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A Relação dos Estudantes da Universidade Positivo
com o Artefato Bolsa
GONÇALVES RIBEIRO, Ana Letícia
Universidade Positivo
No presente trabalho de conclusão de curso, problematizou-se o processo de concepção do artefato
bolsa para uma futura empresa. Em primeiro lugar, visou-se a mapear o público-alvo da futura marca
com o objetivo de identificar padrões de consumo para oferecer um produto adequado às demandas
observadas. Além disso apresentou-se uma breve história do artefato, com a finalidade de melhor
compreender a dinâmica de existência e seu simbolismo perante toda a civilização. Com esses dados,
utilizou-se a base teórica da etnografia aplicada ao design, partindo-se da observação de um grande
grupo, qual seja estudantes das três habilitações do curso de design da Universidade Positivo (Moda,
visual e Produto), com a finalidade de selecionar subgrupos de perfis semelhantes. A partir de critérios
oriundos da observação, três alunas de cada curso foram convidadas a contribuir para a pesquisa.
Elaborou-se o questionário visando obter resultados mais consistentes para a elaboração do perfil de
consumo. Feito isso passou-se aplicar a entrevista semiestruturada elaborada a partir dos métodos
etnográficos, com questões semi-abertas, podendo a pesquisadora reformular ou esclarecer qualquer
ponto. Após tabulou-se os dados em quadros comparativos e realizou-se a análise qualitativa das
entrevistas. Os resultados possibilitaram a proposição de uma persona que representa um dado
consumidor ideal, para quem a futura marca poderia se dirigir. Além disso, como resultado das análises
de todos os dados em conjunto com reflexões sobre a história da bolsa, foi possível propor um modelo
de artefato atendendo os objetivos principais da presente pesquisa. Concluindo que o modelo ideal se
liga a valores com versatilidade, personalização, exclusividade e custo-benefício.
Palavras-chave: Etnografia aplicada ao design, bolsa, design de moda.
A Relação dos Estudantes da Universidade Positivo
com o Artefato Bolsa
Com o objetivo de futuramente desenvolver uma marca pessoal de bolsas, buscou-se neste
trabalho de conclusão de curso, realizar uma pesquisa etnográfica com o grupo social de
estudantes de design da Universidade Positivo, sendo eles: design de moda, design – Projeto
Visual e design – Projeto de Produto. Coletou-se dados qualitativos, buscando compreender
as relações socioculturais. Segundo Silva (2000) “trata-se de uma imersão do investigador na
situação estudada com o objetivo de descrever e explicar os fenômenos observados”.
Portanto ao considerar que a pesquisa etnográfica, alvo deste trabalho, é um pré-requisito
para o desenvolvimento de qualquer projeto e traz informações relevantes, de forma a
contribuir com o sucesso de uma empresa, buscou-se por este método, favorecer a pesquisa,
ao mesmo tempo em que se pode divulgar sua eficácia em obter bons resultados.
Angrosino (2009) afirma que “a pesquisa etnográfica nesta tradição depende muito, portanto,
das interações pessoais dos pesquisadores e seus informantes”, e por isso realizou-se a
técnica da observação e aplicou-se questionário semiestruturado.
Objetivou-se identificar qual a relação dos estudantes de design da Universidade Positivo com
o artefato bolsa. Mapeando seus hábitos, motivações, expectativas, necessidades e desejos.
Construindo-se um panorama realista da experiência de uso e definindo diretrizes para o
desenvolvimento de uma bolsa adequada ao público-alvo.
Com o objetivo de futuramente desenvolver uma marca pessoal de bolsas, que busque
atender as necessidades de uso dos alunos dos cursos de designer da Universidade Positivo,
buscou-se neste trabalho entender, de forma mais aprofundada, esse grupo social.
Segundo dados da Google em 18 de março de 2015, estima-se que 58% dos consumidores
de moda sejam mulheres e que 50% do consumo seja em bolsas, constando ser um mercado
favorável para futuros investimentos.
Para Angrosino (2009) “a etnografia [é] uma maneira de estudar pessoas em grupos
organizados, duradouros, que podem ser chamados de comunidades ou sociedade”, sendo
assim optou-se por esse método de pesquisa uma vez que favorece a descoberta da real
necessidade do mercado, ao mesmo tempo em que contempla os anseios do consumidor.
Portanto, a etnografia aliada ao profissional de designer e à empresa, passam a ser a visão
contemporânea de um mercado competitivo e que busca o diferencial para o sucesso.
