SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 15
Baixar para ler offline
A VIAGEM AO ORIENTE:
ROTAS MARÍTIMAS… ABRAÇOS DE CULTURAS
Trabalho articulado entre a disciplinas de Português, Ed. Visual e a
Biblioteca Escolar no âmbito da 4.ª edição do projeto
LEITURAS D'ORIENTE E D'OCIDENTE
“Viagens ao Oriente com chá”
Leituras com Chá na Biblioteca Escolar no dia da sua inauguração
Alunos do 9º ano e secundário
LEITURAS COM CHÁ
A Taça de Chá, Almada Negreiros
https://bit.ly/2Gi34VU
https://bit.ly/2GxQnpo
https://bit.ly/2DkPJIo
https://bit.ly/2tdix0U
Leituras com chá
“O Louro Chá no Bule Fumegando”
de Pedro António Correia Garção, in 'Antologia Poética'
O louro chá no bule fumegando
De Mandarins e Brâmanes cercado;
Brilhante açúcar em torrões cortado;
O leite na caneca branquejando.
Vermelhas brasas, alvo pão tostado;
Ruiva manteiga em prato bem lavado;
O gado feminino rebanhado,
E o pisco Ganimedes apalpando;
A ponto a mesa está de enxaropar-nos.
Só falta que tu queiras, meu Sarmento,
Com teus discretos ditos alegrar-nos.
Se vens, ou caia chuva, ou brame o vento,
Não pode a longa noite enfastiar-nos,
Antes tudo será contentamento.
https://bit.ly/2tb95es
A Taça de Chá
de Almada Negreiros, in 'Frisos - Revista Orpheu nº1'
O luar desmaiava mais ainda uma
máscara caida nas esteiras bordadas.
E os bambús ao vento e os
crysanthemos nos jardins e as garças
no tanque, gemiam com elle a
advinharem-lhe o fim.
Em róda tombávam-se adormecidos os
idolos coloridos e os dragões alados.
E a gueisha, procelana transparente
como a casca de um ovo da Ibis,
enrodilhou-se num labyrinto que nem
os dragões dos deuses em dias de
lagrymas.
E os seus olhos rasgados, perolas de
Nankim a desmaiar-se em agua,
confundiam-se scintillantes no luzidio
das procelanas.
Elle, num gesto ultimo, fechou-lhe
os labios co'as pontas dos dedos, e
disse a finar-se:--Chorar não é
remedio; só te peço que não me
atraiçoes emquanto o meu corpo fôr
quente. Deitou a cabeça nas esteiras
e ficou. E Ella, num grito de garça,
ergueu alto os braços a pedir o Ceu
para Elle, e a saltitar foi pelos jardíns
a sacudir as mãos, que todos os que
passavam olharam para Ella.
Pela manhã vinham os visinhos em
bicos dos pés espreitar por entre os
bambús, e todos viram acocorada a
gueisha abanando o morto com um
leque de marfim.
A estampa do pires é igual.
Na ampla sala de jantar das tias velhas
O relógio tictaqueava o tempo mais devagar.
Ah o horror da felicidade que se não conheceu
Por se ter conhecido sem se conhecer,
O horror do que foi porque o que está está aqui.
Chá com torradas na província de outrora
Em quantas cidades me tens sido memória e choro!
Eternamente criança,
Eternamente abandonado,
Desde que o chá e as torradas me faltaram no coração.
Aquece, meu coração!
Aquece ao passado,
Que o presente é só uma rua onde passa quem me esqueceu...
Na ampla sala de jantar das tias velhas
de Álvaro de Campos
“Às vezes surpreendo-me com pessoas mortas há muito e
que parecem esperar de mim alguma coisa. Talvez que eu
demonstre conhecê-las e lhes fale.
Os mortos gostam que a gente fale com eles. Que sabemos
da morte?
Pode haver lugares selectos para as pessoas que amaram e
sofreram; uma primeira classe onde os sorrisos são
distribuídos como chávenas de chá.”
As Metamorfoses
de Agustina Bessa Luís
Gilberto Mendonça Teles
poeta e crítico literário brasileiro
A Jorge Amado
chá de poejo para o teu desejo
chá de alfavaca já que a carne é fraca
chá de poaia e rabo de saia
chá de erva-cidreira se ela for solteira
chá de beldroega se ela foge e nega
chá de panela para as coisas dela
chá de alecrim se ela for ruim
chá de losna se ela late ou rosna
chá de abacate se ela rosna e late
chá de sabugueiro para ser ligeiro
chá de funcho quando houver
caruncho
chá de trepadeira para a noite inteira
chá de boldo se ela pedir soldo
chá de confrei se ela for de lei
chá de macela se não for donzela
chá de alho para um ato falho
chá de bico quando houver fuxico
chá de sumiço quando houver enguiço
chá de estrada se ela for casada
chá de marmelo quando houver duelo
chá de douradinha se ela for gordinha
chá de fedegoso pra mijar gostoso
chá de cadeira para a vez primeira
