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VOCÊ SABE RECONHECER E
TRATAR UM PACIENTE COM
CHOQUE SÉPTICO NO PS?
CHOQUE
VINHETA DE ABERTURA
VINHETA DE ABERTURA
O QUE É CHOQUE?
Choque é caracterizado por um quadro de
hipoperfusão tecidual sistêmico agudo devido a
uma incapacidade do sistema circulatório em
atender às demandas metabólicas, levando à
disfunções orgânicas
CONCEITOS IMPORTANTES
੦ PA = DC x RVS
੦ DC = VS x FC
੦ DO2 – oferta de oxigênio
੦ VO2 – consumo de oxigênio
੦ SvCO2 e SvO2
*CHOQUE ≠ HIPOTENSÃO
OFERTA VS. CONSUMO DE O2
VO
2
SvO2
Lactato
DO2
DO2 crítica
Dependência fisiológica
TEO2
Gap
CO
2
DO2: oferta de oxigênio; VO2: consumo de oxigênio; TEO2: taxa de extração de oxigênio;
SvO2: saturação venosa mista de oxigênio; Gap CO2: gradiente de pressão parcial de gás
carbônico da mucosa gástrica
Oferta de oxigênio
DO2 = Q x (Hb x SaO2 x 1.34 + (PaO2 x 0.003))
Hemoglobina Conteúdo de O2
dissolvido no plasma
Débito cardíaco Saturação arterial de oxigênio
Débito
cardíaco
Pré-carga
A1
B
A
C
D
A2
D2
Inotropismo
aumentado
Inotropismo
basal
Inotropismo
reduzido
Falência
ventricular
COMO E O QUE MONITORIZAR?
Hemodinâmica macro e microcirculatória
UNIFESP | 2018
Você atendeu um paciente com 1 ano na sala de
emergência do pronto-socorro de Pediatria, recém-
admitido em choque séptico, que foi transferido
para a UTI. Você está preocupado com o
prognóstico do paciente e decide visitá-lo no final
do seu plantão, após 12 horas, para verificar como
ele se encontra. Nesse momento, qual indicador
sinalizaria pior desfecho clínico?
UNIFESP | 2018
pressão arterial média entre o percentil 5 e 50
saturação de O2 em gasometria venosa central
de 70%
hiperlactatemia persistente e sem melhora
saturação de O2 em gasometria arterial entre
90 e 95%
débito urinário de 1 mL/kg/h
A
B
C
D
E
UNIFESP | 2018
pressão arterial média entre o percentil 5 e 50
saturação de O2 em gasometria venosa central
de 70%
hiperlactatemia persistente e sem melhora
saturação de O2 em gasometria arterial entre
90 e 95%
débito urinário de 1 mL/kg/h
A
B
C
D
E
#IMPORTANTE
O lactato tem valor prognóstico
Lembrar de outras causas de elevação de lactato
QUEDA DO LACTATO
CHOQUE
HIPOVOLÊMICO
CHOQUE HIPOVOLÊMICO
Hemorrágico x não hemorrágico
Causas
Hemorragias
Digestivas, rotura aórtica,
pancreatites hemorrágicas, fraturas
e traumas
Perda de líquidos Diarreia, vômitos e poliúria
Sequestro de líquidos Queimaduras, peritonites, colites
Drenagem de
transudatos
Ascite, hidrotórax
#CAI NA PROVA
CLASSIFICAÇÃO DO CHOQUE HIPOVOLÊMICO
Classe I Classe II Classe III Classe IV
Perda volêmica (%) < 15 15 a 30 30 a 40 > 40
Perda volêmica (mL) < 750 750 a 1.500 1.500 a 2.000 > 2.000
FC (bpm) < 100 > 100 > 120 > 140
PA
Sem
alterações
Sem
alterações
Hipotensão Hipotensão
Enchimento capilar
Sem
alterações
Reduzido Reduzido Reduzido
FR (irpm) < 20 20 a 30 30 a 40 > 35
Débito urinário (mL/h) > 30 20 a 30 5 a 20 Desprezível
Nível de consciência
Pouco
ansioso
Ansioso
Ansioso/
confuso
Confuso/
letárgico
MANEJO
REPOSIÇÃO VOLÊMICA
੦ restauração da perfusão tecidual
੦ aumento da pré-carga
੦ restauração do débito cardíaco
REPOSIÇÃO VOLÊMICA
੦ APH
• ATLS® - 10 edition
੦ intra-hospitalar – tratamento definitivo
੦ acesso IV ou IO
#CAI NA PROVA
੦ hipotensão
੦ acidose
੦ hipotermia
TRÍADE LETAL
COMO GUIAR A REANIMAÇÃO VOLÊMICA?
