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Sistema hepático –
Função hepática /
BILIRRUBINAS
I. Introdução
Fígado
▪ Formação e excreção de bile
▪ Regulação da homeostase dos
carboidratos
▪ Síntese de lipídios e secreção de
lipoproteínas plasmáticas
▪ Controle do metabolismo de colesterol
▪ Formação de ureia, albumina sérica,
fatores de coagulação, enzimas e
diversas outras proteínas
▪ Metabolismo ou desintoxicação de
fármacos e outras substâncias exógenas.
Fígado - circulação
Veia hepática
Veia porta
Artéria hepática
Ducto biliar
Fígado: unidade funcional
Lorente, S., Hautefeuille, M. & Sanchez-Cedillo, A. The liver, a functionalized vascular structure. Sci Rep 10, 16194 (2020). https://doi.org/10.1038/s41598-020-73208-8
Fígado: unidade funcional
van Grunsven LA. 3D in vitro models of liver fibrosis. Adv Drug Deliv Rev. 2017 Nov 1;121:133-146. doi: 10.1016/j.addr.2017.07.004. Epub 2017 Jul 8. PMID: 28697953.
Lóbulo
https://www.unifal-
mg.edu.br/histologiainterativa/figado/
Fígado: unidade funcional
Fígado: unidade funcional
Santos, José Sebastião. Efeitos da derivação biliodigestiva sobre as alterações da fibrose biliar secundária em ratos. Comparação entre as derivações bilioduodenal e biliojejunal com alça exclusa de
15 centímetros de extensão. Ribeirão Preto, 2007 - http://dx.doi.org/10.13140/RG.2.1.1229.1606
Ácino
Fígado: unidade funcional
Ácino
Zona 1:Primeira a ser irrigada
Maior [ ] de O2, nutrientes e
toxicantes;
↑ [ ] glutationa
Zona 2
Zona 3 – Menor [ ] de O2
↑ CYP450
Fígado: unidade funcional
van Grunsven LA. 3D in vitro models of liver
fibrosis. Adv Drug Deliv Rev. 2017 Nov
1;121:133-146. doi: 10.1016/j.addr.2017.07.004.
Epub 2017 Jul 8. PMID: 28697953.
HSC: hepatic stellate cell (célular estreladas)
LSEC: liver sinusoidal endothelial cell (endotélio do capilar
sinusóide)
KC: Kupffer cell (Células de Kupffer)
Ácino
Ultra - estrutura
Células de Kupffer
• Fagocitose partículas estranhas;
• Metabolização de hemácias velhas;
• Digestão de hemoglobina;
• Secreção de proteínas do sistema imunológico;
• Destruição de bactérias provenientes do intestino.
Células hepáticas ou hepatócitos
• Síntese de proteínas (endógenas ou exógenas);
• Metabolização de álcool e drogas;
• Produção de bile;
• Gliconeogênese.
O fígado é um órgão que executa múltiplas funções:
1. Recebe, processa e armazena materiais absorvidos do aparelho digestivo
(aminoácidos, glicídeos, ácidos graxos, colesterol, vitaminas);
2. Síntese de proteínas plasmáticas como albumina, globulinas alfa e beta, fatores de
coagulação e proteínas de transporte;
3. Resposta imune hepática e depuração de complexos imunológicos da circulação;
4. Depuração e biotransformação de compostos endógenos e exógenos; AÇÃO
ANTITÓXICA – ELIMINAÇÃO ELEMENTOS NOCIVOS!!!!!
5. Metabolizar as bilirrubinas e sintetizar ácidos biliares a partir do colesterol e secretar
esses compostos do hepatócito para o intestino.
Funções hepáticas – Síntese
Regulação do metabolismo de glicose, lipídeos e proteínas.
- Síntese protéica: Principal sede de síntese de proteínas plasmáticas;
ALBUMINA: síntese depende das condições hormonais, estado nutricional e idade
(Encontra-se diminuída em várias doenças hepáticas);
PRÉ ALBUMINA: ½ vida ~ 1,9 dia – a concentração plasmática é indicador de
alterações hepáticas;
DOENÇA HEPÁTICA: provoca diminuição na síntese protéica.
- Síntese de lipídeos: Principal fonte da produção e metabolismo das lipoproteínas
plasmáticas (ex. colesterol);
- Síntese de Uréia: PROTEÍNAS – AMINOÁCIDOS – AMÔNIA – URÉIA;
Funções hepáticas – Metabólicas
Importância central nas vias metabólicas regulatórias – metabolização de
medicamentos e detoxicação; eliminação de metabólitos endógenos e exógenos.
- Metabolismo glicídico: Armazenamento de glicose na forma de glicogênio;
- Índices grosseiros de estrutura função e integridade celular - fornecem
informações com respeito a presença e a gravidade da lesão hepatobiliar
ou diminuição da função hepática.
Teste de função hepática
- Baseiam-se em medidas de substâncias que são liberadas devido ao dano
tissular:
1. Enzimas endógenas;
2. Albumina;
3. Fatores de coagulação;
4. Bilirrubina
Bilirrubinas
• Principal componente dos ácidos biliares (colesterol e fosfolipídeos e bilirrubina);
• Armazenada na vesícula biliar;
• Funções: auxilia na digestão e na absorção das gorduras e é responsável pela
eliminação de certos produtos de degradação metabólica do organismo
(hemoglobina).
