL);
Análise de gordura, proteína e sólidos totais a cada 15 dias em
laboratório credenciado pelo MAPA;
Controle de temperatura do leite, que deve ser transportado
até a indústria previamente refrigerado (deve ser resfriado na
propriedade rural e seu transporte deve ser a granel).
Entretanto, houveram dificuldades para implantação da IN 51/2002
LEGISLAÇÃO
Vigilância Sanitária – Tópicos sobre Legislação e Análise de Alimentos
Lígia Bicudo de Almeida-Muradian & Marilene de Vuono Camargo Penteado
• A edição da Instrução Normativa n° 62 (IN 62), de 29 de
dezembro de 2011, pelo MAPA teve como objetivo contornar
as dificuldades encontradas.
• Essa medida, apesar de positiva, pois estende os prazos,
definindo um novo cronograma para adaptação gradativa dos
produtores, e muda os limites da Contagem Bacteriana Total
(CBT) e Contagem de Células Somáticas (CCS), em si não é a
solução para os problemas.
• É apenas a aceitação da realidade de que o produtor de leite
brasileiro não tem possibilidade de fazer valer a IN 51 no
momento, devido aos problemas apontados por vários
técnicos do setor para sua implantação.
LEGISLAÇÃO
Análises e Indicadores do Agronegócio ISSN 1980 0711
v. 7, n. 2, fevereiro de 2012
CLASSIFICAÇÃO DO LEITE
• A IN nº 51 de 18/09/2002), aprova os Regulamentos Técnicos
de Produção, Identidade e Qualidade do leite tipo A, B, C,
pasteurizado e refrigerado e Regulamento Técnico da coleta
de leite cru refrigerado e transporte.
• Como consequência, o leite pasteurizado poderia ser
classificado como tipo A, B ou C.
• Entretanto, a IN nº 62 de 29/12/2011: altera o caput, exclui
parágrafo único e insere os parágrafos 1º e 3º da IN 51
(18/09/2002):
– “Aprova Regulamento técnico de produção, identidade e qualidade
do leite tipo A, o Regulamento técnico de identidade e qualidade do
leite cru refrigerado, o Regulamento técnico de identidade e
qualidade do leite pasteurizado e o Regulamento técnico da coleta
do leite cru refrigerado e seu transporte a granel.”
•O leite tipo A é de melhor qualidade e deve ser
produzido em Granja Leiteira, com o rebanho
acompanhado individualmente por veterinário do
serviço de inspeção.
•Granja leiteira é o estabelecimento destinado a
produção, pasteurização e envase de Leite Pasteurizado
Tipo A para consumo humano, podendo ainda elaborar
derivados lácteos a partir de leite de sua própria
produção.
TIPOS DE LEITE
LEITE PASTEURIZADO – IN 51/2002
Leite pasteurizado:
• é o leite fluido elaborado a partir do Leite Cru
Refrigerado na propriedade rural, que apresente as
especificações de produção, de coleta e de qualidade
dessa matéria-prima contidas em Regulamento
Técnico próprio e que tenha sido transportado a
granel até o estabelecimento processador.
Instrução Normativa Nº 51 DE 18/09/2002
EFICIÊNCIA DA PASTEURIZAÇÃO
•A avaliação dos bons procedimentos da pasteurização
é aferido por duas enzimas do leite: a fosfatase alcalina
e a peroxidase.
•O produto pasteurizado deve gerar resultado
negativo para fosfatase alcalina e positivo para
peroxidase.
• A fosfatase alcalina é uma enzima termolábil e
não deve estar presente no leite pasteurizado;
• Sua presença indica que o tratamento térmico
não atingiu o binômio tempo-temperatura
adequado, ou seja, o leite não foi pasteurizado
adequadamente ou foi contaminado com leite
sem pasteurização.
EFICIÊNCIA DA PASTEURIZAÇÃO
• A peroxidase é inativada aos 85oC e deve,
portanto, estar ativa no leite pasteurizado
(HTST);
• Sua inativação é indício de superaquecimento
do leite durante o tratamento térmico, falta
de controle do processo ou falta de
higienização adequada, mascarando um
produto contaminado.
EFICIÊNCIA DA PASTEURIZAÇÃO
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS
Interpretação dos resultados das análises enzimáticas de fosfatase e
peroxidase em leite
FOSFATASE PEROXIDASE SIGNIFICADO
+ + Leite não foi adequadamente pasteurizado
- + Leite pasteurizado
- - *Leite aquecido em temperatura e/ou em
tempo acima do permitido para pasteurização
*Pode ser leite UHT.
TIPOS DE LEITE
Leites esterilizados e UHT:
• A esterilização do leite e os processos UHT
possuem o mesmo objetivo: a obtenção de
um produto microbiologicamente estável
mediante a destruição dos micro-organismos
mais termorresistentes, ou seja, as formas
esporuladas das bactérias.
Tecnologia de Alimentos – Vol. 2 – Alimentos de Origem Animal Juan A. Ordóñez e colaboradores
TIPOS DE LEITE
Leites esterilizados e UHT:
• O leite esterilizado é comumente chamado de leite
longa vida, pois com o tratamento térmico é
possível a obtenção de um produto
microbiologicamente estável, que pode ser
armazenado em temperatura ambiente por períodos
relativamente longos (quatro meses).
