2. “Não há maior felicidade do que ver os outros felizes!”
Azevedo, M.
Título: “Era uma vez o Avô Mário”
Coordenação: Filipa, David e Milé
Capa: Zé & David
Textos: Neni, Cilinha e Milé
Revisão: Diana
Imagens: Mafalda, Mariana, David, Filipa e Milé
Testemunhos: Tio Nando, Tio Jó, Carlos, Zé, Pedro, Neni,
Cilinha, Milé, Nuno, Filipa, Filipe, David, Anita, Mafalda,
Mariana, Diana e Margarida
Edição e paginação: Filipe, Filipa e David
Tiragem: 5 exemplares
Data: 8 de Dezembro de 2012
Versão: 1.1
8 de Dezembro 1922 a 2012
4. 1922
“O Nascimento”
Vários acontecimentos históricos decorreram em 1922.
Destaque para a data de 30 Março, em que Gago Coutinho e Sacadura
Cabral completaram a primeira travessia aérea do Atlântico Sul, ligando
Lisboa a Rio de Janeiro.
Em Fevereiro, o Egipto tornou-se
independente após declaração unilateral
do Reino Unido. No mesmo país foi
descoberto em Novembro o túmulo
de Tutankhamon, no Vale dos Reis,
escondido há 3 mil anos.
Na Turquia, a abolição do sultanato
em Novembro desse ano deu
origem ao fim do Império
Otomano ao fim de 623 anos.
Em Dezembro deu-se a formação
da URSS, liderada por Lenine após
a vitória do partido comunista na
revolução Bolchevique.
Em Portugal, presidia António José de
Almeida à «Nova República Velha»,
único presidente a cumprir
integralmente o mandato, em 16 anos de
46 governos.
Nasceu José Saramago, prémio Nobel da O baptismo
Literatura (1998), Yitzhak Rabin, prémio
Nobel da Paz (1994) e Mário Azevedo
prémio Nobel da Família (2012).
8 de Dezembro 1922 a 2012
5. 1925
“Conheceu a Avó Mica”
A mãe Hersilia foi colocada como chefe da estação dos Correios na Vila
da Feira, pelo que a família se mudou para essa terra, ficando alojada na
residência dos CTT, de dois pisos, de cujo terraço do 1º andar, a criança
de 3 anos gostava de “regar” os transeuntes. Ainda hoje existe na Feira o
prédio, junto `a Igreja Matriz com vista para o jardim de acesso ao
Castelo.
Uma das funcionárias dos Correios era a Tia Alzira, com quem a mãe
estabeleceu uma relação de grande amizade. Através da Tia Alzira veio a
conhecer a Micá e irmãos, muito longe de imaginar que um dia viria a
integrar aquela família através do seu casamento.
Mário da Conceição Azevedo
6. 1926
“A infância no Porto”
A 1ª recordação: tinha 4 anos e veio a Lisboa. Lembra-se de descer do
eléctrico no Terreiro do Paço e das pedras desalinhadas da calçada.
As línguas de gato: em criança havia em sua casa de que gostava muito,
no entanto durante a sua juventude e idade adulta nunca mais se
lembrou desses biscoitos tendo esquecido os biscoitos. Já passados os
oitenta anos voltou a reencontrá-los e a degustá-los, molhando-os no
café (para delícia do avô e dos netos que quando vão aos Olivais atacam
o recipiente de vidro das línguas de gato).
Traquinices de infância:
andar nos telhados, passar
a pé a ponte ferroviária de
São Luís. Felizmente
imprudências que nunca
tiveram consequências
nefastas.
A poupar é que está o
ganho: Enquanto criança a
mãe dava-lhe algum
dinheiro para o lanche e
despesas com transportes.
No entanto, poupava o
máximo desse dinheiro
que juntava para poder
comprar livros. Paixão
pelos livros que mantem
até aos dias de hoje!
8 de Dezembro 1922 a 2012
7. 1938
“os CTT”
Com apenas 16 anos de idade, ingressou nos CTT, no Porto, com a
categoria de “operador de reserva” e a partir daí nunca mais deixou
de acumular funções….
Mais tarde, já em Lisboa, continuava a trabalhar nos CTT nos turnos
da manhã e da noite, em simultâneo com a frequência do seu curso
superior.
Mário da Conceição Azevedo
8. 1940
“Estudou no Porto”
Fez exame de admissão ao ICL e ao ISCEF e tendo entrando nas duas,
optou pela segunda.
Em Direito Internacional Privado, obteve a classificação de 19 valores e
na cadeira de Direito Internacional Público, regida pelo Professor
Visconde de Tinalhas, recebeu a classificação máxima de 20 valores,
sendo incentivado pelo Professor a prosseguir os estudos, para obtenção
do grau de doutoramento.
Tinha, de facto, um grande interesse pelas matérias jurídicas e só não
enveredou pela carreira diplomática por não dispor de fortuna pessoal
para o efeito.
