Este documento é uma dissertação de mestrado que avalia o impacto da liderança no processo de municipalização dos serviços de saúde em Icolo e Bengo, Angola, entre 2010-2013. Os principais resultados incluem um aumento nos recursos de infraestrutura, transporte e pessoal, melhorias nos indicadores de saúde materna e infantil, como consultas pré-natais e vacinação, e recomendações para fortalecer as estratégias de prevenção.
Impacto da liderança municipal na saúde materna e infantil em Icolo e Bengo, Angola (2010-2013
1. UNIVERSIDADE PRIVADA DE ANGOLA 2014
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM
GESTÃO DE SAÚDE
LIDERANÇA, SEU IMPACTO NA SAÚDE MATERNA E INFANTIL NO
PROCESSO DE MUNICIPALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE EM ICOLO
E BENGO NO PERÍODO 2010 – 2013.
Autora: Alexandrina Gaspar Fernandes
2. No mundo foi-se produzindo importantes mudanças nos sistemas
de saúde, em especial desde que a OMS estabeleceu a Meta de
Saúde para todos no ano 2000 (OMS, 1998) e sua estratégia de
Atenção Primária na década dos 70.
3. Nos sistemas de Saúde muitos programas de
qualidade foram ou estão sendo implantados.
Observamos mudanças na forma de estruturar os
processos de trabalho, uma preocupação com a
redução de custos, principalmente, de materiais e
medicamentos.
No âmbito da Atenção primaria de saúde
temos observado um grande empenho em
reorganizar e reorientar o Sistema de Saúde com
base no processo de descentralização,
desconcentração de recursos e desenvolvimento da
capacidade de gestão local.
5. Através do MINSA, o Governo de Angola assumiu o
compromisso de reverter as taxas de mortalidade materno-
infantil para alcançar as Metas do Desenvolvimento do
Milénio.
Neste marco apresenta-se uma avaliação do impacto na
saúde materna e infantil no Município Icolo e Bengo baixo a
liderança da nova direcção de saúde municipal a partir de
2012 no contexto da municipalização dos serviços de saúde.
Nosso tema de pesquisa esta inserido no campo de estudo
da liderança na atenção da saúde materna e infantil que
constitui um dos programas mais sensíveis do sector da
saúde e uma prioridade mundial.
6. Que impacto teve a liderança, política, e
estratégias da nova gestão municipal de saúde
do Icolo e Bengo a partir do ano 2012 nos
indicadores de saúde materna e infantil no
ano 2012 e 2013 quando comparados os
mesmos indicadores correspondentes aos
anos de 2010 e 2011?.
7. Objectivo Geral .
Avaliar o impacto na saúde materna e infantil da liderança
no processo de Municipalização dos Serviços de Saúde em
Icolo e Bengo no período Janeiro de 2010 a Dezembro de
2013.
8. 1. Descrever o perfil da infra estrutura, meios rolantes
2. Descrever o perfil dos recursos humanos
3. Identificar o comportamento de indicadores de saúde materna e
infantil segundo: morte materna e infantil, vacinação, morbilidade
materna infantil, atenção em consulta pré-natal ,puericultura,
fármacos administrados a grávidas, partos, mal-nutrição, e programa
de PTV
4. Avaliar o comportamento dos indicadores de saúde materna e infantil
antes e depois de implantadas as novas estratégias da administração
de saúde municipal
9.
Define-se como hipótese científica o facto que a
liderança, política, e estratégias da nova gestão
municipal de saúde do Icolo e Bengo a partir do ano
2012 teve um impacto positivo nos indicadores de
saúde materna e infantil no ano 2012 e 2013,
quando comparados com os indicadores dos anos
de 2010 e 2011.
12. Tomou-se como amostra as grávidas e crianças
menores de 5 anos que receberam serviços de saúde
nas unidades sanitárias do Município do Icolo e
Bengo que fizeram um total de 6.847 grávidas e
28.263 crianças distribuídos em 3.007 grávidas e
8.562 crianças no período 2010 – 2011 e 3.840
grávidas e 19.701 crianças no período 2011 – 2012.
