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DESIGN DE
SOBRANCELHAS
Jessica Gabriele
da Silva Marques
Revisão técnica:
Mônica Magdalena Descalzo Kuplich
Mestrado em Genética e Toxicologia Aplicada
Especialização em Fisioterapia Dermatofuncional
Especialização em Acupuntura
Graduação em Fisioterapia
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB – 10/2147
M357e Marques, Jéssica Gabriele da Silva.
Design de sobrancelhas / Jéssica Gabriele da Silva
Marques; [revisão técnica : Mônica Magdalena Descalzo
Kuplich]. –Porto Alegre : SAGAH, 2018.
210 p.: il. ; 22,5 cm.
ISBN 978-85-9502-503-5
1. Estética. I. Título.
CDU 687.5.01
Introdução à
micropigmentação
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
„
„ Definir os conceitos teóricos da técnica de micropigmentação.
„
„ Reconhecer a aplicabilidade da técnica de micropigmentação.
„
„ Identificar as diferentes técnicas de micropigmentação para
sobrancelhas.
Introdução
Com o passar dos anos, a maquiagem foi ganhando muita importância
e destaque na sociedade, mais especificamente para as mulheres em
seus cuidados de beleza (MARTINS; MARTINS; MARTINS, 2009). Porém,
com a sobrecarga de atividades da contemporaneidade, soluções de
embelezamento mais duradouras e que facilitem o dia a dia da mulher
são cada vez mais procuradas. Esse é o caso da micropigmentação.
A micropigmentação permite corrigir falhas, proporcionando durabi-
lidade de até dois anos (dependendo da técnica eleita) para a correção.
Devido à evolução das tecnologias, que permitem resultados cada vez
mais naturais, a procura desse procedimento pelo público masculino
também vem aumentando dia após dia.
Neste capítulo, você vai conhecer os conceitos teóricos da micropig-
mentação, suas aplicabilidades e as diferentes técnicas voltadas para as
sobrancelhas.
Micropigmentação: conceito e aplicabilidades
A micropigmentação pode ser definida como técnica de implantação de pig-
mentos na camada subepidérmica da pele por meio de agulhas acopladas
a um indutor elétrico chamado dermógrafo. É utilizada tanto para fins de
embelezamento quanto para correções de distúrbios estéticos na imagem
facial e corporal. Por sua performance, tem se tornado muito reconhecida e
requisitada pelas mulheres e, aos poucos, tem entrado no universo masculino.
Ao longo dos anos, a micropigmentação recebeu diversas nomenclaturas, entre
elas: maquiagem semipermanente, dermopigmentação, microdermopigmentação e
micropigmentação dérmica. Comercialmente, porém, o termo micropigmentação
tem sido mais amplamente usado.
Existem diversas técnicas de micropigmentação e diversos efeitos que
podem ser alcançados em sobrancelhas, olhos, lábios, couro cabeludo, aréolas,
estrias, cicatrizes, entre outros. É consenso entre autores da área que, em
qualquer um de seus âmbitos de aplicação, devolve o bem-estar e melhora
a qualidade de vida das pessoas, amenizando o desconforto da aparência
inestética e proporcionando autoestima. Atualmente, a micropigmentação
divide-se em:
„
„ Micropigmentação estética: utilizada para criar efeitos de maquiagem,
como preenchimento de sobrancelhas, delineador de olhos, contorno e
preenchimento de lábios e rubor facial. Também pode ser usada para
disfarçar e corrigir olheiras e estrias.
„
„ Micropigmentação paramédica: utilizada para camuflagem de cicatri-
zes, de manchas de vitiligo, de alopecias (criando ilusão de presença de
cabelos no couro cabeludo), para ampliação ou reconstrução de aréola
mamária e para uniformização de cor em gengivas.
Outra técnica que tem ganhado espaço no mercado é o microblading, que
utiliza o tebori (indutor manual no qual se encaixa, na ponta, uma lâmina feita
por agulhas unidas lateralmente) para realizar a implantação do pigmento.
Embora a micropigmentação tenha surgido com base na técnica de tatua-
gem, e apesar da estreita relação entre elas, existem importantes diferenças.
Enquanto a tatuagem oferece permanência definitiva, a micropigmentação
tem duração de até no máximo dois anos (após esse período, começa a cla-
rear e apresentar falhas). A tatuagem deixa marca de cicatriz e tem bordas
Introdução à micropigmentação
2
extremamente definidas, oferecendo, em maquiagem, um resultado artificial.
A micropigmentação, por sua vez, quando aplicada da maneira correta, não
deixa marca de cicatriz, tem bordas suaves e proporciona um resultado muito
natural. Essas diferenças ocorrem principalmente devido à profundidade em
que o pigmento é inserido na pele. Os produtos, o equipamento e as técnicas
de implantação também são determinantes para o resultado do procedimento.
As tintas utilizadas na micropigmentação tem a finalidade de facilitar a
implantação dos pigmentos. Embora sejam formuladas especialmente para
interagirem com a pele por um período de tempo determinado, esse tempo
pode variar devido às características da pele, à idade, aos cuidados e à forma
de implantação da tinta. De acordo com Schuster (2017), as tintas específicas
para micropigmentação são compostas predominantemente por elementos
orgânicos. São eles: molhantes, diluentes, conservantes e pigmentos. Os três
primeiros são transparentes, e os pigmentos, por sua vez, são os responsáveis
pela formação da cor da tinta.
Se o pigmento for depositado em camada muito superficial, será removido
rapidamente no constante processo de renovação da pele. Se depositado em
camadas mais profundas, como a hipoderme, provavelmente será dissolvido
na corrente sanguínea.
Em tatuagem, as agulhas medem de 2 a 3 milímetros, conforme a espessura
da pele a ser trabalhada. De acordo com Giaretta (2015), o objetivo, nesse caso,
é atingir a derme reticular, provocando reações inflamatórias e processos
de necrose, seguidos da presença de tinta no interior dos fibroblastos. Além
disso, os pigmentos utilizados na tatuagem apresentam compostos policíclicos
inorgânicos de permanência definitiva (não são absorvidos pelo organismo).
Já na micropigmentação, as agulhas medem em torno de 1,5 milímetro.
Assim, o pigmento é inserido na derme papilar (também chamada camada
subepidérmica), promovendo reações inflamatórias e processos de reparo teci-
dual, seguidos da encapsulação dos pigmentos pelos macrófagos. Os pigmentos
utilizados apresentam tamanho molecular maior e característica orgânica.
Interação entre micropigmentação e pele
Para entender como a micropigmentação interage com a pele, é necessário
conhecer o processo inflamatório causado e o processo de recuperação da
pele. Segundo Kede e Sabatovich (2015), o processo de reparo residual é uma
resposta uniforme, dirigida pela liberação de mediadores químicos, que se dá
3
Introdução à micropigmentação
pela inflamação, em geral restrita à área sujeita à agressão de agentes lesivos
físicos, químicos ou biológicos.
A intensidade e a duração do reparo são determinadas tanto pela gravidade
do agente lesivo quanto pela capacidade de reação do organismo lesado. O
reparo é seguido por três etapas, mostradas na literatura da seguinte maneira:
a) Fase de inflamação aguda e subaguda: dura de 1 a 8 dias e consiste
em remover elementos prejudiciais e tecidos desvitalizados.
b) Fase de proliferação: dura de 3 dias a 3 semanas e consiste no pre-
enchimento da lesão, com três subfases — reepitelização, fibroplasia
e angiogênese.
c) Fase de remodelamento: dura de 6 meses a 2 anos e é a subtração da
cicatriz e o aumento da sua força tênsil.
Na micropigmentação, em especial, a interação do sistema imunológico
é peculiar. Apesar de se tratar de lesão superficial, são inseridos pigmentos
na pele. O tempo de reparo depende ainda das características da pele e do
sistema imunológico de cada cliente.
A fase inflamatória aguda dura em torno de um dia, tempo para os sinais e
sintomas de inflamação (como dor, calor e rubor) desaparecem. A fase subaguda
pode durar até 15 dias e é quando os macrófagos são estimulados a fagocitar o
pigmento para expulsá-lo do corpo. Porém, visto que essas partículas são muito
grandes e não é possível quebrá-las ou expulsá-las, o sistema imunológico cria
uma cápsula protetora em torno do pigmento e o isola (Figura 1).
Figura 1. Processo de fagocitose na micropigmentação.
Fonte: Adaptada de Giaretta (2015).
