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Versatilidade, ainda que tardia!
O limite da curiosidade do ser humano é o horizonte. Como a
gente nunca chega ao horizonte, porque ele está sempre bastan-
te longe, não há limite para essa curiosidade. Só que o caminho
da curiosidade leva sempre à criatividade. Por causa disso, não
há meios de limitar a criatividade humana. E o que isso significa
para o desenvolvimento tecnológico dos processos de fabrica-
ção? Tudo!
Assim, caro aluno, para cada processo conhecido, em períodos
de tempo cada vez mais reduzidos, surgem variações mais e
mais avançadas tecnologicamente. Ou, então, criam-se novos
processos na tentativa de suprir falhas e limitações dos processos
existentes. Tudo isso em nome da competitividade, da produtivi-
dade e da qualidade.
Na soldagem, não poderia ser de outra maneira. Então, nesta
aula, vamos estudar um processo de soldagem que usa um prin-
cípio diferente dos que estudamos até agora. É a soldagem por
resistência. Vamos a ela!
A ordem é versatilidade!
A soldagem por resistência é um dos métodos mais versáteis de
união de metais que existe. Essa versatilidade se refere ao tipo
de peças a serem soldadas, com relação a espessura, formato,
materiais etc. Refere-se, também, ao equipamento que, com pe-
quenas alterações, pode ser adaptado à soldagem de diferentes
tipos de peças.
224
Mas, o que é exatamente a soldagem por resistência? Uma das
primeiras coisas a aprender em relação a esse processo, é que o
calor gerado não vem de uma fonte como um arco elétrico ou a
chama de um gás. Basicamente, é um processo de soldagem
baseado na pressão e na resistência elétrica.
Vamos trocar isso em miúdos: a soldagem por resistência com-
preende um grupo de processos pelos quais a união das peças
acontece em superfícies sobrepostas ou em contato topo a topo,
por meio do calor gerado pela resistência à passagem da corrente
elétrica (Efeito Joule) e pela aplicação de pressão.
Efeito Joule é o resultado da transformação da energia elétrica
em energia térmica. É pelo efeito Joule que a resistência do chu-
veiro aquece a água do nosso banho.
Esse fenômeno acontece da seguinte maneira: um par de eletro-
dos conduz a corrente elétrica até a junta; a resistência que a
junta, ou as partes a serem soldadas oferecem à passagem da
corrente elétrica gera o aquecimento das superfícies em contato
da junta, formando a solda. O aquecimento provoca uma peque-
na fusão das peças a serem unidas. A aplicação da pressão ga-
rante a continuidade do circuito elétrico. Ela também permite a
obtenção de soldas com baixo nível de contaminação, porque a
união das partes impede a contaminação proveniente da atmosfe-
ra.
Como já foi dito antes, esse princípio está presente em um grupo
de processos de soldagem, ou seja, todos eles envolvem a apli-
cação coordenada de pressão e passagem de corrente elétrica
225
com intensidade e duração adequadas. Os processos mais co-
muns de soldagem por resistência são:
A soldagem por pontos, na qual as superfícies
são unidas por um ou mais pontos pelo calor ge-
rado pela resistência à corrente elétrica que passa
através das peças mantidas em contato por pres-
são. Essa região é aquecida por um reduzido es-
paço de tempo, enquanto dura a passagem da
corrente. Quando ela cessa, a pressão é mantida
enquanto o metal se solidifica. Os eletrodos são
afastados da superfície depois que se obtém cada
ponto.
A soldagem por costura, na qual dois eletrodos circulares, ou
um eletrodo circular e outro em barra transmitem a corrente com-
binada com a pressão e produzem a costura de solda que, por
sua vez, consiste em uma série de ponteamentos sobrepostos. A
série de pontos de solda é obtida sem a retirada dos eletrodos,
embora também seja possível avançar os eletrodos de forma in-
termitente.