É justamente observar o que leciona Kotler (2000):
“O nível de necessidade não atendidas e o de intenção de comprar
podem ser verificados em comparação a padrões da categoria de
produtos, com finalidade de checar se o conceito tem o potencial de
ser um sucesso instantâneo, uma tentativa com certa possibilidade de
sucesso ou um facasso” (KOTEL, 2000)
A pesquisa etnográfica vem também da disciplina da antropologia uma vez que se baseia na
observação e levantamento de hipóteses, em que o etnólogo procura descrever o que, na sua
visão, na sua interpretação, está ocorrendo. Parte-se, então da descrição para após realizar-
se a análise dos dados:
“Os etnógrafos coletam dados sobre as experiencias humanas vividas
a fim de discernir padrões previsíveis do que de descrever todas as
instancias imagináveis de interação ou produção” (ANGROSINO,
2009, p 31)
As características de etnografia apontam que a presença física do pesquisador é fundamental
para a realização da pesquisa que “é feita in loco e o etnógrafo é, na medida do possível,
alguém que participa subjetivamente nas vidas daqueles que estão sendo estudados”, e
conclui que o pesquisador passa a ser “assim como um observador objetivo daquelas vidas.”
(ANGROSINO,2009, p. 31). A partir desse método, verifica-se que a observação oferece
insights para novos processos de criação.
Para projetar o futuro, é necessário estudar o presente. Nesse caso estudado, é o usuário
quem define os parâmetros de criação, cabendo ao designer interpretar adequadamente os
signos oferecidos pelo grupo estudado:
“No Design Centrado no Usuário, é o usuário quem sabe o que é
melhor e é o único guia para o designer. O designer será aquele que
irá traduzir as necessidades e objetivos dos usuários em uma solução
de design” (ROGERS; SHARP; PREECE, 2013, p. 320).
Nesse sentido, Plowman afirma que “o uso dos métodos etnográficos em conjunto com o
design pode democratizar e potencializar radicalmente os aspectos da profissão do designer”
(PLOWMAN, 2003, p. 35). Essa prática beneficia a oferta e a procura por produtos
direcionados a um público, cujo perfil pré-estabelecido, garante o sucesso do design, da
empresa e do consumidor que é o objetivo principal do trabalho.
O primeiro passo da pesquisa foi realizado a partir de observações em sala de aula, na
Universidade Positivo, nos cursos de design de moda, design – projeto visual, design – projeto
de produto, nas segundas, terças-feiras e sextas-feiras, no período da manhã, e terças e
quintas-feiras no período noturno.
Com o intuito de evidenciar o comportamento das estudantes com o artefato bolsa, sem
interferir em suas ações e identificar quais os modelos e cores mais comuns utilizado em sala,
assim como o cuidado individual de cada um dos alunos com o acessório.
A partir das observações e comparações dos perfis das mulheres, selecionamos três de cada
curso com estilos semelhantes. Para a aplicação da pesquisa semiestruturada.
Em seguida foi realizado o encontro individual para prosseguir com a entrevista
semiestruturada, o que durou em média de 20min à 30min cada uma.
A entrevista semiestruturada deu origem a tabela informativa, a partir de palavras-chave
extraídas das questões, por exemplo na questão D, em que se questiona a entrevistada em
relação ao valor médio gasto com o artefato utilizado no dia a dia na universidade, transferiu-
se para a tabela com o nome “Valor médio”.
Considerando que a entrevista semiestruturada nos possibilita a inclusão de novos
questionamentos no decorrer do processo, incluiu-se uma pergunta relacionada a cor de
bolsas mais consumidas entre as entrevistas, tal questionamento entrou na tabela análise no
item J “Cores”. Abaixo segue o (Quadro 1) de palavras-chave extraídas na pesquisa que
guiará o processo de compreensão das informações.
Quadro 1 – Tabela de Questões versus Palavra-Chave
(fonte: a autora, 2018.)
Após a tabulação de dados obtidos durante as entrevistas semiestruturadas foi desenvolvido
três tabelas comparativas, assim podendo identificar os pontos distintos e divergentes dos
cursos estudados. Conforme segue: (quadro 2, quadro 3 e quadro 4).
Quadro 2 – Dados Comparativos – Design de Moda
(fonte: a autora, 2018.)
Neste grupo do curso de design de moda do período matutino da Universidade Positivo,
observa como resposta unanime que o uso do artefato bolsa acompanha as entrevistadas
desde a adolescência.
