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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL
               CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA – EAD


    INCLUSÃO E SOCIALIZAÇÃO NA CONCEPÇÃO DE GESTORES DA
                               EDUCAÇÃO E SAÚDE
                                                                   Ana Paula S. Zarth
                                                                 Carlos Roberto Zarth
                                                                         Solange Zarth


RESUMO

O referente estudo investigou as concepções de oito Coordenadoras e três Diretores das
redes Municipais e Estaduais, uma Diretora da APAE, dois Secretários Saúde e Educação,
uma Psicóloga, uma Fisioterapeuta, uma Fonoaudióloga e uma Assistente Social, no total
de dezoito participantes da cidade do interior mato-grossense, sobre a inclusão escolar.
Foram feitas entrevistas e os dados transcritos foram submetidos à análise de conteúdo
Onde os participantes conceberam a educação inclusiva sob diferentes enfoques, com
definições que ora se aproximavam dos princípios de integração, ora se referiam à
orientação inclusiva. Indicaram como suas principais dificuldades na realização da
inclusão à falta de formação especializada e de apoio técnico no trabalho com alunos
inseridos nas classes regulares. Destacam como sugestões: necessidade de orientação
por equipe multidisciplinar, formação continuada, infra-estrutura e recursos
pedagógicos adequados, experiência prévia junto a alunos com necessidades especiais,
atitude positiva dos agentes, além de apoio da família e da comunidade. Tais dados
permitiram identificar vários aspectos necessários à efetivação da proposta inclusiva.

Palavras-chave: Inclusão. Socialização. Gestores. Educação. Saúde.




1. INTRODUÇÃO


      Atualmente, deparamo-nos com diversos movimentos sociais cobrando uma
sociedade mais justa e igualitária. Tanto é assim que foi na década de 1980 que o
conceito de inclusão social foi desenvolvido, ganhando maior proporção no decênio de
1990, visando valorizar a diversidade humana, o direito de pertencer, bem como a igual
importância das minorias (WIEVIORKA, 2005).
      Nas últimas décadas e mais especificamente só a partir da Declaração de
Salamanca, BRASIL (1994), a inclusão escolar de crianças com necessidades especiais
no ensino regular tem sido tema de pesquisas e de eventos científicos, abordando-se
desde os pressupostos teóricos político-filosóficos até formas de implementação das
diretrizes estabelecidas na referida declaração.
       Focalizaremos, neste estudo, as concepções de gestores da educação e saúde em
relação à inclusão do aluno com deficiência no ensino regular, que visa não apenas a
entrada do estudante com deficiência na sala de aula regular, mas, também, a ruptura de
ações discrimina-tórias em relação à esta população, a partir da escola, concebida como
ambiente no qual grupos sociais distintos possam relacionar-se satisfatoriamente. Entre
os diversos enfoques pesquisados está o que envolve as opiniões de docentes e demais
profissionais da comunidade escolar sobre a proposta inclusiva e sua participação neste
tipo de projeto. Uma vez que professores e diretores apresentam funções essenciais na
estrutura e no funcionamento do sistema educacional, suas opiniões podem fornecer
subsídios relevantes para a compreensão de como estão sendo desenvolvidos projetos
dessa natureza.
      Estudos recentes sobre a atuação do professor em classes inclusivas apontam que
o sucesso de sua intervenção depende da implementação de amplas mudanças nas
práticas pedagógicas (O'DONOGHUE, CHALMERS, 2000), quais sejam: a adoção de
novos conceitos e estratégias, como a educação cooperativa (O'CONNOR, JENKINS,
1996); a adaptação ou (re)construção de currículos; o uso de novas técnicas e recursos
específicos para essa clientela; o estabelecimento de novas formas de avaliação; o
estímulo à participação de pais e da comunidade nessa nova realidade social e
educacional (MANTOAN, 1997; MANTOAN, 2001; MRECH, 1998; PIRES, PIRES,
1998; WESTWOOD, 1997). Depende, além disso, de atitudes positivas frente à
inclusão de crianças com necessidades especiais no ensino regular (AVRAMIDIS,
BAYLISS, BURDEN, 2000).
      Contudo cabe lembrar que muitas dessas sugestões já estavam presentes na
literatura educacional antes do surgimento da orientação inclusiva, mas que, em alguns
casos, foram (re)direcionadas a partir dos princípios da inclusão.
      Na medida em que a orientação inclusiva implica um ensino adaptado às
diferenças e às necessidades individuais, os educadores precisam estar habilitados para
atuar de forma competente junto aos alunos inseridos, nos vários níveis de ensino. No
entanto, autores como GOFFREDO (1992) e MANZINI (1999) têm alertado para o fato
de que a implantação da educação inclusiva tem encontrado limites e dificuldades, em
virtude da falta de formação dos professores das classes regulares para atender às
necessidades educativas especiais, além de infra-estrutura adequada e condições
materiais para o trabalho pedagógico junto a crianças com deficiência. O que se tem
colocado em discussão, principalmente, é a ausência de formação especializada dos
educadores para trabalhar com essa clientela, e isso certamente se constitui em um sério
problema na implantação de políticas desse tipo.