A soldagem por projeção, que é semelhante à
soldagem por pontos, ocorre em uma parte de
uma das peças, na qual existe uma projeção ou
saliência obtida por meio de estampagem ou for-
jamento. Esse processo é empregado em chapas
finas (entre 0,5 e 3,2 mm),
226
A soldagem de topo, que apresenta duas varian-
tes: por resistência e por centelhamento. Na sol-
dagem de topo por resistência, a união é produzi-
da em toda a área de contato das partes a serem
soldadas. As duas partes são pressionadas uma
contra a outra até que o calor gerado pela passa-
gem da corrente seja suficiente para que a união
ocorra.
Na soldagem por centelhamento, a união é feita também em toda
a área de contato entre as partes a serem soldadas. A diferença
está no fato de que as peças são previamente energizadas, e
suas faces são aproximadas até que ocorra o centelhamento.
Esse processo é repetido até que a temperatura de forjamento
seja atingida. Então as faces são pressionadas fortemente uma
contra a outra, gerando uma considerável deformação plástica,
que consolida a união.
Os processos de soldagem por resistência permitem a soldagem
de diferentes metais cuja soldabilidade é controlada pela resisti-
vidade, pela condutividade térmica, pela temperatura de fusão
e por suas características metalúrgicas. Assim, metais com ele-
vada resistividade, baixa condutividade térmica e ponto de fusão
também relativamente baixo, como as ligas não-ferrosas, são
facilmente soldáveis por esses processos. Além disso, as caracte-
rísticas metalúrgicas também devem ser levadas em considera-
ção. Por exemplo, certos aços, como aqueles com maior teor de
carbono, podem necessitar de tratamentos térmicos após a sol-
dagem para ajuste de suas propriedades mecânicas.
Resistividade é a resistência específica, ou seja, a resistência
elétrica de um corpo de seção transversal uniforme com área uni-
tária.
227
O quadro da a seguir resume as aplicações, vantagens e
desvantagens de cada um desses processos.
Processo Aplicações/Materiais Vantagens Desvantagens
Por pontos União de chapas de até
3mm, de aço-carbono,
aço inoxidável, alumí-
nio, cobre, magnésio,
níquel e ligas.
Alta velocidade de
soldagem e facilidade
de automação.
Menor exigência quan-
to à habilidade do sol-
dador.
Aumento de consumo de
material e de peso por
causa da sobreposição da
junta.
Menor resistência à tração
e à fadiga.
Por costura Juntas contínuas im-
permeáveis a gases e
líquidos em tanques de
combustíveis de autos,
cilindros de extintores,
tubos.
Menor largura da sol-
da e menor sobreposi-
ção em relação à sol-
dagem por pontos ou
por projeção.
As soldas devem ser retas
ou com curvaturas cons-
tantes.
Comprimento das juntas
longitudinais é limitado pe-
lo percurso da máquina.
Menor resistência à fadiga.
Por projeção União de pequenas pe-
ças estampadas, for-
jadas ou usinadas de
aço-carbono, aço inoxi-
dável e ligas de níquel.
Possibilidade de pro-
dução de várias sol-
das simultâneas em
um único ciclo.
O formato das projeções
pode exigir mais uma ope-
ração.
Em soldagens múltiplas,
necessidade de controle
preciso da altura e do ali-
nhamento das peças para
igualar a pressão e a cor-
rente de soldagem.
De topo por
resistência
União de arames, tu-
bos, anéis e tiras de
mesma seção transver-
sal.
Impossibilidade de bom
contato em peças de gran-
de seção ou com formatos
irregulares.
De topo por
centelhamento
Barras, trilhos e tubos
para oleodutos e gaso-
dutos.
Possibilidade de sol-
dagem de peças de
formato irregular e
complicado ou de
grande seção.
Intenso centelhamento e
conseqüente necessidade
de proteção do operador e
de partes do equipamento.
228
Pare! Estude! Responda!
Exercícios
1. Assinale com um X a alternativa correta nas questões abaixo:
a) O processo de soldagem por resistência corresponde:
1. ( ) a união de peças em superfícies paralelas por
meio de calor gerado por arco elétrico.
2. ( ) a união de peças em superfícies fundidas por
meio de calor gerado por chama de gás.
3. ( ) a união de peças em superfícies estampadas por
meio de calor gerado por arco elétrico com eletro-
dos revestidos.