8 de Dezembro 1922 a 2012
9. 1942
“A tropa”
Pertenceu ao regimento de Cavalaria. Foi-lhe afecta uma garbosa
égua, a Chiada, que deixou ao avô gratas recordações, como os
passeios por Monsanto. Certo dia, tendo-se dirigido à Vila da Feira
para se encontrar com a Maria do Carmo, cruzou-se com um colega
da tropa que passeava a cavalo. Foi então que surgiu a ideia de pedir
emprestado o animal (atenção que estamos a falar do equino e não
do colega), com o intuito de convidar a namorada a monta-lo. Ela
numa atitude corajosa aceitou o repto e agilmente subiu para o
cavalo, seguindo atentamente as orientações do avô para segurar as
rédeas. No entanto, a delicada pele das mãos
feriu-se por ausência de luvas, o que motivou a
recusa da continuação da experiência equestre,
gorando-se assim os planos do Avô para um
passeio romântico.
Mário da Conceição Azevedo
10. 1944
“O início do namoro”
Deu aulas na Escola Técnica de Aveiro antes de terminar o curso e onde
alugou uma casa e utilizava a bicicleta como meio de deslocação para ir
leccionar Matemática, num colégio em Vagos. Ia sempre vestido a rigor,
usando uma cartola. Havia uma subida acentuada nessa estrada nacional
de que ainda hoje se recorda, pelo cansaço. Apesar de lhe ter facultado
a bicicleta, o colégio ficou a dever-lhe os últimos meses (ainda não
dispunha de recursos financeiros suficientes para comprar automóvel) .
Durante esse período, aos fins-de-semana e nas horas vagas, os seus
passeios de bicicleta dirigiam-se frequentemente à Vila da Feira e
prolongavam-se até à ria de Aveiro, com a companhia de Micá (está
assim explicado o gosto que os descendentes têm pela bicicleta).
8 de Dezembro 1922 a 2012
11. 1945 “ISCEF”
Logo após a conclusão da licenciatura, foi convidado pelo director do
então ISCEF (Professor Doutor Gonçalves Pereira) para dirigir a
Biblioteca daquele escola universitária. Uma das primeiras medidas que
tomou foi criar um boletim mensal para divulgação dos novos livros,
adquiridos ou recebidos no mês. Foi também convidado para professor
auxiliar e efectuar o doutoramento, tendo recusado devido à sua
modéstia. Uma das curiosidades que nos costuma contar é relativa à
“grossura “dos livros do então professor e reitor interino da UTL, Doutor
Moisés Amzalak.
Mário da Conceição Azevedo
12. 1946
“Ciências de Educação”
Tirou o Curso de Ciências de Educação na Universidade de Coimbra com
a classificação de 14,8 valores.
Conheceu o poeta Sebastião da Gama no eléctrico, de forma muito
curiosa: Este interpelou-o no meio do eléctrico a perguntar-lhe como
tinha corrido o exame... o avô um pouco contrariado lá lhe respondeu
que tinha corrido razoavelmente.
Sebastião da Gama tinha tanto de rude nas suas feições, para além do
mais tinha marcas de bexigas, como era delicado e de fino trato a sua
escrita.
Deu aulas nos Açores - Para se
efectivar, poderia escolher uma
escola num dos arquipélagos -
da Madeira ou dos Açores.
Optou pela escola que se
situava nesta última região, por
lhe proporcionar uma
deslocação mais longínqua....
8 de Dezembro 1922 a 2012
13. 1952
“O Casamento”
Chegou atrasado à Vila da
Feira por causa do mau tempo
na viagem marítima para o
Continente. Como nesse
tempo as comunicações eram
difíceis e limitadas, chegada a
hora e dada a ausência do
noivo, o casamento teve de
ser adiado uns dias...
O que terá sucedido à comida
confeccionada em casa para a
boda??? O que terá sentido a
noiva “abandonada”??? E os
perplexos convidados a quem
não foi possível avisar do
adiamento do casamento??? Eis
um “guião” perfeito para um
filme!!! Quem conhece um
realizador a quem se proponha
esta história verídica????!!!!!
Mário da Conceição Azevedo
14. 1952
“A lua de Mel”
Após o casamento, viajaram de comboio para Lisboa, iniciando a lua-de-
mel numa pensão nos Restauradores. Apanharam o navio “S. Miguel”
para regressar aos Açores, tendo sido convidados a tomar as refeições
na mesa do comandante - privilégio a que apenas passageiros ilustres
poderiam aspirar receber. Nesse trajecto passaram pelo Funchal, a
capital da Pérola do Oceano. Na aproximação à Ilha, a mesma
apresentava-se como um enorme e belo cesto florido a flutuar no
oceano, tão bonita que era vista do navio! Já as ilhas Açorianas, quando
avistadas do navio, surgiam agrestes e escuras
devido à sua natureza vulcânica, embora essa
imagem se transformasse em beleza a partir do
momento do desembarque, com a revelação
das inúmeras lagoas, prados verdejantes e
hortências.