Agulha
Pigmento
Macrófagos
Moléculas
de sinalização
Células
master
Capilar
Células
vermelhas
Neutrófilos
Movimento
do fluido
Fagocitose
Introdução à micropigmentação
4
Na fase de proliferação, que é quando ocorre a reepitelização da lesão e
que pode iniciar antes mesmo de terminar a fase inflamatória aguda, forma-
-se uma crosta que, em sete dias, se desprende e cai, removendo consigo boa
parte do pigmento inserido no procedimento — razão pela qual o resultado
final é mais claro do que o resultado imediato. Uma vez que é uma lesão
superficial — cujo sangramento estanca após a compressão da zona —, pode
não ocorrer angiogênese nem fibroplasia. Da mesma forma, o remodelamento
não é visível, motivo pelo qual não apresenta cicatriz.
Contraindicações
De acordo com Giaretta (2015), a micropigmentação é um procedimento sério
que envolve importantes contraindicações. Por essa razão, recomenda-se
cuidado. É imprescindível a realização da ficha de anamnese a fim de verificar
a saúde geral do cliente, bem como a presença de contraindicações.
Há casos em que o cliente não vai poder ser submetido ao procedimento,
casos em que vai poder, mas somente mediante autorização médica, e casos
em que deverá estar ciente das implicações do resultado e comprometer-se a
seguir recomendações especiais.
Dentre a lista de clientes com contraindicação absoluta, podemos citar
as gestantes e lactantes, pois as alterações hormonais características desses
períodos podem interferir na sensibilidade e fixação do pigmento. Também
entram nessa categoria pacientes em tratamento quimio ou radioterápico, ou
que estejam usando medicamentos imunossupressores e corticoides, devido
à debilidade do sistema imunológico. Esses clientes só poderão realizar o
procedimento mediante alta médica.
Há algumas contraindicações que, se apresentadas pelo cliente, exigem
consentimento médico para que a micropigmentação seja realizada. São elas:
„
„ déficit circulatório (isquemia, anemia, deficiência vitamínica) ou hi-
pertensão, pois dificultam a nutrição tecidual e a migração das células
responsáveis pelo processo de cicatrização;
„
„ alterações da coagulação, hemofilia e uso constante de anticoagulantes,
pois prolongam o processo cicatricial e afetam a fixação dos pigmentos;
„
„ hipotireoidismo e insuficiência renal, hepática e respiratória, pois
deixam o sistema imune e energético debilitado, com processo de re-
cuperação deficiente, o que pode prolongar o tempo de cicatrização e
alterar a fixação dos pigmentos;
5
Introdução à micropigmentação
„
„ excesso de açúcar na circulação de pacientes diabéticos, pois isso gera
glicação não enzimática, uma reação bioquímica que debilita o sistema
de reparo tecidual. Os pacientes diabéticos devem estar com a taxa
de glicose controlada, caso contrário haverá falhas na regeneração e
problemas na inserção e fixação do pigmento.
A Figura 2 apresenta problemas no reparo tecidual pós-micropigmentação.
Figura 2. Problemas no reparo tecidual pós-micropigmentação.
Fonte: Adaptada de Africa Studio/Shutterstock.com.
Trauma grave e queimaduras na região a ser micropigmentada implicam
em contraindicação enquanto o tecido não estiver reparado. Após o reparo,
o profissional deve avaliar cuidadosamente as condições do tecido, pois, se
irregular, a fixação e coloração podem ficar desuniformes.
Apesar de o tabagismo não ser caracterizado como contraindicação, o
profissional deve alertar seu cliente de que a grande carga de radicais livres
Introdução à micropigmentação
6
circulantes nos fumantes atrapalha o processo de cicatrização, além de alterar
a tonalidade da pele, podendo influenciar no balanço da cor do pigmento.
Clientes que realizaram aplicação de injetáveis na região devem estar
cientes de que a trepidação da agulha, na micropigmentação com dermógrafo,
acelera a absorção do injetável, diminuindo seu tempo de ação.
Técnicas de micropigmentação de sobrancelhas
Em sobrancelhas, a micropigmentação tem ganho grande destaque nos últimos
tempos. O hábito de fazer design de sobrancelhas se tornou comum entre as
pessoas, pois oferece um resultado de correção ou embelezamento natural e
duradouro.
As técnicas e os materiais utilizados têm evoluído em grande escala, sendo
possível criar diversos efeitos, como:
„
„ preenchimento compacto, com acabamento e bordas bem definidas
(Figura 3a);
„
„ preenchimento esfumado, com contornos suaves e delicados (Figura 3b);
„
„ fio a fio, com o desenho de fios que imitam os fios naturais das so-
brancelhas da cliente, trazendo o preenchimento de falhas ou simples
destaque às sobrancelhas de maneira extremamente natural (Figura 3c).
Devido ao resultado mais marcante e artificial que proporciona, o clás-
sico preenchimento compacto, desenvolvido como a primeira técnica para
preenchimento de sobrancelhas por maquiagem semipermanente, tem sido
cada vez menos requisitado. Utilizando técnica intimamente semelhante à
da tatuagem, o preenchimento compacto é mais agressivo e gera maior risco
de saturação, isto é, resultado de cor acinzentada ou azulada por excesso de
pigmento depositado. Também é uma técnica que apresenta maior chance de
cicatrizes hipertróficas, devido à agressividade de implantação.
O preenchimento esfumado surge como alternativa para aquelas pessoas
que desejam um resultado mais natural, mas, ao mesmo tempo, com efeito de
maquiagem, e que apresente boa fixação (durabilidade). Com técnica ainda
semelhante à da tatuagem convencional, o preenchimento esfumado difere
em relação à quantidade de pigmento implantado e à técnica de marcação de
bordas, além de ter a profundidade de implantação diminuída.
7
Introdução à micropigmentação
Figura 3. (a) Técnica de preenchimento compacto.
(b) Técnica de preenchimento esfumado. (c) Técnica
de fio a fio.
Fonte: (a e b) ldutko/Shutterstock.com; (c) adaptada de
Dakalova Iuliia/Shutterstock.com.
a
b
c
As técnicas conhecidas por fio a fio estão, atualmente, ganhando espaço
no mercado de maneira exponencial. Embora ofereçam um resultado mais
natural, têm como desvantagem o período de permanência do pigmento, que
é de aproximadamente 12 meses, sendo necessário refazer procedimento
após esse período. As técnicas de fio a fio podem ser descritas conforme seus
diferentes efeitos:
Introdução à micropigmentação
8
„
„ Fio a fio degradée: também conhecida como técnica híbrida, é indi-
cada para quem tem muitas falhas ou pouquíssimos fios e deseja que
apareçam os fios pigmentados. Mescla as técnicas de traçado e pintura
(desenho de fios e preenchimento), sendo necessário utilizar dois tipos
de agulhas ou mesmo dois equipamentos distintos (dermógrafo e tebori).
„
„ Fio a fio bicolor ou tricolor: para o efeito mais preenchido, sem perder
a naturalidade, nessa técnica utiliza-se agulha monoponta no dermógrafo
ou mesmo uma lâmina fina no tebori, realizando os traços imitando
os fios naturais, porém intercalando duas ou três cores de pigmento.
O importante para o efeito visual natural é utilizar pigmentos de tipos
frios mesclados ao de tipo quente.
„
„ Efeito tridimensional: é a técnica mais utilizada por profissionais
experientes, pois oferece um efeito muito natural, sendo indicada para
quem tem pouca ou muita quantidade de pelos. Não resulta em bordas,
oferecendo um efeito mais escuro no centro das sobrancelhas, uma vez
que segue o direcionamento natural dos pelos do cliente.
„
„ Tridimensional esfumada: técnica utilizada para sobrancelhas largas
e falhadas, principalmente em rostos largos e grandes. Segue a proposta
da sobrancelha tridimensional, com um resultado mais leve. Apresenta
como desvantagem o pouco período de permanência do pigmento.
A criatividade dos profissionais e a evolução dos recursos e das tecnologias
empregadas nessas técnicas de embelezamento parecem não ter fim. É possível
eleger os métodos que melhor se adaptem aos desejos e às necessidades do
cliente. Outras técnicas têm sido desenvolvidas, embora ainda não tenham
sido documentadas em literatura científica.
Escolha da cor: colorimetria e análise da cor da pele
Apesar de parecer simples, a escolha adequada da cor é extremamente com-
plexa. Vários fatores são levados em consideração, como:
„
„ a composição das tintas;
„
„ a interação dos pigmentos das tintas com a cor superficial e a cor de
fundo da pele;
„
„ a temperatura das cores (quente ou fria);
„
„ a cor dos pelos;
„
„ o objetivo do cliente em relação ao resultado.
9
Introdução à micropigmentação
As cores, quando misturadas, reagem entre si, formando novas cores. O resultado das
misturas é representado pela Estrela Oswald.
As cores primárias são amarelo, azul e vermelho. As demais cores são
formadas a partir da mistura entre as cores primárias, ou seja, unindo as cores
primárias obtêm-se as cores secundárias. Por exemplo: azul com vermelho
forma a cor roxa; vermelho com amarelo forma a cor laranja; e amarelo com
azul forma a cor verde (LINO, 2016). Se misturadas as três cores primárias,
obtém-se o marrom.
