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ATUALIZAÇÃO EM CURATIVOS
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Boa sorte!
1. Apresentação
A saúde é uma área de trabalho no qual a
pesquisa científica é sempre ativa; os constantes
progressos permitem melhorar a conduta
clínico-cirúrgica e conseqüentemente a
possibilidade de reparação dos clientes.
Portanto, o crescente avanço científico na área
de curativos tem favorecido o processo
cicatricial e melhorado a qualidade de vida dos
pacientes portadores de feridas.
1.2.Objetivos
Atualizar o profissional de enfermagem e
estudantes de enfermagem acerca dos
mecanismos de cicatrização das feridas e sobre
os curativos mais modernos utilizado no
tratamento de feridas.
Possibilitar ao aluno o conhecimento teórico
sobre os estágios da cicatrização de feridas
permitindo-o selecionar o curativo adequado.
Esclarecer dúvidas a cerca dos produtos mais
utilizados no tratamento de feridas, seus
benefícios, mecanismo de ação e contra-
indicações.
1.3.Premissas
Historicamente, o tratamento de feridas tem
como filosofia, a proteção das lesões contra a
ação de agentes externos físicos, mecânicos ou
biológicos. A preocupação com a contaminação
exógena por microrganismos fez com que
fossem instituídas técnicas de curativo, onde o
princípio básico era a manutenção do curativo
limpo e seco. Atualmente, após a realização de
estudos científicos que comprovaram os
benefícios do meio úmido para a cicatrização
das feridas, foram desenvolvidos diversos
curativos biocompatíveis que possibilitam a
cicatrização da ferida de maneira mais rápida e
eficiente.
Nos últimos anos houve uma explosão na
quantidade de novos produtos de tratamento
das feridas. Estes produtos foram elaborados
para ter um efeito funcional.
2. O Histórico dos Curativos
Desde a era pré-histórica eram preparadas
cataplasmas de folhas e ervas com o intuito de
estancar a hemorragia e facilitar a cicatrização.
Com o passar do tempo e evolução das
civilizações foram aperfeiçoados vários métodos
como emplastros de ervas, mel, cauterização
das feridas com óleos ferventes ou ferro quente,
desinfecção com álcool proveniente do vinho,
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utilização de banha de origem animal, cinzas,
incenso, mirra dentre outros.
Os egípcios eram habilidosos no processo de
embalsamento, para o tratamento de feridas
utilizavam o conceito de ferida limpa, com a
utilização de óleos vegetais, e ocluída com
cataplasmas e faixas de algodão.
Winter em 1962 demonstrou que o meio úmido,
enzimas como as colagenases e proteinases
capacitam as células para migrarem através da
ferida para as áreas úmidas onde há fibrina.
Como a epitelização significa migração celular, o
meio úmido favorece condições fisiológicas para
a cicatrização.
Quando permitimos a uma ferida secar e formar
uma crosta, as células epiteliais necessitam
penetrar mais profundamente na lesão para
encontrar um plano de umidade que permita
sua proliferação. Assim sendo, uma ferida seca
exigirá maior atividade metabólica e necessitará
de mais tempo para a cura. A crosta também é
um fator que prejudica a visualização da
evolução do processo cicatricial e muitas vezes
impedem o diagnóstico precoce de
complicações infecciosas.
3. A importância da abordagem
interdisciplinar no tratamento das
feridas
A formação de um grupo interdisciplinar para
avaliar as feridas é importante, pois cada
profissional abordará uma área específica e ao
mesmo tempo se preocupará com a outra área
que paralelamente está sendo tratada por outro
profissional, de forma que o tratamento seja
integral, global, possibilitando a troca de
informações entre os profissionais.
É necessária a avaliação inicial abrangente com
todos os profissionais para traçarem um plano
de cuidado adequado a esse paciente portador
de ferida, compreendendo assim as questões
biopsicossociais da doença.
4. A Pele
Definição
A pele ou cútis é o manto de revestimento do
organismo, indispensável à vida e que isola os
componentes orgânicos do meio externo. A pele
apresenta grandes variações ao longo de sua
extensão, sendo ora mais elástica e flexível, ora
mais rígida.
Anatomia da Pele
Camadas da pele
• Epiderme: é um epitélio
estratificado pavimentoso
queratinizado de origem
ectodérmica. Composta por cinco
camadas:
• Camada Basal: É também chamada
germinativa, apresenta intensa
atividade mitótica, sendo
responsável pela constante
renovação da epiderme. Forma uma
membrana que separa a epiderme
da derme.
• Camada Espinhosa: Suas células
possuem ramificações que saem do
citoplasma. Possui tonofibrilas e
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desmossomas que tem função de na
manutenção da coesão das células
da epiderme e conseqüentemente
na sua resistência ao atrito. Quanto
maior a exposição ao atrito maior
será esta camada.
• Camada granulosa: Célula em cujo
citoplasma são observados os
grânulos grosseiros e basófilos
(grânulos de querato-hialina que
vão contribuir para a constituição do
material interfilamento da camada
córnea.
• Camada Lúcida: Células achatadas,
hialinas e eosinófilos, cujo núcleo e
organelas desapareceram. O
citoplasma consiste em numerosos
filamentos compactados e
envolvidos por material elétron
denso. Ainda se podem ver
desmossomas entre as células.
• Camada Córnea: Constituída por
células achatadas mortas e sem
núcleo. Citoplasma com grande
quantidade de substâncias córnea,
uma escleroproteína chamada
queratina.
Derme: É o tecido conjuntivo sobre o
qual se apóia a epiderme. Espessura
máxima de 3 mm na região plantar.
Camada Papilar: Delgada, constituída
por tecido conjuntivo frouxo, ela
penetra nas papilas dérmicas. Nesta
camada foram descritas fibrilas especiais
de colágeno, que se inserem na
membrana basal e penetra
profundamente na derme com a função
de prender a derme a epiderme.
