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UNIVERSIDADE PAULISTA
LEIDE DAIANE CONCEIÇÃO DE MIRANDA
LUANA MÁRCIA ALVARES DE OLIVEIRA
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR:
Revisão de literatura sobre seu uso no diagnóstico do Acidente Vascular Cerebral
Isquêmico
BRASÍLIA / DF
Dezembro / 2015
LEIDE DAIANE CONCEIÇÃO DE MIRANDA
LUANA MÁRCIA ALVARES DE OLIVEIRA
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR:
Revisão de literatura sobre seu uso no diagnóstico do Acidente Vascular Cerebral
Isquêmico
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Universidade Paulista -
UNIP como requisito parcial / obrigatório
para a obtenção do título de Tecnólogo
em Radiologia.
Orientadora: Prof. Esp. Maria Elvira
Oliveira De Jesus
BRASÍLIA / DF
Dezembro / 2015
Miranda, Leide Daiane Conceição de.
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR : Revisão de literatura sobre
seu uso no diagnóstico do Acidente Vascular Cerebral Isquêmico / Leide
Daiane Conceição de Miranda. Luana Márcia Álvares de Oliveira. - 2015.
48 f. : il. color.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) apresentado ao Instituto
de Ciência da Saúde da Universidade Paulista. Brasília, 2015.
Área de Concentração: Radiologia
Orientador: Prof. Esp. Maria Elvira Oliveira de Jesus.
1. Ressonância Magnética Nuclear. 2. Acidente Vascular Cerebral
Isquêmico. 3. Diagnóstico. 4. Protocolo. I. Oliveira, Luana Márcia Álvares
de. II. Jesus, Maria Elvira Oliveira de (orientador). III. Título.
LEIDE DAIANE CONCEIÇÃO DE MIRANDA
LUANA MÁRCIA ALVARES DE OLIVEIRA
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR:
Revisão de literatura sobre seu uso no diagnóstico do Acidente Vascular Cerebral
Isquêmico
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Universidade Paulista
como requisito parcial / obrigatório para a
obtenção do título de Tecnólogo em
Radiologia.
Aprovado em: / /
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________
Prof. Esp. Maria Elvira Oliveira De Jesus
Orientadora
___________________________________________________
Prof.
Universidade Paulista - UNIP
___________________________________________________
Prof.
Universidade Paulista - UNIP
EPÍGRAFE
“Os que se encantam com a prática sem a
ciência são como os timoneiros que
entram no navio sem timão nem bússola,
nunca tendo certeza do seu destino”.
Leonardo da Vinci
RESUMO
O presente trabalho de conclusão de curso refere-se à revisão literária sobre o uso
da Ressonância Magnética Nuclear (RMN), que é um dos métodos de produção de
imagens médicas para fins diagnósticos, com maior resolutividade de imagens
reproduzidas com nitidez e grande capacidade de diferenciação das estruturas
visualizadas com a vantagem principal de não utilizar-se de radiação ionizante, o
que a torna um método de diagnóstico por imagem relativamente simples e sem
prejuízos à saúde do paciente. Ao mesmo tempo a pesquisa levanta o seu uso como
facilitador no diagnóstico do Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI), patologia
caracterizada por obstrução do fluxo sanguíneo em determinada área do encéfalo e
que gera um grande número de indivíduos sequelados psicomotoramente, o que
demonstra então a importância da velocidade no diagnóstico e da fidedignidade da
imagem produzida e a ser analisada para um melhor prognóstico do paciente. Todo
o estudo, como dito no início, será feito com base em revisão de literatura produzida
por outros autores, sempre com embasamento técnico-científico, tentando associar
conceitos e aplicá-los na elaboração deste trabalho, procurando demonstrar a
melhor técnica, a técnica adequada, analisando protocolos já existentes.
Palavras-chave: Ressonância Magnética Nuclear, Acidente Vascular Cerebral
Isquêmico, Diagnóstico, Protocolos.
ABSTRACT
This course conclusion work it refers to the literature review on the use of Nuclear
Magnetic Resonance (NMR), which is one of medical imaging methods for diagnostic
purposes, with better resolution images reproduced with sharpness and large
capacity of differentiation of structures visualized with the main advantage of not
utilize ionizing radiation, which makes it a diagnostic method by relatively simple
image and without harm to patient health. At the same time research raises its use as
a facilitator in the diagnosis of Ischemic Stroke (IS), disease characterized by
obstruction of blood flow in a particular area of the brain and generates a large
number of individuals with psychomotor sequelae, which then shows the importance
of speed in the diagnosis and produced image of trustworthiness and being
examined for a better patient prognosis. All study, as stated earlier, it will be based
on produced literature review by other authors, always with technical and scientific
basis, trying to associate concepts and apply them in the preparation of this work,
trying to show the best technique, the proper technique, analyzing existing protocols.
Keywords: Nuclear Magnetic Resonance. Ischemic Stroke. Diagnosis. Protocols
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ADC Coeficiente de Difusão Aparente
AIT Acidente Isquêmico Transitório
AVC Acidente Vascular Cerebral
AVCH Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico
AVCI Acidente Vascular Cerebral Isquêmico
DWI Imagem Ponderada em Difusão – Diffusion Weighted Imaging
FLAIR Inversão-Recuperação com atenuação líquida – fluid attenuated
acquision in inversion recovery
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
LCR Líquido Céfalo-Raquidiano ou Líquor (Líquido cérebro-espinhal)
mm2
/s Milímetros quadrados por segundo
MTT Tempo Médio de Trânsito - mean transit time (relativo à circulação
sanguínea cerebral)
OMS Organização Mundial da Saúde
PERFUSÃO Avaliação hemodinâmica cerebral de maneira não-invasiva
PNS Pesquisa Nacional de Saúde
PUBMED Banco de dados de pesquisa de artigos médicos
R. Região geográfica do Brasil
RAIOS X Tipo de radiação eletromagnética com frequências superiores às
radiações ultravioletas
RF Radiofrequência – Pulsos utilizados no aparelho de ressonância
direcionados somente ao Hidrogênio
RMN Ressonância Magnética Nuclear
SCIELO Scientific Electronic Library Online – Coleção de revistas e artigos
científicos
SPIN Pequena partícula positivamente carregada do próton do núcleo do
Hidrogênio associada a um momento angular
T1 Tempo 1 de relaxação
T1WI Imagem Ponderada em T1
T2 Tempo 2 de relaxação
T2WI Imagem Ponderada em T2
TC Tomografia Computadorizada
VOXEL Pixel tridimensional - volumetric pixel
X Gradiente que altera a potência do campo magnético ao longo do
eixo X do magneto
Y Gradiente que altera a potência do campo magnético ao longo do
eixo Y do magneto
Z Gradiente que altera linearmente a potência do campo magnético ao
longo do eixo Z do magneto
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................
2 O ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL....................................................................
2.1 Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI)....................................................
2.2 Mecanismos e Causas...........................................................................................
2.3 Fenômenos e Fatores...........................................................................................
2.4 Diagnóstico Diferencial.........................................................................................
3 RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR (RMN)....................................................
3.1 O Aparelho de Ressonância Magnética Nuclear.................................................
3.2 Princípios Físicos da Ressonância Magnética...................................................
3.3 Técnicas de Exame................................................................................................
4 A PESQUISA E SEU DESENVOLVIMENTO...........................................................
4.1 Metodologia............................................................................................................
4.2 Resultados..............................................................................................................
4.3 Discussão...............................................................................................................
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................
REFERÊNCIAS..............................................................................................................
ANEXOS.....................................................................................................................
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9
1 INTRODUÇÃO
O Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI) é uma patologia que se
caracteriza pela obstrução do fluxo sanguíneo de um vaso de irrigação cerebral e é
uma das principais causas de lesões permanentes, sendo caracterizadas sob forma
de sequelas e/ou incapacidades psicomotoras sejam elas permanentes ou
transitórias em adultos (BARROS, FÁBIO e FURQUIM, 2006), e é a doença crônica
não transmissível que mais mata no Brasil (BRASIL, 2014), sendo causado por
interrupção do fluxo sanguíneo a uma determinada região encefálica, com duração
dos sintomas maior que 24 horas e/ou presença de lesão cerebral pelos exames de
imagem (LI, 2004).
Caracteriza-se como um déficit neurológico em alguma área do encéfalo
devido exatamente à ausência de irrigação e consequente diminuição do transporte
de oxigênio até se chegar à ausência da manutenção do suprimento de oxigênio e
glicose para as células cerebrais, sendo do ponto de vista social a primeira causa de
incapacidade prolongada em adultos (SPENCE e BARNETT, 2012).
Evidencia-se que em torno de 80% dos casos de Acidente Vascular Cerebral
(AVC) se devem a um quadro de obstrução, quer seja em decorrência de gordura
depositada na parede do vaso quer seja de coágulos sanguíneos secundários
transportados do coração ou dos vasos do pescoço que estão com problemas
(STOKES, 2000).
Sabendo-se então da gravidade da evolução da patologia denominada
Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI), procurou-se com este trabalho eleger
o melhor método para diagnóstico por imagem, o exame com a indicação que dentro
de um tempo minimamente aceitável se feche o diagnóstico do quadro, distinguindo
a patologia de qualquer outra com quadro semelhante, diferenciando-a até mesmo
do outro quadro de Acidente Vascular Cerebral, o hemorrágico (AVCH).
Dentro do tema proposto e com base em literatura já existente além de
levantamento de dados, o método mais eficiente e eleito como objeto de estudo
deste trabalho, a Ressonância Magnética Nuclear (RMN) mostrou-se com um
indicativo bastante satisfatório em relação a outros métodos de diagnóstico por
10
imagem, visto que na RMN a sensibilidade é maior de que na Tomografia
Computadorizada (TC) para a detecção de um AVCI ocorrido há pouco tempo.
Anormalidades aparecem na RMN antes de serem vistas na TC, sendo a
RMN muito superior na detecção de infartos do tronco cerebral e cerebelar,
detectando hemorragias quão precoces elas sejam (MOSBY, 1998), o que segundo
Mazzola (2009) pode estabelecer de maneira mais precisa a melhor forma de
tratamento a ser seguido pelo paciente.
Evidenciaremos também o diferencial do diagnóstico do AVCI pela RMN
frente a outros métodos como a tomografia, visto que a TC produz imagens somente
em cortes axiais utilizando para a produção de imagens radiação ionizante enquanto
a RMN é um exame que apresenta vantagens para o estudo do sistema nervoso,
visto a melhor resolução da imagem, melhor contraste das substâncias branca e
cinzenta, além da possibilidade de estudo em diferentes planos (sagital, coronal,
axial e oblíquo) e ausência de radiação ionizante (NETO e ELKIS, 2007).
Segundo Mendes, Santos e Salomão (apud VEDOLIN et. al., 2009) dentre
protocolos utilizados na realização da RMN do encéfalo estão a perfusão que atua
no mapeamento da área de sombreamento permitindo a avaliação da
microcirculação encefálica por meio da aquisição de imagens muito rápidas
(FLEURY, 2009), tendo também a difusão que auxilia na detecção do core
isquêmico, e que a utilização de tal técnica incrementou de tal forma a avaliação,
diferenciação e diagnóstico do AVCI, visto que essa técnica, na qual o contraste na
imagem se baseia no movimento microscópico dos prótons de água no tecido, que
fornece a informação que não está disponível na RMN-padrão, revelando assim uma
isquemia cerebral precocemente e com alta especificidade (GREENBERG,
AMINOFF e SIMON, 2012).
Imagens de RMN ponderadas por difusão (DWI) pertencem à categoria de
imagens funcionais por revelarem aspectos microscópicos relacionados à fisiologia
dos tecidos, com base nas características de difusão das moléculas de água através
deles (SOUZA et. al., 2015).
Destarte, compreende-se então que o escopo do presente trabalho é
determinar que no quadro de AVCI o método de diagnóstico por imagem mais
11
indicado é a RMN, juntamente com a utilização do protocolo de difusão em que se
permite obter uma imagem onde se pode avaliar a quantidade de água intracelular
no neurônio, melhorando ou se tentando melhorar e muito o prognóstico do
paciente, com o desígnio de “aumentar a janela terapêutica do paciente que sofreu
um AVCI, através da visualização do estado tecidual que se encontra a área
afetada” (MENDES, SANTOS e SALOMÃO, 2013, p. 14).
Para que se alcance, portanto a proposição do presente trabalho será
discorrido sobre o AVCI, caracterizando-o, ao mesmo tempo tentando distinguir que
dentre os procedimentos de diagnóstico por imagem, o método da RMN é o mais
indicado na avaliação e diagnóstico do quadro, melhorando assim o prognóstico.
Serão utilizados para tanto, métodos que visam explicitar através de revisão
de literatura, causas, fenômenos, fatores e mecanismo relevantes na condição do
AVCI discorrendo sobre os princípios da RMN, seu funcionamento, em específico no
auxílio diagnóstico do AVCI com o intuito de qualificar a RMN como melhor método
para detecção precoce do AVCI, demonstrando protocolos da RMN do encéfalo,
onde se procurará eleger o protocolo mais adequado para o diagnóstico do AVCI,
levando a um melhor prognóstico, ampliando assim o conhecimento teórico-científico
a que se propõe o presente trabalho.
12
2 O ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é caracterizado pelo surgimento rápido
de sinais clínicos de distúrbios sejam focais, globais, ou ambos em relação à função
cerebral, apresentando um quadro com sintomas como fraqueza repentina,
parestesia de membros (hemiparesia), comumente em um lado do corpo dentre
outros, sendo que segundo Ribeiro (2008) quando a lesão ocorre em determinado
lado, a parestesia ocorrerá do lado inverso devido o cruzamento dos nervos
espinhais (Imagem - Anexo I) com tais sintomas tendo duração igual ou superior a
24 horas, de origem vascular, onde se provocam alterações nos planos cognitivo e
sensório-motor, relacionado à área lesionada e também sua extensão (BRASIL,
apud OMS, 2003).
Brasil (2012) afirma que a circulação rotineiramente mais afetada (80% dos
casos) é a anterior ou carotídea, enquanto Silva (2007) descreve sobre a patologia
do seguinte modo:
O AVC corresponde à lesão cerebral resultante da interrupção aguda do
fluxo sanguíneo arterial que pode surgir por uma obstrução do vaso
provocada por um êmbolo/trombo (coágulo), pela pressão de perfusão
cerebral insuficiente ou pela ruptura da parede da artéria. (SILVA, 2007,
n.p.).
Quanto ao subtipo são classificados como Transitório (AIT) onde há déficit
neurológico por um curto período de tempo (aproximadamente 24 horas); Isquêmico
(AVCI) onde há o dano permanente do tecido (necrose por isquemia) e o
Hemorrágico (AVCH) que é caracterizado pelo excesso de sangue respondendo
este último por 20% dos casos (OLIVEIRA, ANCHIETA e FERREIRA, 2012).