14. Gráfico nº 01. Distribuição das Unidades Sanitárias do Município segundo os anos
de estudo
Fonte: Registo de estatística da Direção Municipal de Saúde de Icolo e Bengo
16. Gráfico nº 03. Distribuição dos serviços de Obstetrícia e
pediátria em Equipas Móveis e avançadas da Direção Municipal
de Saúde segundo os anos de estudo
Teste U de Mann Whitney: z: 1,83 p ≥ 0.05
Fonte: Registo de estatística da Direção Municipal de Saúde de Icolo e Bengo
17. Gráfico nº 04. Distribuição dos Recursos Humanos da
Direcção Municipal de Saúde segundo os anos de estudo
.
Fonte: Registo de estatística da Direção Municipal de Saúde de Icolo e Bengo
18. Gráfico nº 05-A. Distribuição das mortes maternas registadas
nas unidades de saúde do município segundo os anos de estudo.
Teste U de Mann Whitney: z: 1,83 p ≥ 0.05
Fonte: Registo de estatística da Direção Municipal de Saúde de Icolo e Bengo
19. Gráfico nº 06. Distribuição das consultas pré-natais e dos serviços de
PTV nas unidades de saúde do município segundo os anos de estudo.
Teste U de Mann Whitney: C. Prenatais z: - 2,4 p ≤ 0.05
A. e testagem do HIV z: - 3,3 p ≤ 0.05
Gravidas testadas z: - 3,3 p ≤ 0.05
Gravidas positivas z: 2,5 p ≤ 0.05
Fonte: Registo de estatística da Direção Municipal de Saúde de Icolo e Bengo
20. Gráfico nº 07. Distribuição dos fármacos profiláticos administradas a grávidas
nas unidades de saúde do Município segundo os anos de estudo.
Teste U de Mann Whitney: Anti-anémicos z: - 3,3 p ≤ 0.05
Anti-palúdico z: - 3,3 p ≤ 0.05
Anti.parasitário z: - 3,3 p ≤ 0.05
Vit- A z: - 3,3 p ≤ 0.05
Fonte: Registo de estatística da Direção Municipal de Saúde de Icolo e Bengo
21. Gráfico nº 08. Distribuição dos partos institucionais realizados
nas unidades de saúde do Município segundo os anos de estudo.
Teste U de Mann Whitney: z: - 3,3 p ≥ 0.05
Fonte: Registo de estatística da Direção Municipal de Saúde de Icolo e Bengo.
22. Gráfico nº 09. Distribuição das mortes infantis nas unidades de
saúde do Município segundo os anos de estudo.
Teste U de Mann Whitney: Mortes infantis < 1 ano z: 1,20 p ≥ 0.05
Mortes infantis < 5 anos z: - 1,57 p ≥ 0.05
Fonte: Registo de estatística da Direção Municipal de Saúde de Icolo e Bengo.
23. Gráfico nº 10. Distribuição da morbilidade infantil registrado nas
unidades de saúde do Município segundo os anos de estudo.
Teste U de Mann Whitney: D. Resp. Agudas z: 0,68 p ≥0,05
Febre tifoide z: 3,3 p ≤ 0.05
D. Diarreica Aguda z: 3,3 p ≤ 0.05
Malária z: 3,3 p ≤ 0.05
Fonte: Registo de estatística da Direção Municipal de Saúde de Icolo e Bengo
24. Gráfico nº 11. Distribuição das consultas a crianças menores de 5 anos
realizadas nas unidades de saúde do Município segundo os anos de
estudo.
Teste U de Mann Whitney: Consultas de Puericultura z: - 3,3 p ≥ 0.05
Consultas de Pediatria z: - 3,3 p ≥ 0.05
Fonte: Registo de estatística da Direção Municipal de Saúde de Icolo e Bengo.
25. Gráfico nº 12. Distribuição da vacinação realizada a crianças menores de 5 anos nas
unidades de saúde do Município segundo os anos de estudo.