• Fotossensíveis;
Formação da Bile
Bile:
• água, sais biliares, colesterol e
bilirrubina
• essencial para a digestão e absorção
de gorduras e algumas vitaminas
• eliminação de diversos produtos do
sangue
Fe
N
H3C
H2C
HC
N
H3C CH
CH2
CH
N
CH3
CH
CH2
CH
CH2
COO
-
CH2
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OOC
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C
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H2C
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-
OOC
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H2C
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CH2
CH2
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HC
H2C
N
H3C
C O
H
H
H H
NADPH + H+
+
O2
NADP+
+
H2O
Fe+3
+
CO
1
N
CH3
C
HC
H2C
N
H3C
O C
H
-
OOC
H2C
H2C
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CH2
CH2
COO
-
HC
H2C
N
H3C
C O
H
H H
H H
NADPH + H+
NADP+
2
1
2
Formação da Bilirrubina
(SRE)
Heme Oxigenase
Bilirrubina Redutase
A
B
D
C
C
B D A
biliverdina
bilirrubina
Grupo Heme das hemoglobinas
Produção
- Produção de bilirrubina: 250 a 300 mg bilirrubina/dia;
- Aproximadamente 80 – 85% da bilirrubina total produzida é derivada da
hemoblogina liberada pelos glóbulos vermelhos senescentes, destruídos no
baço, fígado e medula;
- De 15 – 20% são produzidos por precursores das hemácias, destruídos na
medula óssea, por uma eritropoiese inefetiva. Nesta fração estão incluídas o
catabolismo de outras proteínas contendo grupamentos heme;
- Uma pequena fração é destruída na corrente circulatória.
Albumina
B
N
CH3
C
HC
H2C
N
H3C
O C
H
-
OOC
H2C
H2C
N
H
CH2
CH2
COO
-
HC
H2C
N
H3C
C O
H
H H
H H
Baço
Vaso sangüíneo
Capilares sinusóides
Canalículos biliares
Hepatócito
B
B
Ligandina
Heme
RE
2 3
1. Captação
2. Conjugação
3. Excreção
1
Albumina
B
Bilirrubina Indireta ou não conjugada
B
G G
B
G
Bilirrubina Direta ou conjugada
N
CH3
C
HC
H2C
N
H3C
O C
H
-
OOC
H2C
H2C
N
H
CH2
CH2
COO
-
HC
H2C
N
H3C
C O
H
H
H H
OH
H
H
OH
OH
H
OH
COO-
O
UDP
H
N
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H2C
N
H3C
O C
H
H2C
H2C
N
H
CH2
CH2
COO
-
HC
H2C
N
H3C
C O
H
H
H H
C
O
O
OH
H
H
OH
OH
H
OH
COO-
O H
+
UDP-Glucoronil transferase
intestino
N
CH3
C
HC
H2C
N
H3C
O C
H
-
OOC
H2C
H2C
N
H
CH2
CH2
COO
-
HC
H2C
N
H3C
C O
H
H
H H
OH
H
H
OH
OH
H
OH
COO-
O
UDP
H
Recaptação
Beta-glucoronidase
(céls epiteliais/
Bactérias)
Hidrólise
N
CH3
C
HC
H2C
N
H3C
O C
H
H2C
H2C
N
H
CH2
CH2
COO
-
HC
H2C
N
H3C
C O
H
H
H H
C
O
O
OH
H
H
OH
OH
H
OH
COO-
O H
Ciclo
Entero-hepático
Reabsorção
N
CH3
C
HC
H2C
N
H3C
O C
H
-
OOC
H2C
H2C
N
H
CH2
CH2
COO
-
HC
H2C
N
H3C
C O
H
H
H H
d-urobilinogênio d-urobilina
+ 6H
1-urobilinogênio
1-estercogilinogênio
1-urobilina
1-estercobilina
+ 2H
+ 4H
incolor Cor
(marrom-esverdeado)
Ciclo
Entero-hepático
(20%)
Redução
(flora bacteriana)
Cir. Sanguínea
Urina
(2 a 5%)
Oxidação espontânea
Glândula biliar Fezes
Retorno à
Glandula biliar
Ciclo Entero hepático
X Lesão hepatócitos (hepatites)
X Obstrução extra-hepática
(carcinoma; cálculo)
X
Danos reabsorção (inflamação)
ICTERÍCIA
(Hiperbilirrubinemia)
A manifestação clássica de doença hepática é a coloração
amarelada do plasma, pele, esclerótica e membranas
mucosas, causadas pelo acúmulo de bilirrubina.
A cor amarelada é evidente , quando a concentração de
bilirrubina total no soro alcança de 2 a 3 mg/dL.