8 de Dezembro 1922 a 2012
15. 1953
“Neni – 1ª filha”
O casal vivia numa zona central de Ponta Delgada, na Rua Coronel
Chaves, nº 41. Após o nascimento, o pai babado pegou na filha e levou-a
até à janela do quarto de onde se avistava a Serra da Água do Pau.
Sendo uma Região altamente sísmica, sucediam-se frequentes tremores
de terra. Quando aconteciam durante a noite, o que paralisava a Mãe
Micá na cama, o Pai reagia prontamente, agarrando a alcofa com o bebé
e levando-o rapidamente para rua, devido ao risco de
desmoronamento.
O baptizado foi na Igreja de São Pedro.
Por motivos de saúde, o Bebé com 6 meses de idade veio para o
Continente, acompanhado pela criada Isabel. Em Lisboa, esperavam-na
no cais a Avó Hersília e o Tio Nando, tendo seguido posteriormente para
casa dos Avós maternos.
Mário da Conceição Azevedo
16. 1955
“Cilinha – 2ª filha”
Gostava de andar com os sapatos de salto da mãe. Um dia fugiu de casa
e foi encontrada já longe, com pouca roupa, mas orgulhosa dos seus
saltos altos e carteira (isto com 2 a 3 anos de idade)!
8 de Dezembro 1922 a 2012
17. 1956
“Majó – 3º filho”
O orgulhoso pai festejou o nascimento do filho varão com uma cerveja
de sabor inesquecível, num final de dia muito quente. Majó, sempre
que conseguia fugir, escondia-se no galinheiro. Dizia que “quando fosse
grande, queria ser galo para picar nas galinhas”.
Mário da Conceição Azevedo
18. 1959
“Colocado em Lisboa”
Foi professor na escola Ferreira Borges durante de um período superior
a 15 anos. A escola situava-se no Alto de Santo Amaro e tinha uma
Secção (desdobramento) na Junqueira, de que o Avô era o responsável
máximo, por ter o cargo de subdirector da escola, enquanto que a sede
estava a cargo do director, Dr. Fernando Costa.
ESCOLA CENTENÁRIA DESAPARECE
A Escola Secundária/3 Ferreira Borges, no Alto de
Santo Amaro, em Lisboa, vai receber, no próximo
ano lectivo, todos os alunos, professores e
funcionários da Escola Secundária/3 Rainha D.
Amélia, na Junqueira. Mas não só. Recebe também o
nome desta escola, apagando assim uma identidade
de 107 anos.
•30 Junho 2002
8 de Dezembro 1922 a 2012
19. 1961
“Aula de comércio ”
Escreveu uma brochura sobre a aula de comércio:
AZEVEDO, Mário C. (1961) - A Aula do Comércio, Primeiro
Estabelecimento de Ensino Técnico Profissional Oficialmente criado no
Mundo, Lisboa: Edição da Escola Comercial Ferreira Borges.
Testemunho da Milé: “Através de diversas pesquisas inclusive na torre do
Tombo, o papá foi um dos primeiros a sugerir que foi em Portugal que
nasceu o Primeiro Estabelecimento de Ensino Técnico Profissional
oficialmente criado no Mundo”.
O ensino da contabilidade,
em termos de ensino
técnico profissional
público, terá surgido, de
acordo com o nosso autor,
com a criação da Aula de
Comércio e seus estatutos,
em 1755.
Recentemente a sua obra
tem sido referenciada por
vários autores em diversos
artigos científicos e faz
parte acervo na Biblioteca
Nacional.»
Mário da Conceição Azevedo
20. 1962
“Casa dos Olivais”
Quando foi colocado em Lisboa, a família foi morar inicialmente para um
2º andar alugado em Campo de Ourique, na Rua Sampaio Bruno.
Posteriormente, a família foi habitar uma vivenda adquirida nos Olivais.
Aquando da mudança, os Olivais estavam muito afastados do centro da
cidade e tal como o próprio nome indica, era uma zona com muitas
oliveiras, cardos e poços, o que permitia aos filhos, crianças entre 5 os e
7 anos, brincar ao ar livre do campo, adquirindo belas e saudáveis cores
rosadas, bem diferentes do aspecto característico das outras crianças
citadinas.
Só muito mais tarde é que vieram a ser construídos os múltiplos prédios
que compõem actualmente os Olivais.
8 de Dezembro 1922 a 2012
21. 1964
“Milé – 4ª filha”
A “benjamim” nasceu prematura, com 8 meses de gestação, na Clínica
de São Gabriel, em Lisboa, sendo a primeira dos irmãos a nascer fora de
casa. Tinha, então, um tom de pele avermelhado, o cabelo escuro e
muito espetado, indomável, a não ser por escassos momentos após o
banho. Ao fim de 1 mês ficou carequinha e o cabelo, quando voltou a
nascer, era fininho e tão louro que parecia branco.
Devido à sua intolerância ao leite, bebia biberons com café de soja.
Quando a refeição era tomada em público, frequentemente provocava a
indignação noutras senhoras ao verem um bebé a ingerir,
aparentemente, café.