Teste U de Mann Whitney: BCG z: - 3,3 p ≤ 0,05
Sarampo z: - 3,1 p ≤ 0.05
Febre amarela z: - 3,1 p ≤ 0.05
Pólio z: - 3,2 p ≤ 0.05
Penta z: - 3,3 p ≤ 0.05
T. Tétano z: - 3,2 p ≤ 0.05
Fonte: Registo de estatística da Direção Municipal de Saúde de Icolo e Bengo
26. CONCLUSÕES
1. As unidades de saúde do município mostram uma tendência ascendente tanto
física como operante, com um notável incremento nos postos de saúde, a abertura
de um centro de saúde com atenção especializada na área Materno infantil no ano
2013;
2. O número de viaturas ou meio rolantes, tanto carrinhas como ambulâncias e o
número dos serviços de Obstetrícia e Pediatria em equipas móveis e avançadas, o
número de enfermeiros e técnicos incrementou-se nos anos 2012 e 2013;
3. Houve um acréscimo na série histórica estudada dos serviços de Obstetrícia e
Pediatria quanto as equipas móveis e avançadas, os quais não se ofertavam no
ano 2010 e no ano 2013 foi implementado. É de realçar o crescimento
considerável em todos os anos comparativos 2010, até 2013 em recursos
humanos, dos profissionais de saúde, tendo um acréscimo notável na classe de
enfermagem.
27. 4.-A mortalidade materna mostra uma tendência decrescente na série
cronológica avaliada estatisticamente significativa, ainda que não mostra
uma diferença estatisticamente significativa entre os períodos avaliados
2010 - 2011 e 2012 – 2013.
5. As consultas pré-natais, uma tendência crescente na série cronológica em
termos estatístico foi relevante, compreendido entre os períodos
avaliados 2010 - 2011 e 2012 – 2013.
6. Os resultados obtidos demonstram um crescimento estatísticos notável
nos partos institucionais, segundo a comparação realizada entre 2010-
2011 e 2012-2013,sendo este relevante no ano 2013
28. 7. No gráfico 9 concluímos que as mortes infantis em menores de um ano e em
menores de 5 anos nas unidades de saúde de município entre os períodos
avaliados 2010 - 2011 e 2012 – 2013 observou-se que não há diferenças
estatisticamente significativas,pensamos na importância de uma boa recolha de
dados,para uma estatística exata do Município.
8. A distribuição das consultas a crianças menores de 5 anos mostra uma tendência
crescente,no ano 2013 o que é de grande significado para o Municipío, é
incentivando estes dados estatísticos para trabalhar mais positivamente no
desenvolvimento da saúde comunitária ,como também no incremento de novos
postos de saúde reabilitações dos mesmos.
7. Quanto a distribuição da vacinação realizada em crianças menores de 5 anos nas
unidades sanitárias,comparando com os anos 2010-2011 e 2012-2013,teve um
crescimento significativo em 2013 devido as campanhas de vacinação continuas
que se realizam,nas diferentes vertentes segundo o plano da Direcção Provincial
de Luanda.
29. Recomendações
1.Fortalecer as estratégias no âmbito da prevenção, na
morbi-mortalidade materna e infantil, e no sentido em ter
uma visão de aconselhamento a mulheres grávidas e a
importância de Testagem do VIH,e a realização das
consultas pré-natais;
2.Reforçar as acções de formação para o atendimento das
populações e das gestantes seronegativas e seropositivas e
o manuseamento de antiretrovirais.
3. Incentivar as mães com crianças menores de 5 anos a
realizarem consultas de puericultura no âmbito de
minimizar riscos;
4.Incentivar acções para reducção da morbi-
mortalidade materna e infantil.
30. 5. Promover a divulgação por meios de palestras em cada
unidade sanitária representadas pelos chefes
respectivamente;
6. Realizar formações continua com báse a uma melhor
performance de atendimento sanitário de saúde;
7. Visar as normas estabelecidas pelo Ministério da Saúde,
direcção nacional de saúde Pública e DPSL, sendo estes,
importante instrumento e potencial de informação para as
redes primárias, secundarias e terciarias, como um todo,
em prol do bem estar, da sociedade Angolana,
maximizando o Plano de Desenvolvimento de Saúde