Quadro 3 – Dados Comparativos – Design – Projeto Visual
(fonte: a autora, 2018.)
Enquanto no grupo de design – Projeto Visual é interessante observar que todas as
estudantes preferem o modelo mochila para o uso diário durante a Universidade.
Quadro 4 – Dados Comparativos – Design – Projeto de Produto
(fonte: a autora, 2018.)
Neste grupo do curso de design – Projeto de Produto as três analisadas compartilharam da
mesma opinião de que a funcionalidade é um item de extrema importância para elas no
momento de comprar o artefato.
A partir dos dados obtidos na pesquisa etnográfica durante esse trabalho, foi possível chegar
a uma definição de persona, após agrupar o máximo de dados em comum entre os três cursos
de design, onde representa o publico ideal dentro de um conjunto mais amplo.
Toda a trajetória de pesquisa objetivava justamente chegar a esta etapa do trabalho, com
objetivo de propor um modelo de artefato condizente com o perfil das mulheres analisadas
durante todo o processo.
O modelo de artefato idealizado para este público simbolizaria um alto nível de funcionalidade
e praticidade para o dia a dia, priorizando materiais resistentes, duradouros, maleáveis, sendo
variável no quesito tamanho, cores e divisórias, dupla face, alças removíveis, se tornando um
acessório acessível e adaptável de acordo com a necessidade de cada usuário, deste modo
deixando o seu valor de mercado variável de acordo com os objetivos aplicados ao
consumidor para o artefato.
Com essas características, a bolsa poderá ser o mais minimalista possível, ou ao mesmo
tempo um produto fashion com variáveis níveis de tendência aplicado, conforme os acessórios
opcionais escolhidos.
Figura 1 – Bolsa Lacoste
(fonte: https://www.zattini.com.br/bolsa-lacoste-tote-dupla-
face-anna-feminina-preto-D66-1758-006)
A imagens acima são meramente ilustrativas, e tem o condão de exemplificar como se realiza
no artefato a versatilidade de uma bolsa dupla face, como sugerida um dos modelos de
artefato ideal para a persona.
Figura 2 – Bolsa Alças Removíveis
(fonte:http://www.lisecrippa.com.br/)
Já a imagem acima demonstra uma das diversas possibilidades de realização do modelo
proposto de alças removíveis. Embora apresente estilo diferente daqueles preferidos pelo
público-alvo, conforme a pesquisa etnográfica realizada, ilustram como é possível aprofundar
a pesquisa para encontrar uma alternativa que além de oferecer a versatilidade se enquadre
no modelo geral proposto por essa pesquisa. Se faz necessário aprofundar as investigações
para que se obtenha a melhor performance aliando materiais e versatilidade. Isso se justifica
na medida em que o custo-benefício é também um valor preponderante observado na
pesquisa.
Conclui-se que os objetivos iniciais propostos para a realização desse trabalho foram
alcançados uma vez que, a partir da aplicação de questionários, obteve-se análise qualitativa
dos dados, culminando na proposição de uma persona que materializa o consumidor ideal,
possibilitando a elaboração de um modelo de bolsa adequado para esse público.
A pesquisa etnográfica foi eficiente e relevante neste processo, identificando padrões de
consumo que satisfaçam as necessidades do cliente ao mesmo tempo em que define um
estilo para o mercado.
Os dados analisados possibilitam a comprovação da necessidade do artefato bolsa na vida
da mulher desde muito cedo, porém nos mostra que em face de vida de jovem adulta
necessita de algo com mais utilidade, fazendo uso de mochilas por falta de um estilo mais
adequado, o que deixa uma lacuna a ser pesquisada e por tanto concluímos que a
versatilidade de cores, tamanho, modelo e custo-benefício, em uma só peça contempla o
desejo deste público.
Referências
ANGROSINO, M. A. trad. José Fonseca, Consultoria, supervisão e revisão desta ed. Bernardo
Lewgoy. Etnografia: E Observação Participante, 1° ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
KOTLER, Philip. Administração de Marketing. 10ª ed. 7ª reimpressão. Trad. Bazán
tecnologia e Lingüística; revisão técnica Arão Sapiro. São Paulo: Prentice Hall, 2000.
Disponível em:http://sintracoopsc.com.br/wp-content/uploads/2009/03/PDF-Marketing-Kotler-
2000.pdf. Acesso em 02 de Março de 2018.
