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Edson Roberto Simielli *
Palavras-Chave: Blendas poliméricas, PP modificado com EPDM,
PPO modificado, blendas àbase de PC, mercadologia.
Resumo: Oprincipal objetivo deste artigo éanalisaras propriedades das blendas poliméricas que apresen,tam maior
interesse no mercado brasileiro. Através desta compreensão, entenderemos melhorsuas aplicações eos
motivos do rápido crescimento mercadológico destes materiais, apesardas
constantes crises que oBrasil vem atravessando, principalmente nos últimos cinco anos.
45
ÃO
Polyvance PPH 5000
Não Tem Polibrasil
Branc.om PL. Branco
Não Tem Terplast
Hostacom Hoescht/Celanese
Outros
Noryl Coplen 2100
NorylGTX Coplen 50
Xenoy Coplen 1200
Durolon Proquigel
Roxan PC Coplen
Termaloy Proquigel
Bayblend* Bayer/Mobay 1000
Cycoloy* GE
TABELA 1- PRINCIPAIS BLENDAS POLIMÉRICAS
FABRICADAS E/OU COMERCIALIZADAS NO BRASIL [2]
TIPO MARCAREGISfRADA FABRICANTE CONSUMO EM1991(fONS)
PP/EPDM
Japan Synthetic Rubber Co. LTD., fornecedora do "know-
how" para aNitriflex produzir oEPDM no Brasil.
As propriedades dos diferentes tipos de compostos de
PP/EPDM, são determinados, principalmente, pelo: [9J
- Polipropileno utilizado (homopolímero ou comopolí-
mero)
- Teor de eteno no polipropileno copolímero eno EPDM
- Peso molecular ou viscosidade do PP edo EPDM
- Distribuição de peso molecular do PP edo EPDM
[2]*Somente via imponação
PPO/HIPS
PPO/pA
PC/pBT
PET
PC/ABS
COMUNICA
Edson Roberto Simielli - Coplen 5.A. - R. Manoel Thomás, 545, CE? 73067-790 - Campinas - S.P
POLlPROPILENO MODIFICADO COM EPDM
INTRODUÇÃO
Nos últimos vinte anos temos verificado uma acentuada
desaceleração na produção de novos polímeros eum cres-
cente interesse na pesquisa edesenvolvimento de proces-
sos para modificação dos polímeros já existentes. Portanto,
constantemente recebemos informações, através de perió-
dicos eregistros de patentes, sobre novos tipos de blendas
poliméricas desenvolvidas para determinadas aplicações.
Embora exista um grande número de blendas poliméri-
cas disponíveis no mercado mundial, neste trabalho sele-
cionamos aquelas que vêm apresentando maior interesse
pelo mercado brasileiro (veja Tabela 1).
Principais Características
das Blendas Poliméricas
Fabricadas no Brasil
Atualmente o elastômero mais utilizado na modifica-
ção do PP é o EPDM, um copolímero de eteno-propeno e
um terceiro monômero, pendente acadeia principal do po-
límero. Este terceiro monômero éum dieno que tem como
principal objetivo introduzir pontos de insaturação na ca-
deia do polímero, permitido sua vulcanização pelos siste-
mas usuais de aceleradores eenxofre.
Os dois tipos de dienos mais utilizados são [6]:
-1,4 Hexadieno (emprego limitado à Du-Pont)
- 5 Etileno - 2 Norborneno (ENB) - tipo utilizado pela
Polímeros: Ciência e Tecnologia -Jan/Mar-93
- Grau de cristalinidade do EPDM
- Sistemas de estabilização do PP
Com oobjetivo de desenvolver produtos que combinem
excelente resistência ao impacto com superior estabilida-
de dimensional, rigidez e resistência ao "creep", vem-se
desenvolvendo rapidamente composto de PP/EPDM euma
carga inorgânica, principalmente talco. Na Tabela 2pode-
mos verificar ainfluência do EPDM edo talco nas proprie-
dades do PP copolímero médio impacto (teor de eteno em
torno de 5-7%).
TABELA 2- PROPRIEDADES MECÂNICAS DE
POLIPROPILENO MODIFICADO COM EPDM [9]
PROPRIEDADES PPcopo PPcopo+ PP copo+ C.M. PP copo+
médio impacto 20% EPDM +EPDM FV +EPDM
Res.Tração (MPa) 29,0 21,0 16,0 18,0
Mod.Flexão(MPa) 1400,0 900,0 1200,0 1700,0
Res. Impacto IZOD cl
Entalhe (11m) 23°C 85,0 700,0 300,0 300,0
-20DC 25,0 500,0 55,0 90,0
HDTà 1,82 MPa (DC) 55,0 45,0 55,0 52,0
Contração (%) 1,0-2,0 1,0-2,0 0,8-1,5 0,6-1,2
As maiores aplicações para oPP modificado com EPDM
encontram-se na indústria automobilística, na fabricação
de pára-choques, painéis de instrumentos e ponteiras de
pára-choques.