ICTERÍCIA
(Hiperbilirrubinemia)
I. Hiperbilirrubinemia não-conjugada
II . Hiperbilirrubinemia conjugada
Classificação das Icterícias
I. Hiperbilirrubinemia não-conjugada
1. Icterícia por aumento da PRODUÇÃO de bilirrubinas
a. Sangue
- Bilirrubina total: aumentada
- Bilirrubina indireta: aumentada
- Bilirrubina direta: normal
b. Urina:
- Urobilinogênio: aumentado
- Bilirrubina: normal
c. Fezes: escuras
d. Exemplos:
- Hemólise hereditária ou adquirida;
- Eritropoiese ineficaz;
- Renovação rápida da massa de hemácias (no neonato )
Kernicterius
Canalículos biliares
Capilares sinusóides
Hepatócito
Albumina
B
B
B
Ligandina
Heme
1
2. Icterícia por CAPTAÇÃO DEFICIENTE de bilirrubinas
2. Icterícia por CAPTAÇÃO DEFICIENTE de bilirrubinas
a. Sangue
- Bilirrubina total:
- Bilirrubina indireta:
- Bilirrubina direta:
b. Urina:
- Urobilinogênio:
- Bilirrubina:
c. Fezes: claras
d. Exemplos:
- Síndrome de Gilbert;
- Sépsis;
- Inibição competitiva por drogas (rifampicina);
- Proteína Y e Z diminuidas;
- outros (ácido flavaspídico)
aumentada
aumentada
normal (diminuida)
normal (diminuido)
normal (diminuida)
Hepatócito
Capilares sinusóides
Canalículos biliares
Albumina
B
B
B
Ligandina
Heme
1
2
3. Icterícia por CONJUGAÇÃO DEFICIENTE de bilirrubinas
3. Icterícia por CONJUGAÇÃO DEFICIENTE de bilirrubinas
a. Sangue
- Bilirrubina total: aumentada
- Bilirrubina indireta: aumentada
- Bilirrubina direta: diminuida
b. Urina:
- Urobilinogênio: normal (diminuido)
- Bilirrubina: normal (diminuida)
c. Fezes: claras
d. Exemplos:
- Sindrome de Crigler-Najjar I e II;
- Síndrome de Lucey-Driscoll (aumento de inibidores da glucoronidase 0-aminofenol) ;
- Inibição competitiva (novobiocina, 3,20-pregnanediol)
Capilares sinusóides
Canalículos biliares
Hepatócito
Albumina
B
B
B
Ligandina
B
G G
B
G
1
2 3
B
G G
B
G
II . Hiperbilirrubinemia conjugada
4. Icterícia por DANO HEPATOCELULAR de bilirrubinas
II. Hiperbilirrubinemia conjugada
4. Icterícia por DANO HEPATOCELULAR de bilirrubinas
a. Sangue
- Bilirrubina total: aumentada
- Bilirrubina indireta: aumentada
- Bilirrubina direta: aumentada
b. Urina:
- Urobilinogênio: normal (diminuido)
- Bilirrubina: aumentada
c. Fezes: claras
d. Exemplos:
- Hepatites virais
- Hepatites químicas
Capilares sinusóides
Canalículos biliares
Hepatócito
Albumina
B
B
B
Ligandina
Heme
B
G G
B
G
1
2 3
5. Icterícia por SECREÇÃO DIMINUIDA de bilirrubinas
5. Icterícia por SECREÇÃO DIMINUIDA de bilirrubinas
a. Sangue
- Bilirrubina total: aumentada
- Bilirrubina indireta: normal ou aumentada
- Bilirrubina direta: aumentada
b. Urina:
- Urobilinogênio: normal (diminuido)
- Bilirrubina: normal ou aumentada
c. Fezes: claras
d. Exemplos:
- Colestase intra-hepática: Drogas, gravidez, álcool, cirrose
biliar primária;
- Defeito na excreção: Síndrome de Dubin-Johnson, Síndrome
do Rotor (deficiência de pigmentoforese – transportador de BD);
- Colestase extra-hepática: Lítiase, carcinoma.