chá de jalapa quando for no tapa
chá de catuaba quando não se acaba
chá de jurema se exigir poema
chá de hortelã e até manhã
chá de erva-doce e acabou-se
(pelo sim pelo não chá de barbatimão)
A casa da velha senhora fica na encosta do morro, tão bem situada que ali se
aprecia o bairro inteiro, e o mar é uma de suas riquezas visuais. Mas o
terreno em volta da casa vive ao abandono. O jardineiro despediu-se há
tempos; hortelão, não se encontra nem por milagre. A velha moradora
resigna-se a ver crescer a tiririca na propriedade que antes era um brinco.
Até cobra começou a passear entre a folhagem, com indolência; é uma
cobrinha de nada, mas sempre assusta.
O verdureiro que faz ponto na rua lá em baixo ofereceu-se para matá-la. A
boa senhora reluta, mas não pode viver com uma cobra tomando banho de
sol junto ao portão, e a bicha é liquidada a pau. Bom rapaz, o verdureiro,
cheio de atenções para com os fregueses. Na ocasião, um problema o
preocupa: não tem onde guardar à noite a carrocinha de verduras.
– Ora, o senhor pode guardar aqui em casa. Lugar não falta. – Muito
agradecido, mas vai incomodar a madame.
– Incomoda não, meu filho.
"Caso de Chá“- Conto de Carlos Drummond de Andrade
A carrocinha passa a ser recolhida nos fundos do terreno. Todas as manhãs o
dono vem retirá-la, trazendo legumes frescos para a gentil senhora. Cobra-
lhe menos e até não cobra nada. Bons amigos.
– Madame gosta de chá?
– Não posso tomar, me dá dispepsia, me põe nervosa.
– Pois eu sou doido por chá. Mas está tão caro que nem tenho coragem de
comprar. Posso fazer um pedido? Quem sabe se a madame, com esse
terreno todo sem aproveitar, não me deixa plantar uns pés, pouquinha coisa,
só para o meu consumo?
Claro que deixa. Em poucas horas o quintal é capinado, tudo ganha outro
aspeto. Mão boa é a desse moço: o que ele planta é viço imediato. A
pequenina cultura de chá torna alegre outra vez a terra abandonada. Não faz
mal que a plantação se vá estendendo por toda a área. A velha senhora sente
prazer em ajudar o bom lavrador. Alegando que precisa fazer exercício,
caminhando com cautela pois enxerga mal, ela rega as plantinhas, que lhe
agradecem a atenção prosperando rapidamente.
"Caso de Chá“- Conto de Carlos Drummond de Andrade
– Madame sabe: minha intenção era colher só uma pequena quantidade.
Mas o chá saiu tão bom que os parentes vivem me pedindo um pouco e eu
não vou negar a eles. É pena madame não experimentar. Mas não aconselho:
se faz mal, não deve mesmo tocar neste chá. O filho da velha senhora chegou
da Europa esta noite. Lá ficou anos estudando. Achou a mãe lépida, bem
disposta.
– E eu trabalho, sabe, meu querido? Todos os dias rego a plantação de chá
que um moço me pediu licença para fazer no quintal. Amanhã de manhã
você vai ver a beleza que está.
O verdureiro já havia saído com a carrocinha. A senhora estende o braço,
mostra com orgulho a lavoura que, pelo esforço em comum, é também um
pouco sua. O filho quase caiu duro:
– A senhora está maluca? Isso nunca foi chá, nem aqui nem na Índia. Isso é
maconha, mamãe!
"Caso de Chá“- Conto de Carlos Drummond de Andrade
Chá da china e
bolachas de açafrão
Oferta de tzurus
Bibliografia
Aldo, F. (5 de 11 de 2018). Conto: "Caso de Chá", por Carlos Drummond de Andrade.
Obtido de O Botequim: http://espacobotequim.blogspot.com/2011/12/conto-caso-de-
cha-por-carlos-drummond.html
Bessa-Luís, A., & Morais, G. (2007). As metamorfoses. Amadora: D. Quixote.
Citador. (29 de 10 de 2018). A Taça de Chá de Almada Negreiros. Obtido de Citador:
http://www.citador.pt/poemas/a-taca-de-cha-jose-sobral-de-almada-negreiros
Citador. (29 de 10 de 2018). O Louro Chá no Bule Fumegando de Pedro António Correia
Garção, in 'Antologia Poética' . Obtido de Citador: http://www.citador.pt/poemas/o-
louro-cha-no-bule-fumegando-pedro-antonio-correia-garcao
Na ampla sala de jantar das tias velhas de Álvaro de Campos. (29 de 10 de 2018). Obtido
de Arquivo Pessoa: http://arquivopessoa.net/textos/3234
Revista Prosa e Verso. (5 de 11 de 2018). A Jorge Amado, por Gilberto Mendonça Teles.
Obtido de Revista Prosa e Verso: https://www.revistaprosaversoearte.com/gilberto-
mendonca-teles-poemas/

