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Ensino e pesquisa
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Site: www.ibadep.com
Aluno(a):............................................................................
DIGITALIZAÇÃO
IBADEP
ESDRAS DIGITAL E PASTOR DIGITAL
Epístolas Paulinas e Gerais
Pesquisado e adaptado pela Equipe
Redatorial para Curso exclusivo do IBADEP - Instituto
Bíblico das Igrejas Evangélicas Assembléias de Deus
do Estado do Paraná.
Com auxílio de adaptação e esboço de vários
ensinadores
3a Edição - Junho / 2004
Todos os direitos reservados ao IBADEP
Diretorias
CIEADEP
Pr. José Pimentei de Carvalho - Presidente de Honra
Pr. José Alves da Silva - Presidente
Pr. Israel Sodré - I o Vice-Presidente
Pr. Moisés Lacour - 2o Vice-Presidente
Pr. Ival Theodoro da Silva - I o Secretário
Pr. Carlos Soares - 2o Secretário
Pr. Simão Bilek - I o Tesoureiro
Pr. Mirislan Douglas Scheffel - 2o Tesoureiro
AEADEPAR - Conselho Deliberativo
Pr. José Alves da Silva - Presidente
Pr. Ival Teodoro da Silva - Relator
Pr. Israel Sodré - Membro
Pr. Moisés Lacour - Membro
Pr. Carlos Soares - Membro
Pr. Simão Bilek - Membro
Pr. Mirislan Douglas Scheffel - Membro
Pr. Daniel Sales Acioli - Membro
Pr. Jamerson Xavier de Souza - Membro
AEADEPAR - Conselho de Administração
Pr. Perci Fontoura - Presidente
Pr. Robson José Brito - Vice-Presidente
Ev. Gilmar Antonio de Andrade - Io Secretário
Ev. Gessé da Silva dos Santos - 2o Secretário
Pr. José Polini - Io Tesoureiro
Ev. Darlan Nylton Scheffel - 2o Tesoureiro
IBADEP
Pr. Hércules Carvalho Denobi - Coord. Administrativo
Pr. José Carlos Teodoro Delfino - Coord. Financeiro
Pr. Walmir Antonio dos Reis - Coord. Pedagógico
Cremos
Em um só Deus, eternamente subsistente em
três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Dt 6.4;
Mt 28.19; Mc 12.29). Na inspiração verbal da Bíblia
Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a
vida e o caráter cristão (2Tm 3.14-17). No nascimento
virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em
sua ressurreição corporal dentre os mortos e sua
ascensão vitoriosa aos céus (Is 7.14; Rm 8.34; At 1.9).
Na pecaminosidade do homem que o destituiu da glória
de Deus, e que somente o arrependimento e a fé na
obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que o
pode restaurar a Deus (Rm 3.23; At 3.19). Na
necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em
Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da
Palavra de Deus, para tornar o homem digno do reino
dos céus (Jo 3.3-8). No perdão dos pecados, na
salvação presente e perfeita e na eterna justificação das
almas recebidas gratuitamente de Deus pela fé no
sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor (At
10.43; Rm 10.13; 3.24-26; Hb 7.25; 5.9). No batismo
bíblico efetuado por imersão do corpo inteiro uma só
vez em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo (Mt
28.19; Rm 6.1-6; Cl 2.12). Na necessidade e na
possibilidade que temos de viver em santidade
mediante a obra expiatória e redentora de Jesus no
Calvário, através do poder regenerador, inspirador e
santificador do Espírito Santo, que nos capacita a viver
como fiéis testemunhas do poder de Cristo (Hb 9.14;
IPe 1.15). No batismo bíblico com o Espírito Santo que
nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo,
com a evidência inicial de falar em outras línguas,
conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7).
Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo
Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme a
sua soberana vontade (ICo 12.1-12). Na Segunda vinda
premilenial de Cristo, em duas fases distintas. Primeira
- invisível ao mundo para arrebatar a sua Igreja fiel da
terra, antes da grande tribulação. Segunda - visível e
corporal, com sua Igreja glorificada, para reinar sobre
o mundo durante mil anos (lTs 4.16,17; ICo 15.51-54;
Ap 20.4; Zc 14.5; Jd 14). Que todos os cristãos
comparecerão ante o tribunal de Cristo, para receber a
recompensa dos seus feitos em favor da causa de Cristo
na terra (2Co 5.10). No juízo vindouro que
recompensará os fiéis (Ap 20.11-15). E na vida eterna
de gozo e felicidade para os fiéis e de tristeza e
tormento para os infiéis (Mt 25.46).
Equipe Redatorial
Metodologia de Estudo
Para obter um bom aproveitamento, o aluno
deve estar consciente do porquê da sua dedicação de
tempo e esforço no afã de galgar um degrau a mais em
sua formação.
Lembre-se que você é o autor de sua história
e que é necessário atualizar-se. Desenvolva sua
capacidade de raciocínio e de solução de problemas,
bem como se integre na problemática atual, para que
possa vir a ser um elemento útil a si mesmo e à igreja
em que está inserido.
Consciente desta realidade, não apenas
acumule conteúdos visando preparar-se para provas ou
trabalhos por fazer. Tente seguir o roteiro sugerido
abaixo e comprove os resultados.
1. Devocional:
a) Faça uma oração de agradecimento a Deus pela
sua salvação e por proporcionar-lhe a
oportunidade de estudar a sua Palavra, para assim
ganhar almas para o Reino de Deus;
b) Com a sua humildade e oração Deus irá iluminar e
direcionar suas faculdades mentais através do
Espírito Santo, desvendando mistérios contidos
em sua Palavra;
c) Para melhor aproveitamento do estudo, temos que
ser organizados, ler com precisão as lições,
meditar com atenção os conteúdos.
2. Local de Estudo: Você precisa dispor de um lugar
próprio para estudar em casa. Ele deve ser:
a) Bem arejado e com boa iluminação (de
preferência, que a luz venha da esquerda);
b) Isolado da circulação de pessoas;
c) Longe de sons de rádio, televisão e conversas.
3. Disposição: Tudo o que fazemos por opção alcança
bons resultados. Por isso adquira o hábito de estudar
voluntariamente, sem imposições. Conscientize-se
da importância dos itens abaixo:
a) Estabelecer um horário de estudo extradasse,
dividindo-se entre as disciplinas do currículo
(dispense mais tempo às matérias em que tiver
maior dificuldade);
b) Reservar, diariamente, algum tempo para
descanso e lazer. Assim, quando estudar, estará
desligado de outras atividades;
c) Concentrar-se no que está fazendo;
d) Adotar uma correta postura (sentar-se à mesa,
tronco ereto), para evitar o cansaço físico;
e) Não passar para outra lição antes de dominar bem
o que estiver estudando;
f) Não abusar das capacidades físicas e mentais.
Quando perceber que está cansado e o estudo não
alcança mais um bom rendimento, faça uma pausa
para descansar.
4. Aproveitamento das Aulas: Cada disciplina
apresenta características próprias, envolvendo
diferentes comportamentos: raciocínio, analogia,
interpretação, aplicação ou simplesmente habilidades
motoras. Todas, no entanto, exigem sua participação
ativa. Para alcançar melhor aproveitamento, procure:
a) Colaborar para a manutenção da disciplina na
sala-de-aula;
b) Participar ativamente das aulas, dando
colaborações espontâneas e perguntando quando
algo não lhe ficar bem claro;
c) Anotar as observações complementares do
monitor em caderno apropriado;
d) Anotar datas de provas ou entrega de trabalhos.
5. Estudo Extradasse: Observando as dicas dos itens 1
e 2, você deve:
a) Fazer diariamente as tarefas propostas;
b) Rever os conteúdos do dia;
c) Preparar as aulas da semana seguinte (caso você
tenha alguma dúvida, anote-a, para apresentá-la
ao monitor na aula seguinte). Não deixe que suas
dúvidas se acumulem.
d) Materiais que poderão ajudá-lo:
• Mais que uma versão ou tradução da Bíblia
Sagrada;
• Atlas Bíblico;
• Dicionário Bíblico;
• Enciclopédia Bíblica;
• Livros de Histórias Gerais e Bíblicas;
• Um bom dicionário de Português;
• Livros e apostilas que tratem do mesmo
assunto.
e) Se o estudo for em grupo, tenha sempre em mente:
• A necessidade de dar a sua colaboração
pessoal;
• O direito de todos os integrantes opinarem.
6. Como obter melhor aproveitamento em avaliações:
a) Revise toda a matéria antes da avaliação;
b) Permaneça calmo e seguro (você estudou!);
c) Concentre-se no que está fazendo;
d) Não tenha pressa;
e) Leia atentamente todas as questões;
f) Resolva primeiro as questões mais acessíveis;
g) Havendo tempo, revise tudo antes de entregar a
prova.
Bom Desempenho!
Currículo de Matérias
1. Educação Geral /
ca História da Igreja v
£Q Educação C ris tã /
£Q Geografia B íb lic a /
2. Ministério da Igreja
CO Ética Cristã / Teologia do Obreiro
CQ Homilética / Hermenêutica
ca Família Cristã
GQ Administração Eclesiástica
3. Teologia
CQ Bibliologia
CO A Trindade s/r
CQ Anjos, Homens, Pecado e Salvação.
CQ Heresiologia
tB Eclesiologia / Missiologia
4. Bíblia
CQ Pentateuco
m Livros Históricos
ea Livros Poéticos
CQ Profetas Maiores
CQ Profetas Menores v
ea Os Evangelhos / Atos
ca Ep ístolas Paulinas / Gerais /
CQ Apocalipse / Escatologia
Abreviaturas
a.C. - antes de Cristo.
ARA - Almeida Revista e Atualizada
ARC - Almeida Revista e Corrida
AT - Antigo Testamento
BLH - Bíblia na Linguagem de Hoje
BV - Bíblia Viva
c. - Cerca de, aproximadamente,
cap. - capítulo; caps. - capítulos,
cf. - confere, compare.
d.C. - depois de Cristo.
e.g. - por exemplo.
Fig. - Figurado.
fig. - figurado, figuradamente,
gr. - grego
hb. - hebraico
IBB - Impressa Bíblica Brasileira
i.e. isto é.
K m - Símbolo de quilômetro
lit. - literal, literalmente.
LXX - Septuaginta (versão grega do AT)
m - Símbolo de metro.
MSS - manuscritos
NT - Novo Testamento
NVI - Nova Versão Internacional
p. - página.
ref. - referência; refs. - referências
ss. - e os seguintes (isto é, os versículos consecutivos
de um capítulo até o seu final. Por exemplo: IPe 2.1ss,
significa IPe 2.1-25).
séc. - século (s).
v. - versículo; vv. - versículos.
ver - veja
/
índice
Lição 1 - Cartas dePaulo- ............................................15
Romanos
Gálatas
Efésios
Lição 2 - Cartas dePaulo- ............................................39
ICoríntios
2Coríntios
Lição 3 - Cartas dePaulo- ...................................... 63
Filipenses
Colossenses
ITessalonicenses
2Tessalonicenses
ITimóteo
2Timóteo
Tito
Filemom
Lição 4 - Cartas Gerais - ............ .................................... 87
Hebreus
Tiago
Lição 5 - Cartas Gerais - ................................................. 111
IPedro
2Pedro
1João
2João
3João
Judas
Referências Bibliográficas 135
-I__
Lição 1mmimmmmmKmmmKamÊtÊmmÊÊKmmmaÊmmimÊmmmamammiinmmmmmmÊmmKmamKmammÊmammmmmmmmÊmmmKiimmmsmKmÊÊÊHÊammmamaBmÊmm
Cartas de Paulo: Aos Romanos,
Gálatas e Efésios
Carta aos
Romanos
Romanos é a epístola de Paulo mais longa,
mais teológica e mais influente. Talvez por essas
razões foi colocada em primeiro lugar entre as do
apóstolo. De modo contrário à tradição católica
romana, a igreja de Roma não foi fundada por Pedro,
nem por qualquer outro apóstolo. Ela talvez foi
iniciada por convertidos de Paulo provenientes da
Macedônia e da Ásia, bem como pelos judeus e
prosélitos1convertidos no dia de Pentecostes (At 2.10).
Paulo não tinha Roma como campo específico de outro
apóstolo (Rm 15.20).
Em Romanos, Paulo afirma que muitas vezes
planejou ir até Roma para ali pregar o evangelho, mas
que, até então fora impedido (Rm 1.13-15; 15.22).
Reafirma seu desejo de ir até eles (Rm 15.23-32).
1Pagão que abraçou o judaísmo.
Autor: O Apóstolo Paulo
Data: Cerca de 57 d.C.
Tema: A Revelação da Justiça de Deus
Palavras-Chave: Justiça, fé, justificação,
lei, graça.
Versículos-chave: Rm 1.16 e 17
15
Em vista de seus planos pessoais, Paulo
escreveu para apresentar-se a uma igreja que nunca
tinha visitado. Ao mesmo tempo, ele apresentou uma
declaração completa e ordenada dos princípios
fundamentais do evangelho que pregava.
Paulo, ao escrever esta epístola, perto do fim
da sua terceira viagem missionária (cf. Rm 15.25,26;
At 20.2,3; ICo 16.5,6), estava em Corinto como
hóspede na casa de Gaio (Rm 16.23; ICo 1.14).
Enquanto escrevia Romanos através do seu auxiliar
Tércio (Rm 16.22), planejava voltar a Jerusalém para o
dia de Pentecoste (At 20.16; provavelmente na
primavera de 57 ou 58 d.C.) e entregar pessoalmente
uma oferta de socorro das igrejas gentias aos crentes
pobres de Jerusalém (Rm 15.25-27). Logo a seguir,
Paulo esperava partir para a Espanha levando-lhe o
evangelho, visitar de passagem a igreja de Roma e
receber ajuda dos crentes ali para prosseguir em sua
caminhada para o oeste (Rm 15.24,28).
Nenhum livro da Bíblia tem tantos títulos
como Romanos: Evangelho Segundo Paulo, Evangelho
do Cristo Ressurreto, Tratado Teológico Paulino, Mais
Puro Evangelho, Principal das Epístolas Paulinas, A
Catedral da Doutrina Cristã, etc.
Destinatários
“Todos os que estais em Roma, amados de
Deus” são os destinatários desta carta. Pode-se notar
que Paulo nesta saudação não usa a palavra igreja
(como faz em 1 e 2Coríntios, Gálatas, 1 e
2Tessalonicenses). Isto pode mostrar que nessa época
não existia nenhuma igreja organizada, mas várias
igrejas de casa (Rm 16.5,14). Em todos os lugares
havia cristãos que ali se reuniam para cultuar a Deus.
16
Não sabemos com certeza como e quando o
Cristianismo chegou a Roma. Em Atos 18.2 fala-se
acerca de Aquila e Priscila que pertenciam àqueles
judeus que Cláudio expulsara de Roma, cerca de 49
d.C. No final do quarto decênio1 já havia cristãos em
Roma. Agostinho informa que o cristianismo chegou a
Roma durante o governo do imperador Calígula (37 -
41 d.C.).
Autor
Conforme a primeira palavra, Paulo, o servo
e apóstolo de Jesus Cristo, é o autor da Epístola. O
conteúdo do livro indica que seja Paulo, não só pelas
muitas referências pessoais (Rm 1.8-15; 9.1-5; 11.1,13
e 16.3-23), mas também pela profundeza dos seus
ensinamentos e conhecimentos da verdade de Deus (Rm
3.20-25; 11.33-36, etc.). O livro todo fala do seu autor
como de um homem erudito, profundamente espiritual,
inteiramente consagrado e conscientemente inspirado.
Justino Mártir, Policarpo, Inácio, Clemente de Roma e
Hipólito fazem citações desta Epístola. Aceitavam-na
como fazendo parte do cânon e até os próprios inimigos
do Cristianismo reconheceram a carta como escrita
pelo apóstolo Paulo. Não há motivos para se rejeitarem
as muitas evidências e favor de que a Epístola seja o
que pretende ser. Não é de estranhar que Paulo
conhecesse tantas pessoas por seus nomes em uma
cidade onde ele nunca tivesse estado, porque essa
cidade era Roma, a capital do mundo, e o apóstolo
conhecia pessoalmente centenas de pessoas, tanto
judeus, como gentios, que poderiam ter-se mudado para
Roma por motivos comerciais ou particulares. Antes,
1Período de 10 anos; década.
17
seria difícil que fosse de outro modo. O capítulo 16
com saudações para tantas pessoas não é um argumento
válido para se rejeitar a Epístola como genuína.
Convém acrescentar que os 300 manuscritos existentes
da carta aos Romanos, todos os que não têm sido
danificados, contêm a Epístola completa tal qual se
acha hoje no Novo Testamento.
Data e as Circunstâncias
É claro que Paulo não tinha visitado esta
cidade antes de enviar-lhes esta carta (Rm 1.8-15;
15.22-24,28,29), que foi escrita pelo apóstolo durante a
sua terceira viagem missionária, quando se achava em
Corinto. Durante sua permanência na Macedônia, Paulo
escreveu duas cartas à Igreja de Corinto (Grécia), nas
quais lhe falou a respeito da preparação de uma oferta
para os necessitados em Jerusalém (ICo 16.1,2; 2Co 8
e 9). Em Atos 20.2,3 vemos que o apóstolo, depois de
recolher as ofertas das igrejas sediadas na Macedônia,
desceu à Grécia onde ficou três meses. Em Romanos
15.25-28 vemos que Paulo tinha levantado a oferta em
Corinto e está pronto para levá-la a Jerusalém que,
tendo desempenhado esta missão, pensava ir a Roma
(At 19.21; Rm 1.8-15). Também evidencia a verdade o
fato de que a portadora da carta aos Romanos foi Febe,
de Cencréia, porto de Corinto. Portanto, cremos que
Paulo escreveu esta Epístola estando em Corinto,
durante a sua terceira viagem missionária, lá pelo ano
57 d.C.
Muito se tem discutido a questão a respeito
de quem teria sido o fundador da Igreja Cristã na
cidade de Roma. Talvez não tenha importância, mas é
quase impossível crer-se que tivesse sido algum
apóstolo, muito menos, Pedro, que permaneceu em
18
Jerusalém pelo menos até o ano 49, o qual concordou
em ir para os judeus, e que Paulo fosse para os gentios
(G1 2.7-9). E provável, ainda, em face de Romanos
16.5,14,15, que os irmãos crentes que estavam em
Roma n ã o . estivessem organizados em uma só igreja
ainda, quando Paulo escreveu esta carta, talvez devido
ao fato de que nenhum apóstolo os tivesse visitado.
Paulo chegou a Corinto (At 20.2,3) depois de
ter passado dois anos em Efeso discutindo diariamente
na escola do mestre Tirano1 (At 19.9,10). Não se
menciona o número de horas que Paulo falava cada dia,
porém é provável que o apóstolo terminasse o seu
ministério em Efeso com a sua teologia organizada em
sua mente. Ao mesmo tempo entenderia melhor as
necessidades espirituais dos gentios e o modo mais
claro e eficaz de apresentar-lhes a verdade. Não é de
estranhar, então, que ele pensasse nas condições do
grande número de crentes que estavam em Roma, e o
Espírito Santo lhe fez ver a importância de que todos
fossem corretamente instruídos na doutrina verdadeira
do Evangelho. Melhor era lançar um fundamento
sólido, o mais depressa possível, antes que as heresias
chegassem a levantar suas cabeças entre os irmãos.
Propósito
Paulo escreveu esta carta a fim de preparar o
caminho para a obra que ele esperava realizar em Roma
e na sua missão prevista para a Espanha.
Seu propósito era duplo:
1. Segundo parece, os romanos tinham
ouvido boatos falsos a respeito da mensagem e da
teologia de Paulo (Rm 3.8; 6.1,2,15); daí ele achar
1Supõe-se que ele era gentio e mestre em filosofia.
19
necessário registrar por escrito o evangelho que já
pregava há vinte e cinco anos.
2. Queria corrigir certos problemas da igreja,
causados por atitudes erradas dos judeus para com os
gentios (Rm 2.1-29; 3.1,9), e dos gentios para com os
judeus (Rm 11.11-32).
Visão Panorâmica
Doutrinariamente, Romanos é o maior livro
j á escrito. E o coração e a alma da revelação de Deus
ao povo desta época. Todo o conjunto da verdade da
redenção, chamado na Escritura “o Evangelho”, Está
aqui detalhado. A mais completa história da
necessidade, do remédio e dos resultados da morte de
Cristo, encontra-se em Romanos. O pensamento chave
é a justiça de Deus. A progressão da verdade vai da
completa condenação até a integral e justa glorificação.
O tema de Romanos está em 1.16,17, a saber:
que no Senhor Jesus a justiça de Deus é revelada como
a solução à sua justa ira contra o pecado. A seguir,
Paulo expõe as verdades fundamentais do evangelho.
Primeiro, destaca o fato de que o problema do pecado e
a necessidade humana da justificação são universais
(Rm 1.18-3.20). Posto que tanto os judeus quanto os
gentios estão sujeitos ao pecado e, portanto, sob a ira
de Deus, ninguém pode ser justificado diante d ’Ele à
parte do dom da justiça (Rm 3.24) mediante a fé em
Jesus Cristo (Rm 3.21-4.25).
• Sendo justificado generosamente pela graça de Deus,
e tendo recebido a certeza da salvação (capítulo 5);
• O crente demonstra que recebeu o dom divino da
justificação, ao morrer com Cristo para o pecado
(capítulo 6);
• É liberto da luta com a justiça da lei (capítulo 7);
20
• É adotado como filho de Deus, recebendo nova vida
segundo o Espírito, o que o conduz à glorificação
(Rm 8.18-30).
• Deus está levando a efeito o seu plano da redenção,
a despeito da incredulidade de Israel (Rm 9-11).
Finalmente, Paulo declara que uma vida
transformada em Cristo resulta na prática da retidão e
do amor em todos os aspectos da vida social, civil e
moral da pessoa (Rm 12-14). Paulo termina Romanos
expondo seus planos pessoais (capítulo 15), uma longa
lista de saudações pessoais, uma última admoestação e
uma doxologia1 (capítulo 16).
Romanos em Síntese
• A Pessoa do Evangelho: Cristo 'S
• O poder do Evangelho: Poder de Deus ^
• O propósito do Evangelho: Para a salvação ^
• As pessoas a quem se destinam: de todo aquele
• O plano de aceitação: Aquele que crê v''
• O plano de vida: O justo viverá por fé l /
Divisões Principais
Romanos é a alma da coerência2. Começa
com condenação, e prossegue através da salvação,
justificação, santificação (e depois uma secção a
respeito da verdade dispensacional, conciliando as
promessas de Deus a Israel com as promessas de Deus
à Igreja), terminando com glorificação.
1Fórmula litúrgica de louvor a Deus, geralmente ritmada.
2 Ligação ou harmonia entre situações, acontecimentos ou idéias;
relação harmônica; conexão, nexo, lógica.
21
Características Especiais
Sete destaques principais caracterizam
Romanos:
1. Romanos é a mais sistemática epístola de Paulo; a
epístola teológica por excelência do Novo
Testamento.
2. Paulo escreve num estilo de pergunta e resposta, ou
de diálogo (Rm 3.1,4-6,9,31).
3. Paulo usa amplamente o Antigo Testamento como a
autoridade bíblica na apresentação da verdadeira
natureza do evangelho.
4. Paulo apresenta “a justiça de Deus” como a
revelação fundamental do evangelho (Rm 1.16,17);
Deus restaura e ordena a situação do homem em
Jesus Cristo e através d ’Ele.
5. Paulo focaliza a natureza dupla do pecado, bem
como a provisão de Deus em Cristo para cada
aspecto: O pecado como uma transgressão1 pessoal
(Rm 1.1-5.11) e o pecado como um princípio ou lei
(gr. he hcimartia), isto é, a tendência natural e
inerente2 para pecar, existente no coração de toda
pessoa, desde a queda de Adão (Rm 5.12-8.39).
6. O capítulo 8 é o mais longo da Bíblia sobre a obra
do Espírito Santo na vida do crente.
7. Romanos contém o estudo mais profundo da Bíblia
sobre a rejeição de Cristo pelos judeus (excetuando-
se um remanescente), bem como sobre o plano
divino-redentor para todos, alcançando por fim
Israel (Rm 9-11).
1 Ato ou efeito de transgredir; infração, violação.
2 Que está por natureza inseparavelmente ligado a alguma coisa
ou pessoa
22
Cristo Revelado
A epístola inteira é a história do plano de
redenção de Deus em Cristo: a necessidade dele (Rm
1.18-3.20), a descrição detalhada da obra de Cristo e
suas implicações para os cristãos (Rm 3.21-11.36) e
aplicação do evangelho de Cristo à vida cotidiana (Rm
12.1-16.27).
Mais especificamente, Jesus Cristo é o nosso
Salvador, que obedeceu perfeitamente a Deus como
nosso representante (Rm 5.18-19) e que morreu como
nosso sacrifício substituto (Rm 3.25; 5.6,8). É nele que
devemos ter fé para a salvação (Rm 1.16-17; 3.22;
10.9-10). Através de Cristo temos muitas bênçãos:
reconciliação com Deus (Rm 5.11); justiça e vida
eterna (Rm 5.18-21); identificação com ele em sua
morte, sepultamento e ressurreição (Rm 6.3-5); estar
vivos para Deus (Rm 6.11); livres de condenação (Rm
8.1); herança eterna (Rm 8.17); sofrimento com ele
(Rm 8.17); ser glorificados com ele (Rm 8.17); tornar-
se como eles (Rm 8.29); e o fato de que ele ora por nós
mesmo agora (Rm 8.34). Na verdade, toda a vida cristã
parece ser vivida através dele: oração (Rm 1.8),
regozijo (Rm 5.11), exortação (Rm 15.30), glorificar a
Deus (Rm 16.27) e, em geral, viver para Deus e
obedecer-lhe (Rm 6.11-14; 13-14).
23
Autor: O Apóstolo Paulo
Data: Cerca de 49 d.C.
Carta aos Tema: Salvação Pela Graça Mediante
Gálatas a Fé
Palavras-Chave: Graça, evangelho, fé,
justificado, promessa, liberdade, lei
Versículo-chave: G1 5.1
A epístola aos Gálatas foi escrita para sa 1var
o cristianismo do legalismo judaico. Apesar de ser uma
das mais breves epístolas do apóstolo Paulo, tem
exercido grande influência na vida da Igreja. Seu
assunto continua atual, pois em qualquer época há
sempre o risco de alguém, ou de um segmento da Igreja
se inclinar para o legalismo religioso.
O assunto principal de Gálatas é o mesmo
debatido e resolvido em Jerusalém (c. de 49 d.C.; cf.
At 15). Tal assunto implica uma dupla pergunta:
• A fé em Jesus Cristo como Senhor e Salvador é o
requisito único para a salvação?
• É necessário obedecer a certas práticas e leis
judaicas do Antigo Testamento para se obter a
salvação em Cristo?
Talvez Paulo haja escrito Gálatas antes da
controvérsia da lei, na Assembléia de Jerusalém (At
15), e antes de a igreja comunicar a sua posição final.