PPmáx: pressão de pulso máxima; e Ppmín: pressão de
pulso mínima
ΔPP% = 100 x (PPmáx – Ppmín)/[(Ppmáx + Ppmín)/2]
QUAIS FLUIDOS UTILIZAR?
੦ cristaloides
੦ coloides
੦ hemocomponentes e hemoderivados
“Professor, nos protocolos de transfusão
maciça, pode acontecer algum
desequilíbrio eletrolítico?”
Caetano
CHOQUE
CARDIOGÊNICO
Qual a principal causa de choque cardiogênico?
CHOQUE CARDIOGÊNICO
੦ SCA é a principal causa
੦ disfunção sistólica esquerda
੦ redução do DC
Inflamação sistêmica
Citocinas
inflamatórias
 Óxido nítrico
 Expressão de óxido
nítrico sintetase induzida
Vasodilatação
Ativação neuro-hormonal
Vasoconstrição
Retenção hidrossalina
Morte
Progressão da
disfunção miocárdica
Arritmia
Isquemia
Congestão
pulmonar
Hipoxemia
 Perfusão
Coronária
 Perfusão
sistêmica
 PA  FC
 DC
Sistólica Diastólica
 PDFVE
Disfunção miocárdica
DIAGNÓSTICO
Quadro clínico
੦ hipotensão
੦ congestão pulmonar
੦ dispneia
੦ oliguria
੦ confusão mental
Monitorização invasiva
੦ PAS < 90
੦ IC < 1,8 L/min/m²
੦ PCP > 18 mmHg
੦ RVS > 2000 dina/s/m²
੦ aumento da TEO2
੦ elevação de lactato
DESCOMPLICANDO
Congestão?
PERFIL HEMODINÂMICO
Não Sim
Baixo
débito?
Sim
Não
A
D
B
C
Vasopressor
Diurético
inotrópico
Vasopressor
Inotrópico
Diurético
Vasopressor
Volume
Inotrópico
Quente/Seco
PCP IC
Frio/Seco
PCP IC
Quente/Úmido
PCP IC
Frio/Úmido
PCP IC
TRATAMENTO
੦ SCA – medidas direcionadas
੦ IAMCSST – reperfusão
੦ suporte ventilatório – SatO2 > 90%
੦ vasopressor – noradrenalina
੦ inotrópico – dobutamina
BALÃO INTRA-AÓRTICO – BIA
AORTA
O balão é desinsuflado
imediatamente antes da
próxima sístole
ventricular
NA SÍSTOLE
O balão é
insuflado no início
da diástole
NA DIÁSTOLE
CHOQUE
OBSTRUTIVO
CHOQUE OBSTRUTIVO
੦ impedimento ao enchimento ventricular
੦ sinais de baixo débito
੦ tratamento direcionado à causa
EMBOLIA PULMONAR
Pulmão
Coração
Êmbolo
Trombose
Veia
femoral
Enfarte pulmonar
Êmbolo viaja pela veia cava
inferior até os pulmões
DERRAME E TAMPONAMENTO
PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO
CHOQUE
DISTRIBUTIVO
CHOQUE DISTRIBUTIVO
੦ diminuição da RVS
੦ etiologia:
• choque séptico
• SIRS
• choque anafilático
• choque neurogênico
• reações a drogas e toxinas
• insuficiência adrenal
• coma mixedematoso
#CAI NA PROVA
O tratamento do choque anafilático é feito
com adrenalina, vasopressor e corticoide
CHOQUE SÉPTICO
੦ incidência crescente
੦ mortalidade elevada
Infecção
Resposta
desregulada do
hospedeiro
Disfunção orgânica
ameaçadora à vida
Sepse
Choque séptico
UPDATE
DEFINIÇÃO
Infecção
simples
Sepse Sepse grave Choque séptico
Sepsis-2
≥2 critérios de SIRS:
੦ Febre / hipotermia
੦ Taquicardia
੦ Taquipneia
੦ Leucocitose /
leucopenia
Sepse mais:
੦ Disfunção orgânica
੦ ou Hipotensão
੦ ou Hipoperfusão
Hipotensão
refratária
Infecção simples Sepse Choque séptico
Sepsis-3
Infecção e disfunção