BLENDAS ÀBASE DE POLlÓXIDO DE
FENILENO - PPO
oPPO éum poliéster saturado, desenvolvimento pela
GE. em 1964. Devido ao elevado custo eadificuldade em
processá-lo pelos processos convencionais, este políme-
ro não adquiriu importância comercial. Isto levou a GE a
ingressar no campo das blendas poliméricas para, em
1966, lançar no mercado aprimeira blenda de grande im-
portância comercial: oPPO modificado com HIPS ou resi-
na NORYL.
Atualmente mais de 30 tipos de resina NORYL, estão
sendo comercializados, inclusive amais recente blenda re-
gistrada como NORYLGTX, constituída por PPO ePoliamida.
Analisando a estrutura molecular [1 J. notamos que a
estrutura rígida do PPO dá lugar a um material com ele-
vada Tg, da ordem de 208°C, porém, a presença de uma
transição secundária à - 116°C permite um pequeno
grau de mobilidade molecular à temperatura ambiente,
o que confere ao polímero no estado sól ido um certo
grau de tenacidade. Por também possuir uma elevada
Tm (257°C) a relação Tg/Tm éa mais alta que se conhe-
ce: 0,91 em °K.
46
Por esta razão, este material não tem tempo para se
cristalizar quando passa do fundido para o sólido, sendo,
portanto, um polímero amorfo.
Oparâmetro de solubilidade é da ordem de 18.4-
19,0 (MJ/m3
)1/2 e o polímero é facilmente solubilizado
em hidrocarbonetos halogenados earomáticos com si-
milar parâmetro de solubilidade. Por outro lado, apre-
senta a menor absorção de água dentre os chamados
plásticos de engenharia e uma excelente estabilidade
hidrolítica, podendo ser utilizado na presença de água
à 100D
C.
Os polímeros comerciais são de PM relativamente
baixo (25.000 - 60.000) e, apesar de ser linear, po-
dem apresentar um pequeno grau de ramificações ou
reticulações causadas por oxidação térmica ou ataque
das radiações ultra-violetas. Quando isto acontece,
nota-se variações na cor esensíveis prejuízos nas pro-
priedades mecânicas, especialmente na resistência
ao impacto.
Aincorporação de um elastômero através do HIPS afe-
ta sensivelmente OHDT earesistência térmica da blenda
resultante. Já a incorporação de um polímero altamente
higroscópico e cristalino, como as poliamidas, é respon-
sável pelo aumento da contração do material durante o
resfriamento no molde e da absorção de água. Por outro
lado, esta blenda polimérica apresenta superior grau de
cristalinidade, consequentemente superior resistência
química eao calor.
Assim, de uma forma geral, ablenda PPO/HIPS caracte-
riza-se apresentar: [3J
- menor absorção de unidade entre todos os plásticos
de engenharia.
- resistência à hidrólise
- alta resistência àtemperatura
- excelente característica de isolação elétrica
- elevada resistência ao "creep"
- baixo peso específico
- excelente estabilidade dimensional
- baixa contração no molde
- facilidade de processamento.
OPPO/Polimida apresenta basicamente as mesma pro-
priedades acima, diferenciando-se por sua: [4J
- maior resistência àtemperatura
~ maior resistência química
- maior absorção de unidade
- maior contração no molde epós-contração
Na tabela 3apresentamos influência do HIPS ePA 6.6
nas propriedades do PPO.
Comercialmente encontramos tipos para PPO/HIPS de
uso geral, reforçados com carga mineral (9 até 20%) ecom
fibra de vidro (até 30%) aditivados com retardamentes à
chama não halogenados, estabilizados contra as radia-
ções UV, antiestáticos, específicos para extrusão, sopro e
espuma estrutural.
Polímeros: Ciência e Tecnologia - Jan/Mar-93
XENOY·
As propriedades gerais da blenda PC/PBT, a de maior
interesse comercial no momento, pode ser facilmente
compreendida conhecendo-se as propriedades típicas de
ambos os polímeros, como podemos observar na figura 1,
abaixo.