TIPOS DE LEITE
Leites esterilizados e UHT:
• No leite esterilizado é permitida a adição de
substâncias para o controle do pH, como sais
sódicos ou potássicos dos ácidos cítrico ou fosfórico,
sendo o citrato de sódio amplamente utilizado.
• No entanto, a esterilização apresenta uma série de
desvantagens em relação a pasteurização:
TIPOS DE LEITE
Leites esterilizados e UHT:
Desvantagens:
• Custo elevado;
• Altera significativamente a cor e o sabor do leite
em virtude da caramelização e da reação de
Maillard;
• Altera o sabor e ocorre a desnaturação de
proteínas, em especial as proteínas do soro.
• Além disso, ocorre a destruição acentuada das
vitaminas, em comparação com a pasteurização.
TIPOS DE LEITE
Leites esterilizados e UHT:
• Matéria gorda
– Leite integral – min 3%
– Leite semi ou parcialmente desnatado – 0,6 – 2,9%
– Leite desnatado – máximo 0,5%
ANÁLISE DA QUALIDADE DO LEITE
• A qualidade do leite pode ser avaliada de diversas
maneiras. Por ocasião da recepção da matéria-prima,
os testes chamados de testes de plataforma devem
ser rápidos e simples, fornecendo uma resposta
imediata para se aceitar ou rejeitar o lote de leite.
Determinação da acidez:
Determinação do pH;
Acidez em ácido lático;
Acidez em Dornic;
Teste do álcool/alizarol;
Densidade;
Índice crioscópico.
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS
DETERMINAÇÃO DA ACIDEZ
• É possível verificar a acidez natural do leite pela presença de
proteínas, CO2, citratos e fosfatos nele dissolvidos, e a acidez
adquirida, decorrente da degradação da lactose, com
produção de ácido lático por meio de diferentes bactérias que
possam estar presentes no leite.
• A determinação da acidez pode ser realizada de duas
maneiras:
– Indiretamente, por determinação do pH;
– Ou diretamente, pela determinação da acidez titulável.
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS
DETERMINAÇÃO DO pH
• Para determinação do pH utiliza-se um potenciômetro
calibrado.
• O pH do leite recém ordenhado varia de 6,4 a 6,9 (média de
6,6 – 6,8).
pH  6,9 – possível infecção no úbere do animal (mastite)
pH  6,4 – atividade microbiana (ácido lático)
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS
ACIDEZ EM ÁCIDO LÁTICO
• É o ensaio mais comum para determinação da acidez e
determina a concentração de ácido lático presente no leite.
• A acidez pode ter como resultado o percentual de ácido lático,
sendo determinada pela titulação direta com uma solução de
NaOH 0,1 N, na presença do indicador fenolftaleína (1%).
NaOH 0,1 N
10 mL de amostra
1 mol CH3CHCOOH  1 mol NaOH
1 mol CH3CHCOOH  90,08 g/mol
1 mL de NaOH 0,1 N = 0,0090 g de ácido lático
0,14 a 0,18 g de ácido lático/100 mL de leite
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS
ACIDEZ EM DORNIC
• É o ensaio mais utilizado e a acidez é expressa em °D, fazendo a
aproximação de que toda ela se deve a presença de ácido lático.
• Sendo determinada pela titulação direta com uma solução de NaOH 1/9
N, na presença do indicador fenolftaleína (1%).
• Cada 0,1 mL desta solução neutraliza o equivalente a 1 mg de ácido lático,
neste caso, 0,1 mL de NaOH Dornic gasto na titulação corresponde ao que
se denomina 1 °D, assim, a acidez em °D pode ser calculada através de:
NaOH 1/9 N
10 mL de amostra
0,1 mL de NaOH Dornic  1 °D
x mL de NaOH Dornic  y °D
°D x 0,01 = % ácido lático
Acidez do leite recém ordenhado: 13 °D
Legislação: 15 a 20 °D
1 °D = 1 mg de ácido lático = 10 mL de leite
0,01% de ácido lático
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS
TESTE DO DO ÁLCOOL/ALIZAROL
• O alizarol atua como indicador de pH, auxiliando na
diferenciação entre o desequilíbrio salino e a acidez excessiva.
Solução de 1,2 dihidroxiantraquinona (C14H8O4) a 0,2 % (m/v) em álcool etílico
(C2H5OH) neutralizado de concentração variável entre 68 a 80 % (depende do
tratamento térmico a ser aplicado ao leite e a vida de prateleira que se
pretende obter do produto a ser elaborado).
• Resultados:
1) Leite normal (fresco): coloração
vermelho-tijolo, com ligeira precipitação
e poucos grumos;
2) Leite ácido: coloração marrom claro ou amarelo;
3) Leite levemente ácido: coloração intermediária
entre o 1 e o 2;
4) Leite alcalino: coloração violeta sem a presença
de grumos.
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS
TESTE DO DO ÁLCOOL/ALIZAROL
• Esta reação se baseia na ocorrência de coagulação
por efeito da elevada acidez ou do desequilíbrio salino
quando se promove desestabilização das micelas pelo
álcool.
• Estabilidade = capacidade do leite (caseínas) em manter as
suas propriedades funcionais: emulsificação, receber
tratamento térmico, coagulação, formação de espuma.
