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13Novembro / 2015
Nunca é tarde demais!
Educação: terceira idade escreve a própria história
“Estudar para saber respeitar e
ser respeitado”. É por esse mo-
tivo que o senhor Derci Hipólito
da Silva diz frequentar a escola
aos 64 anos. Na juventude o ca-
minho da vida era a estrada que
lhe conduzia para as lavouras. A
cada poda de mato
na roça podava-se
também o tempo
e o conhecimen-
to que poderia ser
adquirido na escola.
Ele, assim como mi-
lhões de brasileiros nas
décadas de 70 e 80 não
tinha a oportunidade
de estudar. A distância
até a escola e o traba-
lho pesado do dia a dia
tornava o ensino fundamental
um privilégio para poucos.
Um novo cenário na área da
educação começa a surgir. Se
antes a prioridade da alfabeti-
zação era somente para crian-
ças, hoje observamos a atenção
com os índices de analfabetismo
também para o idoso.
O projeto Pedagogia em Ação
na Univel tem o objetivo de pro-
piciar aulas para o aprendizado
de leitura, escrita e matemática
para jovens adultos e pessoas da
terceira idade, as aulas são gra-
tuitas e acontece aos sábados.
A coordenadora do projeto
Sulamita dos Anjos conta que a
terceira idade começa a escrever
a sua própria história e o desafio
está entre o professor e os alu-
nos. As aulas têm uma didática
diferente daquelas planejadas
para crianças, a dinâmica não
é mais da educação
infantil. O ensino é
para os idosos, outra
questão importante é
o trabalho com a afe-
tividade e a tentativa
de levantar a autoes-
tima dos idosos, pois
são pessoas que de
certa forma foram ex-
cluídas da sociedade
por causa do analfa-
betismo. “O desafio é
fazer o idoso contar sua própria
história. Eles querem ser alguém
na vida”, relata.
Segundo dados do IBGE a
expectativa de vida aumentou
Por Graziele Rodrigues
12 Modernidade
três anos em uma década e viver
mais e melhor é uma perspecti-
va que leva em consideração os
estudos. Ser independente tam-
bém traz qualidade de vida, rela-
ta Maria Wichenoverque que aos
65 anos, almeja ao retornar à es-
cola. “É sempre difícil saber o que
estou assinando”, explica Maria,
que diz ter medo de mexer com
documentos, ir ao médico e não
entender uma receita. “Até para
entender uma receita de bolo eu
tinha que correr para a casa da
vizinha para me ajudar”. Sendo
assim, atividades rotineiras do
dia a dia são facilitadas quando
o idoso aprende a ler e caminhar
com as próprias pernas.
Os projetos de vida também
se renovam. O resultado disso
é uma terceira idade ativa, que
busca novas atividades para
aprender e também para ser in-
serido no convívio social, fazer
amigos e compartilhar experiên-
cias um exemplo deste resulta é
a Dona Erocilde Aparecida Pe-
reira, aos 60 anos ela aprendeu
a ler no Centro Paulo Freire em
Cascavel. Depois de um mês de
férias retornou a estudar, mas
desta vez no Ceebja (Centro Es-
tadual de Educação Básica para
Jovens e Adultos). Toda arruma-
da e animada ela deixa o marido
com ciúmes em casa e vai para a
escola. “Não via a hora de voltar
as aulas”, comenta e explica que
o marido trabalha como pedreiro
e se diz cansado para enfrentar
uma sala de aula.
Para Erocilde os estudos ele-
vam a autoestima. Ela recorda
com semblante triste momentos
em que seu filho quando criança
pedia ajuda nas tarefas escolares.
“Me sentia mal em não po-
der ajudar”.
A aula do professor Val-
decir Gonçalves é exemplo
de animação no Ceebja, onde
ele leciona aulas de português
com poesia. No momento que
estávamos apurando esta repor-
tagem, o docente convidou um
de seus alunos para nos impres-
sionar com um pouco do que
aprenderam, o que conseguiu
com sucesso! Uma aula dinâmica
com alunos alegres. Valdecir co-
menta que a terceira idade é um
grupo que chega em sala de aula
dispostos a aprender: “Eles dão
muito retorno”, explica, lembran-
do que consegue trabalhar muito
bem com os alunos por meio da
música e da poesia.
“Quando você ativa o cérebro,
consegue trabalhar melhor. Além
disso, é uma oportunidade de
se socializar, trabalhar a questão
psíquica, livrar-se da depressão.
Ler é viajar. A leitura possibilita
você romper barreiras e construir
novas estradas”, relembra, Valde-
ci, as qualidades do aprendizado.
Ler é viajar. A leitura
possibilita você romper
barreiras e construir
novas estradas
”
“
A alfabetização
ajuda na
independência
do idoso
Foto: Graziele Rodrigues
“Até para entender
uma receita de
bolo eu tinha que
correr para a casa
da vizinha para
me ajudar”.
Maria Wichenoverque
65 anos
“O desafio é fazer
o idoso contar
sua própria
história. Eles
querem ser al-
guém na vida”
Sulanita dos Anjos
Coordenadora
“A leitura é uma fonte
inesgotável de prazer mas
por incrível que pareça, a
quase totalidade, não
sente esta sede”.