PROPRIEDADE
TÍPICAS DO PC
AMORFO
- RESISTÊNCIAAO IMPACTO
-RIGIDEZ
- ESTABILIDADE DIMENSIONAL
- BAIXA CONTRAÇÃO DE
MOLDAGEM
- RESISTÊNCIA TÊRMICA
- RESISTÊNCIA ÀUV
- FACILIDADE DE COLORAÇÃO
- PROCESSABILIDADE
- RESISTÊNCIA AO STRESS-
CRACKING
- RESISTÊNCIA QUÍMICA
VALOX. -POLIESTER
LEXAN® - POLICARBONATO
TABELA 3- PROPRIEDADES FÍSICAS DE PPO E
SUAS BLENDAS POLIMÉRICAS [3,4]
MÉTODO NORYL NORYLGTX
PROPRIEDADES ASTM PP05344 731 910
(PPO/HIPS) (PPOIPA6.6)
Densidade à23°C (g/cm3
) D792 1,06 1,06 1,10
Absorção de água,
24 hs 23°C (%) D570 0,03 0,07 0,40
HDT a0,45 MPa (0e) D648 180 137 180
Resistência ao impacto
IZOD c/entalhe à
23°C (J/m) D256 65 270 250
Módulo de Flexão (MPa) D790 2600 2500 2000
Resistência àTração (MPa) D638 80 66 50
Contração no molde (%) D1299 0,5-0,7 0,5-0,7 1,2-1,6
PPO/HIPS
Exemplos típicos de aplicações das blendas àbase de PPÜ, incluem:
®MARCA REGISTRADA DA GENERAL ELETRIC
- pára-choques epainéis laterais da linha Opala 91
- painéis de instrumentos das linhas Gol, Voyage, Para-
ti, Saveiro, Kadett eCaminhão Mercedez Benz
- componentes de painel de instrumentos como defle-
tores de ar quente ecluster.
- aerofólios da linha Kadett eMonza
- TVYokes
- Bobinas eConectores p/ E/E eTelecomunicações
- Carcaças erotores de bombas d'água
-etc...
Fig. 1 - Propriedades gerais [5]
Na tabela 4 comparamos as propriedades típicas de
uma blenda PC/PBT largamente utilizada na fabricação
de pára-choques com PC e PBT puro, PP copo +20% de
EPDM.
PPO/Polimida
Componentes externos para indústria automobilística,
especialmente quando deseja-se pintá~los na linha de
montagem. Como exemplo destacamos grades frontais,
pára-lamas, calotas, pára-choques eportas.
POLlCARBONATO/POLlESTER TERMOPLÁSTICO
Os trabalhos para odesenvolvimento desta blenda po-
limérica tiveram início em 1978, na GE-Europa, visando
atender à uma solicitação de Ford-Europa para um mate-
rial que pudesse ser usado na fabricação de pára-choques,
pintados ou não sem reforços metálicos.
Assim, com a homologação final pelos laboratórios da
Ford-Alemanha, em 1983, nasceu a resina Xenoy, resulta-
do da mistura entre opolicarbonato eoPTB ou PET. Atual-
mente mais de 20 tipos desta blenda vem sendo produzi-
das edespertando interesse em outros segmentos de mer-
cado, como naval, aeronáutico eeletro-eletrônico.
TABELA 4- PROPRIEDADES COMPARATIVAS DEBLENDAS
DE PC/PBT E PP/EPDM [8]
PROPRIEDADES XENOY PC PBT PPCOPO
1928B STD STD 20% EPDM
Resistência àTração 52 62 52 21
Módulo de Flexão (MPa) 2000 2300 2300 900
Resistência ao Impacto IZOD
c/entalhe à23°C (J/m) 730 800 50 700
-20'C 570 200 500
HDT a 1,82 MPa (OC) 95 135 55 45
Contração (%) 0,7-1,0 0,5-0,7 1,7-2,2 1,2-2,0
Dureza Shore D 77 62
Comercialmente encontramos tipos de blendas PC/Po-
liester termoplásticos específicos para o setor automobi-
lístico, transparente, reforçados com fibra de vidro, aditi-
vados com agentes desmoldantes, com melhor fluxo ees-
pecíficos para oprocesso de sopro. ~
Polímeros: Ciência eTecnologia - Jan/Mar-93 47
No Brasil, omaior consumo desta blenda polimérica é
na fabricação dos pára-choques da linha Escort. Verona
eApolo.
POLlCARBONATOS/ABS
Ablenda PC/ABS surgiu na década de 1970 visando su-
prir ovazio do mercado em termos de custo/desempenho
entre dois polímeros ecompetir com a crescente penetra-
ção do PPO/HIPS.
Por se tratar de uma blenda parcialmente miscível e,
consequentemente, de difícil mistura, somente despertar
interesse comercial apartir de 1980. Sem dúvida, uma ine-
ficiente coesão entre dois componentes éresponsável pe-
las pobres características reológios da blenda resultante,
provocando sérios problemas durante atransformação do
material (principalmente delaminação) eperda de proprie-
dades, como resistência ao impacto, na peça moldada.
As propriedades dos diferentes tipos de blenda PC/ABS
são determinadas, principalmente, por:
- tipo eteor de PC
- proporção dos monômentos acrilonitrila butadieno e
estireno no ABS,
- conforme ilustra afigura 2.