Se assim foi, então Gálatas é a primeira epístola que
Paulo escreveu.
Destinatários
Paulo escreveu esta epístola (G1 1.1; 5.2;
6.11) “às igrejas da Galácia” (G1 1.2). As autoridades
no assunto declaram que os gálatas eram gauleses
24
oriundos do Norte da Galácia e que, mais tarde, parte
deles emigrou para o Sul da Europa, de cujo território a
França de hoje faz parte. É muito mais provável que
Paulo haja escrito esta epístola às igrejas do Sul da
província da Galácia (Antioquia da Pisídia, Icônio,
Listra, Derbe), onde ele e Barnabé evangelizaram e
estabeleceram igrejas durante sua primeira viagem
missionária (At 13,14).
Autor
Ainda que por duas vezes a mesma carta diga
que Paulo é o escritor (G1 1.1; 5.2), o mesmo estilo da
carta, seus ensinamentos a respeito da Lei, e
especialmente o que diz de Pedro “resisti-lhe face a
face” (G1 2.11), juntamente com a sua contenção de
que os demais apóstolos não lhe deram nada, mas sim
que sua comissão veio de Deus (G1 1.16,17; 2.6); tudo
prova que somente Paulo pode ser o autor. O apóstolo
aos gentios é o único que falaria dos judeus, da lei, e
da graça, com a profundeza de entendimento e a
certeza que ele o faz. A evidência interna desta
Epístola é concludente1 a favor de que Paulo seja seu
autor humano.
Desde os dias de Policarpo em diante o livro
tem sido citado pelos “Pais”. Marción é o primeiro que
cita por nome esta carta, colocando-a em primeiro
lugar nos escritos de Paulo. Quase todos os escritores
antigos, desde o segundo século em diante, citavam-na
e se encontra nas versões latinas, siríacas e o Cânon
Muratori.
Na antiguidade nem suspeita existiu da
autenticidade, de que a carta fosse de Paulo, e é difícil
1 Que conclui, ou merece fé; terminante, categórico.
25
imaginar-se que outra pessoa pudesse ter falsificado
tão facilmente e sem motivo aparente, em época
posterior, tal documento.
Como disse Lightfoot: “Cada sentença
gramatical reflete tão perfeitamente a vida e o caráter
do apóstolo aos gentios, que ninguém tem duvidado de
que seja genuíno”.
A maioria das cartas de Paulo foi escrita por
seus amanuenses1 ou escribas. Como a situação das
igrejas da Galácia era crítica, estava em jogo não só a
fé desses irmãos e nem apenas a autoridade apostólica
de Paulo, mas principalmente o futuro do cristianismo.
Ele mesmo escreveu de seu próprio punho (G1 6.11),
poisnão queria deixar margem para os gálatas
duvidarem da autenticidade da carta.
Data
Tem havido muita controvérsia quanto à data
e destinatário dessa epístola. Há três possíveis datas,
mas todas elas têm os seus “senões2” - 49,53 e 56 d.C.
A seqüência de eventos é a seguinte: primeira viagem
missionária, em seguida foi escrita a epístola aos
Gálatas, depois ocorreu o concílio de Jerusalém e
segue-se a segunda viagem. Isso nos dá subsídios para
datá-la por volta de 49 d.C., e escrita da região entre
Antioquia da Síria e Jerusalém.
A data mais provável da carta situa-se logo
após o regresso de Paulo à igreja que o enviou -
Antioquia da Síria, e pouco antes do Concílio de
Jerusalém (At 15).
1Escrevente, copista.
2 De outro modo; do contrário; aliás. Mas sim; e sim; mas,
porém.
26
Propósito
Paulo tomou conhecimento de que certos
mestres judaicos estavam inquietando seus novos
convertidos na Galácia, impondo-lhes a circuncisão e o
jugo da lei mosaica como requisitos necessários à
salvação e ao ingresso na igreja. Ao saber disso, Paulo
escreveu:
• Para demonstrar cabalmente que as exigências da lei,
como a circuncisão do velho concerto, nada tem a
ver com a operação da graça de Deus em Cristo para
a salvação sob o novo concerto;
• Para reafirmar claramente que o crente recebe o
Espírito Santo e com Ele a nova vida espiritual por
meio da fé no Senhor Jesus Cristo e não por meio da
lei do Antigo Testamento.
Características Especiais
Quatro fatos singulares caracterizam esta
epístola:
1. É a defesa mais veemente no Novo Testamento da
natureza do evangelho. Seu tom é enérgico, intenso e
urgente, uma vez que Paulo lida com oponentes em
erro (G1 1.8,9; 5.12), enquanto repreende os gálatas
por se deixarem iludir tão facilmente (G1 1.6; 3.1;
4.19,20);
2. Quanto ao número de referências autobiográficas,
Gálatas é superada somente por 2Coríntios;
3. Esta é a única epístola de Paulo em que ele
explicitamente se dirige a várias igrejas (ver, no
entanto, a introdução a Efésios);
4. Contém a descrição do fruto do Espírito (G1 5.22,23)
e a lista mais completa do Novo Testamento das
obras da carne (G1 5.19-21).
27
Cristo Revelado
Paulo ensina que Jesus coloca aqueles que
têm fé nele (G1 2.16; 3.26) em uma posição de
liberdade (G1 2.4; 5.1), libertando-os da servidão ao
legalismo e à libertinagem1. A principal ênfase do
apóstolo está na crucificação de Cristo como base para
a libertação do crente da maldição do pecado (G1 1.4;
6.14), do próprio eu (G1 2.20; ver 5.24) e da lei (G1
3.12; 4.5). Paulo também descreve uma dinâmica união
de fé com Cristo (G1 2.20). Visivelmente retratada no
batismo (G1 3.27), que relaciona todos os crentes como
irmãos e irmãs (G1 3.28). Em relação à pessoa de
Cristo, Paulo declara tanto sua divindade (G1 1.1,3,16)
quanto sua humanidade (G1 3.16; 4.4). Jesus é a
substância do evangelho (G1 1.7), que ele próprio
revelou a Paulo (G1 1.12).
1Devassidão, desregramento, licenciosidade, crápula.
28
Questionário
• Assinale com “X ” as alternativas corretas
1. É a epístola de Paulo mais longa, mais teológica e
mais influente
a)| I lCoríntios
b)| I Gálatas
c)| I Efésios
d ) 0 Romanos
2. É errado afirmar
a)[€ Paulo diz que Gálatas é a Revelação da Justiça
de Deus
b ) H Doutrinariamente, Romanos é o maior livro já
escrito
c)l~c1 Romanos é o coração e a alma da revelação de
Deus ao povo desta época
d ) 0 A mais completa história da necessidade, do
remédio e dos resultados da morte de Cristo,
encontra-se em Romanos
3. A epístola aos Gálatas foi escrita para salvar o
cristianismo
a)| I Do legal ismo Romanos
b)| I Do legalismo gentio
C) 0 . D ° legalismo judaico
d)| I Do legalismo grego
» Marque “C” para Certo e “E ” para Errado
4.IÊ1 E claro que Paulo tinha visitado a cidade de Roma
antes de enviar-lhes a carta aos Romanos
5.IHI Romanos contém a descrição do fruto do Espírito
e a lista mais completa do Novo Testamento das
obras da carne
29
Carta aos
Efésios
Esta epístola destaca-se pela universalidade
do seu conteúdo, não só à igreja em Efeso, mas a todas
as igrejas sob a liderança de Paulo, bem como a toda a
Igreja de Deus em todo o mundo e em todos os tempos.
O caráter universal dessa epísto 1a é percebido pelo
plano da salvação proposto por Deus desde a fundação
do mundo e que alcança a toda criatura humana,
independente de raca, cor ou nação. Esse plano não
discrimina judeu nem gentio, mas coloca todos debaixo
da graça imensurável de Deus em Cristo Jesus.
Efésios é um dos picos elevados da revelação
bíblica, ocupando lugar único entre as Epístolas de
Paulo. Ela não foi elaborada no árduo trabalho da
bigorna1 da controvérsia doutrinária ou dos problemas
pastorais (como muitas outras epístolas de Paulo). Ao
contrário, Efésios transmite a impressão de um rico
transbordar de revelação divina, brotando da vida de
oração de Paulo. Ele escreveu a carta quando estava
prisioneiro por amor a Cristo (Ef 3.1; 4.1; 6.20),
provavelmente em Roma. Efésios tem muita afinidade
com Colossenses, e talvez tenha sido escrita logo após
esta. As duas cartas podem ter sido levadas
simultaneamente ao seu destino por um cooperador de
Paulo chamado Tíquico (Ef 6.21; cf. Cl 4.7).
1 Peça de ferro, com o corpo central quadrangular e as
extremidades em ponta cilíndrica, cônica ou piramidal, sobre a
qual se malham e amoldam metais; incude.
Autor: O Apóstolo Paulo
Data: Cerca de 62 d.C.
Tema: Cristo e Sua Igreja
Palavras-Chave: Glória, corpo,
lugares celestes
Versículo-chave: Ef 1.3
30
É crença geral que Paulo escreveu Efésios
também para outras igrejas da região, e não apenas a
Éfeso. Possivelmente ele a escreveu como carta
circular às igrejas de toda a província da Ásia.
Autor
Duas vezes na Epístola se diz que foi Paulo
quem a escreveu (Ef 1.1; 3.1). Também poderemos
fazer a pergunta: Quem, além de Paulo, poderia ter
escrito uma carta tão profunda na doutrina cristã?
Porventura algum outro dos apóstolos teria escrito o
capítulo dois, versículos onze a vinte e dois, colocando
os gentios em pé de igualdade com os judeus, alegando
que não há diferença? E quem, senão Paulo, foi preso
por causa dos gentios? O versículo dois do capítulo
terceiro afirma que o escritor recebeu de Deus a
administração ou ministério do Evangelho entre os
gentios, coisa que só Paulo podia alegar (Ef 3.1-13). O
estilo da carta é o de Paulo, sendo especialmente
semelhante à Epístola aos Colossenses. Primeiramente
expõe as verdades doutrinárias, como é costume de
Paulo.
A evidência externa é a melhor possível. E
citados por Clemente de Roma, Inácio, Policarpo,
Hermes, Clemente de Alexandria, Tertuliano, Irineu,
Hipólito e outros. Nenhum deles teve dúvidas a
respeito da autenticidade da Epístola e de que Paulo
fosse seu autor. Até o próprio Marción a inclui entre as
epístolas de Paulo, mas diz que foi escrita à igreja de
Laodicéia, em vez de a de Éfeso. Como em alguns dos
manuscritos antigos não aparecem no texto do primeiro
versículo as palavras “Em Éfeso” alguns insistem em
que esta tem de ser a Epístola de Paulo aos de
Laodicéia mencionada em Colossenses 4.16. Outros
31
afirmam que é antes uma carta particular. A tradição e
a maioria dos manuscritos dizem que foi a enviada a
Éfeso, mas o que importa é que foi e é inspirada pelo
Espírito de Deus, e é para nós hoje a própria Palavra de
Deus.
-— ry Quando Paulo escreveu a epístola aos
Efésios, estava preso em Roma, de onde a enviou
àquela igreja através de Tíquico, por quem, também,
enviou as cartas a Filemom e à igreja de Colossos,
provavelmente entre 60 e 62 d.C.
Data e Circunstâncias
Vê-se em Efésios 3.1; 4.1 e 6.20 que Paulo
estava na prisão, em cadeias, quando escreveu a carta.
Da história de sua vida no livro dos Atos dos
Apóstolos, calculamos que esta Epístola foi escrita
cerca do ano 60 ou 62 a.C. A semelhança do seu
conteúdo com a de Colossenses e o fato de que Tíquico
foi o portador da carta (Ef 6.21,22), como também a
dos Colossenses (Cl 4.7,8), fazem-nos crer que foram
escritas na mesma época. É provável que Onésimo, que
acompanhou a Tíquico (Cl 4.9) levasse a carta de Paulo
a Filemom nessa mesma época.
Em sua segunda viagem missionária, Paulo
ficou em Éfeso poucos dias, prometendo voltar (At
18.19-21). Deixou Priscila e Áquila na cidade, ao passo
que ele seguiu para Jerusalém e Antioquia. Antes que
Paulo regressasse, Apoio chegou a Éfeso e teve um
ministério ali (At 18.18,19,24-28). Em sua terceira
viagem, Paulo ficou em Éfeso cerca de três anos,
realizando o melhor ministério de toda a sua longa
carreira (At 19.1-20). Nos três primeiros meses pregava
na sinagoga, mas a oposição obrigou-o a afastar-se e se
estabeleceu em uma escola, onde “falou ousadamente”
32
durante dois anos. Não é estranho, então, que a igreja
de Efeso pudesse receber e entender uma carta tão
espiritualmente profunda como esta. Durante os anos
do ministério pessoal do apóstolo, os novos crentes
aprofundaram-se em seus conhecimentos bíblicos e do
Evangelho; estavam em condições de apreciarem estes
ensinamentos, e Paulo bem o sabia.
Não há na carta referências a problemas
especiais como os mencionados nas cartas aos
Coríntios e aos Gálatas. Por que, então, foi escrita?
Não há quase dúvida de que existiu um problema sério
em Colossos, e Paulo, preparando a viagem de Tíquico
para que levasse a Epístola aos Colossenses, e
enviando a Onésimo de volta para Filemom com sua
carta de recomendação, quis escrever esta carta aos
efésios (ou carta-circular para todas as igrejas da Ásia,
se assim o desejarmos). E possível que Paulo tivesse
tido novas revelações durante as suas prisões, e o
Espírito Santo desejava que Paulo deixasse por escrito
estas verdades. Uma mente como a de Paulo,
meditando longas horas, mês após mês, no significado
da morte, ressurreição e entronização do Senhor Jesus
Cristo, sem dúvida seria guiada pelo Espírito a novos
passos e conhecimentos de verdades espirituais, como
deduções lógicas do que já conhecia. A experiência da
maturidade e a aplicação no estudo mais assíduo do
Velho Testamento (2Tm 4.13) também contribuíram
para que Paulo tivesse verdades novas para transmitir
aos efésios, e aprouve a Deus que as deixasse em forma
permanente para que nós, as gerações vindouras, nos
aproveitássemos também delas. Não obstante, livremo-
nos da idéia de que esta Epístola cria uma nova
dispensação, de modo que só ela e as Epístolas escritas
depois por Paulo, sejam para nós, atualmente, em vez
de todo o Novo Testamento. Graças ao Pai Celestial,
33
que por Seu Espírito Santo impeliu o grande apóstolo
aos gentios a escrever esta Epístola.
Não só devia preveni-los contra o erro que
entrou em Colossos, e o outro que transtornou os
gálatas, mas também os fez merecer a admoestação do
Senhor Jesus em Apocalipse 2.4,5.
É considerada uma das “cartas da prisão”
porque as escreveu enquanto estava preso em Roma. Na
primavera de 63 d.C., provavelmente, foi liberto.
Propósito
O propósito imediato de Paulo ao escrever
Efésios está implícito em Efésios 1.15-17. Em oração,
ele anseia que seus leitores cresçam na fé, no amor, na
sabedoria e na revelação do Pai da glória. Almeja
profundamente que vivam uma vida digna do Senhor
Jesus Cristo (Ef 4.1-3; 5.1,2). Paulo, portanto, procura
fortalecer-lhes a fé e os alicerces espirituais ao revelar
a plenitude do propósito eterno de Deus na redenção
“em Cristo” (Ef 1.3-14; 3.10-12) à igreja (Ef 1.22,23;
2.11-22; 3.21; 4.11-16; 5.25-27) e a cada crente (Ef
1.15-21; 2.1-10; 3.16-20; 4.1-3,17-32; 5.1-6.20).
Visão Panorâmica
Há dois temas fundamentais no Novo
Testamento:
• Como somos redimidos por Deus;
• Como nós, os redimidos, devemos viver.
Os capítulos 1-3 de Efésios tratam
principalmente do primeiro desses temas, ao passo que
os capítulos 4-6 focalizam o segundo.
Os capítulos 1-3 começam por um parágrafo
de abertura que é um dos trechos mais profundos da
34
Bíblia (Ef 1.3-14). Esse grandioso hino sobre redenção
tributa1 louvores ao Pai pela eleição, predestinação e
adoção que Ele nos propiciou (Ef 1.3-6), por nossa
redenção mediante o sangue do Filho (Ef 1.7-12) e pelo
Espírito, como selo e garantia da nossa herança (Ef
1.13,14).
Nesses capítulos, Paulo ressalta que na
redenção pela graça mediante a fé, Deus nos reconcilia
consigo mesmo (Ef 2.1-10) e com outros que estão
sendo salvos (Ef 2.11-15), e, em Cristo, nos une em um
só corpo, a igreja (Ef 2.16-22). O alvo da redenção é
“tornar a congregar em Cristo todas as coisas... tanto as
que estão nos céus como as que estão na terra” (Ef
1. 10).
Os capítulos 4-6 consistem mais de
instruções práticas para a igreja no tocante aos
requisitos que a redenção em Cristo demanda de nossa
vida individual e coletiva. Entre as 35 diretrizes dadas
em Efésios, sobre como os redimidos devem viver,
destacam-se três categorias gerais.
1. Os crentes são chamados a uma nova vida de pureza
e separação do mundo. São chamados a serem
“santos e irrepreensíveis diante dele” (Ef 1.4), a
crescer “para templo santo no Senhor” (Ef 2.21), a
andar “como é d|gno da vocação com que fostes
chamados” (Ef 4.1), a “varão perfeito” (Ef 4.13). a
viver “em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4.24),
a andar “em amor” (Ef 5.2; cf. 3.17-19) e a serem
santos “pela Palavra” (Ef 5.26), a fim de que Cristo
tenha uma “igreja gloriosa, sem mácula2, nem ruga...
santa e irrepreensível” (Ef 5.21).
2. O crente é chamado a um novo modo de viver nos
relacionamentos familiares e vocacionais (Ef 5.22-
1Prestar ou dedicar a (alguém ou algo), como tributo.
2 Nódoa, mancha.
35
6.9). Esses relacionamentos devem ser regidos por
princípios de conduta que distingam o crente da
sociedade descrente à sua volta.
3. Finalmente, o crente é chamado a manter-se firme
contra as astutas1 ciladas do diabo e as terríveis
“hostes espirituais da maldade, nos lugares
celestiais” (Ef 6.10-20).
Cinco Características Especiais
1. A revelação da grande verdade teológica dos
capítulos 1-3 é interrompida por duas grandiosas
orações apostólicas. Na primeira, o apóstolo pede
para os crentes sabedoria e revelação no
conhecimento de Deus (Ef 1.15-23); na segunda,
roga que possam conhecer o amor, o poder e a glória
de Deus (Ef 3.14-21).
2./ “Em Cristo”, uma expressão paulina de peso (106
~R^Cj J vezes nas epístolas de Paulo), sobressai grandemente
 em Efésios (cerca de 36 vezes). “Toda bênção
J espiritual” e todo assunto prático da vida relaciona-
V se com o estar “em Cristo”.
3. Efésios salienta o propósito e alvo eterno de Deu
para a igreja.
4. Há um realce multifacetado2 do papel do Espírito
Santo na vida cristã (Ef 1.13,14,17; 2.18; 3.5,16,20;
4.3,4,30; 5.18; 6.17,18).
5. Efésios é tida, às vezes, como epístola gêmea de
r j - l ) Colossenses, pelo fato de apresentarem definidas
V- semelhanças em seus conteúdos e terem sido escritas
quase ao mesmo tempo.
1 Habilidade em enganar; lábia, solércia, manha, artimanha,
ardil. Finura, malícia, sagacidade.
2 Que tem muitas facetas; multiface.
36
Cristo Revelado
Efésios foi chamado de “Os Alpes do Novo
Testamento”, “O Grande Cânon da Escritura” e “O
Ápice Real das Epístolas”, não somente por seu grande
tema, mas devido à majestade do Cristo revelado aqui.
Capítulo 1: Ele é o Redentor (Ef 1.7), aquele em quem
e por quem a história será definitivamente
consumada (Ef 1.10); e Ele é o Senhor ressuscitado
que não apenas ressuscitou dos mortos e do inferno,
mas que reina como rei, derramando sua vida através
de seu corpo, a Igreja - a expressão atual dele
mesmo na terra (Ef 1.15-23).
Capítulo 2: Ele é o pacificador que reconciliou o
homem com Deus e que também torna possível a
reconciliação entre os homens (Ef 2.11-18); e Ele é a
“principal pedra da esquina” do novo templo, que
consiste de seu próprio povo sendo habitado pelo
próprio Deus (Ef 2.19-22).
Capítulo 3: Ele é o tesouro em que são encontradas as
riquezas inescrutáveis da vida (Ef 3.8); e Ele é o que
habita nos corações humanos, garantindo-nos o amor
de Deus (Ef 3.17-19).
Capítulo 4: Jesus é o doador dos dons do ministério à
sua Igreja (Ef 4.7-11); e Ele é o vencedor que
acabou com a capacidade do inferno de manter a
humanidade cativa (Ef 4.8-10).
Capítulo 5: Ele é o marido modelo, dando-se sem
egoísmo para realçar sua noiva - sua Igreja (Ef 5.25-
27,32).
Capítulo 6: Ele é o Senhor, poderoso na batalha, o
recurso de força para seu povo enquanto eles se
armam para a batalha espiritual (Ef 6.10).
37
Questionário
• Assinale com “X ” as alternativas corretas
6. É percebido pelo plano da salvação proposto por
Deus desde a fundação do mundo
a)| I O caráter universal da epístola aos Romanos
b)| I O caráter universal da epístola aos Gálatas
c)12LO caráter universal da epístola aos Efésios
d)| | O caráter universal da epístola aos Hebreus
7. Efésios tem muita afinidade com
a)l I Romanos
b)| I Gálatas
c)| | Filipenses
d ) 0 Colossenses
8. Quando Paulo escreveu a epístola aos Efésios, estava
preso em '/Zo/tq/Q___ , de onde a enviou àquela igreja
através de
a)| I Roma, Timóteo
b)0~Rom a, Tíquico
c)| I Jerusalém, Timóteo
d)| | Jerusalém, Tito
• Marque “C” para Certo e “E ” para Errado
9 .f Em Cristo”, uma expressão paulina de peso (106
vezes nas epístolas de Paulo), sobressai grandemente
em Gálatas (cerca de 36 vezes)
10.[g] Efésios salienta o propósito e alvo eterno de
Deus para os judeus
38
Lição 2
Cartas de Paulo: ICoríntios e
2Coríntios
Primeira
Carta aos
Coríntios
Autor: O Apóstolo Paulo
Data: 55/56 d.C.
Tema: Problemas da Igreja e Suas
Soluções
Palavras-Chave: A cruz, pecados
sexuais, dons espirituais, amor, a
ressurreição
Versículos-chave: ICo 13.1; 14.33a
$ Corinto, uma cidade antiga da Grécia, era,"j> _ j
em muitos aspectos, a metrópole grega de maior " "
destaque nos tempos de Paulo. Assim como muitas das
cidades prósperas do mundo de hoje, Corinto era
intelectualmente arrogante, materialmente próspera e
moralmente corrupta. O pecado, em todas as suas
formas, grassava1 nessa cidade de má fama, pela sua
licenciosidade2.
Juntamente com Priscila e Aquila (ICo
16.19) e com sua própria equipe apostólica (At 18.5),
Paulo fundou a igreja em Corinto, durante seu
ministério de dezoito meses ali, na sua segunda viagem
1Desenvolver-se; alastrar-se, propagar-se progressivamente.
2 Sensual, libidinoso; libertino.
39
missionária (At 18.1-17). A igreja era composta de
alguns judeus, sendo sua maioria constituída de gentios
convertidos do paganismo. Depois da partida de Paulo
de Corinto, surgiram vários problemas na jovem igreja,
que requereram sua autoridade e doutrina apostólica,
por carta e visitas pessoais.
Autor
A autenticidade de ICoríntios nunca foi
seriamente desafiada. Em estilo, linguagem e filosofia,
a epístola pertence ao apóstolo Paulo.
A própria índole1 da carta é uma prova de
que Paulo é o autor humano da mesma. No primeiro
capítulo diz ele que é Paulo, que exerceu um longo
ministério entre eles, porém, que não batizou muitas
pessoas ali. Fala da sua conduta exemplar enquanto
esteve em Corinto e manifesta uma compreensão de
seus problemas e sua solução que só o apóstolo dos
gentios poderia ter. A melhor explicação para se
justificar a omissão do ensino doutrinário no começo
da carta é que Paulo pregara em Corinto por espaço de
quase dois anos, de maneira que não havia necessidade
de que lhes escrevesse sobre as verdades fundamentais
do Evangelho (ICo 1.1,12-17; 3.4,6,22; 16.21).
Os antigos “Pais” deram evidência de sobra
quanto à sua aceitação deste livro como uma carta
escrita pelo apóstolo Paulo. Tem feito parte do cânon
desde o seu começo. Clemente de Roma chama-a
“Epístola do bendito apóstolo Paulo” e Clemente de
Alexandria fez mais de cem citações dela. Os cristãos e
os inimigos do Cristianismo citaram-na como Epístola
1 Propensão natural; tendência característica; temperamento.
Feitio, condição, caráter.
40
autêntica escrita por Paulo, o apóstolo aos gentios.
Apresenta esta carta mais evidência em seu favor do
que a maioria dos escritos antigos, sem existir
controvérsia quanto a este assunto.
Data e as Circunstâncias
Existem vários motivos para aceitar-se a
declaração de Paulo de que ele se achava em Éfeso
quando escreveu a Epístola (ICo 16.8,9). Seu
ministério exercido em Éfeso durante três anos provê a
oportunidade (At 19.8,10,21,22; 20.31). Não era coisa
fácil escrever-se naqueles dias, porém de acordo com
ICoríntios 5-9, Paulo já tinha escrito a estes irmãos,
mas ignoramos como se perdeu a mencionada carta.
Ao sair Paulo de Corinto, levou consigo a
Aquila e Priscila até Éfeso onde os deixou (At
18.18,19). Enquanto Paulo seguiu para Jerusalém,
chegou a Éfeso o eloqüente orador Apoio, d e ^ _
Alexandria, até pregou com muito poder, porém não ^
conhecia senão o batismo de João Batista. Depois de
ouvi-lo falar, Priscila e Áquila tomaram-no e
ensinaram-lhe as demais verdades a respeito do Senhor
Jesus e da vinda do Espírito Santo. Depois Apoio
passou por Corinto onde pregou com tanta eloqüência
que alguns formaram um partido dando-lhe seu nome,
ao passo que outros ficaram fiéis a Paulo, que tinha
pregado a pura verdade, porém com simplicidade, com
o propósito de evitar que os gentios fixassem sua
atenção nele. Em Atenas Paulo falou perante os
eruditos e filósofos da sua época e uns poucos se
converteram a despeito daqueles que zombavam da
doutrina. De Atenas o apóstolo foi a Corinto, e ele
mesmo se expressou nestes termos: “E eu, irmãos,
quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho
41
de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem, ou de
sabedoria, porque decidi nada saber entre vós, senão a
Jesus Cristo, e Este crucificado. E foi em fraqueza,
temor e grande tremor que eu estive entre vós. A minha
palavra e a minha pregação não consistiram em
linguagem persuasiva de sabedoria, mas em
demonstração do Espírito e do poder, para que a vossa
fé não se apoiasse em sabedoria humana; e, sim, no
poder de Deus” (ICo 2.1-5).