Mário da Conceição Azevedo
22. 1967
“Casa de Santo António”
A entrada para a compra deste
andar foi efectuada com o
dinheiro que o Avô recebeu
após o falecimento da sua
mãe.
Dada a sua localização junto à
praia, tornou-se a casa de
férias da família.
8 de Dezembro 1922 a 2012
23. 1970 “Caixa de Previdência”
Entre 1970 e 1974, o avô Mário integrou o Conselho de Administração
da Caixa de Previdência em conjunto com as seguintes personalidades:
Caetano Léglise da Cruz Vidal, Eduardo de Almeida Catroga (futuro
ministro das Finanças), Alberto Marta Louro, etc. 46º Exercício - 1972
45º Exercício - 971 Presidente da Assembleia
44º Exercício - 1970 Geral
Presidente da Assembleia Geral
Alberto Machado
Dr. Alberto Machado
Presidente da Assembleia Geral
Carlos Proença Conselho de Administração
Conselho de Administração Caetano Léglise da Cruz Vidal
Conselho de Administração Caetano Léglise da Cruz Vidal Vítor Dias Francisco dos Reis
Caetano Léglise da Cruz Vidal
António Joaquim Soares António Joaquim Soares
António Joaquim Soares António Lourenço Tavares Taborda Eduardo de Almeida Catroga
António Lourenço Tavares Taborda Eduardo de Almeida Catroga Francisco Maria Gonçalves
Eduardo de Almeida Catroga Francisco Maria Gonçalves José do Souto Teixeira
Francisco Maria Gonçalves José do Souto Teixeira Mário da Conceição Azevedo
José de Souto Teixeira Mário da Conceição Azevedo Rui dos Santos Grácio
Mário da Conceição Azevedo Vítor Marques dos Santos
Vítor Marques dos Santos Conselho Fiscal
Conselho Fiscal José Pereira da Silva Brandão
Conselho Fiscal
Teófilo Alves Pereira Alberto Borges dos Santos
Teófilo Alves Pereira
José Pereira da Silva Brandão Nuno Tavares
José Pereira da Silva Brandão
Nuno Tavares
Alberto Marta Louro
47º Exercício - 1973
48º Exercício - 1974
Presidente da Assembleia Geral
Alberto Machado Presidente da Assembleia Geral
José Maria Myre Dores
Conselho de Administração
Caetano Léglise da Cruz Vidal Conselho de Administração
Vítor Dias Francisco dos Reis Caetano Léglise da Cruz Vidal
Alfredo Pereira de Carvalho Vítor Dias Francisco dos Reis
Eduardo de Almeida Catroga Alfredo Pereira de Carvalho
Francisco Maria Gonçalves Eduardo de Almeida Catroga
José do Souto Teixeira Francisco Maria Gonçalves
Mário da Conceição Azevedo José do Souto Teixeira
Rui dos Santos Grácio Mário da Conceição Azevedo
Rui dos Santos Grácio
Conselho Fiscal
José Pereira da Silva Brandão Conselho Fiscal
Alberto Borges dos Santos José Pereira da Silva Brandão
Nuno Tavares Alberto Borges dos Santos
Nuno Tavares
Mário da Conceição Azevedo
24. 1974
“Escola Veiga Beirão”
Na sequência do período
revolucionário associado ao
25 de Abril, o Avô teve de
deixar a Escola Ferreira
Borges, tendo sido colocado
na Escola Veiga Beirão.
8 de Dezembro 1922 a 2012
25. 1975
“Nuno – 1º neto”
O casal Manuela e Mário Jorge vivia em Oeiras. Após o nascimento do 1º
filho, e de forma a mãe poder conciliar a maternidade e os seus estudos
no Instituto Superior Técnico, o Nuno ficava entregue aos cuidados dos
avós maternos, que viviam perto do Instituto, possibilitando a
amamentação durante os intervalos das aulas.
Nuno sempre teve gosto por gelados “quentinhos” e tinha medo de
borboletas.
Era de tal forma sociável que certo dia desapareceu da casa da Costa
para ser encontrado em amena cavaqueira com avantajados folgazões
que comemoravam os dias quentes e solarengos, entre «comes e
bebes», nas garagens vizinhas.
Mário da Conceição Azevedo
26. 1977
“Filipa – 2ª neta”
Em Agosto os pais estavam na casa de Santo António da Caparica.
Quando se iniciou o trabalho de parto, foi o Zé Avelar quem levou a mãe
da Filipa para a Clínica em Lisboa (Associação de Socorros dos
Empregados no Comércio de Lisboa - a mesma onde já nascera o 1º
filho).
Após o divórcio dos seus pais, a Filipa foi viver com os Avós paternos e
tia Milé, na casa dos Olivais.
A sua vivacidade enchia a casa de alegria , por vezes excessiva,
levando aos castigos na cadeira do hall de entrada.
O avô orgulhava-se dos caracóis louros da neta, recordando a infância
dos seus filhos já crescidos.
