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Reflexão proferida no dia 23/08/2010 em Igarassu Centro/PE
Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente.
Amém (Romanos 11:36)
Introdução e breve panorama histórico
O livro de Romanos é tratado pelos estudiosos como o mais profundo tratado teológico do Novo
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conhecia diversas pessoas desta congregação a ponto de enumerar vários nomes no capítulo 16,
dezoito homens e seis mulheres. Este fato tem dividido os estudiosos, especialmente pela citação
de mulheres no trabalho ministerial. A capital do império tinha um peso estratégico na mente de
Paulo e ele desejou muito pregar em liberdade aí, o que não pode, obviamente, fazer. No final da
carta (15:25-28) Paulo demonstra esta preocupação. Deus, porém, tem outros caminhos
diferentes dos nossos (Isaías 55:8).
A ênfase da carta é a superioridade da graça, em oposição à eleição dos judeus pela Lei.
Lembremos que diversas vezes os judaizantes quiseram impor seu estilo de vida, como se o ritual
imputasse salvação a quem o pratica. O judaísmo talmúdico* pregava que seus 613 mandamentos
(mitzvôt em hebraico, plural de mitzvá) poderiam salvar alguém. Paulo, judeu praticante antes da
conversão, reputava como vazio o legalismo de seu povo. Esta é a dialética da carta.
O texto propriamente dito
O capítulo 11, no qual está inserido o tema selecionado, é uma síntese da desconstrução do
modelo judaico de enxergar o mundo. Mas não sob a ótica dos homens. Nós seríamos tentados a
colocar qualquer outro povo ou pessoa no lugar. Ao invés disso Paulo encerra tudo debaixo da
eleição da graça de Deus (v. 5), afim de que enxerguemos ao Senhor como o detentor do controle
de toda história humana. Assim, absolutamente nada, sai do controle de Deus! Nem mesmo a
desobediência dos seres humanos (v. 32). É interessante notar que Deus não criou o gentio como
um modelo particular de crente, muito menos o judeu, mas o salvo. Em Efésios 2:15, o conceito é
descrito de maneira maravilhosa. O termo grego utilizado ali para novo homem é kainós, novo de
uma nova espécie, em relação à qualidade, ao contrário de néos, que é novo segundo o tempo!
Reflexão proferida no dia 23/08/2010 em Igarassu Centro/PE
Os quatro últimos versículos do capítulo 11 são nada menos que a êxtase de Paulo diante da
sabedoria de Deus. Faremos um pequeno exercício de exegese para aprofundar um pouco a
exposição destes versículos. Há aí algumas palavras gregas. Comecemos pelas preposições, fonte
inesgotável de aprendizado. Vamos dar um rápido mergulho nas encontradas no versículo 36:
Termo Lê-
se
Traduz-se Explanação
ék De, de
dentro de
expressão
Pressupõe a direção de onde algo se projeta ao
olhar, sua procedência. Exemplo: –
chamados dentre o povo. Por vezes, enfatiza a
ação do verbo ao qual está ligada. Exemplo:
– lançar, – expulsar.
diá Através, por
entre, por
motivação
É a preposição utilizada para descrever a
essência de algo ou o meio através do qual
algo se realiza. Exemplos: diagnóstico – análise
técnica de um estado/situação. Sereis odiados
por causa do meu nome... (Mateus 10:22)
éis A, para
dentro de
convergência
Refere-se a algo que está sendo inserido em,
algo que está dentro de, algo que se destina a,
algo que converge para. Exemplos: Tendo
Jesus entrado em Cafarnaum... (Mateus 8:5)
O gráfico ao lado ilustra muito bem o aspecto técnico linguístico das
preposições comentadas. É somente para que possamos aprender
algo mais sobre o texto.
Do ponto de vista teológico, o que salta aos olhos é a admiração de
Paulo, de que:
1) Deus não deixou escapar detalhe algum. Os judeus se orgulhavam como o povo escolhido,
mas não procediam conforme os requisitos divinos. Os gentios ignoravam o conhecimento de
Deus como salvador dos homens. A ambos Deus encerrou debaixo da desobediência, num
estado no qual jamais pudessem ser redimidos por si mesmos, para manifestar a sua graça e
misericórdia;
2) Esta atitude causou admiração até mesmo nos anjos (I Pedro 1:12). Eles fazem festa por um
pecador que se arrepende (Lucas 15:7), algo que a mente humana não pode apreender
empiricamente. Assombram-se, no bom sentido, com a sabedoria de Deus e o modo como ele
elaborou o plano da salvação (I Timóteo 3:16);
3) O estudo, o aprofundamento teológico-filosófico não respondem a todas as questões. Os
homens são, naturalmente, limitados. Chega sempre um ponto em que a sabedoria humana se
exaure. Paulo era um estudioso profundo das Escrituras, homem de rara sabedoria e
perspicácia. Mas diante do que Deus havia revelado, não lhe restava alternativa a não ser
glorifica-lo! Expressão, motivação e convergência é, pois, tudo o que podemos diante da
grandeza de Deus!