ROGERS, Y.; SHARP, H.; PREECE, J. Design de interação: além da interação humano-
computador. 3° ed. Porto Alegre: Bookman, 2013

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A RELAÇÃO DOS ESTUDANTES DE DESIGN DA UNIVERSIDADE POSITIVO COM O ARTEFATO BOLSA

  • 1. A Relação dos Estudantes da Universidade Positivo com o Artefato Bolsa GONÇALVES RIBEIRO, Ana Letícia Universidade Positivo No presente trabalho de conclusão de curso, problematizou-se o processo de concepção do artefato bolsa para uma futura empresa. Em primeiro lugar, visou-se a mapear o público-alvo da futura marca com o objetivo de identificar padrões de consumo para oferecer um produto adequado às demandas observadas. Além disso apresentou-se uma breve história do artefato, com a finalidade de melhor compreender a dinâmica de existência e seu simbolismo perante toda a civilização. Com esses dados, utilizou-se a base teórica da etnografia aplicada ao design, partindo-se da observação de um grande grupo, qual seja estudantes das três habilitações do curso de design da Universidade Positivo (Moda, visual e Produto), com a finalidade de selecionar subgrupos de perfis semelhantes. A partir de critérios oriundos da observação, três alunas de cada curso foram convidadas a contribuir para a pesquisa. Elaborou-se o questionário visando obter resultados mais consistentes para a elaboração do perfil de consumo. Feito isso passou-se aplicar a entrevista semiestruturada elaborada a partir dos métodos etnográficos, com questões semi-abertas, podendo a pesquisadora reformular ou esclarecer qualquer ponto. Após tabulou-se os dados em quadros comparativos e realizou-se a análise qualitativa das entrevistas. Os resultados possibilitaram a proposição de uma persona que representa um dado consumidor ideal, para quem a futura marca poderia se dirigir. Além disso, como resultado das análises de todos os dados em conjunto com reflexões sobre a história da bolsa, foi possível propor um modelo de artefato atendendo os objetivos principais da presente pesquisa. Concluindo que o modelo ideal se liga a valores com versatilidade, personalização, exclusividade e custo-benefício. Palavras-chave: Etnografia aplicada ao design, bolsa, design de moda. A Relação dos Estudantes da Universidade Positivo com o Artefato Bolsa Com o objetivo de futuramente desenvolver uma marca pessoal de bolsas, buscou-se neste trabalho de conclusão de curso, realizar uma pesquisa etnográfica com o grupo social de estudantes de design da Universidade Positivo, sendo eles: design de moda, design – Projeto Visual e design – Projeto de Produto. Coletou-se dados qualitativos, buscando compreender as relações socioculturais. Segundo Silva (2000) “trata-se de uma imersão do investigador na situação estudada com o objetivo de descrever e explicar os fenômenos observados”. Portanto ao considerar que a pesquisa etnográfica, alvo deste trabalho, é um pré-requisito para o desenvolvimento de qualquer projeto e traz informações relevantes, de forma a contribuir com o sucesso de uma empresa, buscou-se por este método, favorecer a pesquisa, ao mesmo tempo em que se pode divulgar sua eficácia em obter bons resultados. Angrosino (2009) afirma que “a pesquisa etnográfica nesta tradição depende muito, portanto, das interações pessoais dos pesquisadores e seus informantes”, e por isso realizou-se a técnica da observação e aplicou-se questionário semiestruturado.