A frequência de ocorrência do AVC em seus subtipos depende de uma série
de fatores, mas pode se dizer que o AVCI é o mais comum com ocorrência entre 67
a 80% dos casos, sendo o AVCH dividido por frequência em hemorragia
intracerebral – ocorrência entre 7 a 20% - e hemorragia subaracnóide com índices
entre 1 a 13% (SPENCE e BARNETT apud KLEINDOFFER, 2006).
13
Assim sendo, para efeito de conhecimento, endossamos que o AVC
caracteriza-se distintamente em três subtipos, sendo classificados como transitório
(AIT) onde há insuficiência neurológica por um curto período de tempo, hemorrágico
(AVCH), que é quando ocorre o rompimento de um vaso cerebral ocasionando um
sangramento intraparenquimatoso ou subaracnóideo e como isquêmico (AVCI), que
é quando há obstrução de um vaso sanguíneo, evitando assim o seu curso para as
células cerebrais (BRASIL, 2013).
Todavia, conforme tema proposto para a pesquisa será analisado e
referenciado a partir deste ponto somente tópicos relativos ao AVCI, que é o objeto
de estudo da presente pesquisa para posteriormente relacioná-lo a aplicação do
método de diagnóstico por imagem adequado.
2.1Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI)
Segundo Captan, 1989 e Kronzon e Tunick, 2006 o AVCI pode ser
classificado em três subtipos: trombótico, embólico e hipoperfusão sistêmica.
O subtipo trombótico pode ser definido quando ocorre inicialmente com a
formação de um trombo intra-arterial “que vai posteriormente obstruir a circulação,
causando a lesão isquêmica, ou vai liberar um fragmento (êmbolo) que obstruirá
uma artéria distal (embolia artério-arterial)” (PROURGEN, 2008, p. 113).
Ainda segundo PROURGEN, 2008, no que se refere ao subtipo embólico é
correto dizer que se divide em quatro camadas distintas que se referem a fonte
cardíaca desconhecida, provável fonte cardíaca, embolia artério-arterial e por último
a fonte é desconhecida ou indeterminada.
Finalmente quanto ao terceiro subtipo, a hipoperfusão sistêmica, diz-se que:
A redução global da perfusão cerebral pode estar relacionada à falência de
bomba cardíaca pós-parada, arritmia, infarto agudo do miocárdio, embolia
pulmonar, tamponamento cardíaco ou sangramento. A hipoxemia
secundária reduz ainda mais o aporte sangüíneo encefálico. Os sintomas
são geralmente globais e não-focais, ao contrário das duas outras etiologias
do AVCI. Os sinais neurológicos são geralmente bilaterais, porém podem
14
ser assimétricos na presença de doença vascular oclusiva prévia. É mais
comum nas áreas supridas pelas grandes artérias, que são mais
vulneráveis à hipoperfusão isquêmica. (PROURGEN, 2008, p. 115).
De modo geral pode se dizer que o AVCI implica em uma diminuição do curso
da circulação sanguínea em determinada área do encéfalo que pode ocorrer por
uma oclusão completa ou incompleta de um vaso cerebral, tendo como resultado a
suspensão da continuidade do volume sanguíneo circulante na região, interferindo
diretamente nas atividades neurológicas.
Há, porém que se falar que há casos em que esta redução do volume
circulante no encéfalo ocorre de forma breve, em um período inferior a vinte e quatro
horas e que segundo Melo Souza (2009) a perturbação no funcionamento cerebral
pode cessar e o cérebro pode voltar a apresentar suas funções normais, o que é
chamado de Acidente Isquêmico Transitório (AIT).
2.2Mecanismos e Causas
Segundo Cohen (2001), o AVCI acontece no momento em que algum dos
vasos pelos quais se faz a circulação do sangue na região do encéfalo, seja arterial
ou venoso é obstruído, seja por placas arteroscleróticas ou trombo (coágulo
sanguíneo) trazido pela circulação sanguínea de outra parte do corpo.
No mesmo contexto, O’Sullivan (1993), relata que a arteriosclerose é a
responsável pela formação de placas e decorre de forma lenta e progressiva no
estreitamento do vaso acometido, diminuindo portanto, o fluxo sanguíneo tornando o
vaso mais propenso a uma obstrução.
Há ainda a trombose cerebral que decorre da formação de um trombo
(coágulo sanguíneo) na chamada “luz do vaso”, sendo esses trombos provenientes
de qualquer outra região do sistema venoso ou arterial, podendo ser transportado
sob a forma de um êmbolo (O’SULLIVAN, 1993).
15
Os êmbolos cerebrais são pequenas porções de matéria como trombos,
tecido, gordura, ar, bactérias, ou outros corpos estranhos, que são
libertados na corrente sanguínea e que se deslocam até as artérias
cerebrais, produzindo a oclusão e enfarte. (O’SULLIVAN, 1993, p. 18).
Finalmente, o AVCI pode decorrer de um AIT, sendo de forma não
permanente, mas que se refere também a uma obstrução mesmo que temporária do
fornecimento do fluxo sanguíneo ao encéfalo.
Dentre as causas que mais propiciam um ataque isquêmico encefálico, Brasil
(2013) descreve que há fatores não modificáveis, fatores modificáveis e os riscos
potenciais (Tabela 1).
TABELA 1 – Fatores de Risco Associado ao AVC
Grupo de risco não
modificável
Grupo de risco modificável Grupo de risco potencial
- Idosos;
- Sexo masculino;
- Baixo peso ao nascimento;
- Negros (por associação com
hipertensão arterial maligna);
- História familiar de ocorrência
de AVC;
- História pregressa de AIT; e
- Condições genéticas como
anemia falciforme.
- Hipertensão arterial sistêmica;
- Tabagismo;
- Diabetes Mellitus;
- Dislipidemia;
- Fibrilação atrial; e
- Outras doenças
cardiovasculares.
- Sedentarismo;
- Obesidade;
- Uso de contraceptivo oral;
- Terapia de reposição hormonal
pós-menopausa;
- Alcoolismo;
- Aumento da homocisteína
plasmática;
- Síndrome metabólica por
aumento da gordura abdominal; e
- Uso de cocaína e anfetaminas.
Fonte: Adaptado de Brasil, 2013.
Nota-se que fatores de risco não modificáveis são normalmente de cunho
genético, não podendo o indivíduo alterar esta situação, enquanto os do grupo de
risco dos fatores modificáveis, normalmente são patologias que podem ser
controladas com medicamentos, dieta adequada e que por vezes estão associadas
ao grupo de risco potencial, que aponta causas como sedentarismo e obesidade por
exemplo como risco mas que também são fatores que normalmente podem ser
evitados ou controlados.
16
2.3Fenômenos e Fatores
Para Paulo et. al. (2009, apud SAPOSNIK e DEL BRUTO, 2003; MANSUR et.
al., 2006 e BRASIL, 2007):
Embora estime-se que dois terços das mortes por acidente
vascular cerebral (AVC) ocorram em países em desenvolvimento,
informações sobre epidemiologia, manejo e prognóstico nestes
países são escassas. Nos últimos anos, o AVC tem sido identificado como a
primeira causa de morte no Brasil. (PAULO et. al., 2009, apud SAPOSNIK e
DEL BRUTO, 2003; MANSUR et. al., 2006 e BRASIL, 2007, p. 313).
Segundo Mendes, Salomão e Santos (2013) referenciando em seu trabalho
pesquisa levantada e publicada no sítio do Hospital Sírio-Libanês (2011):
No Brasil, o AVC foi responsável por 10% dos óbitos (90.006 mortes) e 10%
das internações hospitalares públicas em 2005, a taxa de incidência do AVC
varia entre 137 e 168 por 100.000 habitantes, e os coeficientes de
mortalidade por 100.000 habitantes variam de 60 a 105 por ano. Sendo que
o AVCI é responsável por 85% dos casos de AVC’s, tendo uma taxa de
mortalidade de 10% após 30 dias do mesmo. (MENDES, SALOMÃO e
SANTOS, 2013 apud SÍRIO-LIBANÊS, 2011, p. 18).
Percebe-se, independentemente do número de óbitos relacionados, o AVCI
como causador de várias disfunções físicas e neurológicas em diferentes graus
significando “perturbações, temporárias ou permanentes no nível de um órgão ou
função (fisiológica, anatômica ou psicológica) que mudam o corpo, a aparência
física” (MARTINS, 2002, p. 55).
Para Leite, Lucato e Júnior (2011), dentre indivíduos que apresentaram o
quadro de AVCI a maior parte teve sequela de limitação física e/ou neurológica,
portanto com carência de tratamento de reparação das aptidões físicas, e que em
sua grande maioria (70%) a recondução às suas atividades laborais se tornarão
inviáveis, sendo que o restante precisará de algum acólito para execução de
qualquer outro tipo de atividade que demande coordenação física-motora.
17
2.4Diagnóstico Diferencial
A princípio o diagnóstico inicial é feito com o levantamento do histórico do
paciente e o exame físico onde se certifica se há limitação presente, dificuldade da
fala, perturbação ou distúrbio do nível de consciência, porém o diagnóstico
diferencial é fundamental para descartar patologias semelhantes ou confirmar se o
AVC é hemorrágico ou isquêmico.
Segundo Oliveira (2013, apud YES e CHENG, 2009) é neste ponto então, que
entra o diagnóstico por neuroimagem, que tem papel capital para se diferenciar o
AVCI do AVCH, e até mesmo descartar as patologias descritas anteriormente.
O que se pretende a partir deste ponto é demonstrar o diferencial do
diagnóstico do AVCI pela RMN frente a outros métodos como a TC, visto que a TC
produz imagens somente em cortes axiais utilizando para a produção de imagens
radiação ionizante enquanto a RMN é um exame que apresenta vantagens, como a
melhor resolução da imagem, além da possibilidade de estudo em planos diferentes
da TC (cortes sagital, coronal, axial e oblíquo) e ausência de radiação ionizante
(NETO e ELKIS, 2007).
18
3 RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR (RMN)
É correto afirmar que atualmente a geração de imagens obtida pelo uso da
RMN é um dos métodos de diagnóstico por imagem altamente utilizado e com
crescimento acentuado, devido ao seu nível de desenvolvimento, grande capacidade
de individualizar tecidos, tendo aplicação em qualquer parte do corpo, explorando
aspectos anatômicos e funcionais (MAZZOLA, 2009).
Pode ser descrita como um “fenômeno físico onde se obtém informação
estrutural e dinâmica sobre a matéria, e que se baseia na detecção das
propriedades magnéticas dos núcleos” (OLIVEIRA e BORDUQUI, 2012, p. 1)
É uma técnica com grande aplicação na medicina onde imagens são
produzidas em porções interiores do corpo humano, sendo obtidas por informações
químicas e físicas das moléculas tendo sendo sua descoberta atribuída aos
cientistas Felix Bloch e Edward Purcell que descreveram o fenômeno da RMN no
ano de 1946, vindo a ganharem o prêmio Nobel em 1952 (HAGE e IWASAKI, 2009).
Continuando, Chen, Pope e Ott (2012), apontam Raymond Damadiam no ano
de 1971 demonstrando diferenças no tempo de relaxamento de tecidos e tumores
distintos, o que levou os cientistas a considerarem a importância da RMN como um
novo método para descoberta de patologias diversas.
Em 1975, Richard Ernst usou a codificação de frequência e fase, bem como
a transformada de Fourier, para formar a base das técnicas de ressonância
magnética atual. Todos esses experimentos utilizaram campos magnéticos
definidos [...]. A aplicação desses campos [...] permitiu a discriminação de
vários sinais de diferentes localizações espaciais [...]. Essas imagens
podem ser adquiridas em praticamente qualquer plano. (CHEN, POPE e
OTT, 2012, p. 10).
Mikami (2015) ressalta que no ano de 2003, os cientistas Lauterbur e
Mansfield, lograram o prêmio Nobel de Medicina motivado por seus achados na
utilização da RMN, demonstrando que o método da RMN apesar de relativamente
novo é bastante promissor e que a utilização da técnica de RMN em muito evoluiu
realmente, apresentando vantagens em relação a outros métodos de diagnóstico por
19
imagem, afinal o exame é um dos métodos de diagnóstico por imagem que não se
vale de radiação ionizante na geração das imagens da parte interna do objeto de
estudo, gerando com o auxílio de um campo magnético, imagens em cortes diversos
e vem auxiliando com grande louvor o diagnóstico médico de paciente com quadro
de AVCI, por exemplo (FELIX, 2009).
3.1 O Aparelho de Ressonância Magnética Nuclear
Segundo Hoblos (2014) existem seis grandes fabricantes de equipamentos de
Ressonância Magnética (Philips, GE, Siemens, Toshiba, Hitachi e Fonar) além de
fornecedores de peças, materiais e insumos para utilização e manutenção de tais
aparelhos.
A seguir serão descritos as partes de um aparelho de Ressonância
Magnética1
(Imagem - Anexo II):
A. Magneto, que é a área de aquisição onde se encontra o campo magnético
principal sendo classificados em:
 Permanentes - que alcançam campo de até 0,3T;
 Resistivos - que possuem potência até 0,5T;
 Supercondutores - que possuem um campo de até 3T, para uso em seres
humanos.
Há também o que se denomina de magneto complementar que podem ser
chamados de gradientes denominados x, y e z (Imagem - Anexo III), que são
magnetos que auxiliam com menor potência que o magneto do campo principal,
tendo o gradiente x o encargo por selecionar cortes sagitais, o gradiente y
responsável por selecionar os cortes coronais, ficando por último o gradiente z que
seleciona cortes axiais, sendo todos os gradientes tendo como função alterar o
campo magnético para se selecionar o corte pretendido (FELIX, 2009).
_________________________
1
Extraído e adaptado de Felix, 2009
20
Ainda segundo Felix (2009) fazem parte ainda, as bobinas que são antenas
transmissoras e receptoras de sinais de radiofrequência (RF), mapeando e
codificando os sinais, sendo divididas em bobinas corpo que transmitem e recebem
pulsos de RF emitidos pelo usuário, as bobinas de cabeça, que tem a mesma função
da bobina corpo, tendo ainda as bobinas de superfícies, que são planas e flexíveis
para recepção, sendo colocada em contato direto com a área de estudo (Imagem -
Anexo IV) e finalmente a bobina Phase Array responsáveis por transmitir e receber
sinais de RF, portadoras de múltiplos receptores de sinais, responsáveis por ampliar
a qualidade da imagem produzida/gerada.
Não se poderia deixar de salientar que as imagens produzidas na ressonância
magnética têm espessuras variadas, chamadas de slice e que vão de 1 a 10 mm
(Imagem - Anexo V), tendo o equipamento os valores específicos de seu modelo e
marca do fabricante, portanto, por vezes há que se adaptarem tais espessuras de
slices a determinados protocolos (FELIX, 2009).