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS
TESTE DO DO ÁLCOOL/ALIZAROL
• Por que se faz o teste do álcool?
• Rápido; baixo custo; eficiente para detectar leite ácido/ colostral/
mastítico; usado para estimar estabilidade térmica.
• Modo de ação do álcool:
• Promove a desidratação
• Reduz a constante dielétrica do meio
• Aumenta a dissolução de sais
• Reduz a carga negativa das micelas
• Aumenta a precipitação das caseínas
• Quanto mais etanol na solução, mais rápido, mais pronunciado e
irreversível são os efeitos
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS
LINA
• Leite instável não ácido: é um problema no sistema de
produção de leite que resulta em prejuízos a toda cadeia
produtiva.
• O LINA tem sido objeto de estudo através do
monitoramento da ocorrência, prevenção e tratamento.
• A ocorrência de leite sem acidez adquirida, com baixa
contagem bacteriana, instável à prova do álcool pode levar
ao descarte de leite com boa qualidade.
• Alguns fatores foram relacionados à instabilidade do leite
ao álcool como a estação do ano, dieta e estágio da
lactação, e alguns países não utilizam mais este teste.
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS
DENSIDADE A 15 °C
• A densidade pode informar sobre a quantidade de gordura
presente no leite e também adição fraudulenta de água;
• Geralmente, um acréscimo de gordura provoca uma
diminuição no valor da densidade.
• Na rotina dos laticínios, para se determinar a densidade do
leite utiliza-se um termolactodensímetro de Quevene.
• Esse instrumento apresenta graduação de 15 a 45°C e
densidade que varia de 1,015 a 1,045 g/mL.
• Os lactodensímetros são calibrados para 15°C, e, caso o leite
apresente uma temperatura diferente, é necessário fazer
correções com o auxílio de uma tabela.
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS
DETERMINAÇÃO DE DENSIDADE
• Os valores dos graus lactodensimétricos da escala correspondem à 2a, 3a,
4a casas decimais do valor da densidade a 15 oC ou 20 oC (densidade
1,0XXX; XXX vem da escala do lactodensímetro, diretamente ou após
correção da temperatura)
• A legislação brasileira recomenda expressar o valor de densidade a 15 oC
ou 20 °C, dependendo do lactodensímetro.
• Se a temperatura for diferente usar fator de correção (para cada grau
acima da temperatura de calibração do lactodensímetro somar 0,0002 no
valor da densidade; para cada grau abaixo
subtrair 0,0002)
• Segundo a legislação brasileira para o leite fluido
a densidade deve estar entre 1,0280 e 1,0340
a 15 oC.
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS
TEMPERATURA DE CONGELAMENTO OU ÍNDICE CRIOSCÓPICO
• A temperatura de congelamento do leite é uma característica
muito constante (0,531 °C) que pode variar de acordo com a
concentração de lactose, minerais, proteínas solúveis e gases
dissolvidos, sendo o fator mais importante a presença de
lactose e cloretos.
• Na determinação do índice crioscópico utiliza-se o crioscópio
de Hortvet (1917), que promove o super-
resfriamento de uma amostra de 2,5 mL de leite
até -3°C sob agitação.
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS
TEMPERATURA DE CONGELAMENTO OU ÍNDICE CRIOSCÓPICO
• Quando a amostra é congelada o equipamento mede
exatamente sua temperatura. Em âmbito internacional, é
costume expressar os resultados em graus Hortvet (°H).
• Para converter °C em °H, basta utilizar a seguinte fórmula:
°H = 1,03562 x temperatura em °C
• A legislação exige que a temperatura de congelamento seja no
mínimo igual a -0,550 °H para leites tipos A.
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS
TEMPERATURA DE CONGELAMENTO OU ÍNDICE CRIOSCÓPICO
• Essa técnica é muito mais precisa para detecção de
fraudes do que a determinação da densidade, porém
algumas substâncias estranhas, como conservantes
adicionados ao leite, podem reduzir a temperatura de
congelamento, mascarando a ocorrência de fraudes.
• Temperaturas muito próximas a 0 °C são indicativo de
fraude por adição de água.
• Adição de água  fraude e risco de contaminação
microbiológica
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS
CONTROLE FÍSICO-QUÍMICO DO LEITE
• As análises físico-químicas são muito utilizadas para
verificação da qualidade, para fins de pagamento dessa
matéria-prima; para avaliação do rendimento dos
processamentos; também por questões legais, para se evitar
ou detectar fraudes.
• A Instrução Normativa n° 68, de 12/12/2006, do MAPA
descreve detalhadamente todos os métodos analíticos físico-
químicos oficiais para controle do leite e de produtos lácteos.
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS
CONTROLE FÍSICO-QUÍMICO DO LEITE
• De acordo com o RIISPOA (art. 476), considera-se normal o
leite que apresente as seguintes características:
Teor mínimo de gordura de 3%
Acidez entre 15 e 20 °D
Densidade a 15 °C entre 1,028 e 1,033
Lactose: mínimo de 4,7%
Extrato seco desengordurado (ESD): mínimo de 11,5%
Ponto de congelamento: -0,540 °H
Índice de refração: não inferior a 37 °Z (graus Zeiss)
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS
DETERMINAÇÃO DO TEOR DE GORDURA
• A gordura é um importante parâmetro no controle do leite
como produto (classificação quanto ao teor de gordura), ou
como máteria-prima para industrialização (produção de
creme de leite, manteiga).