Há ainda a possibilidade de graduações nas misturas, como: azul com um
pouco de vermelho forma a cor azul arroxeada; já o vermelho com um pouco
de azul forma o vermelho arroxeado. Da mesma forma, misturando as três
cores primárias, porém com predomínio de uma das cores, obtêm-se diferentes
graduações de marrom, como: mais quantidade de azul em relação ao amarelo
e vermelho forma o marrom azulado (chocolate), e mais quantidade de verme-
lho em relação ao amarelo e azul forma o marrom avermelhado (ferrugem).
O resultado das misturas pode ser visualizado em uma ferramenta cha-
mada Estrela Oswald, a qual mostra algumas cores em oposição entre si.
Essa representação demonstra a relação de complementariedade. Uma vez
que o marrom é produzido pela mistura das três cores primárias, quando
temos uma cor secundária (mistura de duas primárias), basta acrescentar a
primária faltante para obter o marrom. Assim, para tornar o verde (formado
da mistura do azul e amarelo) em marrom, basta misturar o vermelho (sua
cor complementar), e assim sucessivamente.
As cores são classificadas, ainda, em relação à sua temperatura. São consi-
deradas quentes as cores com predominância de vermelho e amarelo, e frias as
cores com predominância de azul. Por ser uma cor mais intensa e pigmentada,
a presença do azul torna o roxo e o verde cores frias. Já o laranja, o vermelho
e o amarelo (que não contêm azul na mistura) são cores quentes.
Introdução à micropigmentação
10
Devido às características dos tons de pele e pelos, geralmente as tintas de
micropigmentação são em tons de marrom. É importante o profissional saber
que a interação entre as cores funciona não só para a mistura de pigmentos
em tinta, mas pode ser vista na cor da pele humana, que também varia em
muitas nuances de marrom.
De acordo com Monteiro (2010), diferentes pigmentos orgânicos constituem
a cor regular da pele de cada indivíduo. Contudo, a cor da pele é influenciada
não só pelos pigmentos presentes em suas diferentes camadas, mas também
pelo seu efeito óptico de dispersão e por alterações vasculares.
Na camada mais superficial da pele, há a melanina e o caroteno. Na derme,
devido às projeções papilares dos capilares e plexos vasculares superficiais, há
a oxi-hemoglobina (vermelho) e a hemoglobina reduzida (azul). Já no tecido
subcutâneo, há o caroteno, a oxi-hemoglobina e a hemoglobina reduzida na
presença dos plexos vasculares mais profundos.
Produzida pelos melanócitos, a melanina é o principal pigmento que colore a pele e
os pelos. Há dois tipos de melanina produzidos por influência genética: a eumelanina
(com alto peso molecular, de cor marrom a negra, com temperatura de cor fria) e a
feomelanina (mais frágil, de cor amarela a vermelha e temperatura quente). A mela-
nina é distribuída na epiderme por vesículas chamadas melanossomas. Ao longo do
processo de renovação celular, pode ser degradada ou não. Assim, quanto mais clara
for a pele, mais degradada é a melanina. Em peles negras escuras, mantém-se íntegra
até a camada mais superficial. Nesse sentido, a cor da pele pode ser definida em seis
fototipos, conforme classificação de Fitzpatrick: variam do fototipo I (pele mais branca,
com predomínio de feomelanina e maior degradação ao longo da renovação epidér-
mica) ao fototipo VI (pele negra, constituída de eumelanina, sem sofrer degradação)
(KEDE; SABATOVICH, 2015).
O profissional precisa saber qual vai ser o resultado final da cor da micro-
pigmentação, que decorre da interação dos pigmentos da tinta com a cor da
pele do cliente. Sabendo avaliar a temperatura e, principalmente, a composição
das cores — tinta e pele —, o profissional vai ter êxito nos seus resultados.
11
Introdução à micropigmentação
Em clientes com pele quente, não se pode utilizar tinta marrom com predominância
de laranja, por exemplo. Se a pele for quente, porém clara, é indicado o uso de tinta
marrom esverdeada (porque o verde é equilibrado entre azul e amarelo e não fornece
um resultado muito escuro). Se for quente, porém escura, o ideal é utilizar uma tinta
marrom levemente azulada (o azul equilibrará a temperatura quente, mantendo o
resultadomarrom).Seaclientetiverpelefria,érecomendadoutilizarpigmentosmarrons
quentes, pois o uso de pigmentos frios implicará em resultado azulado ou acinzentado.
Pode-se,ainda,optarpormisturaraopigmentoescolhidoumagotadepigmentolaranja
caso deseje um resultado mais suave. Esse processo é chamado de aquecimento de cor.
Errar a escolha do pigmento pode resultar em sobrancelhas acinzentadas,
azuladas, arroxeadas, alaranjadas e, inclusive, avermelhadas. Isso acontece
porque não há o balanceamento da cor, ou seja, não ocorre a neutralização
adequada que permite a obtenção e fidedignidade da cor marrom. Para cor-
rigir esse problema, é necessário fazer o procedimento de neutralização, que
implica na introdução de pigmentos de cor complementar (a cor oposta à cor
das sobrancelhas, no círculo cromático).
Cuidados necessários pós-procedimento
O bom resultado depende também dos cuidados pós-procedimento. Uma vez
que a micropigmentação promove lesão na pele, com consequente recrutamento
do sistema imunológico para reparo tecidual, o cliente deve seguir as reco-
mendações descritas a seguir durante todo o processo de regeneração da pele.
A higienização da área micropigmentada deve ser realizada utilizando
apenas algodão umedecido em soro fisiológico, com leves movimentos do
centro para as extremidades. O algodão e o soro devem estar em boas condi-
ções de uso. A recomendação é que, depois de aberto, o soro fisiológico seja
acondicionado sob refrigeração e consumido em até 15 dias.
Ainda para auxiliar na proteção e no reparo é indicado aplicar a pomada
de dexpantenol ou o óleo de girassol sempre após a higienização. Nas primei-
ras horas após o procedimento, pode verter linfa e sangue na superfície da
pele, por isso a frequência da higienização no primeiro dia deve ser maior. É
fundamental que as sobrancelhas estejam sempre bem limpas e lubrificadas
enquanto há ainda a presença de crostas.
Introdução à micropigmentação
12
É importantíssimo recomendar que o cliente higienize muito bem suas
mãos sempre antes de fazer a higienização da área micropigmentada, a qual
deve ser realizada até que finde o processo de descamação e a pele esteja
íntegra. Como a injúria envolve a lesão da camada de proteção da pele, há
ali uma porta de entrada para contaminação por microrganismos, que pode
culminar em infecção caso o cliente ou alguém toque em suas sobrancelhas
com as mãos sujas. Ainda, é recomendável que o cliente evite ao máximo o
contato com animais muito próximo ao seu rosto durante a fase de reparo,
uma vez que os pelos e a pele dos animais podem ser fonte de microrganismos.
O profissional deve alertar o cliente sobre a possibilidade de infecção, para
que ele se comprometa a seguir corretamente as recomendações. Além disso,
deve alertá-lo sobre a probabilidade de haver reações adversas ao procedimento,
tais como alergias e edema.
O edema pós-procedimento pode ser simples e de fácil resolução, pois regride natural-
menteàmedidaqueafaseinflamatóriaagudapassa.Contudo,quandocombinadocom
a presença de secreção purulenta, dor, ardor e prurido, pode ser sinal de evento adverso,
o qual é caracterizado como resposta desfavorável do organismo durante o uso de uma
substância, sem necessariamente ser causada por ela (as causas podem ser interação
química entre outras substâncias, exageros na resposta imune ou ainda contaminação
microbiana). Um evento adverso somente será considerado como reação adversa se for
comprovado que ocorreu devido ao uso da substância em questão (reação alérgica ou
de hipersensibilidade). Nesses casos, o auxílio médico é indispensável.
A imagem a seguir mostra um caso de evento adverso em que a cliente se submeteu a
vapores liberados por escova progressiva em salão de beleza logo após o procedimento
de micropigmentação, ocasionando a exacerbação do processo inflamatório agudo
devido à interação dos componentes químicos envolvidos.
13
Introdução à micropigmentação
Para evitar eventos adversos secundários como, por exemplo, reações de
hipersensibilidade ao uso de outros produtos na área da lesão, o cliente não
deve utilizar sabonetes, maquiagens, loções, óleos, pomadas, cremes, filtro
solar ou qualquer outro produto que não seja recomendado pelo profissional
durante o período de regeneração.
Não é permitido molhar a área micropigmentada com água de chuveiro,
piscina, praia, nem mesmo com xampu e condicionador nos primeiros dias.
