Ha muitas moradas na Casa de meu Pai - Palestra Espirita
Ruthe
1. www.pibrj.org.br Lição 13 - 1T 2016 Pg. 1
Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro
Estudo 13: Uma história para ser lembrada
Rute 1 a 4
Elaborado por Pr Walter Hélmiton Barbosa
pr.walterbarbosa@yahoo.com.br
Introdução
Amados ouvintes, após uma história
que devia ser esquecida, chegamos
hoje, nesta que é a última lição do
trimestre, a uma bela história que
deve ser lembrada por toda a
eternidade. A história de Rute. Uma
história que renova em nossos
corações a esperança e a convicção
de servimos um Deus vivo e
gracioso.
A história de Rute é uma história de
superação, de amor e de fé,
vivenciada nos tempos caóticos de
juízes. Ela começa com um sábio
conselho em meio a uma situação
de dificuldades e a tomada de
decisões feita por Rute, que
influenciariam a sua vida e a de
todos que estavam a sua volta, a
começar de Noemi, sua sogra.
Um sábio conselho (Rt 1.7-13)
O prólogo desta história é trágico.
Retrata um momento de dor,
desesperança e de perdas
irreparáveis. Eimeleque, um judeu
de Judá, devido às circunstâncias
negativas porque passava em sua
terra natal, Belém de Judá, que
enfrentava grande fome, decide
emigrar com sua família, constituída
de sua esposa Noemi e dois filhos,
Malom e Quiliom, para as terras de
Moabe. Lá, na nova terra,
Eimeleque morre, deixando a
esposa com seus dois filhos. Eles
se casam com as moabitas Orfa e
Rute e ambos, também, vêem a
falecer, deixando agora, três viúvas
desamparadas (Rt 1.1-5).
Pode haver tragédia e perdas
maiores que essas? Dor mais
profunda?
Em meio a dor e a desesperança,
Noemi toma conhecimento de que
“o Senhor havia visitado o seu
povo, dando-lhe pão”, então
decidiu voltar para Belém de Judá
(Rt 1.6, 7). No caminho de volta,
Noemi desobriga suas noras de
segui-la e as aconselha a voltarem
para as casas de seus pais e assim
pudessem voltar a se casar (Rt 1.8-
13). Havia a lei do levirato, em que
se estabelecia que um homem,
sobrevindo ao seu irmão que
morrera sem ter deixado filho, era
obrigado a casar-se com a cunhada,
a viúva, para suscitar descendência
a irmão falecido (Dt 25.5-10). No
entanto, ambos os irmãos
morreram. Então, Eimeleque e seus
filhos, Malom e Quiliom ficariam
sem descendentes.
Uma grande resolução (Rt 1.14-
17)
As noras, consternadas, choram.
Orfa beija sua sogra e volta para a
casa de seus pais; mas Rute, se
apega a Noemi e recusa-se a
separar dela: “Não me instes a que
te abandone e deixe de seguir-te.
Porque aonde quer que tu fores,
irei eu; e onde quer que
pousares, ali pousarei eu; o teu
povo será o meu povo, o teu
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Deus será o meu Deus. Onde
quer que morreres, morrerei eu, e
ali serei sepultada. Assim me faça
o Senhor, e outro tanto, se outra
coisa que não seja a morte me
separar de ti” (Rt 1.16, 17).
Aqui encontramos, não apenas uma
grande resolução que haveria de
mudar toda a história de Rute e sua
sogra Noemi, mas, também, a maior
e mais ardorosa declaração de
amor feita por alguém.
Essa é a fidelidade e devoção que
agrada ao SENHOR – fidelidade e
devoção que não se limitam as
vantagens pessoais, ao tempo, aos
costumes, ao povo da terra, mas
sim a pessoa a quem se ama.
Incomparável essa declaração de
amor e fidelidade de Rute a sua
sogra Noemi.
A disposição para o trabalho (Rt
2.1-3)
Noemi e Rute chegam a Belém de
Judá e ali haveria de ter muito
trabalho pela frente. Eram duas
mulheres viúvas, num contexto em
que as mulheres, em especial, não
gozavam de muito respeito. E
quando, pouquíssimas
oportunidades eram oferecidas às
viúvas pobres para ganhar a vida.
Elas mesmas tinham que buscar
sua própria provisão (Lv 19.9;
23.22; Dt 24.19). Nesse contexto,
Rute demonstrou estar preparada e
disposta ao trabalho (Rt 1.1-3).