3.2 Princípios Físicos da Ressonância Magnética
Segundo Mazzola (2009), as características da RMN se originam da influência
mútua entre um átomo e o campo magnético externo, acontecendo de fato que as
partículas atômicas contendo momentos angular e magnético apresentam um
movimento onde as moléculas de Hidrogênio procuram alinhar-se ao campo
magnético, sendo que os prótons da molécula do hidrogênio movimentam-se ao
redor do seu eixo longitudinal além de outro movimento circulatório também em
torno de seu eixo, sendo os movimentos realizados de forma simultânea, como se
estivessem imitando um pião quando estão sob um campo magnético (SILVEIRA,
2008).
Considerando-se os principais átomos compositores do tecido humano sendo
o hidrogênio, o oxigênio, o carbono, o fósforo, o cálcio, o flúor, o sódio, o potássio e
o nitrogênio, elege-se o hidrogênio pelo fato do mesmo não possuir prótons e
nêutrons em seu núcleo e ainda segundo Mazzola (2009) o hidrogênio é escolhido
por três motivos básicos, descritos a seguir:
21
É encontrado em quantidade considerável no organismo humano, sabendo-se
que chega a ser responsável por cerca de 10% do peso corpóreo, as peculiaridades
nas imagens produzidas na RMN são bastante distintas entre a presença do
hidrogênio em tecido normal no tecido portador de alguma patologia, e por último,
sabe-se que o próton do elemento hidrogênio possuir maior momento de dipolo
magnético de um elemento pontual, tendo assim suscetibilidade à Ressonância
Magnética.
O próton do hidrogênio age como uma pequena esfera possuindo movimento
circular denominado spin em torno de seu próprio eixo (Imagem - Anexo VI) e como
é carregado positivamente gera um campo magnético autônomo, tornando seu
comportamento como o de um minúsculo imã (MAZZOLA, 2009).
Ainda segundo Mazzola (2009):
Quando o paciente é posicionado no interior do magneto e fica sob ação de
um campo magnético de, por exemplo, 1,5 T, os prótons de hidrogênio irão
se orientar de acordo com a direção do campo aplicado, como se fossem
pequenas bússolas; porém, ao contrário das bússolas, que apontariam seu
norte marcado na agulha para o sul magnético, os prótons de hidrogênio
apontam tanto paralelamente quanto antiparalelamente ao campo. As duas
orientações representam dois níveis de energia que o próton pode ocupar: o
nível de baixa energia (alinhamento paralelo) e o nível de maior energia
(alinhamento antiparalelo) [...] Como nas imagens a menor unidade será o
voxel – sendo este da ordem de 1,0 mm3 ou mais –, é o efeito combinado
dos prótons de hidrogênio que irá nos interessar. A magnetização resultante
em cada voxel é o resultado da soma vetorial de todos os spins que
resultaram do cancelamento mútuo. No equilíbrio, a magnetização
resultante possui somente a componente horizontal, ao longo de B0. É
fundamental que neste momento façamos a localização espacial do vetor
magnetização. (MAZZOLA, 2009, ps. 118 - 119).
Pode-se dizer, portanto que os spins alinhados paralelamente e
antiparalelamente ao campo magnético realizam o movimento de precessão que
consiste na mudança do eixo de rotação da molécula do hidrogênio, resultando na
magnetização do tecido (Imagem - Anexo VII), sensibilizando adequadamente a
estrutura a ser visualizada na RMN.
22
3.3 Técnicas de Exame
Di (2009) e Oliveira, Anchieta e Ferreira (2012) apontam as seguintes
técnicas como protocolo de RMN para exame do crânio e do encéfalo:
a) Sequência ponderada em T1 Axial – Responsável pelo estudo da anatomia
encefálica diferenciando-se o tecido gorduroso, tendo como característica na
imagem o fato de que a água fica escura devido ao hiposinal, além da substância
branca se apresentar mais clara que a substância cinzenta (Costa, 2015) - (Imagens
- Anexos VIII e IX).
b) Sequência ponderada em T2 Axial – Responsável pelo estudo do Líquido
Céfalo-Raquidiano (LCR), visualizando-se os conteúdos de água, possuindo maior
resolutividade para diferenciação entre a substância branca e a cinzenta; sendo a
sua evidência a de que a água brilha nesta sequência devido ao que se chama de
hipersinal (Costa, 2015) - (Imagens – Anexos VIII, IX e X).
c) Sequência FLAIR (Fluid Atenuated Acquisition in Inversion Recovery) Axial
– Seria como a imagem em sequência T2 com o apagamento do LCR. É bastante
utilizada em neuro, pois anula o líquor evidenciando lesões hidratadas, edemas
citotóxicos e vasogênicos (MENDES et. al. 2013; COSTA, 2015) - (Imagens -
Anexos VIII e IX).
d) Sequência em Difusão (DWI) Axial – Identifica o tecido cerebral já
comprometido, age captando a movimentação das moléculas de água, com o
objetivo de observar a difusão extracelular da água, sendo semelhante a sequência
FLAIR, porém sem visualização da calota craniana e do tecido subcutâneo
(MENDES et. al. 2013; COSTA, 2015), além de se visualizar a água parada pela
restrição da difusão é interpretado como hipersinal na sequência de difusão (“sinal
da lâmpada acesa”), fato importante, visto que este sinal antecede o hipersinal
captado nas imagens em T2 (SANTOS; et. al., 2014) - (Imagens – Anexos VIII e IX).
e) Sequência em Perfusão – Permite verificar o fluxo sanguíneo cerebral e o
tempo médio de trânsito (MTT), pode ser gerado automaticamente pelo aparelho,
sendo o fluxo selecionado (artérias e veias) e o cálculo realizado gerando um mapa.
23
Utilizado concomitantemente com a difusão identifica-se o que se chama de
penumbra isquêmica, ou seja, área do cérebro ainda com possibilidade de
recuperação se tratado adequadamente e em tempo hábil (Imagem - Anexo X).
24
4 A PESQUISA E SEU DESENVOLVIMENTO
4.1 Metodologia
A metodologia utilizada para o desenvolvimento da presente pesquisa foi o de
coleta de material bibliográfico diverso, pesquisas em sites de publicações
acadêmicas confiáveis como SCIELO e PUBMED entre outros, em revistas,
periódicos, além de pesquisas digitais em diversos sítios, onde através de
levantamento e catalogação de amplo material bibliográfico conseguiu se coletar
material suficiente para fundamentar a pesquisa através de elementos bibliográficos
e estatísticos.
A confecção desta pesquisa foi feita utilizando o processo metodológico
qualitativo, que consiste em coletar dados descritivos elaborados por diversos
autores em publicações diversas sempre correlacionadas ao tema levantado para
estudo “onde o pesquisador se limita à descrição factual deste ou daquele evento”
(TOZONI – REIS apud FRANCO, 1985, p. 35).
Destarte, foi falado do AVC de uma forma mais abrangente, distinguindo os
tipos de AVC, porém resumidamente no que tange à patologia distinta da escolhida
para esta pesquisa que é o AVCI, tendo posteriormente sido discorrido sobre a
patologia, adentrando na pesquisa do método de diagnóstico, que nesta pesquisa foi
escolhido o método de RMN, objeto maior da pesquisa bibliográfica ora realizada.
4.2 Resultados
Em uma pesquisa nacional realizada pelo IBGE (Gráfico 1), foram revelados
números indicando o percentual de pessoas que referiram diagnóstico de AVC por
região (R.), sendo que na sua totalidade a população pesquisada “em 2013, 1,5%
referiu diagnóstico de AVC ou derrame, representando, aproximadamente 2,2
milhões de pessoas de 18 anos ou mais de idade.” (BRASIL; PNS, 2013).
25
GRÁFICO 1 – Proporção de pessoas maiores de 18 anos que
referiram diagnóstico de AVC em pp. – Brasil - 2013
FONTE: IBGE, Pesquisa Nacional de Saúde, 2013.
Sabendo-se então que o AVCI é uma doença que está entre as quais mais
deixam sequelas principalmente psicomotoras devido a obstrução do fluxo
sanguíneo cerebral em alguma área específica do encéfalo ocasionando muitas
vezes danos permanentes há que se conseguir então uma agilidade no diagnóstico
da patologia, para que se ao menos tente se melhorar o prognóstico do paciente.
Epidemiologicamente a proporção conforme demonstrado é de ocorrências de
AVCI em relação ao AVCH na proporção de 2:1 (Gráfico 2).
GRÁFICO 2 – Proporção de ocorrências do AVCI em relação ao AVCH
FONTE: Spence e Barnett, 2012
0
2
4
6
8
10
AVCH
33%
AVCI
67%
-
Brasil 1,5%
R. Norte
1,6%
R. Nordeste
1,7%
R. Sudeste
1,4%
R. Sul 1,5%
R. Centro-
Oeste 1,5%
26
Nota-se então, um maior número de ocorrências do AVCI em relação ao
AVCH, fazendo com que se busque um método de diagnóstico por imagem que
tenha resolutividade e capacidade de diferenciação eficaz entre os quadros
apresentados.
Em um levantamento bibliográfico incluindo teses, artigos e manuais de
protocolos, especificamente na detecção do AVCI verificou-se que a esmagadora
maioria dos autores credita uma maior sensibilidade na detecção de processos
hemorrágicos cerebrais utilizando-se como meio de diagnóstico por imagem a RMN
(Gráfico 3), considerando que aos primeiros sinais da instalação do quadro o exame
consegue detectar através do protocolo da difusão a estrutura cerebral já em
colapso, verificando-se além disso aliado ao protocolo de perfusão camadas do
cérebro ainda com possibilidade de recuperação, aumentando assim a chances de
um bom prognóstico.
GRÁFICO 3 – Percentual de autores que relatam a superioridade da RMN em
relação a TC no diagnóstico precoce do AVCI
FONTE: A pesquisa
Especificamente neste ponto, foi levantado um total de 21 autores que
discorriam em seus trabalhos sobre a importância do diagnóstico precoce do AVCI,
82%
18%
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
27
sendo que deste total 17 (82%) relataram a maior sensibilidade e especificidade na
diferenciação de tecidos infartados e em processo de sofrimento com o uso da RMN
valendo-se principalmente da sequência ponderada em difusão associada à
sequência em perfusão, restando apenas outros 4 autores (18%) defendendo o uso
da TC como melhor conduta no diagnóstico do AVCI.
Seguindo a mesma linha temática em uma pesquisa realizada pela Câmara
Técnica de Medicina Baseada em Evidências da Unimed no ano de 2005 (Gráfico
4), também evidenciou-se ao longo da pesquisa relatos da diferença da
sensibilidade de diferenciação das estruturas da RMN em relação a TC
GRÁFICO 4 - Diferença de sensibilidade da RMN em relação a TC na
identificação hiperaguda de AVC isquêmicos
FONTE: Pesquisa Unimed, 2005
A pesquisa demonstrou segundo revisão prévia que a RMN apresenta uma
sensibilidade de diferenciação de eventos nas estruturas cerebrais que pode chegar
a 98%, ao passo que a TC apresenta essa mesma sensibilidade de diferenciação
em um patamar bem inferior, chegando somente a 52% na sensibilidade relatada.
TC - 52%
RMN - 98%
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
28
Baseando-se, portanto, em diversos estudos realizados por outros autores,
tenta-se com este trabalho demonstrar que a RMN está entre os melhores métodos
de diagnóstico por imagem para se chegar a uma avaliação através da produção de
imagem com fins diagnósticos, demonstrando que com a utilização da RMN para o
diagnóstico do AVCI há uma superioridade em relação à outros métodos de
diagnóstico, visto que a imagem, vista em tempo real, possibilita a visualização de
áreas específicas do encéfalo, em planos diferentes dos apresentados na TC, além
de se poder observar a irrigação local, observando-se o tamanho da lesão com a
utilização do método de difusão na RMN, além de poder avaliar a circulação dos
vasos utilizando-se o método de perfusão.
Enfim, a RMN demonstrou ser o método de diagnóstico por imagem que
apresenta agilidade no diagnóstico, precisão e a possibilidade de que se avalie
imediatamente após o acidente isquêmico as características que decorreram por
ocasião da patologia.
4.3 Discussão
O Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI) é uma patologia que se
caracteriza pela obstrução do fluxo sanguíneo de um vaso de irrigação cerebral e é
uma das principais causas de lesões permanentes, sendo caracterizadas sob forma
de sequelas e/ou incapacidades psicomotoras sejam elas permanentes ou
transitórias em adultos (BARROS, FÁBIO e FURQUIM, 2006), e é a doença crônica
não transmissível que mais mata no Brasil (BRASIL, 2014), sendo causado por
interrupção do fluxo sanguíneo a uma determinada região encefálica, com duração
dos sintomas maior que 24 horas e/ou presença de lesão cerebral pelos exames de
imagem (LI, 2004).
Sabe-se que a TC produz imagens somente em cortes axiais utilizando para a
produção de imagens radiação ionizante enquanto a RMN é um exame que
apresenta vantagens para o estudo do sistema nervoso, visto a melhor resolução da
imagem, melhor contraste das substâncias branca e cinzenta, além da possibilidade
29
de estudo em diferentes planos (sagital, coronal, axial e oblíquo) e ausência de
radiação ionizante (NETO e ELKIS, 2007).
Anormalidades aparecem na RMN antes de serem vistas na TC, sendo a
RMN muito superior na detecção de infartos do tronco cerebral e cerebelar,
detectando hemorragias quão precoces elas sejam (MOSBY, 1998), o que segundo
Mazzola (2009) pode estabelecer de maneira mais precisa a melhor forma de
tratamento a ser seguido pelo paciente.
Inicialmente diagnóstico inicial é feito com a anamnese do paciente e o exame
físico onde se certifica se há limitações do tipo parestesia, hemiplegia, disartria ou
dislalia presentes individualmente ou conjuntas, porém o diagnóstico diferencial é
fundamental para descartar patologias semelhantes ou confirmar se o AVC é
hemorrágico ou isquêmico.
Nota-se, portanto, a importância do diagnóstico preciso e adequado para o
diagnóstico do AVCI e que conforme Unimed (2005) o que se percebe é que como
não há a possibilidade de se diferenciar no exame físico/clínico AVC’s isquêmicos ou
hemorrágicos há deste modo a indicação do exame de diagnóstico por imagem,
sendo neste momento,a escolha de um exame de diagnóstico por neuroimagem,
que tem papel capital para se diferenciar o AVCI do AVCH, e até mesmo descartar
as patologias descritas anteriormente (OLIVEIRA, 2013, apud YES e CHENG, 2009)
Beauchamp e Bryan (1997) salientam que a RMN ponderada para difusão
deve ser realizada, sendo mais valorosa que a própria Tomografia Computadorizada
nas primeiras vinte e quatro horas para diagnóstico do AVCI
Gagliardi (2004) aponta que:
O diagnóstico preciso e precoce do AVC é de capital importância, haja vista
ser o AVC uma emergência médica e o seu tratamento é tempo
dependente. É fundamental que o médico tenha absoluta segurança
diagnóstica para que possa iniciar o tratamento correto o mais rápido
possível. Na pesquisa diagnóstica, o primeiro passo é a confirmação de que
se trata de um AVC (afastando-se diagnósticos diferenciais), e, em seguida,
se afirmativo, deve-se procurar as possíveis causas deste AVC. É
importante que se mantenha esta seqüência para não se perder tempo
precioso com a realização de exames complementares que não sejam
absolutamente necessários em um determinado momento. Cada exame tem
o seu tempo correto de realização. (GAGLIARDI, 2004, n.p.)