Metodologia Analítica
1916 – Van der Bergh & Muller
Bilirrubina (soro) + ácido sulfanilico diazotado vermelho-púrpura
(bilirrubina direta)
Álcool*
Bilirrubina (soro) + ácido sulfanilico diazotado vermelho-púrpura
(bilirrubina indireta)
*Acelerador
Método Tipo de Análise Principio
1. Malloy-Evelyn cinético, pto final, com reação pH 1,2 ;  = 560 nm
ou sem branco acelerador: metanol
2. Jendrassik & Gróf cinético, pto final, com reação em pH 6,5 e alcalini-
ou sem branco zação p/ pH 13;  = 600 nm
acelerador: benzoato/cafeína
3. Sims & Horn pto final, com ou sem reação pH neutro;  = 525 nm
branco acelerador: benzoato
4. Bilirrubina Oxidasecinético, pto final  = 405 - 460 nm
Métodos de Dosagens
1. Diazo A
ácido sulfanílico…………………….. 1,0 g
HCl (concentrado) ………………………. 15,0 mL
Água qsp…………………………….1000,0 mL
Reagentes
2. Diazo B
NaNO3 0,5% (w/v) (estável por 1 semana 4 - 8°C)
3. Solução de trabalho
Uma gota de NaNO3 em 1,5 mL do ácido sulfanílico
4. Acelerador
Benzoato de Sódio 10% (w/v)
N
CH3
C
HC
H2C
N
H3C
O C
H
-
OOC
H2C
H2C
N
H
CH2
CH2
COO
-
HC
H2C
N
H3C
C O
H
H H
H H
SO3H
N
+
N
SO3H
NH2
+ NaNO2
+HCl
Cl-
H H
HC
H2C
N
H3C
O C
H
-
OOC
H2C
H2C
N
H3C
N N SO3H HSO3 N
H
N
CH3
H
CH2
CH2
COO
-
HC
H2C
N
H3C
C O
H
N
Diazopigmento A (mistura de 2 isômeros)
Ácido
sulfanílico
Nitrito
de Sódio Ácido nitroso
Azobilirrubina
1. Amostras
Soro, plasma, LCR (Proteger da luz)
2. Linearidade da Reação
15 mg/dL
3. Valores de Referência
Bilirrubina Total: até 1,2 mg/dL
Bilirrubina direta: até 0,4 mg/dL
Bilirrubina indireta: até 0,8 mg/dL
4. Urina
Fita impregnada com diazo reagente
• Ligação covalente de metabólitos tóxicos a proteínas
• Estresse oxidativo
• Estresse a organelas: mitocôndria, retículo endoplasmático e núcleo
• Cinases
• Alterações metabólicas (acúmulo de gordura)
• Inibição do transportador de sais biliares
– Colestase
– Toxicidade mitocondrial
– Sensibilização à apoptose
• Morte celular
• Resposta imune inata
• Resposta imune adaptativa
Lesões hepáticas induzidas por fármacos
Mecanismos
• Intrínseca
– Fármacos que apresentam toxicidade direta e previsível
– Dose dependente
• Ocorre a partir de uma determinada concentração que pode diferir entre
pacientes
• Idiossincrática
– Resposta imprevisível
– Independe da dose, via de administração ou duração de exposição
– Fatores relacionados ao indivíduo, ao ambiente e às propriedades
tóxicas do fármaco
Lesões hepáticas induzidas por fármacos
Mecanismos
Lesões hepáticas induzidas por fármacos
Variável Hepatotoxicidade intrínseca Hepatotoxicidade idiossincrática
Frequência Comum Rara
Dose-dependente Sim Não
Previsível Sim Não
Reprodutível em modelos animais Sim Não
Latência (intervalo de tempo para o
início)
Tipicamente rápida (dias) Variável (dias – anos)
Fenótipos Necrose hepática aguda, elevação de
enzimas séricas, obstrução sinusoidal,
esteatose hepática, regeneração nodular
Hepatite hepatocelular aguda, hepatite
colestásica ou mista, colestase, hepatite
crônica
Fármacos comumente associados
(exemplos)
Altas doses de acetaminofeno, niacina,
AAS, amiodarona (iv), metrotexato,
quimioterápicos
Amoxicilina-clavulanato, cefalosporinas,
isoniazida, nitrofurantoína,
fluorquinonas, antibióticos macrolídeos
Causa Hepatotoxicidade ocorre quando o
fármaco é administrado em doses
elevadas e excede o limiar tóxico
Resposta imune adaptativa ao fármaco
ou metabólito. Dano mitocondrial e
esteatose hepática
Adaptado de: Hoofnagle & Björnsson, Drug-Induced Liver Injury — Types and Phenotypes, N Engl J Med., 381:264-73, 2019.
Mecanismos de Toxicidade
Colestase canalicular
⮚ Redução do volume de bile
⮚ Secreção reduzida de componentes
da bile
⮚ Ensaios bioquímicos 🡪 bilirrubina
e sais biliares
⮚ Icterícia
Mecanismos de Toxicidade
Colestase canalicular
⮚ Clorpromazina – antipsicótico
▪ Inibição de influxo de ácidos
biliares
▪ Alteração da contratilidade dos
canalículos biliares
⮚ Estrógenos
▪ Redução da absorção de sais biliares
▪ Redução da atividade da bomba Na+/K+ -
ATPase
▪ Redução de conjugados com glutationa
▪ Redução de transportadores de sais biliares
Mecanismos de Toxicidade
Danos no ducto biliar
⮚ Destruição
⮚ Fibrose
⮚ Cirrose
⮚ Ex.: Amoxicilina
Danos nos capilares
sinusóides
⮚ Destruição do endotélio
⮚ Dilatação
⮚ Bloqueio 🡪 inchaço, acúmulo de células
sanguíneas
⮚ Ex.: Esteróides anabolizantes; ciclofosfamida
Mecanismos de Toxicidade
⮚ Acúmulo de lipídeos 🡪 principalmente triglicerídeos
⮚ Reversível e não leva a morte celular
⮚ Aumenta suscetibilidade a outros danos
⮚ Ex.: Álcool
⮚ Ex.: Ácido Valpróico
Esteatose
Mecanismos de Toxicidade
⮚ Acúmulo de fibras de colágeno - cicatrização
⮚ Resposta a danos repetidos
⮚ Cirrose 🡪 nódulos de hepatócitos
remanescentes
🡪 Irreversível
⮚ Ex.: Álcool
⮚ Ex.: Amiodarona
Fibrose e Cirrose
Mecanismos de Toxicidade
⮚ Neoplasias induzidas
⮚ Diversos grupos celulares: hepatócitos, ducto biliar
⮚ Ex.: Álcool
⮚ Ex.: Androgenio (metiltestosterona)
Tumores
Mecanismos de Toxicidade
Fatores que aumentam a suscetibilidade
⮚ Alta concentração
⮚ Biotransformação - equilíbrio
⮚ Presença de células de Kuppfer – Resposta imunológica
⮚ Regeneração
⮚ Substâncias lipofílicas
Acetaminofeno (paracetamol)
Yoon, Eric, et al. "Acetaminophen-induced hepatotoxicity: a comprehensive
update." Journal of clinical and translational hepatology 4.2 (2016): 131.