Camada Reticular: Mais espessa
constituída por tecido conjuntivo denso.
Apresenta menos células e fibras
colágenas mais abundantes e espessas
do que a camada papilar.
Hipoderme: (camada subcutânea): É
formada por tecido conjuntivo frouxo
que une de maneira pouco firme a
derme aos órgãos subjacentes. A
hipoderme poderá ter uma camada
variável de tecido adiposo, dependendo
da região e nutrição, formando uma
camada chamada Panículo Adiposo o
mesmo proporciona isolamento
térmico, com isso confere proteção
contra o frio.
5. Caracterização das Feridas
Definição de Ferida
Toda e qualquer ruptura da integridade de um
tecido ou órgão, podendo atingir desde a
epiderme até estruturas mais profundas como
fáscias, músculos e órgãos cavitários.
Classificação de Feridas de Acordo Com a
Etiologia
Agudas: incisões cirúrgicas, traumas,
térmicas e infecciosas.
Crônicas: Feridas ulcerativas (úlcera por
pressão). Enfermidades dermatológicas
(psoríase)
Drenantes: fístulas, drenos e estomas.
4. ___________________________________________________________________
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Classificação de Feridas Quanto ao
Rompimento das Estruturas
Abertas: sem aproximação de bordas.
Fechadas: com aproximação e sutura de
bordas.
Classificação de Feridas Quanto à
Profundidade / Comprometimento
Estrutural
Superficial: até a derme
Profunda Superficial: até o subcutâneo
Profunda Total: músculo e estruturas
adjacentes
Classificação Geral de Feridas
Feridas Abertas que cicatrizam por 2ª
intenção, são classificadas segundo
aparência em:
Necrótica: presença de placa necrótica
dura (escara) ou tecida necrosado.
Infectada: presença de processo
inflamatório e exsudação supurativa.
Com crosta: exsudação que solidificou.
Granulada: formação de tecido novo
(angiogênese) e matriz do colágeno.
Epitelizada: formação e migração de
células epiteliais sobre a superfície
durante o processo de cicatrização.
Classificação de Feridas: Presença ou
Ausência do Exsudato (Aspecto)
Exsudato fibrinoso: passagem de
proteínas plasmática pela parede do
vaso.
Fibrina: é uma proteína insolúvel,
que se forma durante o processo de
coagulação. Na ferida se apresenta
aderida aos tecidos e tem cor
esbranquiçada ou amarelada.
Padrões Mistos: sero-
sanguinolento, seropurulento,
serofibrinoso e fibrinopurulento.
Coloração: Esbranquiçada,
amarelada e esverdeada.
Odor: Inodoro, fétido e pútrido.
Derivados de fístulas: biliar,
entérica, urinária, pancreática e
fecalóide.
Formato e Tamanho da Ferida
O formato e tamanho da ferida podem mudar
durante o processo de cicatrização. No início
quando retiram os tecidos necróticos e/ou
desvitalizado, a ferida parece aumentar de
tamanho. Isso ocorre porque a dimensão real da
ferida era mascarada pelo tecido necrótico.
É importante realizar a monitorização do
formato e tamanho da ferida para definir o
curativo ideal.
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Localização da Ferida
No exame físico do paciente se identifica a
localização da ferida e evidenciam-se áreas com
grandes possibilidades para contaminação, por
exemplo, em região sacra.
Aparência da Ferida
A aparência da ferida está relacionada com a
etapa de cicatrização ou com uma complicação.
As feridas abertas podem ser classificadas como:
necróticas, infectadas, com crosta, granuladas e
epitelizadas. Ressalta-se que algumas feridas
podem pertencer a mais de uma categoria
denominada ferida mista.
Estadiamento das Feridas
Estágio I: Inicio da Lesão Hiperemia
Pele intacta com hiperemia de uma área
localizada, geralmente sobre proeminência
óssea.
Estágio II
Perda parcial de espessura da pele, envolvendo
a epiderme, derme ou ambas.
UP é superficial, pode ter forma de abrasão,
bolha, vesícula ou cratera rasa.
Estágio III
Perda de pele de espessura total envolvendo
dano ou necrose do tecido subcutâneo que pode
se estender para baixo mais fáscia do músculo é
preservada.
Apresenta-se como úlcera profunda, com ou
sem comprometimento do tecido adjacente
(túneis).
Estágio IV:
Perda de pele com destruição extensa
envolvendo todos os tecidos, assim como danos
e/ou necrose aos músculos, ossos e tendões
Descolamentos, túneis e fistulas podem estar
associados com UP de estágio IV.
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Requisitos para estadiar uma ferida
Enfermeiro deve saber avaliar: epiderme,
derme, tecido subcutâneo.
Enfermeiro deve saber diferenciar: tecido
granulado, músculos, tendões e ossos.
As características lesionais devem ser
observadas, pois influenciam diretamente na
conduta e escolha do tratamento adequado:
localização, dimensões da ferida, tipo e
quantidade de exsudatos, condições do leito da
lesão (tipo de tecido), conteúdo microbiano,
pele Perilesional.
6. Fisiologia da Cicatrização
O processo de cicatrização de feridas é
composto por várias etapas tais como:
inflamação, reconstrução, epitelização e
maturação.
Inflamação: A reação inflamatória é uma
reação local não-especificada a danos no
tecido e/ou invasão bacteriana. Ela é
uma parte importante dos mecanismos
de defesa do corpo e é a parte
fundamental no processo de
cicatrização. Os sinais de inflamação
são: dor, rubor, calor e edema. Esta
etapa dura de quatro a cinco dias e
requer recursos energéticos e
nutricionais.
Reconstrução: Nesta fase o oxigênio
tecidual estimula os macrófagos para
criar fatores de angiogênese que instiga
o processo de angiogênese. Os capilares
não danificados estimulam a
germinação de células que crescem na
direção da superfície formando uma
rede dentro da ferida fornecendo
nutrientes e oxigênio (tecido de
granulação).
