O documento discute os principais fatores que influenciam a deformação em estruturas soldadas e métodos para preveni-la e controlá-la, incluindo: (1) as propriedades dos materiais como coeficiente de dilatação térmica e condutividade térmica afetam a deformação; (2) os tipos de deformação como contração transversal e longitudinal; (3) técnicas como usar chanfros duplos, soldas intermitentes e posicionar soldas próximas à linha neutra para reduzir a deformação.
2. Controle de Deformações
Introdução
Deformação é um dos mais sérios problemas na
fabricação de estruturas e equipamentos
soldados.
Grande número de variáveis na soldagem
fazem com que a previsão acurada da
deformação seja difícil.
Equipamentos são projetados para serviços,
dimensões e tolerâncias específicas. Se a
deformação não for prevista e controlada as
dimensões requeridas podem não ser obtidas,
as premissas do projeto invalidadas e a
aparência do produto afetada.
3. Controle de Deformações
Analogia da barra aquecida
Comportamento dos materiais durante o ciclo de
aquecimento e resfriamento.
Peça sem restrição de movimento
Quando aquecida expande em todas as direções
Quando resfria contrai uniformemente, retornando às
dimensões originais
4. Controle de Deformações
Analogia da barra aquecida
Comportamento dos materiais durante o ciclo de
aquecimento e resfriamento
Peça com restrição de movimento
Quando aquecida a expansão lateral não pode ocorrer.
A expansão do volume tem que ocorrer, por isso a barra
expande em maior quantidade na direção vertical
5. Controle de Deformações
Analogia da barra aquecida
Comportamento dos materiais durante o ciclo de
aquecimento e resfriamento.
Peça com restrição de movimento
Voltando a temperatura ambiente a barra contrai em todas as
direções.
A barra será agora mais fina e com maior comprimento, ou
seja sofreu deformação permanente.
7. Controle de Deformações
Causas da deformação
Nas juntas soldadas as mesmas forças de dilatação e
contração atuam no metal base e zona fundida.
Quando o metal de adição é depositado e se funde com o
metal de base, ele está no seu estado de expansão
máximo.
No resfriamento o metal de solda tende a se contrair
para o volume que normalmente ocuparia em
temperatura mais baixas, mas como ele está ligado ao
metal base a contração fica restringida.
Se o esforço de contração for suficiente para “puxar”
todo o metal base ocorrerá uma grande deformação.
A restrição à contração tem influência direta na
deformação.
9. Controle de Deformações
Causas da deformação
O cálculo da deformação promovida pela soldagem torna-se
difícil tendo em vista a influência da temperatura nas
propriedades dos materiais.
Variação das propriedades mecânicas com a temperatura – aço carbono
10. Controle de Deformações
Causas da deformação
Com o aumento da temperatura
Decresce:
Limite de escoamento
Módulo de elasticidade
Condutividade térmica
Aumenta
Coeficiente de dilatação térmica
As variações afetam o escoamento e a uniformidade
de distribuição de calor, tornando o difícil o cálculo
preciso da deformação.
11.
12.
13. Controle de Deformações
Fatores que influenciam a deformação
Energia de soldagem
O volume de metal de base adjacente à solda que
contribui para a deformação, pode ser controlado pela
quantidade de calor (energia) introduzido na soldagem.
Quanto maior a energia de soldagem maior a
quantidade de metal de base adjacente aquecido e maior
a deformação
14. Controle de Deformações
Fatores que influenciam a deformação
Grau de restrição
Quanto maior o grau de restrição maior será o nível de
tensões internas e menor será a deformação.
Importante: Maior a possibilidade de trinca
15. Controle de Deformações
Fatores que influenciam a deformação
Tensões internas
Componentes geralmente tem tensões internas por
laminação, dobramento, corte, conformação, etc.
Calor da soldagem tende a aliviar as tensões.
Tensões internas são geralmente imprevisíveis podendo
aumentar ou diminuir as deformações da soldagem.
Na prática é aconselhável aplicar medidas para
controlar os movimentos durante a soldagem.
16. Controle de Deformações
Fatores que influenciam a deformação
Propriedades dos materiais
Coeficiente de dilatação
Materiais diferentes tem expansão diferente
quando aquecidos.
Coeficientes de dilatação do metal de base e do
metal de solda têm influência importante da
deformação.