2. DESENVOLVIMENTO


       Quando o assunto é inclusão educacional, torna-se necessário o envolvimento de
todos os membros da equipe escolar no planejamento de ações e programas voltados à
temática. Docentes, diretores e funcionários apresentam papéis específicos, mas
precisam agir coletivamente para que a inclusão escolar seja efetivada nas escolas. Por
outro lado, torna-se essencial que esses agentes dêem continuidade ao desenvolvimento
profissional e ao aprofundamento de estudos, visando à melhoria do sistema
educacional.
       Em relação aos gestores, cabe a eles tomar as providências – de caráter
administrativo – correspondentes e essenciais para efetivar a construção do projeto de
inclusão (ARANHA, 2000).
       Segundo ROSS (1998), o gestor de escola inclusiva deve envolver-se na
organização de reuniões pedagógicas, desenvolver ações voltadas aos temas relativos à
acessibilidade universal, às adaptações curriculares, bem como convocar profissionais
externos para dar suporte aos docentes e às atividades programadas. Além disso, o
administrador necessita ter uma liderança ativa, incentivar o desenvolvimento
profissional docente e favorecer a relação entre escola e comunidade (SAGE, 1999;
REIS, 2000).
       Conforme a orientação inclusiva, as funções do gestor escolar incluem a
definição dos objetivos da instituição, o estímulo à capacitação de professores, o
fornecimento de apoio às interações e a processos que se compatibilizem com a
filosofia da escola (SCHAFFNER, BUSWELL, 1999), e ainda a disponibilização dos
meios e recursos para a integração dos alunos com necessidades especiais
(MARCHESI, MARTÍN, 1995). Desse modo, a atuação dos administradores escolares
pode ser de grande valia na tarefa de construir uma escola pronta a atender a todos os
indivíduos, sem discriminação.
Apesar de REIS (2000) apontar que muitas vezes a prática do gestor, nas escolas
brasileiras, é dificultada pelas exigências das atividades burocráticas e administrativas,
esse profissional precisa ser atuante, promovendo ações que envolvam o
acompanhamento, discussões e avaliações em conjunto com os participantes do projeto
educacional, a fim de exercitar as dimensões educacional, social e política, inerentes a
sua função.
       A participação de docentes e gestores no contexto da inserção dos alunos com
deficiência na rede regular de ensino, outros fatores, como os relacionados à estrutura
do sistema educacional, precisam ser considerados na análise e nas discussões sobre as
possibilidades de implementação de projetos nessa área.
       CASTRO (1997), ao descrever o processo de implantação de uma proposta de
educação inclusiva na rede pública de uma capital da Região Nordeste do Brasil,
realizou entrevistas com 30 pessoas (entre professores, diretores, supervisores e
técnicos), em cinco escolas municipais desse município, com o objetivo de conhecer as
dificuldades e as condições necessárias à realização da proposta. A autora verificou que
entre as principais dificuldades encontradas estão as mesmas existentes em qualquer
escola pública brasileira, a saber: formação insuficiente dos professores, baixos
salários, falta de apoio pedagógico, infra-estrutura e condições de trabalho precárias.
Além disso, constatou que as dificuldades apontadas pelos professores referem-se à
atuação com a totalidade dos alunos, e não apenas com os que apresentam algum tipo
de deficiência. Por último, a autora ressaltou a necessidade de os professores serem
orientados a partir de fundamentos teórico-práticos, para que possam modificar práticas
e métodos de ensino, com o objetivo de propiciar um ensino de qualidade para todos.
       Resultados similares foram encontrados por DAMIÃO (2000); DIAS,
SPONCHIADO, HIROTA, CAMARGO, ALMEIDA (1998); CASTRO (2002) e
JUSEVICIUS (2002). Entre as necessidades mencionadas pelos autores podem-se
destacar: a formação específica e continuada dos educadores, a orientação na prática
cotidiana, o apoio familiar e técnico, a redução do número de alunos nas classes e
alterações nas condições estruturais das escolas.
       Com base nessas informações, pode-se perceber que são necessárias mudanças
profundas no sistema educacional vigente a fim de garantir o cumprimento dos
objetivos da inclusão. Cumpre, então, considerar as inúmeras dificuldades vivenciadas
por todos os participantes do cotidiano das escolas que tentam, de diferentes maneiras,
viabilizar a educação inclusiva de acordo com suas possibilidades.
Em face dessas considerações, o presente estudo visou investigar como gestores
da educação e saúde, entendem a inclusão escolar, buscando, também, conhecer as
dificuldades existentes e as necessidades apontadas pelos profissionais no contexto da
inserção de crianças com deficiência no ensino comum.