Dessa forma, no banho, deve-se passar uma camada generosa de pomada de
dexpantenol, que impedirá a permeação da água e de produtos nas sobrance-
lhas. Também não pode utilizar produto abrasivo, como esfoliantes físicos ou
peelings químicos, nem mesmo cremes ou sabonetes com ácido nos primeiros
60 dias. Esses produtos acabam favorecendo o clareamento das sobrancelhas,
o que não é desejável.
Deve-se deixar claro que é importante o cliente contatar o profissional caso
qualquer intercorrência aconteça. Ainda que o cliente não entre em contato,
recomenda-se que o profissional o procure no segundo ou no terceiro dia para
se certificar de que tudo está correndo bem. No caso de reação alérgica ou
evento adverso, como infecção, é imprescindível buscar auxílio médico. Em
caso de simples edema, a recomendação é que a região seja coberta com filme
plástico e que sejam feitas compressas de gelo.
Embora não recomendado nos primeiros dias, após o término da desca-
mação é essencial o uso do filtro solar na região micropigmentada, pois a
radiação solar pode intervir também na qualidade do resultado. Dentro do
possível, é recomendável evitar a exposição ao sol durante os primeiros dias,
já que não há possibilidade de aplicar o filtro nesse período.
No mecanismo de reparo, há formação de crostas na área micropigmentada,
as quais se desprendem e caem naturalmente. É vetado ao cliente removê-las,
pois elas fazem parte do reparo e servem como barreira de proteção. Retirá-las
antes do tempo deixa a pele, que ainda não está íntegra, novamente exposta
e resulta em falhas no resultado da micropigmentação.
1. A profundidade que a agulha
penetra na pele é determinante para
o resultado do procedimento de
micropigmentação. Se o pigmento
for depositado em camada
muito superficial, será removido
rapidamente no constante processo
de renovação da pele. Se depositado
Introdução à micropigmentação
14
em camadas mais profundas,
como a hipoderme, provavelmente
será dissolvido na corrente
sanguínea. Assinale a alternativa
que indica a profundidade ideal no
procedimento de micropigmentação
em sobrancelhas.
a) O pigmento deve ser inserido
na derme reticular, com
profundidade de 3 milímetros.
b) O procedimento de
implantação de pigmentos
deve ser feito nas camadas
mais profundas da epiderme.
c) A profundidade deve ser entre
1,5 e 3 milímetros, nas camadas
mais profundas da epiderme.
d) O pigmento deve ser inserido
na camada subepidérmica, com
profundidade de 1,5 milímetro.
e) O pigmento deve ser aplicado
na camada subepidérmica, com
profundidade de 2 milímetros.
2. Existem importantes
contraindicações que impedem
o cliente de ser submetido ao
processo de micropigmentação,
ou seja, fatores que impedem um
resultado plenamente satisfatório.
Dentre eles estão o tabagismo, a
gestação e a diabetes. Assinale a
opção que justifica corretamente
as contraindicações e os fatores
apontados (na ordem correta).
a) O tabagismo prolonga o
processo cicatricial, e a
tonalidade diferente da pele
pode influenciar no balanço
do pigmento; as alterações
hormonais causadas pela
gestação podem interferir
na sensibilidade e fixação
do pigmento; na diabetes, a
trepidação da agulha acelera a
absorção do produto na pele.
b) No tabagismo, a carga de
radicais livres atrapalha o
processo de cicatrização, e a
tonalidade diferente da pele
pode influenciar no balanço do
pigmento; durante a gestação,
as alterações hormonais podem
interferir na sensibilidade e
fixação do pigmento; no caso
da diabetes, a glicação não
enzimática dificulta o processo
de regeneração tecidual.
c) No tabagismo, o tecido irregular
pode ter fixação e coloração
desuniformes, o que pode
influenciar no balanço de cor do
pigmento; durante a gestação,
os sistemas imune e enérgico
debilitados deixam o processo
de recuperação deficiente; na
diabetes, o excesso de açúcar
disponível na circulação de quem
tem diabetes dificulta o processo
de regeneração tecidual.
d) No tabagismo, o balanço da
cor do pigmento pode ser
desuniforme devido à tonalidade
diferente da pele; durante a
gestação, os sistemas imune e
enérgico debilitados dificultam
a formação de novas fibras
de colágeno e a degradação
de antigas; na diabetes, o
excesso de açúcar disponível
na circulação de quem tem
diabetes deixa o processo de
recuperação deficiente.
e) O tabagismo provoca isquemia e
anemia, e a tonalidade diferente
da pele pode interferir no
balanço de cor do pigmento; as
alterações hormonais causadas
15
Introdução à micropigmentação
pela gestação podem interferir
na sensibilidade e fixação
do pigmento; na diabetes,
a trepidação causada pelo
excesso de açúcar acelera a
absorção do produto na pele.
3. Vários fatores são levados em
consideração na escolha adequada
do pigmento, como: a cor dos
pelos; a composição de cor da
tinta; a interação dos pigmentos
com a cor da pele; a temperatura
das cores (quente ou fria); e o
objetivo do cliente em relação ao
resultado. Assinale a alternativa
que representa corretamente a
composição da cor da pele.
a) A cor da pele é influenciada
pelos pigmentos presentes em
suas diferentes camadas, pelo seu
efeito óptico de dispersão e por
alterações vasculares. Na derme,
há a melanina e o caroteno.
b) A cor da pele é influenciada
pelos pigmentos presentes
em suas diferentes camadas,
pelo seu efeito óptico de
acumulação e por alterações
vasculares. Na derme, há a
oxi-hemoglobina (vermelho) e
a hemoglobina reduzida (azul).
c) A cor da pele é influenciada
pelos pigmentos presentes em
suas diferentes camadas, pelo seu
efeito óptico de dispersão e por
alterações vasculares. Na camada
mais profunda da pele, há oxi-
hemoglobina e hemoglobina
reduzida na presença dos plexos
vasculares mais superficiais.
d) A cor da pele é influenciada
pelos pigmentos presentes em
suas diferentes camadas, pelo
seu efeito óptico de acumulação
e por alterações vasculares.
No tecido subcutâneo, há o
caroteno, a oxi-hemoglobina
e a hemoglobina reduzida
na presença dos plexos
vasculares mais profundos.
e) A cor da pele é influenciada
pelos pigmentos presentes em
suas diferentes camadas, pelo
seu efeito óptico de dispersão
e por alterações vasculares. Na
camada mais superficial da pele,
há a melanina e o caroteno.
4. Os pigmentos são os elementos
responsáveis pela formação da cor
da tinta para micropigmentação.
Devido às características dos tons
de pele e pelos, geralmente essas
tintas são em tons de marrom. O
marrom é obtido por meio das três
cores primárias: amarelo, vermelho
e azul. Assinale a alternativa
que represente a obtenção
correta da cor marrom fria.
a) Vermelho, amarelo e roxo, com
predominância de amarelo.
b) Amarelo, roxo e azul, com
predominância do roxo.
c) Azul, laranja e vermelho, com
predominância de laranja.
d) Vermelho, amarelo e verde, com
predominância de vermelho.
e) Vermelho, roxo e azul, com
predominância de azul.
5. Há possibilidade de haver eventos
adversos ao procedimento de
micropigmentação caso o cliente
não tome os cuidados indicados
ou por características peculiares
do seu sistema imunológico.
Assinale a alternativa que representa
as condutas e recomendações
corretas no que diz respeito
a essas intercorrências.
Introdução à micropigmentação
16
GIARETTA, E. Dermopigmentação: arte e responsabilidade. Rio de Janeiro: Livre Ex-
pressão, 2015.
KEDE, M. P. V.; SABATOVICH, O. Dermatologiaestética. 3. Rio de Janeiro: Atheneu, 2015.
LINO, V. Colorimetria aplicada à micropigmentação. VLEstética, São Paulo, 2016. Dispo-
nível em: <https://s3.amazonaws.com/wix-anyfile/qiOoK3SMTX2hqfmyC0DE_AP%20
VLestetica%20-%20colorimetria%20aplicada.pdf>. Acesso em: 16 jul. 2018.
MARTINS, A.; MARTINS, M.; MARTINS, M. Micropigmentação: a beleza feita com arte.
São Paulo: Livraria Médica Paulista, 2009.
MONTEIRO, E. O. Cor da pele e pigmentos. Revista Brasileira de Medicina, São Paulo, v.
67, p. 5-10, dez. 2010. Especial dermatologia. Disponível em: <http://www.moreirajr.
com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=4484>. Acesso em: 16 jul. 2018.