“A leitura após uma
certa idade distrai
excessivamente o
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Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
 

Nunca é tarde demais!

  • 1. Ao pé da letra 13Novembro / 2015 Nunca é tarde demais! Educação: terceira idade escreve a própria história “Estudar para saber respeitar e ser respeitado”. É por esse mo- tivo que o senhor Derci Hipólito da Silva diz frequentar a escola aos 64 anos. Na juventude o ca- minho da vida era a estrada que lhe conduzia para as lavouras. A cada poda de mato na roça podava-se também o tempo e o conhecimen- to que poderia ser adquirido na escola. Ele, assim como mi- lhões de brasileiros nas décadas de 70 e 80 não tinha a oportunidade de estudar. A distância até a escola e o traba- lho pesado do dia a dia tornava o ensino fundamental um privilégio para poucos. Um novo cenário na área da educação começa a surgir. Se antes a prioridade da alfabeti- zação era somente para crian- ças, hoje observamos a atenção com os índices de analfabetismo também para o idoso. O projeto Pedagogia em Ação na Univel tem o objetivo de pro- piciar aulas para o aprendizado de leitura, escrita e matemática para jovens adultos e pessoas da terceira idade, as aulas são gra- tuitas e acontece aos sábados. A coordenadora do projeto Sulamita dos Anjos conta que a terceira idade começa a escrever a sua própria história e o desafio está entre o professor e os alu- nos. As aulas têm uma didática diferente daquelas planejadas para crianças, a dinâmica não é mais da educação infantil. O ensino é para os idosos, outra questão importante é o trabalho com a afe- tividade e a tentativa de levantar a autoes- tima dos idosos, pois são pessoas que de certa forma foram ex- cluídas da sociedade por causa do analfa- betismo. “O desafio é fazer o idoso contar sua própria história. Eles querem ser alguém na vida”, relata. Segundo dados do IBGE a expectativa de vida aumentou Por Graziele Rodrigues 12 Modernidade três anos em uma década e viver mais e melhor é uma perspecti- va que leva em consideração os estudos. Ser independente tam- bém traz qualidade de vida, rela- ta Maria Wichenoverque que aos 65 anos, almeja ao retornar à es- cola. “É sempre difícil saber o que estou assinando”, explica Maria, que diz ter medo de mexer com documentos, ir ao médico e não entender uma receita. “Até para entender uma receita de bolo eu tinha que correr para a casa da vizinha para me ajudar”. Sendo assim, atividades rotineiras do dia a dia são facilitadas quando o idoso aprende a ler e caminhar com as próprias pernas. Os projetos de vida também se renovam. O resultado disso é uma terceira idade ativa, que busca novas atividades para aprender e também para ser in- serido no convívio social, fazer amigos e compartilhar experiên- cias um exemplo deste resulta é a Dona Erocilde Aparecida Pe- reira, aos 60 anos ela aprendeu a ler no Centro Paulo Freire em Cascavel. Depois de um mês de férias retornou a estudar, mas desta vez no Ceebja (Centro Es- tadual de Educação Básica para Jovens e Adultos). Toda arruma- da e animada ela deixa o marido com ciúmes em casa e vai para a escola. “Não via a hora de voltar as aulas”, comenta e explica que o marido trabalha como pedreiro e se diz cansado para enfrentar uma sala de aula. Para Erocilde os estudos ele- vam a autoestima. Ela recorda com semblante triste momentos em que seu filho quando criança pedia ajuda nas tarefas escolares. “Me sentia mal em não po- der ajudar”. A aula do professor Val- decir Gonçalves é exemplo de animação no Ceebja, onde ele leciona aulas de português com poesia. No momento que estávamos apurando esta repor- tagem, o docente convidou um de seus alunos para nos impres- sionar com um pouco do que aprenderam, o que conseguiu com sucesso! Uma aula dinâmica com alunos alegres. Valdecir co- menta que a terceira idade é um grupo que chega em sala de aula dispostos a aprender: “Eles dão muito retorno”, explica, lembran- do que consegue trabalhar muito bem com os alunos por meio da música e da poesia. “Quando você ativa o cérebro, consegue trabalhar melhor. Além disso, é uma oportunidade de se socializar, trabalhar a questão psíquica, livrar-se da depressão. Ler é viajar. A leitura possibilita você romper barreiras e construir novas estradas”, relembra, Valde- ci, as qualidades do aprendizado. Ler é viajar. A leitura possibilita você romper barreiras e construir novas estradas ” “ A alfabetização ajuda na independência do idoso Foto: Graziele Rodrigues “Até para entender uma receita de bolo eu tinha que correr para a casa da vizinha para me ajudar”. Maria Wichenoverque 65 anos “O desafio é fazer o idoso contar sua própria história. Eles querem ser al- guém na vida” Sulanita dos Anjos Coordenadora “A leitura é uma fonte inesgotável de prazer mas por incrível que pareça, a quase totalidade, não sente esta sede”. “A leitura após uma certa idade distrai excessivamente o espírito humano das suas reflexões criadoras. Todo o homem que lê de mais e usa o cérebro de menos adquire a preguiça de pensar”. Carlos Drummond de Andrade Albert Einstein