Paulo também vivia do trabalho de suas
próprias mãos, fabricando tendas de campanha ou
barracas, e aos sábados discutia com os que
freqüentavam as sinagogas. Só quando chegaram Silas
e Timóteo de Macedônia, sem dúvida trazendo-lhe uma
oferta (Fp 4.15) é que Paulo abandonou o trabalho
manual que estava fazendo para dedicar-se
integralmente ao seu ministério. Naturalmente houve
um contraste entre a humildade e abnegação de Paulo e
a eloqüência de Apoio. Os dois pregadores não
desejaram que isso acontecesse, nem pretendiam causar
divisões entre os irmãos, nem houve ciúme ou inveja
entre eles (ICo 16.12). A formação dos dois partidos
entre os coríntios foi simplesmente uma manifestação
de sua carnalidade, e assim foi que Paulo considerou o
fato (ICo 3.3,4).
Enquanto Paulo estava em Efeso, de regresso
de Jerusalém e no começo de sua terceira viagem
missionária, ouvia falar destas divisões entre crentes de
Corinto, e também de certas imoralidades ali
praticadas. Escreveu-lhes acerca do dever de se
separarem dos que estavam em pecado e recebeu uma
resposta por escrito na qual lhe faziam certas
perguntas. Talvez Estéfanas, Fortunato e Acaio
trouxessem o recado e dessem mais notícias
verbalmente (ICo 16.17). Além da mencionada carta da
42
Igreja de Corinto, veio a Éfeso a família do irmão Cloe
e os membros desta família contaram a Paulo
detalhadamente a condição espiritual dessa igreja. O
apóstolo enviou Timóteo para lá imediatamente, sem
esperar para escrever-lhes. Já vimos, então, como foi
que ele sentiu a necessidade de escrever esta carta, a
fim de aplicar a cada problema da igreja de Corinto a
solução ditada pelo Espírito Santo. Como fundador da
mencionada igreja e como apóstolo dos gentios por
determinação de Deus, a responsabilidade pesava sobre
ele (2Co 11.28). A inspiração divina na composição da
epístola nota-se no fato de que Paulo explica as
verdades fundamentais que formam os princípios ou
regras para as decisões ou procedimentos que cabem
em cada caso. Assim sendo, a carta é de grande
importância e utilidade para a instituição de igrejas na
atualidade, e damos graças a Deus que no-la tem
conservado.
Pelas razões acima expostas consideramos
que esta Epístola foi escrita lá pelo fim dos três anos
do ministério de Paulo em Éfeso, entre 55 ou 56 da era
cristã.
Propósito
Paulo tinha dois motivos principais ao
escrever esta epístola:
• Tratar dos sérios problemas da igreja de Corinto, de
que fora informado. Eram pecados que os coríntios
não levavam muito a sério, mas que Paulo sabia
serem graves.
• Aconselhar e doutrinar sobre variados assuntos que
os coríntios lhe encaminharam por escrito. Isso
incluía assuntos doutrinários e de conduta e pureza,
tanto individual, como da congregação.
43
Visão Panorâmica
Esta epístola trata dos problemas que uma
igreja experimenta quando seus membros continuam
“carnais” (ICo 3.1-3) e não se separam de uma vez,
dos incrédulos a seu redor (2Co 6.17). São problemas
tipo espírito de divisão (ICo 1.10-13; 11.17-22),
tolerância de pecado tipo incesto1 (ICo 5.1-13),
imoralidade sexual em geral (ICo 6.12-20), ação
judicial entre os cristãos (ICo 6.1-11), idéias
humanistas a respeito da verdade apostólica (ICo 15) e
conflitos a respeito da “liberdade cristã” (ICo 8-10).
Paulo também instrui os coríntios a respeito do
celibato2 e do casamento (ICo 7), o culto público,
inclusive a Ceia do Senhor (ICo 11-14) e a oferta para
os santos de Jerusalém (ICo 16.1-4).
Entre os ensinos mais importantes de Paulo
em ICoríntios, está o das manifestações e dons do
Espírito Santo nos cultos da igreja (ICo 12-14). O
ensino desses capítulos é o mais rico do Novo
Testamento sobre a natureza e o conteúdo da adoração
na igreja primitiva (ICo 14.26-33).
Paulo mostra que o propósito de Deus para a
igreja inclui uma rica variedade de dons do Espírito
através de crentes fiéis (ICo 12.4-10) e de pessoas
chamadas para exercer certos ministérios (ICo 12.28-
30) - uma diversidade dentro da unidade, comparável
às múltiplas funções do corpo humano (ICo 12.12-27).
No da operação dos dons espirituais na congregação,
Paulo faz uma distinção essencial entre a edificação
individual e a coletiva como assembléia (ICo 14.2-
1 União sexual ilícita entre parentes consangüíneos, afins ou
adotivos.
2 O estado de uma pessoa que se mantém solteira.
44
6,12,16-19,26), e reitera que todas as manifestações
públicas dos dons devem brotar do amor (ICo 13) e
existirem para a edificação de todos os crentes (IC o
12.7; 14.4-6,26).
Características Especiais
Cinco características especiais vemos em
ICoríntios:
1. De todo o Novo Testamento, é a epístola que mais
trata de problemas. Ao tratar dos vários problemas e
assuntos de Corinto, Paulo apresenta princípios
espirituais claros e permanentes, sendo cada um
deles universalmente aplicáveis à igreja (ICo 1.10;
6.17,20; 7.7; 9.24-27; 10.31,32; 14.1-10; 15.22,23).
2. Há um destaque geral sobre a unidade da igreja local
como corpo de Cristo, destaque este no ensino sobre
divisões, Ceia do Senhor e dons espirituais.
3. Esta epístola contém o mais amplo ensino do Novo
Testamento em assuntos de grande importância como
o celibato, o casamento e novo casamento (capítulo
7); a Ceia do Senhor (ICo 10.16-21; 11.17-34);
línguas, profecias e dons espirituais durante o culto
(ICo 12,14); o amor cristão (ICo 13); e a
ressurreição do corpo (ICo 15).
4. A epístola é de valor incalculável para o ministério
pastoral, no tocante à disciplina eclesiástica (ICo 5).
5. Salienta1 a possibilidade indubitável2 de decair da fé,
aqueles que persistem numa conduta ímpia e que não
têm firmeza em Cristo (ICo 6.9,10; 9.24-27; 10.5-
12,20,21; 15.1-2).
1 Tornar-se saliente ou notável; evidenciar-se, distinguir-se,
sobressair.
2 Sobre que não pode haver dúvida; incontestável, irrefragável.
45
Correções na Conduta Cristã (ICo 1-11)
A maravilhosa igreja de Corinto, a jóia
brilhante da coroa do trabalho de Paulo, estava
fracassando, porque o mundanismo (carnalidade) se
tinha introduzido em seu seio.
Tudo corria bem enquanto a igreja penetrava
na cidade de Corinto, mas quando Corinto penetrou na
igreja, o desastre começou.
O maior perigo da igreja de Corinto vinha de
dentro. É uma verdade sempre confirmada.
Espírito de partidos.
Paulo fala das divisões e grupos na igreja.
Nada destrói mais o coração e a vida de uma igreja, do
que a política de partidos. Cristianismo é amor. Só
Jesus Cristo pode curar o mal das divisões (ICo 1.13).
Todo olhar, todo coração e todo espírito deve voltar-se
para um objetivo: Jesus Cristo, nosso Salvador pessoal.
A Cruz.
1. A cruz era “escândalo para os judeus”.
Algo com que não podiam conformar-se
(ICo 1.23). Não era possível compreender como tal
demonstração de fraqueza podia ser fonte de poder.
Para eles, um homem morrendo na cruz não parecia o
Salvador do mundo. A cruz significava fracasso para
eles.
2. A cruz era “Loucura para os gregos”.
Os gregos olhavam com desdém a religião
sem base científica, ensinada primeiro num recanto
atrasado do mundo, como Nazaré, pelo filho de um
carpinteiro que nunca estudara em Atenas ou Roma. Os
gregos idolatravam “cérebros”.
46
Mas Deus nunca desprezou as coisas
humildes. Ele usou a funda1 de Davi para derrubar
Golias, o pior inimigo de Israel. Usou a merenda2 de
um menino para alimentar uma multidão. Ou a cruz é
“o poder de Deus” ou é “loucura”. Nenhuma pessoa
jamais deixa a cruz na mesma condição em que a ela
veio. Terá de aceitá-la ou de rejeitá-la. Se a aceita,
torna-se filho de Deus (Jo 1.12); se a repudia, é réu,
condenado (Jo 3.36). Paulo não pregou um Cristo
conquistador ou filósofo, porém, Cristo crucificado e
humilde (ICo 2.2). Paulo diz: “Nem eu tão pouco julgo
a mim mesmo” (ICo 4.3).
Não sabeis?
Esta é uma expressão usada por Paulo. Sua
fé se baseava em fatos. Ele queria saber das coisas.
Sublinhe os “não sabeis?” do capítulo 6. Que nos
compete saber? “Ou não sabeis porque o nosso corpo é
o templo do Espírito Santo, que habita em vós,
proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?
Porque fostes comprados por bom preço; glorificai,
pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os
quais pertencem a Deus” (ICo 6.19,20). Se o nosso
corpo foi redimido pelo Senhor Jesus Cristo, então não
nos pertence mais, e sim Aquele que nos comprou com
o seu precioso sangue. “Porque fostes comprados por
preço”. A Escritura não estabelece regrinhas de
conduta nem diz que coisas devem ou não fazer, antes,
estabelece princípios pelos quais o cristão deve
orientar suas ações. Alguém disse que a liberdade
cristã não quer dizer o direito que temos de fazer o que
1 Laçada de couro ou de corda para arrojar pedras, ou outros
projetis, ao longe.
Refeição leve, entre o almoço e o jantar. O que se leva em
farnel para comer no campo ou em viagem.
47
queremos, e sim o que devemos. Paulo diz: “Todas as
coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm;
todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei
dominar por nenhuma” (ICo 6.12).
Casamento.
Deus apresenta com clareza os princípios do
casamento. Quando duas pessoas se casam, fazem-no
por toda a vida. Leiam o que disse Jesus acerca do
divórcio (Mt 5.31,32; 19.3-11; Mc 10.2-12). São
declarações claras. Anotem ICoríntios 7.9,13 na
Bíblia. Meditem nesses versículos.
A Ceia do Senhor
A Ceia do Senhor é descrita em quatro
trechos bíblicos: Mateus 26.26-29; Marcos 14.22-25;
Lucas 22.15-20; ICoríntios 11.23-32.
Sua importância relaciona-se com o passado,
o presente e o futuro.
Sua importância no passado.
É um memorial (gr. anam nesis; ICo 11.24-
26; Lc 22.19) da morte de Cristo no Calvário, para
redimir os crentes do pecado e da condenação. Através
da Ceia do Senhor, vemos mais uma vez diante de nós
a morte salvífica de Cristo e seu significado redentor
para nossa vida. A morte de Cristo é nossa motivação
maior para não cairmos em pecado e para nos
abstermos de toda a aparência do mal (lT s 5.22). É um
ato de ação de graças (gr. eucharistia) pelas bênçãos e
salvação da parte de Deus, provenientes do sacrifício
de Jesus Cristo na cruz por nós (ICo 11.24; Mt
26.27,28; Mc 14.23; Lc 22.19).
48
Sua importância no presente.
A Ceia do Senhor é um ato de comunhão (gr.
koinoniá) com Cristo e de participação nos benefícios
da sua morte sacrificial e, ao mesmo tempo, comunhão
com os demais membros do corpo de Cristo (IC o
10.16,17). Nessa ceia com o Senhor ressurreto, Ele,
como o anfitrião, faz-se presente de modo especial (cf.
Mt 18.20; Lc 24.35). E o reconhecimento e a
proclamação da Nova Aliança (gr. kaine diatheke)
mediante a qual os crentes reafirmam o senhorio de
Cristo e nosso compromisso de fazer a sua vontade, de
permanecer leais, de resistir o pecado e de identificar-
nos com a missão de Cristo (IC o 11.25; Mt 26.28; Mc
14.24; Lc 22.20).
Sua importância no futuro.
A Ceia do Senhor é um antegozo do reino
futuro de Deus e do banquete messiânico futuro,
quando então, todos os crentes estarão presentes com o
Senhor (Mt 8.11; 22.1-14; Mc 14.25; Lc 13.29;
22.17,18,30). Antevê a volta iminente de Cristo para
buscar o seu povo (ICo 11.26) e encena a oração:
“Venha o teu Reino” (Mt 6.10; cf. Ap 22.20). Na Ceia
do Senhor, toda essa importância acima mencionada, só
passa a ter significado se chegarmos diante do Senhor
com fé genuína, oração sincera e obediência à Palavra
de Deus e à sua vontade.
Instruções Quanto à Conduta Cristã
(ICo 12-16)
Em ICoríntios 12 encontramos os dons que o
Espírito dá aos crentes. Nos versículos 1-3 ele fala da
transformação que se deu na vida dos cristãos coríntios
após abandonarem o culto de ídolos mortos para adorar
49
Autor: O Apóstolo Paulo
Segunda Data: 55/56 d.C.
Carta aos Tema: Glória Através do Sofrimento
Coríntios Pa^avras-Chave: Consolação, sofrimento,
ministério, glória, poder, fraqueza
Versículos-chave: 2Co 4.5; 5.20-21
Tendo Paulo fundado a igreja em Corinto,
durante sua segunda viagem missionária, manteve
contato freqüente com os coríntios a partir de então,
por causa dos problemas daquela igreja (ver a
introdução a ICoríntios).
A seqüência desses contatos e o contexto em
que 2Coríntios foi escrito são os seguintes:
• Depois de alguns contatos e correspondência inicial
entre Paulo e a igreja (ICo 1.1; 5.9; 7.1), ele
escreveu ICoríntios, de Efeso (primavera de 55 ou
56 d.C.).
• Em seguida, ele fez uma viagem a Corinto, cruzando
o mar Egeu, para tratar de problemas surgidos na
igreja. Essa visita, no período entre 1 e 2Coríntios
(2Co 13.1,2), foi espinhosa para Paulo e para a
congregação (2Co 2.1,2).
• Depois dessa visita afanosa1, informes chegaram a
Paulo em Efeso de que seus adversários estavam
atacando a sua autoridade apostólica em Corinto,
tentando persuadir uma parte da igreja a rejeitá-lo.
• -'Respondendo, Paulo escreveu 2Coríntios, na
Macedônia (outono de 55 ou 56 d.C.).
• Pouco depois, Paulo viajou outra vez a Corinto (2Co
13.1), permanecendo ali cerca de três meses (cf. At
20.1-3a). Foi ali que escreveu a Epístola aos
Romanos.
1Cheio de afã; trabalhoso, laborioso.
A utor
Paulo escreveu esta epístola à igreja de
Corinto e aos crentes de toda a Acaia (2Co 1.1),
identificando-se duas vezes pelo nome (2Co 1.1; 10.1).
Há duas afirmações de que Paulo escreveu a
carta (2Co 1.1 e 10.1). As coisas detalhadas que
escreve e as referências particulares especialmente no
capítulo dois, onde fala do mesmo homem que indica
na primeira Epístola, o capítulo cinco: estas constituem
provas de que o autor desta Epístola é o mesmo que o
da primeira. Não podia ser outro senão Paulo, o
apóstolo dos gentios, e que fundou a igreja de Corinto
(2Co 3.1-3). Só Paulo podia ter escrito 2Coríntios
12.19-13.10.
O testemunho externo é mais do que
suficiente para provar a mesma coisa. Desde Policarpo
em diante encontram-se referências a este livro, e
ocupa o terceiro lugar no Apostolicón de Marción (Ano
145).
Tema e Propósito
Tendo em mente que 2Coríntios é a defesa
pessoal do ministério de Paulo, resumiremos o seu
tema da seguinte maneira: o ministério de Paulo, seus
motivos, sacrifícios, responsabilidades e eficiência.
• Paulo escreveu esta epístola a três classes de pessoas
em Corinto;
• Primeiro escreveu para encorajar a maioria da igreja
que lhe era fiel, como seu pai espiritual;
• Escreveu para contestar e desmascarar os falsos
apóstolos que continuavam a difamá-lo, para, assim,
enfraquecer a sua autoridade e o seu apostolado, e
distorcer a sua mensagem;
53
• Escreveu, também, para repreender a minoria na
igreja influenciada por seus oponentes e que não
acatavam a sua autoridade e correção. Paulo
reafirmou sua integridade e sua autoridade
apostólica em relação a eles, esclareceu os seus
motivos e os advertiu contra novas rebeliões.
2Coríntios visou a preparar a igreja como um todo,
para sua visita iminente1.
A Data e as Circunstâncias
Depois de enviar a primeira Epístola aos
Coríntios Paulo esperou em Éfeso até o alvoroço no
teatro (At 19.23-41), que o fez sair da cidade. Já tinha
o propósito de visitar a Macedônia e Acaia e tinha
enviado adiante dele Timóteo e Erasto (At 19.21,22).
Partiu de Éfeso e chegou a Trôade. Nesta cidade teve
muitas oportunidades para pregar o Evangelho, mas
não teve sossego em seu espírito, pelo fato de Tito não
ter regressado, o qual fora enviado a Corinto por Paulo
para adverti-los a respeito da oferta (2Co 12.18-8.6,16)
e para saber de que maneira os irmãos de Corinto
tinham recebido a carta anterior (2Co 2.12,13).
Paulo partiu de Trôade para Macedônia, onde
Tito o encontrou quando de seu regresso de Corinto
(2Co 7.5-7). As notícias que trouxe da submissão da
igreja às coisas que foram ordenadas na carta: sua
pronta obediência c a tristeza da maioria pelo que
acontecera, não se acham somente neste capítulo sete,
mas também de vez em quando por todo o livro.
Também 2Coríntios 8.1 e 9.24 provam que esta carta
foi escrita desde a Macedônia, de modo que é claro que
Paulo a escreveu quando do regresso de Tito com as
1 Que ameaça acontecer breve; que está sobranceiro.
54
notícias da recepção da primeira Epístola, talvez uns
seis meses após aquela, cerca do ano 55 depois de
Cristo.
«»Quando Tito contou a Paulo que a igreja de
Corinto tinha disciplinado o culpado de acordo com as
suas instruções (ICo 5), e que a dita disciplina tinha
tido o efeito desejado pelo fato de o homem estar muito
triste e desejarem perdoá-lo (2Co 2.5-8), o apóstolo
naturalmente sentiu a sua responsabilidade de escrever-
lhes imediatamente com as instruções sobre o caso.
Com mais detalhes de Tito a respeito do caráter da
oposição ao apóstolo e a tendência de alguns em
prestar-lhes atenção quanto à importância da lei
mosaica, Paulo quis deixar claro também esse ponto,
tanto para defender seu próprio apostolado, como
também para dar autoridade aos seus ensinamentos.
Estas considerações, juntamente com os assuntos
materiais, com a sua visita e a coleta para os santos em
Jerusalém, fizeram-no sentir o impulso de escrever.
Deus usava as circunstâncias para fazê-lo cumprir a
vontade divina e assim temos este precioso livro no
cânon do Novo Testamento.
Visão Panorâmica
2Coríntios tem três divisões principais:
1. Na primeira (2Co 1-7), Paulo começa
dando graças a Deus pela sua consolação em meio aos
sofrimentos em prol do evangelho, elogia os coríntios
por disciplinarem um grande transgressor e defende a
sua integridade ao alterar seus planos de viagem. Em
2Coríntios 3.1-6.10, Paulo apresenta o mais extenso
ensino do Novo Testamento sobre o verdadeiro caráter
do ministério. Ressalta a importância da separação do
mundo (2Co 6.11-7.1) e expressa sua alegria ao saber,
através de Tito, do arrependimento de muitos na igreja
de Corinto, que antes desacatavam a sua autoridade
apostólica (2Co 7).
2. Nos capítulos 8 e 9, Paulo exorta os
coríntios a demonstrar a mesma generosidade cristã e
sincera dos macedônios, ao contribuírem na campanha
por ele dirigida, a favor dos crentes pobres de
Jerusalém.
3. O estilo da epístola muda nos capítulos
10-13. Agora, Paulo defende o seu apostolado,
discorrendo sobre a sua chamada, qualificações e
sofrimentos como um verdadeiro apóstolo. Com isso,
Paulo espera que os coríntios reconheçam os falsos
apóstolos entre eles, o que os poupará de futura
disciplina quando ele lá chegar. Paulo termina
2Coríntios com a única bênção trinitária no Novo
Testamento (2Co 13.13).
Características Especiais
Quatro fatos principais caracterizam esta
epístola:
humildade, desculpas e até mesmo constrangimento,
mas foi necessário, tendo em vista a situação em
Corinto.
2. Ultrapassa todas as demais epístolas paulinas no que
tange à revelação da intensidade e profundidade do
amor e cuidado de Paulo por seus filhos espirituais.
3. Contém a mais completa teologia do Novo
Testamento sobre o sofrimento do crente (2Co 1.3-
11; 4.7-18; 6.3-10; 11.23-30; 12.1-10), e de igual
modo, sobre a contribuição cristã (2Co 8-9).
56
4. Termos-chave, tais como fraqueza, aflição, lágrimas,
perigos, tribulação, sofrimento, consolação,
jactância, verdade, ministério e glória, destacam o
conteúdo incomparável desta carta.
Comentário
Paulo estava um pouco preocupado sobre
como a igreja de Corinto teria recebido sua primeira
carta. Perguntava-se a si mesmo como teriam aceitado
suas exortações. Por isso mandou Tito e talvez Timóteo
a Corinto para verificar o resultado da epístola.
Durante sua terceira viagem missionária, em Filipos,
Tito contou que a maioria da igreja recebera a carta
com bom espírito.
Alguns, porém, duvidaram dos seus motivos,
chegando mesmo a negar o seu apostolado. Talvez
pusessem isto em dúvida porque Paulo não pertenceu
ao grupo dos doze.
Nessas circunstâncias, Paulo escreveu a
segunda epístola, não só para expressar sua alegria por
causa das notícias alegres sobre a maneira como sua
primeira epístola foi recebida, como também para
defender o seu apostolado.
O Ministério de Paulo (2Co 1-7)
Paulo começa sua segunda epístola com as
saudações habituais e ações de graças (2Co 1.1-11).
Todos nós apreciamos uma história verdadeira. Paulo
narra, nesse documento, tantas experiências pessoais da
sua vida, que não há quem não goste de lê-las. Começa
contando as grandes aflições pelas quais tem passado.
Através de todas as suas provações, aprendeu a
conhecer melhor a Deus.
57
Paulo tinha consciência da sua sinceridade e
fidelidade quando trabalhou entre os coríntios.
Explicou-lhes que tinha mandado sua primeira carta em
vez de vir pessoalmente, a fim de poder, quando viesse,
louvá-los e não repreendê-los (2Co 1.23-2.4). Ele
invoca o testemunho de Deus para a sua declaração.
Os doutores da lei, dos dias de Paulo, sempre
levavam consigo cartas de apresentação. Procuravam
combater Paulo por todos os meios. Perguntavam:
“Quem é esse Paulo? Que carta de recomendação traz
de Jerusalém?” Como era tola a pergunta! Acaso Paulo
precisaria de carta de recomendação para uma igreja
que ele próprio fundara? “Por que”? “Vós sois a nossa
carta, escrita em nossos corações, conhecida e lida por
todos os homens” (2Co 3.2).
As vidas dos verdadeiros cristãos em Corinto
eram cartas, que serviam para recomendar tanto a
Paulo, o servo, como a Cristo, o Senhor.
Paulo teve um ministério triunfante, mas
cheio de aflições. A vitória tem um preço! Paulo conta
muita coisa a respeito das suas tribulações (capítulos
4,6 e 11). Na sua gloriosa conversão, o Senhor disse:
“Pois eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo
meu Nome” (At 9.16).
As provações parecem ter começado logo
depois e o acompanharam durante trinta anos. Paulo,
porém, mostrava-se sempre otimista, pois sabia que as
aflições presentes tornavam maior a glória vindoura1
(2Co 4.17,18).
Em todas as suas aflições Paulo encontra
conforto na ressurreição. Vivia sob a inspiração de que,
um dia, seu corpo seria transformado e glorificado
(2Co 5.10).
1 Que há de vir ou acontecer; futuro, venturo.
58
V-Ur ^ a^v0 ministério de Paulo é levar os
homens a se reconciliarem com Deus (2Co 5.20). O
supremo interesse de Deus está no homem. Como
embaixador de Cristo o apóstolo apela aos homens do
mundo.
Segue-se o seu apelo para uma vida de
santidade (2Co 6.11-7.16). Santidade de vida quer
dizer “tudo” para Deus. Paulo roga aos seus
cooperadores que não recebam em vão a benignidade
de Deus, porém, abram seus corações a Ele.
Liberdade no Ar (2Co 8 e 9)
Paulo relata à igreja de Corinto a
generosidade das igrejas da Macedônia em favor do
Fundo de Socorro para a Palestina, contra a fome.
Embora fossem pobres, primeiro se haviam dado ao
Senhor. Todas as igrejas da Ásia Menor e da Grécia
contribuíram para o fundo. Isto começara um ano antes
(2Co 8.10).
Paulo escreveu isto quando estava na
Macedônia. Não tinha aceitado de nenhuma igreja
qualquer salário para o seu trabalho. Cristo era o
exemplo desses cristãos primitivos (2Co 8.9). Como
Dar:
• Da vossa pobreza (2Co 8.2); y /
• Generosamente (2Co 8.3); y/
• Espontaneamente (2Co 9.7);
• Proporcionalmente (2Co 8.12,13,14); J
• Com alegria (2Co 9.7); sJ
• Abundantemente (2Co 9.6). v/
Deus sempre prometeu recompensas ao que
dá com generosidade (2Co 9.6). Ele nos enriquece não
só de bênçãos espirituais como também materiais.
Essas dádivas serviam para fortalecer os laços de
59
fraternidade entre os cristãos judeus e gentios. “Graças
a Deus pelo seu dom inefável1“ (2Co 9.15).
O Apostolado de Paulo (2Co 10-13)
Alguns membros da igreja acusavam Paulo
de covardia. Diziam que era corajoso nas suas cartas,
mas fraco em pessoa. O Novo Testamento não nos dá
qualquer idéia da aparência de Paulo. Imaginar que
esse homem, capaz de revolucionar cidades, era fraco,
seria absurdo. Devia ter uma personalidade poderosa e
dominante. Era pessoa de extraordinários dons e dotado
de intelecto agudo e pesquisador. Além disso, Cristo
habitava nele e operava através dele. Ele ocultava-se
atrás da cruz.