orgânica (pode incluir
੦ Hipotensão,
੦ Hiperlactatemia ou
੦ Vasopressor)
੦ Hipotensão
੦ Hiperlactatemia
੦ Vasopressor
qSOFA
SEPSIS: qSOFA SCORE
Alteração do estado
mental
ECG < 15
Taquipneia
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Hipotensão
PAS ≤100 mmhG
Não alto risco
Manejo conforme
indicação clínica
0 ou 1
ponto
2 ou 3
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desfavorável
Pesquisa por evidência
de disfunção
COMO IDENTIFICAR O PACIENTE SÉPTICO?
Infecção
Alteração do:
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Organ
Failure
Assessment
≥2
PaO2 / FiO2
Escala de
coma de
Glasgow
Hipotensão ou
uso de
vasopressores
Bilirrubina
Creatinina,
oligúria
Plaquetas
Sistemas Escore 0 Escore 1 Escore 2 Escore 3 Escore 4
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mmHg (kPa)
≥ 400 (53,3)
< 400
(53,3)
< 300 (40)
< 200 (26,7) com
suporte
ventilatório
< 100 (13,3) com
suporte
ventilatório
Coagulação – plaquetas x
103/μL
≥ 150 < 150 < 100 < 50 < 20
Hepático – bilirrubina,
mg/dL (μmol/L)
< 1,2 (20)
1,2 a 1,9
(20 a 32)
2 a 5,9
(33 a 101)
6 a 11,9
(120 a 204)
> 12 (204)
Cardiovascular
PAM ≥ 70
mmHg
PAM < 70
mmHg
Uso de
dopamina < 5
ou qualquer
dose de
dobutamina
Uso de dopamina
5,1 a 15 ou
adrenalina ≤ 0,1
ou noradrenalina
≤ 0,1
Uso de dopamina
> 15 ou adrenalina
> 0,1 ou
noradrenalina >
0,1
Sistema nervoso central –
escala de Glasgow
15 13 a 14 10 a 12 6 a 9 < 6
Renal – creatinina, mg/dL
(μmol/L)
Débito urinário (mL/d)
< 1,2
(110)
1,2 a 1,9
(110 a 170)
2 a 3,4
(171 a 299)
3,5 a 4,9
(300 a 440)
< 500
> 5
(440)
< 200
HEMODINÂMICA DA SEPSE
੦ interação complexa entre micro-organismo –
hospedeiro
੦ vasodilatação sistêmica → RVS
੦ DC → DC
O alvo principal do tratamento ainda é a
erradicação da infecção. Utilização de antibióticos e
drenagem cirúrgica (quando indicada) são a pedra
fundamental no tratamento
1. Mensuração do lactato. Nova
medida se inicial acima de 2
mmol/L
2. Obter hemoculturas antes da
administração de antibióticos
(idealmente)
3. Administrar antibióticos de
largo espectro
4. Administração imediata de
cristaloides se lactato > 4
mmol/L ou hipotensão
5. Vasopressores durante ou
após ressuscitação volêmica
se PAM < 65 mmHg
HOUR-1 BUNDLE
Ressuscitação inicial da sepse e choque séptico
Emergência
Médica
Iniciar pacote após
identificação
1
2
3
4
5
RECOMENDAÇÕES ESPECÍFICAS
੦ corticoterapia
੦ hemocomponentes e hemoderivados
੦ anticoagulantes
੦ ventilação mecânica
੦ controle glicêmico
੦ terapia renal substitutiva
੦ bicarbonato
੦ profilaxias
Choques Débito cardíaco
Resistência vascular
sistêmica
Hipovolêmico  DC (inicial) →  FC  RVS
Cardiogênico  DC (inicial) →  FC  RVS
Obstrutivo  DC (final) →  FC  RVS
Distributivo  FC → tentativa de  DC  RVS (inicial)
VOCÊ SABE RECONHECER E
TRATAR UM PACIENTE COM
CHOQUE SÉPTICO NO PS?