4. ( ) a união de peças em superfícies sobrepostas ou
em contato topo a topo por meio de calor gerado
pela resistência do metal à passagem de corrente
elétrica.
b) A soldagem por pontos é um processo de soldagem por
resistência no qual:
1. ( ) as superfícies são unidas pela transmissão de
calor em pontos variados da peça.
2. ( ) as superfícies são aquecidas e posteriormente
resfriadas em pontos alterados.
3. ( ) as superfícies são unidas por um ou mais pontos
pelo calor gerado pela resistência à passagem da
corrente elétrica.
4. ( ) as superfícies são unidas por vários pontos e lo-
cais determinados e intermitentes geradas pela
resistência do material.
c) A soldagem por costura é um processo no qual:
1. ( ) a corrente combinada linearmente une duas ou
mais superfícies por pressão.
2. ( ) os eletrodos se alternam e preenchem os ponte-
amentos sobrepostos em linha.
3. ( ) a pressão é feita sobre uma saliência em que os
eletrodos sobrepõem cada série de pontos de
forma intermitente.
4. ( ) dois eletrodos circulares, ou um eletrodo circular
e outro em barra transmitem corrente combinada
com pressão e produzem a costura de solda com
ponteamentos sobrepostos.
229
d) A soldagem por projeção consiste em:
1. ( ) unir superfícies por meio de caldeamento em
chapas com espessura entre 5 e 8 mm.
2. ( ) unir chapas finas por meio de estampagem ou
calor transmitidos por corrente elétrica.
3. ( ) soldar duas superfícies, de modo semelhante à
soldagem por pontos, porém em uma parte de
uma das peças com uma proteção obtida por
meio de estampagem ou forjamento empregados
em chapas finas entre 0,5 e 3,2 mm.
4. ( ) unir duas peças de topo em projeção por meio de
estampagem ou forjamento empregado em cha-
pas com espessuras entre 0,8 a 3,5 mm.
e) Na soldagem de topo, as variantes são:
1. ( ) por resistência e centelhamento.
2. ( ) por forjamento e centelhamento.
3. ( ) por prensagem e resistência.
4. ( ) por centelhamento e estampagem.
Equipamentos
No processo de soldagem por resistên-
cia, o equipamento é basicamente cons-
tituído por:
1. Sistema elétrico;
2. Sistema mecânico;
3. Sistema de controle.
O sistema elétrico consiste de uma fonte de energia, eletrodos e
conexões. As fontes de energia mais eficientes são as formadas
por um transformador de corrente contínua e um circuito retifica-
dor trifásico que apresentam menor consumo com capacidade
mais elevada. Nas máquinas de soldagem por centelhamento, o
sistema elétrico apresenta, ainda, um dispositivo para provocar o
centelhamento entre as peças a serem unidas.
230
Os eletrodos são feitos de materiais que se caracterizam por
elevada condutibilidade térmica e elétrica, por baixa resistência
de contato para prevenir a queima das superfícies de contato, e
por resistência mecânica suficiente para resistir à deformação
decorrente da alta pressão mecânica e da alta temperatura de
operação. Os materiais com essas características são as ligas à
base de cobre.
Na soldagem por costura, os eletrodos são circulares, em forma
de discos, que permitem a formação de pontos de solda sobre-
postos, de modo a produzir uma solda contínua.
Nos processos de soldagem por resistência, os eletrodos não são
consumíveis. Porém, são peças que se desgastam e devem ser
substituídas sempre que necessário.
O sistema mecânico é composto por um chassi que suporta o
transformador e os outros componentes dos sistemas elétrico e
de controle, e por dispositivos para a fixação das peças e aplica-
ção de pressão.
A aplicação de pressão pode ser feita de duas formas:
• manualmente, por meio de um motor elétrico, quando a produ-
ção é variável e há necessidade de alterar as condições ou os
parâmetros da soldagem,
• por meio de dispositivos pneumáticos ou hidráulicos, nos sis-
temas automatizados nos quais a produção é homogênea e
não necessita de ajustes.