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Na cozinha com adolfo 2012
Na cozinha com adolfo   2012Na cozinha com adolfo   2012
Na cozinha com adolfo 2012adolfoturbay
 
O pai august strindberg wrweirowerojworiwoir
O pai   august strindberg wrweirowerojworiwoirO pai   august strindberg wrweirowerojworiwoir
O pai august strindberg wrweirowerojworiwoirRodrigo Basilio
 
Mario de andrade_o_peru_de_natal
Mario de andrade_o_peru_de_natalMario de andrade_o_peru_de_natal
Mario de andrade_o_peru_de_natalAnaí Balardi
 
Diário 1 fascículos 1 e 2
Diário 1 fascículos 1 e 2Diário 1 fascículos 1 e 2
Diário 1 fascículos 1 e 2Trem Azul
 
Amansando O Papagaio
Amansando O PapagaioAmansando O Papagaio
Amansando O PapagaioJNR
 
Amansando O Papagaio
Amansando O PapagaioAmansando O Papagaio
Amansando O Papagaioguestc9a4f0
 
Cozinha De Afrodite
Cozinha De  AfroditeCozinha De  Afrodite
Cozinha De Afroditepenacozinha
 

Mais procurados (12)

Sopa De Pedras[1]
Sopa De Pedras[1]Sopa De Pedras[1]
Sopa De Pedras[1]
 
Na cozinha com adolfo 2012
Na cozinha com adolfo   2012Na cozinha com adolfo   2012
Na cozinha com adolfo 2012
 
Cherry Bom
Cherry BomCherry Bom
Cherry Bom
 
O pai august strindberg wrweirowerojworiwoir
O pai   august strindberg wrweirowerojworiwoirO pai   august strindberg wrweirowerojworiwoir
O pai august strindberg wrweirowerojworiwoir
 
à Sombra do flamboyant
à Sombra do flamboyantà Sombra do flamboyant
à Sombra do flamboyant
 
Mario de andrade_o_peru_de_natal
Mario de andrade_o_peru_de_natalMario de andrade_o_peru_de_natal
Mario de andrade_o_peru_de_natal
 
Diário 1 fascículos 1 e 2
Diário 1 fascículos 1 e 2Diário 1 fascículos 1 e 2
Diário 1 fascículos 1 e 2
 
Amansando O Papagaio
Amansando O PapagaioAmansando O Papagaio
Amansando O Papagaio
 
Amansando O Papagaio
Amansando O PapagaioAmansando O Papagaio
Amansando O Papagaio
 
Velhodahorta
VelhodahortaVelhodahorta
Velhodahorta
 
O velho da horta
O velho da hortaO velho da horta
O velho da horta
 
Cozinha De Afrodite
Cozinha De  AfroditeCozinha De  Afrodite
Cozinha De Afrodite
 

Semelhante a Leituras com chá

Semelhante a Leituras com chá (20)