• Método de análise: mais empregado é o MÉTODO DE
GERBER
- é baseado na quebra da emulsão do leite pela adição do
ácido sulfúrico (degrada as proteínas facilitando a
separação da gordura para ser medida) e álcool isoamílico
(facilita a separação de fases permitindo obter uma coluna
límpida de gordura)
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS
DETERMINAÇÃO DO TEOR DE GORDURA (Método de Gerber)
• Os reagentes (ácido sulfúrico e álcool isoamílico) e a amostra
são misturados em um frasco especial chamado Butirômetro
de Gerber, e a separação eficiente das fases (separação da
fase de gordura) é feita por centrifugação, e por fim, a medida
do teor de gordura feita diretamente em frasco especial
calibrado em mililitros (percentagem de gordura).
40
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS
MÉTODO DE GERBER
Butirômetros calibrados para cada tipo de produto (leite,
creme, queijo, leite desnatado, manteiga, leite em pó)
Centrifuga especial para butirômetros
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS
DETERMINAÇÃO DE LACTOSE OU GLICÍDIOS REDUTORES EM
LACTOSE
• É um carboidrato ou dissacarídeo (formado pela ligação glicosídica
entre glicose e galactose) ou também chamado de açúcar do leite.
• Importância nutricional ou problema de intolerância.
• Método de análise: método volumétrico (titulação de oxido-
redução).
• Reagentes: soluções de Fehling A (sulfato de cobre) e Fehling B
(tartarato de sódio e potássio); ferrocianeto de potássio e
sulfato de zinco; hidróxido de sódio.
Separação prévia da gordura e da
proteína por precipitação,
determinando-se no soro a quantidade
de lactose necessária para reduzir o
reagente de Fehling
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS
DETERMINAÇÃO DO EXTRATO SECO TOTAL
• Existem dois métodos que podem ser utilizados para a
determinação do extrato seco total: direto (resíduo seco a 102 °C)
ou indireto (disco de Ackermann).
– MÉTODO DIRETO: o extrato seco total ou resíduo seco é
obtido por método gravimétrico após a evaporação da
água e substâncias voláteis em estufa convencional a 102 ±
2 °C.
– MÉTODO INDIRETO: disco de Ackermann –
densidade/gordura/extrato seco total %(m/v).
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS
DETERMINAÇÃO DO EXTRATO SECO DESENGORDURADO OU
SÓLIDOS NÃO GORDUROSOS
• O extrato seco desengordurado se obtém diminuindo
a gordura do extrato seco total.
• A legislação brasileira estabelece o mínimo de 8,4
%para o leite cru e pasteurizado.
• Para o leite UHT, este parâmetro pode variar entre
8,2 e 8,4%, dependendo do teor de gordura.
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS
OUTRAS PROVAS QUALITATIVAS
Teste do Amido
• Indicador da adulteração da densidade do leite diluído
• Método: reação do amido com iodo livre (solução de lugol – I2 e
KI) formando composto de coloração azul
• Resultados:
• Leite normal – coloração característica do leite;
• Leite adulterado com amido: coloração azul (reação de
ligação do iodo ao amido)
OUTRAS PROVAS QUALITATIVAS PARA LEITE FLUIDO
Gelatina;
Neutralizantes da acidez;
Peróxido de hidrogênio;
Pus;
Sangue;
Sacarose;
Presença de bicarbonato de sódio;
Ácido bórico;
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...
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS

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Leites - análises e legislação

  • 1. Profa. Ana Carolina Costa Universidade Federal de Santa Catarina Centro de Ciências Agrárias Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos
  • 2. • Com a modernização do setor leiteiro no Brasil, foi necessária a padronização da qualidade do leite comercializado no país e a unificação dos sistemas de controle. • Os produtos de origem animal, como o leite e seus derivados, devem ser registrados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) por intermédio de seu Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA). • Toda a legislação a respeito do leite e derivados pode ser consultada no site do MAPA (http://www.agricultura.gov.br/). LEGISLAÇÃO Vigilância Sanitária – Tópicos sobre Legislação e Análise de Alimentos Lígia Bicudo de Almeida-Muradian & Marilene de Vuono Camargo Penteado
  • 3. • A Lei 1.283, de 1950, estabeleceu as diretrizes de inspeção industrial e sanitária dos produtos de origem animal. • O Decreto 30.691, de 1952, é o Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária dos Produtos de Origem Animal (RIISPOA), que já foi alterado pelo Decreto 1.255/62 e pelo Decreto 1.812/96, porém, apesar de bastante antigo, com vários itens revistos e alterados, ainda continua em vigor. LEGISLAÇÃO Vigilância Sanitária – Tópicos sobre Legislação e Análise de Alimentos Lígia Bicudo de Almeida-Muradian & Marilene de Vuono Camargo Penteado