8 de Dezembro 1922 a 2012
27. 1980
“Filipe – 3º neto”
Os pais anunciaram a gravidez aos Avós com uma adivinha: “tinham
uma coisa nova, muito, mas muito pequenina, do tamanho de uma noz,
adivinhem…»
Fácil - um bebé - e vinha a caminho!
Mário da Conceição Azevedo
28. 1982
“David – 4º neto”
Nasceu numa sexta-feira Santa. Foi sempre uma criança muito sôfrega
pela comida, chorando quando ouvia a colher a rapar o fundo do prato
da sopa. Deu os primeiros passos para alcançar uma bola. A infância (até
aos 7 anos) foi passada na casa de Santo António da Caparica.
8 de Dezembro 1922 a 2012
29. 1984
“Mafalda – 5ª neta”
Antes de seguir para a maternidade do hospital particular, foi entregue
aos avós, o Filipe, com 3 anos. Foi assim que a Mafalda conheceu o
irmão, na companhia dos avós maternos.
Foi até agora a única neta a seguir Música, para grande satisfação do
avô.
Parte das férias foram passados na casa de Stº António, com o irmão,
bem nutridos pelos cozinhados da avó Micá e vigiados pela tia Milé. Já
os carnavais e páscoa eram passados com os avós na casa dos Olivais.
Mário da Conceição Azevedo
30. 1984
“Mariana – 6ª neta”
Nasceu numa sexta-feira 13 de um ano bissexto. Foi aos 5 dias que
recebeu a primeira visita do Avô já em casa, em Santo António da
Caparica. O Avô espreitou a filha e a neta através da janela do quarto,
deparando-se com o acto de amamentação, estando a mãe sentada na
cama e a ser aquecida por um raio de sol - um raio de sol no mês de
Janeiro!
8 de Dezembro 1922 a 2012
31. 1986
“Casa de Espinho”
A casa de Espinho foi uma herança da Tia Zé deixada à Avó Micá. Para
completar o último ciclo do liceu, a Avó Micá viveu em Espinho, em casa
dos Tios, Maria José (Tia Zé) e Tio Elias. Desse convívio cimentaram-se
laços de grande amizade e daí mais tarde a doação da casa, aquando do
falecimento da Tia Zé. O Tio Elias morrera bastantes anos antes, e dele o
Avô recebeu algumas colecções de livros da respectiva mini-biblioteca
que tanto apreciava - e que hoje se encontram no escritório da casa dos
Olivais, fazendo parte da biblioteca carinhosamente constituída pelo Avô
ao longo da sua vida.
Mário da Conceição Azevedo
32. 1992
“Aposentação”
Na qualidade de Inspector do Ensino Universitário, efectuou trabalhos
em diversas Universidades do Continente e das regiões Autónomas e foi
no exercício dessas funções que passou à situação de aposentado.
Regressou ao seu gabinete de trabalho no dia 7 de Dezembro vindo de
uma inspecção à Universidade da Madeira , tendo sido este o último
trabalho antes da reforma.
Aquando da passagem
à situação de reforma,
e após um período de
carência de cerca de
um ano, exerceu
actividade de
consultadoria junto de
algumas instituições
de ensino
universitário. No
âmbito dessa
colaboração, produzia
relatórios com
sugestões de
melhorias nos
procedimentos
administrativos e
pedagógicos para
cumprimento da
legislação do Sector
“O etc é o refúgio dos ignorantes e o descanso dos sábios.”
8 de Dezembro 1922 a 2012
33. 1993
“Diana – 7ª neta”
Antes mesmo de nascer, a Diana foi acompanhada pelo seu avô.
Atendendo aos indícios de um parto prematuro, o avô dispôs-se a
transportar a sua filha e futura neta até, Espinho, Vila do Conde e Póvoa
do Varzim para que as classificações dos exames dos alunos da Milé
pudessem ser lançadas atempadamente - uma vez mais a satisfação do
dever cumprido.
O avô Mário mais uma vez pode demonstrar os seus dotes de avô “ colo”
tendo o condão de acalmar o sonoro vozeirão da Diana, que só admitia
dois colos: da mãe e do avô, mais conhecido por «avô Partidas».
Nas primeiras semanas após o seu nascimento, a Diana foi
acompanhada pelos avós no banho seco.
Passou os seus primeiros anos de férias em Stº António da Caparica. Foi
nessa praia que aos 9 meses deu os primeiros passos, assim como
pronunciou a primeira palavra : «bo» de bola. Mais tarde, depois da
aquisição da casa de Monte Gordo, aí ficava ao cuidado dos avós,
regressando anafadinha com o tratamento do Stop 3…
Mário da Conceição Azevedo
34. 1996
“Casa de Monte Gordo”
Fruto das suas raízes Algarvias e profundo gosto pela praia, adquiriu um
T0 com capacidade para acolher pelo menos 8 pessoas adultas (isto sem
contar com o terraço e a banheira). Do terraço, onde o Avô gosta de
cachimbar após o almoço, avista-se a ponte sobre o Rio Guadiana, as
Matas Reais, o sapal, bem como o Oceano Atlântico.