Seus inimigos diziam que nenhum apóstolo
trabalhava com as próprias mãos para sustentar-se.
Apontavam os outros apóstolos, mas Paulo explicou
que tinha direito de receber um salário, porém o
recusava a fim de que os falsos mestres não abusassem
do seu exemplo comercializando o ministério. Declarou
que, ao menos, havia fundado suas próprias igrejas e
não andava perturbando igrejas fundadas por outros,
como eles faziam. “Mas eles, medindo-se consigo
mesmos, e comparando-se consigo mesmos, revelam
insensatez2“ (2Co 10.12-18).
'jX - g Paulo foi arrebatado ao “Paraíso”, a saber, o
terceiro céu. Você se lembra que Jesus, ao morrer, foi
ao Paraíso (Lc 23.43). Lá Paulo teve visões e
revelações maravilhosas, e ouviu coisas que ao homem
não era lícito falar (2Co 12.4). Nenhuma linguagem
1 Que não se pode exprimir por palavras; indizível. Encantador,
inebriante.
2 Falto de senso ou razão; demente, louco; descocado. Que não
revela bom senso.
60
humana, jamais poderia descrever a glória delas. Seria
o mesmo que tentar descrever um pôr de sol para um
cego de nascença. Paulo não tinha com que compara-
las para poder fazer-nos compreendê-las.
Parece que por causas dessas visões
celestiais, Deus permitiu que Paulo sofresse um
impedimento físico. O Senhor conhece o perigo do
orgulho do coração humano depois de uma experiência
assim e, por isso, consentiu num “mensageiro de
Satanás para esbofetear” o seu servo. O Próprio
apóstolo chamou a essa aflição “espinho na carne”
(2Co 12.7).
61
Questionário
• Assinale com “X ” as alternativas corretas
6. A segunda carta de Paulo aos Coríntios foi escrita
a)| | Em Roma
b)l | Em Jerusalém
c)IXl Na Macedônia
d)| | Em Alexandria
7. Noticiou Paulo sobre a recepção da primeira
Epístola, contou a Paulo que a igreja de Corinto
tinha disciplinado um culpado de acordo com as suas
instruções
a)| I Silvano
b)K1 Tito
c)| I Erasto
d)| I Tíquico
8. Lá Paulo teve visões e revelações maravilhosas, e
ouviu coisas que ao homem não era lícito falar •
a)í~~| No Paraíso
b)| | Em Corinto
c)| I No Templo
d ) 0 Em Roma
• Marque “C” para Certo e “E ” para Errado
9. <c O alvo do ministério de Paulo é levar os homens a
se reconciliarem entre eles
1 0 . 2Coríntios é a mais autobiográfica das epístolas
de Paulo
62
Lição 3
Cartas de Paulo: Aos Filipenses,
Colossenses, 1 e 2Tessalonicenses, 1 e
2Timóteo, Tito e Filemom
Autor: O Apóstolo Paulo
Carta aos Data: Cerca de 62/63 d.C. f
Filipenses Tema: Alegria de Viver por Cristo
r Palavras-Chave: Alegria, regozijar
Versículo-chave: Fp 4.4
A igreja de Filipos foi fundada por Paulo e
sua equipe de cooperadores (Silas, Timóteo e Lucas) na *
sua segunda viagem missionária, em obediência a uma
visão que Deus lhe dera em Trôade (At 16.9-40).
Um forte elo de amizade desenvolveu-se
entre o apóstolo e a igreja em Filipos. Várias vezes a
igreja enviou ajuda financeira a Paulo (2Co 11.9; Fp
4.15,16) e contribuiu generosamente para a coleta que
o apóstolo providenciou para os crentes pobres de
Jerusalém (cf. 2Co 8-9). Parece que Paulo visitou a
igreja duas vezes na sua terceira viagem missionária
(At 20.1,3,6).
1Causar regozijo a; alegrar muito.
63
Propósito
Da prisão (Fp 1.7,13,14), certamente em
Roma (At 28.16-31), Paulo escreveu esta carta aos
crentes filipenses para agradecer-lhes pela sua oferta
generosa, cujo portador foi Epafrodito (Fp 4.14-19) e
para informá-los do seu estado pessoal. Além disso,
escreveu para transmitir à congregação a certeza do
triunfo do propósito de Deus na sua prisão (Fp 1.12-
30), para assegurar à igreja que o mensageiro por ela
enviado (Epafrodito) cumprira fielmente a sua tarefa e
que não estava voltando antes do devido tempo (Fp
2.25-30), e para levar os membros da igreja a se
esforçarem para conhecer melhor o Senhor,
conservando a unidade, a humildade, a comunhão e a
paz.
Visão Panorâmica
Diferente de muitas das cartas de Paulo,
Filipenses não foi escrita primeiramente devido a
problemas ou conflitos na igreja. Sua tônica básica é de
cordial afeição e apreço pela congregação. Da saudação
inicial (Fp 1.1) à bênção final (Fp 4.23), a carta
focaliza Cristo Jesus como o propósito da vida e a
esperança da vida eterna por parte do crente. Nesta
epístola, Paulo trata de três problemas menores em
Filipos:
• O desânimo dos crentes ali, por causa da prisão
prolongada de Paulo (Fp 1.12-26);
• Pequenas sementes de discórdia entre duas mulheres
da igreja (Fp 4.2; cf. Fp 2.2-4);
• A ameaça de deslealdade sempre presente entre as
igrejas, por causa dos mestres judaizantes e dos
crentes de mentalidade terrena (Fp 3).
64
Autor: O Apóstolo Paulo
Data: Cerca de 62 d.C.
Carta aos Tema: A Supremacia de Cristo
^ , Palavras-Chave: Plenitude, sabedoria,
Colossenses . . _ .conhecimento, misteno
Versículos-chave: Cl 1.18-29; 2.10
A cidade de Colossos estava localizada perto
de Laodicéia (cf. Cl 4.16), no sudeste da Ásia Menor,
cerca de 160 quilômetros a leste de Éfeso. A igreja
colossense, tudo indica, foi fundada como resultado do
grandioso ministério de Paulo em Éfeso, durante três
anos (At 20.31), cujos efeitos foram tão poderosos e de
tão grande alcance que “todos os que habitavam na
Ásia ouviram a palavra do Senhor Jesus” (At 19.10).
Paulo talvez nunca tenha visitado Colossos
pessoalmente (Cl 2.1), mas mantivera contatos com a
igreja através de Epafras, um dos seus convertidos e
cooperadores naquela cidade (Cl 1.7; 4.12).
O motivo desta epístola foi o surgimento de
ensinos falsos na igreja colossense, ameaçando o seu
futuro espiritual (Cl 2.8). Quando Epafras, dirigente da
igreja colossense e seu provável fundador, viajou com
o objetivo de visitar Paulo e informar-lhe a respeito da
situação em Colossos (Cl 1.8; 4.12), Paulo então
escreveu esta epístola. Nessa ocasião Paulo estava
preso (Cl 4.3,10,18), possivelmente em Roma (At
28.16-31), aguardando comparecer perante César (At
25.11,12). O cooperador de Paulo, Tíquico, entregou
pessoalmente a carta em Colossos, em nome do
apóstolo (Cl 4.7).
Não está descrita claramente na carta a
heresia surgida em Colossos, uma vez que os leitores
originais a conheciam bem.
65
No entanto, pelas refutações1 de Paulo ao
falso ensino, deduz-se que era uma mistura estranha de
ensinos cristãos, tradições judaicas extrabíblicas e
filosofias pagãs (semelhante ao sincretismo2 religioso
das seitas falsas de hoje). Tal ensino subvertia3 e
substituía a centralidade de Jesus.
Esta carta foi escrita de Roma, Cerca de 62
d.C. Colossenses é uma das “epístolas da prisão”.
Propósito
Paulo escreveu esta carta:
• Para combater os falsos ensinos em Colossos, que
estavam suplantando4 à centralidade e supremacia5
de Jesus Cristo na criação, na revelação, na
redenção e na igreja;
• Para ressaltar a verdadeira natureza da nova vida em
Cristo e suas exigências para o crente.
Visão Panorâmica
Depois de saudar a igreja e expressar
gratidão pela fé, amor e esperança dos crentes
colossenses, bem como pelo seu progresso contínuo,
Paulo focaliza dois assuntos principais: a doutrina
correta (Cl 1.13-2.23) e exortações práticas (Cl 3.1-
4.6).
Teologicamente, Paulo enfatiza o verdadeiro
caráter e glória do Senhor Jesus Cristo. Ele é a imagem
1Réplica, contestação; resposta.
2 Tendência à unificação de idéias ou de doutrinas diversificadas
e, por vezes, até mesmo inconciliáveis.
3 Perverter, corromper.
4 Abater, prostrar, derribar, derrubar.
5 Superioridade, preeminência, hegemonia. Poder supremo.
do Deus invisível (Cl 1.15), a plenitude da deidade em
forma corpórea (Cl 2.9), o criador de todas as coisas
(Cl 1.16,17), o cabeça da igreja (Cl 1.18) e a fonte
toda-suficiente da nossa salvação (1.14,20-22).
Enquanto Cristo é todo-suficiente, a heresia colossense
é totalmente insuficiente - vazia, enganosa e humanista
(Cl 2.8); de espiritualidade superficial e arrogante (Cl
2.18) e sem poder contra os apetites pecaminosos do
corpo (Cl 2.23).
Nas suas exortações práticas, Paulo faz um
apelo em favor de uma vida alicerçada na suficiência
completa de Cristo, como o único meio de progresso no
viver cristão. A realidade da habitação de Cristo neles
(Cl 1.27) deve evidenciar-se na conduta cristã (Cl 3.1-
17), no relacionamento doméstico (Cl 3.18-4.1) e na
disciplina espiritual (Cl 4.2-6).
67
Autor: O Apóstolo Paulo
P r i m e i r a C a r t a Data: Cerca de 51 d.C.
a o s Tema: A Volta de Cristo
Tessalonicenses Palavras-Chave: Agradecimento,
vinda, fe, esperança e
caridade1
Versículos-chave: lTs 1.9-10
Tessalônica, situada a pouco menos de 160
km a sudoeste de Filipos, era a capital, cidade principal
e porto da província romana da Macedônia. Entre os
200.000 habitantes da cidade, havia ali uma grande
comunidade judaica. Quando Paulo fundou a igreja
tessalonicense, na sua segunda viagem missionária, seu
frutífero ministério ali foi encerrado prematuramente
devido à intensa hostilidade2judaica (At 17.1-9).
Forçado a sair de Tessalônica, Paulo foi a
Beréia, onde outro ministério breve, porém bem-
sucedido, foi interrompido pela perseguição movida
pelos judeus que o seguiram desde Tessalônica (At
17.10-13).
A seguir, viajou para Atenas (At 17.15-34),
onde Timóteo se encontrou com ele; depois, Paulo
enviou Timóteo de volta a Tessalônica para verificar a
condição da nova igreja (lTs 3.1-5); ao mesmo tempo,
Paulo seguiu para Corinto (At 18.1-17). Timóteo, ao
completar sua tarefa, viajou para Corinto levando a
Paulo informações sobre a igreja tessalonicense (lTs
3.6-8), o que levou Paulo a escrever esta carta, talvez
três a seis meses depois de fundada a igreja.
1Amor.
2 Contrário, adverso, inimigo. Agressivo; provocante.
68
Tema
|  ' b O assunto principal é a Volta de Cristo. Pelo
fato de ter sido um tanto breve o ministério de Paulo
em Tessalônica, Havia necessidade de confirmar os
novos crentes nas verdades que Paulo já lhes havia
ministrado. Ligado a este assunto, há uma exortação
para santidade de vida, coragem a despeito da
perseguição (lTs 3.2-4) e consolo para os que haviam
perdido entes queridos (lT s 4.1-13).
Propósito
Por ter sido Paulo forçado pela perseguição a
sair de Tessalônica, os novos convertidos receberam
apenas um mínimo de ensino sobre a vida cristã. Ao
saber Paulo,, por meio de Timóteo, das reais
circunstâncias, escreveu esta epístola:
• Para expressar sua alegria pela fé e perseverança dos
tessalonicenses em meio à perseguição;
• Para instruí-los na santidade e na vida piedosa;
• Para elucidar1 certas doutrinas, especialmente no
tocante à situação dos crentes que morrem antes da
volta de Cristo.
Visão Panorâmica
Depois de saudar a igreja (lTs 1.1), Paulo,
com alegria, enaltece2 os tessalonicenses pelo seu zelo
e fé perseverantes em meio à adversidade"3 (lTs 1.2-10;
2.13-16). Responde às críticas contra ele, relembrando
1Tornar compreensível; esclarecer; explicar.
2 Exaltar, engrandecer.
3 Contrariedade, aborrecimento.
69
à igreja a pureza dos seus motivos (lTs 2.1-6), a
sinceridade da sua afeição e solicitude1 pelo rebanho
(lT s 2.7,8,17-20; 3.1-10) e a integridade da sua
conduta entre eles (lTs 2.9-12). Paulo destaca a
necessidade e importância da santidade e do poder na
vida cristã. O crente precisa ser santo (lT s 3.13; 4.1-8;
5.23,24), e o evangelho, acompanhado pelo poder e
manifestação do Espírito Santo (lT s 1.5). Paulo
admoesta os tessalonicenses à não extinguirem o
Espírito, a não desprezar as suas manifestações,
especialmente a profecia (lTs 5.19,20).
Um tema de destaque é a volta de Cristo para
livrar seu povo da ira de Deus sobre a terra (lTs 1.10;
4.13-18; 5.1-11). Parece que alguns crentes haviam
morrido em Tessalônica, motivando preocupação sobre
a sua salvação final. Por isso, Paulo explica o plano de
Deus para os santos que já tiverem partido quando
Cristo voltar para buscar a sua igreja (lT s 4.13-18), e
exorta os vivos sobre a importância de estarem
preparados quando Ele vier (lT s 5.1-11). Paulo termina
a carta com uma oração pela santificação e preservação
espiritual dos tessalonicenses (lT s 5.23,24).
1 Desejo de atender a alguma solicitação da melhor forma
possível; boa vontade.
70
Segunda Carta
aos
Tessalonicenses
Ao escrever Paulo esta epístola, a situação
na igreja de Tessalônica era quase a mesma da ocasião
em que ele escreveu a primeira carta (ver introdução a
ITessalonicenses).
É provável, pois, que esta carta tenha sido
escrita apenas poucos meses depois de
ITessalonicenses, quando Paulo ainda se encontrava
trabalhando em Corinto com Silas e Timóteo (2Ts 1.1;
cf. At 18.5).
Tudo indica que Paulo, ao ser informado do
acolhimento1 da sua primeira carta e do progresso dos
crentes tessalonicenses, foi movido a escrever esta
segunda carta.
Propósito
O propósito de Paulo nesta epístola é
semelhante ao de ITessalonicenses:
• Animar seus novos convertidos perseguidos;
Exortá-los a dar bom testemunho cristão e a
trabalhar cada um pelo seu sustento;
• Corrigir certos erros doutrinários sobre eventos dos
tempos do fim, ligados ao Dia do Senhor - “Dia de
Cristo” (2Ts 2.2).
1Ato ou efeito de acolher; recepção. Atenção, consideração.
Autor: O Apóstolo Paulo
Data: Cerca de 51 ou 52 d.C.
Tema: A Volta de Cristo
Palavras-Chave: Dia do Senhor,
homem do pecado, tradição
Versículo-chave: 2Ts 2.15
71
Visão Panorâmica
O tom da primeira carta de Paulo
tessalonicenses é o de uma ama que cria os seus filhos
(lT s 2.7). Na segunda, o tom é primeiramente o de um
pai que disciplina os filhos desobedientes para corrigir
seus caminhos (2Ts 3.7-12; cf. lTs 2.11). Elogia-os,
porém, pela sua fé perseverante e volta a encorajá-los a
permanecer fiéis em todas as perseguições (2Ts 1.3-7).
A seção principal da carta trata do Dia do
Senhor, no seu aspecto escatológico (2Ts 2.1-12; cf.
2Ts 1.7-10). Afigura-se de 2Tessalonicenses 2.2 que
alguns em Tessalônica afirmavam por “espírito”
(suposta revelação profética), por “palavra” (mensagem
verbal) ou “epístola” (supostamente escrita por Paulo),
que o tempo da grande tribulação e o Dia do Senhor já
haviam começado. Paulo corrige tal erro, declarando
que três eventos notáveis assinalarão e precederão a
chegada do Dia do Senhor (2Ts 2.2):
• Ocorrerá uma grande apostasia e rebelião (2Ts 2.3);
• A restrição determinada por Deus para resistir à
injustiça, será removida (2Ts 2.6,7);
• “O homem do pecado” se revelará (2Ts 2.3,4,8-11).
Paulo repreende aqueles que, na igreja, estavam se
aproveitando da expectativa da iminente volta de
Cristo como desculpa para a ociosidade1. Exorta os
crentes a serem diligentes e disciplinados no seu
viver (2Ts 3.6-12).
1 Qualidade ou estado de ocioso, de quem gasta o tempo
inutilmente; inatividade.
72
Questionário
• Assinale com “X ” as alternativas corretas
1. Paulo em sua segunda viagem missionária, em
obediência a uma visão que Deus lhe dera em Trôade
fundou a igreja de Filipos com sua equipe de
cooperadores
a)| | Barnabé, Tito e Timóteo
b)| | Lucas, Tíquico e Silas
c)| | Áquila, Priscila e Tito
d ) 0 Silas, Timóteo e Lucas
2. O motivo que levou a Paulo escrever esta epístola
foi o surgimento de ensinos falsos na igreja
a)| | De Filipenses
b)[~~| De Colossenses
c)| | De ITesalonicenses
d)l | De 2Tesalonicenses
3. É o tema principal das cartas de Paulo a
Tessalonicenses
a)| | Glória através do sofrimento
b)l I Supremacia de Cristo
c)ÍKl A volta de Cristo
d)| | Alegria de viver por Cristo
• Marque “C” para Certo e “E” para Errado
4 . m Colossenses é uma das “epístolas da prisão”
5.|g~l Em 2Tessalonicenses Paulo exortá-os a dar bom
testemunho cristão e a trabalhar cada um pelo seu
sustento
73
Primeira
Carta a
Timóteo
Um dos cuidados principais que Paulo
transmite ao seu jovem auxiliar é que Timóteo lute com
denodo1 pela fé e refute os falsos ensinos que estavam
comprometendo o poder salvífico do evangelho (lT m
1.3-7; 4.1-8; 6.3-5,20,21). Paulo também instrui
Timóteo a respeito das qualificações espirituais e
pessoais dos dirigentes da igreja, e oferece um quadro
geral das qualidades de um obreiro candidato a futuro
pastor de igreja.
Entre outras coisas, Paulo ensina Timóteo
sobre o relacionamento pastoral com os vários grupos
dentro da igreja, como as mulheres em geral (lT m 2.9-
15; 5.2), as viúvas (lT m 5.3-16), os homens mais
idosos e os mais jovens (lT m 5.1), os presbíteros (lT m
5.17-25), os escravos (lT m 6.1,2), os falsos mestres
(lT m 6.3-6) e os ricos (lT m 6.7-10,17-19). Paulo
confia a Timóteo cinco tarefas distintas para ele
cumprir (lT m 1.18-20; 3.14-16; 4.11-16; 5.21-25;
6 . 20- 21) . * * 2.
Nesta epístola, Paulo exprime sua afeição a
Timóteo como seu convertido e filho na fé, e
estabelece um elevado padrão de piedade para a vida
dele e da igreja.
1 Qualidade de denodado; ousadia, intrepidez, valor, coragem,
bravura, destemor.
Autor: O Apóstolo Paulo
Data: Cerca de 65 d.C.
Tema: A Sã Doutrina e a Piedade
Palavras-Chave: Cuidado, vigilância,
força, compromisso
Versículos-chave: lTm 3.15; 4.12
74
A utor
l V - i_e 2 Timóteo e Tito - comumente1chamadas
“epístolas pastorais” - são cartas escritas por Paulo
(lT m 1.1; 2Tm 1.1; Tt 1.1) a Timóteo (em Éfeso) e
Tito (em Creta) concernente2 ao cuidado pastoral das
igrejas. Alguns críticos questionam a autoria destas
cartas por Paulo, mas a igreja primitiva corroborava3
sua autoria paulina. Embora haja diferenças de estilo e
de vocabulário nas epístolas pastorais ao compará-las
com as outras cartas de Paulo, estas diferenças podem
decorrer da avançada idade de Paulo e sua solicitude
pessoal com os ministérios de Timóteo e Tito.
Paulo escreveu ITimóteo depois dos eventos
relatados no fim de Atos, a primeira prisão de Paulo em
Roma terminou (At 28), segundo parece, com a sua
libertação (2Tm 4.16,17). Posteriormente, segundo
Clemente de Roma (cerca de 96 d.C.) e o Cânon
Muratoriano (cerca de 190 d.C.), Paulo viajou de
Roma, dirigindo-se para o oeste, até a Espanha, e
ministrou a Palavra de Deus ali, como era seu desejo há
longo tempo (cf. Rm 15.23,24,28).
Conforme relatam as Epístolas Pastorais,
Paulo a seguir, voltou à região do mar Egeu
(especialmente Creta, Macedônia e Grécia) e aí
continuou seu ministério. Durante esse período (cerca
de 64,65 d.C.), Paulo comissionou Timóteo como seu
representante apostólico para ministrar em Éfeso, e
Tito para fazer o mesmo em Creta. Da Macedônia,
Paulo escreveu sua primeira carta a Timóteo, e, pouco
mais tarde, escreveu a Tito. Posteriormente, Paulo foi
preso de novo em Roma, quando então escreveu uma
1Em geral, ordinariamente.
2 Que concerne; relativo, atinente, referente.
3 Dar força a; fortificar, fortalecer, confirmar, comprovar.
segunda carta a Timóteo pouco antes do seu martírio,
em 67/68 (ver 2Tm 4.6-8; ver também introdução a
2Timóteo).
Propósito
Paulo teve um tríplice propósito ao escrever
ITimóteo:
• Exortar o próprio Timóteo a respeito do seu
ministério e da sua vida pessoal;
• Exortar Timóteo a defender a pureza do evangelho e
seus santos padrões da corrupção causada por falsos
mestres;
• Dar a Timóteo instruções a respeito de vários
assuntos e problemas de Efeso.
76
Segunda
Carta a
Timóteo
No capítulo 1, Paulo assegura a Timóteo o
seu incessante amor e orações, e exorta-o a nunca
transigir1 na fidelidade ao evangelho, a guardar com
diligência a verdade e a seguir o seu exemplo.
No capítulo 2, Paulo incumbe seu filho
espiritual a preservar a fé, transmitindo suas verdades a
homens fiéis que, por sua vez, ensinarão a outros (2Tm
2.2). Admoesta o jovem pastor a sofrer as aflições
como bom soldado (2Tm 2.3), a servir a Deus com
diligência e a manejar corretamente a palavra da
verdade (2Tm 2.15), a separar-se daqueles que se
desviam da verdade apostólica (2Tm 2.18-21), a
manter-se puro (2Tm 2.22) e a trabalhar com paciência
como mestre (2Tm 2.23-26).
No capítulo seguinte, Paulo declara a
Timóteo que o mal e a apostasia aumentarão (2Tm 3.1-
9), porém, ele precisa permanecer sempre, e em tudo,
leal às Escrituras (2Tm 3.10-17).
No capítulo final, Paulo incumbe Timóteo de
pregar a Palavra e de cumprir todos os deveres do seu
ministério (2Tm 4.1-5). Termina, informando a
Timóteo quanto aos seus assuntos pessoais, quando ele
já encarava a morte, e instando com o jovem pastor a
vir logo ao seu encontro (2Tm 4.6-21).
1Chegar a acordo; ceder, condescender, contemporizar.
Autor: O Apóstolo Paulo
Data: Cerca de 67 d.C.
Tema: Perseverança Inabalável na Fé
Palavras-Chave: Batalha, instrução,
responsabilidade
Versículos-chave: 2Tm 3.14-17; 4.1-5
77
A utor
t h V Esta é a última carta de Paulo. Ela foi escrita
quando o imperador Nero procurava impedir a
expansão da fé cristã em Roma, perseguindo
severamente os crentes. E Paulo voltara a ser
prisioneiro do imperador em Roma (2Tm 1.16,17).
Estava sofrendo privações como se fosse um criminoso
comum (2Tm 2.9), abandonado pela maioria dos seus
amigos (2Tm 1.15), e tinha consciência de que o seu
ministério chegara ao fim, e que sua morte se
aproximava (2Tm 4.6-8,18; ver introdução à ITimóteo
para um exame mais completo da autoria e do contexto
da epístola).
Paulo escreve a Timóteo como “amado filho”
(2Tm 1.2) e fiel cooperador (cf. Rm 16.21). Sua
intimidade com Timóteo e sua confiança nele percebe-
se no fato de o apóstolo mencioná-lo como seu
cooperador na escrita de seis epístolas, de Timóteo
haver permanecido consigo durante sua primeira prisão
(Fp 1.1; Cl 1.1; Fm 1), e de lhe haver escrito duas
cartas pessoais. Ante sua execução iminente, Paulo
pede duas vezes a Timóteo que venha estar novamente
com ele em Roma (2Tm 4.9,21). Timóteo ainda residia
em Éfeso quando Paulo lhe enviou esta segunda
epístola (lT m 1.3; 2Tm 1.18). Nesta epístola, o
apóstolo envia saudações a Onesíforo que residia em
Éfeso (2Tm 1.16), e igualmente para o casal Aquila e
Priscila (2Tm 4.19).
Características Especiais
Contêm as últimas palavras escritas por
Paulo antes da sua execução por ordem de Nero, em
Roma, uns 35 anos depois da sua conversão a Cristo.
78
Contém uma das declarações mais claras, na
Bíblia, a respeito da inspiração divina das Escrituras e
do seu propósito (2Tm 3.16,17); Paulo reafirma que as
Escrituras devem ser interpretadas com exatidão pelos
ministros da Palavra (2Tm 2.15) e insiste que a Palavra
de Deus seja confiada a homens fiéis que, por sua vez,
possam ensinar a outros (2Tm 2.2).
Do começo ao fim da carta aparecem
exortações sucintas, por exemplo, “despertes o dom de
Deus” (2Tm 1.6), “não te envergonhes” (2Tm 1.8),
sofre pelo evangelho (2Tm 1.8), “conserva o modelo
das sãs palavras” (2Tm 1.13), “guarda a verdade” (2Tm
1.14), “fortifica-te na graça” (2Tm 2.1), “passa adiante
a mensagem” (2Tm 2.2), “sofre as aflições” (2Tm 2.3),
“sê diligente na Palavra” (2Tm 2.15), “evita os
falatórios profanos” (2Tm 2.16), “foge dos desejos da
mocidade e segue a justiça” (2Tm 2.22), “acautela-te
da apostasia que há de vir” (2Tm 3.1-9), “permanece na
verdade” (2Tm 3.14), “pregues a Palavra” (2Tm 4.2),
“faze a obra de um evangelista” (2Tm 4.5) e “cumpre o
teu ministério” (2Tm 4.5).
