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Do masculino para o feminino: Recomendações para
construção de figurinos de Drag Queens
GOMES, Lillyana
Universidade Positivo
Buscando analisar o universo que envolve a cultura das Drag Queens através do
aprofundamento de estudos sobre as características dos corpos e do que os rodeia,
compreendendo a transformação comportamental dos papéis de gênero através da história e
contemplando também estudos sobre modelagem e medidas corporais, busca-se analisar e
listar meios que possibilitam a formação recomendações que contribuam para transformação
do corpo masculino para o feminino nos figurinos das Drag Queens.
Palavras-chave: Drag-queen; Figurino; Personagem.
Análise da Performatividade dos Indivíduos
- Traçando um corpo
O objetivo deste artigo é compreender a transformação do corpo masculino para o
feminino nos figurinos de construção das Drag Queens, analisando o processo de
montação desta personagem e toda sua história perante a sociedade, adentrando
também as dificuldades encontradas na construção de seu vestuário.
Utilizando como principal método a utilização de pesquisas qualitativas, adentrando
a conteúdos sobre como ocorre a construção do figurino e da modelagem que
possibilita a metamorfose do corpo, unindo-se ao levantando tópicos sobre a
estruturação de gêneros guiados por autores como Judith Butler e Michel Foucault, a
história por trás do surgimento da cultura Drag e seu envolvimento social, a
abrangência da performance teatral e a construção de uma personagem. Utilizando
também do contato com público, observando seu comportamento e dificuldades.
Assim, cria-se uma ligação direta deste ícone com a moda, demonstrando também
como ocorre a comunicação e expressão através de elementos no vestuário.
Adentrando a cultura das Drags Queens foi constatado o questionamento dos ideais
de masculinidade e feminilidade. Assim, é visto que ao brincar e transitar pelos
gêneros as Drag Queens tornam-se ícones dentro da comunidade LGTBQI+1
, sendo
elementos essenciais durante as manifestações de diversidade ao utilizar de seu
corpo como símbolo da luta pelos direitos do movimento. Explorando a primeira
aparição do termo Drag, sendo vista primeiramente dentro do cenário teatral
1
LGTBQI+: L – lésbicas; G- gays; B- bissexuais; T-travestis, transexuais e transgêneros; Q- queer; I- intersex; o sinal
de “+” simboliza pessoas que não se sintam representadas dentre as categorias e também simpatizantes.
designando o ato de se vestir semelhante a uma garota (Dressed Resembling A Girl),
que durante suas apresentações os artistas utilizam da feminilidade de forma
estereotipada e com tom de deboche. Assim, o processo de transformação do corpo é
definido pelas Drags como “montação”. Dentro desta construção de imagem se
apresentam vários aspectos da moda, como perucas, maquiagens, sapatos,
acessórios e principalmente da adaptação das roupas e enchimentos que constituem
seu corpo.
Ao utilizar o corpo como outdoor para manifestos de seu interior, as Drag Queens
caracterizam corpos desprendidos dos padrões, corpos livres que utilizam de seus
figurinos como seu principal meio de expressão, porém é visto que esta cultura é
pouco reconhecida dentro do mercado da moda. Pensando nisso, cria-se as
recomendações para construção de figurinos baseando-se em dois principais fatores:
estética e conforto. .
Ao adentrar na chamada estética Drag é proposto sugestões de combinações de
cores e formas (shapes), validadas por uma amostragem de usuários, de acordo com
as subcategorias dentro da cultura Drag Queen. Percebendo que cada categoria
possui um estilo específico, é possível analisar a ligação de estilos através das paletas
de cores. Surge assim quatro segmentos estéticos baseados em estereótipos do
visual drag queen: Glam Bitch, Sweet Babe, Freak Show e Neon Party. Visando que
cada segmento pode mesclar-se um com outro dependendo da composição de estilo
da Drag.
A estética Glam Bitch é pensada exclusivamente no glamour e na sensualidade
feminina. A visão de uma estrela de hollywood dos anos 50 é exaltada com todo seu
brilho e jóias, uma figura poderosa e cheia de atitude. Seu figurino justo busca
enaltecer suas curvas, tecidos finos e brilhosos realçam sua elegância. O vermelho
nas unhas e lábios demonstram que nenhum desaforo será levado para casa.