O apartamento situa-se a escassos
metros da praia de Monte Gordo
que é vigiada o ano inteiro. Que
belas banhocas que toda a família
tem dado lá!
8 de Dezembro 1922 a 2012
35. 1999
“Margarida – 8ª neta”
Após o nascimento da Margarida seguiu-se a
«procissão» dos quatro avós para o famoso
«banho seco» da neta «cassula» até à rua
General Silva Freire. As primeiras férias da
Margarida com apenas 3 mesinhos foram
passadas na mansão de 6 assoalhadas de
Monte Gordo. Houve tempo para comer a
primeira papa, e até passear a Espanha com os
avós. Ao contrário da mana, era um bebé tão
calminho que mais tarde o avô Mário
confessou a preocupação do casal dos avós
quanto à normalidade do seu
comportamento.
Mário da Conceição Azevedo
36. 2006
“Nunocas – 1ª bisneto”
Nasceu em Luanda. No Verão seguinte veio a Portugal conhecer a família.
8 de Dezembro 1922 a 2012
37. “A medalha do Hermano”
O Professor Hermano Saraiva era director da Escola D. João de
Castro, escola esta que ficava próxima da Escola Ferreira Borges.
Conheceram-se na qualidade de dirigentes de estabelecimentos de
ensino. Contemporâneos, o avô recebeu, na qualidade de
representante da sua escola, uma medalha das mãos Professor e
historiador.
o ensinamento .. o aprumo .. Expo 92!! ..
“… em cada período o “..no pelotão, o “Objectivo demarcado ..
pensamento, alinhamento, Caminho traçado ..
… em cada parágrafo a na formatura, o rigor da as adversidades naturais
definição esquadria, surgiram ..
… em cada palavra a energia no fácies, a imobilidade o calor sufocava ..
… em cada letra o rigor …” geométrica, nos cantos da boca a saliva
no olhar, o infinito empastava ..
concentrado, .. os passos prosseguiam
em cada prega, a gota com “teimosia” !
José Avelar do suor aprumado ! “
“
Mário da Conceição Azevedo
38. “Construções A. Supico, SARL”
Foi responsável pela gestão financeira dessa empresa na área de
construção civil e obras públicas. O dono da empresa, Sr. Eng. Augusto
Supico, vendo o volume de trabalho, mais de uma vez o convidou a
dedicar-se apenas à empresa, com o compromisso de deixar o Ensino,
compensando-o financeiramente da perda de vencimento de professor.
No entanto, o gosto que tinha pela sua profissão fez com que recusasse
o convite, mantendo-se ligado ao ensino até ao limite máximo da idade
de reforma, 70 anos.
Inicialmente foi professor, depois professor metodólogo responsável
pela orientação do estágio de outros professores; por último integrou a
carreira inspectiva numa 1ª fase efectuando inspecções às escolas no
ensino secundário e mais tarde às universidades.
Resolução n.º 193/78
Considerando as informações prestadas pelos serviços
da Presidência do Conselho de Ministros e o parecer da
Junta Autónoma de Estradas;
O Conselho de Ministros, reunido em 2 de Novembro de 1978,
resolveu:
Autorizar a adjudicação da empreitada de construção da
estrada nacional n.º 18 (variante da Covilhã e acessos à
cidade) às firmas Tecnopul - Empresa Técnica de Obras
Públicas, Lda., e Construções A. Supico, S. A. R. L., pelo valor
de 428186828$00.
Presidência do Conselho de Ministros, 2 de Novembro de
1978. - O Primeiro-Ministro, Alfredo Jorge Nobre da Costa.
8 de Dezembro 1922 a 2012
39. “Ministério das Corporações ”
Ingressou neste Ministério após ter deixado de colaborar na empresa do
sr. Eng. Supico por a mesma ter encerrado a actividade.
O local de trabalho era em Xabregas, no extremo oposto à escola onde
leccionava, na Ajuda ou Alto de Santo Amaro. Fazia diariamente cerca de
100km em deslocações entre Escola, casa e Ministério. Habitualmente
tomava as refeições em casa, sendo que muitas delas de pé, não
chegando a sentar-se à mesa para abreviar o tempo gasto com a
refeição. Em consequência desta “azáfama”, havia dias que os filhos nem
chegavam a vê-lo, pois saía de casa antes deles acordarem, e regressava
a altas horas da noite, com eles já deitados. Não deixava, porém, de
passar pelos quartos onde dormiam para, com carinho, os beijar....
“Todos os indivíduos
devem cumprir
escrupulosamente os
seus deveres sem
detrimento dos
direitos legítimos.”
Azevedo, M.
Mário da Conceição Azevedo
40. 2012
“90 ciclos solares”
Chegados a 8 de Dezembro de 2012,
o Avô Mário continua a marcar a família
com o seu legado!
Alicerçado na sua longa experiência
durante 90 ciclos solares (1170 luas),
conhecimento absorvido
de tantos livros que foram,
é através do exemplo
que as suas memórias
o perpetuarão…
8 de Dezembro 1922 a 2012
41. “Testemunhos”
«Salvé 8 de Dezembro de 2012 .