SCHUSTER, A. A movimentação do pigmento dentro da pele. RevistaPigment, Rússia,
v. 05, p. 102-103, 2017.
a) Em caso de edema, recomendar
que a região seja coberta com
filme plástico e que o cliente faça
compressas de água morna. Já
no caso de infecção ou reação
alérgica, indicar auxílio médico.
b) Em caso de infecção, indicar o
uso de sabonete específico para
lavar a área. Se houver edema
simples, indicar auxílio médico.
c) Em caso de simples edema,
recomendar que a região seja
coberta com filme plástico e
que o cliente faça compressas
com gelo. Já no caso de
infecção ou reação alérgica,
indicar auxílio médico.
d) Em caso de edemas e infecções,
indicar um médico. Já o
tratamento de reações alérgicas
pode ser feito cobrindo a
região com filme plástico e
aplicando compressas de gelo.
e) Em caso de edemas e reações
alérgicas, indicar cobrir a
região com filme plástico e
aplicar compressas de gelo.
Para os casos de infecção,
indicar auxílio médico.
17
Introdução à micropigmentação
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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  • 2. Revisão técnica: Mônica Magdalena Descalzo Kuplich Mestrado em Genética e Toxicologia Aplicada Especialização em Fisioterapia Dermatofuncional Especialização em Acupuntura Graduação em Fisioterapia Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB – 10/2147 M357e Marques, Jéssica Gabriele da Silva. Design de sobrancelhas / Jéssica Gabriele da Silva Marques; [revisão técnica : Mônica Magdalena Descalzo Kuplich]. –Porto Alegre : SAGAH, 2018. 210 p.: il. ; 22,5 cm. ISBN 978-85-9502-503-5 1. Estética. I. Título. CDU 687.5.01
  • 3. Introdução à micropigmentação Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: „ „ Definir os conceitos teóricos da técnica de micropigmentação. „ „ Reconhecer a aplicabilidade da técnica de micropigmentação. „ „ Identificar as diferentes técnicas de micropigmentação para sobrancelhas. Introdução Com o passar dos anos, a maquiagem foi ganhando muita importância e destaque na sociedade, mais especificamente para as mulheres em seus cuidados de beleza (MARTINS; MARTINS; MARTINS, 2009). Porém, com a sobrecarga de atividades da contemporaneidade, soluções de embelezamento mais duradouras e que facilitem o dia a dia da mulher são cada vez mais procuradas. Esse é o caso da micropigmentação. A micropigmentação permite corrigir falhas, proporcionando durabi- lidade de até dois anos (dependendo da técnica eleita) para a correção. Devido à evolução das tecnologias, que permitem resultados cada vez mais naturais, a procura desse procedimento pelo público masculino também vem aumentando dia após dia. Neste capítulo, você vai conhecer os conceitos teóricos da micropig- mentação, suas aplicabilidades e as diferentes técnicas voltadas para as sobrancelhas. Micropigmentação: conceito e aplicabilidades A micropigmentação pode ser definida como técnica de implantação de pig- mentos na camada subepidérmica da pele por meio de agulhas acopladas a um indutor elétrico chamado dermógrafo. É utilizada tanto para fins de
  • 4. embelezamento quanto para correções de distúrbios estéticos na imagem facial e corporal. Por sua performance, tem se tornado muito reconhecida e requisitada pelas mulheres e, aos poucos, tem entrado no universo masculino. Ao longo dos anos, a micropigmentação recebeu diversas nomenclaturas, entre elas: maquiagem semipermanente, dermopigmentação, microdermopigmentação e micropigmentação dérmica. Comercialmente, porém, o termo micropigmentação tem sido mais amplamente usado. Existem diversas técnicas de micropigmentação e diversos efeitos que podem ser alcançados em sobrancelhas, olhos, lábios, couro cabeludo, aréolas, estrias, cicatrizes, entre outros. É consenso entre autores da área que, em qualquer um de seus âmbitos de aplicação, devolve o bem-estar e melhora a qualidade de vida das pessoas, amenizando o desconforto da aparência inestética e proporcionando autoestima. Atualmente, a micropigmentação divide-se em: „ „ Micropigmentação estética: utilizada para criar efeitos de maquiagem, como preenchimento de sobrancelhas, delineador de olhos, contorno e preenchimento de lábios e rubor facial. Também pode ser usada para disfarçar e corrigir olheiras e estrias. „ „ Micropigmentação paramédica: utilizada para camuflagem de cicatri- zes, de manchas de vitiligo, de alopecias (criando ilusão de presença de cabelos no couro cabeludo), para ampliação ou reconstrução de aréola mamária e para uniformização de cor em gengivas. Outra técnica que tem ganhado espaço no mercado é o microblading, que utiliza o tebori (indutor manual no qual se encaixa, na ponta, uma lâmina feita por agulhas unidas lateralmente) para realizar a implantação do pigmento. Embora a micropigmentação tenha surgido com base na técnica de tatua- gem, e apesar da estreita relação entre elas, existem importantes diferenças. Enquanto a tatuagem oferece permanência definitiva, a micropigmentação tem duração de até no máximo dois anos (após esse período, começa a cla- rear e apresentar falhas). A tatuagem deixa marca de cicatriz e tem bordas Introdução à micropigmentação 2
  • 5. extremamente definidas, oferecendo, em maquiagem, um resultado artificial. A micropigmentação, por sua vez, quando aplicada da maneira correta, não deixa marca de cicatriz, tem bordas suaves e proporciona um resultado muito natural. Essas diferenças ocorrem principalmente devido à profundidade em que o pigmento é inserido na pele. Os produtos, o equipamento e as técnicas de implantação também são determinantes para o resultado do procedimento. As tintas utilizadas na micropigmentação tem a finalidade de facilitar a implantação dos pigmentos. Embora sejam formuladas especialmente para interagirem com a pele por um período de tempo determinado, esse tempo pode variar devido às características da pele, à idade, aos cuidados e à forma de implantação da tinta. De acordo com Schuster (2017), as tintas específicas para micropigmentação são compostas predominantemente por elementos orgânicos. São eles: molhantes, diluentes, conservantes e pigmentos. Os três primeiros são transparentes, e os pigmentos, por sua vez, são os responsáveis pela formação da cor da tinta. Se o pigmento for depositado em camada muito superficial, será removido rapidamente no constante processo de renovação da pele. Se depositado em camadas mais profundas, como a hipoderme, provavelmente será dissolvido na corrente sanguínea. Em tatuagem, as agulhas medem de 2 a 3 milímetros, conforme a espessura da pele a ser trabalhada. De acordo com Giaretta (2015), o objetivo, nesse caso, é atingir a derme reticular, provocando reações inflamatórias e processos de necrose, seguidos da presença de tinta no interior dos fibroblastos. Além disso, os pigmentos utilizados na tatuagem apresentam compostos policíclicos inorgânicos de permanência definitiva (não são absorvidos pelo organismo). Já na micropigmentação, as agulhas medem em torno de 1,5 milímetro. Assim, o pigmento é inserido na derme papilar (também chamada camada subepidérmica), promovendo reações inflamatórias e processos de reparo teci- dual, seguidos da encapsulação dos pigmentos pelos macrófagos. Os pigmentos utilizados apresentam tamanho molecular maior e característica orgânica. Interação entre micropigmentação e pele Para entender como a micropigmentação interage com a pele, é necessário conhecer o processo inflamatório causado e o processo de recuperação da pele. Segundo Kede e Sabatovich (2015), o processo de reparo residual é uma resposta uniforme, dirigida pela liberação de mediadores químicos, que se dá 3 Introdução à micropigmentação
  • 6. pela inflamação, em geral restrita à área sujeita à agressão de agentes lesivos físicos, químicos ou biológicos. A intensidade e a duração do reparo são determinadas tanto pela gravidade do agente lesivo quanto pela capacidade de reação do organismo lesado. O reparo é seguido por três etapas, mostradas na literatura da seguinte maneira: a) Fase de inflamação aguda e subaguda: dura de 1 a 8 dias e consiste em remover elementos prejudiciais e tecidos desvitalizados. b) Fase de proliferação: dura de 3 dias a 3 semanas e consiste no pre- enchimento da lesão, com três subfases — reepitelização, fibroplasia e angiogênese. c) Fase de remodelamento: dura de 6 meses a 2 anos e é a subtração da cicatriz e o aumento da sua força tênsil. Na micropigmentação, em especial, a interação do sistema imunológico é peculiar. Apesar de se tratar de lesão superficial, são inseridos pigmentos na pele. O tempo de reparo depende ainda das características da pele e do sistema imunológico de cada cliente. A fase inflamatória aguda dura em torno de um dia, tempo para os sinais e sintomas de inflamação (como dor, calor e rubor) desaparecem. A fase subaguda pode durar até 15 dias e é quando os macrófagos são estimulados a fagocitar o pigmento para expulsá-lo do corpo. Porém, visto que essas partículas são muito grandes e não é possível quebrá-las ou expulsá-las, o sistema imunológico cria uma cápsula protetora em torno do pigmento e o isola (Figura 1). Figura 1. Processo de fagocitose na micropigmentação. Fonte: Adaptada de Giaretta (2015). Agulha Pigmento Macrófagos Moléculas de sinalização Células master Capilar Células vermelhas Neutrófilos Movimento do fluido Fagocitose Introdução à micropigmentação 4