  • 2. Objetivou-se identificar qual a relação dos estudantes de design da Universidade Positivo com o artefato bolsa. Mapeando seus hábitos, motivações, expectativas, necessidades e desejos. Construindo-se um panorama realista da experiência de uso e definindo diretrizes para o desenvolvimento de uma bolsa adequada ao público-alvo. Com o objetivo de futuramente desenvolver uma marca pessoal de bolsas, que busque atender as necessidades de uso dos alunos dos cursos de designer da Universidade Positivo, buscou-se neste trabalho entender, de forma mais aprofundada, esse grupo social. Segundo dados da Google em 18 de março de 2015, estima-se que 58% dos consumidores de moda sejam mulheres e que 50% do consumo seja em bolsas, constando ser um mercado favorável para futuros investimentos. Para Angrosino (2009) “a etnografia [é] uma maneira de estudar pessoas em grupos organizados, duradouros, que podem ser chamados de comunidades ou sociedade”, sendo assim optou-se por esse método de pesquisa uma vez que favorece a descoberta da real necessidade do mercado, ao mesmo tempo em que contempla os anseios do consumidor. Portanto, a etnografia aliada ao profissional de designer e à empresa, passam a ser a visão contemporânea de um mercado competitivo e que busca o diferencial para o sucesso. É justamente observar o que leciona Kotler (2000): “O nível de necessidade não atendidas e o de intenção de comprar podem ser verificados em comparação a padrões da categoria de produtos, com finalidade de checar se o conceito tem o potencial de ser um sucesso instantâneo, uma tentativa com certa possibilidade de sucesso ou um facasso” (KOTEL, 2000) A pesquisa etnográfica vem também da disciplina da antropologia uma vez que se baseia na observação e levantamento de hipóteses, em que o etnólogo procura descrever o que, na sua visão, na sua interpretação, está ocorrendo. Parte-se, então da descrição para após realizar- se a análise dos dados: “Os etnógrafos coletam dados sobre as experiencias humanas vividas a fim de discernir padrões previsíveis do que de descrever todas as instancias imagináveis de interação ou produção” (ANGROSINO, 2009, p 31) As características de etnografia apontam que a presença física do pesquisador é fundamental para a realização da pesquisa que “é feita in loco e o etnógrafo é, na medida do possível, alguém que participa subjetivamente nas vidas daqueles que estão sendo estudados”, e conclui que o pesquisador passa a ser “assim como um observador objetivo daquelas vidas.” (ANGROSINO,2009, p. 31). A partir desse método, verifica-se que a observação oferece insights para novos processos de criação.
  • 3. Para projetar o futuro, é necessário estudar o presente. Nesse caso estudado, é o usuário quem define os parâmetros de criação, cabendo ao designer interpretar adequadamente os signos oferecidos pelo grupo estudado: “No Design Centrado no Usuário, é o usuário quem sabe o que é melhor e é o único guia para o designer. O designer será aquele que irá traduzir as necessidades e objetivos dos usuários em uma solução de design” (ROGERS; SHARP; PREECE, 2013, p. 320). Nesse sentido, Plowman afirma que “o uso dos métodos etnográficos em conjunto com o design pode democratizar e potencializar radicalmente os aspectos da profissão do designer” (PLOWMAN, 2003, p. 35). Essa prática beneficia a oferta e a procura por produtos direcionados a um público, cujo perfil pré-estabelecido, garante o sucesso do design, da empresa e do consumidor que é o objetivo principal do trabalho. O primeiro passo da pesquisa foi realizado a partir de observações em sala de aula, na Universidade Positivo, nos cursos de design de moda, design – projeto visual, design – projeto de produto, nas segundas, terças-feiras e sextas-feiras, no período da manhã, e terças e quintas-feiras no período noturno. Com o intuito de evidenciar o comportamento das estudantes com o artefato bolsa, sem interferir em suas ações e identificar quais os modelos e cores mais comuns utilizado em sala, assim como o cuidado individual de cada um dos alunos com o acessório. A partir das observações e comparações dos perfis das mulheres, selecionamos três de cada curso com estilos semelhantes. Para a aplicação da pesquisa semiestruturada. Em seguida foi realizado o encontro individual para prosseguir com a entrevista semiestruturada, o que durou em média de 20min à 30min cada uma. A entrevista semiestruturada deu origem a tabela informativa, a partir de palavras-chave extraídas das questões, por exemplo na questão D, em que se questiona a entrevistada em relação ao valor médio gasto com o artefato utilizado no dia a dia na universidade, transferiu- se para a tabela com o nome “Valor médio”.
  • 4. Considerando que a entrevista semiestruturada nos possibilita a inclusão de novos questionamentos no decorrer do processo, incluiu-se uma pergunta relacionada a cor de bolsas mais consumidas entre as entrevistas, tal questionamento entrou na tabela análise no item J “Cores”. Abaixo segue o (Quadro 1) de palavras-chave extraídas na pesquisa que guiará o processo de compreensão das informações. Quadro 1 – Tabela de Questões versus Palavra-Chave (fonte: a autora, 2018.) Após a tabulação de dados obtidos durante as entrevistas semiestruturadas foi desenvolvido três tabelas comparativas, assim podendo identificar os pontos distintos e divergentes dos cursos estudados. Conforme segue: (quadro 2, quadro 3 e quadro 4). Quadro 2 – Dados Comparativos – Design de Moda (fonte: a autora, 2018.)