Os temas iterativos1 destas muitas exortações
são: manter firme a fé (em Jesus Cristo e no evangelho
apostólico original), guardá-la da distorção e da
corrupção, opor-se aos falsos mestres e pregar o
evangelho com perseverança inabalável.
O testemunho de despedida de Paulo é um
exemplo comovedor de coragem e esperança diante do
martírio sentenciado (2Tm 4.6-8).
1Relativo a, ou em que há iteração. Repetido, reiterado.
79
Autor: O Apóstolo Paulo
Data: Cerca de 65/66 d.C.
P , Tema: A Sã Doutrina e as Boas Obras
ai. a a Palavras-Chave: Diligência1,
compromisso, responsabilidade
Versículos-chave: Tt 2.11-14
Tito, como 1 e 2 Timóteo, é uma carta
pessoal de Paulo a um dos seus auxiliares mais jovens.
É chamada de “epístola pastoral” porque trata de
assuntos relacionados com a ordem e o ministério na
igreja. Tito, um gentio convertido (G1 2.3), tornou-se
íntimo companheiro de Paulo no ministério apostólico.
Embora não mencionado nominalmente em Atos (por
ser, talvez, irmão de Lucas), o grande relacionamento
entre Tito e o apóstolo Paulo vê-se:
• Nas treze referências a Tito nas epístolas de Paulo;
• No fato de ele ser um dos convertidos e fruto do
ministério de Paulo (Tt 1.4; como Timóteo), e um
cooperador de confiança (2Co 8.23);
• Pela sua missão de representante de Paulo em pelo
menos uma missão importante a Corinto durante a
terceira viagem missionária do apóstolo (2Co
2.12,13; 7.6-15; 8.6, 16-24);
• Pelo seu trabalho como cooperador de Paulo em
Creta (Tt 1.5).
Paulo e Tito trabalharam juntos por um breve
período na ilha de Creta (a sudoeste da Ásia Menor, no
Mar Mediterrâneo), no período entre a primeira e a
segunda prisão dé Paulo em Roma (ver introdução a
1 Cuidado ativo; zelo, aplicação. Atividade, rapidez, presteza.
Providência; medida.
80
Epístolas paulinas e gerais
Epístolas paulinas e gerais
Epístolas paulinas e gerais
Epístolas paulinas e gerais
Epístolas paulinas e gerais
Epístolas paulinas e gerais
Epístolas paulinas e gerais
Epístolas paulinas e gerais
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Epístolas paulinas e gerais
Epístolas paulinas e gerais
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  • 3. Epístolas Paulinas e Gerais Pesquisado e adaptado pela Equipe Redatorial para Curso exclusivo do IBADEP - Instituto Bíblico das Igrejas Evangélicas Assembléias de Deus do Estado do Paraná. Com auxílio de adaptação e esboço de vários ensinadores 3a Edição - Junho / 2004 Todos os direitos reservados ao IBADEP
  • 4. Diretorias CIEADEP Pr. José Pimentei de Carvalho - Presidente de Honra Pr. José Alves da Silva - Presidente Pr. Israel Sodré - I o Vice-Presidente Pr. Moisés Lacour - 2o Vice-Presidente Pr. Ival Theodoro da Silva - I o Secretário Pr. Carlos Soares - 2o Secretário Pr. Simão Bilek - I o Tesoureiro Pr. Mirislan Douglas Scheffel - 2o Tesoureiro AEADEPAR - Conselho Deliberativo Pr. José Alves da Silva - Presidente Pr. Ival Teodoro da Silva - Relator Pr. Israel Sodré - Membro Pr. Moisés Lacour - Membro Pr. Carlos Soares - Membro Pr. Simão Bilek - Membro Pr. Mirislan Douglas Scheffel - Membro Pr. Daniel Sales Acioli - Membro Pr. Jamerson Xavier de Souza - Membro AEADEPAR - Conselho de Administração Pr. Perci Fontoura - Presidente Pr. Robson José Brito - Vice-Presidente Ev. Gilmar Antonio de Andrade - Io Secretário Ev. Gessé da Silva dos Santos - 2o Secretário Pr. José Polini - Io Tesoureiro Ev. Darlan Nylton Scheffel - 2o Tesoureiro IBADEP Pr. Hércules Carvalho Denobi - Coord. Administrativo Pr. José Carlos Teodoro Delfino - Coord. Financeiro Pr. Walmir Antonio dos Reis - Coord. Pedagógico
  • 5.
  • 6. Cremos Em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29). Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão (2Tm 3.14-17). No nascimento virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal dentre os mortos e sua ascensão vitoriosa aos céus (Is 7.14; Rm 8.34; At 1.9). Na pecaminosidade do homem que o destituiu da glória de Deus, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que o pode restaurar a Deus (Rm 3.23; At 3.19). Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do reino dos céus (Jo 3.3-8). No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação das almas recebidas gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor (At 10.43; Rm 10.13; 3.24-26; Hb 7.25; 5.9). No batismo bíblico efetuado por imersão do corpo inteiro uma só vez em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo (Mt 28.19; Rm 6.1-6; Cl 2.12). Na necessidade e na possibilidade que temos de viver em santidade mediante a obra expiatória e redentora de Jesus no Calvário, através do poder regenerador, inspirador e santificador do Espírito Santo, que nos capacita a viver como fiéis testemunhas do poder de Cristo (Hb 9.14; IPe 1.15). No batismo bíblico com o Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo, com a evidência inicial de falar em outras línguas,
  • 7. conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7). Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme a sua soberana vontade (ICo 12.1-12). Na Segunda vinda premilenial de Cristo, em duas fases distintas. Primeira - invisível ao mundo para arrebatar a sua Igreja fiel da terra, antes da grande tribulação. Segunda - visível e corporal, com sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos (lTs 4.16,17; ICo 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5; Jd 14). Que todos os cristãos comparecerão ante o tribunal de Cristo, para receber a recompensa dos seus feitos em favor da causa de Cristo na terra (2Co 5.10). No juízo vindouro que recompensará os fiéis (Ap 20.11-15). E na vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis e de tristeza e tormento para os infiéis (Mt 25.46). Equipe Redatorial
  • 8. Metodologia de Estudo Para obter um bom aproveitamento, o aluno deve estar consciente do porquê da sua dedicação de tempo e esforço no afã de galgar um degrau a mais em sua formação. Lembre-se que você é o autor de sua história e que é necessário atualizar-se. Desenvolva sua capacidade de raciocínio e de solução de problemas, bem como se integre na problemática atual, para que possa vir a ser um elemento útil a si mesmo e à igreja em que está inserido. Consciente desta realidade, não apenas acumule conteúdos visando preparar-se para provas ou trabalhos por fazer. Tente seguir o roteiro sugerido abaixo e comprove os resultados. 1. Devocional: a) Faça uma oração de agradecimento a Deus pela sua salvação e por proporcionar-lhe a oportunidade de estudar a sua Palavra, para assim ganhar almas para o Reino de Deus; b) Com a sua humildade e oração Deus irá iluminar e direcionar suas faculdades mentais através do Espírito Santo, desvendando mistérios contidos em sua Palavra; c) Para melhor aproveitamento do estudo, temos que ser organizados, ler com precisão as lições, meditar com atenção os conteúdos. 2. Local de Estudo: Você precisa dispor de um lugar próprio para estudar em casa. Ele deve ser: a) Bem arejado e com boa iluminação (de preferência, que a luz venha da esquerda); b) Isolado da circulação de pessoas; c) Longe de sons de rádio, televisão e conversas.
  • 9. 3. Disposição: Tudo o que fazemos por opção alcança bons resultados. Por isso adquira o hábito de estudar voluntariamente, sem imposições. Conscientize-se da importância dos itens abaixo: a) Estabelecer um horário de estudo extradasse, dividindo-se entre as disciplinas do currículo (dispense mais tempo às matérias em que tiver maior dificuldade); b) Reservar, diariamente, algum tempo para descanso e lazer. Assim, quando estudar, estará desligado de outras atividades; c) Concentrar-se no que está fazendo; d) Adotar uma correta postura (sentar-se à mesa, tronco ereto), para evitar o cansaço físico; e) Não passar para outra lição antes de dominar bem o que estiver estudando; f) Não abusar das capacidades físicas e mentais. Quando perceber que está cansado e o estudo não alcança mais um bom rendimento, faça uma pausa para descansar. 4. Aproveitamento das Aulas: Cada disciplina apresenta características próprias, envolvendo diferentes comportamentos: raciocínio, analogia, interpretação, aplicação ou simplesmente habilidades motoras. Todas, no entanto, exigem sua participação ativa. Para alcançar melhor aproveitamento, procure: a) Colaborar para a manutenção da disciplina na sala-de-aula; b) Participar ativamente das aulas, dando colaborações espontâneas e perguntando quando algo não lhe ficar bem claro; c) Anotar as observações complementares do monitor em caderno apropriado; d) Anotar datas de provas ou entrega de trabalhos.
  • 10. 5. Estudo Extradasse: Observando as dicas dos itens 1 e 2, você deve: a) Fazer diariamente as tarefas propostas; b) Rever os conteúdos do dia; c) Preparar as aulas da semana seguinte (caso você tenha alguma dúvida, anote-a, para apresentá-la ao monitor na aula seguinte). Não deixe que suas dúvidas se acumulem. d) Materiais que poderão ajudá-lo: • Mais que uma versão ou tradução da Bíblia Sagrada; • Atlas Bíblico; • Dicionário Bíblico; • Enciclopédia Bíblica; • Livros de Histórias Gerais e Bíblicas; • Um bom dicionário de Português; • Livros e apostilas que tratem do mesmo assunto. e) Se o estudo for em grupo, tenha sempre em mente: • A necessidade de dar a sua colaboração pessoal; • O direito de todos os integrantes opinarem. 6. Como obter melhor aproveitamento em avaliações: a) Revise toda a matéria antes da avaliação; b) Permaneça calmo e seguro (você estudou!); c) Concentre-se no que está fazendo; d) Não tenha pressa; e) Leia atentamente todas as questões; f) Resolva primeiro as questões mais acessíveis; g) Havendo tempo, revise tudo antes de entregar a prova. Bom Desempenho!
  • 11. Currículo de Matérias 1. Educação Geral / ca História da Igreja v £Q Educação C ris tã / £Q Geografia B íb lic a / 2. Ministério da Igreja CO Ética Cristã / Teologia do Obreiro CQ Homilética / Hermenêutica ca Família Cristã GQ Administração Eclesiástica 3. Teologia CQ Bibliologia CO A Trindade s/r CQ Anjos, Homens, Pecado e Salvação. CQ Heresiologia tB Eclesiologia / Missiologia 4. Bíblia CQ Pentateuco m Livros Históricos ea Livros Poéticos CQ Profetas Maiores CQ Profetas Menores v ea Os Evangelhos / Atos ca Ep ístolas Paulinas / Gerais / CQ Apocalipse / Escatologia
  • 12. Abreviaturas a.C. - antes de Cristo. ARA - Almeida Revista e Atualizada ARC - Almeida Revista e Corrida AT - Antigo Testamento BLH - Bíblia na Linguagem de Hoje BV - Bíblia Viva c. - Cerca de, aproximadamente, cap. - capítulo; caps. - capítulos, cf. - confere, compare. d.C. - depois de Cristo. e.g. - por exemplo. Fig. - Figurado. fig. - figurado, figuradamente, gr. - grego hb. - hebraico IBB - Impressa Bíblica Brasileira i.e. isto é. K m - Símbolo de quilômetro lit. - literal, literalmente. LXX - Septuaginta (versão grega do AT) m - Símbolo de metro. MSS - manuscritos NT - Novo Testamento NVI - Nova Versão Internacional p. - página. ref. - referência; refs. - referências ss. - e os seguintes (isto é, os versículos consecutivos de um capítulo até o seu final. Por exemplo: IPe 2.1ss, significa IPe 2.1-25). séc. - século (s). v. - versículo; vv. - versículos. ver - veja
  • 13.
  • 14. / índice Lição 1 - Cartas dePaulo- ............................................15 Romanos Gálatas Efésios Lição 2 - Cartas dePaulo- ............................................39 ICoríntios 2Coríntios Lição 3 - Cartas dePaulo- ...................................... 63 Filipenses Colossenses ITessalonicenses 2Tessalonicenses ITimóteo 2Timóteo Tito Filemom Lição 4 - Cartas Gerais - ............ .................................... 87 Hebreus Tiago Lição 5 - Cartas Gerais - ................................................. 111 IPedro 2Pedro 1João 2João 3João Judas Referências Bibliográficas 135
  • 15. -I__
  • 16. Lição 1mmimmmmmKmmmKamÊtÊmmÊÊKmmmaÊmmimÊmmmamammiinmmmmmmÊmmKmamKmammÊmammmmmmmmÊmmmKiimmmsmKmÊÊÊHÊammmamaBmÊmm Cartas de Paulo: Aos Romanos, Gálatas e Efésios Carta aos Romanos Romanos é a epístola de Paulo mais longa, mais teológica e mais influente. Talvez por essas razões foi colocada em primeiro lugar entre as do apóstolo. De modo contrário à tradição católica romana, a igreja de Roma não foi fundada por Pedro, nem por qualquer outro apóstolo. Ela talvez foi iniciada por convertidos de Paulo provenientes da Macedônia e da Ásia, bem como pelos judeus e prosélitos1convertidos no dia de Pentecostes (At 2.10). Paulo não tinha Roma como campo específico de outro apóstolo (Rm 15.20). Em Romanos, Paulo afirma que muitas vezes planejou ir até Roma para ali pregar o evangelho, mas que, até então fora impedido (Rm 1.13-15; 15.22). Reafirma seu desejo de ir até eles (Rm 15.23-32). 1Pagão que abraçou o judaísmo. Autor: O Apóstolo Paulo Data: Cerca de 57 d.C. Tema: A Revelação da Justiça de Deus Palavras-Chave: Justiça, fé, justificação, lei, graça. Versículos-chave: Rm 1.16 e 17 15
  • 17. Em vista de seus planos pessoais, Paulo escreveu para apresentar-se a uma igreja que nunca tinha visitado. Ao mesmo tempo, ele apresentou uma declaração completa e ordenada dos princípios fundamentais do evangelho que pregava. Paulo, ao escrever esta epístola, perto do fim da sua terceira viagem missionária (cf. Rm 15.25,26; At 20.2,3; ICo 16.5,6), estava em Corinto como hóspede na casa de Gaio (Rm 16.23; ICo 1.14). Enquanto escrevia Romanos através do seu auxiliar Tércio (Rm 16.22), planejava voltar a Jerusalém para o dia de Pentecoste (At 20.16; provavelmente na primavera de 57 ou 58 d.C.) e entregar pessoalmente uma oferta de socorro das igrejas gentias aos crentes pobres de Jerusalém (Rm 15.25-27). Logo a seguir, Paulo esperava partir para a Espanha levando-lhe o evangelho, visitar de passagem a igreja de Roma e receber ajuda dos crentes ali para prosseguir em sua caminhada para o oeste (Rm 15.24,28). Nenhum livro da Bíblia tem tantos títulos como Romanos: Evangelho Segundo Paulo, Evangelho do Cristo Ressurreto, Tratado Teológico Paulino, Mais Puro Evangelho, Principal das Epístolas Paulinas, A Catedral da Doutrina Cristã, etc. Destinatários “Todos os que estais em Roma, amados de Deus” são os destinatários desta carta. Pode-se notar que Paulo nesta saudação não usa a palavra igreja (como faz em 1 e 2Coríntios, Gálatas, 1 e 2Tessalonicenses). Isto pode mostrar que nessa época não existia nenhuma igreja organizada, mas várias igrejas de casa (Rm 16.5,14). Em todos os lugares havia cristãos que ali se reuniam para cultuar a Deus. 16
  • 18. Não sabemos com certeza como e quando o Cristianismo chegou a Roma. Em Atos 18.2 fala-se acerca de Aquila e Priscila que pertenciam àqueles judeus que Cláudio expulsara de Roma, cerca de 49 d.C. No final do quarto decênio1 já havia cristãos em Roma. Agostinho informa que o cristianismo chegou a Roma durante o governo do imperador Calígula (37 - 41 d.C.). Autor Conforme a primeira palavra, Paulo, o servo e apóstolo de Jesus Cristo, é o autor da Epístola. O conteúdo do livro indica que seja Paulo, não só pelas muitas referências pessoais (Rm 1.8-15; 9.1-5; 11.1,13 e 16.3-23), mas também pela profundeza dos seus ensinamentos e conhecimentos da verdade de Deus (Rm 3.20-25; 11.33-36, etc.). O livro todo fala do seu autor como de um homem erudito, profundamente espiritual, inteiramente consagrado e conscientemente inspirado. Justino Mártir, Policarpo, Inácio, Clemente de Roma e Hipólito fazem citações desta Epístola. Aceitavam-na como fazendo parte do cânon e até os próprios inimigos do Cristianismo reconheceram a carta como escrita pelo apóstolo Paulo. Não há motivos para se rejeitarem as muitas evidências e favor de que a Epístola seja o que pretende ser. Não é de estranhar que Paulo conhecesse tantas pessoas por seus nomes em uma cidade onde ele nunca tivesse estado, porque essa cidade era Roma, a capital do mundo, e o apóstolo conhecia pessoalmente centenas de pessoas, tanto judeus, como gentios, que poderiam ter-se mudado para Roma por motivos comerciais ou particulares. Antes, 1Período de 10 anos; década. 17
  • 19. seria difícil que fosse de outro modo. O capítulo 16 com saudações para tantas pessoas não é um argumento válido para se rejeitar a Epístola como genuína. Convém acrescentar que os 300 manuscritos existentes da carta aos Romanos, todos os que não têm sido danificados, contêm a Epístola completa tal qual se acha hoje no Novo Testamento. Data e as Circunstâncias É claro que Paulo não tinha visitado esta cidade antes de enviar-lhes esta carta (Rm 1.8-15; 15.22-24,28,29), que foi escrita pelo apóstolo durante a sua terceira viagem missionária, quando se achava em Corinto. Durante sua permanência na Macedônia, Paulo escreveu duas cartas à Igreja de Corinto (Grécia), nas quais lhe falou a respeito da preparação de uma oferta para os necessitados em Jerusalém (ICo 16.1,2; 2Co 8 e 9). Em Atos 20.2,3 vemos que o apóstolo, depois de recolher as ofertas das igrejas sediadas na Macedônia, desceu à Grécia onde ficou três meses. Em Romanos 15.25-28 vemos que Paulo tinha levantado a oferta em Corinto e está pronto para levá-la a Jerusalém que, tendo desempenhado esta missão, pensava ir a Roma (At 19.21; Rm 1.8-15). Também evidencia a verdade o fato de que a portadora da carta aos Romanos foi Febe, de Cencréia, porto de Corinto. Portanto, cremos que Paulo escreveu esta Epístola estando em Corinto, durante a sua terceira viagem missionária, lá pelo ano 57 d.C. Muito se tem discutido a questão a respeito de quem teria sido o fundador da Igreja Cristã na cidade de Roma. Talvez não tenha importância, mas é quase impossível crer-se que tivesse sido algum apóstolo, muito menos, Pedro, que permaneceu em 18
  • 20. Jerusalém pelo menos até o ano 49, o qual concordou em ir para os judeus, e que Paulo fosse para os gentios (G1 2.7-9). E provável, ainda, em face de Romanos 16.5,14,15, que os irmãos crentes que estavam em Roma n ã o . estivessem organizados em uma só igreja ainda, quando Paulo escreveu esta carta, talvez devido ao fato de que nenhum apóstolo os tivesse visitado. Paulo chegou a Corinto (At 20.2,3) depois de ter passado dois anos em Efeso discutindo diariamente na escola do mestre Tirano1 (At 19.9,10). Não se menciona o número de horas que Paulo falava cada dia, porém é provável que o apóstolo terminasse o seu ministério em Efeso com a sua teologia organizada em sua mente. Ao mesmo tempo entenderia melhor as necessidades espirituais dos gentios e o modo mais claro e eficaz de apresentar-lhes a verdade. Não é de estranhar, então, que ele pensasse nas condições do grande número de crentes que estavam em Roma, e o Espírito Santo lhe fez ver a importância de que todos fossem corretamente instruídos na doutrina verdadeira do Evangelho. Melhor era lançar um fundamento sólido, o mais depressa possível, antes que as heresias chegassem a levantar suas cabeças entre os irmãos. Propósito Paulo escreveu esta carta a fim de preparar o caminho para a obra que ele esperava realizar em Roma e na sua missão prevista para a Espanha. Seu propósito era duplo: 1. Segundo parece, os romanos tinham ouvido boatos falsos a respeito da mensagem e da teologia de Paulo (Rm 3.8; 6.1,2,15); daí ele achar 1Supõe-se que ele era gentio e mestre em filosofia. 19
  • 21. necessário registrar por escrito o evangelho que já pregava há vinte e cinco anos. 2. Queria corrigir certos problemas da igreja, causados por atitudes erradas dos judeus para com os gentios (Rm 2.1-29; 3.1,9), e dos gentios para com os judeus (Rm 11.11-32). Visão Panorâmica Doutrinariamente, Romanos é o maior livro j á escrito. E o coração e a alma da revelação de Deus ao povo desta época. Todo o conjunto da verdade da redenção, chamado na Escritura “o Evangelho”, Está aqui detalhado. A mais completa história da necessidade, do remédio e dos resultados da morte de Cristo, encontra-se em Romanos. O pensamento chave é a justiça de Deus. A progressão da verdade vai da completa condenação até a integral e justa glorificação. O tema de Romanos está em 1.16,17, a saber: que no Senhor Jesus a justiça de Deus é revelada como a solução à sua justa ira contra o pecado. A seguir, Paulo expõe as verdades fundamentais do evangelho. Primeiro, destaca o fato de que o problema do pecado e a necessidade humana da justificação são universais (Rm 1.18-3.20). Posto que tanto os judeus quanto os gentios estão sujeitos ao pecado e, portanto, sob a ira de Deus, ninguém pode ser justificado diante d ’Ele à parte do dom da justiça (Rm 3.24) mediante a fé em Jesus Cristo (Rm 3.21-4.25). • Sendo justificado generosamente pela graça de Deus, e tendo recebido a certeza da salvação (capítulo 5); • O crente demonstra que recebeu o dom divino da justificação, ao morrer com Cristo para o pecado (capítulo 6); • É liberto da luta com a justiça da lei (capítulo 7); 20
  • 22. • É adotado como filho de Deus, recebendo nova vida segundo o Espírito, o que o conduz à glorificação (Rm 8.18-30). • Deus está levando a efeito o seu plano da redenção, a despeito da incredulidade de Israel (Rm 9-11). Finalmente, Paulo declara que uma vida transformada em Cristo resulta na prática da retidão e do amor em todos os aspectos da vida social, civil e moral da pessoa (Rm 12-14). Paulo termina Romanos expondo seus planos pessoais (capítulo 15), uma longa lista de saudações pessoais, uma última admoestação e uma doxologia1 (capítulo 16). Romanos em Síntese • A Pessoa do Evangelho: Cristo 'S • O poder do Evangelho: Poder de Deus ^ • O propósito do Evangelho: Para a salvação ^ • As pessoas a quem se destinam: de todo aquele • O plano de aceitação: Aquele que crê v'' • O plano de vida: O justo viverá por fé l / Divisões Principais Romanos é a alma da coerência2. Começa com condenação, e prossegue através da salvação, justificação, santificação (e depois uma secção a respeito da verdade dispensacional, conciliando as promessas de Deus a Israel com as promessas de Deus à Igreja), terminando com glorificação. 1Fórmula litúrgica de louvor a Deus, geralmente ritmada. 2 Ligação ou harmonia entre situações, acontecimentos ou idéias; relação harmônica; conexão, nexo, lógica. 21
  • 23. Características Especiais Sete destaques principais caracterizam Romanos: 1. Romanos é a mais sistemática epístola de Paulo; a epístola teológica por excelência do Novo Testamento. 2. Paulo escreve num estilo de pergunta e resposta, ou de diálogo (Rm 3.1,4-6,9,31). 3. Paulo usa amplamente o Antigo Testamento como a autoridade bíblica na apresentação da verdadeira natureza do evangelho. 4. Paulo apresenta “a justiça de Deus” como a revelação fundamental do evangelho (Rm 1.16,17); Deus restaura e ordena a situação do homem em Jesus Cristo e através d ’Ele. 5. Paulo focaliza a natureza dupla do pecado, bem como a provisão de Deus em Cristo para cada aspecto: O pecado como uma transgressão1 pessoal (Rm 1.1-5.11) e o pecado como um princípio ou lei (gr. he hcimartia), isto é, a tendência natural e inerente2 para pecar, existente no coração de toda pessoa, desde a queda de Adão (Rm 5.12-8.39). 6. O capítulo 8 é o mais longo da Bíblia sobre a obra do Espírito Santo na vida do crente. 7. Romanos contém o estudo mais profundo da Bíblia sobre a rejeição de Cristo pelos judeus (excetuando- se um remanescente), bem como sobre o plano divino-redentor para todos, alcançando por fim Israel (Rm 9-11). 1 Ato ou efeito de transgredir; infração, violação. 2 Que está por natureza inseparavelmente ligado a alguma coisa ou pessoa 22
  • 24. Cristo Revelado A epístola inteira é a história do plano de redenção de Deus em Cristo: a necessidade dele (Rm 1.18-3.20), a descrição detalhada da obra de Cristo e suas implicações para os cristãos (Rm 3.21-11.36) e aplicação do evangelho de Cristo à vida cotidiana (Rm 12.1-16.27). Mais especificamente, Jesus Cristo é o nosso Salvador, que obedeceu perfeitamente a Deus como nosso representante (Rm 5.18-19) e que morreu como nosso sacrifício substituto (Rm 3.25; 5.6,8). É nele que devemos ter fé para a salvação (Rm 1.16-17; 3.22; 10.9-10). Através de Cristo temos muitas bênçãos: reconciliação com Deus (Rm 5.11); justiça e vida eterna (Rm 5.18-21); identificação com ele em sua morte, sepultamento e ressurreição (Rm 6.3-5); estar vivos para Deus (Rm 6.11); livres de condenação (Rm 8.1); herança eterna (Rm 8.17); sofrimento com ele (Rm 8.17); ser glorificados com ele (Rm 8.17); tornar- se como eles (Rm 8.29); e o fato de que ele ora por nós mesmo agora (Rm 8.34). Na verdade, toda a vida cristã parece ser vivida através dele: oração (Rm 1.8), regozijo (Rm 5.11), exortação (Rm 15.30), glorificar a Deus (Rm 16.27) e, em geral, viver para Deus e obedecer-lhe (Rm 6.11-14; 13-14). 23
  • 25. Autor: O Apóstolo Paulo Data: Cerca de 49 d.C. Carta aos Tema: Salvação Pela Graça Mediante Gálatas a Fé Palavras-Chave: Graça, evangelho, fé, justificado, promessa, liberdade, lei Versículo-chave: G1 5.1 A epístola aos Gálatas foi escrita para sa 1var o cristianismo do legalismo judaico. Apesar de ser uma das mais breves epístolas do apóstolo Paulo, tem exercido grande influência na vida da Igreja. Seu assunto continua atual, pois em qualquer época há sempre o risco de alguém, ou de um segmento da Igreja se inclinar para o legalismo religioso. O assunto principal de Gálatas é o mesmo debatido e resolvido em Jerusalém (c. de 49 d.C.; cf. At 15). Tal assunto implica uma dupla pergunta: • A fé em Jesus Cristo como Senhor e Salvador é o requisito único para a salvação? • É necessário obedecer a certas práticas e leis judaicas do Antigo Testamento para se obter a salvação em Cristo? Talvez Paulo haja escrito Gálatas antes da controvérsia da lei, na Assembléia de Jerusalém (At 15), e antes de a igreja comunicar a sua posição final. Se assim foi, então Gálatas é a primeira epístola que Paulo escreveu. Destinatários Paulo escreveu esta epístola (G1 1.1; 5.2; 6.11) “às igrejas da Galácia” (G1 1.2). As autoridades no assunto declaram que os gálatas eram gauleses 24
  • 26. oriundos do Norte da Galácia e que, mais tarde, parte deles emigrou para o Sul da Europa, de cujo território a França de hoje faz parte. É muito mais provável que Paulo haja escrito esta epístola às igrejas do Sul da província da Galácia (Antioquia da Pisídia, Icônio, Listra, Derbe), onde ele e Barnabé evangelizaram e estabeleceram igrejas durante sua primeira viagem missionária (At 13,14). Autor Ainda que por duas vezes a mesma carta diga que Paulo é o escritor (G1 1.1; 5.2), o mesmo estilo da carta, seus ensinamentos a respeito da Lei, e especialmente o que diz de Pedro “resisti-lhe face a face” (G1 2.11), juntamente com a sua contenção de que os demais apóstolos não lhe deram nada, mas sim que sua comissão veio de Deus (G1 1.16,17; 2.6); tudo prova que somente Paulo pode ser o autor. O apóstolo aos gentios é o único que falaria dos judeus, da lei, e da graça, com a profundeza de entendimento e a certeza que ele o faz. A evidência interna desta Epístola é concludente1 a favor de que Paulo seja seu autor humano. Desde os dias de Policarpo em diante o livro tem sido citado pelos “Pais”. Marción é o primeiro que cita por nome esta carta, colocando-a em primeiro lugar nos escritos de Paulo. Quase todos os escritores antigos, desde o segundo século em diante, citavam-na e se encontra nas versões latinas, siríacas e o Cânon Muratori. Na antiguidade nem suspeita existiu da autenticidade, de que a carta fosse de Paulo, e é difícil 1 Que conclui, ou merece fé; terminante, categórico. 25