Fig.2
RESISTÊNCIA AO
-CALOR
-QUÍMICA
- RES. AO IMPACTO - BRILHO
- RETENÇÃO DE PROP. - RIGIDEZ
ABAIXAS TEMPERATURAS - PROCESSABIUDADE
- TENACIDADE
- alta rigidez
- alta dureza
- excelente estabilidade dimensional
- baixa contração de moldagem
- brilho superficial
Atualmente são produzidas blendas PC/ABS com até
70% de PC, estabilizadas contra as radiações Uv. aditiva-
das com retardante achama, reforçadas com fibra de vidro
eespecíficas para oprocesso de sopro.
Na tabela 5podemos observar as propriedades típicas
desta blenda diferentes teores de PC:
TABELA 5- PROPRIEDADES DE BLENDAS POLIMÉRICAS DE
PC/ABS [7]
PROPRIEDADES PC/ABS PC/ABS
45/55 70/30
HDT à 1,82 MPa ("C) 105 120
Resistência ao Impacto IZOD
com entalhe à23°C (.11m) 350 600
Módulo de Rexão (MPa) 2600 2700
Resistência àTração (MPa) 60 63
Densidade (gim') 1,10 1,15
oconsumo desta blenda polimérica vem crescendo mui-
to aníveis mundiais, pincipalmente em função da maiorfa-
cilidade de pintura, colagem esoldagem que proporcionam
quando comparadas àblendas PPO/HIPS. Como exemplos
de aplicações destacamos grades para auto-falantes, car-
caças de lanternas para automóveis, canais de ar, calotas,
apliques de pára-choques, carcaças de máquinas copiado-
ras, componentes do painel de instrumentos entre outras.
BUTADIENO ESTIRENO
ASPECTOS MERCADOLÓGICOS
[7]
De uma maneira geral, as blendas PC/ABS disponíveis
no mercado, característizam-se por apresentar:
- ótima resistência ao impacto (200 - 600 J/m)
- elevada resistência térmica (HDT à 1,82 MPa de 105
-120°C)
48
Apesar das constantes crises que o Brasil vem atra-
vessando, especialmente nos últimos cinco anos, ocon-
sumo nacional das blendas poliméricas cresceu muito,
passando de 3.000 toneladas em 1985 para 9.350 tone-
ladas em 1991. Sem dúvida, o grande consumidor des-
tes materiais éa indústria automobilística e as blendas
de maior sucesso nestes últimos cinco anos foram
PP/EPDM e PPO/HIPS.
Polímeros: Ciência eTecnologia - Jan/Mar-93
PARTICIPAÇÃO DE MERCADO [2]
POR PRODUTO
PP/EPDM
83
1985
%
1985
CONCLUSÃO
1991
POR SEGMENTO DE MERCADO
%
AUTOMOB1L.
90
1991
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Em resumo podemos afirmar que o primeiro passo na
escolha de uma blenda polimérica para uma determinada
aplicação éconhecer sua estrutura morfológica, isto é, se
éuma blenda amorfa ou cristalina. Assim, p. ex., se aapli-
cação tem como principais requisitos, estabilidade dimen-
sionai e resistência ao "creep" dirigimos o nosso pensa-
mento para as blendas amorfas como PPO modificado com
poliestireno alto impacto (HIPS ou PC/ABS). Por outro la-
do, se oque interessa éresistência química ou ao "stress-
cracking" maior atenção devemos dar para as blendas
cristalinas como PP/EPDM, PPO/Poliamida ou PC/PBT. Ob-
viamente, não podemos esquecer a influência das cargas
ereforços na blenda. Por exemplo, se oPP modificado com
EPDM atende a todos os requisitos da aplicação, porém
sua estabilidade dimensional e rigidez ser melhoradas,
talvez aincorporação de talco ou fibra de vidro solucione o
problema.
Após esta primeira seleção, o passo seguinte é verifi-
car dentre os materiais escolhidos aquele que apresenta a
melhor combinação custo/propriedades.
Finalmente, convém ressaltar a grande versatilidade
das blendas em relação aos polímeros puros. Virando a
concentração dos componentes da blenda e escolhendo
corretamente estes componentes, podemos otimizar sig-
nificamente esta relação custo/propriedades.
Polímeros: Ciência eTecnologia - Jan/Mar-93
1 - J.A. BRYDSON, "Materiales Plásticos", 3ª edição,
(1977).
2- Coplen, Estudos Mercadológicos, 1992
3- General Eletric, Materiais Techonology, Spring, 1981
4- General Electric, "Noryl GTX Resin", Catálogo, 1991.
5- HEUSCHEN, "Xenoy CL 100: Bumper Grade", 1983
6- Nitriflex, "EPDM - Tecnologia de Transformação", Ca-
tálogo, 1990.