Epitelização: Trata-se da fase em que a
ferida é coberta por células epiteliais.
Nas feridas fechadas essa fase começa
logo no segundo dia. No entanto, nas
feridas abertas, é necessário que a
cavidade da ferida seja preenchida com
tecido de granulação antes da
epitelização poder começar.
Maturação: Durante a fase da
maturação, a ferida se torna menos
vascularizada. As fibras de colágeno são
reorganizadas de forma que formam
ângulos com as margens da ferida. O
tecido da cicatriz presente é
remodelado e lentamente fica igual ao
tecido normal.
Tipos de Cicatrização:
Dependendo da maneira com foi produzida a
lesão, podemos classificar o processo cicatricial
em:
Cicatrização por primeira intenção:
Ocorre quando há perda mínima de
tecido e as bordas são passiveis de
ajuste por sutura. Neste tipo de lesão o
curativo é utilizado apenas para
proteção não havendo necessidade de
manutenção do meio úmido. O curativo
pode ser removido até após 48 horas.
Cicatrização por segunda intenção:
Ocorre quando há perda acentuada do
tecido e não há possibilidade de
fechamento dos bordos. O tempo de
cicatrização será invariavelmente
superior e o curativo deve ser utilizado
com tratamento da lesão, havendo
necessidade de manutenção do meio
úmido.
Cicatrização por terceira intenção ou
mista: Ocorre quando há fatores que
retardam o processo cicatricial por
primeira intenção e há necessidade de
deixar a lesão aberta para drenagem ou
para debelar uma Infecção. Posterior ao
tratamento a lesão poderá ser fechada
por primeira intenção.
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7. Tratamento de Pacientes com Feridas
Na assistência ao paciente portador de feridas
se faz necessário uma abordagem holística, com
um levantamento do histórico do paciente e a
avaliação das condições atuais, incluindo o
físico, psicológico e o espiritual.
Dentre os cuidados físicos estão:
Idade
Estado Nutricional
Patologias de base: diabetes,
hipertensão arterial, dislipidemia
Infecções
Mobilidade no leito
Duração da internação hospitalar
Incontinência urinária
Higiene
Dentre os cuidados psicológicos estão:
Medo da morte
Estresse
Impotência
Baixa auto-estima
Desânimo
Cuidados espirituais:
A espiritualidade tem conceitos divergentes no
campo da saúde. Todavia ela pode ser
compreendida com um sentido dentro de nós
que responde a realidades infinitas da vida.
8. Prevenção da Úlcera por Pressão
É o melhor remédio para o problema da
úlcera de pressão e deve ser
compartilhada entre os profissionais de
saúde, pacientes e familiares.
Mudar de decúbito e redistribuir o peso
a cada 2 horas.
Alivia a pressão e aumenta a resistência
da pele a lesões.
Diminuir o tempo se houver hiperemia
ou lesão instalada.
Elevar o decúbito em no máximo 30º.
Evita a fricção e principalmente o
cisalhamento.
Elevar o decúbito do cliente em mais de
30º somente por 2 horas, incluir esta
posição na mudança rotineira de
decúbito.
Solicitar avaliação nutricional
Uma nutrição adequada aumenta a
tolerância dos tecidos à pressão.
Prover líquidos e dieta conforme
prescrição médica
Importante oferecer o aporte calórico
descrito pelo médico ou nutricionista
para um melhor desempenho na
prevenção da úlcera de pressão.
N u n c a!
• Utilize bóias, almofadas, luvas e
colchões de água.
• Pastas e cremes que aderem à pele e
que sejam de difícil remoção.
• Bóias com furo no centro. (exceto para
proteger a cadeira higiênica)
• Panos juntamente com a fralda.
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• Deixe restos de alimentos caídos na
cama do paciente.
• Deixe o lençol ou camisola do paciente
dobrados sob a pele.
• Utilize placas hidrocolóides grossas e
opacas.
• Deixe o paciente em uma posição que
você não gostaria de estar.
9. O Ambiente Ideal para Cicatrização
Atualmente, há uma vasta gama de curativos
utilizados no tratamento de feridas no mercado.
Esses curativos foram elaborados para ter um
efeito funcional possuindo algumas
características tais como: manter a alta umidade
da interface ferida/curativo, permitir trocas
gasosas, remover o excesso de exsudato,
impermeável a bactéria, fornecer isolamento
pérvio, ser isento de partículas e tóxicos
contaminadores das feridas e permitir sua
remoção sem causar trauma na ferida.
1) Manter a umidade da ferida: Deve-se
manter o leito da ferida úmido,
permitindo assim que as células
epiteliais deslizem pela superfície da
ferida. Portanto na limpeza das feridas
abertas, não há a necessidade de secar a
superfície da ferida. Deve-se secar a pela
ao redor da ferida para ajudar manter o
novo curativo fixado.
2) Retirar o excesso de exsudato: O
curativo deve ter um pouco de
absorvência. Em algumas situações
serão necessários a utilização de
curativo secundário.
3) Permitir trocas gasosas: A hipóxia do
tecido é fundamental para estimular a
angiogênese na ferida em processo de
cicatrização. Pois, a falta de oxigênio
estimula o crescimento de arcos
capilares na ferida que trazem oxigênio
com eles.
4) Isolamento térmico: Pesquisas
evidenciaram que leva três horas para a
atividade mitótica retornar a sua
velocidade normal. Portanto, as feridas
não devem ser limpas com soluções frias
e sim mornas.
5) Impermeável à bactéria: um dos
objetivos do curativo é criar uma
barreira entre a ferida e o ambiente.
6) Isento de partículas e tóxicos
contaminadores de feridas: As partículas
prolongam a reação inflamatória
afetando a velocidade da cicatrização.
7) Retirar sem traumas: a utilização de
curativos secos diretamente na
superfície da ferida é a causa principal
de trauma.
10. Princípios para Realização do Curativo
Atentar para a Dor: medicar se necessário.
Curativo anterior: observar aspecto,
quantidade do exsudato e odor.
Limpeza
Usar SF 0,9% morno
Lavar sempre com seringa de 20 mL e
agulha 40x12
Irrigar a ferida de cima para baixo.
Se houver necrose esfregar uma gaze
úmida ao mesmo tempo em que
irrigamos.
Se houver granulação, nunca
esfregamos.
Pele Íntegra
Manter borda o mais íntegra possível.
Realizar limpeza (clorexidina
degermante)
Manter a pele seca
Proteger efeitos danosos como
maceração, fitas adesivas, dermatites
químicas.
Preencher espaços mortos
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11. Curativos
Por definição, curativo é todo material colocado
diretamente por sobre uma ferida, cujos
objetivos são: evitar a contaminação de feridas
limpas; facilitar a cicatrização; reduzir a infecção
nas lesões contaminadas; absorver secreções,
facilitar a drenagem de secreções, promoverem
a hemostasia com os curativos compressivos,
manter o contato de medicamentos junto à
ferida e promover conforto ao paciente.
Os curativos podem ser abertos ou fechados,
sendo que os fechados ou oclusivos são
subdivididos em úmidos e secos. Os curativos
úmidos têm por finalidade: reduzir o processo
inflamatório por vaso-constricção; limpar a pele
dos exsudatos, crostas e escamas; manter a
drenagem das áreas infectadas e promover a
cicatrização pela facilitação do movimento das
células.
12. PRODUTOS MAIS UTILIZADOS NO
TRATAMENTO DAS FERIDAS
As soluções mais utilizadas nos curativos
são:
- Soro fisiológico para limpeza e como
emoliente;
- Soluções anti-sépticas como polvidine
tópico ou tintura a 10% (PVPI –
Polivinilpirrolidona) ou clorexidina 4%;
- Álcool iodado com ação secante e
cicatrizante;
- Éter que remove a camada gordurosa da
pele, sendo útil na retirada de
esparadrapos e outros adesivos.
Alginatos
São sais de polímero natural acido algínico
derivado de algas marinhas marrons. Estes
curativos apresentam-se em embalagens
individuais estéreis.
Mecanismo de ação: o sódio presente no
exsudato e no sangue interage com o cálcio
presente no curativo promovendo uma troca
iônica que auxilia no desbridamento autolítico,
tem alta capacidade de absorção e resulta na
formação de um gel que mantêm o meio úmido
para cicatrização.
Indicações: feridas abertas altamente
exsudativas com ou sem infecção e lesões
cavitárias com necessidade de estimulo rápido
de do tecido de granulação.
Contra-indicações: lesões por queimaduras ou
lesões superficiais e feridas sem ou com pouca
exsudação.
alginatos hidrocolóides hidrogel espumas películas
exsudação;
feridas
contaminadas
exsudação;
granulação;
epitelização
granulação,feri
dassecas,
epitelização
exsudação;
granulação
epitelização
curativo;
tiras
curativo;
pasta;
curativo;
gel
Curativo
curativo
(secundário)
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Papaína
É uma enzima proteolítica extraída do látex da
caricapapaya.
Indicação: em todo tecido necrótico,
particularmente naqueles com crosta.
Mecanismo de ação: ação antiinflamatória,
bactericida e cicatricial; atua como desbridante.
Modo de usar: preparar a solução em frasco de
vidro, irrigar a lesão e deixar gaze embebida na
solução.
Observações: a diluição é feita de acordo com a
ferida: 10% em tecido necrosado, 6% nas com
exsudato purulento e 2% naquelas com pouco
exsudato.
Hidrocolóide
Partículas hidroativas em polímero inerte
impermeável.
Indicação - lesões não infectadas com ou sem
exsudato, áreas doadoras e incisões cirúrgicas.
Mecanismo de ação - promove barreira
protetora, isolamento térmico, meio úmido,
prevenindo o ressecamento, desbridamento
autolítico, granulação e epitelização.
Modo de usar - irrigar a lesão com soro
fisiológico, secar as bordas e aplicar hidrocolóide
e fixar o curativo à pele.
Observações: não deve ser utilizado para feridas
infectadas.
Ácidos Graxos Essenciais (AGEs)
São óleos derivados dos vegetais poli-
insaturados. A composição do produto
comercializado para o tratamento de feridas e:
Acido Linoléico, Acido Caprilíco, Ácido Capríco,
Vitaminas A e E e Lecitina de Soja.
Indicações: Prevenção e tratamento de úlceras
de pressão e tratamento de lesões abertas com
ou sem infecção.
Contra-Indicações: Lesões com necrose tecidual
sem desbridamento.
Mecanismo de ação: Os AGEs possuem ação
quimiotática. São precursores de substâncias
farmacologicamente ativas envolvidas no
processo de divisão celular e diferenciação
epidérmica (tromboxanes e prostaglandinas- e
possui capacidade de modificar reações
inflamatórias e imunológicas, alterando funções
leucocitárias e acelerando o processo de
granulação tecidual.
Ácidos graxos essenciais lipídios insaturados
ricos em ácido linoléico
Indicação - todos os tipos de lesões, infectadas
ou não, desde que desbridadas previamente.
Mecanismo de ação - promove quimiotaxia para
leucócitos, facilita a entrada de fatores de
crescimento nas células, promove proliferação e
mitose celular, acelerando as fases da
cicatrização.
Modo de usar - irrigar a lesão com soro
fisiológico, aplicar AGE por toda a área da ferida
e cobrir.
Observações - não é agente desbridante, porém
estimula o desbridamento autolítico.
Curativo de Carvão Ativado
Uma cobertura estéril para ferimentos, de baixa
aderência, envolto por uma camada de tecido
selado em toda sua extensão, com uma
almofada impregnada por carvão ativado e prata
a 0,15%.
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Mecanismo de Ação: o carvão ativado adsorve o
exsudato e filtra o odor enquanto a prata exerce
poder bactericida local pela liberação de prata.
Contra-Indicações: Não deve ser utilizado em
queimaduras, pois a prata pode provocar dor. O
curativo não deve ser cortado para não ocorrer
liberação do carvão ativado na lesão.
Sulfadiazina de Prata
É um composto solúvel e com ação adstringente
derivado de sais de prata com propriedades
anti-séptica local.
Mecanismo de ação: o íon prata causa
precipitação de proteínas e age diretamente na
parede celular e membrana citoplasmática da
célula bacteriana, exercendo ação bactericida
imediata e ação bacteriostática residual pela
liberação de pequenas quantidades de prata
iônica.
Indicações: prevenção de colonização e
tratamento de queimaduras.
Membranas ou Filmes Semipermeáveis
É um material estéril com possibilidade de uso
como cobertura primária ou secundária indicado
principalmente para oclusão de lesões planas
pouco exsudativas. São transparentes,
facilitando a visualização das características da
lesão e permitindo maior mobilidade ao
paciente.
Composição: filme de poliuretano, transparente,
elástico, semipermeável, aderente a superfícies
secas.
Mecanismo de ação - Proporciona ambiente
úmido, favorável a cicatrização permeabilidade
seletiva, permitindo a difusão gasosa e
evaporação de água. Impermeável a fluidos e
microorganismos.
Indicação - Fixação de cateteres vasculares;
proteção de pele íntegra e escoriações;
prevenção de úlceras de pressão por fricção,
cobertura de incisões cirúrgicas limpas com
pouco ou nenhum exsudato; cobertura de
queimaduras de 1º e 2º grau; cobertura de áreas
doadoras de enxerto.
Contra indicações - Feridas com muito
exsudato; Feridas infectadas. Trocar quando
perder a transparência.
HIDROGEL
É um composto de água, carboximetil-celulose
(CMC) e propileno-glicol (PPG) que forma um
hidrogel transparente e incolor com função de
remover tecidos necróticos através do
desbridamento autolítico.
Mecanismo de ação: a água (77,7%)- mantém o
meio úmido, a CMC (2,3%)- facilita as
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propriedades reidratantes e de desbridamento e
o PPG (20%)- estimula a liberação do exsudato.
Indicação: remoção de tecido necrótico em
lesões cavitárias.
Protetores Cutâneos para Ostomias
Descrição: São compostos de gelatina, pectina,
carboximentilcelulose sódica e polisobutileno de
uso tópico com a mesma função de proteger e
regenerar a epiderme Peri-ostomias e Peri-
fístulas.
Apresentações:
Pó - indicado em lesões úmidas e escoriado da
pele Peri-ostomal. Sua função é secar e forma
uma película protetora para fixação da placa.
Pasta - indicada para correção de imperfeições
do estoma. Sua função é de selante da pele com
o estoma através da formação de um anel ao
redor do estoma.
Placa - indicada para a proteção e regeneração
da pele Peri-ostomal e fixação da bolsa.
Indicações: Peri-fístulas ou Peri-ostomias.
Pomadas Enzimáticas
São compostos de enzimas especificas para
determinados substratos com o objetivo de
auxiliar no desbridamento da lesão, entretanto
não ha dados conclusivos sobre sua ação como
estimulador do processo cicatricial.
Composição - colagenase lostridiopeptidase A e
enzimas proteolíticas.
Mecanismo de ação - age seletivamente
degradando o colágeno nativo da ferida.
Indicação - desbridamento enzimático suave e
não invasivo de lesões.
Contra-Indicação - Feridas com cicatrização por
primeira intenção. Não utilizar por mais de 15
dias. Trocar o curativo a cada 8 horas.
Observações: há controvérsias quanto à eficácia
das pomadas enzimáticas como estimulador da
granulação e epitelização, visto que com o
aumento dos níveis de ação das proteinases,
temos a degradação dos fatores de crescimento
e dos receptores de membrana celular, que são
importantes para o processo de cicatrização.
Curativo Adesivo com Hidropolimeros
É um curativo altamente absorvente para feridas
com baixa a moderada exsudação e que
proporciona um ambiente úmido facilitador do
processo de granulação. Este curativo é mais
aderente devido à presença de uma camada de
hidropolímero com capacidade de expansão e
manutenção da adesão do curativo a lesão.
Mecanismo de ação: Proporciona um ambiente
úmido e estimula o desbridamento autolítico.
Absorve o exsudato e expande-se
delicadamente à medida que absorve o
exsudato.
Indicações: Tratamento de feridas abertas não
infectadas.
Contra-indicações: Queimadura de 3º grau;
lesões com vasculite ativa;
Feridas colonizadas e infectadas, com tecido
desvitalizado.
Curativos Impregnados com Prata
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Mecanismo de Ação: Os íons de prata destroem
a parede celular da bactéria, interagem com o
DNA inibindo a divisão celular e interferem na
função celular da bactéria.
Indicações:
Feridas com risco ou sinais clínicos de infecção
Feridas com retardo no processo de cicatrização.
Observações:
- Curativos com prata não são eficazes
contra biofilme.
- Necrose e película protegem a bactéria.
A eficácia dos íons de prata por isto é
altamente limitada.
- Curativos com prata não podem realizar
a limpeza da ferida (desbridamento).
- A limpeza da ferida é necessária quando
a ferida está coberta com necrose,
fibrina e pus. Nestes casos é necessário
uma limpeza cirúrgica, enzimática ou
auto-lítica.
- Curativos contendo prata não podem ser
considerados como terapia antibiótica,
só podem ser considerados como
terapia complementar.
12. Características Importantes dos
Curativos
Capacidade de absorção.
Que permita intercâmbio gasoso e
passagem do vapor de água.
Que seja uma barreira efetiva frente aos
microorganismos.
Que seja um isolante térmico
Que seja uma barreira mecânica.
Capacidade de manter o meio úmido, de
forma adequada para o processo de
epitelização.
Que não seja irritante e nocivo para a
pele ao redor da lesão.
Que não seja aderente ao leito da ferida.
Que seja estéril.
13. Cuidados Básicos de Assepsia no
Curativo
Lavar as mãos com água e sabão antes e
após a realização do curativo.
Utilizar instrumento estéril.
Obedecer aos princípios da assepsia
para evitar a contaminação do material.
Utilizar luvas estéreis (se for utilizar
pinças estéreis não é necessário).
Curativos removidos para a inspeção da
lesão devem ser obrigatoriamente
trocados.
No caso de vários curativos, sempre
realize o curativo menos contaminados
antes do mais contaminado.
14. Curativos de Cateteres, Introdutores,
Fixadores Externos.
O processo de limpeza é fundamental na
realização de qualquer curativo, entretanto nem
todos os procedimentos de curativos visam à
cicatrização da ferida, pois há lesões realizadas
intencionalmente para inserções de dispositivos
com fins diagnósticos e terapêuticos, cujo
cuidado é o de manutenção do curativo seco,
com a finalidade de prevenir a colonização.
Estes dispositivos devem permanecer limpos e o
uso de solução antisséptica de PVPI ou
clorexidina, minimiza a colonização bacteriana.
A área de inserção deve ser inspecionada
diariamente para a detecção precoce de sinais
de infecção.
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15. Curativos em Drenos
No curativo do dreno deve ser realizada limpeza
com solução salina 0,9% separado do curativo
da incisão cirúrgica, e o primeiro a ser realizado
será sempre o do local menos contaminado.
O curativo com dreno deve ser mantido limpo.
Isto significa que o número de trocas está
diretamente relacionado à quantidade de
drenagem.
Locais de inserção dos drenos devem ser
protegidos no horário do banho.
Devem ser utilizadas bolsas coletoras para
controle de débito nos casos de drenagem
aberta (penrose ou tubular).
16. Curativos em Feridas
Em feridas abertas o curativo deve ser mantido
limpo, ocluído e com manutenção do meio
úmido. Não é recomendado o uso de curativo
seco. Deve-se umidificar a ferida com soro
fisiológico a 0,9% e secar somente a bordas da
ferida.
Indica-se a limpeza de feridas por meio de
irrigação com solução fisiológica morna e sob
pressão. Essa irrigação é capaz de remover
partículas, bactérias e exsudato. Não
recomendar esfregar o leito da ferida, pois causa
destruição do tecido neoformado.
O tipo do tratamento local depende do tipo e
das condições da ferida. O número de troca do
curativo está relacionado à quantidade de
drenagem e às características da secreção,
devendo ser trocado sempre que o curativo
secundário estiver saturado.
A troca de curativos pode baixar a temperatura
da superfície em vários graus. Por isso, não se
deve limpá-las com solução fria nem deixá-las
expostas por períodos prolongados.
17. Desbridamento
Desbridamento é o ato de remover da
ferida o tecido desvitalizado e/ou
material estranho ao organismo. Ele é
essencial para o tratamento de feridas,
pois para que haja reparação tecidual, o
tecido necrótico deve ser removido.
SEMPRE antes de iniciar um
desbridamento devemos:
- Avaliar se o paciente tem prognóstico
- Avaliar condição vascular do paciente
- Observar se há sinais flogísticos no local.
- Somente o profissional ENFERMEIRO e
MÉDICO podem legalmente realizar um
desbridamento mecânico com material
pérfuro-cortante.
- Realizar cursos e praticar com um
Enfermeiro que tenha prática antes de
realizar um desbridamento
Deve-se desbridar a lesão sempre que esta
apresentar tecido desvitalizado:
- Necrose de coagulação – caracterizada
pela presença de crosta preta e/ou
escura.
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- Necrose de liquefação – caracterizada
pelo tecido amarelo/esverdeado.
- Quando a lesão apresentar infecção
e/ou presença de secreção purulenta.
Técnicas de desbridamento:
- Mecânico
- Cirúrgico
- Químico
1. Desbridamento cirúrgico: consiste na
remoção do tecido necrótico através de
procedimento cirúrgico. É a técnica mais
rápida e efetiva para a remoção da
necrose, principalmente quando o
cliente necessita de intervenção
urgente, como nos casos em que há
presença de celulite ou sepse. O
desbridamento cirúrgico deverá ser
realizado como técnica rigorosa
asséptica.
2. Desbridamento Mecânico: Consiste na
aplicação de força mecânica
diretamente sobre o tecido necrótico a
fim de facilitar sua remoção,
promovendo um meio ideal para a ação
de coberturas primárias.
3. Desbridamento Enzimático: consiste na
aplicação tópica de enzimas
desbridantes diretamente no tecido
necrótico. É um método prático, seguro
e pode também ser associado ao
desbridamento cirúrgico ou mecânico.
18. Laserterapia no Tratamento de Feridas
A partir da década de 1960 foram realizados
estudos sobre os efeitos biológicos da
laserterapia na reparação tecidual,
sucessivamente outras pesquisas demonstraram
a aplicabilidade clínica e hoje a laserterapia é
aplicada no tratamento de feridas.
Para ser utilizado na reparação tecidual o raio
laser deve possuir ótima interação com o tecido
cutâneo. O laser pode ser composto de vários
gases, tais como: CO2, Diodo, Neodímio (Nd) e
Hélio- Neônio (HeNe). O laser HeNe é o mais
empregado na reparação tecidual.
Durante o tratamento da laserterapia, o leito da
lesão deve ser úmido, como por exemplo, com
ácido graxo essencial (AGE) e hidrogel.
O curativo deve ser substituído, em média, a
cada 12 ou 24 horas e toda vez que for
contaminado.
Indicação
Atua como coadjuvante no tratamento de
feridas superficiais e profundas, limpas ou
infectadas.
Contra-Indicação
- Tratamento de lesões neoplásicas, já
que pode estimular seu
desenvolvimento.
- Clientes portadores de retinopatias
Efeitos Terapêuticos da Laserterapia
- Proliferativo: aumenta a neo-
angiogênese, a síntese de fibroblastos,
colágeno e ATP (adenosina Trifosfato).
- Fibrinolítico: facilita fibrinólise.
- Anti-edematogênico: facilita o retorno
venoso linfático, devido à ação
vasodilatadora dos capilares.
- Antiinflamatória: interfere na síntese de
prostaglandina, aumentando a
permeabilidade capilar.
- Analgésico: libera substâncias
quimiotáxicas, que estimulam a
liberação de endorfinas, normalizando o
potencial elétrico da membrana celular.
- Bactericida: aumenta a quantidade de
interferon, potente agente natural.
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Técnicas de aplicação
- Técnica Pontual: é aplicado em
determinados pontos da borda da
ferida.
- Técnica de varredura externa: é aplicada
em toda a borda da ferida.
- Técnica de varredura interna: é aplicada
dentro da própria lesão.
- Técnica de varredura mista: são
aplicadas, de forma conjunta, as
varreduras internas e externas.
- Técnica associada: são aplicadas, de
forma conjunta, a pontual e a varredura
mista.
19. Oxigenoterapia Hiperbárica no
Tratamento de Feridas
A medicina hiperbárica possui dois grandes
ramos de atividade:
a- dedicado a atividade profissional de
mergulhadores, aeronautas e trabalhadores sob
ar-comprimido, prevalecendo uma abordagem
voltada à saúde ocupacional;
b- referente às aplicações clinicas da
oxigenoterapia hiperbárica (OHB). O tratamento
é efetuado em varias sessões, cujo nível de
pressão, duração, intervalos e número total de
aplicações são variáveis de acordo com as
enfermidades. A OHB consiste na inalação de
oxigênio puro com a pressão do ambiente
aumentada de duas a três vezes acima de seu
valor normal, estando o cliente no interior de
uma câmara hiperbárica. Durante as sessões
ocorre um aumento de 10 a 20 vezes na
quantidade de oxigênio dissolvido nos tecidos.
Aplicações Clínicas
Inúmeras são as indicações da OHB
determinadas por vários protocolos aceitos
internacionalmente:
1. Embolias gasosas.
2. Doença descompressiva.
3. Embolia traumática pelo ar.
Envenenamento por monóxido de
carbono ou intoxicação por fumaça.
Envenenamento por cianeto ou
derivados cianídricos.
4. Gangrena gasosa clostridiana.
Doença de Fournier.
5. Outras infecções necrotizantes de
tecidos moles: celulites, fasceíte e
miosites, deiscência de sutura.
6. Isquemias agudas traumáticas: lesão por
esmagamento, síndrome
compartimental, re-implante de
extremidades amputadas e outras.
Retalhos ou enxertos comprometidos ou
de risco.
Vasculites agudas de etiologia alérgica,
medicamentosa ou por toxinas
biológicas (aracnídeos ofídios e insetos).
Queimadura complexa.
7. Lesões refratárias: úlceras de pressão,
vasculogênica, neuropática (pé diabético
e outras).
8. Lesões por radiação: radiodermite,
osteorradionecrose e lesões actinicas de
mucosas.
Osteomielite crônica.
9. Hipoacusia por ototoxidade a agentes
quimioterápicos.
10. Anemia aguda nos casos de
impossibilidade de transfusão
sanguínea.
Características do tratamento de feridas com
oxigenoterapia hiperbárica
- Na OHB o cliente deve estar dentro da
câmara hiperbárica. Estas podem ser
multiclientes ou monoclientes. As
multiclientes comportam
simultaneamente várias pessoas. Ela é
despressurizada com ar comprimido,
sendo que nesta situação o oxigênio é
respirado através das máscaras ou
capuzes especiais.
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- As câmaras monoclientes permitem a
acomodação apenas do próprio cliente,
é pressurizada diretamente com
oxigênio puro não havendo necessidade
de dispositivos especiais para a inalação
deste gás.
- Antes de ser iniciada a terapia, o cliente
deverá ser submetido à anamnese e
exame clínico completo, com particular
atenção ao tímpano e sistema
pulmonar. Ele deverá ser informado
sobre todas as medidas de segurança
como: utilização de vestimenta
adequada fornecida, retirar todo objeto
de uso pessoal que possa originar
fagulhas elétricas, pois o oxigênio é
altamente inflamável.
- A OHB atua acelerando a formação do
tecido de granulação e como
coadjuvante no controle de infecção.
Seus resultados são evidentes no
tratamento de fascites necrotizantes
extensas e síndrome de Fournier.
- Em condições hiperbáricas a ação do
oxigênio possui alguns mecanismos de
particular interesse fisiológico, como:
1. Efeito anti-edematogênico facilitando o
retorno venoso.
2. Ação microbicida através da inibição da
biossíntese de aminoácidos, do
transporte através da membrana
bacteriana e da síntese e degradação do
DNA da bactéria.
3. Ação bioquímica oxidativa deslocando
substâncias tóxicas.
4. Efeito sinérgico com outras drogas,
como antibióticos sistêmicos.
5. Efeito regenerativo facilitando a
neoangiogênese e a formação de
colágeno.
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1) Assinale a alternativa errada com
relação às indicações da Oxigenoterapia
Hiperbárica.
a) Embolias gasosas.
b) Doença descompressiva.
c) Intoxicação alimentar
d) Embolia traumática pelo ar.