Parâmetros, variáveis e etapas do processo
Como em todo o processo de soldagem, a realização da solda-
gem por resistência deve considerar uma série de variáveis. As
mais importantes são:
1. Corrente de soldagem, que deve ter um valor mínimo, por sua
vez, dependente da área de contato entre os eletrodos em re-
lação as peças e das peças entre si, do material a ser soldado
e de sua espessura.
231
2. Resistência elétrica do circuito de soldagem que corresponde
à soma das resistências dos eletrodos, do contato eletrodo-
peça, da resistência interna das peças e do contato entre as
peças.
3. Formato e preparação dos eletrodos e a força exercida neles.
Embora isso não exerça influência no calor gerado, quanto
maior for a força aplicada, maior será o contato e menor será
a resistência na interface peça-peça. Por outro lado, a aplica-
ção de uma força muito pequena causa flutuação na qualida-
de dos pontos obtidos devido à flutuações na resistência de
contato.
Em trabalhos em série, é muito importante a uniformidade das
condições de soldagem. Variações nas condições das superfícies
das peças ou na força aplicada podem causar defeitos nas sol-
das.
A escolha dos parâmetros de soldagem é feita em função do ma-
terial e da espessura das peças a serem unidas. Os parâmetros
típicos estão reunidos em tabelas encontradas em manuais espe-
cializados.
Atualmente, os equipamentos para soldagem por resistência es-
tão em constante evolução o que permite a introdução de novos
métodos de controle de parâmetros. Isso permite um melhor nível
de controle do processo e crescente automação das etapas de
soldagem.
Como o processo de soldagem por resistência engloba um grupo
de variantes, vamos apresentar como exemplo, as etapas especí-
ficas da soldagem por centelhamento. Elas são:
1. Aproximação inicial e contato entre as peças para pré-
aquecimento por efeito Joule;
2. Afastamento e reaproximação das peças para início do cente-
lhamento;
3. Manutenção do centelhamento com aproximação progressiva
das peças;
232
4. Compressão final das peças, quando as superfícies em conta-
to sofrem deformação plástica;
5. Interrupção da passagem da corrente elétrica.
Depois da última etapa, a junta soldada pode passar por um tra-
tamento térmico por meio de aquecimento gerado pela passagem
da uma corrente elétrica de valor inferior àquela usada para pré-
aquecimento e para soldagem.
Pare! Estude! Responda!
Exercícios
2. Preencha as lacunas com as alternativas corretas nas ques-
tões abaixo:
a) O sistema elétrico de um equipamento no processo de
soldagem por resistência consiste de uma ........................,
eletrodos e ........................
1. ( ) fonte de calor, conduítes
2. ( ) fonte de energia, conexões
3. ( ) fonte de calor, transmissores
b) Os eletrodos são feitos de materiais que se caracterizam
por sua ...................................condutibilidade térmica elé-
trica e baixa ....................................de contrato.
1. ( ) baixa, resistência
2. ( ) alta, pressão
3. ( ) elevada, resistência
c) O sistema mecânico é composto por um chassi que supor-
ta um ........................ e os outros componentes dos siste-
mas ........................e de controle.
1. ( ) gerador, hidráulicas
2. ( ) transformador, elétrica
3. ( ) gerador, mecânicos
233
3. Assinale com um X as alternativas corretas nas questões a-
baixo:
A realização da soldagem por resistência de considerar uma
série de variáveis, as mais importantes são:
1. ( ) corrente de soldagem, resistência elétrica e tensão
térmica.
2. ( ) corrente de soldagem resistência térmica e formato
e preparação dos eletrodos.
3. ( ) resistência elétrica, tensão térmica, corrente de sol-
dagem.
4. ( ) corrente de soldagem, resistência elétrica do circuito
e preparação e formato dos eletrodos.
4. Ordene, numerando de 1 a 5, as etapas específicas da solda-
gem por centelhamento.
a) ( ) afastamento e reaproximação dos picos para início
do centelhamento.
b) ( ) manutenção do centelhamento com aproximação
progressiva das peças
c) ( ) interrupção da passagem da corrente elétrica
d) ( ) compressão final dos picos, quando as superfícies
em contato sofrem deformação plástica.
e) ( ) aproximação inicial e contato entre as peças para
pré-aquecimento por efeito Joule.