  • 27. imaginar-se que outra pessoa pudesse ter falsificado tão facilmente e sem motivo aparente, em época posterior, tal documento. Como disse Lightfoot: “Cada sentença gramatical reflete tão perfeitamente a vida e o caráter do apóstolo aos gentios, que ninguém tem duvidado de que seja genuíno”. A maioria das cartas de Paulo foi escrita por seus amanuenses1 ou escribas. Como a situação das igrejas da Galácia era crítica, estava em jogo não só a fé desses irmãos e nem apenas a autoridade apostólica de Paulo, mas principalmente o futuro do cristianismo. Ele mesmo escreveu de seu próprio punho (G1 6.11), poisnão queria deixar margem para os gálatas duvidarem da autenticidade da carta. Data Tem havido muita controvérsia quanto à data e destinatário dessa epístola. Há três possíveis datas, mas todas elas têm os seus “senões2” - 49,53 e 56 d.C. A seqüência de eventos é a seguinte: primeira viagem missionária, em seguida foi escrita a epístola aos Gálatas, depois ocorreu o concílio de Jerusalém e segue-se a segunda viagem. Isso nos dá subsídios para datá-la por volta de 49 d.C., e escrita da região entre Antioquia da Síria e Jerusalém. A data mais provável da carta situa-se logo após o regresso de Paulo à igreja que o enviou - Antioquia da Síria, e pouco antes do Concílio de Jerusalém (At 15). 1Escrevente, copista. 2 De outro modo; do contrário; aliás. Mas sim; e sim; mas, porém. 26
  • 28. Propósito Paulo tomou conhecimento de que certos mestres judaicos estavam inquietando seus novos convertidos na Galácia, impondo-lhes a circuncisão e o jugo da lei mosaica como requisitos necessários à salvação e ao ingresso na igreja. Ao saber disso, Paulo escreveu: • Para demonstrar cabalmente que as exigências da lei, como a circuncisão do velho concerto, nada tem a ver com a operação da graça de Deus em Cristo para a salvação sob o novo concerto; • Para reafirmar claramente que o crente recebe o Espírito Santo e com Ele a nova vida espiritual por meio da fé no Senhor Jesus Cristo e não por meio da lei do Antigo Testamento. Características Especiais Quatro fatos singulares caracterizam esta epístola: 1. É a defesa mais veemente no Novo Testamento da natureza do evangelho. Seu tom é enérgico, intenso e urgente, uma vez que Paulo lida com oponentes em erro (G1 1.8,9; 5.12), enquanto repreende os gálatas por se deixarem iludir tão facilmente (G1 1.6; 3.1; 4.19,20); 2. Quanto ao número de referências autobiográficas, Gálatas é superada somente por 2Coríntios; 3. Esta é a única epístola de Paulo em que ele explicitamente se dirige a várias igrejas (ver, no entanto, a introdução a Efésios); 4. Contém a descrição do fruto do Espírito (G1 5.22,23) e a lista mais completa do Novo Testamento das obras da carne (G1 5.19-21). 27
  • 29. Cristo Revelado Paulo ensina que Jesus coloca aqueles que têm fé nele (G1 2.16; 3.26) em uma posição de liberdade (G1 2.4; 5.1), libertando-os da servidão ao legalismo e à libertinagem1. A principal ênfase do apóstolo está na crucificação de Cristo como base para a libertação do crente da maldição do pecado (G1 1.4; 6.14), do próprio eu (G1 2.20; ver 5.24) e da lei (G1 3.12; 4.5). Paulo também descreve uma dinâmica união de fé com Cristo (G1 2.20). Visivelmente retratada no batismo (G1 3.27), que relaciona todos os crentes como irmãos e irmãs (G1 3.28). Em relação à pessoa de Cristo, Paulo declara tanto sua divindade (G1 1.1,3,16) quanto sua humanidade (G1 3.16; 4.4). Jesus é a substância do evangelho (G1 1.7), que ele próprio revelou a Paulo (G1 1.12). 1Devassidão, desregramento, licenciosidade, crápula. 28
  • 30. Questionário • Assinale com “X ” as alternativas corretas 1. É a epístola de Paulo mais longa, mais teológica e mais influente a)| I lCoríntios b)| I Gálatas c)| I Efésios d ) 0 Romanos 2. É errado afirmar a)[€ Paulo diz que Gálatas é a Revelação da Justiça de Deus b ) H Doutrinariamente, Romanos é o maior livro já escrito c)l~c1 Romanos é o coração e a alma da revelação de Deus ao povo desta época d ) 0 A mais completa história da necessidade, do remédio e dos resultados da morte de Cristo, encontra-se em Romanos 3. A epístola aos Gálatas foi escrita para salvar o cristianismo a)| I Do legal ismo Romanos b)| I Do legalismo gentio C) 0 . D ° legalismo judaico d)| I Do legalismo grego » Marque “C” para Certo e “E ” para Errado 4.IÊ1 E claro que Paulo tinha visitado a cidade de Roma antes de enviar-lhes a carta aos Romanos 5.IHI Romanos contém a descrição do fruto do Espírito e a lista mais completa do Novo Testamento das obras da carne 29
  • 31. Carta aos Efésios Esta epístola destaca-se pela universalidade do seu conteúdo, não só à igreja em Efeso, mas a todas as igrejas sob a liderança de Paulo, bem como a toda a Igreja de Deus em todo o mundo e em todos os tempos. O caráter universal dessa epísto 1a é percebido pelo plano da salvação proposto por Deus desde a fundação do mundo e que alcança a toda criatura humana, independente de raca, cor ou nação. Esse plano não discrimina judeu nem gentio, mas coloca todos debaixo da graça imensurável de Deus em Cristo Jesus. Efésios é um dos picos elevados da revelação bíblica, ocupando lugar único entre as Epístolas de Paulo. Ela não foi elaborada no árduo trabalho da bigorna1 da controvérsia doutrinária ou dos problemas pastorais (como muitas outras epístolas de Paulo). Ao contrário, Efésios transmite a impressão de um rico transbordar de revelação divina, brotando da vida de oração de Paulo. Ele escreveu a carta quando estava prisioneiro por amor a Cristo (Ef 3.1; 4.1; 6.20), provavelmente em Roma. Efésios tem muita afinidade com Colossenses, e talvez tenha sido escrita logo após esta. As duas cartas podem ter sido levadas simultaneamente ao seu destino por um cooperador de Paulo chamado Tíquico (Ef 6.21; cf. Cl 4.7). 1 Peça de ferro, com o corpo central quadrangular e as extremidades em ponta cilíndrica, cônica ou piramidal, sobre a qual se malham e amoldam metais; incude. Autor: O Apóstolo Paulo Data: Cerca de 62 d.C. Tema: Cristo e Sua Igreja Palavras-Chave: Glória, corpo, lugares celestes Versículo-chave: Ef 1.3 30
  • 32. É crença geral que Paulo escreveu Efésios também para outras igrejas da região, e não apenas a Éfeso. Possivelmente ele a escreveu como carta circular às igrejas de toda a província da Ásia. Autor Duas vezes na Epístola se diz que foi Paulo quem a escreveu (Ef 1.1; 3.1). Também poderemos fazer a pergunta: Quem, além de Paulo, poderia ter escrito uma carta tão profunda na doutrina cristã? Porventura algum outro dos apóstolos teria escrito o capítulo dois, versículos onze a vinte e dois, colocando os gentios em pé de igualdade com os judeus, alegando que não há diferença? E quem, senão Paulo, foi preso por causa dos gentios? O versículo dois do capítulo terceiro afirma que o escritor recebeu de Deus a administração ou ministério do Evangelho entre os gentios, coisa que só Paulo podia alegar (Ef 3.1-13). O estilo da carta é o de Paulo, sendo especialmente semelhante à Epístola aos Colossenses. Primeiramente expõe as verdades doutrinárias, como é costume de Paulo. A evidência externa é a melhor possível. E citados por Clemente de Roma, Inácio, Policarpo, Hermes, Clemente de Alexandria, Tertuliano, Irineu, Hipólito e outros. Nenhum deles teve dúvidas a respeito da autenticidade da Epístola e de que Paulo fosse seu autor. Até o próprio Marción a inclui entre as epístolas de Paulo, mas diz que foi escrita à igreja de Laodicéia, em vez de a de Éfeso. Como em alguns dos manuscritos antigos não aparecem no texto do primeiro versículo as palavras “Em Éfeso” alguns insistem em que esta tem de ser a Epístola de Paulo aos de Laodicéia mencionada em Colossenses 4.16. Outros 31
  • 33. afirmam que é antes uma carta particular. A tradição e a maioria dos manuscritos dizem que foi a enviada a Éfeso, mas o que importa é que foi e é inspirada pelo Espírito de Deus, e é para nós hoje a própria Palavra de Deus. -— ry Quando Paulo escreveu a epístola aos Efésios, estava preso em Roma, de onde a enviou àquela igreja através de Tíquico, por quem, também, enviou as cartas a Filemom e à igreja de Colossos, provavelmente entre 60 e 62 d.C. Data e Circunstâncias Vê-se em Efésios 3.1; 4.1 e 6.20 que Paulo estava na prisão, em cadeias, quando escreveu a carta. Da história de sua vida no livro dos Atos dos Apóstolos, calculamos que esta Epístola foi escrita cerca do ano 60 ou 62 a.C. A semelhança do seu conteúdo com a de Colossenses e o fato de que Tíquico foi o portador da carta (Ef 6.21,22), como também a dos Colossenses (Cl 4.7,8), fazem-nos crer que foram escritas na mesma época. É provável que Onésimo, que acompanhou a Tíquico (Cl 4.9) levasse a carta de Paulo a Filemom nessa mesma época. Em sua segunda viagem missionária, Paulo ficou em Éfeso poucos dias, prometendo voltar (At 18.19-21). Deixou Priscila e Áquila na cidade, ao passo que ele seguiu para Jerusalém e Antioquia. Antes que Paulo regressasse, Apoio chegou a Éfeso e teve um ministério ali (At 18.18,19,24-28). Em sua terceira viagem, Paulo ficou em Éfeso cerca de três anos, realizando o melhor ministério de toda a sua longa carreira (At 19.1-20). Nos três primeiros meses pregava na sinagoga, mas a oposição obrigou-o a afastar-se e se estabeleceu em uma escola, onde “falou ousadamente” 32
  • 34. durante dois anos. Não é estranho, então, que a igreja de Efeso pudesse receber e entender uma carta tão espiritualmente profunda como esta. Durante os anos do ministério pessoal do apóstolo, os novos crentes aprofundaram-se em seus conhecimentos bíblicos e do Evangelho; estavam em condições de apreciarem estes ensinamentos, e Paulo bem o sabia. Não há na carta referências a problemas especiais como os mencionados nas cartas aos Coríntios e aos Gálatas. Por que, então, foi escrita? Não há quase dúvida de que existiu um problema sério em Colossos, e Paulo, preparando a viagem de Tíquico para que levasse a Epístola aos Colossenses, e enviando a Onésimo de volta para Filemom com sua carta de recomendação, quis escrever esta carta aos efésios (ou carta-circular para todas as igrejas da Ásia, se assim o desejarmos). E possível que Paulo tivesse tido novas revelações durante as suas prisões, e o Espírito Santo desejava que Paulo deixasse por escrito estas verdades. Uma mente como a de Paulo, meditando longas horas, mês após mês, no significado da morte, ressurreição e entronização do Senhor Jesus Cristo, sem dúvida seria guiada pelo Espírito a novos passos e conhecimentos de verdades espirituais, como deduções lógicas do que já conhecia. A experiência da maturidade e a aplicação no estudo mais assíduo do Velho Testamento (2Tm 4.13) também contribuíram para que Paulo tivesse verdades novas para transmitir aos efésios, e aprouve a Deus que as deixasse em forma permanente para que nós, as gerações vindouras, nos aproveitássemos também delas. Não obstante, livremo- nos da idéia de que esta Epístola cria uma nova dispensação, de modo que só ela e as Epístolas escritas depois por Paulo, sejam para nós, atualmente, em vez de todo o Novo Testamento. Graças ao Pai Celestial, 33
  • 35. que por Seu Espírito Santo impeliu o grande apóstolo aos gentios a escrever esta Epístola. Não só devia preveni-los contra o erro que entrou em Colossos, e o outro que transtornou os gálatas, mas também os fez merecer a admoestação do Senhor Jesus em Apocalipse 2.4,5. É considerada uma das “cartas da prisão” porque as escreveu enquanto estava preso em Roma. Na primavera de 63 d.C., provavelmente, foi liberto. Propósito O propósito imediato de Paulo ao escrever Efésios está implícito em Efésios 1.15-17. Em oração, ele anseia que seus leitores cresçam na fé, no amor, na sabedoria e na revelação do Pai da glória. Almeja profundamente que vivam uma vida digna do Senhor Jesus Cristo (Ef 4.1-3; 5.1,2). Paulo, portanto, procura fortalecer-lhes a fé e os alicerces espirituais ao revelar a plenitude do propósito eterno de Deus na redenção “em Cristo” (Ef 1.3-14; 3.10-12) à igreja (Ef 1.22,23; 2.11-22; 3.21; 4.11-16; 5.25-27) e a cada crente (Ef 1.15-21; 2.1-10; 3.16-20; 4.1-3,17-32; 5.1-6.20). Visão Panorâmica Há dois temas fundamentais no Novo Testamento: • Como somos redimidos por Deus; • Como nós, os redimidos, devemos viver. Os capítulos 1-3 de Efésios tratam principalmente do primeiro desses temas, ao passo que os capítulos 4-6 focalizam o segundo. Os capítulos 1-3 começam por um parágrafo de abertura que é um dos trechos mais profundos da 34
  • 36. Bíblia (Ef 1.3-14). Esse grandioso hino sobre redenção tributa1 louvores ao Pai pela eleição, predestinação e adoção que Ele nos propiciou (Ef 1.3-6), por nossa redenção mediante o sangue do Filho (Ef 1.7-12) e pelo Espírito, como selo e garantia da nossa herança (Ef 1.13,14). Nesses capítulos, Paulo ressalta que na redenção pela graça mediante a fé, Deus nos reconcilia consigo mesmo (Ef 2.1-10) e com outros que estão sendo salvos (Ef 2.11-15), e, em Cristo, nos une em um só corpo, a igreja (Ef 2.16-22). O alvo da redenção é “tornar a congregar em Cristo todas as coisas... tanto as que estão nos céus como as que estão na terra” (Ef 1. 10). Os capítulos 4-6 consistem mais de instruções práticas para a igreja no tocante aos requisitos que a redenção em Cristo demanda de nossa vida individual e coletiva. Entre as 35 diretrizes dadas em Efésios, sobre como os redimidos devem viver, destacam-se três categorias gerais. 1. Os crentes são chamados a uma nova vida de pureza e separação do mundo. São chamados a serem “santos e irrepreensíveis diante dele” (Ef 1.4), a crescer “para templo santo no Senhor” (Ef 2.21), a andar “como é d|gno da vocação com que fostes chamados” (Ef 4.1), a “varão perfeito” (Ef 4.13). a viver “em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4.24), a andar “em amor” (Ef 5.2; cf. 3.17-19) e a serem santos “pela Palavra” (Ef 5.26), a fim de que Cristo tenha uma “igreja gloriosa, sem mácula2, nem ruga... santa e irrepreensível” (Ef 5.21). 2. O crente é chamado a um novo modo de viver nos relacionamentos familiares e vocacionais (Ef 5.22- 1Prestar ou dedicar a (alguém ou algo), como tributo. 2 Nódoa, mancha. 35
  • 37. 6.9). Esses relacionamentos devem ser regidos por princípios de conduta que distingam o crente da sociedade descrente à sua volta. 3. Finalmente, o crente é chamado a manter-se firme contra as astutas1 ciladas do diabo e as terríveis “hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef 6.10-20). Cinco Características Especiais 1. A revelação da grande verdade teológica dos capítulos 1-3 é interrompida por duas grandiosas orações apostólicas. Na primeira, o apóstolo pede para os crentes sabedoria e revelação no conhecimento de Deus (Ef 1.15-23); na segunda, roga que possam conhecer o amor, o poder e a glória de Deus (Ef 3.14-21). 2./ “Em Cristo”, uma expressão paulina de peso (106 ~R^Cj J vezes nas epístolas de Paulo), sobressai grandemente em Efésios (cerca de 36 vezes). “Toda bênção J espiritual” e todo assunto prático da vida relaciona- V se com o estar “em Cristo”. 3. Efésios salienta o propósito e alvo eterno de Deu para a igreja. 4. Há um realce multifacetado2 do papel do Espírito Santo na vida cristã (Ef 1.13,14,17; 2.18; 3.5,16,20; 4.3,4,30; 5.18; 6.17,18). 5. Efésios é tida, às vezes, como epístola gêmea de r j - l ) Colossenses, pelo fato de apresentarem definidas V- semelhanças em seus conteúdos e terem sido escritas quase ao mesmo tempo. 1 Habilidade em enganar; lábia, solércia, manha, artimanha, ardil. Finura, malícia, sagacidade. 2 Que tem muitas facetas; multiface. 36
  • 38. Cristo Revelado Efésios foi chamado de “Os Alpes do Novo Testamento”, “O Grande Cânon da Escritura” e “O Ápice Real das Epístolas”, não somente por seu grande tema, mas devido à majestade do Cristo revelado aqui. Capítulo 1: Ele é o Redentor (Ef 1.7), aquele em quem e por quem a história será definitivamente consumada (Ef 1.10); e Ele é o Senhor ressuscitado que não apenas ressuscitou dos mortos e do inferno, mas que reina como rei, derramando sua vida através de seu corpo, a Igreja - a expressão atual dele mesmo na terra (Ef 1.15-23). Capítulo 2: Ele é o pacificador que reconciliou o homem com Deus e que também torna possível a reconciliação entre os homens (Ef 2.11-18); e Ele é a “principal pedra da esquina” do novo templo, que consiste de seu próprio povo sendo habitado pelo próprio Deus (Ef 2.19-22). Capítulo 3: Ele é o tesouro em que são encontradas as riquezas inescrutáveis da vida (Ef 3.8); e Ele é o que habita nos corações humanos, garantindo-nos o amor de Deus (Ef 3.17-19). Capítulo 4: Jesus é o doador dos dons do ministério à sua Igreja (Ef 4.7-11); e Ele é o vencedor que acabou com a capacidade do inferno de manter a humanidade cativa (Ef 4.8-10). Capítulo 5: Ele é o marido modelo, dando-se sem egoísmo para realçar sua noiva - sua Igreja (Ef 5.25- 27,32). Capítulo 6: Ele é o Senhor, poderoso na batalha, o recurso de força para seu povo enquanto eles se armam para a batalha espiritual (Ef 6.10). 37
  • 39. Questionário • Assinale com “X ” as alternativas corretas 6. É percebido pelo plano da salvação proposto por Deus desde a fundação do mundo a)| I O caráter universal da epístola aos Romanos b)| I O caráter universal da epístola aos Gálatas c)12LO caráter universal da epístola aos Efésios d)| | O caráter universal da epístola aos Hebreus 7. Efésios tem muita afinidade com a)l I Romanos b)| I Gálatas c)| | Filipenses d ) 0 Colossenses 8. Quando Paulo escreveu a epístola aos Efésios, estava preso em '/Zo/tq/Q___ , de onde a enviou àquela igreja através de a)| I Roma, Timóteo b)0~Rom a, Tíquico c)| I Jerusalém, Timóteo d)| | Jerusalém, Tito • Marque “C” para Certo e “E ” para Errado 9 .f Em Cristo”, uma expressão paulina de peso (106 vezes nas epístolas de Paulo), sobressai grandemente em Gálatas (cerca de 36 vezes) 10.[g] Efésios salienta o propósito e alvo eterno de Deus para os judeus 38
  • 40. Lição 2 Cartas de Paulo: ICoríntios e 2Coríntios Primeira Carta aos Coríntios Autor: O Apóstolo Paulo Data: 55/56 d.C. Tema: Problemas da Igreja e Suas Soluções Palavras-Chave: A cruz, pecados sexuais, dons espirituais, amor, a ressurreição Versículos-chave: ICo 13.1; 14.33a $ Corinto, uma cidade antiga da Grécia, era,"j> _ j em muitos aspectos, a metrópole grega de maior " " destaque nos tempos de Paulo. Assim como muitas das cidades prósperas do mundo de hoje, Corinto era intelectualmente arrogante, materialmente próspera e moralmente corrupta. O pecado, em todas as suas formas, grassava1 nessa cidade de má fama, pela sua licenciosidade2. Juntamente com Priscila e Aquila (ICo 16.19) e com sua própria equipe apostólica (At 18.5), Paulo fundou a igreja em Corinto, durante seu ministério de dezoito meses ali, na sua segunda viagem 1Desenvolver-se; alastrar-se, propagar-se progressivamente. 2 Sensual, libidinoso; libertino. 39
  • 41. missionária (At 18.1-17). A igreja era composta de alguns judeus, sendo sua maioria constituída de gentios convertidos do paganismo. Depois da partida de Paulo de Corinto, surgiram vários problemas na jovem igreja, que requereram sua autoridade e doutrina apostólica, por carta e visitas pessoais. Autor A autenticidade de ICoríntios nunca foi seriamente desafiada. Em estilo, linguagem e filosofia, a epístola pertence ao apóstolo Paulo. A própria índole1 da carta é uma prova de que Paulo é o autor humano da mesma. No primeiro capítulo diz ele que é Paulo, que exerceu um longo ministério entre eles, porém, que não batizou muitas pessoas ali. Fala da sua conduta exemplar enquanto esteve em Corinto e manifesta uma compreensão de seus problemas e sua solução que só o apóstolo dos gentios poderia ter. A melhor explicação para se justificar a omissão do ensino doutrinário no começo da carta é que Paulo pregara em Corinto por espaço de quase dois anos, de maneira que não havia necessidade de que lhes escrevesse sobre as verdades fundamentais do Evangelho (ICo 1.1,12-17; 3.4,6,22; 16.21). Os antigos “Pais” deram evidência de sobra quanto à sua aceitação deste livro como uma carta escrita pelo apóstolo Paulo. Tem feito parte do cânon desde o seu começo. Clemente de Roma chama-a “Epístola do bendito apóstolo Paulo” e Clemente de Alexandria fez mais de cem citações dela. Os cristãos e os inimigos do Cristianismo citaram-na como Epístola 1 Propensão natural; tendência característica; temperamento. Feitio, condição, caráter. 40
  • 42. autêntica escrita por Paulo, o apóstolo aos gentios. Apresenta esta carta mais evidência em seu favor do que a maioria dos escritos antigos, sem existir controvérsia quanto a este assunto. Data e as Circunstâncias Existem vários motivos para aceitar-se a declaração de Paulo de que ele se achava em Éfeso quando escreveu a Epístola (ICo 16.8,9). Seu ministério exercido em Éfeso durante três anos provê a oportunidade (At 19.8,10,21,22; 20.31). Não era coisa fácil escrever-se naqueles dias, porém de acordo com ICoríntios 5-9, Paulo já tinha escrito a estes irmãos, mas ignoramos como se perdeu a mencionada carta. Ao sair Paulo de Corinto, levou consigo a Aquila e Priscila até Éfeso onde os deixou (At 18.18,19). Enquanto Paulo seguiu para Jerusalém, chegou a Éfeso o eloqüente orador Apoio, d e ^ _ Alexandria, até pregou com muito poder, porém não ^ conhecia senão o batismo de João Batista. Depois de ouvi-lo falar, Priscila e Áquila tomaram-no e ensinaram-lhe as demais verdades a respeito do Senhor Jesus e da vinda do Espírito Santo. Depois Apoio passou por Corinto onde pregou com tanta eloqüência que alguns formaram um partido dando-lhe seu nome, ao passo que outros ficaram fiéis a Paulo, que tinha pregado a pura verdade, porém com simplicidade, com o propósito de evitar que os gentios fixassem sua atenção nele. Em Atenas Paulo falou perante os eruditos e filósofos da sua época e uns poucos se converteram a despeito daqueles que zombavam da doutrina. De Atenas o apóstolo foi a Corinto, e ele mesmo se expressou nestes termos: “E eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho 41
  • 43. de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem, ou de sabedoria, porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e Este crucificado. E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vós. A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e do poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana; e, sim, no poder de Deus” (ICo 2.1-5). Paulo também vivia do trabalho de suas próprias mãos, fabricando tendas de campanha ou barracas, e aos sábados discutia com os que freqüentavam as sinagogas. Só quando chegaram Silas e Timóteo de Macedônia, sem dúvida trazendo-lhe uma oferta (Fp 4.15) é que Paulo abandonou o trabalho manual que estava fazendo para dedicar-se integralmente ao seu ministério. Naturalmente houve um contraste entre a humildade e abnegação de Paulo e a eloqüência de Apoio. Os dois pregadores não desejaram que isso acontecesse, nem pretendiam causar divisões entre os irmãos, nem houve ciúme ou inveja entre eles (ICo 16.12). A formação dos dois partidos entre os coríntios foi simplesmente uma manifestação de sua carnalidade, e assim foi que Paulo considerou o fato (ICo 3.3,4). Enquanto Paulo estava em Efeso, de regresso de Jerusalém e no começo de sua terceira viagem missionária, ouvia falar destas divisões entre crentes de Corinto, e também de certas imoralidades ali praticadas. Escreveu-lhes acerca do dever de se separarem dos que estavam em pecado e recebeu uma resposta por escrito na qual lhe faziam certas perguntas. Talvez Estéfanas, Fortunato e Acaio trouxessem o recado e dessem mais notícias verbalmente (ICo 16.17). Além da mencionada carta da 42
  • 44. Igreja de Corinto, veio a Éfeso a família do irmão Cloe e os membros desta família contaram a Paulo detalhadamente a condição espiritual dessa igreja. O apóstolo enviou Timóteo para lá imediatamente, sem esperar para escrever-lhes. Já vimos, então, como foi que ele sentiu a necessidade de escrever esta carta, a fim de aplicar a cada problema da igreja de Corinto a solução ditada pelo Espírito Santo. Como fundador da mencionada igreja e como apóstolo dos gentios por determinação de Deus, a responsabilidade pesava sobre ele (2Co 11.28). A inspiração divina na composição da epístola nota-se no fato de que Paulo explica as verdades fundamentais que formam os princípios ou regras para as decisões ou procedimentos que cabem em cada caso. Assim sendo, a carta é de grande importância e utilidade para a instituição de igrejas na atualidade, e damos graças a Deus que no-la tem conservado. Pelas razões acima expostas consideramos que esta Epístola foi escrita lá pelo fim dos três anos do ministério de Paulo em Éfeso, entre 55 ou 56 da era cristã. Propósito Paulo tinha dois motivos principais ao escrever esta epístola: • Tratar dos sérios problemas da igreja de Corinto, de que fora informado. Eram pecados que os coríntios não levavam muito a sério, mas que Paulo sabia serem graves. • Aconselhar e doutrinar sobre variados assuntos que os coríntios lhe encaminharam por escrito. Isso incluía assuntos doutrinários e de conduta e pureza, tanto individual, como da congregação. 43
  • 45. Visão Panorâmica Esta epístola trata dos problemas que uma igreja experimenta quando seus membros continuam “carnais” (ICo 3.1-3) e não se separam de uma vez, dos incrédulos a seu redor (2Co 6.17). São problemas tipo espírito de divisão (ICo 1.10-13; 11.17-22), tolerância de pecado tipo incesto1 (ICo 5.1-13), imoralidade sexual em geral (ICo 6.12-20), ação judicial entre os cristãos (ICo 6.1-11), idéias humanistas a respeito da verdade apostólica (ICo 15) e conflitos a respeito da “liberdade cristã” (ICo 8-10). Paulo também instrui os coríntios a respeito do celibato2 e do casamento (ICo 7), o culto público, inclusive a Ceia do Senhor (ICo 11-14) e a oferta para os santos de Jerusalém (ICo 16.1-4). Entre os ensinos mais importantes de Paulo em ICoríntios, está o das manifestações e dons do Espírito Santo nos cultos da igreja (ICo 12-14). O ensino desses capítulos é o mais rico do Novo Testamento sobre a natureza e o conteúdo da adoração na igreja primitiva (ICo 14.26-33). Paulo mostra que o propósito de Deus para a igreja inclui uma rica variedade de dons do Espírito através de crentes fiéis (ICo 12.4-10) e de pessoas chamadas para exercer certos ministérios (ICo 12.28- 30) - uma diversidade dentro da unidade, comparável às múltiplas funções do corpo humano (ICo 12.12-27). No da operação dos dons espirituais na congregação, Paulo faz uma distinção essencial entre a edificação individual e a coletiva como assembléia (ICo 14.2- 1 União sexual ilícita entre parentes consangüíneos, afins ou adotivos. 2 O estado de uma pessoa que se mantém solteira. 44