REFERÊNCIAS E CITAÇÕES
੦ MW, Montera et al. II Diretriz brasileira de insuficiência cardíaca aguda. Arquivos
Brasileiros de Cardiologia, v. 93, n. 3, supl. 3, p. 2-65, 2009
੦ NOBLE, Vicki E.; NELSON, Bret P. Manual of emergencyand critical care ultrasound.
S.l.: Cambridge University Press, 2011. Adaptado
੦ LELUBRE, Christophe; VINCENT, Jean-Louis. Mechanisms and treatment of organ
failure in sepsis. Nature Reviews Nephrology, v. 14, n. 7, p. 417-427, 2018
੦ 2019 the Society of Critical Care Medicine and the European Society of Intensive Care
Medicine - Surviving-Sepsis-Campaign-Hour-1-Bundle.pdf (sccm.org)
੦ ARMSTRONG, Bracken A.; BETZOLD, Richard D.; MAY, Addison K. Sepsis and septic
shock strategies. Surgical Clinics, v. 97, n. 6, p. 1339-1379,2017
੦ ASSUNCAO, Murillo Santucci Cesar de et al. Como escolher os alvos terapêuticos
para melhorar a perfusão tecidual no choque séptico. Einstein (São Paulo), v. 13, n. 3,
p. 441-447, 2015
੦ BEST, Michael W.; JABALEY, Craig S. Fluid Management in Septic Shock: a Review of
Physiology, Goal-DirectedTherapy, Fluid Dose, and Selection. Current Anesthesiology
Reports, v. 9, n. 2, p. 151-157,2019

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  • 1. VOCÊ SABE RECONHECER E TRATAR UM PACIENTE COM CHOQUE SÉPTICO NO PS?
  • 4. O QUE É CHOQUE? Choque é caracterizado por um quadro de hipoperfusão tecidual sistêmico agudo devido a uma incapacidade do sistema circulatório em atender às demandas metabólicas, levando à disfunções orgânicas
  • 5. CONCEITOS IMPORTANTES ੦ PA = DC x RVS ੦ DC = VS x FC ੦ DO2 – oferta de oxigênio ੦ VO2 – consumo de oxigênio ੦ SvCO2 e SvO2 *CHOQUE ≠ HIPOTENSÃO
  • 6. OFERTA VS. CONSUMO DE O2 VO 2 SvO2 Lactato DO2 DO2 crítica Dependência fisiológica TEO2 Gap CO 2 DO2: oferta de oxigênio; VO2: consumo de oxigênio; TEO2: taxa de extração de oxigênio; SvO2: saturação venosa mista de oxigênio; Gap CO2: gradiente de pressão parcial de gás carbônico da mucosa gástrica
  • 7. Oferta de oxigênio DO2 = Q x (Hb x SaO2 x 1.34 + (PaO2 x 0.003)) Hemoglobina Conteúdo de O2 dissolvido no plasma Débito cardíaco Saturação arterial de oxigênio
  • 9. COMO E O QUE MONITORIZAR? Hemodinâmica macro e microcirculatória
  • 10. UNIFESP | 2018 Você atendeu um paciente com 1 ano na sala de emergência do pronto-socorro de Pediatria, recém- admitido em choque séptico, que foi transferido para a UTI. Você está preocupado com o prognóstico do paciente e decide visitá-lo no final do seu plantão, após 12 horas, para verificar como ele se encontra. Nesse momento, qual indicador sinalizaria pior desfecho clínico?