Gabarito
1. a) (4) b) (3) c) (4)
d) (3) e) (1)
2. a) (2) b) (3) c)(2)
3. a) (4)
4. a) 2; b) 3; c) 5;
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  • 1. 223 Versatilidade, ainda que tardia! O limite da curiosidade do ser humano é o horizonte. Como a gente nunca chega ao horizonte, porque ele está sempre bastan- te longe, não há limite para essa curiosidade. Só que o caminho da curiosidade leva sempre à criatividade. Por causa disso, não há meios de limitar a criatividade humana. E o que isso significa para o desenvolvimento tecnológico dos processos de fabrica- ção? Tudo! Assim, caro aluno, para cada processo conhecido, em períodos de tempo cada vez mais reduzidos, surgem variações mais e mais avançadas tecnologicamente. Ou, então, criam-se novos processos na tentativa de suprir falhas e limitações dos processos existentes. Tudo isso em nome da competitividade, da produtivi- dade e da qualidade. Na soldagem, não poderia ser de outra maneira. Então, nesta aula, vamos estudar um processo de soldagem que usa um prin- cípio diferente dos que estudamos até agora. É a soldagem por resistência. Vamos a ela! A ordem é versatilidade! A soldagem por resistência é um dos métodos mais versáteis de união de metais que existe. Essa versatilidade se refere ao tipo de peças a serem soldadas, com relação a espessura, formato, materiais etc. Refere-se, também, ao equipamento que, com pe- quenas alterações, pode ser adaptado à soldagem de diferentes tipos de peças.
  • 2. 224 Mas, o que é exatamente a soldagem por resistência? Uma das primeiras coisas a aprender em relação a esse processo, é que o calor gerado não vem de uma fonte como um arco elétrico ou a chama de um gás. Basicamente, é um processo de soldagem baseado na pressão e na resistência elétrica. Vamos trocar isso em miúdos: a soldagem por resistência com- preende um grupo de processos pelos quais a união das peças acontece em superfícies sobrepostas ou em contato topo a topo, por meio do calor gerado pela resistência à passagem da corrente elétrica (Efeito Joule) e pela aplicação de pressão. Efeito Joule é o resultado da transformação da energia elétrica em energia térmica. É pelo efeito Joule que a resistência do chu- veiro aquece a água do nosso banho. Esse fenômeno acontece da seguinte maneira: um par de eletro- dos conduz a corrente elétrica até a junta; a resistência que a junta, ou as partes a serem soldadas oferecem à passagem da corrente elétrica gera o aquecimento das superfícies em contato da junta, formando a solda. O aquecimento provoca uma peque- na fusão das peças a serem unidas. A aplicação da pressão ga- rante a continuidade do circuito elétrico. Ela também permite a obtenção de soldas com baixo nível de contaminação, porque a união das partes impede a contaminação proveniente da atmosfe- ra. Como já foi dito antes, esse princípio está presente em um grupo de processos de soldagem, ou seja, todos eles envolvem a apli- cação coordenada de pressão e passagem de corrente elétrica
  • 3. 225 com intensidade e duração adequadas. Os processos mais co- muns de soldagem por resistência são: A soldagem por pontos, na qual as superfícies são unidas por um ou mais pontos pelo calor ge- rado pela resistência à corrente elétrica que passa através das peças mantidas em contato por pres- são. Essa região é aquecida por um reduzido es- paço de tempo, enquanto dura a passagem da corrente. Quando ela cessa, a pressão é mantida enquanto o metal se solidifica. Os eletrodos são afastados da superfície depois que se obtém cada ponto. A soldagem por costura, na qual dois eletrodos circulares, ou um eletrodo circular e outro em barra transmitem a corrente com- binada com a pressão e produzem a costura de solda que, por sua vez, consiste em uma série de ponteamentos sobrepostos. A série de pontos de solda é obtida sem a retirada dos eletrodos, embora também seja possível avançar os eletrodos de forma in- termitente. A soldagem por projeção, que é semelhante à soldagem por pontos, ocorre em uma parte de uma das peças, na qual existe uma projeção ou saliência obtida por meio de estampagem ou for- jamento. Esse processo é empregado em chapas finas (entre 0,5 e 3,2 mm),