Monteiro lobato -_Negrinha
Monteiro lobato -_NegrinhaMonteiro lobato -_Negrinha
Monteiro lobato -_Negrinha
 
Chapéu de Palha
Chapéu de PalhaChapéu de Palha
Chapéu de Palha
 
A_sorveteria_PNLD2020_PR.pdf
A_sorveteria_PNLD2020_PR.pdfA_sorveteria_PNLD2020_PR.pdf
A_sorveteria_PNLD2020_PR.pdf
 
A secretaria eletrônica 3m Direção: Mérice Netto
A secretaria eletrônica 3m Direção: Mérice NettoA secretaria eletrônica 3m Direção: Mérice Netto
A secretaria eletrônica 3m Direção: Mérice Netto
 
Caos
CaosCaos
Caos
 
O segredo
O segredoO segredo
O segredo
 
silo.tips_a-arvore-que-dava-dinheiro.pdf
silo.tips_a-arvore-que-dava-dinheiro.pdfsilo.tips_a-arvore-que-dava-dinheiro.pdf
silo.tips_a-arvore-que-dava-dinheiro.pdf
 
Natal
NatalNatal
Natal
 
Corpo do livro
Corpo do livroCorpo do livro
Corpo do livro
 
A moreninha-joaquim-manuel-de-macedo
A moreninha-joaquim-manuel-de-macedoA moreninha-joaquim-manuel-de-macedo
A moreninha-joaquim-manuel-de-macedo
 
Vila criança
Vila criançaVila criança
Vila criança
 
O Lado Escuro do Mar – Paula Ottoni – Cap.1
O Lado Escuro do Mar – Paula Ottoni – Cap.1O Lado Escuro do Mar – Paula Ottoni – Cap.1
O Lado Escuro do Mar – Paula Ottoni – Cap.1
 
Cocadinha
CocadinhaCocadinha
Cocadinha
 
Na aldeia
Na aldeiaNa aldeia
Na aldeia
 
Motivacao
MotivacaoMotivacao
Motivacao
 
As fadas
As fadasAs fadas
As fadas
 
Três Contos Populares Portugueses
Três Contos Populares PortuguesesTrês Contos Populares Portugueses
Três Contos Populares Portugueses
 
A BORBOLETA QUE DANÇOU DE MESTRA
A BORBOLETA QUE DANÇOU DE MESTRAA BORBOLETA QUE DANÇOU DE MESTRA
A BORBOLETA QUE DANÇOU DE MESTRA
 
Capítulo 2
Capítulo 2Capítulo 2
Capítulo 2
 
Capítulo 2
Capítulo 2Capítulo 2
Capítulo 2
 

Último

Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
A poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassA poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassAugusto Costa
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdfLeloIurk1
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxTainTorres4
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.silves15
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?AnabelaGuerreiro7
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -Aline Santana
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS MemoriaLibras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memorialgrecchi
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 

Último (20)

Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
A poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassA poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e Característicass
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS MemoriaLibras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 