2.2. METODOLOGIA


2.2.1. PARTICIPANTES


       Participaram desse estudo oito Coordenadoras e três Diretores das redes
Municipais e Estaduais, uma Diretora da APAE, dois Secretários Saúde e Educação,
uma Psicóloga, uma Fisioterapeuta, uma Fonoaudióloga e uma Assistente Social, no
total de dezoito participantes. Dos participantes um era do sexo masculino e os outros
do sexo feminino, com faixa etária entre 30 e 50 anos.


2.3. MATERIAIS


       Foram utilizados um questionário para identificação contendo todas as
informações pessoais e educacionais (nome, idade, sexo, formação acadêmica e área de
atuação). E outro questionário contendo dez perguntas específicas a Educação Inclusiva
(anexo 1 e 2).


2.4. PROCEDIMENTO


       Iniciou-se com o levantamento do número de escolas que participam da
Educação Inclusiva no ensino regular, onde percebemos que todas as escolas do
município de Nova Guarita do Estado do Mato Grosso estão inseridas na Educação
Inclusiva.
       Em seguida, entramos em contato com as escolas os demais profissionais
expondo a intenção de realizar a pesquisa. Sendo assim foram apresentados os objetos
da pesquisa e marcado visita para a entrega das perguntas e a observações nas escolas e
suas possíveis práticas, para poder confrontar com as metodologias.
Foram escolhidos os tais profissionais devido a atuação dos envolvidos em
práticas inclusivas, umas vez que, trata-se de gestores e profissionais da Saúde atuantes
na Educação Inclusiva.
      Por fim, transcreveu-se os relatos, fez-se uma leitura ampla do material obtido.
Em seguida, realizou-se a análise de conteúdo, segundo a proposta de BARDIN (2002),
a qual envolveu: a) a identificação dos temas e sua posterior divisão em unidades de
respostas; b) o recorte dos textos de acordo com os conteúdos apresentados; e c) o
agrupamento e a categorização das unidades de respostas, que representam o conjunto
de idéias comuns ao grupo pesquisado.