7- Coplen, "Roxan PC - Estrutura, Propriedades eProces-
samento", Catálogo, 1991
8- E. R. SIMIELLI, "Ford Escort'86: Xenoy Education Pro-
gram", Relatório de Treinamento 1984.
9- E. R. SIMIELLI,"Compostos de Polipropileno", apostila,
-1990. •
Recehida em 2 de março de 1993
Aprovada em 23 de março de 1993
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Blendas

  • 1. Edson Roberto Simielli * Palavras-Chave: Blendas poliméricas, PP modificado com EPDM, PPO modificado, blendas àbase de PC, mercadologia. Resumo: Oprincipal objetivo deste artigo éanalisaras propriedades das blendas poliméricas que apresen,tam maior interesse no mercado brasileiro. Através desta compreensão, entenderemos melhorsuas aplicações eos motivos do rápido crescimento mercadológico destes materiais, apesardas constantes crises que oBrasil vem atravessando, principalmente nos últimos cinco anos. 45 ÃO Polyvance PPH 5000 Não Tem Polibrasil Branc.om PL. Branco Não Tem Terplast Hostacom Hoescht/Celanese Outros Noryl Coplen 2100 NorylGTX Coplen 50 Xenoy Coplen 1200 Durolon Proquigel Roxan PC Coplen Termaloy Proquigel Bayblend* Bayer/Mobay 1000 Cycoloy* GE TABELA 1- PRINCIPAIS BLENDAS POLIMÉRICAS FABRICADAS E/OU COMERCIALIZADAS NO BRASIL [2] TIPO MARCAREGISfRADA FABRICANTE CONSUMO EM1991(fONS) PP/EPDM Japan Synthetic Rubber Co. LTD., fornecedora do "know- how" para aNitriflex produzir oEPDM no Brasil. As propriedades dos diferentes tipos de compostos de PP/EPDM, são determinados, principalmente, pelo: [9J - Polipropileno utilizado (homopolímero ou comopolí- mero) - Teor de eteno no polipropileno copolímero eno EPDM - Peso molecular ou viscosidade do PP edo EPDM - Distribuição de peso molecular do PP edo EPDM [2]*Somente via imponação PPO/HIPS PPO/pA PC/pBT PET PC/ABS COMUNICA Edson Roberto Simielli - Coplen 5.A. - R. Manoel Thomás, 545, CE? 73067-790 - Campinas - S.P POLlPROPILENO MODIFICADO COM EPDM INTRODUÇÃO Nos últimos vinte anos temos verificado uma acentuada desaceleração na produção de novos polímeros eum cres- cente interesse na pesquisa edesenvolvimento de proces- sos para modificação dos polímeros já existentes. Portanto, constantemente recebemos informações, através de perió- dicos eregistros de patentes, sobre novos tipos de blendas poliméricas desenvolvidas para determinadas aplicações. Embora exista um grande número de blendas poliméri- cas disponíveis no mercado mundial, neste trabalho sele- cionamos aquelas que vêm apresentando maior interesse pelo mercado brasileiro (veja Tabela 1). Principais Características das Blendas Poliméricas Fabricadas no Brasil Atualmente o elastômero mais utilizado na modifica- ção do PP é o EPDM, um copolímero de eteno-propeno e um terceiro monômero, pendente acadeia principal do po- límero. Este terceiro monômero éum dieno que tem como principal objetivo introduzir pontos de insaturação na ca- deia do polímero, permitido sua vulcanização pelos siste- mas usuais de aceleradores eenxofre. Os dois tipos de dienos mais utilizados são [6]: -1,4 Hexadieno (emprego limitado à Du-Pont) - 5 Etileno - 2 Norborneno (ENB) - tipo utilizado pela Polímeros: Ciência e Tecnologia -Jan/Mar-93
  • 2. - Grau de cristalinidade do EPDM - Sistemas de estabilização do PP Com oobjetivo de desenvolver produtos que combinem excelente resistência ao impacto com superior estabilida- de dimensional, rigidez e resistência ao "creep", vem-se desenvolvendo rapidamente composto de PP/EPDM euma carga inorgânica, principalmente talco. Na Tabela 2pode- mos verificar ainfluência do EPDM edo talco nas proprie- dades do PP copolímero médio impacto (teor de eteno em torno de 5-7%). TABELA 2- PROPRIEDADES MECÂNICAS DE POLIPROPILENO MODIFICADO COM EPDM [9] PROPRIEDADES PPcopo PPcopo+ PP copo+ C.M. PP copo+ médio impacto 20% EPDM +EPDM FV +EPDM Res.Tração (MPa) 29,0 21,0 16,0 18,0 Mod.Flexão(MPa) 1400,0 900,0 1200,0 1700,0 Res. Impacto IZOD cl Entalhe (11m) 23°C 85,0 700,0 300,0 300,0 -20DC 25,0 500,0 55,0 90,0 HDTà 1,82 MPa (DC) 55,0 45,0 55,0 52,0 Contração (%) 1,0-2,0 1,0-2,0 0,8-1,5 0,6-1,2 As maiores aplicações para oPP modificado com EPDM encontram-se na indústria automobilística, na fabricação de pára-choques, painéis de instrumentos e ponteiras de pára-choques. BLENDAS ÀBASE DE POLlÓXIDO DE FENILENO - PPO oPPO éum poliéster saturado, desenvolvimento pela GE. em 1964. Devido ao elevado custo eadificuldade em processá-lo pelos processos convencionais, este políme- ro não adquiriu importância comercial. Isto levou a GE a ingressar no campo das blendas poliméricas para, em 1966, lançar no mercado aprimeira blenda de grande im- portância comercial: oPPO modificado com HIPS ou resi- na NORYL. Atualmente mais de 30 tipos de resina NORYL, estão sendo comercializados, inclusive amais recente blenda re- gistrada como NORYLGTX, constituída por PPO ePoliamida. Analisando a estrutura molecular [1 J. notamos que a estrutura rígida do PPO dá lugar a um material com ele- vada Tg, da ordem de 208°C, porém, a presença de uma transição secundária à - 116°C permite um pequeno grau de mobilidade molecular à temperatura ambiente, o que confere ao polímero no estado sól ido um certo grau de tenacidade. Por também possuir uma elevada Tm (257°C) a relação Tg/Tm éa mais alta que se conhe- ce: 0,91 em °K. 46 Por esta razão, este material não tem tempo para se cristalizar quando passa do fundido para o sólido, sendo, portanto, um polímero amorfo. Oparâmetro de solubilidade é da ordem de 18.4- 19,0 (MJ/m3 )1/2 e o polímero é facilmente solubilizado em hidrocarbonetos halogenados earomáticos com si- milar parâmetro de solubilidade. Por outro lado, apre- senta a menor absorção de água dentre os chamados plásticos de engenharia e uma excelente estabilidade hidrolítica, podendo ser utilizado na presença de água à 100D C. Os polímeros comerciais são de PM relativamente baixo (25.000 - 60.000) e, apesar de ser linear, po- dem apresentar um pequeno grau de ramificações ou reticulações causadas por oxidação térmica ou ataque das radiações ultra-violetas. Quando isto acontece, nota-se variações na cor esensíveis prejuízos nas pro- priedades mecânicas, especialmente na resistência ao impacto. Aincorporação de um elastômero através do HIPS afe- ta sensivelmente OHDT earesistência térmica da blenda resultante. Já a incorporação de um polímero altamente higroscópico e cristalino, como as poliamidas, é respon- sável pelo aumento da contração do material durante o resfriamento no molde e da absorção de água. Por outro lado, esta blenda polimérica apresenta superior grau de cristalinidade, consequentemente superior resistência química eao calor. Assim, de uma forma geral, ablenda PPO/HIPS caracte- riza-se apresentar: [3J - menor absorção de unidade entre todos os plásticos de engenharia. - resistência à hidrólise - alta resistência àtemperatura - excelente característica de isolação elétrica - elevada resistência ao "creep" - baixo peso específico - excelente estabilidade dimensional - baixa contração no molde - facilidade de processamento. OPPO/Polimida apresenta basicamente as mesma pro- priedades acima, diferenciando-se por sua: [4J - maior resistência àtemperatura ~ maior resistência química - maior absorção de unidade - maior contração no molde epós-contração Na tabela 3apresentamos influência do HIPS ePA 6.6 nas propriedades do PPO. Comercialmente encontramos tipos para PPO/HIPS de uso geral, reforçados com carga mineral (9 até 20%) ecom fibra de vidro (até 30%) aditivados com retardamentes à chama não halogenados, estabilizados contra as radia- ções UV, antiestáticos, específicos para extrusão, sopro e espuma estrutural. Polímeros: Ciência e Tecnologia - Jan/Mar-93