  • 46. 6,12,16-19,26), e reitera que todas as manifestações públicas dos dons devem brotar do amor (ICo 13) e existirem para a edificação de todos os crentes (IC o 12.7; 14.4-6,26). Características Especiais Cinco características especiais vemos em ICoríntios: 1. De todo o Novo Testamento, é a epístola que mais trata de problemas. Ao tratar dos vários problemas e assuntos de Corinto, Paulo apresenta princípios espirituais claros e permanentes, sendo cada um deles universalmente aplicáveis à igreja (ICo 1.10; 6.17,20; 7.7; 9.24-27; 10.31,32; 14.1-10; 15.22,23). 2. Há um destaque geral sobre a unidade da igreja local como corpo de Cristo, destaque este no ensino sobre divisões, Ceia do Senhor e dons espirituais. 3. Esta epístola contém o mais amplo ensino do Novo Testamento em assuntos de grande importância como o celibato, o casamento e novo casamento (capítulo 7); a Ceia do Senhor (ICo 10.16-21; 11.17-34); línguas, profecias e dons espirituais durante o culto (ICo 12,14); o amor cristão (ICo 13); e a ressurreição do corpo (ICo 15). 4. A epístola é de valor incalculável para o ministério pastoral, no tocante à disciplina eclesiástica (ICo 5). 5. Salienta1 a possibilidade indubitável2 de decair da fé, aqueles que persistem numa conduta ímpia e que não têm firmeza em Cristo (ICo 6.9,10; 9.24-27; 10.5- 12,20,21; 15.1-2). 1 Tornar-se saliente ou notável; evidenciar-se, distinguir-se, sobressair. 2 Sobre que não pode haver dúvida; incontestável, irrefragável. 45
  • 47. Correções na Conduta Cristã (ICo 1-11) A maravilhosa igreja de Corinto, a jóia brilhante da coroa do trabalho de Paulo, estava fracassando, porque o mundanismo (carnalidade) se tinha introduzido em seu seio. Tudo corria bem enquanto a igreja penetrava na cidade de Corinto, mas quando Corinto penetrou na igreja, o desastre começou. O maior perigo da igreja de Corinto vinha de dentro. É uma verdade sempre confirmada. Espírito de partidos. Paulo fala das divisões e grupos na igreja. Nada destrói mais o coração e a vida de uma igreja, do que a política de partidos. Cristianismo é amor. Só Jesus Cristo pode curar o mal das divisões (ICo 1.13). Todo olhar, todo coração e todo espírito deve voltar-se para um objetivo: Jesus Cristo, nosso Salvador pessoal. A Cruz. 1. A cruz era “escândalo para os judeus”. Algo com que não podiam conformar-se (ICo 1.23). Não era possível compreender como tal demonstração de fraqueza podia ser fonte de poder. Para eles, um homem morrendo na cruz não parecia o Salvador do mundo. A cruz significava fracasso para eles. 2. A cruz era “Loucura para os gregos”. Os gregos olhavam com desdém a religião sem base científica, ensinada primeiro num recanto atrasado do mundo, como Nazaré, pelo filho de um carpinteiro que nunca estudara em Atenas ou Roma. Os gregos idolatravam “cérebros”. 46
  • 48. Mas Deus nunca desprezou as coisas humildes. Ele usou a funda1 de Davi para derrubar Golias, o pior inimigo de Israel. Usou a merenda2 de um menino para alimentar uma multidão. Ou a cruz é “o poder de Deus” ou é “loucura”. Nenhuma pessoa jamais deixa a cruz na mesma condição em que a ela veio. Terá de aceitá-la ou de rejeitá-la. Se a aceita, torna-se filho de Deus (Jo 1.12); se a repudia, é réu, condenado (Jo 3.36). Paulo não pregou um Cristo conquistador ou filósofo, porém, Cristo crucificado e humilde (ICo 2.2). Paulo diz: “Nem eu tão pouco julgo a mim mesmo” (ICo 4.3). Não sabeis? Esta é uma expressão usada por Paulo. Sua fé se baseava em fatos. Ele queria saber das coisas. Sublinhe os “não sabeis?” do capítulo 6. Que nos compete saber? “Ou não sabeis porque o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus” (ICo 6.19,20). Se o nosso corpo foi redimido pelo Senhor Jesus Cristo, então não nos pertence mais, e sim Aquele que nos comprou com o seu precioso sangue. “Porque fostes comprados por preço”. A Escritura não estabelece regrinhas de conduta nem diz que coisas devem ou não fazer, antes, estabelece princípios pelos quais o cristão deve orientar suas ações. Alguém disse que a liberdade cristã não quer dizer o direito que temos de fazer o que 1 Laçada de couro ou de corda para arrojar pedras, ou outros projetis, ao longe. Refeição leve, entre o almoço e o jantar. O que se leva em farnel para comer no campo ou em viagem. 47
  • 49. queremos, e sim o que devemos. Paulo diz: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma” (ICo 6.12). Casamento. Deus apresenta com clareza os princípios do casamento. Quando duas pessoas se casam, fazem-no por toda a vida. Leiam o que disse Jesus acerca do divórcio (Mt 5.31,32; 19.3-11; Mc 10.2-12). São declarações claras. Anotem ICoríntios 7.9,13 na Bíblia. Meditem nesses versículos. A Ceia do Senhor A Ceia do Senhor é descrita em quatro trechos bíblicos: Mateus 26.26-29; Marcos 14.22-25; Lucas 22.15-20; ICoríntios 11.23-32. Sua importância relaciona-se com o passado, o presente e o futuro. Sua importância no passado. É um memorial (gr. anam nesis; ICo 11.24- 26; Lc 22.19) da morte de Cristo no Calvário, para redimir os crentes do pecado e da condenação. Através da Ceia do Senhor, vemos mais uma vez diante de nós a morte salvífica de Cristo e seu significado redentor para nossa vida. A morte de Cristo é nossa motivação maior para não cairmos em pecado e para nos abstermos de toda a aparência do mal (lT s 5.22). É um ato de ação de graças (gr. eucharistia) pelas bênçãos e salvação da parte de Deus, provenientes do sacrifício de Jesus Cristo na cruz por nós (ICo 11.24; Mt 26.27,28; Mc 14.23; Lc 22.19). 48
  • 50. Sua importância no presente. A Ceia do Senhor é um ato de comunhão (gr. koinoniá) com Cristo e de participação nos benefícios da sua morte sacrificial e, ao mesmo tempo, comunhão com os demais membros do corpo de Cristo (IC o 10.16,17). Nessa ceia com o Senhor ressurreto, Ele, como o anfitrião, faz-se presente de modo especial (cf. Mt 18.20; Lc 24.35). E o reconhecimento e a proclamação da Nova Aliança (gr. kaine diatheke) mediante a qual os crentes reafirmam o senhorio de Cristo e nosso compromisso de fazer a sua vontade, de permanecer leais, de resistir o pecado e de identificar- nos com a missão de Cristo (IC o 11.25; Mt 26.28; Mc 14.24; Lc 22.20). Sua importância no futuro. A Ceia do Senhor é um antegozo do reino futuro de Deus e do banquete messiânico futuro, quando então, todos os crentes estarão presentes com o Senhor (Mt 8.11; 22.1-14; Mc 14.25; Lc 13.29; 22.17,18,30). Antevê a volta iminente de Cristo para buscar o seu povo (ICo 11.26) e encena a oração: “Venha o teu Reino” (Mt 6.10; cf. Ap 22.20). Na Ceia do Senhor, toda essa importância acima mencionada, só passa a ter significado se chegarmos diante do Senhor com fé genuína, oração sincera e obediência à Palavra de Deus e à sua vontade. Instruções Quanto à Conduta Cristã (ICo 12-16) Em ICoríntios 12 encontramos os dons que o Espírito dá aos crentes. Nos versículos 1-3 ele fala da transformação que se deu na vida dos cristãos coríntios após abandonarem o culto de ídolos mortos para adorar 49
  • 51. Autor: O Apóstolo Paulo Segunda Data: 55/56 d.C. Carta aos Tema: Glória Através do Sofrimento Coríntios Pa^avras-Chave: Consolação, sofrimento, ministério, glória, poder, fraqueza Versículos-chave: 2Co 4.5; 5.20-21 Tendo Paulo fundado a igreja em Corinto, durante sua segunda viagem missionária, manteve contato freqüente com os coríntios a partir de então, por causa dos problemas daquela igreja (ver a introdução a ICoríntios). A seqüência desses contatos e o contexto em que 2Coríntios foi escrito são os seguintes: • Depois de alguns contatos e correspondência inicial entre Paulo e a igreja (ICo 1.1; 5.9; 7.1), ele escreveu ICoríntios, de Efeso (primavera de 55 ou 56 d.C.). • Em seguida, ele fez uma viagem a Corinto, cruzando o mar Egeu, para tratar de problemas surgidos na igreja. Essa visita, no período entre 1 e 2Coríntios (2Co 13.1,2), foi espinhosa para Paulo e para a congregação (2Co 2.1,2). • Depois dessa visita afanosa1, informes chegaram a Paulo em Efeso de que seus adversários estavam atacando a sua autoridade apostólica em Corinto, tentando persuadir uma parte da igreja a rejeitá-lo. • -'Respondendo, Paulo escreveu 2Coríntios, na Macedônia (outono de 55 ou 56 d.C.). • Pouco depois, Paulo viajou outra vez a Corinto (2Co 13.1), permanecendo ali cerca de três meses (cf. At 20.1-3a). Foi ali que escreveu a Epístola aos Romanos. 1Cheio de afã; trabalhoso, laborioso.
  • 52. A utor Paulo escreveu esta epístola à igreja de Corinto e aos crentes de toda a Acaia (2Co 1.1), identificando-se duas vezes pelo nome (2Co 1.1; 10.1). Há duas afirmações de que Paulo escreveu a carta (2Co 1.1 e 10.1). As coisas detalhadas que escreve e as referências particulares especialmente no capítulo dois, onde fala do mesmo homem que indica na primeira Epístola, o capítulo cinco: estas constituem provas de que o autor desta Epístola é o mesmo que o da primeira. Não podia ser outro senão Paulo, o apóstolo dos gentios, e que fundou a igreja de Corinto (2Co 3.1-3). Só Paulo podia ter escrito 2Coríntios 12.19-13.10. O testemunho externo é mais do que suficiente para provar a mesma coisa. Desde Policarpo em diante encontram-se referências a este livro, e ocupa o terceiro lugar no Apostolicón de Marción (Ano 145). Tema e Propósito Tendo em mente que 2Coríntios é a defesa pessoal do ministério de Paulo, resumiremos o seu tema da seguinte maneira: o ministério de Paulo, seus motivos, sacrifícios, responsabilidades e eficiência. • Paulo escreveu esta epístola a três classes de pessoas em Corinto; • Primeiro escreveu para encorajar a maioria da igreja que lhe era fiel, como seu pai espiritual; • Escreveu para contestar e desmascarar os falsos apóstolos que continuavam a difamá-lo, para, assim, enfraquecer a sua autoridade e o seu apostolado, e distorcer a sua mensagem; 53
  • 53. • Escreveu, também, para repreender a minoria na igreja influenciada por seus oponentes e que não acatavam a sua autoridade e correção. Paulo reafirmou sua integridade e sua autoridade apostólica em relação a eles, esclareceu os seus motivos e os advertiu contra novas rebeliões. 2Coríntios visou a preparar a igreja como um todo, para sua visita iminente1. A Data e as Circunstâncias Depois de enviar a primeira Epístola aos Coríntios Paulo esperou em Éfeso até o alvoroço no teatro (At 19.23-41), que o fez sair da cidade. Já tinha o propósito de visitar a Macedônia e Acaia e tinha enviado adiante dele Timóteo e Erasto (At 19.21,22). Partiu de Éfeso e chegou a Trôade. Nesta cidade teve muitas oportunidades para pregar o Evangelho, mas não teve sossego em seu espírito, pelo fato de Tito não ter regressado, o qual fora enviado a Corinto por Paulo para adverti-los a respeito da oferta (2Co 12.18-8.6,16) e para saber de que maneira os irmãos de Corinto tinham recebido a carta anterior (2Co 2.12,13). Paulo partiu de Trôade para Macedônia, onde Tito o encontrou quando de seu regresso de Corinto (2Co 7.5-7). As notícias que trouxe da submissão da igreja às coisas que foram ordenadas na carta: sua pronta obediência c a tristeza da maioria pelo que acontecera, não se acham somente neste capítulo sete, mas também de vez em quando por todo o livro. Também 2Coríntios 8.1 e 9.24 provam que esta carta foi escrita desde a Macedônia, de modo que é claro que Paulo a escreveu quando do regresso de Tito com as 1 Que ameaça acontecer breve; que está sobranceiro. 54
  • 54. notícias da recepção da primeira Epístola, talvez uns seis meses após aquela, cerca do ano 55 depois de Cristo. «»Quando Tito contou a Paulo que a igreja de Corinto tinha disciplinado o culpado de acordo com as suas instruções (ICo 5), e que a dita disciplina tinha tido o efeito desejado pelo fato de o homem estar muito triste e desejarem perdoá-lo (2Co 2.5-8), o apóstolo naturalmente sentiu a sua responsabilidade de escrever- lhes imediatamente com as instruções sobre o caso. Com mais detalhes de Tito a respeito do caráter da oposição ao apóstolo e a tendência de alguns em prestar-lhes atenção quanto à importância da lei mosaica, Paulo quis deixar claro também esse ponto, tanto para defender seu próprio apostolado, como também para dar autoridade aos seus ensinamentos. Estas considerações, juntamente com os assuntos materiais, com a sua visita e a coleta para os santos em Jerusalém, fizeram-no sentir o impulso de escrever. Deus usava as circunstâncias para fazê-lo cumprir a vontade divina e assim temos este precioso livro no cânon do Novo Testamento. Visão Panorâmica 2Coríntios tem três divisões principais: 1. Na primeira (2Co 1-7), Paulo começa dando graças a Deus pela sua consolação em meio aos sofrimentos em prol do evangelho, elogia os coríntios por disciplinarem um grande transgressor e defende a sua integridade ao alterar seus planos de viagem. Em 2Coríntios 3.1-6.10, Paulo apresenta o mais extenso ensino do Novo Testamento sobre o verdadeiro caráter do ministério. Ressalta a importância da separação do mundo (2Co 6.11-7.1) e expressa sua alegria ao saber,
  • 55. através de Tito, do arrependimento de muitos na igreja de Corinto, que antes desacatavam a sua autoridade apostólica (2Co 7). 2. Nos capítulos 8 e 9, Paulo exorta os coríntios a demonstrar a mesma generosidade cristã e sincera dos macedônios, ao contribuírem na campanha por ele dirigida, a favor dos crentes pobres de Jerusalém. 3. O estilo da epístola muda nos capítulos 10-13. Agora, Paulo defende o seu apostolado, discorrendo sobre a sua chamada, qualificações e sofrimentos como um verdadeiro apóstolo. Com isso, Paulo espera que os coríntios reconheçam os falsos apóstolos entre eles, o que os poupará de futura disciplina quando ele lá chegar. Paulo termina 2Coríntios com a única bênção trinitária no Novo Testamento (2Co 13.13). Características Especiais Quatro fatos principais caracterizam esta epístola: humildade, desculpas e até mesmo constrangimento, mas foi necessário, tendo em vista a situação em Corinto. 2. Ultrapassa todas as demais epístolas paulinas no que tange à revelação da intensidade e profundidade do amor e cuidado de Paulo por seus filhos espirituais. 3. Contém a mais completa teologia do Novo Testamento sobre o sofrimento do crente (2Co 1.3- 11; 4.7-18; 6.3-10; 11.23-30; 12.1-10), e de igual modo, sobre a contribuição cristã (2Co 8-9). 56
  • 56. 4. Termos-chave, tais como fraqueza, aflição, lágrimas, perigos, tribulação, sofrimento, consolação, jactância, verdade, ministério e glória, destacam o conteúdo incomparável desta carta. Comentário Paulo estava um pouco preocupado sobre como a igreja de Corinto teria recebido sua primeira carta. Perguntava-se a si mesmo como teriam aceitado suas exortações. Por isso mandou Tito e talvez Timóteo a Corinto para verificar o resultado da epístola. Durante sua terceira viagem missionária, em Filipos, Tito contou que a maioria da igreja recebera a carta com bom espírito. Alguns, porém, duvidaram dos seus motivos, chegando mesmo a negar o seu apostolado. Talvez pusessem isto em dúvida porque Paulo não pertenceu ao grupo dos doze. Nessas circunstâncias, Paulo escreveu a segunda epístola, não só para expressar sua alegria por causa das notícias alegres sobre a maneira como sua primeira epístola foi recebida, como também para defender o seu apostolado. O Ministério de Paulo (2Co 1-7) Paulo começa sua segunda epístola com as saudações habituais e ações de graças (2Co 1.1-11). Todos nós apreciamos uma história verdadeira. Paulo narra, nesse documento, tantas experiências pessoais da sua vida, que não há quem não goste de lê-las. Começa contando as grandes aflições pelas quais tem passado. Através de todas as suas provações, aprendeu a conhecer melhor a Deus. 57
  • 57. Paulo tinha consciência da sua sinceridade e fidelidade quando trabalhou entre os coríntios. Explicou-lhes que tinha mandado sua primeira carta em vez de vir pessoalmente, a fim de poder, quando viesse, louvá-los e não repreendê-los (2Co 1.23-2.4). Ele invoca o testemunho de Deus para a sua declaração. Os doutores da lei, dos dias de Paulo, sempre levavam consigo cartas de apresentação. Procuravam combater Paulo por todos os meios. Perguntavam: “Quem é esse Paulo? Que carta de recomendação traz de Jerusalém?” Como era tola a pergunta! Acaso Paulo precisaria de carta de recomendação para uma igreja que ele próprio fundara? “Por que”? “Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações, conhecida e lida por todos os homens” (2Co 3.2). As vidas dos verdadeiros cristãos em Corinto eram cartas, que serviam para recomendar tanto a Paulo, o servo, como a Cristo, o Senhor. Paulo teve um ministério triunfante, mas cheio de aflições. A vitória tem um preço! Paulo conta muita coisa a respeito das suas tribulações (capítulos 4,6 e 11). Na sua gloriosa conversão, o Senhor disse: “Pois eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo meu Nome” (At 9.16). As provações parecem ter começado logo depois e o acompanharam durante trinta anos. Paulo, porém, mostrava-se sempre otimista, pois sabia que as aflições presentes tornavam maior a glória vindoura1 (2Co 4.17,18). Em todas as suas aflições Paulo encontra conforto na ressurreição. Vivia sob a inspiração de que, um dia, seu corpo seria transformado e glorificado (2Co 5.10). 1 Que há de vir ou acontecer; futuro, venturo. 58
  • 58. V-Ur ^ a^v0 ministério de Paulo é levar os homens a se reconciliarem com Deus (2Co 5.20). O supremo interesse de Deus está no homem. Como embaixador de Cristo o apóstolo apela aos homens do mundo. Segue-se o seu apelo para uma vida de santidade (2Co 6.11-7.16). Santidade de vida quer dizer “tudo” para Deus. Paulo roga aos seus cooperadores que não recebam em vão a benignidade de Deus, porém, abram seus corações a Ele. Liberdade no Ar (2Co 8 e 9) Paulo relata à igreja de Corinto a generosidade das igrejas da Macedônia em favor do Fundo de Socorro para a Palestina, contra a fome. Embora fossem pobres, primeiro se haviam dado ao Senhor. Todas as igrejas da Ásia Menor e da Grécia contribuíram para o fundo. Isto começara um ano antes (2Co 8.10). Paulo escreveu isto quando estava na Macedônia. Não tinha aceitado de nenhuma igreja qualquer salário para o seu trabalho. Cristo era o exemplo desses cristãos primitivos (2Co 8.9). Como Dar: • Da vossa pobreza (2Co 8.2); y / • Generosamente (2Co 8.3); y/ • Espontaneamente (2Co 9.7); • Proporcionalmente (2Co 8.12,13,14); J • Com alegria (2Co 9.7); sJ • Abundantemente (2Co 9.6). v/ Deus sempre prometeu recompensas ao que dá com generosidade (2Co 9.6). Ele nos enriquece não só de bênçãos espirituais como também materiais. Essas dádivas serviam para fortalecer os laços de 59
  • 59. fraternidade entre os cristãos judeus e gentios. “Graças a Deus pelo seu dom inefável1“ (2Co 9.15). O Apostolado de Paulo (2Co 10-13) Alguns membros da igreja acusavam Paulo de covardia. Diziam que era corajoso nas suas cartas, mas fraco em pessoa. O Novo Testamento não nos dá qualquer idéia da aparência de Paulo. Imaginar que esse homem, capaz de revolucionar cidades, era fraco, seria absurdo. Devia ter uma personalidade poderosa e dominante. Era pessoa de extraordinários dons e dotado de intelecto agudo e pesquisador. Além disso, Cristo habitava nele e operava através dele. Ele ocultava-se atrás da cruz. Seus inimigos diziam que nenhum apóstolo trabalhava com as próprias mãos para sustentar-se. Apontavam os outros apóstolos, mas Paulo explicou que tinha direito de receber um salário, porém o recusava a fim de que os falsos mestres não abusassem do seu exemplo comercializando o ministério. Declarou que, ao menos, havia fundado suas próprias igrejas e não andava perturbando igrejas fundadas por outros, como eles faziam. “Mas eles, medindo-se consigo mesmos, e comparando-se consigo mesmos, revelam insensatez2“ (2Co 10.12-18). 'jX - g Paulo foi arrebatado ao “Paraíso”, a saber, o terceiro céu. Você se lembra que Jesus, ao morrer, foi ao Paraíso (Lc 23.43). Lá Paulo teve visões e revelações maravilhosas, e ouviu coisas que ao homem não era lícito falar (2Co 12.4). Nenhuma linguagem 1 Que não se pode exprimir por palavras; indizível. Encantador, inebriante. 2 Falto de senso ou razão; demente, louco; descocado. Que não revela bom senso. 60
  • 60. humana, jamais poderia descrever a glória delas. Seria o mesmo que tentar descrever um pôr de sol para um cego de nascença. Paulo não tinha com que compara- las para poder fazer-nos compreendê-las. Parece que por causas dessas visões celestiais, Deus permitiu que Paulo sofresse um impedimento físico. O Senhor conhece o perigo do orgulho do coração humano depois de uma experiência assim e, por isso, consentiu num “mensageiro de Satanás para esbofetear” o seu servo. O Próprio apóstolo chamou a essa aflição “espinho na carne” (2Co 12.7). 61
  • 61. Questionário • Assinale com “X ” as alternativas corretas 6. A segunda carta de Paulo aos Coríntios foi escrita a)| | Em Roma b)l | Em Jerusalém c)IXl Na Macedônia d)| | Em Alexandria 7. Noticiou Paulo sobre a recepção da primeira Epístola, contou a Paulo que a igreja de Corinto tinha disciplinado um culpado de acordo com as suas instruções a)| I Silvano b)K1 Tito c)| I Erasto d)| I Tíquico 8. Lá Paulo teve visões e revelações maravilhosas, e ouviu coisas que ao homem não era lícito falar • a)í~~| No Paraíso b)| | Em Corinto c)| I No Templo d ) 0 Em Roma • Marque “C” para Certo e “E ” para Errado 9. <c O alvo do ministério de Paulo é levar os homens a se reconciliarem entre eles 1 0 . 2Coríntios é a mais autobiográfica das epístolas de Paulo 62
  • 62. Lição 3 Cartas de Paulo: Aos Filipenses, Colossenses, 1 e 2Tessalonicenses, 1 e 2Timóteo, Tito e Filemom Autor: O Apóstolo Paulo Carta aos Data: Cerca de 62/63 d.C. f Filipenses Tema: Alegria de Viver por Cristo r Palavras-Chave: Alegria, regozijar Versículo-chave: Fp 4.4 A igreja de Filipos foi fundada por Paulo e sua equipe de cooperadores (Silas, Timóteo e Lucas) na * sua segunda viagem missionária, em obediência a uma visão que Deus lhe dera em Trôade (At 16.9-40). Um forte elo de amizade desenvolveu-se entre o apóstolo e a igreja em Filipos. Várias vezes a igreja enviou ajuda financeira a Paulo (2Co 11.9; Fp 4.15,16) e contribuiu generosamente para a coleta que o apóstolo providenciou para os crentes pobres de Jerusalém (cf. 2Co 8-9). Parece que Paulo visitou a igreja duas vezes na sua terceira viagem missionária (At 20.1,3,6). 1Causar regozijo a; alegrar muito. 63
  • 63. Propósito Da prisão (Fp 1.7,13,14), certamente em Roma (At 28.16-31), Paulo escreveu esta carta aos crentes filipenses para agradecer-lhes pela sua oferta generosa, cujo portador foi Epafrodito (Fp 4.14-19) e para informá-los do seu estado pessoal. Além disso, escreveu para transmitir à congregação a certeza do triunfo do propósito de Deus na sua prisão (Fp 1.12- 30), para assegurar à igreja que o mensageiro por ela enviado (Epafrodito) cumprira fielmente a sua tarefa e que não estava voltando antes do devido tempo (Fp 2.25-30), e para levar os membros da igreja a se esforçarem para conhecer melhor o Senhor, conservando a unidade, a humildade, a comunhão e a paz. Visão Panorâmica Diferente de muitas das cartas de Paulo, Filipenses não foi escrita primeiramente devido a problemas ou conflitos na igreja. Sua tônica básica é de cordial afeição e apreço pela congregação. Da saudação inicial (Fp 1.1) à bênção final (Fp 4.23), a carta focaliza Cristo Jesus como o propósito da vida e a esperança da vida eterna por parte do crente. Nesta epístola, Paulo trata de três problemas menores em Filipos: • O desânimo dos crentes ali, por causa da prisão prolongada de Paulo (Fp 1.12-26); • Pequenas sementes de discórdia entre duas mulheres da igreja (Fp 4.2; cf. Fp 2.2-4); • A ameaça de deslealdade sempre presente entre as igrejas, por causa dos mestres judaizantes e dos crentes de mentalidade terrena (Fp 3). 64
  • 64. Autor: O Apóstolo Paulo Data: Cerca de 62 d.C. Carta aos Tema: A Supremacia de Cristo ^ , Palavras-Chave: Plenitude, sabedoria, Colossenses . . _ .conhecimento, misteno Versículos-chave: Cl 1.18-29; 2.10 A cidade de Colossos estava localizada perto de Laodicéia (cf. Cl 4.16), no sudeste da Ásia Menor, cerca de 160 quilômetros a leste de Éfeso. A igreja colossense, tudo indica, foi fundada como resultado do grandioso ministério de Paulo em Éfeso, durante três anos (At 20.31), cujos efeitos foram tão poderosos e de tão grande alcance que “todos os que habitavam na Ásia ouviram a palavra do Senhor Jesus” (At 19.10). Paulo talvez nunca tenha visitado Colossos pessoalmente (Cl 2.1), mas mantivera contatos com a igreja através de Epafras, um dos seus convertidos e cooperadores naquela cidade (Cl 1.7; 4.12). O motivo desta epístola foi o surgimento de ensinos falsos na igreja colossense, ameaçando o seu futuro espiritual (Cl 2.8). Quando Epafras, dirigente da igreja colossense e seu provável fundador, viajou com o objetivo de visitar Paulo e informar-lhe a respeito da situação em Colossos (Cl 1.8; 4.12), Paulo então escreveu esta epístola. Nessa ocasião Paulo estava preso (Cl 4.3,10,18), possivelmente em Roma (At 28.16-31), aguardando comparecer perante César (At 25.11,12). O cooperador de Paulo, Tíquico, entregou pessoalmente a carta em Colossos, em nome do apóstolo (Cl 4.7). Não está descrita claramente na carta a heresia surgida em Colossos, uma vez que os leitores originais a conheciam bem. 65
  • 65. No entanto, pelas refutações1 de Paulo ao falso ensino, deduz-se que era uma mistura estranha de ensinos cristãos, tradições judaicas extrabíblicas e filosofias pagãs (semelhante ao sincretismo2 religioso das seitas falsas de hoje). Tal ensino subvertia3 e substituía a centralidade de Jesus. Esta carta foi escrita de Roma, Cerca de 62 d.C. Colossenses é uma das “epístolas da prisão”. Propósito Paulo escreveu esta carta: • Para combater os falsos ensinos em Colossos, que estavam suplantando4 à centralidade e supremacia5 de Jesus Cristo na criação, na revelação, na redenção e na igreja; • Para ressaltar a verdadeira natureza da nova vida em Cristo e suas exigências para o crente. Visão Panorâmica Depois de saudar a igreja e expressar gratidão pela fé, amor e esperança dos crentes colossenses, bem como pelo seu progresso contínuo, Paulo focaliza dois assuntos principais: a doutrina correta (Cl 1.13-2.23) e exortações práticas (Cl 3.1- 4.6). Teologicamente, Paulo enfatiza o verdadeiro caráter e glória do Senhor Jesus Cristo. Ele é a imagem 1Réplica, contestação; resposta. 2 Tendência à unificação de idéias ou de doutrinas diversificadas e, por vezes, até mesmo inconciliáveis. 3 Perverter, corromper. 4 Abater, prostrar, derribar, derrubar. 5 Superioridade, preeminência, hegemonia. Poder supremo.