30
Considerando o exame de neuroimagem, sendo inicialmente os de escolha a
TC ou RMN é sabido as vantagens da RMN para o estudo do sistema nervoso, visto
a melhor resolução da imagem, melhor contraste das substâncias branca e cinzenta,
além da possibilidade de estudo em diferentes planos (sagital, coronal, axial e
oblíquo) e ausência de radiação ionizante (NETO e ELKIS, 2007).
Em contra partida a TC vale-se de feixes paralelos orientados de raios-X que
transpõe o paciente, mas que são absorvidos por esses tecidos, tendo como
vantagem a rapidez, mas com qualidade inferior de imagem principalmente para a
sustância branca do encéfalo.
Mosby (1998) afirma que a RMN tem maior sensibilidade que a TC para a
detecção de um AVCI recente, pois são percebidas alterações na RMN antes de
serem detectadas na TC, sendo a ressonância superior no achado de sinais de
infarto do tronco cerebral e cerebelar, detectando-se sinais hemorrágicos recentes.
Mendes, Santos e Salomão (2013) em uma defesa de tese sobre o uso da
RMN no diagnóstico do AVCI, elaboraram uma tabela com a conclusão de diversos
autores corroborando da ideia de que o uso da RMN em uso dos protocolos básicos
para exame neurológico (T 1, T 2 e FLAIR) associado ao uso da sequência em DWI
+ Perfusão é a conduta indicada quando se deseja diagnosticar especificamente o
AVCI, desta forma, intencionalmente demonstrar-se-á parcialmente e de forma
resumida a tabela descrita pelos autores supracitados (Tabela 2) para reforçar a
discussão proposta na produção do presente trabalho.
TABELA 2 – Conclusões de alguns autores em relação a RMN associado ao uso
da sequência em difusão
AUTOR/ANO CARACTERÍSTICAS ESTUDOS RESULTADOS/CONCLUSÕES
Chaves et al,
2008
Foi usado o método de
diagnóstico por imagem RM,
com seqüência da difusão e
perfusão para que tivesse o
diagnostico da patologia
O método da difusão demonstrou
pequeno infarto na artéria
terminal posterior direita e em
complementação a perfusão
diagnostico alterações isquêmicas
e possíveis áreas de risco de
AVCi.
31
Bastos et al,
2006
Neste trabalho o método de
diagnostico por Imagem foi RM,
usando o protocolo, Fluid
attenuated inversion-rec
overy(FLAIR), difusão e
perfusão, que foram usados
para o diagnostico do AVCi.
Observou-se o comprometimento
por estenose e a oclusão da
artéria cerebral anterior que forma
o circulo
de Willis. E com uma melhor
visualização do AVCi.
Machado et
al,2011
Foi utilizado o método de
diagnostico por imagem
ressonância magnética (RM),
com as sequencias de perfusão e
difusão, para a visualização do
AVCi.
Permitiu uma avaliação
topográfica do tamanho da lesão
isquêmica aguda e uma
visualização de lesões
pequenas e profundas e área
afetada pelo AVCi
Mendonça et al
2005
Utilizou a ressonância
magnética com as devidas
sequências, perfusão e difusão,
para estudar á área afetada pelo
AVCi, de uma mulher negra de
54 anos de
idade após o inicio de
hemiparesia direita e afasia
global.
O trabalho demonstra que tem um
melhor diagnostico quando se usa
as sequência de difusão e
perfusão onde tem uma
visualização de uma área com
penumbra o culpando a
artéria cerebral media esquerda.
Ciriaco, et al,
2008
Esta pesquisa se baseia na
ressonância magnética, com as
sequências, 3D TOF-MOTSA
(time-of-flight multiple overlapping
thin-section acquisition), técnica
Spin-eco com sequência pesada
em T1 e após a administração
endovenosa de contrate para
magnético, técnica de turbo spin-
eco pesada em T2 e técnica de
FLAIR.
As sequências de difusão e
perfusão demonstraram lesão e
síndrome de terço proximal e
médio, lesão de tálamo e da
região temporal.
Mohr, et al,
1995
Usaram o método de diagnostico
de ressonância magnética (RM),
com as sequência de difusão,
perfusão, angioressonancia,
gradiente eco e FLAIR.
Sendo que a sequência com
maior sensibilidade e
especificidade foi à difusão. Que
caracterizou os contornos da
lesão causa pelo o
AVCI. E a perfusão permitiu a
visualização da perfusão cerebral
com uma área de penumbra
FONTE: Adaptado de Mendes, Santos e Salomão, 2013
Visto que a difusão vem se mostrando o método mais eficiente para o
diagnóstico do AVCI, será explanado sucintamente sobre o protocolo de DWI onde
se registra a movimentação das moléculas da água realizada de forma randômica
32
decorrente de sua energia térmica própria, onde a difusão pesquisa a movimentação
das moléculas da água e seu coeficiente de propagação é conceituada em mm2
/s,
incluindo o movimento médio quadrado com o tempo de restrição, finalmente
indicando de água mais móveis, caracterizando pelo coeficiente de difusão aparente
(ADC) o movimento hídrico (MAAS e MUKHERJE, 2005; MENDES, SANTOS E
SALOMÃO, 2013).
Finalizando o tópico, verifica-se que para Mendes et. al. (apud MOHR et.
al.,1995), o exame por imagem com maior sensibilidade demonstrou ser a RMN em
relação à TC visto que especificamente a técnica de DWI observou-se os contornos
da lesão decorrida do AVCI, culminando com o método de perfusão onde se
visualizou o bombeamento de um líquido através dos tecidos mesmo com uma área
de retraimento.
33
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final do presente trabalho de conclusão de curso, percebe-se que o AVCI
é uma patologia aguda que necessita de um diagnóstico rápido, preciso e seguro
evidenciando que o método de diagnóstico em que se utiliza a RMN demonstrou
estar entre os melhores métodos utilizados, e que apresenta superioridade sobre os
demais métodos visto que produz imagens em diferentes planos, promovendo uma
melhor visualização, permitindo a verificação do fluxo sanguíneo local, além de
poder se precisar a extensão da lesão e principalmente ser um método de
diagnóstico ao qual não se vale da utilização de radiação ionizante, o que acarreta
menos prejuízos ao paciente.
A RMN no diagnóstico do AVCI age como facilitador, visto que o método
permite o diagnóstico da patologia em um tempo inferior aos demais métodos,
podendo se analisar as imagens produzidas conclusivamente poucos minutos após
a ocorrência / instalação do quadro isquêmico, o que evidentemente vem a melhorar
o prognóstico da doença.
Quanto à utilização da RMN em si, a literatura revisada demonstrou que para
o diagnóstico do AVCI o método mostra-se bastante eficiente, visto que através da
análise das imagens consegue-se perceber tenuidades não vistas em outros
métodos, como pequenas quantidades de líquido intracelular característico quadro
de AVCI.
Evidenciou-se, portanto, que o uso da RMN, em específico o protocolo de
sequência ponderada em difusão (DWI) é mais sensível para detecção de isquemia
vascular cerebral tornando-se positiva minutos após o infarto, indicando sinais muito
antes da TC, o que se chama de “sinal da lâmpada acesa”. Associados então ao
protocolo de sequência em perfusão demonstraram serem os mais eficazes para a
conclusão definitiva na avaliação das imagens produzidas, visto que o protocolo de
perfusão se permite a observação e análise do fluxo sanguíneo cerebral, ao mesmo
tempo em que o protocolo de difusão se permite a observação e análise da
diminuição do movimento das moléculas de água intracelularmente ocorridas nos
tecidos cerebrais provocados pelo quadro agudo de AVCI.
34
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co2009/saiba_mais/Acidente%20Vascular%20Cerebral%20Isquemico1.pdf>. Acesso
em: 18 set. 2015.
MENDES, C. SANTOS, R. O. dos. G. SALOMÃO, R.C. A Utilização da
Ressonância Magnética no Diagnôstico do Acidente Vascular Cerebral
Isquêmico (AVCI). 2013. Ipiranga Faculdades Integradas. Disponível em:
<http://www.ipirangaeducacional.com.br/banco_arquivo/TCC%20BIBLIOTECA/ipiran
ga_educacional61793f1bd64.pdf>. Acesso em: 03 set. 2015.
MIKAMI, Gervásio. História da Ressonância Magnética. Publicado no Sítio
Imagem em Medicina Esportiva e Ortopedia. (2015). Disponível em:
<http://gmikami.blogspot.com.br/p/assuntos-gerais.html>. Acesso em: 08 out. 2015.
37
MOSBY. Atlas Mosby em cores e texto de Neurologia. 1ª Edição Brasileira. São
Paulo: Ed. Manole, 1998.
NETO, Mário Rodrigues Louzã. ELKIS, Hélio. Psiquiatria Básica. 2 ed. Dados
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Couto. Ressonância Magnética como auxiliar na prevenção e diagnóstico do
Acidente Vascular Cerebral – AVC. Saúde & Ambiente Revista, Duque de Caxias,
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OLIVEIRA, Bruno Raone Leão de. Situações que mimetizam AVC: uma revisão
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Disponível em: <https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/10434/1/Bruno%20Rao
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O’SULLIVAN. S.B. et. al. Fisioterapia: avaliação e tratamento. 2ª ed. São Paulo:
Manole, 1993.
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uma enfermaria de neurologia: Complicações e tempo de internação. Rev.
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Porto Alegre: Artmed, 2008.
RIBEIRO, Adriano. O AVC Isquêmico Agudo – Tratamento e Terapêutica. Sítio
Bancada Directa. Temas de Medicina. (2008). Disponível em: <http://bancadadirecta.
blogspot.com.br/2008/09/o-saber-no-ocupa-lugar-temas-de_17.html>. Acesso em:
15 out. 2015.
SANTOS, Luís Eduardo; et. al. Tomografia Computadorizada e Ressonância
Magnética no AVE. Turma XLIV – Medicina FAMEMA (2014). Disponível em:
<miltonmarchioli.com.br/.../Seminário-Marchiolli-TC-e-RM-no-AVE.pptx>. Acesso em:
02 nov. 2015.
38
SILVA, A. AVC – O essencial da Saúde. Volume 10. Porto: Quidnov, 2007.
SILVA, Aguinaldo. Componentes de um sistema de RMN. Trabalho apresentado à
UNIFASC. Disponível em: <http://www.ebahcom.br/content/AB AAAA1IsAC/aula-5-
componentes-sistema-rmn>. Acesso em: 18 out. 2015.
SILVEIRA. Heraldo Luis D. da. Movimento de Precessão. Departamento de
Cirurgia e Ortopedia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Disponível
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SPENCE, J. David. BARNETT, Henry J. M. Acidente Vascular Cerebral –
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STOKES, M. Neurologia para Fisioterapeutas. São Paulo: Premier, 2000.
SOUZA, Edna Marina de. et. al. Imagens de Ressonância Magnética Ponderadas
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Atualidades e Perspectivas. Clínica Neurodiagnose & Neuroterapêutica
Publicações. 2015. Disponível em: <http://www.neurodiagnose.com.br/imagens-
mapa-adc.pdf>. Acesso em: 02 jul. 2015.
TOZONI – REIS, Marília Freitas de Campos. Metodologia da Pesquisa. 1. ed. -
Curitiba: IESDE Brasil S.A. , 2008.
UNIMED, CSA-RS. Câmara Técnica de Medicina Baseada em Evidências.
Avaliação de Tecnologias em Saúde. Sumário de evidências e recomentações
para uso de Ressonância Nuclear Magnética no sistema nervoso central: AVC
e Trauma. Porto Alegre: [s.n.], 2005.
UNIP – Universidade Paulista. Guia de normalização para apresentação de
trabalhos acadêmicos da Universidade Paulista: ABNT / Biblioteca Universidade
Paulista, UNIP. / revisada e atualizada pelas bibliotecárias Alice Horiuchi e
Bruna Orgler Schiavi. – 2014.
39
ANEXOS
Anexo I – IMAGEM: Local lesado x Cruzamento dos nervos x Lado com sintomas
FONTE: Ribeiro, 2008
40
Anexo II – IMAGEM: Magneto do aparelho de Ressonância Magnética Nuclear
(RMN)
FONTE: Google Imagens
41
Anexo III – IMAGENS: Gradientes x, y e z com seus respectivos cortes
FONTE: Silva, 2010
42
Anexo IV – IMAGENS: A. Bobina de Corpo / B. Bobina de Crânio / C. Bobina
Flexível
FONTE: Felix, 2009
43
Anexo V – IMAGEM: Slices que variam de 1 a 10 mm conforme projeto do
fabricante
FONTE: Felix, 2009
44
Anexo VI – IMAGEM: Representação dos prótons de forma aleatória, com
alinhamento após a magnetização e a ampulheta formada pela precessão
FONTE: Hage e Iwasaki, 2009
45
Anexo VII – IMAGENS: Direita - spins alinhados paralelamente e antiparalelamente
ao campo magnético externo aplicado (eixo z), realizando movimento de precessão.