  • 11. UNIFESP | 2018 pressão arterial média entre o percentil 5 e 50 saturação de O2 em gasometria venosa central de 70% hiperlactatemia persistente e sem melhora saturação de O2 em gasometria arterial entre 90 e 95% débito urinário de 1 mL/kg/h A B C D E
  • 12. UNIFESP | 2018 pressão arterial média entre o percentil 5 e 50 saturação de O2 em gasometria venosa central de 70% hiperlactatemia persistente e sem melhora saturação de O2 em gasometria arterial entre 90 e 95% débito urinário de 1 mL/kg/h A B C D E
  • 13.
  • 14. #IMPORTANTE O lactato tem valor prognóstico Lembrar de outras causas de elevação de lactato QUEDA DO LACTATO
  • 16. CHOQUE HIPOVOLÊMICO Hemorrágico x não hemorrágico Causas Hemorragias Digestivas, rotura aórtica, pancreatites hemorrágicas, fraturas e traumas Perda de líquidos Diarreia, vômitos e poliúria Sequestro de líquidos Queimaduras, peritonites, colites Drenagem de transudatos Ascite, hidrotórax
  • 17.
  • 18. #CAI NA PROVA CLASSIFICAÇÃO DO CHOQUE HIPOVOLÊMICO Classe I Classe II Classe III Classe IV Perda volêmica (%) < 15 15 a 30 30 a 40 > 40 Perda volêmica (mL) < 750 750 a 1.500 1.500 a 2.000 > 2.000 FC (bpm) < 100 > 100 > 120 > 140 PA Sem alterações Sem alterações Hipotensão Hipotensão Enchimento capilar Sem alterações Reduzido Reduzido Reduzido FR (irpm) < 20 20 a 30 30 a 40 > 35 Débito urinário (mL/h) > 30 20 a 30 5 a 20 Desprezível Nível de consciência Pouco ansioso Ansioso Ansioso/ confuso Confuso/ letárgico
  • 19. MANEJO REPOSIÇÃO VOLÊMICA ੦ restauração da perfusão tecidual ੦ aumento da pré-carga ੦ restauração do débito cardíaco
  • 20. REPOSIÇÃO VOLÊMICA ੦ APH • ATLS® - 10 edition ੦ intra-hospitalar – tratamento definitivo ੦ acesso IV ou IO
  • 21.
  • 22. #CAI NA PROVA ੦ hipotensão ੦ acidose ੦ hipotermia TRÍADE LETAL
  • 23. COMO GUIAR A REANIMAÇÃO VOLÊMICA? PPmáx: pressão de pulso máxima; e Ppmín: pressão de pulso mínima ΔPP% = 100 x (PPmáx – Ppmín)/[(Ppmáx + Ppmín)/2]
  • 24. QUAIS FLUIDOS UTILIZAR? ੦ cristaloides ੦ coloides ੦ hemocomponentes e hemoderivados
  • 25.
  • 26. “Professor, nos protocolos de transfusão maciça, pode acontecer algum desequilíbrio eletrolítico?” Caetano
  • 28. Qual a principal causa de choque cardiogênico?