Quanto maior o coeficiente de dilatação maior a
tendência a deformação na soldagem. Exemplo:
Estrutura em aço inoxidável deforma sempre
mais que uma estrutura similar em aço carbono,
devido ao maior coeficiente de dilatação do aço
inoxidável.
17. Controle de Deformações (continuação)
Condutividade térmica
Materiais com alta condutividade térmica dissipam
o calor rapidamente (alumínio, e cobre).
Soldagem com metais com baixa condutividade
térmica (aço inoxidável, ligas de níquel) resulta em
maior zona plastificada, o que aumenta os efeitos
de contração na solda e áreas adjacentes.
18. Controle de Deformações
Fatores que influenciam a deformação
Propriedades dos materiais
Limite de escoamento
As tensões de soldagem podem facilmente atingir o
limite de escoamento do material na temperatura
ambiente.
Quanto maior for o limite de escoamento do material, na
região soldada, maior será o nível de tensões residuais
que poderá atuar deformando a estrutura soldada.
Inversamente, a deformação em metais de menor limite
de escoamento é menos provável e menos severa.
Módulo de elasticidade
É a medida da rigidez do material em relação às
deformações.
Materiais com altos módulos de elasticidade resistem
mais às deformações
19. Controle de Deformações
Fatores que influenciam a deformação
Propriedades dos materiais
Uma estrutura de aço inoxidável tende a deformar
mais que uma de aço carbono, considerando-se as
mesmas dimensões e mesma energia de soldagem.
(ver condutividade térmica e coeficiente de
dilatação)
20. LE – Limite de Escoamento
CDL – Coef. De dilatação Térmica
CT –Condutividade Térmica
ME- Módulo de Elasticidade
deformação
Deformação
21. 21
Controle de Deformações
CAUSAS DA DEFORMAÇÃO
Propriedades dos Materiais
PROPRIEDADE VALOR DEFORMAÇÃO
Coeficiente de Dilatação
Térmica
ALTO ALTA
BAIXO BAIXA
Condutividade Térmica
ALTO BAIXA
BAIXO ALTA
Módulo de Elasticidade
ALTO BAIXA
BAIXO ALTA
Limite de Escoamento
ALTO ALTA
BAIXO BAIXA
22. Controle de Deformações
Tipos de deformações
As formas que a deformação pode
aparecer são:
Contração transversal
Contração longitudinal
Deformação angular
Empenamento (principalmente em
materiais finos)
23.
24. Controle de Deformações
Tipos de deformações
Contração transversal
É a redução de dimensão perpendicular ao eixo
do cordão de solda. Quanto maior a seção
transversal da zona fundida maior a contração
25. Controle de Deformações
Tipos de deformações
Contração transversal
É a redução de dimensão perpendicular ao eixo do cordão de
solda. Quanto maior a seção transversal da zona fundida maior
a contração
Cada 1 pol2 provoca ¼ pol de contração transversal
(aproximado)
Diminui com o aumento no grau de restrição da peça
Aumenta com o aumento da extensão da curva de repartição
térmica (energia de soldagem, temperatura de préaquecimento
e número de passes)
Diminui com o martelamento da solda
A ação dos fatores deve ser vista em conjunto.
Preaquecimento x resfriamento mais regular
Número de passes x grau de restrição
Martelamento evita grande parte da deformação.
Martelamento excessivo é prejudicial.
26. Controle de Deformações
Tipos de deformações
Contração transversal
Previsão para espessura maior que 25 mm, soldada sem
restrição
O coeficiente 0,2 pode ser reduzido para 0,18 para chapas < 25
mm
Não se aplica para espessuras < 6mm
Arco submerso – deformação 50% menor (menor energia por
unidade de comprimento de solda)
A contração transversal é desprezível para solda em ângulo
27. Controle de Deformações
Tipos de deformações
Contração longitudinal
Redução do
comprimento da solda
Depende da relação
entre a seção
transversal da zona
fundida e a seção
restante da peça
Figura mostra
contração longitudinal
para soldas de topo.
A contração tende a um
valor constante quando
a seção total excede
valores da linha
tracejada.
Área da seção transversal da chapa (pol2)
28. Controle de Deformações
Tipos de deformações
Contração longitudinal
Quando em seção transversal a área das peças não
excede em 20X a área da zona fundida é válida a
relação da figura.