Esquerda - Vetor magnetização resultante (M0) de um elemento de volume do tecido
FONTE: Mazzola, 2009
46
Anexo VIII – IMAGENS: RMN Crânio em Cortes Axiais em sequência Básica: T1; T2
e FLAIR
FONTE: Linera Prado, 2012
47
Anexo IX – IMAGENS: RMN Crânio em Cortes Coronais em sequência para AVC:
T1; T2; FLAIR e DWI (Difusão)
FONTE: Costa, 2015
48
Anexo X – IMAGENS: RMN Crânio em Perfusão (mapa) e Cortes Axiais para AVC:
T2; DWI (Difusão) e MTT (Tempo Médio de Trânsito)
FONTE: Maringolo et. al. 2014

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  • 1. UNIVERSIDADE PAULISTA LEIDE DAIANE CONCEIÇÃO DE MIRANDA LUANA MÁRCIA ALVARES DE OLIVEIRA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR: Revisão de literatura sobre seu uso no diagnóstico do Acidente Vascular Cerebral Isquêmico BRASÍLIA / DF Dezembro / 2015
  • 2. LEIDE DAIANE CONCEIÇÃO DE MIRANDA LUANA MÁRCIA ALVARES DE OLIVEIRA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR: Revisão de literatura sobre seu uso no diagnóstico do Acidente Vascular Cerebral Isquêmico Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Paulista - UNIP como requisito parcial / obrigatório para a obtenção do título de Tecnólogo em Radiologia. Orientadora: Prof. Esp. Maria Elvira Oliveira De Jesus BRASÍLIA / DF Dezembro / 2015
  • 3. Miranda, Leide Daiane Conceição de. RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR : Revisão de literatura sobre seu uso no diagnóstico do Acidente Vascular Cerebral Isquêmico / Leide Daiane Conceição de Miranda. Luana Márcia Álvares de Oliveira. - 2015. 48 f. : il. color. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) apresentado ao Instituto de Ciência da Saúde da Universidade Paulista. Brasília, 2015. Área de Concentração: Radiologia Orientador: Prof. Esp. Maria Elvira Oliveira de Jesus. 1. Ressonância Magnética Nuclear. 2. Acidente Vascular Cerebral Isquêmico. 3. Diagnóstico. 4. Protocolo. I. Oliveira, Luana Márcia Álvares de. II. Jesus, Maria Elvira Oliveira de (orientador). III. Título.
  • 4. LEIDE DAIANE CONCEIÇÃO DE MIRANDA LUANA MÁRCIA ALVARES DE OLIVEIRA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR: Revisão de literatura sobre seu uso no diagnóstico do Acidente Vascular Cerebral Isquêmico Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Paulista como requisito parcial / obrigatório para a obtenção do título de Tecnólogo em Radiologia. Aprovado em: / / BANCA EXAMINADORA __________________________________________________ Prof. Esp. Maria Elvira Oliveira De Jesus Orientadora ___________________________________________________ Prof. Universidade Paulista - UNIP ___________________________________________________ Prof. Universidade Paulista - UNIP
  • 5. EPÍGRAFE “Os que se encantam com a prática sem a ciência são como os timoneiros que entram no navio sem timão nem bússola, nunca tendo certeza do seu destino”. Leonardo da Vinci
  • 6. RESUMO O presente trabalho de conclusão de curso refere-se à revisão literária sobre o uso da Ressonância Magnética Nuclear (RMN), que é um dos métodos de produção de imagens médicas para fins diagnósticos, com maior resolutividade de imagens reproduzidas com nitidez e grande capacidade de diferenciação das estruturas visualizadas com a vantagem principal de não utilizar-se de radiação ionizante, o que a torna um método de diagnóstico por imagem relativamente simples e sem prejuízos à saúde do paciente. Ao mesmo tempo a pesquisa levanta o seu uso como facilitador no diagnóstico do Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI), patologia caracterizada por obstrução do fluxo sanguíneo em determinada área do encéfalo e que gera um grande número de indivíduos sequelados psicomotoramente, o que demonstra então a importância da velocidade no diagnóstico e da fidedignidade da imagem produzida e a ser analisada para um melhor prognóstico do paciente. Todo o estudo, como dito no início, será feito com base em revisão de literatura produzida por outros autores, sempre com embasamento técnico-científico, tentando associar conceitos e aplicá-los na elaboração deste trabalho, procurando demonstrar a melhor técnica, a técnica adequada, analisando protocolos já existentes. Palavras-chave: Ressonância Magnética Nuclear, Acidente Vascular Cerebral Isquêmico, Diagnóstico, Protocolos.
  • 7. ABSTRACT This course conclusion work it refers to the literature review on the use of Nuclear Magnetic Resonance (NMR), which is one of medical imaging methods for diagnostic purposes, with better resolution images reproduced with sharpness and large capacity of differentiation of structures visualized with the main advantage of not utilize ionizing radiation, which makes it a diagnostic method by relatively simple image and without harm to patient health. At the same time research raises its use as a facilitator in the diagnosis of Ischemic Stroke (IS), disease characterized by obstruction of blood flow in a particular area of the brain and generates a large number of individuals with psychomotor sequelae, which then shows the importance of speed in the diagnosis and produced image of trustworthiness and being examined for a better patient prognosis. All study, as stated earlier, it will be based on produced literature review by other authors, always with technical and scientific basis, trying to associate concepts and apply them in the preparation of this work, trying to show the best technique, the proper technique, analyzing existing protocols. Keywords: Nuclear Magnetic Resonance. Ischemic Stroke. Diagnosis. Protocols
  • 8. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ADC Coeficiente de Difusão Aparente AIT Acidente Isquêmico Transitório AVC Acidente Vascular Cerebral AVCH Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico AVCI Acidente Vascular Cerebral Isquêmico DWI Imagem Ponderada em Difusão – Diffusion Weighted Imaging FLAIR Inversão-Recuperação com atenuação líquida – fluid attenuated acquision in inversion recovery IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística LCR Líquido Céfalo-Raquidiano ou Líquor (Líquido cérebro-espinhal) mm2 /s Milímetros quadrados por segundo MTT Tempo Médio de Trânsito - mean transit time (relativo à circulação sanguínea cerebral) OMS Organização Mundial da Saúde PERFUSÃO Avaliação hemodinâmica cerebral de maneira não-invasiva PNS Pesquisa Nacional de Saúde PUBMED Banco de dados de pesquisa de artigos médicos R. Região geográfica do Brasil RAIOS X Tipo de radiação eletromagnética com frequências superiores às radiações ultravioletas RF Radiofrequência – Pulsos utilizados no aparelho de ressonância direcionados somente ao Hidrogênio RMN Ressonância Magnética Nuclear SCIELO Scientific Electronic Library Online – Coleção de revistas e artigos científicos
  • 9. SPIN Pequena partícula positivamente carregada do próton do núcleo do Hidrogênio associada a um momento angular T1 Tempo 1 de relaxação T1WI Imagem Ponderada em T1 T2 Tempo 2 de relaxação T2WI Imagem Ponderada em T2 TC Tomografia Computadorizada VOXEL Pixel tridimensional - volumetric pixel X Gradiente que altera a potência do campo magnético ao longo do eixo X do magneto Y Gradiente que altera a potência do campo magnético ao longo do eixo Y do magneto Z Gradiente que altera linearmente a potência do campo magnético ao longo do eixo Z do magneto
  • 10. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 2 O ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL.................................................................... 2.1 Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI).................................................... 2.2 Mecanismos e Causas........................................................................................... 2.3 Fenômenos e Fatores........................................................................................... 2.4 Diagnóstico Diferencial......................................................................................... 3 RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR (RMN).................................................... 3.1 O Aparelho de Ressonância Magnética Nuclear................................................. 3.2 Princípios Físicos da Ressonância Magnética................................................... 3.3 Técnicas de Exame................................................................................................ 4 A PESQUISA E SEU DESENVOLVIMENTO........................................................... 4.1 Metodologia............................................................................................................ 4.2 Resultados.............................................................................................................. 4.3 Discussão............................................................................................................... 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................ REFERÊNCIAS.............................................................................................................. ANEXOS..................................................................................................................... 9 12 13 14 16 17 18 19 20 22 24 24 24 28 33 34 39
  • 11. 9 1 INTRODUÇÃO O Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI) é uma patologia que se caracteriza pela obstrução do fluxo sanguíneo de um vaso de irrigação cerebral e é uma das principais causas de lesões permanentes, sendo caracterizadas sob forma de sequelas e/ou incapacidades psicomotoras sejam elas permanentes ou transitórias em adultos (BARROS, FÁBIO e FURQUIM, 2006), e é a doença crônica não transmissível que mais mata no Brasil (BRASIL, 2014), sendo causado por interrupção do fluxo sanguíneo a uma determinada região encefálica, com duração dos sintomas maior que 24 horas e/ou presença de lesão cerebral pelos exames de imagem (LI, 2004). Caracteriza-se como um déficit neurológico em alguma área do encéfalo devido exatamente à ausência de irrigação e consequente diminuição do transporte de oxigênio até se chegar à ausência da manutenção do suprimento de oxigênio e glicose para as células cerebrais, sendo do ponto de vista social a primeira causa de incapacidade prolongada em adultos (SPENCE e BARNETT, 2012). Evidencia-se que em torno de 80% dos casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC) se devem a um quadro de obstrução, quer seja em decorrência de gordura depositada na parede do vaso quer seja de coágulos sanguíneos secundários transportados do coração ou dos vasos do pescoço que estão com problemas (STOKES, 2000). Sabendo-se então da gravidade da evolução da patologia denominada Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI), procurou-se com este trabalho eleger o melhor método para diagnóstico por imagem, o exame com a indicação que dentro de um tempo minimamente aceitável se feche o diagnóstico do quadro, distinguindo a patologia de qualquer outra com quadro semelhante, diferenciando-a até mesmo do outro quadro de Acidente Vascular Cerebral, o hemorrágico (AVCH). Dentro do tema proposto e com base em literatura já existente além de levantamento de dados, o método mais eficiente e eleito como objeto de estudo deste trabalho, a Ressonância Magnética Nuclear (RMN) mostrou-se com um indicativo bastante satisfatório em relação a outros métodos de diagnóstico por
  • 12. 10 imagem, visto que na RMN a sensibilidade é maior de que na Tomografia Computadorizada (TC) para a detecção de um AVCI ocorrido há pouco tempo. Anormalidades aparecem na RMN antes de serem vistas na TC, sendo a RMN muito superior na detecção de infartos do tronco cerebral e cerebelar, detectando hemorragias quão precoces elas sejam (MOSBY, 1998), o que segundo Mazzola (2009) pode estabelecer de maneira mais precisa a melhor forma de tratamento a ser seguido pelo paciente. Evidenciaremos também o diferencial do diagnóstico do AVCI pela RMN frente a outros métodos como a tomografia, visto que a TC produz imagens somente em cortes axiais utilizando para a produção de imagens radiação ionizante enquanto a RMN é um exame que apresenta vantagens para o estudo do sistema nervoso, visto a melhor resolução da imagem, melhor contraste das substâncias branca e cinzenta, além da possibilidade de estudo em diferentes planos (sagital, coronal, axial e oblíquo) e ausência de radiação ionizante (NETO e ELKIS, 2007). Segundo Mendes, Santos e Salomão (apud VEDOLIN et. al., 2009) dentre protocolos utilizados na realização da RMN do encéfalo estão a perfusão que atua no mapeamento da área de sombreamento permitindo a avaliação da microcirculação encefálica por meio da aquisição de imagens muito rápidas (FLEURY, 2009), tendo também a difusão que auxilia na detecção do core isquêmico, e que a utilização de tal técnica incrementou de tal forma a avaliação, diferenciação e diagnóstico do AVCI, visto que essa técnica, na qual o contraste na imagem se baseia no movimento microscópico dos prótons de água no tecido, que fornece a informação que não está disponível na RMN-padrão, revelando assim uma isquemia cerebral precocemente e com alta especificidade (GREENBERG, AMINOFF e SIMON, 2012). Imagens de RMN ponderadas por difusão (DWI) pertencem à categoria de imagens funcionais por revelarem aspectos microscópicos relacionados à fisiologia dos tecidos, com base nas características de difusão das moléculas de água através deles (SOUZA et. al., 2015). Destarte, compreende-se então que o escopo do presente trabalho é determinar que no quadro de AVCI o método de diagnóstico por imagem mais
  • 13. 11 indicado é a RMN, juntamente com a utilização do protocolo de difusão em que se permite obter uma imagem onde se pode avaliar a quantidade de água intracelular no neurônio, melhorando ou se tentando melhorar e muito o prognóstico do paciente, com o desígnio de “aumentar a janela terapêutica do paciente que sofreu um AVCI, através da visualização do estado tecidual que se encontra a área afetada” (MENDES, SANTOS e SALOMÃO, 2013, p. 14). Para que se alcance, portanto a proposição do presente trabalho será discorrido sobre o AVCI, caracterizando-o, ao mesmo tempo tentando distinguir que dentre os procedimentos de diagnóstico por imagem, o método da RMN é o mais indicado na avaliação e diagnóstico do quadro, melhorando assim o prognóstico. Serão utilizados para tanto, métodos que visam explicitar através de revisão de literatura, causas, fenômenos, fatores e mecanismo relevantes na condição do AVCI discorrendo sobre os princípios da RMN, seu funcionamento, em específico no auxílio diagnóstico do AVCI com o intuito de qualificar a RMN como melhor método para detecção precoce do AVCI, demonstrando protocolos da RMN do encéfalo, onde se procurará eleger o protocolo mais adequado para o diagnóstico do AVCI, levando a um melhor prognóstico, ampliando assim o conhecimento teórico-científico a que se propõe o presente trabalho.
  • 14. 12 2 O ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é caracterizado pelo surgimento rápido de sinais clínicos de distúrbios sejam focais, globais, ou ambos em relação à função cerebral, apresentando um quadro com sintomas como fraqueza repentina, parestesia de membros (hemiparesia), comumente em um lado do corpo dentre outros, sendo que segundo Ribeiro (2008) quando a lesão ocorre em determinado lado, a parestesia ocorrerá do lado inverso devido o cruzamento dos nervos espinhais (Imagem - Anexo I) com tais sintomas tendo duração igual ou superior a 24 horas, de origem vascular, onde se provocam alterações nos planos cognitivo e sensório-motor, relacionado à área lesionada e também sua extensão (BRASIL, apud OMS, 2003). Brasil (2012) afirma que a circulação rotineiramente mais afetada (80% dos casos) é a anterior ou carotídea, enquanto Silva (2007) descreve sobre a patologia do seguinte modo: O AVC corresponde à lesão cerebral resultante da interrupção aguda do fluxo sanguíneo arterial que pode surgir por uma obstrução do vaso provocada por um êmbolo/trombo (coágulo), pela pressão de perfusão cerebral insuficiente ou pela ruptura da parede da artéria. (SILVA, 2007, n.p.). Quanto ao subtipo são classificados como Transitório (AIT) onde há déficit neurológico por um curto período de tempo (aproximadamente 24 horas); Isquêmico (AVCI) onde há o dano permanente do tecido (necrose por isquemia) e o Hemorrágico (AVCH) que é caracterizado pelo excesso de sangue respondendo este último por 20% dos casos (OLIVEIRA, ANCHIETA e FERREIRA, 2012). A frequência de ocorrência do AVC em seus subtipos depende de uma série de fatores, mas pode se dizer que o AVCI é o mais comum com ocorrência entre 67 a 80% dos casos, sendo o AVCH dividido por frequência em hemorragia intracerebral – ocorrência entre 7 a 20% - e hemorragia subaracnóide com índices entre 1 a 13% (SPENCE e BARNETT apud KLEINDOFFER, 2006).