  • 29. CHOQUE CARDIOGÊNICO ੦ SCA é a principal causa ੦ disfunção sistólica esquerda ੦ redução do DC
  • 30. Inflamação sistêmica Citocinas inflamatórias  Óxido nítrico  Expressão de óxido nítrico sintetase induzida Vasodilatação Ativação neuro-hormonal Vasoconstrição Retenção hidrossalina Morte Progressão da disfunção miocárdica Arritmia Isquemia Congestão pulmonar Hipoxemia  Perfusão Coronária  Perfusão sistêmica  PA  FC  DC Sistólica Diastólica  PDFVE Disfunção miocárdica
  • 31. DIAGNÓSTICO Quadro clínico ੦ hipotensão ੦ congestão pulmonar ੦ dispneia ੦ oliguria ੦ confusão mental Monitorização invasiva ੦ PAS < 90 ੦ IC < 1,8 L/min/m² ੦ PCP > 18 mmHg ੦ RVS > 2000 dina/s/m² ੦ aumento da TEO2 ੦ elevação de lactato
  • 32.
  • 34. TRATAMENTO ੦ SCA – medidas direcionadas ੦ IAMCSST – reperfusão ੦ suporte ventilatório – SatO2 > 90% ੦ vasopressor – noradrenalina ੦ inotrópico – dobutamina
  • 35. BALÃO INTRA-AÓRTICO – BIA AORTA O balão é desinsuflado imediatamente antes da próxima sístole ventricular NA SÍSTOLE O balão é insuflado no início da diástole NA DIÁSTOLE
  • 37. CHOQUE OBSTRUTIVO ੦ impedimento ao enchimento ventricular ੦ sinais de baixo débito ੦ tratamento direcionado à causa
  • 42. CHOQUE DISTRIBUTIVO ੦ diminuição da RVS ੦ etiologia: • choque séptico • SIRS • choque anafilático • choque neurogênico • reações a drogas e toxinas • insuficiência adrenal • coma mixedematoso
  • 43.
  • 44. #CAI NA PROVA O tratamento do choque anafilático é feito com adrenalina, vasopressor e corticoide
  • 45. CHOQUE SÉPTICO ੦ incidência crescente ੦ mortalidade elevada
  • 47.
  • 48. UPDATE DEFINIÇÃO Infecção simples Sepse Sepse grave Choque séptico Sepsis-2 ≥2 critérios de SIRS: ੦ Febre / hipotermia ੦ Taquicardia ੦ Taquipneia ੦ Leucocitose / leucopenia Sepse mais: ੦ Disfunção orgânica ੦ ou Hipotensão ੦ ou Hipoperfusão Hipotensão refratária Infecção simples Sepse Choque séptico Sepsis-3 Infecção e disfunção orgânica (pode incluir ੦ Hipotensão, ੦ Hiperlactatemia ou ੦ Vasopressor) ੦ Hipotensão ੦ Hiperlactatemia ੦ Vasopressor
  • 49. qSOFA SEPSIS: qSOFA SCORE Alteração do estado mental ECG < 15 Taquipneia FR ≥22 Hipotensão PAS ≤100 mmhG Não alto risco Manejo conforme indicação clínica 0 ou 1 ponto 2 ou 3 pontos Alto risco de desfecho desfavorável Pesquisa por evidência de disfunção
  • 50. COMO IDENTIFICAR O PACIENTE SÉPTICO? Infecção Alteração do: Sepsis-related Organ Failure Assessment ≥2 PaO2 / FiO2 Escala de coma de Glasgow Hipotensão ou uso de vasopressores Bilirrubina Creatinina, oligúria Plaquetas
  • 51. Sistemas Escore 0 Escore 1 Escore 2 Escore 3 Escore 4 Respiração – PaO2/FiO2 , mmHg (kPa) ≥ 400 (53,3) < 400 (53,3) < 300 (40) < 200 (26,7) com suporte ventilatório < 100 (13,3) com suporte ventilatório Coagulação – plaquetas x 103/μL ≥ 150 < 150 < 100 < 50 < 20 Hepático – bilirrubina, mg/dL (μmol/L) < 1,2 (20) 1,2 a 1,9 (20 a 32) 2 a 5,9 (33 a 101) 6 a 11,9 (120 a 204) > 12 (204) Cardiovascular PAM ≥ 70 mmHg PAM < 70 mmHg Uso de dopamina < 5 ou qualquer dose de dobutamina Uso de dopamina 5,1 a 15 ou adrenalina ≤ 0,1 ou noradrenalina ≤ 0,1 Uso de dopamina > 15 ou adrenalina > 0,1 ou noradrenalina > 0,1 Sistema nervoso central – escala de Glasgow 15 13 a 14 10 a 12 6 a 9 < 6 Renal – creatinina, mg/dL (μmol/L) Débito urinário (mL/d) < 1,2 (110) 1,2 a 1,9 (110 a 170) 2 a 3,4 (171 a 299) 3,5 a 4,9 (300 a 440) < 500 > 5 (440) < 200
  • 52. HEMODINÂMICA DA SEPSE ੦ interação complexa entre micro-organismo – hospedeiro ੦ vasodilatação sistêmica → RVS ੦ DC → DC
  • 53.
