O documento discute a literatura vampírica de Torquato Neto no contexto da ditadura militar no Brasil e do movimento Tropicália. Analisa como o vampiro representa uma figura marginal que suga informações culturais de suas vítimas, refletindo a repressão cultural da época. Também discute como o vampiro representa um desafio às normas sociais através de sua imortalidade e ausência de filiação familiar.
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1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO TOCANTINS/CAMETÁ
FACULDADE DE LINGUAGEM
DISCIPLINA: LITERATURA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA I
PROFESSORA: DRA. IVONE DOS SANTOS VELOSO
ALUNA: ELIANHE FARACHE BRASIL DA COSTA
RELATÓRIO SOBRE PALESTRA SOBRE A LITERATURA VAMPÍRICA DE TORQUATO NETO
Um golpe militar no Brasil em 1964 tem como consequência 21 anos de ditadura, um
regime que oprime as liberdades políticas e culturais dos cidadãos. Esse momento conturbado
da política brasileira fez com que surgissem movimentos culturais de resistência como de
Teatro Arena, Teatro de Opinião e o Cinema Novo, a música também encontrou sua forma de
manifestação, a falta de liberdade de expressão aliada a influência, a juventude brasileira foi
fundamental para o surgimento do movimento Tropicália. Sob a influência de tendências da
arte de vanguarda (como os modernistas do século 22) e da cultura, o movimento surgiu com
propostas de intervenção no cenário musical cultural brasileiro. Pode-se tirar como conclusão
que a produção musical/poética dos tropicalistas foi sendo marca de contestação e poderá
seguir décadas seguintes orientando as criações tanto dos poetas como dos futuros
compositores .A tropicália, Gilberto Gil vestido de figurino de umbandista, se renderam às
regras, tinha que folclorizar para poder entrar no mercado brasileiro junto com Caetano
Veloso.
Oswald de Andrade é o que funda, cunha, teoriza e consagra na literatura modernista o
tema e o tratamento da Antropofagia, e ele vai buscar na prática antropofágica da sociedade
indígena a fonte que iria alimentar seu apetite antropófago. “Justificando a ida a esse rito
sacrificial para traduzi-lo em atitude estético-cultural”. A antropofagia que ele faz desse
poema, os índios se alimentavam da carne do inimigo, para se absorver a cultura
simbolicamente do europeu, adquirindo informações culturais. Antropófago é aquele que não
faz a guerra, mas é aquele que mistura sempre o que é justo ou belo para sociedade. Esse
pensamento vai dialogar com outras filosofias poéticas marginais. Torquato foi convidado
como ator no filme "Nosferatus", relação do vampiro com marginal, ele não é considerado
nem natureza e nem natural.
2. Torquatto faz o papel de vampiro, onde nos mostra que houve uma importação cultural, o
vampiro estava cansado em Budapeste e veio para Brasil provar da sua cultura, faz vítimas no
país, ele volta para Budapeste, mas os vampiros ficam, a linguagem foi nomeada dentro da
poesia. Filosofia do mal, uma linguagem fantasiada de boa, o sujeito precisa sacrificar suas
experiência, entendida pelo bem da sociedade, precisando estar alinhado com a
sociedade(regra), o trabalhador chegando na hora marcada pela empresa. “E eu sentado num
tanque absurdamente posto no meio da rua , menino sentado sem preocupação da ida.[...]
havia o sol/ eu sabia/ sol: era de dia/Havia uma alegria/ Do tamanho do mundo/ E era dia
no mundo.(Neto, 2018,20-21)
O vampiro é um cadáver reanimado que se levanta da sepultura para sugar o sangue das
pessoas vivas e então manter uma aparência de vitalidade., mas é apenas um ponto de partida
e logo se mostra inadequado na abordagem do vampiro folclórico. [...] a figura do vampiro
no folclore emergiu como uma resposta para problemas sem soluções dentro de uma cultura.
O vampiro era visto como a causa de males inexplicáveis, era responsável pelo surgimento
de eventos extraordinários dentro da sociedade, e era geralmente tido como o resultado de
uma conduta imoral. Gordon Melton (2011, p.509).
É a figura perfeita de uma sociedade adoecida pelo sistema desigual social, pelo
patriarcado que ainda permeia, pelo preconceito que nos escraviza, pela falta de
oportunidades que, dessa forma nos suga a alma para conseguir nos subjugar, característico
da imoralidade sedutora que nos acomoda.
Para o filósofo Bataglia, é preciso sacrifício para aposentadoria futura, esse é o "sacrifício
do bem ``. Não posso fazer amanhã o que eu poderia fazer hoje. Quando se autodeclararam
poetas marginais. Nomear a poesia marginal o vampiro adaptado ao “grãos toque”, promove
uma verdadeira devastação em londres, é símbolo da escuridão, é símbolo do periférico,
linguagem vampírica, vampiro não tem reflexo, não tem filhos, imagem do mal, quando ele
mata as vítimas, está associado a vida e morte. “O mal existe dentro de cada um de nós”. A
imortalidade desses personagens reconfigura a nossa própria preocupação em perpetuar,
através dos anos, a juventude e a beleza, imunes à morte e doenças, senhores do nosso
próprio tempo de vida. Cada cultura constrói o seu próprio vampiro, e o mito se adequa ao
folclore de cada povo.
Segundo o filósofo Deleuze o vampiro não nasce de um pai e de uma mãe, se prolifera em
sugar o sangue, o vampiro não pode ser capturado, ele resulta de um devir, é um
3. desdobramento da própria vontade, vivem em bandos, não tem sentido de coletividade, são
territorialistas, recebe as informações multiculturais, pois ele suga as informações de suas
vítimas, os vampiros são uns anômalos para sociedade regida por relações edipianas, não
surge de uma imitação. uma multiplicidade de existências e culturas que opera por
transfusão.
REFERÊNCIAS:
PALESTRA ANGELA SAMPAIO GÓES (A LITERATURA VAMPÍRICA DE
TORQUATO NETO)
J. Gordon Melton (2011, p.509)
Neto, 2018,20-21