Paulo Freire foi um educador brasileiro que desenvolveu uma concepção crítica da educação chamada de pedagogia do oprimido. Ele criticou a educação "bancária" que trata os alunos como recipientes vazios a serem preenchidos com conhecimento. Defendeu uma educação problematizadora e libertadora baseada no diálogo entre educadores e alunos que os torna sujeitos do processo educativo. Segundo Freire, a educação deve ser uma prática para a libertação dos oprimidos do jugo da opressão
2. QUEM FOI
PAULO FREIRE?
• Paulo Reglus Neves Freire foi um
educador e filósofo brasileiro.
• É considerado um dos pensadores mais
notáveis na história da pedagogia
mundial, tendo influenciado o
movimento chamado pedagogia crítica. É
também o Patrono da Educação
Brasileira.
• Nascimento: 19 de setembro de
1921, Recife, Pernambuco
• Falecimento: 2 de maio de 1997, São
Paulo, São Paulo
• Formação: Faculdade de Direito do
Recife, Universidade Federal de
Pernambuco
3. EDUCAÇÃO BANCÁRIA SEGUNDO
PAULO FREIRE
◦ A educação “bancária”, é caracterizada pela inconciliação
entre educador e educandos, de modo que há um
rechaçamento de companheirismo entre esses agentes;
◦ E é lógico que seja assim. No momento em que o
educador “bancário” vivesse a superação da contradição já
não seria “bancário”. Já não faria depósitos. Já não tentaria
domesticar. Já não prescreveria;
◦ Homens espectadores e não recriadores do mundo.
Concebe a sua consciência como algo espacializado neles e
não aos homens como “corpos conscientes”.
• Nesse sentido, o poder de pensamento e racionalização do
educando não é considerado.
4. ◦ Mas, se para a concepção “bancária” a
consciência é, em sua relação com o mundo,
esta “peça” passivamente escancarada a ele, à
espera de que entre nela, coerentemente
concluirá que ao educador não cabe nenhum
outro papel que não o de disciplinar a entrada
do mundo nos educandos;
◦ Seu trabalho será, também, o de imitar o
mundo. O de ordenar o que já se faz
espontaneamente. O de “encher” os educandos
de conteúdos. É o de fazer depósitos de
“comunicados” — falso saber — que ele
considera como verdadeiro saber.
5. EDUCAÇÃO X CLASSE SOCIAL
◦ E porque os homens, nesta visão, ao receberem
o mundo que neles entra, já são seres passivos,
cabe à educação apassivá-los mais ainda e
adaptá-los ao mundo. Quanto mais adaptados,
para a concepção “bancária”, tanto mais
“educados”, porque adequados ao mundo.
◦ Esta é uma concepção que, implicando uma
prática, somente pode interessar aos opressores,
que estarão tão mais em paz, quanto mais
adequados estejam os homens ao mundo. E tão
mais preocupados, quanto mais questionando o
mundo estejam os homens.
6. EDUCAÇÃO X CLASSE
◦ Quanto mais se adaptam as grandes maiorias às finalidades
que lhes sejam prescritas pelas minorias dominadoras, de
tal modo que careçam aquelas do direito de ter finalidades
próprias, mais poderão estas minorias prescrever;
◦ A concepção e a prática da educação que vimos criticando
se instauram como eficientes instrumentos para este fim.
Daí que um dos seus objetivos fundamentais, mesmo que
dele não estejam advertidos muitos do que a realizam, seja
dificultar, em tudo, o pensar autêntico;
◦ Nas aulas verbalistas, nos métodos de avaliação dos
“conhecimentos”, no chamado “controle de leitura”, na
distância entre o educador e os educandos, nos critérios de
promoção, na indicação bibliográfica.
7. A CONCEPÇÃO PROBLEMATIZADORA E
LIBERTADORA DA EDUCAÇÃO SEGUNDO PAULO
FREIRE
◦ A educação problematizadora, que rompe com os esquemas
verticais característicos da educação bancária, realiza-se como
prática da liberdade, a partir da superação da contradição
entre o educador e os educandos;
◦ Para isso, a ferramenta chave é o diálogo. É através deste que
se opera a superação de que resulta um termo novo: não mais
educador do educando, não mais educando do educador, mas
educador-educando com educando-educador;
◦ Desta maneira, o educador já não é o que apenas educa, mas
o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o
educando que, ao ser educado, também educa. Ambos, assim,
se tornam sujeitos do processo em que crescem juntos e em
que os “argumentos de autoridade” já não valem.
8. A CONCEPÇÃO PROBLEMATIZADORA E
LIBERTADORA DA EDUCAÇÃO SEGUNDO
PAULO FREIRE
◦ Já agora ninguém educa ninguém, como
tampouco ninguém se educa a si mesmo: os
homens se educam em comunhão, mediatizados
pelo mundo. Mediatizados pelos objetos
cognoscíveis que, na prática “bancária”, são
possuídos pelo educador que os descreve ou os
deposita nos educandos passivos.
◦ A prática pressupõe reconhecer que não há
hierarquia entre as formas e tipos de
conhecimento, da mesma forma que não há um
único detentor da razão. Todos possuem
conhecimentos válidos que podem ser
aproveitados e considerados. Ex. Fitoterapia
9. EDUCAÇÃO COMO PRÁTICA DE
LIBERDADE
◦ Com base nisso, Freire compreende que a educação
deve ser uma prática para a liberdade, que permita às
pessoas oprimidas o entendimento de sua condição no
mundo, justificativas das mais variadas desigualdades, e
visão crítica;
◦ Esse processo só pode ser alcançado se os
conhecimentos e condições de vida das pessoas forem
consideradas pautas de estudo, ao tempo em que o
educador se coloca como pessoa apta a aprender com
tais experiências.
10. ◦ “Quem, melhor que os oprimidos, se encontrará preparado para entender o significado terrível de uma
sociedade opressora? Quem sentirá, melhor que eles, os efeitos da opressão? Quem, mais que eles, para ir
compreendendo a necessidade da libertação? Libertação a que não chegarão pelo acaso, mas pela práxis de
sua busca; pelo conhecimento e reconhecimento da necessidade de lutar por ela. Luta que, pela finalidade
que lhe derem os oprimidos, será um ato de amor, com o qual se oporão ao desamor contido na violência
dos opressores, até mesmo quando esta se revista da falsa generosidade referida” – Freira em Educação
como prática de liberdade.
11. PEDAGOGIA DO OPRIMIDO
◦ A pedagogia do oprimido que, no fundo, é a pedagogia dos homens
empenhando-se na luta por sua libertação, tem suas raízes aí. E tem que
ter, nos próprios oprimidos que se saibam ou comecem criticamente a
saber-se oprimidos, um dos seus sujeitos;
◦ Nenhuma pedagogia realmente libertadora pode ficar distante dos
oprimidos, quer dizer, pode fazer deles seres desditados, objetos de um
“tratamento” humanitarista, para tentar, através de exemplos retirados de
entre os opressores, modelos para a sua "promoção”. Os oprimidos hão
de ser o exemplo para si mesmos, na luta por sua redenção;
◦ A pedagogia do oprimido, que busca a restauração da intersubjetividade,
se apresenta como pedagogia do Homem. Somente ela, que se anima de
generosidade autêntica, humanista e não “humanitarista”, pode alcançar
este objetivo.