90 anos de vida! .
Como é bom lá chegar, pena é neste dia não ser possível
juntar fisicamente todos os entes queridos que o tempo
levou.
Recordo com saudade o dia 30 de Dezembro de 1952, o
grande dia do casamento do Mário e da Maria do Carmo!
Parece que foi ontem e já lá vão 60 anos. Foi uma festa
bonita, num dia de sol, partilhada pela família e algumas
pessoas íntimas do nubente.
Recordo algumas: a Tia Alzira, tia Zé, Tio Elias, Tio Carlos,
Tia Céu, a Bina, o Loureiro, a Mimi e irmãos que levaram
as alianças, a Rosália, colega da Maria do Carmo e outras
que a memória já não lembra.
O casamento realizado na igreja Matriz da Feira foi
celebrado pelo padre beneditino D. Gonçalo, amigo da
família. Foi servido na casa da Piedade o almoço de
casamento que decorreu em grande confraternização de
todos os presentes.
No final da tarde, os noivos seguiram rumo ao sul em
viagem de núpcias.
Nesta evocação, constato que sobrevivem para além do
Mário, eu, o Jorge, um irmão da Mimi, o Zé, e a
Henriqueta (Quetinhas).
Um abraço muito forte,
Fernando e Jorge» .
Mário da Conceição Azevedo
42. “Testemunhos”
«Sendo detentor de um elevadíssimo sentido do dever e de
enorme capacidade de trabalho, o nosso Pai dedicou a “alma e
coração” ao cumprimento das responsabilidades profissionais,
delegando na esposa a função de acompanhamento do
desenvolvimento dos filhos. Mesmo ao fim de semana, quando
estava mais presente, encontrava no escritório o seu refúgio
predilecto….
Não obstante, nunca duvidámos do profundo amor que nutria por
nós.
Recordo-me da semana anual de férias – período máximo de
descanso a que se permitia, por acumular funções profissionais a
tempo inteiro. Metia, então, toda a família no carro e percorria
incansavelmente o País de “lés a lés”, mostrando-o aos filhos, num
contra-relógio nem sempre compreendido e aceite por estes, por
serem ainda bastante crianças.»
Néni (a primogénita)
"Era fim de tarde de sábado em pleno Verão, em Sto.
António da Caparica,
A azáfama da semana levava-nos a um antecipado repousante
fim de semana …
Porem, nesse dia o Taunnus chegara mais tarde extenuado
pelo calor e pelo carrego que trazia devido aos afazeres do
seu dono ..
Já lusco-fusco mas .. mas .. o tentador e irrecusável banho de
praia me levou a acompanhar o mestre Mário nas suas curtas
mas enérgicas braçadas mar-a-dentro ..
De volta, a toalhita servia de abrigo à pele de galinha que se
crispara !!!"
Zé
8 de Dezembro 1922 a 2012
43. “Testemunhos”
Sempre se soube que não tenho facilidade em transmitir pelas
palavras ou pela escrita o que sinto, ou o que gostaria de dizer. O
que para muitos pode parecer uma atitude menor, para mim nunca
o foi, já que provavelmente existem sentimentos ou “coisas” que são
mais fáceis de expressar do que de sentir. Esta característica, muito
minha, passa a ser neste momento uma vantagem, já que tudo o
que eu, ou todos, possamos dizer, não atinge, não demonstra, não
significa o orgulho que tenho em poder dizer... ESTE SER
MARAVILHOSO, SERÁ SEMPRE O MEU PAI.
Cilinha ( a do meio)
«Homem de grande cultura
De uma honestidade sem igual
O abdicar de suas convicções não tem cura
Sua paixão: família e Portugal.
Que linda idade são os noventa
Com belas recordações de vida
Prazeres e alegrias que a saudade alimenta
Desejos de muitas felicidades e amizade sentida!
Um grande abraço,
Carlos»
Mário da Conceição Azevedo
44. “Testemunhos”
Testemunho e recordo um colo aconchegante em criança, a
alegria genuína de o encontrar no intervalo apressado das suas
obrigações profissionais devido ao facto de acumular dois
empregos em “full time”, a satisfação de comer saladas de alface
e a vivacidade dos seus banhos de mar. Tenho saudades dos
nossos serões em Espinho e das visitas que me fazia na General
Silva Freire.
Recentemente apercebi-me que o imperativo categórico de Kant
se não fosse abstracto poderia ser demonstrado através da
vivência e considerações éticas do meu pai: O dever acima de
tudo! Até o espanto sobre o universo nos seus noventa anos me
faz pensar que continua um jovem, numa tentativa contínua de
aprendizagem. Sinto que o meu pai tal como Kant poderia dizer o
seguinte:
“Duas coisas me enchem o ânimo de admiração e respeito: o céu
estrelado acima de mim e a lei moral que está em mim”.
(Crítica da Razão Pura)
Milé
Para o Sogro Mário
«Se fossem mais como o “patriarca”, Portugal
estaria certamente melhor!»