A contração longitudinal está sujeita aos mesmos
fatores de influência que a contração longitudinal
Cálculo da contração longitudinal
29. Controle de Deformações
Tipos de deformações
Deformação angular
A disposição irregular da zona
plastificada em relação à linha
neutra da peça é a principal razão
da deformação angular.
A assimetria do chanfro determina
uma maior contração na região do
reforço da solda do que na raiz. O
mesmo raciocínio se aplica à
distribuição dos cordões de solda
em torno da linha neutra de um
perfil.
A – Durante a soldagem
B – Durante o resfriamento
C – Após o resfriamento
30. Controle de Deformações
Tipos de deformações
Deformação angular
Peças finas
Fórmula evidencia medidas preventivas:
Soldas de tamanhos diferentes, depositadas em distâncias
também diferentes da linha neutra: - procurar equilibrar os
esforços de contração, soldando em primeiro lugar os cordões
mais próximos da linha neutra
Cordões maiores devem ser localizados próximos da linha neutra
(projeto)
31. Controle de Deformações
Prevenção e controle da deformação
Evitar soldagem excessiva
Reduzir ao mínimo a quantidade de metal depositado
Chanfros devem ter abertura e espaçamento pequenos
Ângulo do chanfro pode ser diminuído se o espaçamento for
aumentado ou utilizado chanfro em “J” ou “U”
32. Controle de Deformações
Prevenção e controle da deformação
Usar chanfros duplos
Junta em “X” requer cerca da metade da quantidade de metal
depositado que junta em “V” numa mesma espessura. Possibilita
equilíbrio dos esforços de contração
Usar soldas intermitentes
A – Solda em cadeia
B- Solda em escalão
33. Controle de Deformações
Prevenção e controle da deformação
Usar menor número possível de passes
É preferível usar poucos eletrodos de grande diâmetro (figuras da
esquerda)
A contração causada por cada passe tende a ser cumulativa
quando não se aguarda o resfriamento necessário entre os passes,
aumentando a contração total.
Quando for possível aguardar o resfriamento entre passes o ideal
é fazer passes mais finos (figuras da direita)
34. Controle de Deformações
Prevenção e controle da deformação
Posicionar as soldas próximas à linha neutra
A deformação é menor quando se tem o menor braço da alavanca
possível para as forças de contração puxarem o perfil fora do seu
alinhamento.
Seqüência de soldagem pode evitar a deformação
35. Controle de Deformações
Prevenção e controle da deformação
Balancear as soldas próximas à linha neutra
37. Controle de Deformações
Prevenção e controle da deformação
Utilizar a soldagem com passe a ré
Seqüência da soldagem aumenta a restrição
38. Controle de Deformações
Prevenção e controle da deformação
Utilizar pré-deformação
Pré-deformação pode ser determinada experimentalmente
39. Controle de Deformações
Prevenção e controle da deformação
Utilizar disposição dorso a dorso
Soldagem de peças idênticas
Forma conjuntos simétricos
Separar as peças após tratamento térmico ou utilizar pré-
encurvamento
40. Controle de Deformações
Prevenção e controle da deformação
Gabaritos e dispositivos auxiliares de fixação e montagem
Em estruturas e equipamentos pesados, quando o balanceamento
natural de forças de contração não está presente, realiza-se o
balanceamento pela criação de forças opostas ou de restrição
através de gabaritos e dispositivos.
O número de dispositivos que impedem a contração transversal
deve ser minimizado.
Preferível dispositivos que limitam a contração angular
(embicamento) da junta soldada e que permitem a contração
transversal livre.
41. Controle de Deformações
Prevenção e controle da deformação
Gabaritos e dispositivos auxiliares de fixação e montagem
42. Controle de Deformações
Prevenção e controle da deformação
Planejar a seqüência de soldagem
Seqüência de soldagem bem planejada envolve a deposição de
material em diferentes pontos de um conjunto que está sendo
soldado, assim à medida que o conjunto contrai num ponto, ele
irá interagir com forças de contração de soldas já executadas.
44. Controle de Deformações
Prevenção e controle da deformação
Martelamento e tratamento térmico
Martelamento
Interação com as forças de contração
Deforma o cordão de solda aliviando, por deformação
plástica, as tensões.
Não pode martelar o passe de raiz e o passe de acabamento
(pode encobrir trincas e efeito indesejável do encruamento)
Tratamento térmico
Aquecimento controlado a uma temperatura elevada seguido
de resfriamento controlado.