  • 7. Na fase de proliferação, que é quando ocorre a reepitelização da lesão e que pode iniciar antes mesmo de terminar a fase inflamatória aguda, forma- -se uma crosta que, em sete dias, se desprende e cai, removendo consigo boa parte do pigmento inserido no procedimento — razão pela qual o resultado final é mais claro do que o resultado imediato. Uma vez que é uma lesão superficial — cujo sangramento estanca após a compressão da zona —, pode não ocorrer angiogênese nem fibroplasia. Da mesma forma, o remodelamento não é visível, motivo pelo qual não apresenta cicatriz. Contraindicações De acordo com Giaretta (2015), a micropigmentação é um procedimento sério que envolve importantes contraindicações. Por essa razão, recomenda-se cuidado. É imprescindível a realização da ficha de anamnese a fim de verificar a saúde geral do cliente, bem como a presença de contraindicações. Há casos em que o cliente não vai poder ser submetido ao procedimento, casos em que vai poder, mas somente mediante autorização médica, e casos em que deverá estar ciente das implicações do resultado e comprometer-se a seguir recomendações especiais. Dentre a lista de clientes com contraindicação absoluta, podemos citar as gestantes e lactantes, pois as alterações hormonais características desses períodos podem interferir na sensibilidade e fixação do pigmento. Também entram nessa categoria pacientes em tratamento quimio ou radioterápico, ou que estejam usando medicamentos imunossupressores e corticoides, devido à debilidade do sistema imunológico. Esses clientes só poderão realizar o procedimento mediante alta médica. Há algumas contraindicações que, se apresentadas pelo cliente, exigem consentimento médico para que a micropigmentação seja realizada. São elas: „ „ déficit circulatório (isquemia, anemia, deficiência vitamínica) ou hi- pertensão, pois dificultam a nutrição tecidual e a migração das células responsáveis pelo processo de cicatrização; „ „ alterações da coagulação, hemofilia e uso constante de anticoagulantes, pois prolongam o processo cicatricial e afetam a fixação dos pigmentos; „ „ hipotireoidismo e insuficiência renal, hepática e respiratória, pois deixam o sistema imune e energético debilitado, com processo de re- cuperação deficiente, o que pode prolongar o tempo de cicatrização e alterar a fixação dos pigmentos; 5 Introdução à micropigmentação
  • 8. „ „ excesso de açúcar na circulação de pacientes diabéticos, pois isso gera glicação não enzimática, uma reação bioquímica que debilita o sistema de reparo tecidual. Os pacientes diabéticos devem estar com a taxa de glicose controlada, caso contrário haverá falhas na regeneração e problemas na inserção e fixação do pigmento. A Figura 2 apresenta problemas no reparo tecidual pós-micropigmentação. Figura 2. Problemas no reparo tecidual pós-micropigmentação. Fonte: Adaptada de Africa Studio/Shutterstock.com. Trauma grave e queimaduras na região a ser micropigmentada implicam em contraindicação enquanto o tecido não estiver reparado. Após o reparo, o profissional deve avaliar cuidadosamente as condições do tecido, pois, se irregular, a fixação e coloração podem ficar desuniformes. Apesar de o tabagismo não ser caracterizado como contraindicação, o profissional deve alertar seu cliente de que a grande carga de radicais livres Introdução à micropigmentação 6
  • 9. circulantes nos fumantes atrapalha o processo de cicatrização, além de alterar a tonalidade da pele, podendo influenciar no balanço da cor do pigmento. Clientes que realizaram aplicação de injetáveis na região devem estar cientes de que a trepidação da agulha, na micropigmentação com dermógrafo, acelera a absorção do injetável, diminuindo seu tempo de ação. Técnicas de micropigmentação de sobrancelhas Em sobrancelhas, a micropigmentação tem ganho grande destaque nos últimos tempos. O hábito de fazer design de sobrancelhas se tornou comum entre as pessoas, pois oferece um resultado de correção ou embelezamento natural e duradouro. As técnicas e os materiais utilizados têm evoluído em grande escala, sendo possível criar diversos efeitos, como: „ „ preenchimento compacto, com acabamento e bordas bem definidas (Figura 3a); „ „ preenchimento esfumado, com contornos suaves e delicados (Figura 3b); „ „ fio a fio, com o desenho de fios que imitam os fios naturais das so- brancelhas da cliente, trazendo o preenchimento de falhas ou simples destaque às sobrancelhas de maneira extremamente natural (Figura 3c). Devido ao resultado mais marcante e artificial que proporciona, o clás- sico preenchimento compacto, desenvolvido como a primeira técnica para preenchimento de sobrancelhas por maquiagem semipermanente, tem sido cada vez menos requisitado. Utilizando técnica intimamente semelhante à da tatuagem, o preenchimento compacto é mais agressivo e gera maior risco de saturação, isto é, resultado de cor acinzentada ou azulada por excesso de pigmento depositado. Também é uma técnica que apresenta maior chance de cicatrizes hipertróficas, devido à agressividade de implantação. O preenchimento esfumado surge como alternativa para aquelas pessoas que desejam um resultado mais natural, mas, ao mesmo tempo, com efeito de maquiagem, e que apresente boa fixação (durabilidade). Com técnica ainda semelhante à da tatuagem convencional, o preenchimento esfumado difere em relação à quantidade de pigmento implantado e à técnica de marcação de bordas, além de ter a profundidade de implantação diminuída. 7 Introdução à micropigmentação
  • 10. Figura 3. (a) Técnica de preenchimento compacto. (b) Técnica de preenchimento esfumado. (c) Técnica de fio a fio. Fonte: (a e b) ldutko/Shutterstock.com; (c) adaptada de Dakalova Iuliia/Shutterstock.com. a b c As técnicas conhecidas por fio a fio estão, atualmente, ganhando espaço no mercado de maneira exponencial. Embora ofereçam um resultado mais natural, têm como desvantagem o período de permanência do pigmento, que é de aproximadamente 12 meses, sendo necessário refazer procedimento após esse período. As técnicas de fio a fio podem ser descritas conforme seus diferentes efeitos: Introdução à micropigmentação 8
  • 11. „ „ Fio a fio degradée: também conhecida como técnica híbrida, é indi- cada para quem tem muitas falhas ou pouquíssimos fios e deseja que apareçam os fios pigmentados. Mescla as técnicas de traçado e pintura (desenho de fios e preenchimento), sendo necessário utilizar dois tipos de agulhas ou mesmo dois equipamentos distintos (dermógrafo e tebori). „ „ Fio a fio bicolor ou tricolor: para o efeito mais preenchido, sem perder a naturalidade, nessa técnica utiliza-se agulha monoponta no dermógrafo ou mesmo uma lâmina fina no tebori, realizando os traços imitando os fios naturais, porém intercalando duas ou três cores de pigmento. O importante para o efeito visual natural é utilizar pigmentos de tipos frios mesclados ao de tipo quente. „ „ Efeito tridimensional: é a técnica mais utilizada por profissionais experientes, pois oferece um efeito muito natural, sendo indicada para quem tem pouca ou muita quantidade de pelos. Não resulta em bordas, oferecendo um efeito mais escuro no centro das sobrancelhas, uma vez que segue o direcionamento natural dos pelos do cliente. „ „ Tridimensional esfumada: técnica utilizada para sobrancelhas largas e falhadas, principalmente em rostos largos e grandes. Segue a proposta da sobrancelha tridimensional, com um resultado mais leve. Apresenta como desvantagem o pouco período de permanência do pigmento. A criatividade dos profissionais e a evolução dos recursos e das tecnologias empregadas nessas técnicas de embelezamento parecem não ter fim. É possível eleger os métodos que melhor se adaptem aos desejos e às necessidades do cliente. Outras técnicas têm sido desenvolvidas, embora ainda não tenham sido documentadas em literatura científica. Escolha da cor: colorimetria e análise da cor da pele Apesar de parecer simples, a escolha adequada da cor é extremamente com- plexa. Vários fatores são levados em consideração, como: „ „ a composição das tintas; „ „ a interação dos pigmentos das tintas com a cor superficial e a cor de fundo da pele; „ „ a temperatura das cores (quente ou fria); „ „ a cor dos pelos; „ „ o objetivo do cliente em relação ao resultado. 9 Introdução à micropigmentação