  • 5. Neste grupo do curso de design de moda do período matutino da Universidade Positivo, observa como resposta unanime que o uso do artefato bolsa acompanha as entrevistadas desde a adolescência. Quadro 3 – Dados Comparativos – Design – Projeto Visual (fonte: a autora, 2018.) Enquanto no grupo de design – Projeto Visual é interessante observar que todas as estudantes preferem o modelo mochila para o uso diário durante a Universidade. Quadro 4 – Dados Comparativos – Design – Projeto de Produto (fonte: a autora, 2018.)
  • 6. Neste grupo do curso de design – Projeto de Produto as três analisadas compartilharam da mesma opinião de que a funcionalidade é um item de extrema importância para elas no momento de comprar o artefato. A partir dos dados obtidos na pesquisa etnográfica durante esse trabalho, foi possível chegar a uma definição de persona, após agrupar o máximo de dados em comum entre os três cursos de design, onde representa o publico ideal dentro de um conjunto mais amplo. Toda a trajetória de pesquisa objetivava justamente chegar a esta etapa do trabalho, com objetivo de propor um modelo de artefato condizente com o perfil das mulheres analisadas durante todo o processo. O modelo de artefato idealizado para este público simbolizaria um alto nível de funcionalidade e praticidade para o dia a dia, priorizando materiais resistentes, duradouros, maleáveis, sendo variável no quesito tamanho, cores e divisórias, dupla face, alças removíveis, se tornando um acessório acessível e adaptável de acordo com a necessidade de cada usuário, deste modo deixando o seu valor de mercado variável de acordo com os objetivos aplicados ao consumidor para o artefato. Com essas características, a bolsa poderá ser o mais minimalista possível, ou ao mesmo tempo um produto fashion com variáveis níveis de tendência aplicado, conforme os acessórios opcionais escolhidos. Figura 1 – Bolsa Lacoste (fonte: https://www.zattini.com.br/bolsa-lacoste-tote-dupla- face-anna-feminina-preto-D66-1758-006)
  • 7. A imagens acima são meramente ilustrativas, e tem o condão de exemplificar como se realiza no artefato a versatilidade de uma bolsa dupla face, como sugerida um dos modelos de artefato ideal para a persona. Figura 2 – Bolsa Alças Removíveis (fonte:http://www.lisecrippa.com.br/) Já a imagem acima demonstra uma das diversas possibilidades de realização do modelo proposto de alças removíveis. Embora apresente estilo diferente daqueles preferidos pelo público-alvo, conforme a pesquisa etnográfica realizada, ilustram como é possível aprofundar a pesquisa para encontrar uma alternativa que além de oferecer a versatilidade se enquadre no modelo geral proposto por essa pesquisa. Se faz necessário aprofundar as investigações para que se obtenha a melhor performance aliando materiais e versatilidade. Isso se justifica na medida em que o custo-benefício é também um valor preponderante observado na pesquisa. Conclui-se que os objetivos iniciais propostos para a realização desse trabalho foram alcançados uma vez que, a partir da aplicação de questionários, obteve-se análise qualitativa dos dados, culminando na proposição de uma persona que materializa o consumidor ideal, possibilitando a elaboração de um modelo de bolsa adequado para esse público. A pesquisa etnográfica foi eficiente e relevante neste processo, identificando padrões de consumo que satisfaçam as necessidades do cliente ao mesmo tempo em que define um estilo para o mercado.
  • 8. Os dados analisados possibilitam a comprovação da necessidade do artefato bolsa na vida da mulher desde muito cedo, porém nos mostra que em face de vida de jovem adulta necessita de algo com mais utilidade, fazendo uso de mochilas por falta de um estilo mais adequado, o que deixa uma lacuna a ser pesquisada e por tanto concluímos que a versatilidade de cores, tamanho, modelo e custo-benefício, em uma só peça contempla o desejo deste público. Referências ANGROSINO, M. A. trad. José Fonseca, Consultoria, supervisão e revisão desta ed. Bernardo Lewgoy. Etnografia: E Observação Participante, 1° ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. KOTLER, Philip. Administração de Marketing. 10ª ed. 7ª reimpressão. Trad. Bazán tecnologia e Lingüística; revisão técnica Arão Sapiro. São Paulo: Prentice Hall, 2000. Disponível em:http://sintracoopsc.com.br/wp-content/uploads/2009/03/PDF-Marketing-Kotler- 2000.pdf. Acesso em 02 de Março de 2018. ROGERS, Y.; SHARP, H.; PREECE, J. Design de interação: além da interação humano- computador. 3° ed. Porto Alegre: Bookman, 2013