  • 66. do Deus invisível (Cl 1.15), a plenitude da deidade em forma corpórea (Cl 2.9), o criador de todas as coisas (Cl 1.16,17), o cabeça da igreja (Cl 1.18) e a fonte toda-suficiente da nossa salvação (1.14,20-22). Enquanto Cristo é todo-suficiente, a heresia colossense é totalmente insuficiente - vazia, enganosa e humanista (Cl 2.8); de espiritualidade superficial e arrogante (Cl 2.18) e sem poder contra os apetites pecaminosos do corpo (Cl 2.23). Nas suas exortações práticas, Paulo faz um apelo em favor de uma vida alicerçada na suficiência completa de Cristo, como o único meio de progresso no viver cristão. A realidade da habitação de Cristo neles (Cl 1.27) deve evidenciar-se na conduta cristã (Cl 3.1- 17), no relacionamento doméstico (Cl 3.18-4.1) e na disciplina espiritual (Cl 4.2-6). 67
  • 67. Autor: O Apóstolo Paulo P r i m e i r a C a r t a Data: Cerca de 51 d.C. a o s Tema: A Volta de Cristo Tessalonicenses Palavras-Chave: Agradecimento, vinda, fe, esperança e caridade1 Versículos-chave: lTs 1.9-10 Tessalônica, situada a pouco menos de 160 km a sudoeste de Filipos, era a capital, cidade principal e porto da província romana da Macedônia. Entre os 200.000 habitantes da cidade, havia ali uma grande comunidade judaica. Quando Paulo fundou a igreja tessalonicense, na sua segunda viagem missionária, seu frutífero ministério ali foi encerrado prematuramente devido à intensa hostilidade2judaica (At 17.1-9). Forçado a sair de Tessalônica, Paulo foi a Beréia, onde outro ministério breve, porém bem- sucedido, foi interrompido pela perseguição movida pelos judeus que o seguiram desde Tessalônica (At 17.10-13). A seguir, viajou para Atenas (At 17.15-34), onde Timóteo se encontrou com ele; depois, Paulo enviou Timóteo de volta a Tessalônica para verificar a condição da nova igreja (lTs 3.1-5); ao mesmo tempo, Paulo seguiu para Corinto (At 18.1-17). Timóteo, ao completar sua tarefa, viajou para Corinto levando a Paulo informações sobre a igreja tessalonicense (lTs 3.6-8), o que levou Paulo a escrever esta carta, talvez três a seis meses depois de fundada a igreja. 1Amor. 2 Contrário, adverso, inimigo. Agressivo; provocante. 68
  • 68. Tema | ' b O assunto principal é a Volta de Cristo. Pelo fato de ter sido um tanto breve o ministério de Paulo em Tessalônica, Havia necessidade de confirmar os novos crentes nas verdades que Paulo já lhes havia ministrado. Ligado a este assunto, há uma exortação para santidade de vida, coragem a despeito da perseguição (lTs 3.2-4) e consolo para os que haviam perdido entes queridos (lT s 4.1-13). Propósito Por ter sido Paulo forçado pela perseguição a sair de Tessalônica, os novos convertidos receberam apenas um mínimo de ensino sobre a vida cristã. Ao saber Paulo,, por meio de Timóteo, das reais circunstâncias, escreveu esta epístola: • Para expressar sua alegria pela fé e perseverança dos tessalonicenses em meio à perseguição; • Para instruí-los na santidade e na vida piedosa; • Para elucidar1 certas doutrinas, especialmente no tocante à situação dos crentes que morrem antes da volta de Cristo. Visão Panorâmica Depois de saudar a igreja (lTs 1.1), Paulo, com alegria, enaltece2 os tessalonicenses pelo seu zelo e fé perseverantes em meio à adversidade"3 (lTs 1.2-10; 2.13-16). Responde às críticas contra ele, relembrando 1Tornar compreensível; esclarecer; explicar. 2 Exaltar, engrandecer. 3 Contrariedade, aborrecimento. 69
  • 69. à igreja a pureza dos seus motivos (lTs 2.1-6), a sinceridade da sua afeição e solicitude1 pelo rebanho (lT s 2.7,8,17-20; 3.1-10) e a integridade da sua conduta entre eles (lTs 2.9-12). Paulo destaca a necessidade e importância da santidade e do poder na vida cristã. O crente precisa ser santo (lT s 3.13; 4.1-8; 5.23,24), e o evangelho, acompanhado pelo poder e manifestação do Espírito Santo (lT s 1.5). Paulo admoesta os tessalonicenses à não extinguirem o Espírito, a não desprezar as suas manifestações, especialmente a profecia (lTs 5.19,20). Um tema de destaque é a volta de Cristo para livrar seu povo da ira de Deus sobre a terra (lTs 1.10; 4.13-18; 5.1-11). Parece que alguns crentes haviam morrido em Tessalônica, motivando preocupação sobre a sua salvação final. Por isso, Paulo explica o plano de Deus para os santos que já tiverem partido quando Cristo voltar para buscar a sua igreja (lT s 4.13-18), e exorta os vivos sobre a importância de estarem preparados quando Ele vier (lT s 5.1-11). Paulo termina a carta com uma oração pela santificação e preservação espiritual dos tessalonicenses (lT s 5.23,24). 1 Desejo de atender a alguma solicitação da melhor forma possível; boa vontade. 70
  • 70. Segunda Carta aos Tessalonicenses Ao escrever Paulo esta epístola, a situação na igreja de Tessalônica era quase a mesma da ocasião em que ele escreveu a primeira carta (ver introdução a ITessalonicenses). É provável, pois, que esta carta tenha sido escrita apenas poucos meses depois de ITessalonicenses, quando Paulo ainda se encontrava trabalhando em Corinto com Silas e Timóteo (2Ts 1.1; cf. At 18.5). Tudo indica que Paulo, ao ser informado do acolhimento1 da sua primeira carta e do progresso dos crentes tessalonicenses, foi movido a escrever esta segunda carta. Propósito O propósito de Paulo nesta epístola é semelhante ao de ITessalonicenses: • Animar seus novos convertidos perseguidos; Exortá-los a dar bom testemunho cristão e a trabalhar cada um pelo seu sustento; • Corrigir certos erros doutrinários sobre eventos dos tempos do fim, ligados ao Dia do Senhor - “Dia de Cristo” (2Ts 2.2). 1Ato ou efeito de acolher; recepção. Atenção, consideração. Autor: O Apóstolo Paulo Data: Cerca de 51 ou 52 d.C. Tema: A Volta de Cristo Palavras-Chave: Dia do Senhor, homem do pecado, tradição Versículo-chave: 2Ts 2.15 71
  • 71. Visão Panorâmica O tom da primeira carta de Paulo tessalonicenses é o de uma ama que cria os seus filhos (lT s 2.7). Na segunda, o tom é primeiramente o de um pai que disciplina os filhos desobedientes para corrigir seus caminhos (2Ts 3.7-12; cf. lTs 2.11). Elogia-os, porém, pela sua fé perseverante e volta a encorajá-los a permanecer fiéis em todas as perseguições (2Ts 1.3-7). A seção principal da carta trata do Dia do Senhor, no seu aspecto escatológico (2Ts 2.1-12; cf. 2Ts 1.7-10). Afigura-se de 2Tessalonicenses 2.2 que alguns em Tessalônica afirmavam por “espírito” (suposta revelação profética), por “palavra” (mensagem verbal) ou “epístola” (supostamente escrita por Paulo), que o tempo da grande tribulação e o Dia do Senhor já haviam começado. Paulo corrige tal erro, declarando que três eventos notáveis assinalarão e precederão a chegada do Dia do Senhor (2Ts 2.2): • Ocorrerá uma grande apostasia e rebelião (2Ts 2.3); • A restrição determinada por Deus para resistir à injustiça, será removida (2Ts 2.6,7); • “O homem do pecado” se revelará (2Ts 2.3,4,8-11). Paulo repreende aqueles que, na igreja, estavam se aproveitando da expectativa da iminente volta de Cristo como desculpa para a ociosidade1. Exorta os crentes a serem diligentes e disciplinados no seu viver (2Ts 3.6-12). 1 Qualidade ou estado de ocioso, de quem gasta o tempo inutilmente; inatividade. 72
  • 72. Questionário • Assinale com “X ” as alternativas corretas 1. Paulo em sua segunda viagem missionária, em obediência a uma visão que Deus lhe dera em Trôade fundou a igreja de Filipos com sua equipe de cooperadores a)| | Barnabé, Tito e Timóteo b)| | Lucas, Tíquico e Silas c)| | Áquila, Priscila e Tito d ) 0 Silas, Timóteo e Lucas 2. O motivo que levou a Paulo escrever esta epístola foi o surgimento de ensinos falsos na igreja a)| | De Filipenses b)[~~| De Colossenses c)| | De ITesalonicenses d)l | De 2Tesalonicenses 3. É o tema principal das cartas de Paulo a Tessalonicenses a)| | Glória através do sofrimento b)l I Supremacia de Cristo c)ÍKl A volta de Cristo d)| | Alegria de viver por Cristo • Marque “C” para Certo e “E” para Errado 4 . m Colossenses é uma das “epístolas da prisão” 5.|g~l Em 2Tessalonicenses Paulo exortá-os a dar bom testemunho cristão e a trabalhar cada um pelo seu sustento 73
  • 73. Primeira Carta a Timóteo Um dos cuidados principais que Paulo transmite ao seu jovem auxiliar é que Timóteo lute com denodo1 pela fé e refute os falsos ensinos que estavam comprometendo o poder salvífico do evangelho (lT m 1.3-7; 4.1-8; 6.3-5,20,21). Paulo também instrui Timóteo a respeito das qualificações espirituais e pessoais dos dirigentes da igreja, e oferece um quadro geral das qualidades de um obreiro candidato a futuro pastor de igreja. Entre outras coisas, Paulo ensina Timóteo sobre o relacionamento pastoral com os vários grupos dentro da igreja, como as mulheres em geral (lT m 2.9- 15; 5.2), as viúvas (lT m 5.3-16), os homens mais idosos e os mais jovens (lT m 5.1), os presbíteros (lT m 5.17-25), os escravos (lT m 6.1,2), os falsos mestres (lT m 6.3-6) e os ricos (lT m 6.7-10,17-19). Paulo confia a Timóteo cinco tarefas distintas para ele cumprir (lT m 1.18-20; 3.14-16; 4.11-16; 5.21-25; 6 . 20- 21) . * * 2. Nesta epístola, Paulo exprime sua afeição a Timóteo como seu convertido e filho na fé, e estabelece um elevado padrão de piedade para a vida dele e da igreja. 1 Qualidade de denodado; ousadia, intrepidez, valor, coragem, bravura, destemor. Autor: O Apóstolo Paulo Data: Cerca de 65 d.C. Tema: A Sã Doutrina e a Piedade Palavras-Chave: Cuidado, vigilância, força, compromisso Versículos-chave: lTm 3.15; 4.12 74
  • 74. A utor l V - i_e 2 Timóteo e Tito - comumente1chamadas “epístolas pastorais” - são cartas escritas por Paulo (lT m 1.1; 2Tm 1.1; Tt 1.1) a Timóteo (em Éfeso) e Tito (em Creta) concernente2 ao cuidado pastoral das igrejas. Alguns críticos questionam a autoria destas cartas por Paulo, mas a igreja primitiva corroborava3 sua autoria paulina. Embora haja diferenças de estilo e de vocabulário nas epístolas pastorais ao compará-las com as outras cartas de Paulo, estas diferenças podem decorrer da avançada idade de Paulo e sua solicitude pessoal com os ministérios de Timóteo e Tito. Paulo escreveu ITimóteo depois dos eventos relatados no fim de Atos, a primeira prisão de Paulo em Roma terminou (At 28), segundo parece, com a sua libertação (2Tm 4.16,17). Posteriormente, segundo Clemente de Roma (cerca de 96 d.C.) e o Cânon Muratoriano (cerca de 190 d.C.), Paulo viajou de Roma, dirigindo-se para o oeste, até a Espanha, e ministrou a Palavra de Deus ali, como era seu desejo há longo tempo (cf. Rm 15.23,24,28). Conforme relatam as Epístolas Pastorais, Paulo a seguir, voltou à região do mar Egeu (especialmente Creta, Macedônia e Grécia) e aí continuou seu ministério. Durante esse período (cerca de 64,65 d.C.), Paulo comissionou Timóteo como seu representante apostólico para ministrar em Éfeso, e Tito para fazer o mesmo em Creta. Da Macedônia, Paulo escreveu sua primeira carta a Timóteo, e, pouco mais tarde, escreveu a Tito. Posteriormente, Paulo foi preso de novo em Roma, quando então escreveu uma 1Em geral, ordinariamente. 2 Que concerne; relativo, atinente, referente. 3 Dar força a; fortificar, fortalecer, confirmar, comprovar.
  • 75. segunda carta a Timóteo pouco antes do seu martírio, em 67/68 (ver 2Tm 4.6-8; ver também introdução a 2Timóteo). Propósito Paulo teve um tríplice propósito ao escrever ITimóteo: • Exortar o próprio Timóteo a respeito do seu ministério e da sua vida pessoal; • Exortar Timóteo a defender a pureza do evangelho e seus santos padrões da corrupção causada por falsos mestres; • Dar a Timóteo instruções a respeito de vários assuntos e problemas de Efeso. 76
  • 76. Segunda Carta a Timóteo No capítulo 1, Paulo assegura a Timóteo o seu incessante amor e orações, e exorta-o a nunca transigir1 na fidelidade ao evangelho, a guardar com diligência a verdade e a seguir o seu exemplo. No capítulo 2, Paulo incumbe seu filho espiritual a preservar a fé, transmitindo suas verdades a homens fiéis que, por sua vez, ensinarão a outros (2Tm 2.2). Admoesta o jovem pastor a sofrer as aflições como bom soldado (2Tm 2.3), a servir a Deus com diligência e a manejar corretamente a palavra da verdade (2Tm 2.15), a separar-se daqueles que se desviam da verdade apostólica (2Tm 2.18-21), a manter-se puro (2Tm 2.22) e a trabalhar com paciência como mestre (2Tm 2.23-26). No capítulo seguinte, Paulo declara a Timóteo que o mal e a apostasia aumentarão (2Tm 3.1- 9), porém, ele precisa permanecer sempre, e em tudo, leal às Escrituras (2Tm 3.10-17). No capítulo final, Paulo incumbe Timóteo de pregar a Palavra e de cumprir todos os deveres do seu ministério (2Tm 4.1-5). Termina, informando a Timóteo quanto aos seus assuntos pessoais, quando ele já encarava a morte, e instando com o jovem pastor a vir logo ao seu encontro (2Tm 4.6-21). 1Chegar a acordo; ceder, condescender, contemporizar. Autor: O Apóstolo Paulo Data: Cerca de 67 d.C. Tema: Perseverança Inabalável na Fé Palavras-Chave: Batalha, instrução, responsabilidade Versículos-chave: 2Tm 3.14-17; 4.1-5 77
  • 77. A utor t h V Esta é a última carta de Paulo. Ela foi escrita quando o imperador Nero procurava impedir a expansão da fé cristã em Roma, perseguindo severamente os crentes. E Paulo voltara a ser prisioneiro do imperador em Roma (2Tm 1.16,17). Estava sofrendo privações como se fosse um criminoso comum (2Tm 2.9), abandonado pela maioria dos seus amigos (2Tm 1.15), e tinha consciência de que o seu ministério chegara ao fim, e que sua morte se aproximava (2Tm 4.6-8,18; ver introdução à ITimóteo para um exame mais completo da autoria e do contexto da epístola). Paulo escreve a Timóteo como “amado filho” (2Tm 1.2) e fiel cooperador (cf. Rm 16.21). Sua intimidade com Timóteo e sua confiança nele percebe- se no fato de o apóstolo mencioná-lo como seu cooperador na escrita de seis epístolas, de Timóteo haver permanecido consigo durante sua primeira prisão (Fp 1.1; Cl 1.1; Fm 1), e de lhe haver escrito duas cartas pessoais. Ante sua execução iminente, Paulo pede duas vezes a Timóteo que venha estar novamente com ele em Roma (2Tm 4.9,21). Timóteo ainda residia em Éfeso quando Paulo lhe enviou esta segunda epístola (lT m 1.3; 2Tm 1.18). Nesta epístola, o apóstolo envia saudações a Onesíforo que residia em Éfeso (2Tm 1.16), e igualmente para o casal Aquila e Priscila (2Tm 4.19). Características Especiais Contêm as últimas palavras escritas por Paulo antes da sua execução por ordem de Nero, em Roma, uns 35 anos depois da sua conversão a Cristo. 78
  • 78. Contém uma das declarações mais claras, na Bíblia, a respeito da inspiração divina das Escrituras e do seu propósito (2Tm 3.16,17); Paulo reafirma que as Escrituras devem ser interpretadas com exatidão pelos ministros da Palavra (2Tm 2.15) e insiste que a Palavra de Deus seja confiada a homens fiéis que, por sua vez, possam ensinar a outros (2Tm 2.2). Do começo ao fim da carta aparecem exortações sucintas, por exemplo, “despertes o dom de Deus” (2Tm 1.6), “não te envergonhes” (2Tm 1.8), sofre pelo evangelho (2Tm 1.8), “conserva o modelo das sãs palavras” (2Tm 1.13), “guarda a verdade” (2Tm 1.14), “fortifica-te na graça” (2Tm 2.1), “passa adiante a mensagem” (2Tm 2.2), “sofre as aflições” (2Tm 2.3), “sê diligente na Palavra” (2Tm 2.15), “evita os falatórios profanos” (2Tm 2.16), “foge dos desejos da mocidade e segue a justiça” (2Tm 2.22), “acautela-te da apostasia que há de vir” (2Tm 3.1-9), “permanece na verdade” (2Tm 3.14), “pregues a Palavra” (2Tm 4.2), “faze a obra de um evangelista” (2Tm 4.5) e “cumpre o teu ministério” (2Tm 4.5). Os temas iterativos1 destas muitas exortações são: manter firme a fé (em Jesus Cristo e no evangelho apostólico original), guardá-la da distorção e da corrupção, opor-se aos falsos mestres e pregar o evangelho com perseverança inabalável. O testemunho de despedida de Paulo é um exemplo comovedor de coragem e esperança diante do martírio sentenciado (2Tm 4.6-8). 1Relativo a, ou em que há iteração. Repetido, reiterado. 79
  • 79. Autor: O Apóstolo Paulo Data: Cerca de 65/66 d.C. P , Tema: A Sã Doutrina e as Boas Obras ai. a a Palavras-Chave: Diligência1, compromisso, responsabilidade Versículos-chave: Tt 2.11-14 Tito, como 1 e 2 Timóteo, é uma carta pessoal de Paulo a um dos seus auxiliares mais jovens. É chamada de “epístola pastoral” porque trata de assuntos relacionados com a ordem e o ministério na igreja. Tito, um gentio convertido (G1 2.3), tornou-se íntimo companheiro de Paulo no ministério apostólico. Embora não mencionado nominalmente em Atos (por ser, talvez, irmão de Lucas), o grande relacionamento entre Tito e o apóstolo Paulo vê-se: • Nas treze referências a Tito nas epístolas de Paulo; • No fato de ele ser um dos convertidos e fruto do ministério de Paulo (Tt 1.4; como Timóteo), e um cooperador de confiança (2Co 8.23); • Pela sua missão de representante de Paulo em pelo menos uma missão importante a Corinto durante a terceira viagem missionária do apóstolo (2Co 2.12,13; 7.6-15; 8.6, 16-24); • Pelo seu trabalho como cooperador de Paulo em Creta (Tt 1.5). Paulo e Tito trabalharam juntos por um breve período na ilha de Creta (a sudoeste da Ásia Menor, no Mar Mediterrâneo), no período entre a primeira e a segunda prisão dé Paulo em Roma (ver introdução a 1 Cuidado ativo; zelo, aplicação. Atividade, rapidez, presteza. Providência; medida. 80