  • 12. As cores, quando misturadas, reagem entre si, formando novas cores. O resultado das misturas é representado pela Estrela Oswald. As cores primárias são amarelo, azul e vermelho. As demais cores são formadas a partir da mistura entre as cores primárias, ou seja, unindo as cores primárias obtêm-se as cores secundárias. Por exemplo: azul com vermelho forma a cor roxa; vermelho com amarelo forma a cor laranja; e amarelo com azul forma a cor verde (LINO, 2016). Se misturadas as três cores primárias, obtém-se o marrom. Há ainda a possibilidade de graduações nas misturas, como: azul com um pouco de vermelho forma a cor azul arroxeada; já o vermelho com um pouco de azul forma o vermelho arroxeado. Da mesma forma, misturando as três cores primárias, porém com predomínio de uma das cores, obtêm-se diferentes graduações de marrom, como: mais quantidade de azul em relação ao amarelo e vermelho forma o marrom azulado (chocolate), e mais quantidade de verme- lho em relação ao amarelo e azul forma o marrom avermelhado (ferrugem). O resultado das misturas pode ser visualizado em uma ferramenta cha- mada Estrela Oswald, a qual mostra algumas cores em oposição entre si. Essa representação demonstra a relação de complementariedade. Uma vez que o marrom é produzido pela mistura das três cores primárias, quando temos uma cor secundária (mistura de duas primárias), basta acrescentar a primária faltante para obter o marrom. Assim, para tornar o verde (formado da mistura do azul e amarelo) em marrom, basta misturar o vermelho (sua cor complementar), e assim sucessivamente. As cores são classificadas, ainda, em relação à sua temperatura. São consi- deradas quentes as cores com predominância de vermelho e amarelo, e frias as cores com predominância de azul. Por ser uma cor mais intensa e pigmentada, a presença do azul torna o roxo e o verde cores frias. Já o laranja, o vermelho e o amarelo (que não contêm azul na mistura) são cores quentes. Introdução à micropigmentação 10
  • 13. Devido às características dos tons de pele e pelos, geralmente as tintas de micropigmentação são em tons de marrom. É importante o profissional saber que a interação entre as cores funciona não só para a mistura de pigmentos em tinta, mas pode ser vista na cor da pele humana, que também varia em muitas nuances de marrom. De acordo com Monteiro (2010), diferentes pigmentos orgânicos constituem a cor regular da pele de cada indivíduo. Contudo, a cor da pele é influenciada não só pelos pigmentos presentes em suas diferentes camadas, mas também pelo seu efeito óptico de dispersão e por alterações vasculares. Na camada mais superficial da pele, há a melanina e o caroteno. Na derme, devido às projeções papilares dos capilares e plexos vasculares superficiais, há a oxi-hemoglobina (vermelho) e a hemoglobina reduzida (azul). Já no tecido subcutâneo, há o caroteno, a oxi-hemoglobina e a hemoglobina reduzida na presença dos plexos vasculares mais profundos. Produzida pelos melanócitos, a melanina é o principal pigmento que colore a pele e os pelos. Há dois tipos de melanina produzidos por influência genética: a eumelanina (com alto peso molecular, de cor marrom a negra, com temperatura de cor fria) e a feomelanina (mais frágil, de cor amarela a vermelha e temperatura quente). A mela- nina é distribuída na epiderme por vesículas chamadas melanossomas. Ao longo do processo de renovação celular, pode ser degradada ou não. Assim, quanto mais clara for a pele, mais degradada é a melanina. Em peles negras escuras, mantém-se íntegra até a camada mais superficial. Nesse sentido, a cor da pele pode ser definida em seis fototipos, conforme classificação de Fitzpatrick: variam do fototipo I (pele mais branca, com predomínio de feomelanina e maior degradação ao longo da renovação epidér- mica) ao fototipo VI (pele negra, constituída de eumelanina, sem sofrer degradação) (KEDE; SABATOVICH, 2015). O profissional precisa saber qual vai ser o resultado final da cor da micro- pigmentação, que decorre da interação dos pigmentos da tinta com a cor da pele do cliente. Sabendo avaliar a temperatura e, principalmente, a composição das cores — tinta e pele —, o profissional vai ter êxito nos seus resultados. 11 Introdução à micropigmentação
  • 14. Em clientes com pele quente, não se pode utilizar tinta marrom com predominância de laranja, por exemplo. Se a pele for quente, porém clara, é indicado o uso de tinta marrom esverdeada (porque o verde é equilibrado entre azul e amarelo e não fornece um resultado muito escuro). Se for quente, porém escura, o ideal é utilizar uma tinta marrom levemente azulada (o azul equilibrará a temperatura quente, mantendo o resultadomarrom).Seaclientetiverpelefria,érecomendadoutilizarpigmentosmarrons quentes, pois o uso de pigmentos frios implicará em resultado azulado ou acinzentado. Pode-se,ainda,optarpormisturaraopigmentoescolhidoumagotadepigmentolaranja caso deseje um resultado mais suave. Esse processo é chamado de aquecimento de cor. Errar a escolha do pigmento pode resultar em sobrancelhas acinzentadas, azuladas, arroxeadas, alaranjadas e, inclusive, avermelhadas. Isso acontece porque não há o balanceamento da cor, ou seja, não ocorre a neutralização adequada que permite a obtenção e fidedignidade da cor marrom. Para cor- rigir esse problema, é necessário fazer o procedimento de neutralização, que implica na introdução de pigmentos de cor complementar (a cor oposta à cor das sobrancelhas, no círculo cromático). Cuidados necessários pós-procedimento O bom resultado depende também dos cuidados pós-procedimento. Uma vez que a micropigmentação promove lesão na pele, com consequente recrutamento do sistema imunológico para reparo tecidual, o cliente deve seguir as reco- mendações descritas a seguir durante todo o processo de regeneração da pele. A higienização da área micropigmentada deve ser realizada utilizando apenas algodão umedecido em soro fisiológico, com leves movimentos do centro para as extremidades. O algodão e o soro devem estar em boas condi- ções de uso. A recomendação é que, depois de aberto, o soro fisiológico seja acondicionado sob refrigeração e consumido em até 15 dias. Ainda para auxiliar na proteção e no reparo é indicado aplicar a pomada de dexpantenol ou o óleo de girassol sempre após a higienização. Nas primei- ras horas após o procedimento, pode verter linfa e sangue na superfície da pele, por isso a frequência da higienização no primeiro dia deve ser maior. É fundamental que as sobrancelhas estejam sempre bem limpas e lubrificadas enquanto há ainda a presença de crostas. Introdução à micropigmentação 12
  • 15. É importantíssimo recomendar que o cliente higienize muito bem suas mãos sempre antes de fazer a higienização da área micropigmentada, a qual deve ser realizada até que finde o processo de descamação e a pele esteja íntegra. Como a injúria envolve a lesão da camada de proteção da pele, há ali uma porta de entrada para contaminação por microrganismos, que pode culminar em infecção caso o cliente ou alguém toque em suas sobrancelhas com as mãos sujas. Ainda, é recomendável que o cliente evite ao máximo o contato com animais muito próximo ao seu rosto durante a fase de reparo, uma vez que os pelos e a pele dos animais podem ser fonte de microrganismos. O profissional deve alertar o cliente sobre a possibilidade de infecção, para que ele se comprometa a seguir corretamente as recomendações. Além disso, deve alertá-lo sobre a probabilidade de haver reações adversas ao procedimento, tais como alergias e edema. O edema pós-procedimento pode ser simples e de fácil resolução, pois regride natural- menteàmedidaqueafaseinflamatóriaagudapassa.Contudo,quandocombinadocom a presença de secreção purulenta, dor, ardor e prurido, pode ser sinal de evento adverso, o qual é caracterizado como resposta desfavorável do organismo durante o uso de uma substância, sem necessariamente ser causada por ela (as causas podem ser interação química entre outras substâncias, exageros na resposta imune ou ainda contaminação microbiana). Um evento adverso somente será considerado como reação adversa se for comprovado que ocorreu devido ao uso da substância em questão (reação alérgica ou de hipersensibilidade). Nesses casos, o auxílio médico é indispensável. A imagem a seguir mostra um caso de evento adverso em que a cliente se submeteu a vapores liberados por escova progressiva em salão de beleza logo após o procedimento de micropigmentação, ocasionando a exacerbação do processo inflamatório agudo devido à interação dos componentes químicos envolvidos. 13 Introdução à micropigmentação