  • 3. XENOY· As propriedades gerais da blenda PC/PBT, a de maior interesse comercial no momento, pode ser facilmente compreendida conhecendo-se as propriedades típicas de ambos os polímeros, como podemos observar na figura 1, abaixo. PROPRIEDADE TÍPICAS DO PC AMORFO - RESISTÊNCIAAO IMPACTO -RIGIDEZ - ESTABILIDADE DIMENSIONAL - BAIXA CONTRAÇÃO DE MOLDAGEM - RESISTÊNCIA TÊRMICA - RESISTÊNCIA ÀUV - FACILIDADE DE COLORAÇÃO - PROCESSABILIDADE - RESISTÊNCIA AO STRESS- CRACKING - RESISTÊNCIA QUÍMICA VALOX. -POLIESTER LEXAN® - POLICARBONATO TABELA 3- PROPRIEDADES FÍSICAS DE PPO E SUAS BLENDAS POLIMÉRICAS [3,4] MÉTODO NORYL NORYLGTX PROPRIEDADES ASTM PP05344 731 910 (PPO/HIPS) (PPOIPA6.6) Densidade à23°C (g/cm3 ) D792 1,06 1,06 1,10 Absorção de água, 24 hs 23°C (%) D570 0,03 0,07 0,40 HDT a0,45 MPa (0e) D648 180 137 180 Resistência ao impacto IZOD c/entalhe à 23°C (J/m) D256 65 270 250 Módulo de Flexão (MPa) D790 2600 2500 2000 Resistência àTração (MPa) D638 80 66 50 Contração no molde (%) D1299 0,5-0,7 0,5-0,7 1,2-1,6 PPO/HIPS Exemplos típicos de aplicações das blendas àbase de PPÜ, incluem: ®MARCA REGISTRADA DA GENERAL ELETRIC - pára-choques epainéis laterais da linha Opala 91 - painéis de instrumentos das linhas Gol, Voyage, Para- ti, Saveiro, Kadett eCaminhão Mercedez Benz - componentes de painel de instrumentos como defle- tores de ar quente ecluster. - aerofólios da linha Kadett eMonza - TVYokes - Bobinas eConectores p/ E/E eTelecomunicações - Carcaças erotores de bombas d'água -etc... Fig. 1 - Propriedades gerais [5] Na tabela 4 comparamos as propriedades típicas de uma blenda PC/PBT largamente utilizada na fabricação de pára-choques com PC e PBT puro, PP copo +20% de EPDM. PPO/Polimida Componentes externos para indústria automobilística, especialmente quando deseja-se pintá~los na linha de montagem. Como exemplo destacamos grades frontais, pára-lamas, calotas, pára-choques eportas. POLlCARBONATO/POLlESTER TERMOPLÁSTICO Os trabalhos para odesenvolvimento desta blenda po- limérica tiveram início em 1978, na GE-Europa, visando atender à uma solicitação de Ford-Europa para um mate- rial que pudesse ser usado na fabricação de pára-choques, pintados ou não sem reforços metálicos. Assim, com a homologação final pelos laboratórios da Ford-Alemanha, em 1983, nasceu a resina Xenoy, resulta- do da mistura entre opolicarbonato eoPTB ou PET. Atual- mente mais de 20 tipos desta blenda vem sendo produzi- das edespertando interesse em outros segmentos de mer- cado, como naval, aeronáutico eeletro-eletrônico. TABELA 4- PROPRIEDADES COMPARATIVAS DEBLENDAS DE PC/PBT E PP/EPDM [8] PROPRIEDADES XENOY PC PBT PPCOPO 1928B STD STD 20% EPDM Resistência àTração 52 62 52 21 Módulo de Flexão (MPa) 2000 2300 2300 900 Resistência ao Impacto IZOD c/entalhe à23°C (J/m) 730 800 50 700 -20'C 570 200 500 HDT a 1,82 MPa (OC) 95 135 55 45 Contração (%) 0,7-1,0 0,5-0,7 1,7-2,2 1,2-2,0 Dureza Shore D 77 62 Comercialmente encontramos tipos de blendas PC/Po- liester termoplásticos específicos para o setor automobi- lístico, transparente, reforçados com fibra de vidro, aditi- vados com agentes desmoldantes, com melhor fluxo ees- pecíficos para oprocesso de sopro. ~ Polímeros: Ciência eTecnologia - Jan/Mar-93 47
  • 4. No Brasil, omaior consumo desta blenda polimérica é na fabricação dos pára-choques da linha Escort. Verona eApolo. POLlCARBONATOS/ABS Ablenda PC/ABS surgiu na década de 1970 visando su- prir ovazio do mercado em termos de custo/desempenho entre dois polímeros ecompetir com a crescente penetra- ção do PPO/HIPS. Por se tratar de uma blenda parcialmente miscível e, consequentemente, de difícil mistura, somente despertar interesse comercial apartir de 1980. Sem dúvida, uma ine- ficiente coesão entre dois componentes éresponsável pe- las pobres características reológios da blenda resultante, provocando sérios problemas durante atransformação do material (principalmente delaminação) eperda de proprie- dades, como resistência ao impacto, na peça moldada. As propriedades dos diferentes tipos de blenda PC/ABS são determinadas, principalmente, por: - tipo eteor de PC - proporção dos monômentos acrilonitrila butadieno e estireno no ABS, - conforme ilustra afigura 2. Fig.2 RESISTÊNCIA AO -CALOR -QUÍMICA - RES. AO IMPACTO - BRILHO - RETENÇÃO DE PROP. - RIGIDEZ ABAIXAS TEMPERATURAS - PROCESSABIUDADE - TENACIDADE - alta rigidez - alta dureza - excelente estabilidade dimensional - baixa contração de moldagem - brilho superficial Atualmente são produzidas blendas PC/ABS com até 70% de PC, estabilizadas contra as radiações Uv. aditiva- das com retardante achama, reforçadas com fibra de vidro eespecíficas para oprocesso de sopro. Na tabela 5podemos observar as propriedades típicas desta blenda diferentes teores de PC: TABELA 5- PROPRIEDADES DE BLENDAS POLIMÉRICAS DE PC/ABS [7] PROPRIEDADES PC/ABS PC/ABS 45/55 70/30 HDT à 1,82 MPa ("C) 105 120 Resistência ao Impacto IZOD com entalhe à23°C (.11m) 350 600 Módulo de Rexão (MPa) 2600 2700 Resistência àTração (MPa) 60 63 Densidade (gim') 1,10 1,15 oconsumo desta blenda polimérica vem crescendo mui- to aníveis mundiais, pincipalmente em função da maiorfa- cilidade de pintura, colagem esoldagem que proporcionam quando comparadas àblendas PPO/HIPS. Como exemplos de aplicações destacamos grades para auto-falantes, car- caças de lanternas para automóveis, canais de ar, calotas, apliques de pára-choques, carcaças de máquinas copiado- ras, componentes do painel de instrumentos entre outras. BUTADIENO ESTIRENO ASPECTOS MERCADOLÓGICOS [7] De uma maneira geral, as blendas PC/ABS disponíveis no mercado, característizam-se por apresentar: - ótima resistência ao impacto (200 - 600 J/m) - elevada resistência térmica (HDT à 1,82 MPa de 105 -120°C) 48 Apesar das constantes crises que o Brasil vem atra- vessando, especialmente nos últimos cinco anos, ocon- sumo nacional das blendas poliméricas cresceu muito, passando de 3.000 toneladas em 1985 para 9.350 tone- ladas em 1991. Sem dúvida, o grande consumidor des- tes materiais éa indústria automobilística e as blendas de maior sucesso nestes últimos cinco anos foram PP/EPDM e PPO/HIPS. Polímeros: Ciência eTecnologia - Jan/Mar-93
  • 5. PARTICIPAÇÃO DE MERCADO [2] POR PRODUTO PP/EPDM 83 1985 % 1985 CONCLUSÃO 1991 POR SEGMENTO DE MERCADO % AUTOMOB1L. 90 1991 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Em resumo podemos afirmar que o primeiro passo na escolha de uma blenda polimérica para uma determinada aplicação éconhecer sua estrutura morfológica, isto é, se éuma blenda amorfa ou cristalina. Assim, p. ex., se aapli- cação tem como principais requisitos, estabilidade dimen- sionai e resistência ao "creep" dirigimos o nosso pensa- mento para as blendas amorfas como PPO modificado com poliestireno alto impacto (HIPS ou PC/ABS). Por outro la- do, se oque interessa éresistência química ou ao "stress- cracking" maior atenção devemos dar para as blendas cristalinas como PP/EPDM, PPO/Poliamida ou PC/PBT. Ob- viamente, não podemos esquecer a influência das cargas ereforços na blenda. Por exemplo, se oPP modificado com EPDM atende a todos os requisitos da aplicação, porém sua estabilidade dimensional e rigidez ser melhoradas, talvez aincorporação de talco ou fibra de vidro solucione o problema. Após esta primeira seleção, o passo seguinte é verifi- car dentre os materiais escolhidos aquele que apresenta a melhor combinação custo/propriedades. Finalmente, convém ressaltar a grande versatilidade das blendas em relação aos polímeros puros. Virando a concentração dos componentes da blenda e escolhendo corretamente estes componentes, podemos otimizar sig- nificamente esta relação custo/propriedades. Polímeros: Ciência eTecnologia - Jan/Mar-93 1 - J.A. BRYDSON, "Materiales Plásticos", 3ª edição, (1977). 2- Coplen, Estudos Mercadológicos, 1992 3- General Eletric, Materiais Techonology, Spring, 1981 4- General Electric, "Noryl GTX Resin", Catálogo, 1991. 5- HEUSCHEN, "Xenoy CL 100: Bumper Grade", 1983 6- Nitriflex, "EPDM - Tecnologia de Transformação", Ca- tálogo, 1990. 7- Coplen, "Roxan PC - Estrutura, Propriedades eProces- samento", Catálogo, 1991 8- E. R. SIMIELLI, "Ford Escort'86: Xenoy Education Pro- gram", Relatório de Treinamento 1984. 9- E. R. SIMIELLI,"Compostos de Polipropileno", apostila, -1990. • Recehida em 2 de março de 1993 Aprovada em 23 de março de 1993 49