  • 15. 13 Assim sendo, para efeito de conhecimento, endossamos que o AVC caracteriza-se distintamente em três subtipos, sendo classificados como transitório (AIT) onde há insuficiência neurológica por um curto período de tempo, hemorrágico (AVCH), que é quando ocorre o rompimento de um vaso cerebral ocasionando um sangramento intraparenquimatoso ou subaracnóideo e como isquêmico (AVCI), que é quando há obstrução de um vaso sanguíneo, evitando assim o seu curso para as células cerebrais (BRASIL, 2013). Todavia, conforme tema proposto para a pesquisa será analisado e referenciado a partir deste ponto somente tópicos relativos ao AVCI, que é o objeto de estudo da presente pesquisa para posteriormente relacioná-lo a aplicação do método de diagnóstico por imagem adequado. 2.1Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI) Segundo Captan, 1989 e Kronzon e Tunick, 2006 o AVCI pode ser classificado em três subtipos: trombótico, embólico e hipoperfusão sistêmica. O subtipo trombótico pode ser definido quando ocorre inicialmente com a formação de um trombo intra-arterial “que vai posteriormente obstruir a circulação, causando a lesão isquêmica, ou vai liberar um fragmento (êmbolo) que obstruirá uma artéria distal (embolia artério-arterial)” (PROURGEN, 2008, p. 113). Ainda segundo PROURGEN, 2008, no que se refere ao subtipo embólico é correto dizer que se divide em quatro camadas distintas que se referem a fonte cardíaca desconhecida, provável fonte cardíaca, embolia artério-arterial e por último a fonte é desconhecida ou indeterminada. Finalmente quanto ao terceiro subtipo, a hipoperfusão sistêmica, diz-se que: A redução global da perfusão cerebral pode estar relacionada à falência de bomba cardíaca pós-parada, arritmia, infarto agudo do miocárdio, embolia pulmonar, tamponamento cardíaco ou sangramento. A hipoxemia secundária reduz ainda mais o aporte sangüíneo encefálico. Os sintomas são geralmente globais e não-focais, ao contrário das duas outras etiologias do AVCI. Os sinais neurológicos são geralmente bilaterais, porém podem
  • 16. 14 ser assimétricos na presença de doença vascular oclusiva prévia. É mais comum nas áreas supridas pelas grandes artérias, que são mais vulneráveis à hipoperfusão isquêmica. (PROURGEN, 2008, p. 115). De modo geral pode se dizer que o AVCI implica em uma diminuição do curso da circulação sanguínea em determinada área do encéfalo que pode ocorrer por uma oclusão completa ou incompleta de um vaso cerebral, tendo como resultado a suspensão da continuidade do volume sanguíneo circulante na região, interferindo diretamente nas atividades neurológicas. Há, porém que se falar que há casos em que esta redução do volume circulante no encéfalo ocorre de forma breve, em um período inferior a vinte e quatro horas e que segundo Melo Souza (2009) a perturbação no funcionamento cerebral pode cessar e o cérebro pode voltar a apresentar suas funções normais, o que é chamado de Acidente Isquêmico Transitório (AIT). 2.2Mecanismos e Causas Segundo Cohen (2001), o AVCI acontece no momento em que algum dos vasos pelos quais se faz a circulação do sangue na região do encéfalo, seja arterial ou venoso é obstruído, seja por placas arteroscleróticas ou trombo (coágulo sanguíneo) trazido pela circulação sanguínea de outra parte do corpo. No mesmo contexto, O’Sullivan (1993), relata que a arteriosclerose é a responsável pela formação de placas e decorre de forma lenta e progressiva no estreitamento do vaso acometido, diminuindo portanto, o fluxo sanguíneo tornando o vaso mais propenso a uma obstrução. Há ainda a trombose cerebral que decorre da formação de um trombo (coágulo sanguíneo) na chamada “luz do vaso”, sendo esses trombos provenientes de qualquer outra região do sistema venoso ou arterial, podendo ser transportado sob a forma de um êmbolo (O’SULLIVAN, 1993).
  • 17. 15 Os êmbolos cerebrais são pequenas porções de matéria como trombos, tecido, gordura, ar, bactérias, ou outros corpos estranhos, que são libertados na corrente sanguínea e que se deslocam até as artérias cerebrais, produzindo a oclusão e enfarte. (O’SULLIVAN, 1993, p. 18). Finalmente, o AVCI pode decorrer de um AIT, sendo de forma não permanente, mas que se refere também a uma obstrução mesmo que temporária do fornecimento do fluxo sanguíneo ao encéfalo. Dentre as causas que mais propiciam um ataque isquêmico encefálico, Brasil (2013) descreve que há fatores não modificáveis, fatores modificáveis e os riscos potenciais (Tabela 1). TABELA 1 – Fatores de Risco Associado ao AVC Grupo de risco não modificável Grupo de risco modificável Grupo de risco potencial - Idosos; - Sexo masculino; - Baixo peso ao nascimento; - Negros (por associação com hipertensão arterial maligna); - História familiar de ocorrência de AVC; - História pregressa de AIT; e - Condições genéticas como anemia falciforme. - Hipertensão arterial sistêmica; - Tabagismo; - Diabetes Mellitus; - Dislipidemia; - Fibrilação atrial; e - Outras doenças cardiovasculares. - Sedentarismo; - Obesidade; - Uso de contraceptivo oral; - Terapia de reposição hormonal pós-menopausa; - Alcoolismo; - Aumento da homocisteína plasmática; - Síndrome metabólica por aumento da gordura abdominal; e - Uso de cocaína e anfetaminas. Fonte: Adaptado de Brasil, 2013. Nota-se que fatores de risco não modificáveis são normalmente de cunho genético, não podendo o indivíduo alterar esta situação, enquanto os do grupo de risco dos fatores modificáveis, normalmente são patologias que podem ser controladas com medicamentos, dieta adequada e que por vezes estão associadas ao grupo de risco potencial, que aponta causas como sedentarismo e obesidade por exemplo como risco mas que também são fatores que normalmente podem ser evitados ou controlados.
  • 18. 16 2.3Fenômenos e Fatores Para Paulo et. al. (2009, apud SAPOSNIK e DEL BRUTO, 2003; MANSUR et. al., 2006 e BRASIL, 2007): Embora estime-se que dois terços das mortes por acidente vascular cerebral (AVC) ocorram em países em desenvolvimento, informações sobre epidemiologia, manejo e prognóstico nestes países são escassas. Nos últimos anos, o AVC tem sido identificado como a primeira causa de morte no Brasil. (PAULO et. al., 2009, apud SAPOSNIK e DEL BRUTO, 2003; MANSUR et. al., 2006 e BRASIL, 2007, p. 313). Segundo Mendes, Salomão e Santos (2013) referenciando em seu trabalho pesquisa levantada e publicada no sítio do Hospital Sírio-Libanês (2011): No Brasil, o AVC foi responsável por 10% dos óbitos (90.006 mortes) e 10% das internações hospitalares públicas em 2005, a taxa de incidência do AVC varia entre 137 e 168 por 100.000 habitantes, e os coeficientes de mortalidade por 100.000 habitantes variam de 60 a 105 por ano. Sendo que o AVCI é responsável por 85% dos casos de AVC’s, tendo uma taxa de mortalidade de 10% após 30 dias do mesmo. (MENDES, SALOMÃO e SANTOS, 2013 apud SÍRIO-LIBANÊS, 2011, p. 18). Percebe-se, independentemente do número de óbitos relacionados, o AVCI como causador de várias disfunções físicas e neurológicas em diferentes graus significando “perturbações, temporárias ou permanentes no nível de um órgão ou função (fisiológica, anatômica ou psicológica) que mudam o corpo, a aparência física” (MARTINS, 2002, p. 55). Para Leite, Lucato e Júnior (2011), dentre indivíduos que apresentaram o quadro de AVCI a maior parte teve sequela de limitação física e/ou neurológica, portanto com carência de tratamento de reparação das aptidões físicas, e que em sua grande maioria (70%) a recondução às suas atividades laborais se tornarão inviáveis, sendo que o restante precisará de algum acólito para execução de qualquer outro tipo de atividade que demande coordenação física-motora.
  • 19. 17 2.4Diagnóstico Diferencial A princípio o diagnóstico inicial é feito com o levantamento do histórico do paciente e o exame físico onde se certifica se há limitação presente, dificuldade da fala, perturbação ou distúrbio do nível de consciência, porém o diagnóstico diferencial é fundamental para descartar patologias semelhantes ou confirmar se o AVC é hemorrágico ou isquêmico. Segundo Oliveira (2013, apud YES e CHENG, 2009) é neste ponto então, que entra o diagnóstico por neuroimagem, que tem papel capital para se diferenciar o AVCI do AVCH, e até mesmo descartar as patologias descritas anteriormente. O que se pretende a partir deste ponto é demonstrar o diferencial do diagnóstico do AVCI pela RMN frente a outros métodos como a TC, visto que a TC produz imagens somente em cortes axiais utilizando para a produção de imagens radiação ionizante enquanto a RMN é um exame que apresenta vantagens, como a melhor resolução da imagem, além da possibilidade de estudo em planos diferentes da TC (cortes sagital, coronal, axial e oblíquo) e ausência de radiação ionizante (NETO e ELKIS, 2007).
  • 20. 18 3 RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR (RMN) É correto afirmar que atualmente a geração de imagens obtida pelo uso da RMN é um dos métodos de diagnóstico por imagem altamente utilizado e com crescimento acentuado, devido ao seu nível de desenvolvimento, grande capacidade de individualizar tecidos, tendo aplicação em qualquer parte do corpo, explorando aspectos anatômicos e funcionais (MAZZOLA, 2009). Pode ser descrita como um “fenômeno físico onde se obtém informação estrutural e dinâmica sobre a matéria, e que se baseia na detecção das propriedades magnéticas dos núcleos” (OLIVEIRA e BORDUQUI, 2012, p. 1) É uma técnica com grande aplicação na medicina onde imagens são produzidas em porções interiores do corpo humano, sendo obtidas por informações químicas e físicas das moléculas tendo sendo sua descoberta atribuída aos cientistas Felix Bloch e Edward Purcell que descreveram o fenômeno da RMN no ano de 1946, vindo a ganharem o prêmio Nobel em 1952 (HAGE e IWASAKI, 2009). Continuando, Chen, Pope e Ott (2012), apontam Raymond Damadiam no ano de 1971 demonstrando diferenças no tempo de relaxamento de tecidos e tumores distintos, o que levou os cientistas a considerarem a importância da RMN como um novo método para descoberta de patologias diversas. Em 1975, Richard Ernst usou a codificação de frequência e fase, bem como a transformada de Fourier, para formar a base das técnicas de ressonância magnética atual. Todos esses experimentos utilizaram campos magnéticos definidos [...]. A aplicação desses campos [...] permitiu a discriminação de vários sinais de diferentes localizações espaciais [...]. Essas imagens podem ser adquiridas em praticamente qualquer plano. (CHEN, POPE e OTT, 2012, p. 10). Mikami (2015) ressalta que no ano de 2003, os cientistas Lauterbur e Mansfield, lograram o prêmio Nobel de Medicina motivado por seus achados na utilização da RMN, demonstrando que o método da RMN apesar de relativamente novo é bastante promissor e que a utilização da técnica de RMN em muito evoluiu realmente, apresentando vantagens em relação a outros métodos de diagnóstico por
  • 21. 19 imagem, afinal o exame é um dos métodos de diagnóstico por imagem que não se vale de radiação ionizante na geração das imagens da parte interna do objeto de estudo, gerando com o auxílio de um campo magnético, imagens em cortes diversos e vem auxiliando com grande louvor o diagnóstico médico de paciente com quadro de AVCI, por exemplo (FELIX, 2009). 3.1 O Aparelho de Ressonância Magnética Nuclear Segundo Hoblos (2014) existem seis grandes fabricantes de equipamentos de Ressonância Magnética (Philips, GE, Siemens, Toshiba, Hitachi e Fonar) além de fornecedores de peças, materiais e insumos para utilização e manutenção de tais aparelhos. A seguir serão descritos as partes de um aparelho de Ressonância Magnética1 (Imagem - Anexo II): A. Magneto, que é a área de aquisição onde se encontra o campo magnético principal sendo classificados em:  Permanentes - que alcançam campo de até 0,3T;  Resistivos - que possuem potência até 0,5T;  Supercondutores - que possuem um campo de até 3T, para uso em seres humanos. Há também o que se denomina de magneto complementar que podem ser chamados de gradientes denominados x, y e z (Imagem - Anexo III), que são magnetos que auxiliam com menor potência que o magneto do campo principal, tendo o gradiente x o encargo por selecionar cortes sagitais, o gradiente y responsável por selecionar os cortes coronais, ficando por último o gradiente z que seleciona cortes axiais, sendo todos os gradientes tendo como função alterar o campo magnético para se selecionar o corte pretendido (FELIX, 2009). _________________________ 1 Extraído e adaptado de Felix, 2009
  • 22. 20 Ainda segundo Felix (2009) fazem parte ainda, as bobinas que são antenas transmissoras e receptoras de sinais de radiofrequência (RF), mapeando e codificando os sinais, sendo divididas em bobinas corpo que transmitem e recebem pulsos de RF emitidos pelo usuário, as bobinas de cabeça, que tem a mesma função da bobina corpo, tendo ainda as bobinas de superfícies, que são planas e flexíveis para recepção, sendo colocada em contato direto com a área de estudo (Imagem - Anexo IV) e finalmente a bobina Phase Array responsáveis por transmitir e receber sinais de RF, portadoras de múltiplos receptores de sinais, responsáveis por ampliar a qualidade da imagem produzida/gerada. Não se poderia deixar de salientar que as imagens produzidas na ressonância magnética têm espessuras variadas, chamadas de slice e que vão de 1 a 10 mm (Imagem - Anexo V), tendo o equipamento os valores específicos de seu modelo e marca do fabricante, portanto, por vezes há que se adaptarem tais espessuras de slices a determinados protocolos (FELIX, 2009). 3.2 Princípios Físicos da Ressonância Magnética Segundo Mazzola (2009), as características da RMN se originam da influência mútua entre um átomo e o campo magnético externo, acontecendo de fato que as partículas atômicas contendo momentos angular e magnético apresentam um movimento onde as moléculas de Hidrogênio procuram alinhar-se ao campo magnético, sendo que os prótons da molécula do hidrogênio movimentam-se ao redor do seu eixo longitudinal além de outro movimento circulatório também em torno de seu eixo, sendo os movimentos realizados de forma simultânea, como se estivessem imitando um pião quando estão sob um campo magnético (SILVEIRA, 2008). Considerando-se os principais átomos compositores do tecido humano sendo o hidrogênio, o oxigênio, o carbono, o fósforo, o cálcio, o flúor, o sódio, o potássio e o nitrogênio, elege-se o hidrogênio pelo fato do mesmo não possuir prótons e nêutrons em seu núcleo e ainda segundo Mazzola (2009) o hidrogênio é escolhido por três motivos básicos, descritos a seguir:
  • 23. 21 É encontrado em quantidade considerável no organismo humano, sabendo-se que chega a ser responsável por cerca de 10% do peso corpóreo, as peculiaridades nas imagens produzidas na RMN são bastante distintas entre a presença do hidrogênio em tecido normal no tecido portador de alguma patologia, e por último, sabe-se que o próton do elemento hidrogênio possuir maior momento de dipolo magnético de um elemento pontual, tendo assim suscetibilidade à Ressonância Magnética. O próton do hidrogênio age como uma pequena esfera possuindo movimento circular denominado spin em torno de seu próprio eixo (Imagem - Anexo VI) e como é carregado positivamente gera um campo magnético autônomo, tornando seu comportamento como o de um minúsculo imã (MAZZOLA, 2009). Ainda segundo Mazzola (2009): Quando o paciente é posicionado no interior do magneto e fica sob ação de um campo magnético de, por exemplo, 1,5 T, os prótons de hidrogênio irão se orientar de acordo com a direção do campo aplicado, como se fossem pequenas bússolas; porém, ao contrário das bússolas, que apontariam seu norte marcado na agulha para o sul magnético, os prótons de hidrogênio apontam tanto paralelamente quanto antiparalelamente ao campo. As duas orientações representam dois níveis de energia que o próton pode ocupar: o nível de baixa energia (alinhamento paralelo) e o nível de maior energia (alinhamento antiparalelo) [...] Como nas imagens a menor unidade será o voxel – sendo este da ordem de 1,0 mm3 ou mais –, é o efeito combinado dos prótons de hidrogênio que irá nos interessar. A magnetização resultante em cada voxel é o resultado da soma vetorial de todos os spins que resultaram do cancelamento mútuo. No equilíbrio, a magnetização resultante possui somente a componente horizontal, ao longo de B0. É fundamental que neste momento façamos a localização espacial do vetor magnetização. (MAZZOLA, 2009, ps. 118 - 119). Pode-se dizer, portanto que os spins alinhados paralelamente e antiparalelamente ao campo magnético realizam o movimento de precessão que consiste na mudança do eixo de rotação da molécula do hidrogênio, resultando na magnetização do tecido (Imagem - Anexo VII), sensibilizando adequadamente a estrutura a ser visualizada na RMN.