Como Noemi tinha um parente rico,
da família de Eimeleque, seu
marido, chamado Boaz, Rute foi
trabalhar em sua lavoura, colhendo
as espigas que caiam após os
segadores (Rt 2.1-7).
A recompensa divina (Rt 4.13-22)
Somos frutos de nossas escolhas e
Rute não foi exceção. De sua
escolha ela colheu o mais doce fruto
para sua vida: Casou-se com Boaz,
aquele que foi o seu patrão. Dele
concebeu um filho que se tornou o
remidor de sua sogra Noemi e, mais
ainda, introduziu as duas na
linhagem daquele que seria o
Messias.
Seu filho recebeu o nome de
Obede. Obede é o pai de Jessé, pai
de Davi, da linhagem de Jesus, o
Messias.
De uma decisão sábia, uma
recompensa divina; não apenas em
termos pessoais; pois, ao ser
incluída na linhagem do Messias,
serviu para mostrar ao mundo que
Jesus, o Salvador não veio apenas
para salvar o povo judeu, mas todas
as nações, simbolizada na pessoa
de Rute e de seu povo moabita.
Entendendo aqueles tempos
O tempo em que viveram Noemi e
Rute eram tempos difíceis. Tempos
de altos e baixos. O povo se
santificava e obedecia ao SENHOR;
o SENHOR abençoava o povo e o
tornava próspero. O povo
desobedecia; se afastava e fazia o
que era mau perante o SENHOR e
o SENHOR o disciplinava.
Nesse contexto, em um momento
de dificuldades, “nos dias em que
os juízes governavam, houve uma
fome na terra; pelo que um
homem de Belém de Judá saiu a
peregrinar no país de Moabe, ele,
sua mulher, e seus dois filhos” (Rt
1.1). A continuação da história, já a
conhecemos. E tudo se deu, não
apenas em um contexto de
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dificuldades materiais, mas também
social. Naquela cultura, a mulher
não tinha o seu devido valor e, em
especial, as viúvas sofriam
preconceitos e incompreensões.
Mas foi, no meio daquelas situações
extremamente negativas, quando o
coração de Noemi demonstrou
amargura quando disse: “Não me
chameis Noemi; chamai-me Mara,
porque o Todo-Poderoso me
encheu de amargura” (Rt 1.20),
que o SENHOR mostrou-lhe que ela
não estava desamparada, mas fazia
parte de um plano divino para a
salvação de todos os povos.
Conclusão
O tempo vivido por Noemi e Rute
foram tempos semelhantes ao
nosso, quando assistimos,
diariamente, o êxodo de milhares e
milhares de famílias fugindo das
guerras, da violência e da fome, em
busca de melhores condições de
vida em outras terras que não a
sua.
Assim, como naquele tempo,
precisamos, como Rute, tomar as
decisões corretas para encontrar o
verdadeiro rumo para nossas vidas
e isso só conseguiremos, quando,
escolhermos servir ao nosso Deus
com fidelidade e santidade.
Que o SENHOR nos ajude a viver
de acordo com aquele que
prometeu e deu a sua própria vida
para cumprir a sua promessa:
“Disse-lhes Jesus: Eu sou a
ressurreição e a vida. Quem crê em
mim, ainda que morra, viverá” (Jo
11.25) e ainda, a declaração do
Apóstolo João, a respeito de Jesus:
“Veio para o que era seu, e os seus
não o receberam. Mas, a todos
quantos o receberam, deu-lhes o
poder de serem feitos filhos de
Deus, a saber, aos que crêem em
seu nome” (Jo 1.11, 12).
Que o SENHOR nos capacite a
entender e viver essa verdade.
Amém!
Bibliografia:
[1] Bíblia de Estudo MacArthur. Barueri,
SP. Sociedade Bíblica do Brasil, 2010.
2048 p.
[2] Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo
e Barueri. Cultura Cristã e Sociedade
Bíblica do Brasil, 1999. 1.728 p.
[3] Revista Escola Bíblica Dominical, 1°
Trimestre de 1986. Rio de Janeiro, RJ:
JUERP.
[4] ANDRADE, José Sélio de. A terra da
promessa – conquista e ocupação (Josué,
Juízes e Rute). Rio de Janeiro: JUERP:
2008.
[5] ALLEN, Clifton J. Comentário Bíblico
Broadman. Rio de Janeiro: JUERP, 1994,
v. 2. 552p.
[6] Bíblia Shedd/Editor responsável Russell
P. Shedd. São Paulo: Vida Nova; Brasília:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1997. 1929 p.