  • 16. Para evitar eventos adversos secundários como, por exemplo, reações de hipersensibilidade ao uso de outros produtos na área da lesão, o cliente não deve utilizar sabonetes, maquiagens, loções, óleos, pomadas, cremes, filtro solar ou qualquer outro produto que não seja recomendado pelo profissional durante o período de regeneração. Não é permitido molhar a área micropigmentada com água de chuveiro, piscina, praia, nem mesmo com xampu e condicionador nos primeiros dias. Dessa forma, no banho, deve-se passar uma camada generosa de pomada de dexpantenol, que impedirá a permeação da água e de produtos nas sobrance- lhas. Também não pode utilizar produto abrasivo, como esfoliantes físicos ou peelings químicos, nem mesmo cremes ou sabonetes com ácido nos primeiros 60 dias. Esses produtos acabam favorecendo o clareamento das sobrancelhas, o que não é desejável. Deve-se deixar claro que é importante o cliente contatar o profissional caso qualquer intercorrência aconteça. Ainda que o cliente não entre em contato, recomenda-se que o profissional o procure no segundo ou no terceiro dia para se certificar de que tudo está correndo bem. No caso de reação alérgica ou evento adverso, como infecção, é imprescindível buscar auxílio médico. Em caso de simples edema, a recomendação é que a região seja coberta com filme plástico e que sejam feitas compressas de gelo. Embora não recomendado nos primeiros dias, após o término da desca- mação é essencial o uso do filtro solar na região micropigmentada, pois a radiação solar pode intervir também na qualidade do resultado. Dentro do possível, é recomendável evitar a exposição ao sol durante os primeiros dias, já que não há possibilidade de aplicar o filtro nesse período. No mecanismo de reparo, há formação de crostas na área micropigmentada, as quais se desprendem e caem naturalmente. É vetado ao cliente removê-las, pois elas fazem parte do reparo e servem como barreira de proteção. Retirá-las antes do tempo deixa a pele, que ainda não está íntegra, novamente exposta e resulta em falhas no resultado da micropigmentação. 1. A profundidade que a agulha penetra na pele é determinante para o resultado do procedimento de micropigmentação. Se o pigmento for depositado em camada muito superficial, será removido rapidamente no constante processo de renovação da pele. Se depositado Introdução à micropigmentação 14
  • 17. em camadas mais profundas, como a hipoderme, provavelmente será dissolvido na corrente sanguínea. Assinale a alternativa que indica a profundidade ideal no procedimento de micropigmentação em sobrancelhas. a) O pigmento deve ser inserido na derme reticular, com profundidade de 3 milímetros. b) O procedimento de implantação de pigmentos deve ser feito nas camadas mais profundas da epiderme. c) A profundidade deve ser entre 1,5 e 3 milímetros, nas camadas mais profundas da epiderme. d) O pigmento deve ser inserido na camada subepidérmica, com profundidade de 1,5 milímetro. e) O pigmento deve ser aplicado na camada subepidérmica, com profundidade de 2 milímetros. 2. Existem importantes contraindicações que impedem o cliente de ser submetido ao processo de micropigmentação, ou seja, fatores que impedem um resultado plenamente satisfatório. Dentre eles estão o tabagismo, a gestação e a diabetes. Assinale a opção que justifica corretamente as contraindicações e os fatores apontados (na ordem correta). a) O tabagismo prolonga o processo cicatricial, e a tonalidade diferente da pele pode influenciar no balanço do pigmento; as alterações hormonais causadas pela gestação podem interferir na sensibilidade e fixação do pigmento; na diabetes, a trepidação da agulha acelera a absorção do produto na pele. b) No tabagismo, a carga de radicais livres atrapalha o processo de cicatrização, e a tonalidade diferente da pele pode influenciar no balanço do pigmento; durante a gestação, as alterações hormonais podem interferir na sensibilidade e fixação do pigmento; no caso da diabetes, a glicação não enzimática dificulta o processo de regeneração tecidual. c) No tabagismo, o tecido irregular pode ter fixação e coloração desuniformes, o que pode influenciar no balanço de cor do pigmento; durante a gestação, os sistemas imune e enérgico debilitados deixam o processo de recuperação deficiente; na diabetes, o excesso de açúcar disponível na circulação de quem tem diabetes dificulta o processo de regeneração tecidual. d) No tabagismo, o balanço da cor do pigmento pode ser desuniforme devido à tonalidade diferente da pele; durante a gestação, os sistemas imune e enérgico debilitados dificultam a formação de novas fibras de colágeno e a degradação de antigas; na diabetes, o excesso de açúcar disponível na circulação de quem tem diabetes deixa o processo de recuperação deficiente. e) O tabagismo provoca isquemia e anemia, e a tonalidade diferente da pele pode interferir no balanço de cor do pigmento; as alterações hormonais causadas 15 Introdução à micropigmentação
  • 18. pela gestação podem interferir na sensibilidade e fixação do pigmento; na diabetes, a trepidação causada pelo excesso de açúcar acelera a absorção do produto na pele. 3. Vários fatores são levados em consideração na escolha adequada do pigmento, como: a cor dos pelos; a composição de cor da tinta; a interação dos pigmentos com a cor da pele; a temperatura das cores (quente ou fria); e o objetivo do cliente em relação ao resultado. Assinale a alternativa que representa corretamente a composição da cor da pele. a) A cor da pele é influenciada pelos pigmentos presentes em suas diferentes camadas, pelo seu efeito óptico de dispersão e por alterações vasculares. Na derme, há a melanina e o caroteno. b) A cor da pele é influenciada pelos pigmentos presentes em suas diferentes camadas, pelo seu efeito óptico de acumulação e por alterações vasculares. Na derme, há a oxi-hemoglobina (vermelho) e a hemoglobina reduzida (azul). c) A cor da pele é influenciada pelos pigmentos presentes em suas diferentes camadas, pelo seu efeito óptico de dispersão e por alterações vasculares. Na camada mais profunda da pele, há oxi- hemoglobina e hemoglobina reduzida na presença dos plexos vasculares mais superficiais. d) A cor da pele é influenciada pelos pigmentos presentes em suas diferentes camadas, pelo seu efeito óptico de acumulação e por alterações vasculares. No tecido subcutâneo, há o caroteno, a oxi-hemoglobina e a hemoglobina reduzida na presença dos plexos vasculares mais profundos. e) A cor da pele é influenciada pelos pigmentos presentes em suas diferentes camadas, pelo seu efeito óptico de dispersão e por alterações vasculares. Na camada mais superficial da pele, há a melanina e o caroteno. 4. Os pigmentos são os elementos responsáveis pela formação da cor da tinta para micropigmentação. Devido às características dos tons de pele e pelos, geralmente essas tintas são em tons de marrom. O marrom é obtido por meio das três cores primárias: amarelo, vermelho e azul. Assinale a alternativa que represente a obtenção correta da cor marrom fria. a) Vermelho, amarelo e roxo, com predominância de amarelo. b) Amarelo, roxo e azul, com predominância do roxo. c) Azul, laranja e vermelho, com predominância de laranja. d) Vermelho, amarelo e verde, com predominância de vermelho. e) Vermelho, roxo e azul, com predominância de azul. 5. Há possibilidade de haver eventos adversos ao procedimento de micropigmentação caso o cliente não tome os cuidados indicados ou por características peculiares do seu sistema imunológico. Assinale a alternativa que representa as condutas e recomendações corretas no que diz respeito a essas intercorrências. Introdução à micropigmentação 16
  • 19. GIARETTA, E. Dermopigmentação: arte e responsabilidade. Rio de Janeiro: Livre Ex- pressão, 2015. KEDE, M. P. V.; SABATOVICH, O. Dermatologiaestética. 3. Rio de Janeiro: Atheneu, 2015. LINO, V. Colorimetria aplicada à micropigmentação. VLEstética, São Paulo, 2016. Dispo- nível em: <https://s3.amazonaws.com/wix-anyfile/qiOoK3SMTX2hqfmyC0DE_AP%20 VLestetica%20-%20colorimetria%20aplicada.pdf>. Acesso em: 16 jul. 2018. MARTINS, A.; MARTINS, M.; MARTINS, M. Micropigmentação: a beleza feita com arte. São Paulo: Livraria Médica Paulista, 2009. MONTEIRO, E. O. Cor da pele e pigmentos. Revista Brasileira de Medicina, São Paulo, v. 67, p. 5-10, dez. 2010. Especial dermatologia. Disponível em: <http://www.moreirajr. com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=4484>. Acesso em: 16 jul. 2018. SCHUSTER, A. A movimentação do pigmento dentro da pele. RevistaPigment, Rússia, v. 05, p. 102-103, 2017. a) Em caso de edema, recomendar que a região seja coberta com filme plástico e que o cliente faça compressas de água morna. Já no caso de infecção ou reação alérgica, indicar auxílio médico. b) Em caso de infecção, indicar o uso de sabonete específico para lavar a área. Se houver edema simples, indicar auxílio médico. c) Em caso de simples edema, recomendar que a região seja coberta com filme plástico e que o cliente faça compressas com gelo. Já no caso de infecção ou reação alérgica, indicar auxílio médico. d) Em caso de edemas e infecções, indicar um médico. Já o tratamento de reações alérgicas pode ser feito cobrindo a região com filme plástico e aplicando compressas de gelo. e) Em caso de edemas e reações alérgicas, indicar cobrir a região com filme plástico e aplicar compressas de gelo. Para os casos de infecção, indicar auxílio médico. 17 Introdução à micropigmentação
  • 20. Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
  • 21.