Também buscando representar a feminilidade a estética Sweet Babe surge. Diferente
da Glam Bitch, sua cartela de cores pastéis buscam a representação de uma figura
mais doce e romântica, como uma princesa dos contos de fada. Seu figurino é
composto por babados e laços, tecidos leves e rendados. A brincadeira de chá com as
bonecas torna-se fútil quando já se é a verdadeira Barbie. Com uma postura
completamente diferente, a estética Freak Show aparece trazendo todas as figuras
“darks”. Lentes de contato escuras, pinturas corporais simbólicas e muito sangue. Seu
figurino traz uma cartela de cores baseada em tons escuros e um branco “fantasma”.
Tecidos como látex e couro trazem uma sensualidade ao remeter ao fetichismo, porém
a visão monster ainda é colocada em primeiro lugar levantando a textura em suas
peças. Uma mistura de Elvira (A Rainha das Trevas) com Nosferatu ainda é uma
imagem básica do que essa estética pode apresentar. Por fim, a estética Neon Party
representa toda a vibração e explosão de cores presentes na arte Drag. Essa mescla
de cores com todo seu exagero remetem a uma viagem alucinógena. A exploração
dos materiais, como plástico, leds e muito glitter para compor este figurino é a principal
chave. Chamar atenção é o principal objetivo, então uma maquiagem exagerada
nunca é demais.
Adentrando ao quesito conforto, primeiramente é levantada uma análise visando
encontrar os tecidos mais adequados. Considerando que o principal item de vestuário
mais utilizado pelas Drag Queens é a meia-calça, pode-se levar em consideração três
fatores representados por ela: a elasticidade, o conforto e exclusivamente a segurança
no manter firme todas as partes em seu devido lugar. Utilizando destas informações
como referência, busca-se tecidos que contemplem destes mesmos fatores. Após uma
pesquisa de tecidos, é percebido que tecidos com certa quantidade de elastano, como
malhas, elanca, tule, rendas, cirre, lamê e spandex. O cetim apesar de ser um tecido
plano, também pode ser encontrado com quantidades de elastano. Atendendo as
necessidades tanto de conforto como de estética desejada pelas Drag Queens.
Por fim, através de estudos sobre antropometria e ergonomia, busca-se a criação
de uma modelagem e de uma tabela de medidas que corresponda ao corpo das Drag
Queens atendendo principalmente ao fator do conforto, utilizando das técnicas de
moulage juntamente com modelagens planas já prontas. Primeiramente, dispondo de
um manequim masculino foram demarcadas áreas que receberiam enchimentos com
o objetivo da construção de um corpo “feminilizado”, ou seja, com o foco principal no
exagero de busto e quadril. Após isso, foram analisadas as diferenças nas medidas do
corpo com e sem enchimento, através da utilização do moulage foi demarcado dois
tipos de corpos que foram denominados como: 1.masculino e 2.Drag Queen.
Figura 1: Construção Do Corpo Drag
Fonte: Lillyana Gomes
Pode-se observar que com a utilização dos enchimentos que a circunferência do
busto aumentou 6 cm e a do quadril 18 cm enquanto cintura se torna mais colada ao
corpo através da diminuição de 2 cm de cada lateral e da utilização de pences de 2cm
na frente, costas e busto. Porém, é visto que estas medidas podem possuir variação
de acordo com a quantidade de enchimento usada. Assim, baseando-se na tabela de
medidas masculina junto com as informações encontradas nas análises cria-se uma
nova tabela de medidas que constituem as leves diferenciações encontradas entre o
corpo masculino e o Drag. Através da confecção dos protótipos pode-se obter a
comprovação de que as medidas se adaptam de forma ideal a um corpo real, além de
não gerar nenhum desconforto aparente. Também foi observado que há a
possibilidade da utilização dos vestidos sem o uso dos enchimentos visto que estes
servem apenas para acentuar as partes do busto e da cintura.