  • 4. 226 A soldagem de topo, que apresenta duas varian- tes: por resistência e por centelhamento. Na sol- dagem de topo por resistência, a união é produzi- da em toda a área de contato das partes a serem soldadas. As duas partes são pressionadas uma contra a outra até que o calor gerado pela passa- gem da corrente seja suficiente para que a união ocorra. Na soldagem por centelhamento, a união é feita também em toda a área de contato entre as partes a serem soldadas. A diferença está no fato de que as peças são previamente energizadas, e suas faces são aproximadas até que ocorra o centelhamento. Esse processo é repetido até que a temperatura de forjamento seja atingida. Então as faces são pressionadas fortemente uma contra a outra, gerando uma considerável deformação plástica, que consolida a união. Os processos de soldagem por resistência permitem a soldagem de diferentes metais cuja soldabilidade é controlada pela resisti- vidade, pela condutividade térmica, pela temperatura de fusão e por suas características metalúrgicas. Assim, metais com ele- vada resistividade, baixa condutividade térmica e ponto de fusão também relativamente baixo, como as ligas não-ferrosas, são facilmente soldáveis por esses processos. Além disso, as caracte- rísticas metalúrgicas também devem ser levadas em considera- ção. Por exemplo, certos aços, como aqueles com maior teor de carbono, podem necessitar de tratamentos térmicos após a sol- dagem para ajuste de suas propriedades mecânicas. Resistividade é a resistência específica, ou seja, a resistência elétrica de um corpo de seção transversal uniforme com área uni- tária.
  • 5. 227 O quadro da a seguir resume as aplicações, vantagens e desvantagens de cada um desses processos. Processo Aplicações/Materiais Vantagens Desvantagens Por pontos União de chapas de até 3mm, de aço-carbono, aço inoxidável, alumí- nio, cobre, magnésio, níquel e ligas. Alta velocidade de soldagem e facilidade de automação. Menor exigência quan- to à habilidade do sol- dador. Aumento de consumo de material e de peso por causa da sobreposição da junta. Menor resistência à tração e à fadiga. Por costura Juntas contínuas im- permeáveis a gases e líquidos em tanques de combustíveis de autos, cilindros de extintores, tubos. Menor largura da sol- da e menor sobreposi- ção em relação à sol- dagem por pontos ou por projeção. As soldas devem ser retas ou com curvaturas cons- tantes. Comprimento das juntas longitudinais é limitado pe- lo percurso da máquina. Menor resistência à fadiga. Por projeção União de pequenas pe- ças estampadas, for- jadas ou usinadas de aço-carbono, aço inoxi- dável e ligas de níquel. Possibilidade de pro- dução de várias sol- das simultâneas em um único ciclo. O formato das projeções pode exigir mais uma ope- ração. Em soldagens múltiplas, necessidade de controle preciso da altura e do ali- nhamento das peças para igualar a pressão e a cor- rente de soldagem. De topo por resistência União de arames, tu- bos, anéis e tiras de mesma seção transver- sal. Impossibilidade de bom contato em peças de gran- de seção ou com formatos irregulares. De topo por centelhamento Barras, trilhos e tubos para oleodutos e gaso- dutos. Possibilidade de sol- dagem de peças de formato irregular e complicado ou de grande seção. Intenso centelhamento e conseqüente necessidade de proteção do operador e de partes do equipamento.