* http://pt.wikipedia.org/wiki/613_mandamentos

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Romanos 11 36

  • 1. Reflexão proferida no dia 23/08/2010 em Igarassu Centro/PE Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém (Romanos 11:36) Introdução e breve panorama histórico O livro de Romanos é tratado pelos estudiosos como o mais profundo tratado teológico do Novo Testamento. É a carta paulina mais extensa, com 16 capítulos e 433 versículos. Escrita por volta do ano 55 d.C., em Corinto. A igreja em Roma nunca foi visitada por Paulo (1:13), porém, o apóstolo conhecia diversas pessoas desta congregação a ponto de enumerar vários nomes no capítulo 16, dezoito homens e seis mulheres. Este fato tem dividido os estudiosos, especialmente pela citação de mulheres no trabalho ministerial. A capital do império tinha um peso estratégico na mente de Paulo e ele desejou muito pregar em liberdade aí, o que não pode, obviamente, fazer. No final da carta (15:25-28) Paulo demonstra esta preocupação. Deus, porém, tem outros caminhos diferentes dos nossos (Isaías 55:8). A ênfase da carta é a superioridade da graça, em oposição à eleição dos judeus pela Lei. Lembremos que diversas vezes os judaizantes quiseram impor seu estilo de vida, como se o ritual imputasse salvação a quem o pratica. O judaísmo talmúdico* pregava que seus 613 mandamentos (mitzvôt em hebraico, plural de mitzvá) poderiam salvar alguém. Paulo, judeu praticante antes da conversão, reputava como vazio o legalismo de seu povo. Esta é a dialética da carta. O texto propriamente dito O capítulo 11, no qual está inserido o tema selecionado, é uma síntese da desconstrução do modelo judaico de enxergar o mundo. Mas não sob a ótica dos homens. Nós seríamos tentados a colocar qualquer outro povo ou pessoa no lugar. Ao invés disso Paulo encerra tudo debaixo da eleição da graça de Deus (v. 5), afim de que enxerguemos ao Senhor como o detentor do controle de toda história humana. Assim, absolutamente nada, sai do controle de Deus! Nem mesmo a desobediência dos seres humanos (v. 32). É interessante notar que Deus não criou o gentio como um modelo particular de crente, muito menos o judeu, mas o salvo. Em Efésios 2:15, o conceito é descrito de maneira maravilhosa. O termo grego utilizado ali para novo homem é kainós, novo de uma nova espécie, em relação à qualidade, ao contrário de néos, que é novo segundo o tempo!
  • 2. Reflexão proferida no dia 23/08/2010 em Igarassu Centro/PE Os quatro últimos versículos do capítulo 11 são nada menos que a êxtase de Paulo diante da sabedoria de Deus. Faremos um pequeno exercício de exegese para aprofundar um pouco a exposição destes versículos. Há aí algumas palavras gregas. Comecemos pelas preposições, fonte inesgotável de aprendizado. Vamos dar um rápido mergulho nas encontradas no versículo 36: Termo Lê- se Traduz-se Explanação ék De, de dentro de expressão Pressupõe a direção de onde algo se projeta ao olhar, sua procedência. Exemplo: – chamados dentre o povo. Por vezes, enfatiza a ação do verbo ao qual está ligada. Exemplo: – lançar, – expulsar. diá Através, por entre, por motivação É a preposição utilizada para descrever a essência de algo ou o meio através do qual algo se realiza. Exemplos: diagnóstico – análise técnica de um estado/situação. Sereis odiados por causa do meu nome... (Mateus 10:22) éis A, para dentro de convergência Refere-se a algo que está sendo inserido em, algo que está dentro de, algo que se destina a, algo que converge para. Exemplos: Tendo Jesus entrado em Cafarnaum... (Mateus 8:5) O gráfico ao lado ilustra muito bem o aspecto técnico linguístico das preposições comentadas. É somente para que possamos aprender algo mais sobre o texto. Do ponto de vista teológico, o que salta aos olhos é a admiração de Paulo, de que: 1) Deus não deixou escapar detalhe algum. Os judeus se orgulhavam como o povo escolhido, mas não procediam conforme os requisitos divinos. Os gentios ignoravam o conhecimento de Deus como salvador dos homens. A ambos Deus encerrou debaixo da desobediência, num estado no qual jamais pudessem ser redimidos por si mesmos, para manifestar a sua graça e misericórdia; 2) Esta atitude causou admiração até mesmo nos anjos (I Pedro 1:12). Eles fazem festa por um pecador que se arrepende (Lucas 15:7), algo que a mente humana não pode apreender empiricamente. Assombram-se, no bom sentido, com a sabedoria de Deus e o modo como ele elaborou o plano da salvação (I Timóteo 3:16); 3) O estudo, o aprofundamento teológico-filosófico não respondem a todas as questões. Os homens são, naturalmente, limitados. Chega sempre um ponto em que a sabedoria humana se exaure. Paulo era um estudioso profundo das Escrituras, homem de rara sabedoria e perspicácia. Mas diante do que Deus havia revelado, não lhe restava alternativa a não ser glorifica-lo! Expressão, motivação e convergência é, pois, tudo o que podemos diante da grandeza de Deus! * http://pt.wikipedia.org/wiki/613_mandamentos