Tabela 1: Medidas Corpo Drag
Fonte: Lillyana Gomes
Pode-se dizer que cultura Drag possui ligação direta com a moda, através de seus
corpos e figurinos expressam sua libertação de identidade. Porém, é visto que há
muito por trás da criação destas personagens, como questões sociais e psicológicas
por exemplo. Seu comportamento crítico pode ser utilizado de referência para quebra
de muitos pré-conceitos em relação a gênero, sexualidade e principalmente à
utilização do vestuário. Através do contato direto com o público de Drag Queens pode
se analisar tudo que constitui esse ser e suas principais dificuldades, tanto sociais
como em relação a corpo e vestimenta. Portanto, é visto que há possibilidades de
adequação de modelagens e peças que as atendam de melhor forma. Apesar do
aparecimento de personagens Drag Queens estar cada vez mais presente na
atualidade, materiais de estudo e de mercado que as contemplem ainda são escassos,
surgindo assim a possibilidade de exploração de mercado.
Referências
AMANAJÁS, Igor. Drag Queen: Um Percurso pela Arte dos Atores Transformistas.
Campinas: Revista Belas Artes, 2014.
BARTOLO, José. Corpo e Sentido. Lambcom, 2007.
BUTLER, Judith. Problemas de Gênero. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1990.
DREYFUSS, Henry. As medidas do homem e da mulher – fatores humanos em
design. Porto Alegre: Bookman, 2002.
FOUCAULT, Michel. A História da Sexualidade. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1988
FONTOURA, Marta. Transformação do Corpo Masculino em Feminino Através da
Roupa. Curitiba: Universidade Tuiuti, 2007.
GATTI, José; PENTEADO, Fernando. (Org) Masculinidades: Teoria, crítica e artes.
São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2011.
MAUSS, Marcel. Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.
PRAUN, Andrea. Sexualidade, Gênero e Relações de Poder. Revista Húmus, 2011.
MONTEIRO, Gilson. A Metalinguagem das Roupas. Amazonas, 2009.
NOLASCO, Sócrates. O Mito da Masculinidade. São Paulo: Rocco, 1993.
REINAUDO, Franco; BACELLAR, Laura. O mercado gls. São Paulo: Ideia e Ação.
2008
SCHOLL, Raphael; DEL-VECHIO, Roberta; WENDT, Guilherme. Figurino e Moda:
Intersecções entre criação e comunicação. Blumenau: Intercom, 2009.

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Recomendações para construção de figurinos Drag Queens

  • 1. Do masculino para o feminino: Recomendações para construção de figurinos de Drag Queens GOMES, Lillyana Universidade Positivo Buscando analisar o universo que envolve a cultura das Drag Queens através do aprofundamento de estudos sobre as características dos corpos e do que os rodeia, compreendendo a transformação comportamental dos papéis de gênero através da história e contemplando também estudos sobre modelagem e medidas corporais, busca-se analisar e listar meios que possibilitam a formação recomendações que contribuam para transformação do corpo masculino para o feminino nos figurinos das Drag Queens. Palavras-chave: Drag-queen; Figurino; Personagem. Análise da Performatividade dos Indivíduos - Traçando um corpo O objetivo deste artigo é compreender a transformação do corpo masculino para o feminino nos figurinos de construção das Drag Queens, analisando o processo de montação desta personagem e toda sua história perante a sociedade, adentrando também as dificuldades encontradas na construção de seu vestuário. Utilizando como principal método a utilização de pesquisas qualitativas, adentrando a conteúdos sobre como ocorre a construção do figurino e da modelagem que possibilita a metamorfose do corpo, unindo-se ao levantando tópicos sobre a estruturação de gêneros guiados por autores como Judith Butler e Michel Foucault, a história por trás do surgimento da cultura Drag e seu envolvimento social, a abrangência da performance teatral e a construção de uma personagem. Utilizando também do contato com público, observando seu comportamento e dificuldades. Assim, cria-se uma ligação direta deste ícone com a moda, demonstrando também como ocorre a comunicação e expressão através de elementos no vestuário. Adentrando a cultura das Drags Queens foi constatado o questionamento dos ideais de masculinidade e feminilidade. Assim, é visto que ao brincar e transitar pelos gêneros as Drag Queens tornam-se ícones dentro da comunidade LGTBQI+1 , sendo elementos essenciais durante as manifestações de diversidade ao utilizar de seu corpo como símbolo da luta pelos direitos do movimento. Explorando a primeira aparição do termo Drag, sendo vista primeiramente dentro do cenário teatral 1 LGTBQI+: L – lésbicas; G- gays; B- bissexuais; T-travestis, transexuais e transgêneros; Q- queer; I- intersex; o sinal de “+” simboliza pessoas que não se sintam representadas dentre as categorias e também simpatizantes.