Pedro Figueiredo
8 de Dezembro 1922 a 2012
45. “Testemunhos”
"Para mim, o Avô Mário é uma fonte de inspiração a vários níveis:
Integridade – independentemente da situação, toma decisões com
base em princípios de vida e critérios bem definidos mesmo que
com isso fique prejudicado a nível pessoal para bem do colectivo.
Dedicação – dedicou a sua vida a criar as condições melhores
possíveis para sua família, começando pela avó Micá até ao bisneto
Nunocas.
Sabedoria – melhor do que uma enciclopédia, sempre foi mais
interessante perguntar ao avô. Qualquer que seja o assunto!
Boa disposição – é incrível que independentemente das maleitas
que tenha, recebe-nos sempre com um sorriso na cara e uma piada
logo de seguida!
Assim, pode-se dizer que “A integridade está na sabedoria do Avô
Mário, sempre com dedicação e boa disposição!”
Obrigado Avô …. David
Cada dia que passo com o avô Mário há uma
autêntica aula de cultura! É fantástico como a
memória não o atraiçoa ao fim de 90 anos. É
um enorme prazer conhecê-lo e fazer parte da
sua família como neta emprestada.
Que a sua caminhada de vida representada
nesta biografia seja exemplo para muitos.
Anita
Mário da Conceição Azevedo
46. “Testemunhos”
Não é qualquer um que se pode gabar de ser simultaneamente neto
e afilhado do Avô Mário!
O meu avô e padrinho representa para mim o símbolo da
honestidade, seriedade, patriotismo e dedicação à família. Foi
inquestionavelmente a pessoa que mais me incentivou a ir mais
longe nos estudos. Foi por isso aquele a quem pensei em primeiro
lugar quando tive a felicidade de ter sido aceite no MBA, e é a ti, avô
Mário, a quem dedico esse curso de que me orgulho.
Um grande beijinho do neto mais bonito.
Filipe
Recordo-me com muita saudade das tardes
de férias passadas em casa dos Olivais.
Havia muita curiosidade e era até um
desafio tentar entrar dentro do escritório
onde o Avô passava longas horas. Eu e o
Filipe fazíamos várias tentativas, todas em
vão, de lá entrar sem sermos vistos mas
quando pensávamos que a vitória estava
breve logo se ouvia bem alto
"rrrrrooooonnnnnnn"!!!!!
Um Avô que não se cansa de dizer que se
sente orgulhoso da sua família, hoje neste
dia tão especial sou eu que digo OBRIGADA
AVÔ por existir e por todas as boas ações
que tem feito ao longo da sua vida.
Mafalda
8 de Dezembro 1922 a 2012
47. “Testemunhos”
Para mim o avô Mário é o Avô!! Aquela pessoa …
… que me assustava com o seu “rooonnnnrrrooonnn” quando era
miúda.
… com a qual esclareci muitas dúvidas sobre diversos temas.
… com quem me lembro de partilhar uns mergulhos na praia.
… com a qual aprendi pequenas grandes informações (1ª mulher a
acabar a universidade, “pormaiores” históricos, cronologia das
universidades, e muitas mais informações…)
… que tem sempre umas línguas de gato para me adoçar a boca.
… que foi um dos meus companheiros na viagem de auto-caravana
até França.
… que é O Patriarca da Família!
Mariana
«Aprendi com o avô que “ deitar cedo e cedo
erguer dá saúde e faz crescer “por isso fiquei
pequena... Um beijinho para ti, Avô, tenho
muito orgulho em ser tua neta.»
Filipa
Mário da Conceição Azevedo
48. “Testemunhos”
Recordo-me que, durante a minha infância
passada na casa dos Olivais, o avô Mário mantinha com bastante
rigor os horários do jantar às 20h que todos nós sabíamos que
era bastante importante respeitar. Ainda hoje gosto de jantar
sempre á mesma hora, adoro ver as noticias e quando tenho
família ou amigos em casa obrigo todos a comer á mesa juntos.
O avô também me influenciou a estar atento às notícias.
Recordo-me que depois do jantar o avô ia sempre ouvir as
notícias da rádio no escritório. Tenho muitas e boas memórias do
escritório dos Olivais, perecia que estava numa espécie de “lugar
sagrado”!
Nuno
O avô é um exemplo de perseverança e auto-
disciplina que tento, mais nuns dias do que
noutros, impor à minha vida.
Muitos parabéns por estes 90 anos!
Diana
«O avô é uma pessoa muito culta e sempre foi
dedicado à família, ao trabalho e ao
conhecimento. Relembro as visitas que fiz à
casa dos Olivais e à casa de Monte Gordo, tal
como os óptimos almoços de partilha de
conhecimentos e histórias sobre a sua
vivência de quase 90 anos. Parabéns avô
Mário!»
Margarida
8 de Dezembro 1922 a 2012
49. Era uma vez o
Avô Mário…
«INTITULO-ME
COMO
MACRÓBIO
OMNÍVORO»
Mário da Conceição Azevedo