Álcool
Álcool
Lu, Y.; Cederbaum, A.I. Autophagy Protects against CYP2E1/Chronic Ethanol-Induced Hepatotoxicity. Biomolecules 2015, 5, 2659-2674. https://doi.org/10.3390/biom5042659

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  • 1. Sistema hepático – Função hepática / BILIRRUBINAS
  • 3. Fígado ▪ Formação e excreção de bile ▪ Regulação da homeostase dos carboidratos ▪ Síntese de lipídios e secreção de lipoproteínas plasmáticas ▪ Controle do metabolismo de colesterol ▪ Formação de ureia, albumina sérica, fatores de coagulação, enzimas e diversas outras proteínas ▪ Metabolismo ou desintoxicação de fármacos e outras substâncias exógenas.
  • 4. Fígado - circulação Veia hepática Veia porta Artéria hepática Ducto biliar
  • 5. Fígado: unidade funcional Lorente, S., Hautefeuille, M. & Sanchez-Cedillo, A. The liver, a functionalized vascular structure. Sci Rep 10, 16194 (2020). https://doi.org/10.1038/s41598-020-73208-8
  • 6. Fígado: unidade funcional van Grunsven LA. 3D in vitro models of liver fibrosis. Adv Drug Deliv Rev. 2017 Nov 1;121:133-146. doi: 10.1016/j.addr.2017.07.004. Epub 2017 Jul 8. PMID: 28697953. Lóbulo
  • 8. Fígado: unidade funcional Santos, José Sebastião. Efeitos da derivação biliodigestiva sobre as alterações da fibrose biliar secundária em ratos. Comparação entre as derivações bilioduodenal e biliojejunal com alça exclusa de 15 centímetros de extensão. Ribeirão Preto, 2007 - http://dx.doi.org/10.13140/RG.2.1.1229.1606 Ácino
  • 9. Fígado: unidade funcional Ácino Zona 1:Primeira a ser irrigada Maior [ ] de O2, nutrientes e toxicantes; ↑ [ ] glutationa Zona 2 Zona 3 – Menor [ ] de O2 ↑ CYP450
  • 10.
  • 11. Fígado: unidade funcional van Grunsven LA. 3D in vitro models of liver fibrosis. Adv Drug Deliv Rev. 2017 Nov 1;121:133-146. doi: 10.1016/j.addr.2017.07.004. Epub 2017 Jul 8. PMID: 28697953. HSC: hepatic stellate cell (célular estreladas) LSEC: liver sinusoidal endothelial cell (endotélio do capilar sinusóide) KC: Kupffer cell (Células de Kupffer) Ácino
  • 13. Células de Kupffer • Fagocitose partículas estranhas; • Metabolização de hemácias velhas; • Digestão de hemoglobina; • Secreção de proteínas do sistema imunológico; • Destruição de bactérias provenientes do intestino. Células hepáticas ou hepatócitos • Síntese de proteínas (endógenas ou exógenas); • Metabolização de álcool e drogas; • Produção de bile; • Gliconeogênese.
  • 14. O fígado é um órgão que executa múltiplas funções: 1. Recebe, processa e armazena materiais absorvidos do aparelho digestivo (aminoácidos, glicídeos, ácidos graxos, colesterol, vitaminas); 2. Síntese de proteínas plasmáticas como albumina, globulinas alfa e beta, fatores de coagulação e proteínas de transporte; 3. Resposta imune hepática e depuração de complexos imunológicos da circulação; 4. Depuração e biotransformação de compostos endógenos e exógenos; AÇÃO ANTITÓXICA – ELIMINAÇÃO ELEMENTOS NOCIVOS!!!!! 5. Metabolizar as bilirrubinas e sintetizar ácidos biliares a partir do colesterol e secretar esses compostos do hepatócito para o intestino.
  • 15. Funções hepáticas – Síntese Regulação do metabolismo de glicose, lipídeos e proteínas. - Síntese protéica: Principal sede de síntese de proteínas plasmáticas; ALBUMINA: síntese depende das condições hormonais, estado nutricional e idade (Encontra-se diminuída em várias doenças hepáticas); PRÉ ALBUMINA: ½ vida ~ 1,9 dia – a concentração plasmática é indicador de alterações hepáticas; DOENÇA HEPÁTICA: provoca diminuição na síntese protéica.