  • 24. 22 3.3 Técnicas de Exame Di (2009) e Oliveira, Anchieta e Ferreira (2012) apontam as seguintes técnicas como protocolo de RMN para exame do crânio e do encéfalo: a) Sequência ponderada em T1 Axial – Responsável pelo estudo da anatomia encefálica diferenciando-se o tecido gorduroso, tendo como característica na imagem o fato de que a água fica escura devido ao hiposinal, além da substância branca se apresentar mais clara que a substância cinzenta (Costa, 2015) - (Imagens - Anexos VIII e IX). b) Sequência ponderada em T2 Axial – Responsável pelo estudo do Líquido Céfalo-Raquidiano (LCR), visualizando-se os conteúdos de água, possuindo maior resolutividade para diferenciação entre a substância branca e a cinzenta; sendo a sua evidência a de que a água brilha nesta sequência devido ao que se chama de hipersinal (Costa, 2015) - (Imagens – Anexos VIII, IX e X). c) Sequência FLAIR (Fluid Atenuated Acquisition in Inversion Recovery) Axial – Seria como a imagem em sequência T2 com o apagamento do LCR. É bastante utilizada em neuro, pois anula o líquor evidenciando lesões hidratadas, edemas citotóxicos e vasogênicos (MENDES et. al. 2013; COSTA, 2015) - (Imagens - Anexos VIII e IX). d) Sequência em Difusão (DWI) Axial – Identifica o tecido cerebral já comprometido, age captando a movimentação das moléculas de água, com o objetivo de observar a difusão extracelular da água, sendo semelhante a sequência FLAIR, porém sem visualização da calota craniana e do tecido subcutâneo (MENDES et. al. 2013; COSTA, 2015), além de se visualizar a água parada pela restrição da difusão é interpretado como hipersinal na sequência de difusão (“sinal da lâmpada acesa”), fato importante, visto que este sinal antecede o hipersinal captado nas imagens em T2 (SANTOS; et. al., 2014) - (Imagens – Anexos VIII e IX). e) Sequência em Perfusão – Permite verificar o fluxo sanguíneo cerebral e o tempo médio de trânsito (MTT), pode ser gerado automaticamente pelo aparelho, sendo o fluxo selecionado (artérias e veias) e o cálculo realizado gerando um mapa.
  • 25. 23 Utilizado concomitantemente com a difusão identifica-se o que se chama de penumbra isquêmica, ou seja, área do cérebro ainda com possibilidade de recuperação se tratado adequadamente e em tempo hábil (Imagem - Anexo X).
  • 26. 24 4 A PESQUISA E SEU DESENVOLVIMENTO 4.1 Metodologia A metodologia utilizada para o desenvolvimento da presente pesquisa foi o de coleta de material bibliográfico diverso, pesquisas em sites de publicações acadêmicas confiáveis como SCIELO e PUBMED entre outros, em revistas, periódicos, além de pesquisas digitais em diversos sítios, onde através de levantamento e catalogação de amplo material bibliográfico conseguiu se coletar material suficiente para fundamentar a pesquisa através de elementos bibliográficos e estatísticos. A confecção desta pesquisa foi feita utilizando o processo metodológico qualitativo, que consiste em coletar dados descritivos elaborados por diversos autores em publicações diversas sempre correlacionadas ao tema levantado para estudo “onde o pesquisador se limita à descrição factual deste ou daquele evento” (TOZONI – REIS apud FRANCO, 1985, p. 35). Destarte, foi falado do AVC de uma forma mais abrangente, distinguindo os tipos de AVC, porém resumidamente no que tange à patologia distinta da escolhida para esta pesquisa que é o AVCI, tendo posteriormente sido discorrido sobre a patologia, adentrando na pesquisa do método de diagnóstico, que nesta pesquisa foi escolhido o método de RMN, objeto maior da pesquisa bibliográfica ora realizada. 4.2 Resultados Em uma pesquisa nacional realizada pelo IBGE (Gráfico 1), foram revelados números indicando o percentual de pessoas que referiram diagnóstico de AVC por região (R.), sendo que na sua totalidade a população pesquisada “em 2013, 1,5% referiu diagnóstico de AVC ou derrame, representando, aproximadamente 2,2 milhões de pessoas de 18 anos ou mais de idade.” (BRASIL; PNS, 2013).
  • 27. 25 GRÁFICO 1 – Proporção de pessoas maiores de 18 anos que referiram diagnóstico de AVC em pp. – Brasil - 2013 FONTE: IBGE, Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. Sabendo-se então que o AVCI é uma doença que está entre as quais mais deixam sequelas principalmente psicomotoras devido a obstrução do fluxo sanguíneo cerebral em alguma área específica do encéfalo ocasionando muitas vezes danos permanentes há que se conseguir então uma agilidade no diagnóstico da patologia, para que se ao menos tente se melhorar o prognóstico do paciente. Epidemiologicamente a proporção conforme demonstrado é de ocorrências de AVCI em relação ao AVCH na proporção de 2:1 (Gráfico 2). GRÁFICO 2 – Proporção de ocorrências do AVCI em relação ao AVCH FONTE: Spence e Barnett, 2012 0 2 4 6 8 10 AVCH 33% AVCI 67% - Brasil 1,5% R. Norte 1,6% R. Nordeste 1,7% R. Sudeste 1,4% R. Sul 1,5% R. Centro- Oeste 1,5%
  • 28. 26 Nota-se então, um maior número de ocorrências do AVCI em relação ao AVCH, fazendo com que se busque um método de diagnóstico por imagem que tenha resolutividade e capacidade de diferenciação eficaz entre os quadros apresentados. Em um levantamento bibliográfico incluindo teses, artigos e manuais de protocolos, especificamente na detecção do AVCI verificou-se que a esmagadora maioria dos autores credita uma maior sensibilidade na detecção de processos hemorrágicos cerebrais utilizando-se como meio de diagnóstico por imagem a RMN (Gráfico 3), considerando que aos primeiros sinais da instalação do quadro o exame consegue detectar através do protocolo da difusão a estrutura cerebral já em colapso, verificando-se além disso aliado ao protocolo de perfusão camadas do cérebro ainda com possibilidade de recuperação, aumentando assim a chances de um bom prognóstico. GRÁFICO 3 – Percentual de autores que relatam a superioridade da RMN em relação a TC no diagnóstico precoce do AVCI FONTE: A pesquisa Especificamente neste ponto, foi levantado um total de 21 autores que discorriam em seus trabalhos sobre a importância do diagnóstico precoce do AVCI, 82% 18% 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
  • 29. 27 sendo que deste total 17 (82%) relataram a maior sensibilidade e especificidade na diferenciação de tecidos infartados e em processo de sofrimento com o uso da RMN valendo-se principalmente da sequência ponderada em difusão associada à sequência em perfusão, restando apenas outros 4 autores (18%) defendendo o uso da TC como melhor conduta no diagnóstico do AVCI. Seguindo a mesma linha temática em uma pesquisa realizada pela Câmara Técnica de Medicina Baseada em Evidências da Unimed no ano de 2005 (Gráfico 4), também evidenciou-se ao longo da pesquisa relatos da diferença da sensibilidade de diferenciação das estruturas da RMN em relação a TC GRÁFICO 4 - Diferença de sensibilidade da RMN em relação a TC na identificação hiperaguda de AVC isquêmicos FONTE: Pesquisa Unimed, 2005 A pesquisa demonstrou segundo revisão prévia que a RMN apresenta uma sensibilidade de diferenciação de eventos nas estruturas cerebrais que pode chegar a 98%, ao passo que a TC apresenta essa mesma sensibilidade de diferenciação em um patamar bem inferior, chegando somente a 52% na sensibilidade relatada. TC - 52% RMN - 98% 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
  • 30. 28 Baseando-se, portanto, em diversos estudos realizados por outros autores, tenta-se com este trabalho demonstrar que a RMN está entre os melhores métodos de diagnóstico por imagem para se chegar a uma avaliação através da produção de imagem com fins diagnósticos, demonstrando que com a utilização da RMN para o diagnóstico do AVCI há uma superioridade em relação à outros métodos de diagnóstico, visto que a imagem, vista em tempo real, possibilita a visualização de áreas específicas do encéfalo, em planos diferentes dos apresentados na TC, além de se poder observar a irrigação local, observando-se o tamanho da lesão com a utilização do método de difusão na RMN, além de poder avaliar a circulação dos vasos utilizando-se o método de perfusão. Enfim, a RMN demonstrou ser o método de diagnóstico por imagem que apresenta agilidade no diagnóstico, precisão e a possibilidade de que se avalie imediatamente após o acidente isquêmico as características que decorreram por ocasião da patologia. 4.3 Discussão O Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI) é uma patologia que se caracteriza pela obstrução do fluxo sanguíneo de um vaso de irrigação cerebral e é uma das principais causas de lesões permanentes, sendo caracterizadas sob forma de sequelas e/ou incapacidades psicomotoras sejam elas permanentes ou transitórias em adultos (BARROS, FÁBIO e FURQUIM, 2006), e é a doença crônica não transmissível que mais mata no Brasil (BRASIL, 2014), sendo causado por interrupção do fluxo sanguíneo a uma determinada região encefálica, com duração dos sintomas maior que 24 horas e/ou presença de lesão cerebral pelos exames de imagem (LI, 2004). Sabe-se que a TC produz imagens somente em cortes axiais utilizando para a produção de imagens radiação ionizante enquanto a RMN é um exame que apresenta vantagens para o estudo do sistema nervoso, visto a melhor resolução da imagem, melhor contraste das substâncias branca e cinzenta, além da possibilidade
  • 31. 29 de estudo em diferentes planos (sagital, coronal, axial e oblíquo) e ausência de radiação ionizante (NETO e ELKIS, 2007). Anormalidades aparecem na RMN antes de serem vistas na TC, sendo a RMN muito superior na detecção de infartos do tronco cerebral e cerebelar, detectando hemorragias quão precoces elas sejam (MOSBY, 1998), o que segundo Mazzola (2009) pode estabelecer de maneira mais precisa a melhor forma de tratamento a ser seguido pelo paciente. Inicialmente diagnóstico inicial é feito com a anamnese do paciente e o exame físico onde se certifica se há limitações do tipo parestesia, hemiplegia, disartria ou dislalia presentes individualmente ou conjuntas, porém o diagnóstico diferencial é fundamental para descartar patologias semelhantes ou confirmar se o AVC é hemorrágico ou isquêmico. Nota-se, portanto, a importância do diagnóstico preciso e adequado para o diagnóstico do AVCI e que conforme Unimed (2005) o que se percebe é que como não há a possibilidade de se diferenciar no exame físico/clínico AVC’s isquêmicos ou hemorrágicos há deste modo a indicação do exame de diagnóstico por imagem, sendo neste momento,a escolha de um exame de diagnóstico por neuroimagem, que tem papel capital para se diferenciar o AVCI do AVCH, e até mesmo descartar as patologias descritas anteriormente (OLIVEIRA, 2013, apud YES e CHENG, 2009) Beauchamp e Bryan (1997) salientam que a RMN ponderada para difusão deve ser realizada, sendo mais valorosa que a própria Tomografia Computadorizada nas primeiras vinte e quatro horas para diagnóstico do AVCI Gagliardi (2004) aponta que: O diagnóstico preciso e precoce do AVC é de capital importância, haja vista ser o AVC uma emergência médica e o seu tratamento é tempo dependente. É fundamental que o médico tenha absoluta segurança diagnóstica para que possa iniciar o tratamento correto o mais rápido possível. Na pesquisa diagnóstica, o primeiro passo é a confirmação de que se trata de um AVC (afastando-se diagnósticos diferenciais), e, em seguida, se afirmativo, deve-se procurar as possíveis causas deste AVC. É importante que se mantenha esta seqüência para não se perder tempo precioso com a realização de exames complementares que não sejam absolutamente necessários em um determinado momento. Cada exame tem o seu tempo correto de realização. (GAGLIARDI, 2004, n.p.)