2.5. RESULTADOS E DISCUSSÕES


       Com base na análise dos relatos dos dois grupos de sujeitos, foi possível
identificar diferentes visões sobre a inclusão escolar. Os educadores deram maior
destaque à presença das crianças com necessidades especiais compartilhando o mesmo
espaço físico das demais, enfatizando que a inserção é uma forma de integrar essas
pessoas na sociedade, enquanto os profissionais da saúde levantam questões de saúde
mental e física. A idéia da presença de portadores de necessidades especiais na classe
regular constitui-se, aqui, como principal aspecto do conceito de inclusão. No entanto,
o fato de esses alunos estarem no mesmo ambiente com os demais não quer dizer que
estejam incluídos, realmente, no contexto escolar. A inclusão implica práticas escolares
que favoreçam relações significativas dentro da perspectiva de aprendizagem
colaborativa (THOUSAND, VILLA, 1991), capazes de remover as barreiras ao acesso
e à participação dessas pessoas na aprendizagem e na sociedade (SANTOS, SOUZA,
ALVES, GONZAGA, 2002).
       Apesar de terem apontado outros aspectos do princípio inclusivo (como a
necessidade de adequação de métodos e estratégias de ensino, o direito à educação e
inclusão com um sentido amplo, envolvendo não apenas as crianças que apresentam
alguma deficiência, mas 'todos' os alunos, independente de suas condições físicas,
psicológicas, étnicas e sociais), os participantes, em geral, apresentaram respostas
pouco abrangentes, focalizando apenas algumas dimensões do referido conceito,
respostas estas que parecem estar mais relacionadas às idéias de inclusão recentemente
mais difundidas na literatura do que particularmente às de integração.
Tais resultados se diferenciam dos encontrados em outros estudos (DAMIÃO,
2000; JUSEVICIUS, 2002), nos quais os participantes usavam essas expressões como
sinônimas, havendo certa confusão entre os termos. Isso parece indicar alterações nas
concepções dos educadores, possivelmente ligadas às recentes discussões sobre a
inclusão nas diversas esferas sociais, inclusive com destaque da mídia; e também pode
ser influência de possíveis leituras que facilitam a compreensão e a distinção dos
significados.
       Esses relatos evidenciaram a preocupação com a falta de orientação no trabalho
junto aos alunos com necessidades especiais. Mesmo aqueles profissionais que recebem
ou receberam algum tipo de orientação, afirmaram que o que está sendo feito não é
suficiente para atender às demandas surgidas durante o processo inclusivo. A ausência
de uma equipe formada por especialistas de diferentes áreas que atue em conjunto com
os docentes e diretores parece ser um obstáculo importante para a realização de ações e
projetos comprometidos com os princípios inclusivos.
       As Redes Municipais e estaduais recebem alunos com necessidades educacionais
especiais, porém faltam alguns suportes para se tornarem aptas ao atendimento desses
alunos, existe a necessidade de interpretes e outros profissionais para auxiliarem os
professores que atendem essa demanda, garantindo assim o direito que está na
Constituição Federal, onde estabelece o direito das pessoas com necessidades especiais
receberem educação, preferencialmente, na rede regular de ensino (inciso III do art.
208 da CF ) BRASIL (1988) , visando a plena integração dessas pessoas em todas as
áreas da sociedade e o direito à educação, comum a todas as pessoas, através de uma
educação inclusiva, em escola de ensino regular, como forma de assegurar o mais
plenamente possível o direito de integração na sociedade e LDB- Lei nº. 9394/96,
Art.58 BRASIL (1996), também garante a educação especial preferencialmente na rede
regular de ensino. Conforme MANTOAN (2006) o termo preferencialmente possa ser
uma desculpa para o não cumprimento da Lei, porém as APAE’S deverão sempre existir
para servir de suporte com estratégias diferenciadas como vem trabalhando.
       No art.8 § 4º e 5º da LDB estão previstos serviços de apoio especializado,
professor interprete das linguagens e códigos, professores e outros profissionais
itinerantes, apoio a locomoção e comunicação, classes hospitalares e domiciliares para
alunos impossibilitados de freqüentarem aulas. Isso compete a nós professores