  • 2. designando o ato de se vestir semelhante a uma garota (Dressed Resembling A Girl), que durante suas apresentações os artistas utilizam da feminilidade de forma estereotipada e com tom de deboche. Assim, o processo de transformação do corpo é definido pelas Drags como “montação”. Dentro desta construção de imagem se apresentam vários aspectos da moda, como perucas, maquiagens, sapatos, acessórios e principalmente da adaptação das roupas e enchimentos que constituem seu corpo. Ao utilizar o corpo como outdoor para manifestos de seu interior, as Drag Queens caracterizam corpos desprendidos dos padrões, corpos livres que utilizam de seus figurinos como seu principal meio de expressão, porém é visto que esta cultura é pouco reconhecida dentro do mercado da moda. Pensando nisso, cria-se as recomendações para construção de figurinos baseando-se em dois principais fatores: estética e conforto. . Ao adentrar na chamada estética Drag é proposto sugestões de combinações de cores e formas (shapes), validadas por uma amostragem de usuários, de acordo com as subcategorias dentro da cultura Drag Queen. Percebendo que cada categoria possui um estilo específico, é possível analisar a ligação de estilos através das paletas de cores. Surge assim quatro segmentos estéticos baseados em estereótipos do visual drag queen: Glam Bitch, Sweet Babe, Freak Show e Neon Party. Visando que cada segmento pode mesclar-se um com outro dependendo da composição de estilo da Drag. A estética Glam Bitch é pensada exclusivamente no glamour e na sensualidade feminina. A visão de uma estrela de hollywood dos anos 50 é exaltada com todo seu brilho e jóias, uma figura poderosa e cheia de atitude. Seu figurino justo busca enaltecer suas curvas, tecidos finos e brilhosos realçam sua elegância. O vermelho nas unhas e lábios demonstram que nenhum desaforo será levado para casa. Também buscando representar a feminilidade a estética Sweet Babe surge. Diferente da Glam Bitch, sua cartela de cores pastéis buscam a representação de uma figura mais doce e romântica, como uma princesa dos contos de fada. Seu figurino é composto por babados e laços, tecidos leves e rendados. A brincadeira de chá com as bonecas torna-se fútil quando já se é a verdadeira Barbie. Com uma postura completamente diferente, a estética Freak Show aparece trazendo todas as figuras “darks”. Lentes de contato escuras, pinturas corporais simbólicas e muito sangue. Seu figurino traz uma cartela de cores baseada em tons escuros e um branco “fantasma”. Tecidos como látex e couro trazem uma sensualidade ao remeter ao fetichismo, porém a visão monster ainda é colocada em primeiro lugar levantando a textura em suas peças. Uma mistura de Elvira (A Rainha das Trevas) com Nosferatu ainda é uma
  • 3. imagem básica do que essa estética pode apresentar. Por fim, a estética Neon Party representa toda a vibração e explosão de cores presentes na arte Drag. Essa mescla de cores com todo seu exagero remetem a uma viagem alucinógena. A exploração dos materiais, como plástico, leds e muito glitter para compor este figurino é a principal chave. Chamar atenção é o principal objetivo, então uma maquiagem exagerada nunca é demais. Adentrando ao quesito conforto, primeiramente é levantada uma análise visando encontrar os tecidos mais adequados. Considerando que o principal item de vestuário mais utilizado pelas Drag Queens é a meia-calça, pode-se levar em consideração três fatores representados por ela: a elasticidade, o conforto e exclusivamente a segurança no manter firme todas as partes em seu devido lugar. Utilizando destas informações como referência, busca-se tecidos que contemplem destes mesmos fatores. Após uma pesquisa de tecidos, é percebido que tecidos com certa quantidade de elastano, como malhas, elanca, tule, rendas, cirre, lamê e spandex. O cetim apesar de ser um tecido plano, também pode ser encontrado com quantidades de elastano. Atendendo as necessidades tanto de conforto como de estética desejada pelas Drag Queens. Por fim, através de estudos sobre antropometria e ergonomia, busca-se a criação de uma modelagem e de uma tabela de medidas que corresponda ao corpo das Drag Queens atendendo principalmente ao fator do conforto, utilizando das técnicas de moulage juntamente com modelagens planas já prontas. Primeiramente, dispondo de um manequim masculino foram demarcadas áreas que receberiam enchimentos com o objetivo da construção de um corpo “feminilizado”, ou seja, com o foco principal no exagero de busto e quadril. Após isso, foram analisadas as diferenças nas medidas do corpo com e sem enchimento, através da utilização do moulage foi demarcado dois tipos de corpos que foram denominados como: 1.masculino e 2.Drag Queen.