  • 4. • O registro dos rótulos de leites e derivados deve ser realizado junto ao DIPOA, segundo o RIISPOA (IN 22/2005). • A fiscalização dos estabelecimentos que produzem e processam o leite, a avaliação da qualidade e a classificação ficam a cargo do Serviço de Inspeção Federal (SIF) ou Serviço de Inspeção Municipal (SIM), órgãos ligados ao MAPA. LEGISLAÇÃO Vigilância Sanitária – Tópicos sobre Legislação e Análise de Alimentos Lígia Bicudo de Almeida-Muradian & Marilene de Vuono Camargo Penteado
  • 5. • Existem também diversas Instruções Normativas e Regulamentos Técnicos de produção, identidade e qualidade para os diferentes tipos de leite (de cabra, cru, pasteurizados) e para os derivados (leites fermentados, bebidas lácteas, diferentes tipos de queijos, gelados comestíveis). • Essas Instruções e Regulamentos trazem informações acerca dos padrões de qualidade e identidade da matéria-prima e dos produtos, com as condições de processo, transporte, armazenagem e controle de qualidade. LEGISLAÇÃO Vigilância Sanitária – Tópicos sobre Legislação e Análise de Alimentos Lígia Bicudo de Almeida-Muradian & Marilene de Vuono Camargo Penteado
  • 6. • A Instrução Normativa N° 51 (2002) do MAPA (Regulamentos Técnicos de Produção, Identidade e Qualidade do Leite tipo A, Leite tipo B, Leite tipo C, Leite Pasteurizado e do Leite Cru Refrigerado e seu Transporte a Granel) está em vigor desde junho de 2005 nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e desde junho de 2007 no restante do País. LEGISLAÇÃO Vigilância Sanitária – Tópicos sobre Legislação e Análise de Alimentos Lígia Bicudo de Almeida-Muradian & Marilene de Vuono Camargo Penteado
  • 7. Essa IN tinha como objetivo promover melhoras na qualidade do leite comercializado, pois apresentava índices mais rígidos para o controle de qualidade do leite, tais como: Contagem de células somáticas e bacterianas (quantidade máxima de bactérias – 106 UFC/mL); Análise de gordura, proteína e sólidos totais a cada 15 dias em laboratório credenciado pelo MAPA; Controle de temperatura do leite, que deve ser transportado até a indústria previamente refrigerado (deve ser resfriado na propriedade rural e seu transporte deve ser a granel). Entretanto, houveram dificuldades para implantação da IN 51/2002 LEGISLAÇÃO Vigilância Sanitária – Tópicos sobre Legislação e Análise de Alimentos Lígia Bicudo de Almeida-Muradian & Marilene de Vuono Camargo Penteado
  • 8. • A edição da Instrução Normativa n° 62 (IN 62), de 29 de dezembro de 2011, pelo MAPA teve como objetivo contornar as dificuldades encontradas. • Essa medida, apesar de positiva, pois estende os prazos, definindo um novo cronograma para adaptação gradativa dos produtores, e muda os limites da Contagem Bacteriana Total (CBT) e Contagem de Células Somáticas (CCS), em si não é a solução para os problemas. • É apenas a aceitação da realidade de que o produtor de leite brasileiro não tem possibilidade de fazer valer a IN 51 no momento, devido aos problemas apontados por vários técnicos do setor para sua implantação. LEGISLAÇÃO Análises e Indicadores do Agronegócio ISSN 1980 0711 v. 7, n. 2, fevereiro de 2012
  • 9. CLASSIFICAÇÃO DO LEITE • A IN nº 51 de 18/09/2002), aprova os Regulamentos Técnicos de Produção, Identidade e Qualidade do leite tipo A, B, C, pasteurizado e refrigerado e Regulamento Técnico da coleta de leite cru refrigerado e transporte. • Como consequência, o leite pasteurizado poderia ser classificado como tipo A, B ou C. • Entretanto, a IN nº 62 de 29/12/2011: altera o caput, exclui parágrafo único e insere os parágrafos 1º e 3º da IN 51 (18/09/2002): – “Aprova Regulamento técnico de produção, identidade e qualidade do leite tipo A, o Regulamento técnico de identidade e qualidade do leite cru refrigerado, o Regulamento técnico de identidade e qualidade do leite pasteurizado e o Regulamento técnico da coleta do leite cru refrigerado e seu transporte a granel.”
  • 10. •O leite tipo A é de melhor qualidade e deve ser produzido em Granja Leiteira, com o rebanho acompanhado individualmente por veterinário do serviço de inspeção. •Granja leiteira é o estabelecimento destinado a produção, pasteurização e envase de Leite Pasteurizado Tipo A para consumo humano, podendo ainda elaborar derivados lácteos a partir de leite de sua própria produção. TIPOS DE LEITE
  • 11. LEITE PASTEURIZADO – IN 51/2002 Leite pasteurizado: • é o leite fluido elaborado a partir do Leite Cru Refrigerado na propriedade rural, que apresente as especificações de produção, de coleta e de qualidade dessa matéria-prima contidas em Regulamento Técnico próprio e que tenha sido transportado a granel até o estabelecimento processador. Instrução Normativa Nº 51 DE 18/09/2002
  • 12. EFICIÊNCIA DA PASTEURIZAÇÃO •A avaliação dos bons procedimentos da pasteurização é aferido por duas enzimas do leite: a fosfatase alcalina e a peroxidase. •O produto pasteurizado deve gerar resultado negativo para fosfatase alcalina e positivo para peroxidase.