45. Controle de Deformações
Prevenção e controle da deformação
Minimizar o tempo de soldagem
Geralmente é desejável terminar rapidamente a
soldagem, antes que um grande volume de metal
adjacente à solda se aqueça e se expanda.
Grau de contração e deformação são afetados
por:
Tipo de processo de soldagem
Tipo e diâmetro dos eletrodos (com pó de
ferro: (-) deformação)
Intensidade da corrente de soldagem
Velocidade de soldagem
48. Controle de Deformações
Correção de deformações
Nem sempre é possível controlar as deformações
principalmente em produtos novos.
Deformações podem ocorrer de forma
inesperada.
É possível corrigir deformações se não forem
muito grandes para atender às tolerâncias
dimensionais requeridas para a peça.
49. Controle de Deformações
Correção de deformações
Ressoldar
Ex.: Junta de topo embicada
Solução: Abrir chanfro sobre a região convexa do
embicamento e ressoldar. As forças de contração da
nova solda serão utilizadas para a correção.
O tamanho do chanfro dependerá das dimensões da junta
e do ângulo de embicamento (experimental).
50. Controle de Deformações
Correção de
deformações
Uso de prensas e martelos
Deformação
(geralmente) a frio
Proteger o metal de base
das marcas da presa
e/ou martelo
51. Controle de Deformações
Correção de deformações
Uso de aquecimento localizado (técnica muito difundida)
O local aquecido tende a expandir e é contido pelo metal mais frio adjacente, deformando
plasticamente.
No resfriamento o ponto aquecido se contrai principalmente no sentido da espessura da chapa.
53. Controle de Deformações
Correção de deformações
Uso de aquecimento localizado
Aquecimento deve ser em forma de cunha
54. Controle de Deformações
Correção de deformações
Uso de aquecimento localizado
Método experimental.
Maior perigo é a supercontração que pode causar deformação
pior que a original.
Supercontração pode ser causada pelo aquecimento de uma área
muito grande ou temperatura muito alta.
Temperatura deve ficar entre 600 a 650 °C. Deve ser
rigorosamente controlada.
Maçarico não requer altas temperaturas mas grande chama para
que o aquecimento seja rápido.
Sucesso depende do gradiente entre o local que recebe a chama e
região circunvizinha.
Regra GERAL: A região aquecida diminuirá de dimensão após o
aquecimento.
Não deve ser realizado em estruturas e regiões com alta restrição
(pode elevar o nível de tensões).
55. Controle de Deformações
Correção de deformações
Uso de aquecimento localizado
Pode ser mais eficiente e sensivelmente acelerada pela utilização de
resfriamento mais rápido da região aquecida
57. Controle de Deformações
Correção de deformações
Uso de aquecimento localizado
Aquecimento em linha reta – Correção de deformação angular
Pode ser acompanhado de resfriamento pelo lado oposto
70. Minimizar o tempo de soldagem
Soldar com processo automático
Quando a vel. de sold. A ZAT
Solda manual - Solda automática (ideal)
acúmulo de deformação aquece e resfria de uma só vez
vários aquecimentos
e resfriamentos
82. Fórmula adotada pelo Welding Institute: CE = C +Mn + Cr + Mo + V + Ni + Cu
6 5 15
CE < 0,4 = fácil soldagem / não é temperavel
CE > 0,4 = exige cuidados na soldagem / temperavel
106. X
Obs.: para a prevenção e controle da deformação, pág. 225
outro método, além do martelamento, para remoção das forças de contração
é pelo uso de tratamento térmico de alívio de tenções, com o objetivo de
eliminar as tensões residuais oriundas da fabricação (laminação, calandragem
e até soldagens anteriores), isto é, o aquecimento controlado de um equipamento
ou estrutura soldada a uma temperatura abaixo de 650ºC, seguido por um
resfriamento controlado.
Módulo 2- terminologia de soldagem:
Tratamento térmico – qualquer tratamento subseqüente à soldagem
112. Quando o embicamento é grande : Ressoldar na região convexa
Chanfro aberto por goivagem com eletrodo de carvão ou oxi-corte
Existem várias respostas entretanto, deve-se ater em aplicar calor na região
Convexa da estrutura onde houve a deformação.
Gás – GLP
Maçarico – chuveiro com uso de dispositivos para auxiliar a correção de deformação