  • 4. Figura 1: Construção Do Corpo Drag Fonte: Lillyana Gomes Pode-se observar que com a utilização dos enchimentos que a circunferência do busto aumentou 6 cm e a do quadril 18 cm enquanto cintura se torna mais colada ao corpo através da diminuição de 2 cm de cada lateral e da utilização de pences de 2cm na frente, costas e busto. Porém, é visto que estas medidas podem possuir variação de acordo com a quantidade de enchimento usada. Assim, baseando-se na tabela de medidas masculina junto com as informações encontradas nas análises cria-se uma nova tabela de medidas que constituem as leves diferenciações encontradas entre o corpo masculino e o Drag. Através da confecção dos protótipos pode-se obter a comprovação de que as medidas se adaptam de forma ideal a um corpo real, além de não gerar nenhum desconforto aparente. Também foi observado que há a possibilidade da utilização dos vestidos sem o uso dos enchimentos visto que estes servem apenas para acentuar as partes do busto e da cintura.
  • 5. Tabela 1: Medidas Corpo Drag Fonte: Lillyana Gomes Pode-se dizer que cultura Drag possui ligação direta com a moda, através de seus corpos e figurinos expressam sua libertação de identidade. Porém, é visto que há muito por trás da criação destas personagens, como questões sociais e psicológicas por exemplo. Seu comportamento crítico pode ser utilizado de referência para quebra de muitos pré-conceitos em relação a gênero, sexualidade e principalmente à utilização do vestuário. Através do contato direto com o público de Drag Queens pode se analisar tudo que constitui esse ser e suas principais dificuldades, tanto sociais como em relação a corpo e vestimenta. Portanto, é visto que há possibilidades de adequação de modelagens e peças que as atendam de melhor forma. Apesar do aparecimento de personagens Drag Queens estar cada vez mais presente na atualidade, materiais de estudo e de mercado que as contemplem ainda são escassos, surgindo assim a possibilidade de exploração de mercado. Referências AMANAJÁS, Igor. Drag Queen: Um Percurso pela Arte dos Atores Transformistas. Campinas: Revista Belas Artes, 2014.
  • 6. BARTOLO, José. Corpo e Sentido. Lambcom, 2007. BUTLER, Judith. Problemas de Gênero. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1990. DREYFUSS, Henry. As medidas do homem e da mulher – fatores humanos em design. Porto Alegre: Bookman, 2002. FOUCAULT, Michel. A História da Sexualidade. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1988 FONTOURA, Marta. Transformação do Corpo Masculino em Feminino Através da Roupa. Curitiba: Universidade Tuiuti, 2007. GATTI, José; PENTEADO, Fernando. (Org) Masculinidades: Teoria, crítica e artes. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2011. MAUSS, Marcel. Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2003. PRAUN, Andrea. Sexualidade, Gênero e Relações de Poder. Revista Húmus, 2011. MONTEIRO, Gilson. A Metalinguagem das Roupas. Amazonas, 2009. NOLASCO, Sócrates. O Mito da Masculinidade. São Paulo: Rocco, 1993. REINAUDO, Franco; BACELLAR, Laura. O mercado gls. São Paulo: Ideia e Ação. 2008 SCHOLL, Raphael; DEL-VECHIO, Roberta; WENDT, Guilherme. Figurino e Moda: Intersecções entre criação e comunicação. Blumenau: Intercom, 2009.