  • 54. O alvo principal do tratamento ainda é a erradicação da infecção. Utilização de antibióticos e drenagem cirúrgica (quando indicada) são a pedra fundamental no tratamento
  • 55. 1. Mensuração do lactato. Nova medida se inicial acima de 2 mmol/L 2. Obter hemoculturas antes da administração de antibióticos (idealmente) 3. Administrar antibióticos de largo espectro 4. Administração imediata de cristaloides se lactato > 4 mmol/L ou hipotensão 5. Vasopressores durante ou após ressuscitação volêmica se PAM < 65 mmHg HOUR-1 BUNDLE Ressuscitação inicial da sepse e choque séptico Emergência Médica Iniciar pacote após identificação 1 2 3 4 5
  • 56. RECOMENDAÇÕES ESPECÍFICAS ੦ corticoterapia ੦ hemocomponentes e hemoderivados ੦ anticoagulantes ੦ ventilação mecânica ੦ controle glicêmico ੦ terapia renal substitutiva ੦ bicarbonato ੦ profilaxias
  • 57. Choques Débito cardíaco Resistência vascular sistêmica Hipovolêmico  DC (inicial) →  FC  RVS Cardiogênico  DC (inicial) →  FC  RVS Obstrutivo  DC (final) →  FC  RVS Distributivo  FC → tentativa de  DC  RVS (inicial)
  • 58. VOCÊ SABE RECONHECER E TRATAR UM PACIENTE COM CHOQUE SÉPTICO NO PS?
  • 59. REFERÊNCIAS E CITAÇÕES ੦ MW, Montera et al. II Diretriz brasileira de insuficiência cardíaca aguda. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 93, n. 3, supl. 3, p. 2-65, 2009 ੦ NOBLE, Vicki E.; NELSON, Bret P. Manual of emergencyand critical care ultrasound. S.l.: Cambridge University Press, 2011. Adaptado ੦ LELUBRE, Christophe; VINCENT, Jean-Louis. Mechanisms and treatment of organ failure in sepsis. Nature Reviews Nephrology, v. 14, n. 7, p. 417-427, 2018 ੦ 2019 the Society of Critical Care Medicine and the European Society of Intensive Care Medicine - Surviving-Sepsis-Campaign-Hour-1-Bundle.pdf (sccm.org) ੦ ARMSTRONG, Bracken A.; BETZOLD, Richard D.; MAY, Addison K. Sepsis and septic shock strategies. Surgical Clinics, v. 97, n. 6, p. 1339-1379,2017 ੦ ASSUNCAO, Murillo Santucci Cesar de et al. Como escolher os alvos terapêuticos para melhorar a perfusão tecidual no choque séptico. Einstein (São Paulo), v. 13, n. 3, p. 441-447, 2015 ੦ BEST, Michael W.; JABALEY, Craig S. Fluid Management in Septic Shock: a Review of Physiology, Goal-DirectedTherapy, Fluid Dose, and Selection. Current Anesthesiology Reports, v. 9, n. 2, p. 151-157,2019