  • 16. - Síntese de lipídeos: Principal fonte da produção e metabolismo das lipoproteínas plasmáticas (ex. colesterol); - Síntese de Uréia: PROTEÍNAS – AMINOÁCIDOS – AMÔNIA – URÉIA;
  • 17. Funções hepáticas – Metabólicas Importância central nas vias metabólicas regulatórias – metabolização de medicamentos e detoxicação; eliminação de metabólitos endógenos e exógenos. - Metabolismo glicídico: Armazenamento de glicose na forma de glicogênio;
  • 18. - Índices grosseiros de estrutura função e integridade celular - fornecem informações com respeito a presença e a gravidade da lesão hepatobiliar ou diminuição da função hepática. Teste de função hepática - Baseiam-se em medidas de substâncias que são liberadas devido ao dano tissular: 1. Enzimas endógenas; 2. Albumina; 3. Fatores de coagulação; 4. Bilirrubina
  • 19. Bilirrubinas • Principal componente dos ácidos biliares (colesterol e fosfolipídeos e bilirrubina); • Armazenada na vesícula biliar; • Funções: auxilia na digestão e na absorção das gorduras e é responsável pela eliminação de certos produtos de degradação metabólica do organismo (hemoglobina). • Fotossensíveis;
  • 20. Formação da Bile Bile: • água, sais biliares, colesterol e bilirrubina • essencial para a digestão e absorção de gorduras e algumas vitaminas • eliminação de diversos produtos do sangue
  • 21. Fe N H3C H2C HC N H3C CH CH2 CH N CH3 CH CH2 CH CH2 COO - CH2 HC N CH3 H2C - OOC N CH3 C HC H2C N H3C O C H - OOC H2C H2C N H CH2 CH2 COO - HC H2C N H3C C O H H H H NADPH + H+ + O2 NADP+ + H2O Fe+3 + CO 1 N CH3 C HC H2C N H3C O C H - OOC H2C H2C N H CH2 CH2 COO - HC H2C N H3C C O H H H H H NADPH + H+ NADP+ 2 1 2 Formação da Bilirrubina (SRE) Heme Oxigenase Bilirrubina Redutase A B D C C B D A biliverdina bilirrubina Grupo Heme das hemoglobinas
  • 22. Produção - Produção de bilirrubina: 250 a 300 mg bilirrubina/dia; - Aproximadamente 80 – 85% da bilirrubina total produzida é derivada da hemoblogina liberada pelos glóbulos vermelhos senescentes, destruídos no baço, fígado e medula; - De 15 – 20% são produzidos por precursores das hemácias, destruídos na medula óssea, por uma eritropoiese inefetiva. Nesta fração estão incluídas o catabolismo de outras proteínas contendo grupamentos heme; - Uma pequena fração é destruída na corrente circulatória.
  • 24. Capilares sinusóides Canalículos biliares Hepatócito B B Ligandina Heme RE 2 3 1. Captação 2. Conjugação 3. Excreção 1 Albumina B Bilirrubina Indireta ou não conjugada B G G B G Bilirrubina Direta ou conjugada
  • 25. N CH3 C HC H2C N H3C O C H - OOC H2C H2C N H CH2 CH2 COO - HC H2C N H3C C O H H H H OH H H OH OH H OH COO- O UDP H N CH3 C HC H2C N H3C O C H H2C H2C N H CH2 CH2 COO - HC H2C N H3C C O H H H H C O O OH H H OH OH H OH COO- O H + UDP-Glucoronil transferase
  • 26. intestino N CH3 C HC H2C N H3C O C H - OOC H2C H2C N H CH2 CH2 COO - HC H2C N H3C C O H H H H OH H H OH OH H OH COO- O UDP H Recaptação Beta-glucoronidase (céls epiteliais/ Bactérias) Hidrólise N CH3 C HC H2C N H3C O C H H2C H2C N H CH2 CH2 COO - HC H2C N H3C C O H H H H C O O OH H H OH OH H OH COO- O H Ciclo Entero-hepático Reabsorção
  • 27. N CH3 C HC H2C N H3C O C H - OOC H2C H2C N H CH2 CH2 COO - HC H2C N H3C C O H H H H d-urobilinogênio d-urobilina + 6H 1-urobilinogênio 1-estercogilinogênio 1-urobilina 1-estercobilina + 2H + 4H incolor Cor (marrom-esverdeado) Ciclo Entero-hepático (20%) Redução (flora bacteriana) Cir. Sanguínea Urina (2 a 5%) Oxidação espontânea
  • 28. Glândula biliar Fezes Retorno à Glandula biliar Ciclo Entero hepático X Lesão hepatócitos (hepatites) X Obstrução extra-hepática (carcinoma; cálculo) X Danos reabsorção (inflamação)
  • 29. ICTERÍCIA (Hiperbilirrubinemia) A manifestação clássica de doença hepática é a coloração amarelada do plasma, pele, esclerótica e membranas mucosas, causadas pelo acúmulo de bilirrubina. A cor amarelada é evidente , quando a concentração de bilirrubina total no soro alcança de 2 a 3 mg/dL.