Leituras com chá

  • 1. A VIAGEM AO ORIENTE: ROTAS MARÍTIMAS… ABRAÇOS DE CULTURAS Trabalho articulado entre a disciplinas de Português, Ed. Visual e a Biblioteca Escolar no âmbito da 4.ª edição do projeto LEITURAS D'ORIENTE E D'OCIDENTE “Viagens ao Oriente com chá” Leituras com Chá na Biblioteca Escolar no dia da sua inauguração Alunos do 9º ano e secundário
  • 2. LEITURAS COM CHÁ A Taça de Chá, Almada Negreiros https://bit.ly/2Gi34VU https://bit.ly/2GxQnpo https://bit.ly/2DkPJIo https://bit.ly/2tdix0U
  • 4. “O Louro Chá no Bule Fumegando” de Pedro António Correia Garção, in 'Antologia Poética' O louro chá no bule fumegando De Mandarins e Brâmanes cercado; Brilhante açúcar em torrões cortado; O leite na caneca branquejando. Vermelhas brasas, alvo pão tostado; Ruiva manteiga em prato bem lavado; O gado feminino rebanhado, E o pisco Ganimedes apalpando; A ponto a mesa está de enxaropar-nos. Só falta que tu queiras, meu Sarmento, Com teus discretos ditos alegrar-nos. Se vens, ou caia chuva, ou brame o vento, Não pode a longa noite enfastiar-nos, Antes tudo será contentamento. https://bit.ly/2tb95es
  • 5. A Taça de Chá de Almada Negreiros, in 'Frisos - Revista Orpheu nº1' O luar desmaiava mais ainda uma máscara caida nas esteiras bordadas. E os bambús ao vento e os crysanthemos nos jardins e as garças no tanque, gemiam com elle a advinharem-lhe o fim. Em róda tombávam-se adormecidos os idolos coloridos e os dragões alados. E a gueisha, procelana transparente como a casca de um ovo da Ibis, enrodilhou-se num labyrinto que nem os dragões dos deuses em dias de lagrymas. E os seus olhos rasgados, perolas de Nankim a desmaiar-se em agua, confundiam-se scintillantes no luzidio das procelanas. Elle, num gesto ultimo, fechou-lhe os labios co'as pontas dos dedos, e disse a finar-se:--Chorar não é remedio; só te peço que não me atraiçoes emquanto o meu corpo fôr quente. Deitou a cabeça nas esteiras e ficou. E Ella, num grito de garça, ergueu alto os braços a pedir o Ceu para Elle, e a saltitar foi pelos jardíns a sacudir as mãos, que todos os que passavam olharam para Ella. Pela manhã vinham os visinhos em bicos dos pés espreitar por entre os bambús, e todos viram acocorada a gueisha abanando o morto com um leque de marfim. A estampa do pires é igual.
  • 6. Na ampla sala de jantar das tias velhas O relógio tictaqueava o tempo mais devagar. Ah o horror da felicidade que se não conheceu Por se ter conhecido sem se conhecer, O horror do que foi porque o que está está aqui. Chá com torradas na província de outrora Em quantas cidades me tens sido memória e choro! Eternamente criança, Eternamente abandonado, Desde que o chá e as torradas me faltaram no coração. Aquece, meu coração! Aquece ao passado, Que o presente é só uma rua onde passa quem me esqueceu... Na ampla sala de jantar das tias velhas de Álvaro de Campos
  • 7. “Às vezes surpreendo-me com pessoas mortas há muito e que parecem esperar de mim alguma coisa. Talvez que eu demonstre conhecê-las e lhes fale. Os mortos gostam que a gente fale com eles. Que sabemos da morte? Pode haver lugares selectos para as pessoas que amaram e sofreram; uma primeira classe onde os sorrisos são distribuídos como chávenas de chá.” As Metamorfoses de Agustina Bessa Luís
  • 8. Gilberto Mendonça Teles poeta e crítico literário brasileiro A Jorge Amado chá de poejo para o teu desejo chá de alfavaca já que a carne é fraca chá de poaia e rabo de saia chá de erva-cidreira se ela for solteira chá de beldroega se ela foge e nega chá de panela para as coisas dela chá de alecrim se ela for ruim chá de losna se ela late ou rosna chá de abacate se ela rosna e late chá de sabugueiro para ser ligeiro chá de funcho quando houver caruncho chá de trepadeira para a noite inteira chá de boldo se ela pedir soldo chá de confrei se ela for de lei chá de macela se não for donzela chá de alho para um ato falho chá de bico quando houver fuxico chá de sumiço quando houver enguiço chá de estrada se ela for casada chá de marmelo quando houver duelo chá de douradinha se ela for gordinha chá de fedegoso pra mijar gostoso chá de cadeira para a vez primeira chá de jalapa quando for no tapa chá de catuaba quando não se acaba chá de jurema se exigir poema chá de hortelã e até manhã chá de erva-doce e acabou-se (pelo sim pelo não chá de barbatimão)