  • 32. 30 Considerando o exame de neuroimagem, sendo inicialmente os de escolha a TC ou RMN é sabido as vantagens da RMN para o estudo do sistema nervoso, visto a melhor resolução da imagem, melhor contraste das substâncias branca e cinzenta, além da possibilidade de estudo em diferentes planos (sagital, coronal, axial e oblíquo) e ausência de radiação ionizante (NETO e ELKIS, 2007). Em contra partida a TC vale-se de feixes paralelos orientados de raios-X que transpõe o paciente, mas que são absorvidos por esses tecidos, tendo como vantagem a rapidez, mas com qualidade inferior de imagem principalmente para a sustância branca do encéfalo. Mosby (1998) afirma que a RMN tem maior sensibilidade que a TC para a detecção de um AVCI recente, pois são percebidas alterações na RMN antes de serem detectadas na TC, sendo a ressonância superior no achado de sinais de infarto do tronco cerebral e cerebelar, detectando-se sinais hemorrágicos recentes. Mendes, Santos e Salomão (2013) em uma defesa de tese sobre o uso da RMN no diagnóstico do AVCI, elaboraram uma tabela com a conclusão de diversos autores corroborando da ideia de que o uso da RMN em uso dos protocolos básicos para exame neurológico (T 1, T 2 e FLAIR) associado ao uso da sequência em DWI + Perfusão é a conduta indicada quando se deseja diagnosticar especificamente o AVCI, desta forma, intencionalmente demonstrar-se-á parcialmente e de forma resumida a tabela descrita pelos autores supracitados (Tabela 2) para reforçar a discussão proposta na produção do presente trabalho. TABELA 2 – Conclusões de alguns autores em relação a RMN associado ao uso da sequência em difusão AUTOR/ANO CARACTERÍSTICAS ESTUDOS RESULTADOS/CONCLUSÕES Chaves et al, 2008 Foi usado o método de diagnóstico por imagem RM, com seqüência da difusão e perfusão para que tivesse o diagnostico da patologia O método da difusão demonstrou pequeno infarto na artéria terminal posterior direita e em complementação a perfusão diagnostico alterações isquêmicas e possíveis áreas de risco de AVCi.
  • 33. 31 Bastos et al, 2006 Neste trabalho o método de diagnostico por Imagem foi RM, usando o protocolo, Fluid attenuated inversion-rec overy(FLAIR), difusão e perfusão, que foram usados para o diagnostico do AVCi. Observou-se o comprometimento por estenose e a oclusão da artéria cerebral anterior que forma o circulo de Willis. E com uma melhor visualização do AVCi. Machado et al,2011 Foi utilizado o método de diagnostico por imagem ressonância magnética (RM), com as sequencias de perfusão e difusão, para a visualização do AVCi. Permitiu uma avaliação topográfica do tamanho da lesão isquêmica aguda e uma visualização de lesões pequenas e profundas e área afetada pelo AVCi Mendonça et al 2005 Utilizou a ressonância magnética com as devidas sequências, perfusão e difusão, para estudar á área afetada pelo AVCi, de uma mulher negra de 54 anos de idade após o inicio de hemiparesia direita e afasia global. O trabalho demonstra que tem um melhor diagnostico quando se usa as sequência de difusão e perfusão onde tem uma visualização de uma área com penumbra o culpando a artéria cerebral media esquerda. Ciriaco, et al, 2008 Esta pesquisa se baseia na ressonância magnética, com as sequências, 3D TOF-MOTSA (time-of-flight multiple overlapping thin-section acquisition), técnica Spin-eco com sequência pesada em T1 e após a administração endovenosa de contrate para magnético, técnica de turbo spin- eco pesada em T2 e técnica de FLAIR. As sequências de difusão e perfusão demonstraram lesão e síndrome de terço proximal e médio, lesão de tálamo e da região temporal. Mohr, et al, 1995 Usaram o método de diagnostico de ressonância magnética (RM), com as sequência de difusão, perfusão, angioressonancia, gradiente eco e FLAIR. Sendo que a sequência com maior sensibilidade e especificidade foi à difusão. Que caracterizou os contornos da lesão causa pelo o AVCI. E a perfusão permitiu a visualização da perfusão cerebral com uma área de penumbra FONTE: Adaptado de Mendes, Santos e Salomão, 2013 Visto que a difusão vem se mostrando o método mais eficiente para o diagnóstico do AVCI, será explanado sucintamente sobre o protocolo de DWI onde se registra a movimentação das moléculas da água realizada de forma randômica
  • 34. 32 decorrente de sua energia térmica própria, onde a difusão pesquisa a movimentação das moléculas da água e seu coeficiente de propagação é conceituada em mm2 /s, incluindo o movimento médio quadrado com o tempo de restrição, finalmente indicando de água mais móveis, caracterizando pelo coeficiente de difusão aparente (ADC) o movimento hídrico (MAAS e MUKHERJE, 2005; MENDES, SANTOS E SALOMÃO, 2013). Finalizando o tópico, verifica-se que para Mendes et. al. (apud MOHR et. al.,1995), o exame por imagem com maior sensibilidade demonstrou ser a RMN em relação à TC visto que especificamente a técnica de DWI observou-se os contornos da lesão decorrida do AVCI, culminando com o método de perfusão onde se visualizou o bombeamento de um líquido através dos tecidos mesmo com uma área de retraimento.
  • 35. 33 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao final do presente trabalho de conclusão de curso, percebe-se que o AVCI é uma patologia aguda que necessita de um diagnóstico rápido, preciso e seguro evidenciando que o método de diagnóstico em que se utiliza a RMN demonstrou estar entre os melhores métodos utilizados, e que apresenta superioridade sobre os demais métodos visto que produz imagens em diferentes planos, promovendo uma melhor visualização, permitindo a verificação do fluxo sanguíneo local, além de poder se precisar a extensão da lesão e principalmente ser um método de diagnóstico ao qual não se vale da utilização de radiação ionizante, o que acarreta menos prejuízos ao paciente. A RMN no diagnóstico do AVCI age como facilitador, visto que o método permite o diagnóstico da patologia em um tempo inferior aos demais métodos, podendo se analisar as imagens produzidas conclusivamente poucos minutos após a ocorrência / instalação do quadro isquêmico, o que evidentemente vem a melhorar o prognóstico da doença. Quanto à utilização da RMN em si, a literatura revisada demonstrou que para o diagnóstico do AVCI o método mostra-se bastante eficiente, visto que através da análise das imagens consegue-se perceber tenuidades não vistas em outros métodos, como pequenas quantidades de líquido intracelular característico quadro de AVCI. Evidenciou-se, portanto, que o uso da RMN, em específico o protocolo de sequência ponderada em difusão (DWI) é mais sensível para detecção de isquemia vascular cerebral tornando-se positiva minutos após o infarto, indicando sinais muito antes da TC, o que se chama de “sinal da lâmpada acesa”. Associados então ao protocolo de sequência em perfusão demonstraram serem os mais eficazes para a conclusão definitiva na avaliação das imagens produzidas, visto que o protocolo de perfusão se permite a observação e análise do fluxo sanguíneo cerebral, ao mesmo tempo em que o protocolo de difusão se permite a observação e análise da diminuição do movimento das moléculas de água intracelularmente ocorridas nos tecidos cerebrais provocados pelo quadro agudo de AVCI.
  • 36. 34 REFERÊNCIAS BARROS, Anna Flávia Ferraz; FABIO, Soraia Ramos Cabette; FURKIM, Ana Maria. Correlação entre os achados clínicos da deglutição e os achados da tomografia computadorizada de crânio em pacientes com acidente vascular cerebral isquêmico na fase aguda da doença. Arq. Neuro-Psiquiatr.. São Paulo, v. 64, n. 4, p. 1009-1014, 2006. BEAUCHAMP, N,J. BRYAN, R.N. Neuroimaging of stroke. In: Welch KMA. Caplan LR, Reis DJ, Siesjö BK, Weir B, editors. San Diego: Academic Press; 1997. p.599- 611. BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Saúde 2013: Percepção do estado de saúde, estilos de vida e doenças crônicas; Brasil, grandes regiões e Unidades da Federação. Rio de Janeiro, 2014. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populaca o/pns/2013/>. Acesso em: 02 set. 2015. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 664 de 12 de Abril de 2012 – Aprova o Protocolo Clinico e Diretrizes Terapêuticas – Trombólise no Acidente Vascular Cerebral Isquêmico Agudo - Anexo I.Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/PRT0664_12_04_2012.html. Acesso em: 08 set. 2015. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes de atenção à reabilitação da pessoa com acidente vascular cerebral. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. CAPTAN, L.R. Intracranial branch atheromatous disease: a neglected, understudied, and underuses concept. Neurology. 1989 Sep: 39:9. CHEN, Michael Y. M. POPE, Thomas L. OTT, David J. Radiologia Básica. 2ª Edição. AMGH Editora Ltda: São Paulo, 2012. COHEN, H. Neurociência para Fisioterapeutas. 2ª d. São Paulo: Manole, 2001. COSTA, Jezreel Correa. RM do crânio, Difusão (DWI). (2015). WebCanal de Imagenologia. Disponível em: <https://www.youtube.com/channel/UC5D4A2_oz ahAHGibDWJAp OA>. Acesso em: 29 out. 2015.
  • 37. 35 DÎ; Diagnóstico por Imagem. Manual de protocolos Ressonâcia Magnética. HAOC – RM 1,5 T. Versão 01 (2009). [s.n.]. FELIX, José Eduardo dos R. Ressonância Magnética (RM): Abordagem, dados técnicos e posicionamento do usuário. (2009). Disponível em: http://rle.dainf.ct.utfpr.edu.br/hipermidia/images/documentos/Ressonancia_magnetic a_abordagem_dados_tecnicos_posicionamento_do_usuario.pdf. Acesso em: 11 out. 2015. GAGLIARDI, Rubens J. A investigação na fase aguda do acidente vascular cerebral (AVC). Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo , v. 50, n. 2, p. 120, Apr. 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S01044230 2004000200018&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 20 out. 2015. GE – Healthcare. Propeller 3.0. Disponível em: <http://www3.gehealthcare.c om.br/pt-br/products/categories/ressonancia_magnetica/usculoskeletal_imaging/pro peller_30>. Acesso em: 18 out. 2015. GOOGLE - Imagens. Disponível em: <https://images.google.com/>. Acesso em: 18 set. 2015. GREENBERG, David A. AMINOFF, Michael J. SIMON, Roger P. Neurologia Clínica. 8ª ed. São Paulo: Artmed, 2012. FLEURY MEDICINA E SAÚDE. Estudo de perfusão cerebral por ressonância. Edição nº 3. São Paulo: Log & Print, 2009. HAGE, Maria C. F. N. Soares. IWASAKI, Masao. Imagem por ressonância magnética: princípios básicos. (2009). Ciência Rural, Santa Maria, v.39, n.4. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cr/v39n4/a147cr1097.pdf>. Acesso em: 10 out. 2015. HOBLOS, Kalid. Ressonância Magnética. Matéria publicada no sitio radiologiaxx. (2014). Disponível em: < http://radiologiaxx.blogspot.com. br/2014/02/ressonancia- magnetica.html>. Acesso em: 01 out. 2015. KRONZON, I. TUNICK, PA. Aortic atherosclerotic disease and stroke. Circulation. 2006 Jul: 4:11.
  • 38. 36 LEITE, Claudia da Costa; LUCATO, Leandro Tavares; JÚNIOR, Edson Amaro. Neurorradiologia, Diagnóstico por Imagens das Alterações Encefálicas. 2ª ed – Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2011. LI, Dini. Acidente vascular Cerebral. ABC da Saúde, 2004; 5-10. LINERA PRADO, J. Álvares. Resonancia magnética estructural en la epilepsia. Madrid, España: Elsevier Doyma, 2012. MAAS, Luiz C; MUKHERJE, Patrik. Diffusion MRI: Overview and clinical applications in neuroradiology. Journal Applied Radiology. USA, 2005. Disponivel em: < http://www.appliedradiology.com>. Acesso em: 18 out. 2015. MARINGOLO, Larissa Fernandes.; et. al. Acidente Vascular Encefálico. Ambulatório Neurovascular; Faculdade de Medicina de Marília. Famema, 2014. Disponível em: <http://slideplayer.com.br/slide/3170162/>. Acesso em: 29 out. 2015. MARTINS, T. Acidente Vascular Cerebral. Qualidade de vida e bem estar. Coimbra: Formasau, 2006. MAZZOLA, Alessandro A. Ressonância magnética: princípios de formação da imagem e aplicações em imagem funcional. Revista Brasileira de Física Médica, Brasil, 2009. Disponível em: <http://www.abfm.org.br/>. Acesso em: 07 set. 2015. MELO SOUZA, Sebastião E. de. Saiba mais: Acidente Vascular Cerebral Isquêmico. WEB; 2009. Disponível em:<http://www.neurologico.com.br/neurologi co2009/saiba_mais/Acidente%20Vascular%20Cerebral%20Isquemico1.pdf>. Acesso em: 18 set. 2015. MENDES, C. SANTOS, R. O. dos. G. SALOMÃO, R.C. A Utilização da Ressonância Magnética no Diagnôstico do Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI). 2013. Ipiranga Faculdades Integradas. Disponível em: <http://www.ipirangaeducacional.com.br/banco_arquivo/TCC%20BIBLIOTECA/ipiran ga_educacional61793f1bd64.pdf>. Acesso em: 03 set. 2015. MIKAMI, Gervásio. História da Ressonância Magnética. Publicado no Sítio Imagem em Medicina Esportiva e Ortopedia. (2015). Disponível em: <http://gmikami.blogspot.com.br/p/assuntos-gerais.html>. Acesso em: 08 out. 2015.
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  • 41. 39 ANEXOS Anexo I – IMAGEM: Local lesado x Cruzamento dos nervos x Lado com sintomas FONTE: Ribeiro, 2008
  • 42. 40 Anexo II – IMAGEM: Magneto do aparelho de Ressonância Magnética Nuclear (RMN) FONTE: Google Imagens
  • 43. 41 Anexo III – IMAGENS: Gradientes x, y e z com seus respectivos cortes FONTE: Silva, 2010
  • 44. 42 Anexo IV – IMAGENS: A. Bobina de Corpo / B. Bobina de Crânio / C. Bobina Flexível FONTE: Felix, 2009
  • 45. 43 Anexo V – IMAGEM: Slices que variam de 1 a 10 mm conforme projeto do fabricante FONTE: Felix, 2009
  • 46. 44 Anexo VI – IMAGEM: Representação dos prótons de forma aleatória, com alinhamento após a magnetização e a ampulheta formada pela precessão FONTE: Hage e Iwasaki, 2009
  • 47. 45 Anexo VII – IMAGENS: Direita - spins alinhados paralelamente e antiparalelamente ao campo magnético externo aplicado (eixo z), realizando movimento de precessão. Esquerda - Vetor magnetização resultante (M0) de um elemento de volume do tecido FONTE: Mazzola, 2009
  • 48. 46 Anexo VIII – IMAGENS: RMN Crânio em Cortes Axiais em sequência Básica: T1; T2 e FLAIR FONTE: Linera Prado, 2012
  • 49. 47 Anexo IX – IMAGENS: RMN Crânio em Cortes Coronais em sequência para AVC: T1; T2; FLAIR e DWI (Difusão) FONTE: Costa, 2015
  • 50. 48 Anexo X – IMAGENS: RMN Crânio em Perfusão (mapa) e Cortes Axiais para AVC: T2; DWI (Difusão) e MTT (Tempo Médio de Trânsito) FONTE: Maringolo et. al. 2014