  • 31. Classificação das Icterícias I. Hiperbilirrubinemia não-conjugada 1. Icterícia por aumento da PRODUÇÃO de bilirrubinas a. Sangue - Bilirrubina total: aumentada - Bilirrubina indireta: aumentada - Bilirrubina direta: normal b. Urina: - Urobilinogênio: aumentado - Bilirrubina: normal c. Fezes: escuras d. Exemplos: - Hemólise hereditária ou adquirida; - Eritropoiese ineficaz; - Renovação rápida da massa de hemácias (no neonato )
  • 34. 2. Icterícia por CAPTAÇÃO DEFICIENTE de bilirrubinas a. Sangue - Bilirrubina total: - Bilirrubina indireta: - Bilirrubina direta: b. Urina: - Urobilinogênio: - Bilirrubina: c. Fezes: claras d. Exemplos: - Síndrome de Gilbert; - Sépsis; - Inibição competitiva por drogas (rifampicina); - Proteína Y e Z diminuidas; - outros (ácido flavaspídico) aumentada aumentada normal (diminuida) normal (diminuido) normal (diminuida)
  • 36. 3. Icterícia por CONJUGAÇÃO DEFICIENTE de bilirrubinas a. Sangue - Bilirrubina total: aumentada - Bilirrubina indireta: aumentada - Bilirrubina direta: diminuida b. Urina: - Urobilinogênio: normal (diminuido) - Bilirrubina: normal (diminuida) c. Fezes: claras d. Exemplos: - Sindrome de Crigler-Najjar I e II; - Síndrome de Lucey-Driscoll (aumento de inibidores da glucoronidase 0-aminofenol) ; - Inibição competitiva (novobiocina, 3,20-pregnanediol)
  • 37. Capilares sinusóides Canalículos biliares Hepatócito Albumina B B B Ligandina B G G B G 1 2 3 B G G B G II . Hiperbilirrubinemia conjugada 4. Icterícia por DANO HEPATOCELULAR de bilirrubinas
  • 38. II. Hiperbilirrubinemia conjugada 4. Icterícia por DANO HEPATOCELULAR de bilirrubinas a. Sangue - Bilirrubina total: aumentada - Bilirrubina indireta: aumentada - Bilirrubina direta: aumentada b. Urina: - Urobilinogênio: normal (diminuido) - Bilirrubina: aumentada c. Fezes: claras d. Exemplos: - Hepatites virais - Hepatites químicas
  • 39. Capilares sinusóides Canalículos biliares Hepatócito Albumina B B B Ligandina Heme B G G B G 1 2 3 5. Icterícia por SECREÇÃO DIMINUIDA de bilirrubinas
  • 40. 5. Icterícia por SECREÇÃO DIMINUIDA de bilirrubinas a. Sangue - Bilirrubina total: aumentada - Bilirrubina indireta: normal ou aumentada - Bilirrubina direta: aumentada b. Urina: - Urobilinogênio: normal (diminuido) - Bilirrubina: normal ou aumentada c. Fezes: claras d. Exemplos: - Colestase intra-hepática: Drogas, gravidez, álcool, cirrose biliar primária; - Defeito na excreção: Síndrome de Dubin-Johnson, Síndrome do Rotor (deficiência de pigmentoforese – transportador de BD); - Colestase extra-hepática: Lítiase, carcinoma.
  • 41. Metodologia Analítica 1916 – Van der Bergh & Muller Bilirrubina (soro) + ácido sulfanilico diazotado vermelho-púrpura (bilirrubina direta) Álcool* Bilirrubina (soro) + ácido sulfanilico diazotado vermelho-púrpura (bilirrubina indireta) *Acelerador
  • 42. Método Tipo de Análise Principio 1. Malloy-Evelyn cinético, pto final, com reação pH 1,2 ;  = 560 nm ou sem branco acelerador: metanol 2. Jendrassik & Gróf cinético, pto final, com reação em pH 6,5 e alcalini- ou sem branco zação p/ pH 13;  = 600 nm acelerador: benzoato/cafeína 3. Sims & Horn pto final, com ou sem reação pH neutro;  = 525 nm branco acelerador: benzoato 4. Bilirrubina Oxidasecinético, pto final  = 405 - 460 nm Métodos de Dosagens
  • 43. 1. Diazo A ácido sulfanílico…………………….. 1,0 g HCl (concentrado) ………………………. 15,0 mL Água qsp…………………………….1000,0 mL Reagentes 2. Diazo B NaNO3 0,5% (w/v) (estável por 1 semana 4 - 8°C) 3. Solução de trabalho Uma gota de NaNO3 em 1,5 mL do ácido sulfanílico 4. Acelerador Benzoato de Sódio 10% (w/v)
  • 44. N CH3 C HC H2C N H3C O C H - OOC H2C H2C N H CH2 CH2 COO - HC H2C N H3C C O H H H H H SO3H N + N SO3H NH2 + NaNO2 +HCl Cl- H H HC H2C N H3C O C H - OOC H2C H2C N H3C N N SO3H HSO3 N H N CH3 H CH2 CH2 COO - HC H2C N H3C C O H N Diazopigmento A (mistura de 2 isômeros) Ácido sulfanílico Nitrito de Sódio Ácido nitroso Azobilirrubina
  • 45. 1. Amostras Soro, plasma, LCR (Proteger da luz) 2. Linearidade da Reação 15 mg/dL 3. Valores de Referência Bilirrubina Total: até 1,2 mg/dL Bilirrubina direta: até 0,4 mg/dL Bilirrubina indireta: até 0,8 mg/dL 4. Urina Fita impregnada com diazo reagente