  • 13. • A fosfatase alcalina é uma enzima termolábil e não deve estar presente no leite pasteurizado; • Sua presença indica que o tratamento térmico não atingiu o binômio tempo-temperatura adequado, ou seja, o leite não foi pasteurizado adequadamente ou foi contaminado com leite sem pasteurização. EFICIÊNCIA DA PASTEURIZAÇÃO
  • 14. • A peroxidase é inativada aos 85oC e deve, portanto, estar ativa no leite pasteurizado (HTST); • Sua inativação é indício de superaquecimento do leite durante o tratamento térmico, falta de controle do processo ou falta de higienização adequada, mascarando um produto contaminado. EFICIÊNCIA DA PASTEURIZAÇÃO
  • 15. ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS Interpretação dos resultados das análises enzimáticas de fosfatase e peroxidase em leite FOSFATASE PEROXIDASE SIGNIFICADO + + Leite não foi adequadamente pasteurizado - + Leite pasteurizado - - *Leite aquecido em temperatura e/ou em tempo acima do permitido para pasteurização *Pode ser leite UHT.
  • 16. TIPOS DE LEITE Leites esterilizados e UHT: • A esterilização do leite e os processos UHT possuem o mesmo objetivo: a obtenção de um produto microbiologicamente estável mediante a destruição dos micro-organismos mais termorresistentes, ou seja, as formas esporuladas das bactérias. Tecnologia de Alimentos – Vol. 2 – Alimentos de Origem Animal Juan A. Ordóñez e colaboradores
  • 17. TIPOS DE LEITE Leites esterilizados e UHT: • O leite esterilizado é comumente chamado de leite longa vida, pois com o tratamento térmico é possível a obtenção de um produto microbiologicamente estável, que pode ser armazenado em temperatura ambiente por períodos relativamente longos (quatro meses).
  • 18. TIPOS DE LEITE Leites esterilizados e UHT: • No leite esterilizado é permitida a adição de substâncias para o controle do pH, como sais sódicos ou potássicos dos ácidos cítrico ou fosfórico, sendo o citrato de sódio amplamente utilizado. • No entanto, a esterilização apresenta uma série de desvantagens em relação a pasteurização:
  • 19. TIPOS DE LEITE Leites esterilizados e UHT: Desvantagens: • Custo elevado; • Altera significativamente a cor e o sabor do leite em virtude da caramelização e da reação de Maillard; • Altera o sabor e ocorre a desnaturação de proteínas, em especial as proteínas do soro. • Além disso, ocorre a destruição acentuada das vitaminas, em comparação com a pasteurização.
  • 20. TIPOS DE LEITE Leites esterilizados e UHT: • Matéria gorda – Leite integral – min 3% – Leite semi ou parcialmente desnatado – 0,6 – 2,9% – Leite desnatado – máximo 0,5%
  • 21. ANÁLISE DA QUALIDADE DO LEITE • A qualidade do leite pode ser avaliada de diversas maneiras. Por ocasião da recepção da matéria-prima, os testes chamados de testes de plataforma devem ser rápidos e simples, fornecendo uma resposta imediata para se aceitar ou rejeitar o lote de leite. Determinação da acidez: Determinação do pH; Acidez em ácido lático; Acidez em Dornic; Teste do álcool/alizarol; Densidade; Índice crioscópico.
  • 22. ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DETERMINAÇÃO DA ACIDEZ • É possível verificar a acidez natural do leite pela presença de proteínas, CO2, citratos e fosfatos nele dissolvidos, e a acidez adquirida, decorrente da degradação da lactose, com produção de ácido lático por meio de diferentes bactérias que possam estar presentes no leite. • A determinação da acidez pode ser realizada de duas maneiras: – Indiretamente, por determinação do pH; – Ou diretamente, pela determinação da acidez titulável.