  • 6. 228 Pare! Estude! Responda! Exercícios 1. Assinale com um X a alternativa correta nas questões abaixo: a) O processo de soldagem por resistência corresponde: 1. ( ) a união de peças em superfícies paralelas por meio de calor gerado por arco elétrico. 2. ( ) a união de peças em superfícies fundidas por meio de calor gerado por chama de gás. 3. ( ) a união de peças em superfícies estampadas por meio de calor gerado por arco elétrico com eletro- dos revestidos. 4. ( ) a união de peças em superfícies sobrepostas ou em contato topo a topo por meio de calor gerado pela resistência do metal à passagem de corrente elétrica. b) A soldagem por pontos é um processo de soldagem por resistência no qual: 1. ( ) as superfícies são unidas pela transmissão de calor em pontos variados da peça. 2. ( ) as superfícies são aquecidas e posteriormente resfriadas em pontos alterados. 3. ( ) as superfícies são unidas por um ou mais pontos pelo calor gerado pela resistência à passagem da corrente elétrica. 4. ( ) as superfícies são unidas por vários pontos e lo- cais determinados e intermitentes geradas pela resistência do material. c) A soldagem por costura é um processo no qual: 1. ( ) a corrente combinada linearmente une duas ou mais superfícies por pressão. 2. ( ) os eletrodos se alternam e preenchem os ponte- amentos sobrepostos em linha. 3. ( ) a pressão é feita sobre uma saliência em que os eletrodos sobrepõem cada série de pontos de forma intermitente. 4. ( ) dois eletrodos circulares, ou um eletrodo circular e outro em barra transmitem corrente combinada com pressão e produzem a costura de solda com ponteamentos sobrepostos.
  • 7. 229 d) A soldagem por projeção consiste em: 1. ( ) unir superfícies por meio de caldeamento em chapas com espessura entre 5 e 8 mm. 2. ( ) unir chapas finas por meio de estampagem ou calor transmitidos por corrente elétrica. 3. ( ) soldar duas superfícies, de modo semelhante à soldagem por pontos, porém em uma parte de uma das peças com uma proteção obtida por meio de estampagem ou forjamento empregados em chapas finas entre 0,5 e 3,2 mm. 4. ( ) unir duas peças de topo em projeção por meio de estampagem ou forjamento empregado em cha- pas com espessuras entre 0,8 a 3,5 mm. e) Na soldagem de topo, as variantes são: 1. ( ) por resistência e centelhamento. 2. ( ) por forjamento e centelhamento. 3. ( ) por prensagem e resistência. 4. ( ) por centelhamento e estampagem. Equipamentos No processo de soldagem por resistên- cia, o equipamento é basicamente cons- tituído por: 1. Sistema elétrico; 2. Sistema mecânico; 3. Sistema de controle. O sistema elétrico consiste de uma fonte de energia, eletrodos e conexões. As fontes de energia mais eficientes são as formadas por um transformador de corrente contínua e um circuito retifica- dor trifásico que apresentam menor consumo com capacidade mais elevada. Nas máquinas de soldagem por centelhamento, o sistema elétrico apresenta, ainda, um dispositivo para provocar o centelhamento entre as peças a serem unidas.
  • 8. 230 Os eletrodos são feitos de materiais que se caracterizam por elevada condutibilidade térmica e elétrica, por baixa resistência de contato para prevenir a queima das superfícies de contato, e por resistência mecânica suficiente para resistir à deformação decorrente da alta pressão mecânica e da alta temperatura de operação. Os materiais com essas características são as ligas à base de cobre. Na soldagem por costura, os eletrodos são circulares, em forma de discos, que permitem a formação de pontos de solda sobre- postos, de modo a produzir uma solda contínua. Nos processos de soldagem por resistência, os eletrodos não são consumíveis. Porém, são peças que se desgastam e devem ser substituídas sempre que necessário. O sistema mecânico é composto por um chassi que suporta o transformador e os outros componentes dos sistemas elétrico e de controle, e por dispositivos para a fixação das peças e aplica- ção de pressão. A aplicação de pressão pode ser feita de duas formas: • manualmente, por meio de um motor elétrico, quando a produ- ção é variável e há necessidade de alterar as condições ou os parâmetros da soldagem, • por meio de dispositivos pneumáticos ou hidráulicos, nos sis- temas automatizados nos quais a produção é homogênea e não necessita de ajustes. Parâmetros, variáveis e etapas do processo Como em todo o processo de soldagem, a realização da solda- gem por resistência deve considerar uma série de variáveis. As mais importantes são: 1. Corrente de soldagem, que deve ter um valor mínimo, por sua vez, dependente da área de contato entre os eletrodos em re- lação as peças e das peças entre si, do material a ser soldado e de sua espessura.