  • 9. A casa da velha senhora fica na encosta do morro, tão bem situada que ali se aprecia o bairro inteiro, e o mar é uma de suas riquezas visuais. Mas o terreno em volta da casa vive ao abandono. O jardineiro despediu-se há tempos; hortelão, não se encontra nem por milagre. A velha moradora resigna-se a ver crescer a tiririca na propriedade que antes era um brinco. Até cobra começou a passear entre a folhagem, com indolência; é uma cobrinha de nada, mas sempre assusta. O verdureiro que faz ponto na rua lá em baixo ofereceu-se para matá-la. A boa senhora reluta, mas não pode viver com uma cobra tomando banho de sol junto ao portão, e a bicha é liquidada a pau. Bom rapaz, o verdureiro, cheio de atenções para com os fregueses. Na ocasião, um problema o preocupa: não tem onde guardar à noite a carrocinha de verduras. – Ora, o senhor pode guardar aqui em casa. Lugar não falta. – Muito agradecido, mas vai incomodar a madame. – Incomoda não, meu filho. "Caso de Chá“- Conto de Carlos Drummond de Andrade
  • 10. A carrocinha passa a ser recolhida nos fundos do terreno. Todas as manhãs o dono vem retirá-la, trazendo legumes frescos para a gentil senhora. Cobra- lhe menos e até não cobra nada. Bons amigos. – Madame gosta de chá? – Não posso tomar, me dá dispepsia, me põe nervosa. – Pois eu sou doido por chá. Mas está tão caro que nem tenho coragem de comprar. Posso fazer um pedido? Quem sabe se a madame, com esse terreno todo sem aproveitar, não me deixa plantar uns pés, pouquinha coisa, só para o meu consumo? Claro que deixa. Em poucas horas o quintal é capinado, tudo ganha outro aspeto. Mão boa é a desse moço: o que ele planta é viço imediato. A pequenina cultura de chá torna alegre outra vez a terra abandonada. Não faz mal que a plantação se vá estendendo por toda a área. A velha senhora sente prazer em ajudar o bom lavrador. Alegando que precisa fazer exercício, caminhando com cautela pois enxerga mal, ela rega as plantinhas, que lhe agradecem a atenção prosperando rapidamente. "Caso de Chá“- Conto de Carlos Drummond de Andrade
  • 11. – Madame sabe: minha intenção era colher só uma pequena quantidade. Mas o chá saiu tão bom que os parentes vivem me pedindo um pouco e eu não vou negar a eles. É pena madame não experimentar. Mas não aconselho: se faz mal, não deve mesmo tocar neste chá. O filho da velha senhora chegou da Europa esta noite. Lá ficou anos estudando. Achou a mãe lépida, bem disposta. – E eu trabalho, sabe, meu querido? Todos os dias rego a plantação de chá que um moço me pediu licença para fazer no quintal. Amanhã de manhã você vai ver a beleza que está. O verdureiro já havia saído com a carrocinha. A senhora estende o braço, mostra com orgulho a lavoura que, pelo esforço em comum, é também um pouco sua. O filho quase caiu duro: – A senhora está maluca? Isso nunca foi chá, nem aqui nem na Índia. Isso é maconha, mamãe! "Caso de Chá“- Conto de Carlos Drummond de Andrade
  • 12. Chá da china e bolachas de açafrão
  • 14.
  • 15. Bibliografia Aldo, F. (5 de 11 de 2018). Conto: "Caso de Chá", por Carlos Drummond de Andrade. Obtido de O Botequim: http://espacobotequim.blogspot.com/2011/12/conto-caso-de- cha-por-carlos-drummond.html Bessa-Luís, A., & Morais, G. (2007). As metamorfoses. Amadora: D. Quixote. Citador. (29 de 10 de 2018). A Taça de Chá de Almada Negreiros. Obtido de Citador: http://www.citador.pt/poemas/a-taca-de-cha-jose-sobral-de-almada-negreiros Citador. (29 de 10 de 2018). O Louro Chá no Bule Fumegando de Pedro António Correia Garção, in 'Antologia Poética' . Obtido de Citador: http://www.citador.pt/poemas/o- louro-cha-no-bule-fumegando-pedro-antonio-correia-garcao Na ampla sala de jantar das tias velhas de Álvaro de Campos. (29 de 10 de 2018). Obtido de Arquivo Pessoa: http://arquivopessoa.net/textos/3234 Revista Prosa e Verso. (5 de 11 de 2018). A Jorge Amado, por Gilberto Mendonça Teles. Obtido de Revista Prosa e Verso: https://www.revistaprosaversoearte.com/gilberto- mendonca-teles-poemas/