  • 23. ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DETERMINAÇÃO DO pH • Para determinação do pH utiliza-se um potenciômetro calibrado. • O pH do leite recém ordenhado varia de 6,4 a 6,9 (média de 6,6 – 6,8). pH  6,9 – possível infecção no úbere do animal (mastite) pH  6,4 – atividade microbiana (ácido lático)
  • 24. ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS ACIDEZ EM ÁCIDO LÁTICO • É o ensaio mais comum para determinação da acidez e determina a concentração de ácido lático presente no leite. • A acidez pode ter como resultado o percentual de ácido lático, sendo determinada pela titulação direta com uma solução de NaOH 0,1 N, na presença do indicador fenolftaleína (1%). NaOH 0,1 N 10 mL de amostra 1 mol CH3CHCOOH  1 mol NaOH 1 mol CH3CHCOOH  90,08 g/mol 1 mL de NaOH 0,1 N = 0,0090 g de ácido lático 0,14 a 0,18 g de ácido lático/100 mL de leite
  • 25. ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS ACIDEZ EM DORNIC • É o ensaio mais utilizado e a acidez é expressa em °D, fazendo a aproximação de que toda ela se deve a presença de ácido lático. • Sendo determinada pela titulação direta com uma solução de NaOH 1/9 N, na presença do indicador fenolftaleína (1%). • Cada 0,1 mL desta solução neutraliza o equivalente a 1 mg de ácido lático, neste caso, 0,1 mL de NaOH Dornic gasto na titulação corresponde ao que se denomina 1 °D, assim, a acidez em °D pode ser calculada através de: NaOH 1/9 N 10 mL de amostra 0,1 mL de NaOH Dornic  1 °D x mL de NaOH Dornic  y °D °D x 0,01 = % ácido lático Acidez do leite recém ordenhado: 13 °D Legislação: 15 a 20 °D 1 °D = 1 mg de ácido lático = 10 mL de leite 0,01% de ácido lático
  • 26. ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS TESTE DO DO ÁLCOOL/ALIZAROL • O alizarol atua como indicador de pH, auxiliando na diferenciação entre o desequilíbrio salino e a acidez excessiva. Solução de 1,2 dihidroxiantraquinona (C14H8O4) a 0,2 % (m/v) em álcool etílico (C2H5OH) neutralizado de concentração variável entre 68 a 80 % (depende do tratamento térmico a ser aplicado ao leite e a vida de prateleira que se pretende obter do produto a ser elaborado). • Resultados: 1) Leite normal (fresco): coloração vermelho-tijolo, com ligeira precipitação e poucos grumos; 2) Leite ácido: coloração marrom claro ou amarelo; 3) Leite levemente ácido: coloração intermediária entre o 1 e o 2; 4) Leite alcalino: coloração violeta sem a presença de grumos.
  • 27. ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS TESTE DO DO ÁLCOOL/ALIZAROL • Esta reação se baseia na ocorrência de coagulação por efeito da elevada acidez ou do desequilíbrio salino quando se promove desestabilização das micelas pelo álcool. • Estabilidade = capacidade do leite (caseínas) em manter as suas propriedades funcionais: emulsificação, receber tratamento térmico, coagulação, formação de espuma.
  • 28. ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS TESTE DO DO ÁLCOOL/ALIZAROL • Por que se faz o teste do álcool? • Rápido; baixo custo; eficiente para detectar leite ácido/ colostral/ mastítico; usado para estimar estabilidade térmica. • Modo de ação do álcool: • Promove a desidratação • Reduz a constante dielétrica do meio • Aumenta a dissolução de sais • Reduz a carga negativa das micelas • Aumenta a precipitação das caseínas • Quanto mais etanol na solução, mais rápido, mais pronunciado e irreversível são os efeitos
  • 30. ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS LINA • Leite instável não ácido: é um problema no sistema de produção de leite que resulta em prejuízos a toda cadeia produtiva. • O LINA tem sido objeto de estudo através do monitoramento da ocorrência, prevenção e tratamento. • A ocorrência de leite sem acidez adquirida, com baixa contagem bacteriana, instável à prova do álcool pode levar ao descarte de leite com boa qualidade. • Alguns fatores foram relacionados à instabilidade do leite ao álcool como a estação do ano, dieta e estágio da lactação, e alguns países não utilizam mais este teste.
  • 31. ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DENSIDADE A 15 °C • A densidade pode informar sobre a quantidade de gordura presente no leite e também adição fraudulenta de água; • Geralmente, um acréscimo de gordura provoca uma diminuição no valor da densidade. • Na rotina dos laticínios, para se determinar a densidade do leite utiliza-se um termolactodensímetro de Quevene. • Esse instrumento apresenta graduação de 15 a 45°C e densidade que varia de 1,015 a 1,045 g/mL. • Os lactodensímetros são calibrados para 15°C, e, caso o leite apresente uma temperatura diferente, é necessário fazer correções com o auxílio de uma tabela.
  • 32. ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DETERMINAÇÃO DE DENSIDADE • Os valores dos graus lactodensimétricos da escala correspondem à 2a, 3a, 4a casas decimais do valor da densidade a 15 oC ou 20 oC (densidade 1,0XXX; XXX vem da escala do lactodensímetro, diretamente ou após correção da temperatura) • A legislação brasileira recomenda expressar o valor de densidade a 15 oC ou 20 °C, dependendo do lactodensímetro. • Se a temperatura for diferente usar fator de correção (para cada grau acima da temperatura de calibração do lactodensímetro somar 0,0002 no valor da densidade; para cada grau abaixo subtrair 0,0002) • Segundo a legislação brasileira para o leite fluido a densidade deve estar entre 1,0280 e 1,0340 a 15 oC.
  • 34. ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS TEMPERATURA DE CONGELAMENTO OU ÍNDICE CRIOSCÓPICO • A temperatura de congelamento do leite é uma característica muito constante (0,531 °C) que pode variar de acordo com a concentração de lactose, minerais, proteínas solúveis e gases dissolvidos, sendo o fator mais importante a presença de lactose e cloretos. • Na determinação do índice crioscópico utiliza-se o crioscópio de Hortvet (1917), que promove o super- resfriamento de uma amostra de 2,5 mL de leite até -3°C sob agitação.
  • 35. ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS TEMPERATURA DE CONGELAMENTO OU ÍNDICE CRIOSCÓPICO • Quando a amostra é congelada o equipamento mede exatamente sua temperatura. Em âmbito internacional, é costume expressar os resultados em graus Hortvet (°H). • Para converter °C em °H, basta utilizar a seguinte fórmula: °H = 1,03562 x temperatura em °C • A legislação exige que a temperatura de congelamento seja no mínimo igual a -0,550 °H para leites tipos A.