  • 46. • Ligação covalente de metabólitos tóxicos a proteínas • Estresse oxidativo • Estresse a organelas: mitocôndria, retículo endoplasmático e núcleo • Cinases • Alterações metabólicas (acúmulo de gordura) • Inibição do transportador de sais biliares – Colestase – Toxicidade mitocondrial – Sensibilização à apoptose • Morte celular • Resposta imune inata • Resposta imune adaptativa Lesões hepáticas induzidas por fármacos Mecanismos
  • 47. • Intrínseca – Fármacos que apresentam toxicidade direta e previsível – Dose dependente • Ocorre a partir de uma determinada concentração que pode diferir entre pacientes • Idiossincrática – Resposta imprevisível – Independe da dose, via de administração ou duração de exposição – Fatores relacionados ao indivíduo, ao ambiente e às propriedades tóxicas do fármaco Lesões hepáticas induzidas por fármacos Mecanismos
  • 48. Lesões hepáticas induzidas por fármacos Variável Hepatotoxicidade intrínseca Hepatotoxicidade idiossincrática Frequência Comum Rara Dose-dependente Sim Não Previsível Sim Não Reprodutível em modelos animais Sim Não Latência (intervalo de tempo para o início) Tipicamente rápida (dias) Variável (dias – anos) Fenótipos Necrose hepática aguda, elevação de enzimas séricas, obstrução sinusoidal, esteatose hepática, regeneração nodular Hepatite hepatocelular aguda, hepatite colestásica ou mista, colestase, hepatite crônica Fármacos comumente associados (exemplos) Altas doses de acetaminofeno, niacina, AAS, amiodarona (iv), metrotexato, quimioterápicos Amoxicilina-clavulanato, cefalosporinas, isoniazida, nitrofurantoína, fluorquinonas, antibióticos macrolídeos Causa Hepatotoxicidade ocorre quando o fármaco é administrado em doses elevadas e excede o limiar tóxico Resposta imune adaptativa ao fármaco ou metabólito. Dano mitocondrial e esteatose hepática Adaptado de: Hoofnagle & Björnsson, Drug-Induced Liver Injury — Types and Phenotypes, N Engl J Med., 381:264-73, 2019.
  • 49. Mecanismos de Toxicidade Colestase canalicular ⮚ Redução do volume de bile ⮚ Secreção reduzida de componentes da bile ⮚ Ensaios bioquímicos 🡪 bilirrubina e sais biliares ⮚ Icterícia
  • 50. Mecanismos de Toxicidade Colestase canalicular ⮚ Clorpromazina – antipsicótico ▪ Inibição de influxo de ácidos biliares ▪ Alteração da contratilidade dos canalículos biliares ⮚ Estrógenos ▪ Redução da absorção de sais biliares ▪ Redução da atividade da bomba Na+/K+ - ATPase ▪ Redução de conjugados com glutationa ▪ Redução de transportadores de sais biliares
  • 51. Mecanismos de Toxicidade Danos no ducto biliar ⮚ Destruição ⮚ Fibrose ⮚ Cirrose ⮚ Ex.: Amoxicilina Danos nos capilares sinusóides ⮚ Destruição do endotélio ⮚ Dilatação ⮚ Bloqueio 🡪 inchaço, acúmulo de células sanguíneas ⮚ Ex.: Esteróides anabolizantes; ciclofosfamida
  • 52. Mecanismos de Toxicidade ⮚ Acúmulo de lipídeos 🡪 principalmente triglicerídeos ⮚ Reversível e não leva a morte celular ⮚ Aumenta suscetibilidade a outros danos ⮚ Ex.: Álcool ⮚ Ex.: Ácido Valpróico Esteatose
  • 53. Mecanismos de Toxicidade ⮚ Acúmulo de fibras de colágeno - cicatrização ⮚ Resposta a danos repetidos ⮚ Cirrose 🡪 nódulos de hepatócitos remanescentes 🡪 Irreversível ⮚ Ex.: Álcool ⮚ Ex.: Amiodarona Fibrose e Cirrose
  • 54. Mecanismos de Toxicidade ⮚ Neoplasias induzidas ⮚ Diversos grupos celulares: hepatócitos, ducto biliar ⮚ Ex.: Álcool ⮚ Ex.: Androgenio (metiltestosterona) Tumores
  • 55. Mecanismos de Toxicidade Fatores que aumentam a suscetibilidade ⮚ Alta concentração ⮚ Biotransformação - equilíbrio ⮚ Presença de células de Kuppfer – Resposta imunológica ⮚ Regeneração ⮚ Substâncias lipofílicas
  • 56. Acetaminofeno (paracetamol) Yoon, Eric, et al. "Acetaminophen-induced hepatotoxicity: a comprehensive update." Journal of clinical and translational hepatology 4.2 (2016): 131.
  • 58. Álcool Lu, Y.; Cederbaum, A.I. Autophagy Protects against CYP2E1/Chronic Ethanol-Induced Hepatotoxicity. Biomolecules 2015, 5, 2659-2674. https://doi.org/10.3390/biom5042659