  • 9. 231 2. Resistência elétrica do circuito de soldagem que corresponde à soma das resistências dos eletrodos, do contato eletrodo- peça, da resistência interna das peças e do contato entre as peças. 3. Formato e preparação dos eletrodos e a força exercida neles. Embora isso não exerça influência no calor gerado, quanto maior for a força aplicada, maior será o contato e menor será a resistência na interface peça-peça. Por outro lado, a aplica- ção de uma força muito pequena causa flutuação na qualida- de dos pontos obtidos devido à flutuações na resistência de contato. Em trabalhos em série, é muito importante a uniformidade das condições de soldagem. Variações nas condições das superfícies das peças ou na força aplicada podem causar defeitos nas sol- das. A escolha dos parâmetros de soldagem é feita em função do ma- terial e da espessura das peças a serem unidas. Os parâmetros típicos estão reunidos em tabelas encontradas em manuais espe- cializados. Atualmente, os equipamentos para soldagem por resistência es- tão em constante evolução o que permite a introdução de novos métodos de controle de parâmetros. Isso permite um melhor nível de controle do processo e crescente automação das etapas de soldagem. Como o processo de soldagem por resistência engloba um grupo de variantes, vamos apresentar como exemplo, as etapas especí- ficas da soldagem por centelhamento. Elas são: 1. Aproximação inicial e contato entre as peças para pré- aquecimento por efeito Joule; 2. Afastamento e reaproximação das peças para início do cente- lhamento; 3. Manutenção do centelhamento com aproximação progressiva das peças;
  • 10. 232 4. Compressão final das peças, quando as superfícies em conta- to sofrem deformação plástica; 5. Interrupção da passagem da corrente elétrica. Depois da última etapa, a junta soldada pode passar por um tra- tamento térmico por meio de aquecimento gerado pela passagem da uma corrente elétrica de valor inferior àquela usada para pré- aquecimento e para soldagem. Pare! Estude! Responda! Exercícios 2. Preencha as lacunas com as alternativas corretas nas ques- tões abaixo: a) O sistema elétrico de um equipamento no processo de soldagem por resistência consiste de uma ........................, eletrodos e ........................ 1. ( ) fonte de calor, conduítes 2. ( ) fonte de energia, conexões 3. ( ) fonte de calor, transmissores b) Os eletrodos são feitos de materiais que se caracterizam por sua ...................................condutibilidade térmica elé- trica e baixa ....................................de contrato. 1. ( ) baixa, resistência 2. ( ) alta, pressão 3. ( ) elevada, resistência c) O sistema mecânico é composto por um chassi que supor- ta um ........................ e os outros componentes dos siste- mas ........................e de controle. 1. ( ) gerador, hidráulicas 2. ( ) transformador, elétrica 3. ( ) gerador, mecânicos
  • 11. 233 3. Assinale com um X as alternativas corretas nas questões a- baixo: A realização da soldagem por resistência de considerar uma série de variáveis, as mais importantes são: 1. ( ) corrente de soldagem, resistência elétrica e tensão térmica. 2. ( ) corrente de soldagem resistência térmica e formato e preparação dos eletrodos. 3. ( ) resistência elétrica, tensão térmica, corrente de sol- dagem. 4. ( ) corrente de soldagem, resistência elétrica do circuito e preparação e formato dos eletrodos. 4. Ordene, numerando de 1 a 5, as etapas específicas da solda- gem por centelhamento. a) ( ) afastamento e reaproximação dos picos para início do centelhamento. b) ( ) manutenção do centelhamento com aproximação progressiva das peças c) ( ) interrupção da passagem da corrente elétrica d) ( ) compressão final dos picos, quando as superfícies em contato sofrem deformação plástica. e) ( ) aproximação inicial e contato entre as peças para pré-aquecimento por efeito Joule. Gabarito 1. a) (4) b) (3) c) (4) d) (3) e) (1) 2. a) (2) b) (3) c)(2) 3. a) (4) 4. a) 2; b) 3; c) 5; d) 4; e) 1