  • 36. ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS TEMPERATURA DE CONGELAMENTO OU ÍNDICE CRIOSCÓPICO • Essa técnica é muito mais precisa para detecção de fraudes do que a determinação da densidade, porém algumas substâncias estranhas, como conservantes adicionados ao leite, podem reduzir a temperatura de congelamento, mascarando a ocorrência de fraudes. • Temperaturas muito próximas a 0 °C são indicativo de fraude por adição de água. • Adição de água  fraude e risco de contaminação microbiológica
  • 37. ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS CONTROLE FÍSICO-QUÍMICO DO LEITE • As análises físico-químicas são muito utilizadas para verificação da qualidade, para fins de pagamento dessa matéria-prima; para avaliação do rendimento dos processamentos; também por questões legais, para se evitar ou detectar fraudes. • A Instrução Normativa n° 68, de 12/12/2006, do MAPA descreve detalhadamente todos os métodos analíticos físico- químicos oficiais para controle do leite e de produtos lácteos.
  • 38. ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS CONTROLE FÍSICO-QUÍMICO DO LEITE • De acordo com o RIISPOA (art. 476), considera-se normal o leite que apresente as seguintes características: Teor mínimo de gordura de 3% Acidez entre 15 e 20 °D Densidade a 15 °C entre 1,028 e 1,033 Lactose: mínimo de 4,7% Extrato seco desengordurado (ESD): mínimo de 11,5% Ponto de congelamento: -0,540 °H Índice de refração: não inferior a 37 °Z (graus Zeiss)
  • 39. ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DETERMINAÇÃO DO TEOR DE GORDURA • A gordura é um importante parâmetro no controle do leite como produto (classificação quanto ao teor de gordura), ou como máteria-prima para industrialização (produção de creme de leite, manteiga). • Método de análise: mais empregado é o MÉTODO DE GERBER - é baseado na quebra da emulsão do leite pela adição do ácido sulfúrico (degrada as proteínas facilitando a separação da gordura para ser medida) e álcool isoamílico (facilita a separação de fases permitindo obter uma coluna límpida de gordura)
  • 40. ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DETERMINAÇÃO DO TEOR DE GORDURA (Método de Gerber) • Os reagentes (ácido sulfúrico e álcool isoamílico) e a amostra são misturados em um frasco especial chamado Butirômetro de Gerber, e a separação eficiente das fases (separação da fase de gordura) é feita por centrifugação, e por fim, a medida do teor de gordura feita diretamente em frasco especial calibrado em mililitros (percentagem de gordura). 40
  • 41. ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS MÉTODO DE GERBER Butirômetros calibrados para cada tipo de produto (leite, creme, queijo, leite desnatado, manteiga, leite em pó) Centrifuga especial para butirômetros
  • 42. ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DETERMINAÇÃO DE LACTOSE OU GLICÍDIOS REDUTORES EM LACTOSE • É um carboidrato ou dissacarídeo (formado pela ligação glicosídica entre glicose e galactose) ou também chamado de açúcar do leite. • Importância nutricional ou problema de intolerância. • Método de análise: método volumétrico (titulação de oxido- redução). • Reagentes: soluções de Fehling A (sulfato de cobre) e Fehling B (tartarato de sódio e potássio); ferrocianeto de potássio e sulfato de zinco; hidróxido de sódio. Separação prévia da gordura e da proteína por precipitação, determinando-se no soro a quantidade de lactose necessária para reduzir o reagente de Fehling
  • 43. ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DETERMINAÇÃO DO EXTRATO SECO TOTAL • Existem dois métodos que podem ser utilizados para a determinação do extrato seco total: direto (resíduo seco a 102 °C) ou indireto (disco de Ackermann). – MÉTODO DIRETO: o extrato seco total ou resíduo seco é obtido por método gravimétrico após a evaporação da água e substâncias voláteis em estufa convencional a 102 ± 2 °C. – MÉTODO INDIRETO: disco de Ackermann – densidade/gordura/extrato seco total %(m/v).
  • 44. ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DETERMINAÇÃO DO EXTRATO SECO DESENGORDURADO OU SÓLIDOS NÃO GORDUROSOS • O extrato seco desengordurado se obtém diminuindo a gordura do extrato seco total. • A legislação brasileira estabelece o mínimo de 8,4 %para o leite cru e pasteurizado. • Para o leite UHT, este parâmetro pode variar entre 8,2 e 8,4%, dependendo do teor de gordura.
  • 45. ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS OUTRAS PROVAS QUALITATIVAS Teste do Amido • Indicador da adulteração da densidade do leite diluído • Método: reação do amido com iodo livre (solução de lugol – I2 e KI) formando composto de coloração azul • Resultados: • Leite normal – coloração característica do leite; • Leite adulterado com amido: coloração azul (reação de ligação do iodo ao amido)
  • 46. OUTRAS PROVAS QUALITATIVAS PARA LEITE FLUIDO Gelatina; Neutralizantes da acidez; Peróxido de hidrogênio; Pus; Sangue; Sacarose; Presença de bicarbonato de sódio; Ácido bórico; Amônia (urina); Uréia; ... ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS