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A GESTÃO ESCOLAR E A PARTICIPAÇÃO FAMILIAR UMA SIMBIOSE
NECESSARIA. 1
Cristianesilva100@hotmail.com2
RESUMO
Esse trabalho tem como proposta discutir e analisar como A Gestão Escolar e a Participação
Familiar uma simbiose necessária. Essa questão surge como uma resposta para as
dificuldades que tendem a limitar o desempenho de uma Gestão Escolar Plural e dinâmica dos
profissionais dentro das instituições sejam elas públicas ou privadas. Onde para lograr êxito
toda empreitada exige esforço e dedicação dos indivíduos dentro das organizações, no entanto
se tratando de formação educativa como na Escola, tal processo sem a família se torna
extremamente difícil, onde a participação familiar é a pedra angular do processo. Por isso esse
recorte Gestão Escolar e Família como uma Simbiose. A metodologia utilizada foi à pesquisa
bibliográfica cuja amparagem teórica está pautada em autores como Carlos Libâneo (2001),
Textos da Constituição Federal Brasileira (1989), ECA (1990), Phillipe Ariés (1978). Os
resultados obtidos pela pesquisa apontam que a discussão do tema é fundamental para criação
de mecanismos e políticas administrativas e pedagógicas que tornem possível essa simbiose.
Palavras chave: Gestão, Escola, Família, Simbiose
ABSTRACT
This work aims to discuss and analyze how School Management and Family Participation are
a necessary symbiosis. This question arises as an answer to the difficulties that tend to limit
the performance of a Plural and dynamic School Management of professionals within
institutions, whether public or private. Where to achieve success, every enterprise requires
effort and dedication of individuals within organizations, however when it comes to
1 Artigo Final apresentado ao Centro Universitário – Faveni, como requisito para obtenção do título de
pós-graduação.
2
Pós-Graduanda em Pós-Graduação em Gestão Escolar – Centro Universitário – Campus/Natal/RN.
6
educational training as in School, such a process without the family becomes extremely
difficult, where family participation is the cornerstone of the process. That's why this cut
School Management and Family as a Symbiosis. The methodology used was the bibliographic
research whose theoretical support is based on authors such as Carlos Libâneo (2001), Texts
of the Brazilian Federal Constitution (1989), ECA (1990), Phillipe Ariés (1978). The results
obtained by the research indicate that the discussion of the theme is fundamental for the
creation of mechanisms and administrative and pedagogical policies that make this symbiosis
possible.
Keywords: Management, School, Family, Symbiosis
1 INTRODUÇÃO
Desde a sedentarização do homem e o início da vida em sociedade, a família sempre
foi fundamental para o desenvolvimento humano, ao longo do tempo, porém esse conceito
que conhecemos foi ampliado, saindo do modelo tradicional e passando a ser entendido como
aqueles indivíduos que convivem no mesmo espaço e compartilham laços sanguíneos,
afetivos e sociais.
Sobre essa questão do surgimento da chamada família moderna, temos como base de
entendimento o pensamento do autor Phillipe Ariés3, que produziu um excelente trabalho na
obra “História social da Família e da criança” onde traz a luz esse conceito desde os seus
primordios da humanidade, até o periodo conhecido como modernidade. Segundo autor A
família moderna retirou da vida comum não apenas as crianças, mas uma grande parte do
tempo e da preocupação dos adultos. Ela correspondeu a uma necessidade de intimidade, e
também de identidade: os membros da família se unem pelo sentimento.
3 Phillipe Ariès, historiador francês, nasceu em Blois, na França, em 21 de julho de 1914, e faleceu em
Toulouse, em 1984. Além de seu ofício historiográfico, realizou importantes trabalhos como jornalista
e ensaísta. É autor de obras de grande repercussão, como História social da criança e da família e sobre
a história da morte no Ocidente, e coordenou a coleção História da vida privada. Herdeiro da Escola
dos Annales, Ariès é considerado um dos Philippe pioneiros no campo de estudo das mentalidades.
7
Ainda de acordo com autor o sentimento da família, o sentimento de classe e talvez,
em outra área, o sentimento de raça surgem, portanto, como as manifestações da mesma
intolerância diante da diversidade, de uma mesma preocupação de uniformidade.
A assim a família é uma instituição social de extrema importância para a formação
social/cidadã, e junto com o Estado e instituições auxiliam nesse processo de formar o
cidadão para a vida e o mundo do trabalho.
Como diz Chiavenato4, “planejar é fundamental, e planejar a gestão escolar buscando
uma conjuntura entre o político e o pedagógico é imprescindível. A escolha da equipe gestora
vai ser também para o gestor consegui prever o percurso e minimizar os erros e maximizar os
acertos, algo mal gerido no seu como é o planejamento do fracasso,” e Gestão é isso planejar
e planejar em conjunto Escola e família e instituições uma simbiose5 necessária.
É dentro dessa perspectiva que o presente artigo busca analisar como se faz necessária
essa junção Escola e Família, para o processo de uma Educação Igualitária, Democrática
Plural, onde a Escola é um lugar para se discutir e executar propostas que transforme esses
conceitos em realidade, como apontam Paulo Freire, Libâneo entre outros autores.
Considerando o estudo acerca dessa problemática o presente trabalho tem como
objetivo responder a seguinte questão: Como a gestão escola pode aproximar a Família da
Escola.? E porque elas precisam ser uma simbiose.
A metodologia utilizada se volta à pesquisa bibliográfica, pautada à luz de autores que
são exportes no conceito do Estudo da Administração e Gestão, onde suas obras servem de
referência na exploração do tema, nos quais estão teóricos como; Carlos Libâneo (2001),
Textos da Constituição Federal Brasileira (1989), ECA (1990), Phillipe Ariés (1978) entre
outros.
4 Idalberto Chiavenato é um escritor, professor e consultor administrativo brasileiro. Atua na área de
administração de empresas e recursos humanos. É um dos autores nacionais mais conhecidos e
respeitados nas áreas de Administração de Empresas e Recursos Humanos.
Simbiose é um termo que vem do grego e significa “viver junto”. Esse termo foi utilizado pela
primeira vez em 1879 para definir uma associação íntima estabelecida entre organismos de diferentes
espécies."
Veja mais em: https://brasilescola.uol.com.br/simbiose.htm5
8
É um consenso entre diversos autores que a escola é um lugar de debates de ideias, do
conhecimento teórico e social, portanto um lugar de “conflito” entre pontos de vistas, que
visam contribuir de maneira salutar para o processo de aprendizagem e formação para a
cidadania, de indivíduos realmente capazes de atuar exercendo seu papel frente aos desafios
que ela impõe a cada cidadão dentro da sua realidade.
No quesito gestão dirigir uma escola é um pouco diferente de uma empresa porque
nela você também tem um formato sistemático e padronizado, no entanto existem
especificidades inerentes ao processo educativo, onde as tomadas de decisões no ambiente
escola devem ser pautadas e estabelecidas por meios e ações dialogadas e comunicativas,
porque gerir pessoas é trabalhar de maneira estratégica para erradicar e limitar erros, seja qual
for o seguimento no qual se esteja sendo administrado.
Dentro da Gestão Escolar entende que o papel da escola é voltado para a formação da
cidadania e o mundo do trabalho, nessa perspectiva o papel da gestão é criar mecanismos de
aproximação dos indivíduos que fazem parte dela, de forma democrática e participativa nas
decisões tomadas pela instituição escolar e comunidade.
Se analisarmos a Gestão de uma maneira baseada na sua essência ela tem como foco
primordial nos seus colaboradores/funcionários públicos ou privados, e também no modelo de
atividades praticadas dentro das instituições. Essas atividades dependem de fatores externos e
ambientais, que devem ser mensurados de forma analítica.
A gestão de pessoas é contingencial e situacional, pois dependem de vários
aspectos como a estrutura organizacional adotada, a cultura que existe em
cada organização, as características do contexto ambiental, o negócio da
empresa, os processos internos e outras variáveis importantes. A Gestão de
Pessoas deve tratar os funcionários como parceiros da empresa, assim como
trata os fornecedores, os acionistas, os clientes entre outros. Os empregados
têm um papel fundamental para a empresa, pois são eles que contribuem
com seus conhecimentos, capacidades e habilidades, proporcionando
decisões e ações que dinamizam a organização. (CHIAVENATO, 2010).
De acordo (PARO, 2000) a administração escolar é portadora de uma especificidade que a
diferencia da administração especificamente capitalista, cujo objetivo é o lucro, mesmo em prejuízo da
realização humana implícita no ato educativo. Se administrar é utilizar racionalmente os recursos para
a realização de fins determinados, administrar a escola exige a permanente impregnação de seus fins
pedagógicos na forma de alcançá-los.
Na gestão escolar uma prerrogativa fundamental é manter uma relação articulada com
o Projeto Político Pedagógico, porque ele é o que norteia o político e o pedagógico da
proposta desenvolvida pela instituição para os seus alunos e comunidade de um modo geral.
9
Nesse contexto o PPP é uma ferramenta de extrema importância para uma gestão eficaz, que
atua como guia curricular, onde sua construção deve ser elaborada de maneira coletiva por toda a
comunidade escolar.
Segundo (BRUNO, 2007) para melhorar a qualidade da educação vai muito além da promoção
de reformas curriculares, implica, antes de tudo, criar novas formas de organização do trabalho na
escola, que não apenas se contraponham às formas contemporâneas de organização e exercício do
poder, mas que constituam alternativas práticas possíveis de se desenvolverem e de se generalizarem,
pautadas não pelas hierarquias de comando, mas por laços de solidariedade, que consubstanciam
formas coletivas de trabalho, instituindo uma lógica inovadora no âmbito das relações sociais.
A escola é uma instituição que visa formar para a formação do exercício da cidadania,
sendo ela escola deve estar antenada com a comunidade interna e externa, onde suas práticas
possam estreitar e aproximá-las uma da outra porque frente a tantos desafios eles nunca
precisaram tanto se completar e uma só instituição, com um único objetivo promover seus
clientes a cidadania participativa, prontos para entender e transformar suas realidades e do
espaço que ocupam. comunidade externa.
Nesse sentido o trabalho torna-se importante tendo em vista que umas das maiores
dificuldades das grandes empresas estão ligadas a gestão e liderança, onde o grande desafio é
manter as equipes motivadas onde possam desenvolver os resultados esperados. Porém para
isso é preciso que os gestores possam está atento aos desafios que são inerentes ao processo,
como as inúmeras transformações que ocorrem na sociedade no contexto econômico, político,
social e cultural, que afetam psicologicamente as pessoas, causando impactos na maneira
como agem no ambiente profissional interferindo diretamente na produtividade.
Sendo assim a pesquisa se torna extremamente pertinente e justificada, contribuindo de
maneira significativa para o meio acadêmico e instituições ou grupos que trabalhem nessa
ótica ou queiram entender sobre a problemática.
A escolha dessa problemática foi motivada pelo fato de se entender como podemos
fazer uma Gestão Escolar, baseada nos princípios da igualdade e da promoção social e a
formação para a cidadania função social da escola. No entanto essa igualdade só é possível se
for articula com o principal pilar da sociedade que é Família, que sofreu alterações ao longo
das décadas do século passado e segui em transformação. Assim o tema é relevante no sentido
de dialogar de modo colaborativo nessa simbiose para o sucesso escolar que é Gestão Escolar
e Família, porém sabemos dos desafios que é tornar essa “simbiose” realidade.
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2. GESTÃO ESCOLAR E EDUCAÇÃO UM BREVE HISTÓRICO
Para falarmos em Gestão Escolar é preciso entendermos o contexto histórico da
educação nacional, tendo em vista que a educação brasileira ganhou contornos diferenciados
na Constituição de Federal de 1989, onde em seu artigo 205 garante a educação como dever
do estado e da família.
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
(Art.205 da Constituição Federal de 1988).
[...] Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança,
ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade,
ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-
los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão.
[...] Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os
filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou
enfermidade (BRASIL, 2003).
Aliados a dispositivos que também contribuíram para definir parâmetros para a educação
dentro de uma perspectiva fundamental que é o Eca, Estatuto da Criança e do Adolescente.
Onde cumpri um papel fundamental na proteção das crianças e adolescentes, que muitas vezes
são vitimas de trabalho infantil, exploração sexual, desestruturação familiar, algo que impacta
demais o desenvolvimento escolar de um modo geral.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), regulamentado pela Lei
Federal nº 8.069/1990, é o principal marco legal e regulatório dos direitos das
crianças e dos adolescentes no Brasil. Já em seu artigo 1º, o ECA define-se
como uma lei que dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.
(ECA 1990).
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e
do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação
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dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao
esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. [...]
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao
pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da
cidadania e qualificação para o trabalho [...].
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do
processo pedagógico, bem como participar da definição das
propostas educacionais. [...] Art. 55. Os pais ou responsável têm a
obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de
ensino. [...]
Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável: V -
obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua
frequência e aproveitamento escolar (BRASIL, 2002).
A garantia destes direitos fundamentais para o cidadão expresso em lei de maneira
constitucional obriga o Estado brasileiro a cumprir e assegura-los como invioláveis, isso
permite que se possa delinear politicas educacionais que busquem o pleno desenvolvimento
da educação de qualidade. A educação pública no Brasil sempre foi caracterizada e voltada
para uma elite. Se olharmos para a história do Brasil ela tem início lá no período colonial com
os jesuítas, carregando toda as visões da ordem religiosa e Estado português, na verdade era a
catequese voltada não só para indígenas, e os filhos dos colonos quem ensina/catequizava.?.
Esse panorama seguiu durante todo o período colonial.
A partir de 1808 com a chegada família real temos uma mudança de paradigma com
relação a uma estrutura educacional voltada para a elite como; criação da Escola Nacional de
Belas Artes, Academia Real Militar, Escolas de Medicina, entre outras ao longo do século
XIX.
Mas os escravos negros não conseguiram qualquer direito à educação e os homens
brancos pobres e as também mulheres estavam excluídas ao acesso a educação. Ao longo do
século XIX tivemos reformas significativas como; Benjamim Constant, Epitácio Pessoa, entre
outras durante a era Vargas (1930 – 1945). No entanto em nenhuma das constituições
12
anteriores conseguiram alcançar o objetivo da constituição cidadã de 1988, sabemos que é
preciso cobrar o direito nela expresso em todas os seus segmentos.
Sabemos que a Constituição de 1988 e a criação do Eca, foram frutos de muita luta de
diversos atores envolvidos, poder público, sociedade civil, classe política, e que até hoje é
fundamental lutarmos para corrigir essa discrepância do acesso a educação pública de
qualidade.
Segundo Libâneo (2002) a função da escola é ajudar os alunos a desenvolver suas
capacidades intelectuais e cognitivas frente a um conjunto de problemas sociais existentes no
mundo hoje e que afetam a juventude. Porém como alerta o autor e os dispositivos
constitucionais, não se consegue fazer uma educação de qualidade individual ou de forma
isolada, e sim com a participação de todos os atores sociais envolvidos, Estado, Família,
Professores e Comunidade.
Dentro desse contexto histórico qual o papel da Gestão Escolar.?
O papel da Gestão Escolar é de fundamental importância para a transformação e o
desenvolvimento bom funcionamento da escola com planejamento, liderança, e participação
coletiva de professores e comunidade como um todo, baseada em uma gestão democrática e
atenta as necessidades que demanda o ensino e suas variadas dimensões, para obterem o
sucesso esperado. No Brasil cada município é responsável por organizar os critérios de
escolha desse profissional seja indicado pelo gestor municipal ou pelo correto que é o pleito
democrático, eleito pela comunidade escolar, com base na LDB, e PPP da instituição.
A Gestão Democrática é caracterizada como uma forma de dirigir uma instituição de
ensino baseado nos princípios da participação plural da comunidade escolar, e transparência
democrática. Esse modelo de gestão. Segundo Vieira (2005), representa um importante
desafio na operacionalização das políticas de educação e no cotidiano da escola.
De acordo com os dispositivos da LDB rezam que:
Art. 14 - Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na
educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
I. Participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;
II. Participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.
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Art. 15 - Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os
integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira,
observadas as normas de direito financeiro público.
Outro modelo praticado é a Gestão Escolar Indicativa ocorre por indicação, o que
pode comprometer uma gestão limpa e transparente e de profissionais que realmente tenham
competência para o cargo.
Segundo Sousa (2002) são 66% dos profissionais das redes municipais que são
escolhidos exclusivamente por indicação. Não há um critério único definido para a escolha e
isso é um dos um dos problemas apontados por especialistas no que diz respeito à qualidade
da educação. Isso significa que ainda temos muitos desafios para implementar o que está
explícito na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
O tema da gestão democrática ganhou destaque no cenário educacional na década de
1980, com a promulgação Constituição Federal de 1988, onde seu artigo 3º reza que;
I - Construir uma sociedade livre, justa e
solidária;
II - Garantir o desenvolvimento nacional;
III - Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades
sociais e regionais;
IV - Promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça,sexo,
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
No entanto a instauração da gestão democrática é baseada na luta árdua de grupos
sociais, educadores, instituições públicas, todos aqueles que acreditam em uma educação
pública de qualidade.
Para Libâneo (2007) gestão democrático-participativa valoriza a participação da
comunidade escolar no processo de tomada de decisão, concebe à docência como trabalho
interativo e aposta na construção coletiva dos objetivos e do funcionamento da escola, por
meio da dinâmica intersubjetiva, do diálogo, o consenso.
14
A gestão escolar é estar além da questão burocrática e organizacional, no tangente a
pessoal, quadro de professores entre outros. Uma boa gestão escolar deve ser pautada dentro
do alinhamento pedagógico, familiar e comunitário, ou seja, entendendo os desafios que os
alunos estão inseridos. Um dos principais problemas enfrentados é a desestruturação familiar,
mas também questões de famílias em vulnerabilidade social, contexto de áreas dominadas por
organizações criminosas, desafios não faltam, por esse alinhamento pedagógico e
administrativo é fundamental, uma gestão/macro baseada no comprometimento com a família
e comunidade.
Para muitos que imaginam que a gestão ela é apenas administrativa, apenas representa
um modelo de escola onde o aluno era apenas treinado a ouvir e reproduzir aquilo que era
interessante para aquele contexto de sociedade dominante e elitizada.
No entanto a Gestão Escolar deve ser voltada para uma educação igualitária social,
em uma integração total com seus “clientes” alunos, família e comunidade, empregando todos
os seus recursos financeiros de pessoal, a disposição do fortalecimento do ensino.
Se a escola, tanto quanto a sala de aula, é espaço de aprendizagens, pode-se
deduzir que formas de funcionamento, normas, procedimentos
administrativos, valores e outras práticas que ocorrem no âmbito da
organização escolar exercem efeitos diretos na sala de aula, sendo verdade,
também o inverso: o que ocorre na sala de aula tem efeitos na organização
escolar. (LIBÂNEO, 2008).
De acordo com GADOTTI (2008) A escola e os sistemas educacionais encontram-se
hoje frente a novos e grandes desafios diante da generalização da informação na sociedade
que é chamada por muitos de “sociedade do conhecimento”, de sociedade da aprendizagem.
As cidades estão se tornando educadoras e aprendentes, multiplicando seus espaços de
formação. A escola, nesse novo contexto de impregnação do conhecimento, não pode ser mais
um espaço, entre outros, de formação. Precisa ser um espaço organizador dos múltiplos
espaços de formação, exercendo uma função mais formativa e menos informativa. Precisa
tornar-se um “círculo de cultura”, como dizia Paulo Freire, muito mais gestora do
conhecimento social do que lecionadora.
15
2.1. FAMILIA E ESCOLA UMA SIMBIOSE PERFEITA
A escola é um lugar de socialização onde diversas praticas ocorrem dentro do
ambiente escolar, a escola está muito além da pratica educativa do ensino/conteúdos a escola
representa um pilar social, que precisa estar em sintonia com outro pilar fundamental que é a
família e juntas forma uma simbiose por uma depende da outra para o funcionamento pleno e
com excelência.
Essa relação família e escola, tem que ser pensada pela Gestão Escolar como algo
insubstituível, porque o seu público é heterogêneo e isso significa que temos alunos das mais
diversas realidades e complexidades, essa gestão tem que fortalecer esse elo
família/escola/comunidade, baseada em um compromisso solidário e afetivo na formação e
desenvolvimento do seu público.
Para Spósito (2001) a natureza dos problemas encontrados e a superação deles não se
limitam a troca ou propostas de canais adequados, visando a gestão participativa com
capacidade de envolver de forma efetiva professores, alunos e pais.
Após os apontamentos do autor a gestão precisa traçar perfis sociais dos seus alunos, junto
com o Eca, organizações públicas municipais ou estaduais, para que possam usar ferramentas
e estratégias para diminuir a evasão escolar que ocorre por diversos fatores, porém um é
preponderante que é a desestruturação familiar.
É dentro do contexto familiar que a criança começa formar seu mundo interior e seus
processos psicológicos voltado para o mundo exterior, norteando suas relações com os outros,
dessa forma na escola ocorre uma ampliação desse processo de socialização.
Piaget (2007): “Uma ligação estreita e continuada entre professores e pais leva, pois a
muita coisa que a informação mutua: este intercâmbio acaba resultando em ajuda recíproca e,
frequentemente, em aperfeiçoamento real dos métodos.
A função tanto da família como da escola é formar, só esse fato já as deixa
simbioticamente ligadas e inerente ao processo, essa aproximação não é algo novo, porém
frente os desafios de uma sociedade capitalista, desigualitária, com diversas mazelas sociais, a
escola e família se torna praticamente indissociável, e se justificam perfeitamente.
Como já foi discutido a educação nacional alcançou um patamar até então
inimaginável com a Constituição de 1988 e a LDB que é a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB, 9394/96) e com Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, 1990)
que tem como garantias a junção articulada com a família. Desse modo cabe a Gestão Escolar
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planejar e viabilizar esse processo, e usar de todas as suas estratégias e ferramentas a sua
disposição.
[...] o planejamento global da escola, envolvendo o processo de
reflexão, de decisões sobre a organização, o funcionamento e a proposta
pedagógica da instituição. É um processo de racionalização,
organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade
escolar e a problemática do contexto social. (LIBÂNEO, 1992)
Sendo assim podemos entender sobre as discussões acerca da problemática é que
escola e família devem compactuar de forma sincronicamente, onde a gestão deve
desenvolver ações em que seu corpo docente e pedagógico possa conhecer seu aluno de
maneira individual e humanizada procurando entender sua história de vida/familiar, e a partir
daí traçar planos para o seu bem estar, escola, família, comunidade.
A escola nunca educará sozinha, de modo que a responsabilidade
educacional da família jamais cessará. Uma vez escolhida a escola, a
relação com ela apenas começa. É preciso o diálogo entre escolas, pais
e filhos. (REIS, 2007).
Como já explicitado essas duas instituições são promotoras de desenvolvimento
humano e social, e sua atuação em conjunto é preponderante para uma pratica educativa de
sucesso de ambas. Certamente os benefícios sociais serão enormes, essa aproximação não é
apenas necessária ela é vital.
Carvalho (2000), o sucesso escolar depende em grande parte, do apoio direto e
sistemático da família, que investe nos filhos, compensando tanto dificuldades individuais
quanto deficiências escolares.
Dentro perspectiva o entendimento dos docentes frente organização familiar e as
mudanças em suas estruturas é imprescindível um olhar apurado e analítico que possa
eliminar dificuldades de entendimento desse processo de reestruturação familiar, afim de
evitar preconceitos ou bullying6 dentro do contexto escolar, mas também social, essa é a
função do professor mediador.
6 O bullying na escola (ou bullying escolar) é um conjunto de comportamentos agressivos que ocorre
entre crianças e jovens dentro do espaço da escola. Esses comportamentos costumam ser ofensas
verbais, ameaças, humilhações e ataques físicos.
17
2.2 RELAÇÃO ESCOLA E FAMILIA UMA AÇÃO NECESSÁRIA
De acordo com uma pesquisa realizada no Estado de Goiás, e publicada no portal do
Uol Educação, atenta para um olhar sobre a dificuldade de Gestores e Professores encontram
na articulação e aproximação da Escola e Família. Sendo assim ela aponta quais são os
gargalhos nessa relação que resulta no êxito educacional.
Gráfico 1 – Mostra que 50% dos professores ressaltam que a família é o responsável pela
educação da criança, onde outros 50% destacam que é o conjunto, escola e família que tem o
dever de educar.
Fonte: UOL Educação (2015) adaptado
Gráfico 2 – Apresenta se a família frequenta a escola e se eles gostariam que os pais
participassem de suas atividades escolares.
Fonte: UOL Educação (2015) adaptado
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Gráfico 3 – Mostra que 100% das mães são as que exibem maior interesse no aprendizado do
filho, os pais não há participação de acordo com os professores.
Fonte: UOL Educação (2015) adaptado
O gráfico aponta para um dado que é uma realidade bastante conhecida, a maior participação
da mãe na participação da vida escolar dos filhos, isso é fruto de vários fatores que precisam
ser dialogados.
Gráfico 4 – Mostra que segundo os professores a criança se adapta melhor ao ambiente
escolar quando os pais participam ativamente do ensino aprendizado. Se a família procurar a
se envolver com a dinâmica escolar certamente o filho terá um desenvolvimento cognitivo
melhor.
Fonte: UOL Educação (2015) adaptado
19
Gráfico 5 – apresenta que 100% das crianças refletem os problemas que acontecem em casa
na sala de aula.
Fonte: UOL Educação (2015) adaptado
É completamente visível para um professor ou profissional pedagógico quando um aluno
demonstra um comportamento apreensível, tristeza, solidão excessiva, nervosismo/ansiedade.
Um dos fatores preponderantes que contribuem de maneira significativa são os conflitos
familiares, outro fator como o emocional também faz parte desse contexto.
Gráfico 5 – Participação ativa da família na vida escolar.
Fonte: UOL Educação (2015) adaptado
A participação escolar é fundamental para o aluno em sua vida escolar, ela está diretamente
ligada ao processo de aprendizagem. Segundo a pesquisa em questão é observado que 50%
20
das mães tem uma participação corriqueira na vida escolar do filho, outros 25% colaboram
com a escolaridade da criança, sendo que os outros 25% dizem que não frequentam
regulamente a escola, e não participam da rotina escolar e não auxiliam nas atividades
escolares.
Gráfico 6 – Relacionamento família/escola.
Fonte: UOL Educação (2015) adaptado
No gráfico acima é possível ver que, 100% dizem que existem um bom relacionamento entre
a família e a escola, isso quer dizer que não existe conflitos ou opiniões dissonantes entre os
envolvidos no processo como; Gestores escolares, professores, pais
A pesquisa aponta que há uma preocupação de gestores escolares e professores
referentes a participação família/escola, é que essa junção é fundamental pelo fato de o
caminho ser bastante sinuoso e heterogêneo na vida escolar do aluno, seja relacionado a
questões externas ou interna, isso é algo que é completamente perceptível nos mais diversos
espaços escolares país a dentro.
Para Lopes (2009) é indispensável que família e escola sejam parceiras, com os papéis
bem definidos, onde não se pratica a exigência e sim a proposta, o acordo. A família pode
sugerir encontros para a escola, não ficando presos somente às reuniões formais, pois além de
ser um bom momento para consolidar a confiança, podem discutir juntos acerca dos seus
papéis. A escola pode estimular a participação dos pais, procurando conhecer o que pensam e
fazem e obtendo informações sobre a criança.
Diante das questões abordadas podemos entender que a articulação entre escola e
família não se constitui em uma tarefa tranquila, no entanto ela é caminho possível para o
sucesso escolar dos alunos e sociedade em síntese geral.
21
2.3 É POSSIVEL IMPLANTAR UM MODELO DE GESTÃO DEMOCRATICA E
PARTICIPATIVA?
Tanto a família, escola, e sociedade produzem conceitos e ensinam de maneiram
diferentes e expressam esses conceitos de acordo com os seus interesses, porém todos eles
possuem uma parcela na formação e preparação dos indivíduos para viver em sociedade, é
bem verdade que expondo sua visão de “mundo”. Mesmo com ideologias diferentes essas
instituições preparam para que os indivíduos possam ter a capacidade de divergir e distinguir
entre o correto e o incorreto e como sua liberdade de maneira consciente.
Frente aos desafios que se fazem presentes é possível implantar uma gestão
democrática participativa? Sim é possível, porém esse desafio deve ser encarado por todos,
caso contrário se tornar muito complicado tendo em vista que a nossa sociedade é
extremamente desigual, onde o modelo econômico dominante tornar os indivíduos cada vez
mais individualistas, completamente alheio aos problemas dos demais.
O fato é que a evolução e sua qualidade estão diretamente ligadas a uma “simbiose”
família e gestão escolar democrática, que atua na evasão escolar, criar mecanismos que
chame a comunidade para dentro da escola, delineando ações políticas e pedagógicas,
embasadas no seu Projeto Político Pedagógico.
Com as bases do projeto político pedagógico alinhadas é necessário a participação da
comunidade escolar e não-escolar, para que esse objetivo se realizado, somente com a
engajamento desses sujeitos e suas contribuições atingiremos a meta de gestão democrática
humanizada, unindo todos os setores para o desenvolvimento de um ensino/aprendizagem de
qualidade, onde todos tem direito a voz, discutir suas ideias, concordar e divergir de opiniões.
Segundo Paulo Freire expressa que a escola deve ser um lugar de trabalho, de ensino,
de aprendizagem. Um lugar em que a convivência permita estar continuamente se superando,
porque a escola é o espaço privilegiado para pensar.
Se a sociedade é injusta, desigual e violenta, a escola também está inserida dentro
desse contexto social, e sua gestão não pode replicar às desigualdades e violências criadas por
ela sociedade, pelo contrário sua proposta pedagógica tem que combater essas mazelas
sociais, que se faz tão presentes no dia a dia dos seus alunos. Essa proposta deve colocar em
pauta os anseios da comunidade escola como um todo; alunos, pais, professores,
colaboradores, no qual todos possam ser ouvidos, e participem da tomada de decisões tendo
consciência do papel e importância como membro daquela comunidade.
22
Para Cóssio (2006) gestão democrática deve estar fundamentada na construção de um
espaço público, promovendo condições de igualdade, que propicie um ambiente de trabalho
coletivo superando o individualismo e a educação excludente, possibilitando a interrelação do
todo e, que a produção do conhecimento auxilie para preparar os sujeitos para a vida e que
“habitem os estudantes a terem expectativas de vida digna, de trabalho, de exercício da
cidadania”.
Como aponta o autor somente criando condições de igualde é possível superar as
carências existentes, problemas como de falta de diálogo/comunicação, diversificação dos
debates, e o desenvolvimento de projetos e propostas que tenham como foco o exercício da
cidadania, e o bem comum da comunidade.
É papel do gestor identificar e analisar as necessidades da escola, criando um plano
de ação, que trace metas e objetivos. É consenso total de que é preciso montar uma equipe
pedagógica qualificada de alto nível, para que essas metas e objetivos sejam alcançados na
busca de uma Educação integrada entre família, escola e comunidade.
Para Heloisa Lück7 a gestão participativa se fundamenta e reforça, uma serie de
princípios interligados, que se expressam de forma subjacente nos vários momentos e
expressões da participação. Tendo a democracia como uma vivência social, comprometida
com o coletivo, a construção do conhecimento da realidade escolar como resultado da
construção em si, e a participação como uma necessidade humana.
Ainda de acordo com a autora existem níveis ou abrangências. Num primeiro nível, ela se
circunscreve à equipe central, geralmente formada pelo diretor, o vice ou o assistente de
direção, o coordenador ou o supervisor pedagógico e o orientador educacional. Nesse âmbito,
é necessário praticar a coliderança, ou seja, uma liderança exercida em conjunto e com
responsabilidade sobre os resultados da escola.
Os gestores devem ficar atentos às relações de poder na Escola que tendem a
deturpar o significado real da pratica administrativa e pedagógica, toda a tomada de decisão
deve ser pautada na ética e transparência.
7 Heloísa Lück é doutora em Educação pela Columbia University em Nova York e tem pós-doutorado
em Pesquisa e Ensino Superior pela George Washington D.C. É diretora educacional do Centro de
Desenvolvimento Humano Aplicado, em Curitiba. Atua também como palestrante, conferencista e
consultora em Educação.
23
3 METODOLOGIA
A pesquisa foi de ordem exploratório e bibliográfica, onde teve como objetivo analisar
e discutir, os problemas e as soluções acerca da problemática, onde visa ampliar os subsídios
para outros trabalhos e comunidade acadêmica e outros indivíduos que se interessem pelo
tema.
Segundo Gil (2019) as pesquisas exploratórias têm como propósito proporcionar maior
familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses.
Seu planejamento tende a ser bastante flexível, pois interessa considerar os mais variados
aspectos relativos ao fato ou fenômeno estudado.
Para Severino (2000), o capítulo da metodologia deve evidenciar como será executada
a pesquisa e o desenho do método que se pretende adotar: será do tipo quantitativo,
qualitativo, descritivo, explicativo ou exploratório. Porem todos esses métodos devem criar
hipótese sobre a problemática e melhor compreensão sobre ela.
Como aponta Gil (2008) Pesquisa Bibliográfica: é desenvolvida com base em material
já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos, procura o
aprofundamento de uma realidade específica. Ele ainda que para evitar erros introduzidos
pelos pesquisadores é necessário um rigoroso controle de dados coletados e confrontados para
serem analisados e para verificar sua clareza, coerência e autenticidade.
O presente trabalho buscou através de pesquisas bibliográficas de autores que se
debruçam sobre a temática, fontes da internet como; blogs, artigos, sites de educação, entre
outras fontes que embasaram a temática e tornaram a discussão robusta.
Dentro dessa perspectiva a pesquisa da suporte para possíveis ações que visem essa
aproximação da Escola e Família, onde podemos identificar situações que requer a criação de
mecanismos, seja através da Constituição Federal, Eca, Lei de Diretrizes da Educação, Projeto
Político Pedagógico, que podem ser aplicados aos respectivos gestores e unidades escolares
públicas. Uma das principais questões foram apontadas foram nessa relação Escola e Família,
precisa ser uma simbiose, no entanto há diversos desafios que precisam ser encarados, por
todos que querem e que tem obrigação de prestar uma educação de qualidade, como o Estado
brasileiro.
24
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em uma sociedade cada vez mais desigual, individual e que expressa violência de
diversas maneiras, colocar o papel da escola e sua gestão escolar política pedagógica como
base de enfrentamento a esses problemas cada vez mais escancarados na sociedade. É uma
unanimidade dentro do meio educacional que não é possível construir uma gestão escolar
igualitária sem se estudar a relação entre família e escola.
Desse modo entende-se que os três elementos principais para uma gestão escolar plena
são; Família, Participação, Comunidade Escolar, aliados as prerrogativas de leis e normativas,
como a Constituição Federal, o Estatuto da Criança e do Adolescente, e a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Brasileira, é possível fazer sim, de maneira articulada e humanizada uma
gestão escolar e família forte e promotora de desenvolvimento social.
Essa não é uma relação fácil, muito pelo contrário como já abordado, existe
dificuldades gigantescas, como apontou a pesquisa realizada ao longo da discussão da
problemática temos diversos fatores como; desinteresse dos pais pela vida escolar dos filhos,
apenas a mãe como pilar desse processo, conflitos familiares que resulta em evasão, perde de
rentabilidade, questões afetivas entre outras.
Em linhas gerais pode se entender que tanto a gestão escolar, quanto a família são tão
necessárias uma da outra como jamais antes, sendo que uma precisa da outra, não existem
escola sem público/aluno, e não é possível alcançar o nível de exercício da cidadania plena
sem a escola. Desse modo o único caminho para um ensino de qualidade que faça frente aos
gigantescos desafios sociais é a aproximação e a evolução para uma simbiose entre esses
pilares institucionais/sociais.
Como já explicitado anteriormente a escola é um lugar propício para pensar e
desenvolvimento do ensino/aprendizagem, porque á escola é um lugar de um saber
historicamente acumulado, e ela não pode ser uma replicadora da ideologia dominante ligada
ao capital, escola e comunidade devem caminhar juntas na superação dessa visão ideológica
capitalista.
Para Anísio Teixeira8 um dos expoentes da Educação Nacional, ele entende que
“administração escolar” é conceito que é inerente a função da escola, e por isso esse modelo
8 Anísio Teixeira educador brasileiro do século XX que defendia uma educação pública, gratuita e
laica, desenvolvendo projetos na gestão pública da educação.
25
de administração é diferente do empresarial, porque sua lógica opera no sentido de espaço de
conhecimento/aprendizado, trabalho pedagógico, ação social.
Enfim podemos destacar que gestão escolar e família se torna uma problemática
extremamente relevante de ser discutida, problemas inerentes aos alunos, escola, comunidade
pode ser discutidos e analisados para possíveis resoluções.
26
REFERÊNCIAS
ARIÈS, Philippe. História Social da Criança e da Família. 2.ed. Rio de Janeiro: LTC, 1981.
LIBÂNEO, José C. Organização e gestão da escola, 5ª edição, Teoria e Prática. 2004.
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas
organizações. - 3. ed.- Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
PARO, Vitor Henrique. Qualidade do ensino: a contribuição dos pais. 1997.
SPÓSITO, M. P. Educação, gestão democrática e participação popular. In: BASTOS,
João Baptista (org). Gestão democrática. Rio de Janeiro: DP&A: SEPE, 2001.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: os saberes necessários à pratica docente. São
Paulo: Paz e Terra, 1996.
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n. 9.394/96. Disponível em: http://www.
mec.gov.br. Acessado em: 07/03/2022
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acessado em: 03/04/2022
http://www.adolescencia.org.br/site-pt-br/eca
https://educador.brasilescola.uol.com.br/gestao-educacional/gestao-democratica.htm
LÜCK, Heloísa et al. A escola participativa: o trabalho do gesto escolar. Rio de Janeiro:
DP&A, 1998.
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br acessado em: 30/03/2022
CARVALHO, M. E. P. (2000). Relações entre família e escola e suas implicações de
gênero.
GIL, A.C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. (6ª. ed.). São Paulo: Atlas, 2011.
LOPES, R.C. A. A importância da participação dos pais na vida escolar dos filhos. s/d.
http://www.dominiopublico.gov.br Acessado em: 10/04/2022
ANDRADE, Rosamaria Calaes de. Introdução: Gestão da Escola. In: ACÚRCIO, Marina
Rodrigues Borges (coor.). A gestão da escola. Porto Alegre/Belo Horizonte: Artmed/Rede
Pitágoras, 2004.
GADOTTI, Moacir. Concepção dialética da educação: um estudo introdutório. São Paulo:
Cortez, 2001.
SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 2000.

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Gestão Escolar e Participação Familiar

  • 1. 5 A GESTÃO ESCOLAR E A PARTICIPAÇÃO FAMILIAR UMA SIMBIOSE NECESSARIA. 1 Cristianesilva100@hotmail.com2 RESUMO Esse trabalho tem como proposta discutir e analisar como A Gestão Escolar e a Participação Familiar uma simbiose necessária. Essa questão surge como uma resposta para as dificuldades que tendem a limitar o desempenho de uma Gestão Escolar Plural e dinâmica dos profissionais dentro das instituições sejam elas públicas ou privadas. Onde para lograr êxito toda empreitada exige esforço e dedicação dos indivíduos dentro das organizações, no entanto se tratando de formação educativa como na Escola, tal processo sem a família se torna extremamente difícil, onde a participação familiar é a pedra angular do processo. Por isso esse recorte Gestão Escolar e Família como uma Simbiose. A metodologia utilizada foi à pesquisa bibliográfica cuja amparagem teórica está pautada em autores como Carlos Libâneo (2001), Textos da Constituição Federal Brasileira (1989), ECA (1990), Phillipe Ariés (1978). Os resultados obtidos pela pesquisa apontam que a discussão do tema é fundamental para criação de mecanismos e políticas administrativas e pedagógicas que tornem possível essa simbiose. Palavras chave: Gestão, Escola, Família, Simbiose ABSTRACT This work aims to discuss and analyze how School Management and Family Participation are a necessary symbiosis. This question arises as an answer to the difficulties that tend to limit the performance of a Plural and dynamic School Management of professionals within institutions, whether public or private. Where to achieve success, every enterprise requires effort and dedication of individuals within organizations, however when it comes to 1 Artigo Final apresentado ao Centro Universitário – Faveni, como requisito para obtenção do título de pós-graduação. 2 Pós-Graduanda em Pós-Graduação em Gestão Escolar – Centro Universitário – Campus/Natal/RN.
  • 2. 6 educational training as in School, such a process without the family becomes extremely difficult, where family participation is the cornerstone of the process. That's why this cut School Management and Family as a Symbiosis. The methodology used was the bibliographic research whose theoretical support is based on authors such as Carlos Libâneo (2001), Texts of the Brazilian Federal Constitution (1989), ECA (1990), Phillipe Ariés (1978). The results obtained by the research indicate that the discussion of the theme is fundamental for the creation of mechanisms and administrative and pedagogical policies that make this symbiosis possible. Keywords: Management, School, Family, Symbiosis 1 INTRODUÇÃO Desde a sedentarização do homem e o início da vida em sociedade, a família sempre foi fundamental para o desenvolvimento humano, ao longo do tempo, porém esse conceito que conhecemos foi ampliado, saindo do modelo tradicional e passando a ser entendido como aqueles indivíduos que convivem no mesmo espaço e compartilham laços sanguíneos, afetivos e sociais. Sobre essa questão do surgimento da chamada família moderna, temos como base de entendimento o pensamento do autor Phillipe Ariés3, que produziu um excelente trabalho na obra “História social da Família e da criança” onde traz a luz esse conceito desde os seus primordios da humanidade, até o periodo conhecido como modernidade. Segundo autor A família moderna retirou da vida comum não apenas as crianças, mas uma grande parte do tempo e da preocupação dos adultos. Ela correspondeu a uma necessidade de intimidade, e também de identidade: os membros da família se unem pelo sentimento. 3 Phillipe Ariès, historiador francês, nasceu em Blois, na França, em 21 de julho de 1914, e faleceu em Toulouse, em 1984. Além de seu ofício historiográfico, realizou importantes trabalhos como jornalista e ensaísta. É autor de obras de grande repercussão, como História social da criança e da família e sobre a história da morte no Ocidente, e coordenou a coleção História da vida privada. Herdeiro da Escola dos Annales, Ariès é considerado um dos Philippe pioneiros no campo de estudo das mentalidades.
  • 3. 7 Ainda de acordo com autor o sentimento da família, o sentimento de classe e talvez, em outra área, o sentimento de raça surgem, portanto, como as manifestações da mesma intolerância diante da diversidade, de uma mesma preocupação de uniformidade. A assim a família é uma instituição social de extrema importância para a formação social/cidadã, e junto com o Estado e instituições auxiliam nesse processo de formar o cidadão para a vida e o mundo do trabalho. Como diz Chiavenato4, “planejar é fundamental, e planejar a gestão escolar buscando uma conjuntura entre o político e o pedagógico é imprescindível. A escolha da equipe gestora vai ser também para o gestor consegui prever o percurso e minimizar os erros e maximizar os acertos, algo mal gerido no seu como é o planejamento do fracasso,” e Gestão é isso planejar e planejar em conjunto Escola e família e instituições uma simbiose5 necessária. É dentro dessa perspectiva que o presente artigo busca analisar como se faz necessária essa junção Escola e Família, para o processo de uma Educação Igualitária, Democrática Plural, onde a Escola é um lugar para se discutir e executar propostas que transforme esses conceitos em realidade, como apontam Paulo Freire, Libâneo entre outros autores. Considerando o estudo acerca dessa problemática o presente trabalho tem como objetivo responder a seguinte questão: Como a gestão escola pode aproximar a Família da Escola.? E porque elas precisam ser uma simbiose. A metodologia utilizada se volta à pesquisa bibliográfica, pautada à luz de autores que são exportes no conceito do Estudo da Administração e Gestão, onde suas obras servem de referência na exploração do tema, nos quais estão teóricos como; Carlos Libâneo (2001), Textos da Constituição Federal Brasileira (1989), ECA (1990), Phillipe Ariés (1978) entre outros. 4 Idalberto Chiavenato é um escritor, professor e consultor administrativo brasileiro. Atua na área de administração de empresas e recursos humanos. É um dos autores nacionais mais conhecidos e respeitados nas áreas de Administração de Empresas e Recursos Humanos. Simbiose é um termo que vem do grego e significa “viver junto”. Esse termo foi utilizado pela primeira vez em 1879 para definir uma associação íntima estabelecida entre organismos de diferentes espécies." Veja mais em: https://brasilescola.uol.com.br/simbiose.htm5
  • 4. 8 É um consenso entre diversos autores que a escola é um lugar de debates de ideias, do conhecimento teórico e social, portanto um lugar de “conflito” entre pontos de vistas, que visam contribuir de maneira salutar para o processo de aprendizagem e formação para a cidadania, de indivíduos realmente capazes de atuar exercendo seu papel frente aos desafios que ela impõe a cada cidadão dentro da sua realidade. No quesito gestão dirigir uma escola é um pouco diferente de uma empresa porque nela você também tem um formato sistemático e padronizado, no entanto existem especificidades inerentes ao processo educativo, onde as tomadas de decisões no ambiente escola devem ser pautadas e estabelecidas por meios e ações dialogadas e comunicativas, porque gerir pessoas é trabalhar de maneira estratégica para erradicar e limitar erros, seja qual for o seguimento no qual se esteja sendo administrado. Dentro da Gestão Escolar entende que o papel da escola é voltado para a formação da cidadania e o mundo do trabalho, nessa perspectiva o papel da gestão é criar mecanismos de aproximação dos indivíduos que fazem parte dela, de forma democrática e participativa nas decisões tomadas pela instituição escolar e comunidade. Se analisarmos a Gestão de uma maneira baseada na sua essência ela tem como foco primordial nos seus colaboradores/funcionários públicos ou privados, e também no modelo de atividades praticadas dentro das instituições. Essas atividades dependem de fatores externos e ambientais, que devem ser mensurados de forma analítica. A gestão de pessoas é contingencial e situacional, pois dependem de vários aspectos como a estrutura organizacional adotada, a cultura que existe em cada organização, as características do contexto ambiental, o negócio da empresa, os processos internos e outras variáveis importantes. A Gestão de Pessoas deve tratar os funcionários como parceiros da empresa, assim como trata os fornecedores, os acionistas, os clientes entre outros. Os empregados têm um papel fundamental para a empresa, pois são eles que contribuem com seus conhecimentos, capacidades e habilidades, proporcionando decisões e ações que dinamizam a organização. (CHIAVENATO, 2010). De acordo (PARO, 2000) a administração escolar é portadora de uma especificidade que a diferencia da administração especificamente capitalista, cujo objetivo é o lucro, mesmo em prejuízo da realização humana implícita no ato educativo. Se administrar é utilizar racionalmente os recursos para a realização de fins determinados, administrar a escola exige a permanente impregnação de seus fins pedagógicos na forma de alcançá-los. Na gestão escolar uma prerrogativa fundamental é manter uma relação articulada com o Projeto Político Pedagógico, porque ele é o que norteia o político e o pedagógico da proposta desenvolvida pela instituição para os seus alunos e comunidade de um modo geral.
  • 5. 9 Nesse contexto o PPP é uma ferramenta de extrema importância para uma gestão eficaz, que atua como guia curricular, onde sua construção deve ser elaborada de maneira coletiva por toda a comunidade escolar. Segundo (BRUNO, 2007) para melhorar a qualidade da educação vai muito além da promoção de reformas curriculares, implica, antes de tudo, criar novas formas de organização do trabalho na escola, que não apenas se contraponham às formas contemporâneas de organização e exercício do poder, mas que constituam alternativas práticas possíveis de se desenvolverem e de se generalizarem, pautadas não pelas hierarquias de comando, mas por laços de solidariedade, que consubstanciam formas coletivas de trabalho, instituindo uma lógica inovadora no âmbito das relações sociais. A escola é uma instituição que visa formar para a formação do exercício da cidadania, sendo ela escola deve estar antenada com a comunidade interna e externa, onde suas práticas possam estreitar e aproximá-las uma da outra porque frente a tantos desafios eles nunca precisaram tanto se completar e uma só instituição, com um único objetivo promover seus clientes a cidadania participativa, prontos para entender e transformar suas realidades e do espaço que ocupam. comunidade externa. Nesse sentido o trabalho torna-se importante tendo em vista que umas das maiores dificuldades das grandes empresas estão ligadas a gestão e liderança, onde o grande desafio é manter as equipes motivadas onde possam desenvolver os resultados esperados. Porém para isso é preciso que os gestores possam está atento aos desafios que são inerentes ao processo, como as inúmeras transformações que ocorrem na sociedade no contexto econômico, político, social e cultural, que afetam psicologicamente as pessoas, causando impactos na maneira como agem no ambiente profissional interferindo diretamente na produtividade. Sendo assim a pesquisa se torna extremamente pertinente e justificada, contribuindo de maneira significativa para o meio acadêmico e instituições ou grupos que trabalhem nessa ótica ou queiram entender sobre a problemática. A escolha dessa problemática foi motivada pelo fato de se entender como podemos fazer uma Gestão Escolar, baseada nos princípios da igualdade e da promoção social e a formação para a cidadania função social da escola. No entanto essa igualdade só é possível se for articula com o principal pilar da sociedade que é Família, que sofreu alterações ao longo das décadas do século passado e segui em transformação. Assim o tema é relevante no sentido de dialogar de modo colaborativo nessa simbiose para o sucesso escolar que é Gestão Escolar e Família, porém sabemos dos desafios que é tornar essa “simbiose” realidade.
  • 6. 10 2. GESTÃO ESCOLAR E EDUCAÇÃO UM BREVE HISTÓRICO Para falarmos em Gestão Escolar é preciso entendermos o contexto histórico da educação nacional, tendo em vista que a educação brasileira ganhou contornos diferenciados na Constituição de Federal de 1989, onde em seu artigo 205 garante a educação como dever do estado e da família. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (Art.205 da Constituição Federal de 1988). [...] Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá- los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. [...] Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade (BRASIL, 2003). Aliados a dispositivos que também contribuíram para definir parâmetros para a educação dentro de uma perspectiva fundamental que é o Eca, Estatuto da Criança e do Adolescente. Onde cumpri um papel fundamental na proteção das crianças e adolescentes, que muitas vezes são vitimas de trabalho infantil, exploração sexual, desestruturação familiar, algo que impacta demais o desenvolvimento escolar de um modo geral. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), regulamentado pela Lei Federal nº 8.069/1990, é o principal marco legal e regulatório dos direitos das crianças e dos adolescentes no Brasil. Já em seu artigo 1º, o ECA define-se como uma lei que dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente. (ECA 1990). Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação
  • 7. 11 dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. [...] Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho [...]. Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais. [...] Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino. [...] Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável: V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua frequência e aproveitamento escolar (BRASIL, 2002). A garantia destes direitos fundamentais para o cidadão expresso em lei de maneira constitucional obriga o Estado brasileiro a cumprir e assegura-los como invioláveis, isso permite que se possa delinear politicas educacionais que busquem o pleno desenvolvimento da educação de qualidade. A educação pública no Brasil sempre foi caracterizada e voltada para uma elite. Se olharmos para a história do Brasil ela tem início lá no período colonial com os jesuítas, carregando toda as visões da ordem religiosa e Estado português, na verdade era a catequese voltada não só para indígenas, e os filhos dos colonos quem ensina/catequizava.?. Esse panorama seguiu durante todo o período colonial. A partir de 1808 com a chegada família real temos uma mudança de paradigma com relação a uma estrutura educacional voltada para a elite como; criação da Escola Nacional de Belas Artes, Academia Real Militar, Escolas de Medicina, entre outras ao longo do século XIX. Mas os escravos negros não conseguiram qualquer direito à educação e os homens brancos pobres e as também mulheres estavam excluídas ao acesso a educação. Ao longo do século XIX tivemos reformas significativas como; Benjamim Constant, Epitácio Pessoa, entre outras durante a era Vargas (1930 – 1945). No entanto em nenhuma das constituições
  • 8. 12 anteriores conseguiram alcançar o objetivo da constituição cidadã de 1988, sabemos que é preciso cobrar o direito nela expresso em todas os seus segmentos. Sabemos que a Constituição de 1988 e a criação do Eca, foram frutos de muita luta de diversos atores envolvidos, poder público, sociedade civil, classe política, e que até hoje é fundamental lutarmos para corrigir essa discrepância do acesso a educação pública de qualidade. Segundo Libâneo (2002) a função da escola é ajudar os alunos a desenvolver suas capacidades intelectuais e cognitivas frente a um conjunto de problemas sociais existentes no mundo hoje e que afetam a juventude. Porém como alerta o autor e os dispositivos constitucionais, não se consegue fazer uma educação de qualidade individual ou de forma isolada, e sim com a participação de todos os atores sociais envolvidos, Estado, Família, Professores e Comunidade. Dentro desse contexto histórico qual o papel da Gestão Escolar.? O papel da Gestão Escolar é de fundamental importância para a transformação e o desenvolvimento bom funcionamento da escola com planejamento, liderança, e participação coletiva de professores e comunidade como um todo, baseada em uma gestão democrática e atenta as necessidades que demanda o ensino e suas variadas dimensões, para obterem o sucesso esperado. No Brasil cada município é responsável por organizar os critérios de escolha desse profissional seja indicado pelo gestor municipal ou pelo correto que é o pleito democrático, eleito pela comunidade escolar, com base na LDB, e PPP da instituição. A Gestão Democrática é caracterizada como uma forma de dirigir uma instituição de ensino baseado nos princípios da participação plural da comunidade escolar, e transparência democrática. Esse modelo de gestão. Segundo Vieira (2005), representa um importante desafio na operacionalização das políticas de educação e no cotidiano da escola. De acordo com os dispositivos da LDB rezam que: Art. 14 - Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I. Participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II. Participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.
  • 9. 13 Art. 15 - Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas de direito financeiro público. Outro modelo praticado é a Gestão Escolar Indicativa ocorre por indicação, o que pode comprometer uma gestão limpa e transparente e de profissionais que realmente tenham competência para o cargo. Segundo Sousa (2002) são 66% dos profissionais das redes municipais que são escolhidos exclusivamente por indicação. Não há um critério único definido para a escolha e isso é um dos um dos problemas apontados por especialistas no que diz respeito à qualidade da educação. Isso significa que ainda temos muitos desafios para implementar o que está explícito na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. O tema da gestão democrática ganhou destaque no cenário educacional na década de 1980, com a promulgação Constituição Federal de 1988, onde seu artigo 3º reza que; I - Construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - Garantir o desenvolvimento nacional; III - Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - Promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça,sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. No entanto a instauração da gestão democrática é baseada na luta árdua de grupos sociais, educadores, instituições públicas, todos aqueles que acreditam em uma educação pública de qualidade. Para Libâneo (2007) gestão democrático-participativa valoriza a participação da comunidade escolar no processo de tomada de decisão, concebe à docência como trabalho interativo e aposta na construção coletiva dos objetivos e do funcionamento da escola, por meio da dinâmica intersubjetiva, do diálogo, o consenso.
  • 10. 14 A gestão escolar é estar além da questão burocrática e organizacional, no tangente a pessoal, quadro de professores entre outros. Uma boa gestão escolar deve ser pautada dentro do alinhamento pedagógico, familiar e comunitário, ou seja, entendendo os desafios que os alunos estão inseridos. Um dos principais problemas enfrentados é a desestruturação familiar, mas também questões de famílias em vulnerabilidade social, contexto de áreas dominadas por organizações criminosas, desafios não faltam, por esse alinhamento pedagógico e administrativo é fundamental, uma gestão/macro baseada no comprometimento com a família e comunidade. Para muitos que imaginam que a gestão ela é apenas administrativa, apenas representa um modelo de escola onde o aluno era apenas treinado a ouvir e reproduzir aquilo que era interessante para aquele contexto de sociedade dominante e elitizada. No entanto a Gestão Escolar deve ser voltada para uma educação igualitária social, em uma integração total com seus “clientes” alunos, família e comunidade, empregando todos os seus recursos financeiros de pessoal, a disposição do fortalecimento do ensino. Se a escola, tanto quanto a sala de aula, é espaço de aprendizagens, pode-se deduzir que formas de funcionamento, normas, procedimentos administrativos, valores e outras práticas que ocorrem no âmbito da organização escolar exercem efeitos diretos na sala de aula, sendo verdade, também o inverso: o que ocorre na sala de aula tem efeitos na organização escolar. (LIBÂNEO, 2008). De acordo com GADOTTI (2008) A escola e os sistemas educacionais encontram-se hoje frente a novos e grandes desafios diante da generalização da informação na sociedade que é chamada por muitos de “sociedade do conhecimento”, de sociedade da aprendizagem. As cidades estão se tornando educadoras e aprendentes, multiplicando seus espaços de formação. A escola, nesse novo contexto de impregnação do conhecimento, não pode ser mais um espaço, entre outros, de formação. Precisa ser um espaço organizador dos múltiplos espaços de formação, exercendo uma função mais formativa e menos informativa. Precisa tornar-se um “círculo de cultura”, como dizia Paulo Freire, muito mais gestora do conhecimento social do que lecionadora.
  • 11. 15 2.1. FAMILIA E ESCOLA UMA SIMBIOSE PERFEITA A escola é um lugar de socialização onde diversas praticas ocorrem dentro do ambiente escolar, a escola está muito além da pratica educativa do ensino/conteúdos a escola representa um pilar social, que precisa estar em sintonia com outro pilar fundamental que é a família e juntas forma uma simbiose por uma depende da outra para o funcionamento pleno e com excelência. Essa relação família e escola, tem que ser pensada pela Gestão Escolar como algo insubstituível, porque o seu público é heterogêneo e isso significa que temos alunos das mais diversas realidades e complexidades, essa gestão tem que fortalecer esse elo família/escola/comunidade, baseada em um compromisso solidário e afetivo na formação e desenvolvimento do seu público. Para Spósito (2001) a natureza dos problemas encontrados e a superação deles não se limitam a troca ou propostas de canais adequados, visando a gestão participativa com capacidade de envolver de forma efetiva professores, alunos e pais. Após os apontamentos do autor a gestão precisa traçar perfis sociais dos seus alunos, junto com o Eca, organizações públicas municipais ou estaduais, para que possam usar ferramentas e estratégias para diminuir a evasão escolar que ocorre por diversos fatores, porém um é preponderante que é a desestruturação familiar. É dentro do contexto familiar que a criança começa formar seu mundo interior e seus processos psicológicos voltado para o mundo exterior, norteando suas relações com os outros, dessa forma na escola ocorre uma ampliação desse processo de socialização. Piaget (2007): “Uma ligação estreita e continuada entre professores e pais leva, pois a muita coisa que a informação mutua: este intercâmbio acaba resultando em ajuda recíproca e, frequentemente, em aperfeiçoamento real dos métodos. A função tanto da família como da escola é formar, só esse fato já as deixa simbioticamente ligadas e inerente ao processo, essa aproximação não é algo novo, porém frente os desafios de uma sociedade capitalista, desigualitária, com diversas mazelas sociais, a escola e família se torna praticamente indissociável, e se justificam perfeitamente. Como já foi discutido a educação nacional alcançou um patamar até então inimaginável com a Constituição de 1988 e a LDB que é a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, 9394/96) e com Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, 1990) que tem como garantias a junção articulada com a família. Desse modo cabe a Gestão Escolar
  • 12. 16 planejar e viabilizar esse processo, e usar de todas as suas estratégias e ferramentas a sua disposição. [...] o planejamento global da escola, envolvendo o processo de reflexão, de decisões sobre a organização, o funcionamento e a proposta pedagógica da instituição. É um processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social. (LIBÂNEO, 1992) Sendo assim podemos entender sobre as discussões acerca da problemática é que escola e família devem compactuar de forma sincronicamente, onde a gestão deve desenvolver ações em que seu corpo docente e pedagógico possa conhecer seu aluno de maneira individual e humanizada procurando entender sua história de vida/familiar, e a partir daí traçar planos para o seu bem estar, escola, família, comunidade. A escola nunca educará sozinha, de modo que a responsabilidade educacional da família jamais cessará. Uma vez escolhida a escola, a relação com ela apenas começa. É preciso o diálogo entre escolas, pais e filhos. (REIS, 2007). Como já explicitado essas duas instituições são promotoras de desenvolvimento humano e social, e sua atuação em conjunto é preponderante para uma pratica educativa de sucesso de ambas. Certamente os benefícios sociais serão enormes, essa aproximação não é apenas necessária ela é vital. Carvalho (2000), o sucesso escolar depende em grande parte, do apoio direto e sistemático da família, que investe nos filhos, compensando tanto dificuldades individuais quanto deficiências escolares. Dentro perspectiva o entendimento dos docentes frente organização familiar e as mudanças em suas estruturas é imprescindível um olhar apurado e analítico que possa eliminar dificuldades de entendimento desse processo de reestruturação familiar, afim de evitar preconceitos ou bullying6 dentro do contexto escolar, mas também social, essa é a função do professor mediador. 6 O bullying na escola (ou bullying escolar) é um conjunto de comportamentos agressivos que ocorre entre crianças e jovens dentro do espaço da escola. Esses comportamentos costumam ser ofensas verbais, ameaças, humilhações e ataques físicos.
  • 13. 17 2.2 RELAÇÃO ESCOLA E FAMILIA UMA AÇÃO NECESSÁRIA De acordo com uma pesquisa realizada no Estado de Goiás, e publicada no portal do Uol Educação, atenta para um olhar sobre a dificuldade de Gestores e Professores encontram na articulação e aproximação da Escola e Família. Sendo assim ela aponta quais são os gargalhos nessa relação que resulta no êxito educacional. Gráfico 1 – Mostra que 50% dos professores ressaltam que a família é o responsável pela educação da criança, onde outros 50% destacam que é o conjunto, escola e família que tem o dever de educar. Fonte: UOL Educação (2015) adaptado Gráfico 2 – Apresenta se a família frequenta a escola e se eles gostariam que os pais participassem de suas atividades escolares. Fonte: UOL Educação (2015) adaptado
  • 14. 18 Gráfico 3 – Mostra que 100% das mães são as que exibem maior interesse no aprendizado do filho, os pais não há participação de acordo com os professores. Fonte: UOL Educação (2015) adaptado O gráfico aponta para um dado que é uma realidade bastante conhecida, a maior participação da mãe na participação da vida escolar dos filhos, isso é fruto de vários fatores que precisam ser dialogados. Gráfico 4 – Mostra que segundo os professores a criança se adapta melhor ao ambiente escolar quando os pais participam ativamente do ensino aprendizado. Se a família procurar a se envolver com a dinâmica escolar certamente o filho terá um desenvolvimento cognitivo melhor. Fonte: UOL Educação (2015) adaptado
  • 15. 19 Gráfico 5 – apresenta que 100% das crianças refletem os problemas que acontecem em casa na sala de aula. Fonte: UOL Educação (2015) adaptado É completamente visível para um professor ou profissional pedagógico quando um aluno demonstra um comportamento apreensível, tristeza, solidão excessiva, nervosismo/ansiedade. Um dos fatores preponderantes que contribuem de maneira significativa são os conflitos familiares, outro fator como o emocional também faz parte desse contexto. Gráfico 5 – Participação ativa da família na vida escolar. Fonte: UOL Educação (2015) adaptado A participação escolar é fundamental para o aluno em sua vida escolar, ela está diretamente ligada ao processo de aprendizagem. Segundo a pesquisa em questão é observado que 50%
  • 16. 20 das mães tem uma participação corriqueira na vida escolar do filho, outros 25% colaboram com a escolaridade da criança, sendo que os outros 25% dizem que não frequentam regulamente a escola, e não participam da rotina escolar e não auxiliam nas atividades escolares. Gráfico 6 – Relacionamento família/escola. Fonte: UOL Educação (2015) adaptado No gráfico acima é possível ver que, 100% dizem que existem um bom relacionamento entre a família e a escola, isso quer dizer que não existe conflitos ou opiniões dissonantes entre os envolvidos no processo como; Gestores escolares, professores, pais A pesquisa aponta que há uma preocupação de gestores escolares e professores referentes a participação família/escola, é que essa junção é fundamental pelo fato de o caminho ser bastante sinuoso e heterogêneo na vida escolar do aluno, seja relacionado a questões externas ou interna, isso é algo que é completamente perceptível nos mais diversos espaços escolares país a dentro. Para Lopes (2009) é indispensável que família e escola sejam parceiras, com os papéis bem definidos, onde não se pratica a exigência e sim a proposta, o acordo. A família pode sugerir encontros para a escola, não ficando presos somente às reuniões formais, pois além de ser um bom momento para consolidar a confiança, podem discutir juntos acerca dos seus papéis. A escola pode estimular a participação dos pais, procurando conhecer o que pensam e fazem e obtendo informações sobre a criança. Diante das questões abordadas podemos entender que a articulação entre escola e família não se constitui em uma tarefa tranquila, no entanto ela é caminho possível para o sucesso escolar dos alunos e sociedade em síntese geral.
  • 17. 21 2.3 É POSSIVEL IMPLANTAR UM MODELO DE GESTÃO DEMOCRATICA E PARTICIPATIVA? Tanto a família, escola, e sociedade produzem conceitos e ensinam de maneiram diferentes e expressam esses conceitos de acordo com os seus interesses, porém todos eles possuem uma parcela na formação e preparação dos indivíduos para viver em sociedade, é bem verdade que expondo sua visão de “mundo”. Mesmo com ideologias diferentes essas instituições preparam para que os indivíduos possam ter a capacidade de divergir e distinguir entre o correto e o incorreto e como sua liberdade de maneira consciente. Frente aos desafios que se fazem presentes é possível implantar uma gestão democrática participativa? Sim é possível, porém esse desafio deve ser encarado por todos, caso contrário se tornar muito complicado tendo em vista que a nossa sociedade é extremamente desigual, onde o modelo econômico dominante tornar os indivíduos cada vez mais individualistas, completamente alheio aos problemas dos demais. O fato é que a evolução e sua qualidade estão diretamente ligadas a uma “simbiose” família e gestão escolar democrática, que atua na evasão escolar, criar mecanismos que chame a comunidade para dentro da escola, delineando ações políticas e pedagógicas, embasadas no seu Projeto Político Pedagógico. Com as bases do projeto político pedagógico alinhadas é necessário a participação da comunidade escolar e não-escolar, para que esse objetivo se realizado, somente com a engajamento desses sujeitos e suas contribuições atingiremos a meta de gestão democrática humanizada, unindo todos os setores para o desenvolvimento de um ensino/aprendizagem de qualidade, onde todos tem direito a voz, discutir suas ideias, concordar e divergir de opiniões. Segundo Paulo Freire expressa que a escola deve ser um lugar de trabalho, de ensino, de aprendizagem. Um lugar em que a convivência permita estar continuamente se superando, porque a escola é o espaço privilegiado para pensar. Se a sociedade é injusta, desigual e violenta, a escola também está inserida dentro desse contexto social, e sua gestão não pode replicar às desigualdades e violências criadas por ela sociedade, pelo contrário sua proposta pedagógica tem que combater essas mazelas sociais, que se faz tão presentes no dia a dia dos seus alunos. Essa proposta deve colocar em pauta os anseios da comunidade escola como um todo; alunos, pais, professores, colaboradores, no qual todos possam ser ouvidos, e participem da tomada de decisões tendo consciência do papel e importância como membro daquela comunidade.
  • 18. 22 Para Cóssio (2006) gestão democrática deve estar fundamentada na construção de um espaço público, promovendo condições de igualdade, que propicie um ambiente de trabalho coletivo superando o individualismo e a educação excludente, possibilitando a interrelação do todo e, que a produção do conhecimento auxilie para preparar os sujeitos para a vida e que “habitem os estudantes a terem expectativas de vida digna, de trabalho, de exercício da cidadania”. Como aponta o autor somente criando condições de igualde é possível superar as carências existentes, problemas como de falta de diálogo/comunicação, diversificação dos debates, e o desenvolvimento de projetos e propostas que tenham como foco o exercício da cidadania, e o bem comum da comunidade. É papel do gestor identificar e analisar as necessidades da escola, criando um plano de ação, que trace metas e objetivos. É consenso total de que é preciso montar uma equipe pedagógica qualificada de alto nível, para que essas metas e objetivos sejam alcançados na busca de uma Educação integrada entre família, escola e comunidade. Para Heloisa Lück7 a gestão participativa se fundamenta e reforça, uma serie de princípios interligados, que se expressam de forma subjacente nos vários momentos e expressões da participação. Tendo a democracia como uma vivência social, comprometida com o coletivo, a construção do conhecimento da realidade escolar como resultado da construção em si, e a participação como uma necessidade humana. Ainda de acordo com a autora existem níveis ou abrangências. Num primeiro nível, ela se circunscreve à equipe central, geralmente formada pelo diretor, o vice ou o assistente de direção, o coordenador ou o supervisor pedagógico e o orientador educacional. Nesse âmbito, é necessário praticar a coliderança, ou seja, uma liderança exercida em conjunto e com responsabilidade sobre os resultados da escola. Os gestores devem ficar atentos às relações de poder na Escola que tendem a deturpar o significado real da pratica administrativa e pedagógica, toda a tomada de decisão deve ser pautada na ética e transparência. 7 Heloísa Lück é doutora em Educação pela Columbia University em Nova York e tem pós-doutorado em Pesquisa e Ensino Superior pela George Washington D.C. É diretora educacional do Centro de Desenvolvimento Humano Aplicado, em Curitiba. Atua também como palestrante, conferencista e consultora em Educação.
  • 19. 23 3 METODOLOGIA A pesquisa foi de ordem exploratório e bibliográfica, onde teve como objetivo analisar e discutir, os problemas e as soluções acerca da problemática, onde visa ampliar os subsídios para outros trabalhos e comunidade acadêmica e outros indivíduos que se interessem pelo tema. Segundo Gil (2019) as pesquisas exploratórias têm como propósito proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. Seu planejamento tende a ser bastante flexível, pois interessa considerar os mais variados aspectos relativos ao fato ou fenômeno estudado. Para Severino (2000), o capítulo da metodologia deve evidenciar como será executada a pesquisa e o desenho do método que se pretende adotar: será do tipo quantitativo, qualitativo, descritivo, explicativo ou exploratório. Porem todos esses métodos devem criar hipótese sobre a problemática e melhor compreensão sobre ela. Como aponta Gil (2008) Pesquisa Bibliográfica: é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos, procura o aprofundamento de uma realidade específica. Ele ainda que para evitar erros introduzidos pelos pesquisadores é necessário um rigoroso controle de dados coletados e confrontados para serem analisados e para verificar sua clareza, coerência e autenticidade. O presente trabalho buscou através de pesquisas bibliográficas de autores que se debruçam sobre a temática, fontes da internet como; blogs, artigos, sites de educação, entre outras fontes que embasaram a temática e tornaram a discussão robusta. Dentro dessa perspectiva a pesquisa da suporte para possíveis ações que visem essa aproximação da Escola e Família, onde podemos identificar situações que requer a criação de mecanismos, seja através da Constituição Federal, Eca, Lei de Diretrizes da Educação, Projeto Político Pedagógico, que podem ser aplicados aos respectivos gestores e unidades escolares públicas. Uma das principais questões foram apontadas foram nessa relação Escola e Família, precisa ser uma simbiose, no entanto há diversos desafios que precisam ser encarados, por todos que querem e que tem obrigação de prestar uma educação de qualidade, como o Estado brasileiro.
  • 20. 24 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Em uma sociedade cada vez mais desigual, individual e que expressa violência de diversas maneiras, colocar o papel da escola e sua gestão escolar política pedagógica como base de enfrentamento a esses problemas cada vez mais escancarados na sociedade. É uma unanimidade dentro do meio educacional que não é possível construir uma gestão escolar igualitária sem se estudar a relação entre família e escola. Desse modo entende-se que os três elementos principais para uma gestão escolar plena são; Família, Participação, Comunidade Escolar, aliados as prerrogativas de leis e normativas, como a Constituição Federal, o Estatuto da Criança e do Adolescente, e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, é possível fazer sim, de maneira articulada e humanizada uma gestão escolar e família forte e promotora de desenvolvimento social. Essa não é uma relação fácil, muito pelo contrário como já abordado, existe dificuldades gigantescas, como apontou a pesquisa realizada ao longo da discussão da problemática temos diversos fatores como; desinteresse dos pais pela vida escolar dos filhos, apenas a mãe como pilar desse processo, conflitos familiares que resulta em evasão, perde de rentabilidade, questões afetivas entre outras. Em linhas gerais pode se entender que tanto a gestão escolar, quanto a família são tão necessárias uma da outra como jamais antes, sendo que uma precisa da outra, não existem escola sem público/aluno, e não é possível alcançar o nível de exercício da cidadania plena sem a escola. Desse modo o único caminho para um ensino de qualidade que faça frente aos gigantescos desafios sociais é a aproximação e a evolução para uma simbiose entre esses pilares institucionais/sociais. Como já explicitado anteriormente a escola é um lugar propício para pensar e desenvolvimento do ensino/aprendizagem, porque á escola é um lugar de um saber historicamente acumulado, e ela não pode ser uma replicadora da ideologia dominante ligada ao capital, escola e comunidade devem caminhar juntas na superação dessa visão ideológica capitalista. Para Anísio Teixeira8 um dos expoentes da Educação Nacional, ele entende que “administração escolar” é conceito que é inerente a função da escola, e por isso esse modelo 8 Anísio Teixeira educador brasileiro do século XX que defendia uma educação pública, gratuita e laica, desenvolvendo projetos na gestão pública da educação.
  • 21. 25 de administração é diferente do empresarial, porque sua lógica opera no sentido de espaço de conhecimento/aprendizado, trabalho pedagógico, ação social. Enfim podemos destacar que gestão escolar e família se torna uma problemática extremamente relevante de ser discutida, problemas inerentes aos alunos, escola, comunidade pode ser discutidos e analisados para possíveis resoluções.
  • 22. 26 REFERÊNCIAS ARIÈS, Philippe. História Social da Criança e da Família. 2.ed. Rio de Janeiro: LTC, 1981. LIBÂNEO, José C. Organização e gestão da escola, 5ª edição, Teoria e Prática. 2004. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. - 3. ed.- Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. PARO, Vitor Henrique. Qualidade do ensino: a contribuição dos pais. 1997. SPÓSITO, M. P. Educação, gestão democrática e participação popular. In: BASTOS, João Baptista (org). Gestão democrática. Rio de Janeiro: DP&A: SEPE, 2001. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: os saberes necessários à pratica docente. São Paulo: Paz e Terra, 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n. 9.394/96. Disponível em: http://www. mec.gov.br. Acessado em: 07/03/2022 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acessado em: 03/04/2022 http://www.adolescencia.org.br/site-pt-br/eca https://educador.brasilescola.uol.com.br/gestao-educacional/gestao-democratica.htm LÜCK, Heloísa et al. A escola participativa: o trabalho do gesto escolar. Rio de Janeiro: DP&A, 1998. http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br acessado em: 30/03/2022 CARVALHO, M. E. P. (2000). Relações entre família e escola e suas implicações de gênero. GIL, A.C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. (6ª. ed.). São Paulo: Atlas, 2011. LOPES, R.C. A. A importância da participação dos pais na vida escolar dos filhos. s/d. http://www.dominiopublico.gov.br Acessado em: 10/04/2022 ANDRADE, Rosamaria Calaes de. Introdução: Gestão da Escola. In: ACÚRCIO, Marina Rodrigues Borges (coor.). A gestão da escola. Porto Alegre/Belo Horizonte: Artmed/Rede Pitágoras, 2004. GADOTTI, Moacir. Concepção dialética da educação: um estudo introdutório. São Paulo: Cortez, 2001. SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 2000.