2) As feridas podem ser classificadas de
acordo com profundidade /
comprometimento estrutural, exceto
em:
a) Aberta
b) Profunda superficial
c) Superficial
d) Profunda total
3) Antes de iniciar um desbridamento
devemos realizar alguns procedimentos,
exceto:
a) Avaliar se o paciente tem prognóstico.
b) Avaliar condição neurológica do
paciente
c) Avaliar condição vascular do paciente
d) Observar se há sinais flogísticos no local.
4) Quanto à presença de exsudato assinale
a alternativa errada:
a) Fibrina é a passagem de proteína
plasmática pela parede do vaso.
b) Exsudato fibrinoso é a passagem da
proteína plasmática pela parede do
vaso.
c) A fibrina na ferida se apresenta aderida
aos tecidos e tem cor esbranquiçada ou
amarelada.
d) Os padrões mistos incluem:
serosanguinolenta, seropurulenta,
serofibrinoso, fibrinopurulenta.
5) O processo de cicatrização de feridas é
composto por várias etapas, assinale a
alternativa errada:
a) Inflamação
b) Reconstrução
c) Derme
d) Maturação
6) São características do curativo ideal,
exceto:
a) Capacidade de absorção.
b) Que evite intercâmbio gasoso e
passagem do vapor de água.
c) Que seja uma barreira efetiva frente aos
microorganismos.
d) Que seja um isolante térmico
7) Na assistência ao paciente portador de
feridas se faz necessário uma
abordagem holística, com um
levantamento do histórico do paciente e
a avaliação das condições atuais,
incluindo o físico, psicológico e o
espiritual. Sobre os cuidados físicos
assinale a alternativa verdadeira:
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a) Incontinência urinária
b) Estresse
c) Impotência
d) Medo
8) Sobre os produtos mais utilizados no
tratamento das feridas, assinale a
alternativa errada:
a) Membranas ou Filme semipermeável:
são compostos de gelatina, pectina,
carboximentilcelulose sódica e
polisobutileno de uso tópico com a
mesma função de proteger e regenerar
a epiderme Peri-ostomias e Peri-fístulas.
b) Alginatos: são sais de polímero natural
acido algínico derivado de algas
marinhas marrons.
c) Hidrocolóides: Partículas hidroativas em
polímero inerte impermeável. Indicado
para lesões não infectadas com ou sem
exsudato, áreas doadoras e incisões
cirúrgicas.
d) Curativo de carvão ativado é uma
cobertura estéril para ferimentos, de
baixa aderência, envolto por uma
camada de tecido selado em toda sua
extensão, com uma almofada
impregnada por carvão ativado e prata a
0,15%.
9) Com relação à Sulfadiazina de prata,
assinale a alternativa verdadeira:
a) Contra- Indicações: prevenção de
colonização e tratamento de
queimaduras.
b) É um composto insolúvel e com ação
adstringente derivado de sais de prata
com propriedades anti-séptica local.
c) Mecanismo de Ação: o carvão ativado
adsorve o exsudato e filtra o odor
enquanto a prata exerce poder
bactericida local pela liberação de prata.
d) Mecanismo de ação: o íon prata causa
precipitação de proteínas e age
diretamente na parede celular e
membrana citoplasmática da célula
bacteriana, exercendo ação bactericida
imediata e ação bacteriostática residual
pela liberação de pequenas quantidades
de prata iônica.
10) São efeitos Terapêuticos da
Laserterapia, exceto:
a) Proliferativo: aumenta a neo-
angiogênese, a síntese de fibroblastos,
colágeno e ATP (adenosina Trifosfato).
b) Fibrinolítico: facilita fibrinólise.
c) Inflamatória: interfere na síntese de
prostaglandina, aumentando a
permeabilidade capilar.
d) Analgésico: libera substâncias
quimiotáxicas, que estimulam a
liberação de endorfinas, normalizando o
potencial elétrico da membrana celular.
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REFERÊNCIAS
1- SILVA, R.C.L. da; FIGUEREDO, N.M.A. de;
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São Caetano do Sul: Yendis, 2007.
2- DUARTE, Yeda Aparecida de Oliveira.
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gerontológico. São Paulo: Atheneu,
2000.
3- FERREIRA, Verônica Resende; MADEIRA,
Lélia Maria. Lesões de Pele em Recém-
nascidos na Unidade de Terapia
Intensiva Neonatal e a Assistência de
Enfermagem. REME – Revista Mineira
de Enfermagem, Belo Horizonte: UFMG,
v.8, n.1, jan./mar. 2004.
4- BRUNNER/SUDDARTH. Tratado Médico-
Cirúrgico. Edição 1998, Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2000.
5- CARPENITO, Lynda Jual. Manual de
Diagnósticos de Enfermagem. Porto
Alegre: Artes Médicas Sul Ltda, 2000.
6- CIANCIARULLO, Tâmara Wanow.
Instrumento Básicos para o cuidar: Um
desafio para a qualidade da assistência,
São Paulo: Atheneu, 2006.
7- CINTRA, Eliane Araújo e Cols. Assistência
de Enfermagem ao paciente
gravemente - enfermo. São Paulo:
Athneu, 2001.
8- WALDOW, Vera Regina. Cuidado
Humano: o resgate necessário. Porto
Alegre: Sagra Luzzato, 2007.
9- DEALEY, Carol. Cuidando de feridas: um
guia para as enfermeiras. Tradução:
Eliane Kanner. São Paulo: Atheneu
Editora, 2006.
10- MOZACHI, N. O hospital: manual do
ambiente hospitalar. Curitiba: Manual
Real, 9ª Ed, 2007.
11- SMELTZER, Suzanne C.; BARE, BRENDA
G. Tratado de enfermagem médico-
cirúrgica. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2002.