cobrarmos do poder público para que sejam concretizados esses serviços e não fique só
no papel.(BRASIL, 1996)
Cabe aos gestores fazer valer o direito de todos à educação, incluir é aceitar e
ver a diferença como forma enriquecedora da aprendizagem. Quando o professor adapta
a metodologia para atender o aluno com deficiência, toda a turma sai ganhando,
especialmente aquele que apresenta dificuldade na aprendizagem. É claro que existem
alguns casos que devem ser analisados criteriosamente quando a deficiência possa estar
colocando em risco a integridade física dos demais alunos ou professores, são casos
raros, mas é preciso que se tomem outras medidas para que esses sejam inclusos.
       E ainda foi destacada a falta de capacitação do professor e da equipe pedagógica
em lidar com alunos que apresentam necessidades especiais. Alguns gestores
educacionais expressaram a idéia de que a formação continuada deveria ser ofertada
aos docentes pelos órgãos administrativos regionais, indicando que se faz necessária a
realização de cursos de capacitação para que todos os envolvidos no processo inclusivo,
incluindo os profissionais da saúde que atuam com esses alunos, tenham condições de
desenvolver um trabalho adequado às necessidades desse alunado.
       De primeiro momento, a formação continuada pode favorecer a implementação
da proposta inclusiva; todavia necessita estar aliada a melhorias nas condições de
ensino, ao suporte de profissionais no auxílio ao trabalho do professor, bem como ao
compromisso de cada profissional em trabalhar para a concretização dessas mudanças.
       Conforme relatos de alguns participantes apontaram que os problemas de
comportamento dos alunos (agressividade,          indisciplina) ou as      necessidades
apresentadas pelos alunos incluídos como aspectos dificultadores do trabalho
educativo. As demais falas focalizaram outros aspectos, como a falta de experiência
anterior e o uso de estratégias específicas junto a alunos com deficiências, assim como
a importância de uma atitude positiva dos agentes envolvidos e de toda comunidade
escolar frente aos portadores de necessidades especiais. O preconceito e o número
elevado de alunos nas salas de aula também foram vistos como aspectos negativos
quanto ao processo inclusivo, pois prejudicariam as relações interpessoais e o
desenvolvimento de um trabalho mais próximo ao aluno com necessidades especiais,
respectivamente. E ainda presença de uma equipe que dê suporte aos agentes
educacionais constitui-se na principal necessidade apontada na educação inclusiva.
Sugestões relativas à formação em serviço foram destacadas. Tal fato, possivelmente,
deriva da urgência que estes profissionais têm de obter auxílio e orientações a respeito
do trato com alunos que apresentam necessidades especiais.
Os gestores de forma geral consideraram o apoio de especialistas como um
aspecto fundamental na atuação com crianças que apresentam deficiências, explicitando
também a idéia de que todos os funcionários devem estar informados e aptos para lidar
com as diferenças e especificidades dos alunos. Esta visão assemelha-se ao que
KARAGIANNIS, STAINBACK E STAINBACK (1999) ressaltam sobre a necessidade
de as escolas tornarem-se comunidades acolhedoras, sendo que o primeiro passo desse
processo seria o desenvolvimento de uma cultura escolar baseada no reconhecimento,
na valorização e no respeito a todos os alunos.
       Segundo os relatos, os docentes parecem crer que a habilitação específica deve
ser o primeiro passo do processo inclusivo e, por isso parecem exigir que tal condição
seja atendida pelos órgãos responsáveis, indicando também certa urgência em adquirir
conhecimentos sobre como lidar com essa clientela. Além disso, enfatizam outras
necessidades para que os alunos com necessidades especiais possam ser beneficiados
em sua inserção nas classes comuns.
       A maioria dos profissionais considerou relevante a realização de adaptações na
infra-estrutura dos estabelecimentos escolares e de um trabalho conjunto de todos os
participantes da comunidade escolar, visando à inclusão desses alunos no ensino
regular. Em contrapartida, outros participantes indicaram que o professor precisa estar
aberto ao processo de inclusão, assim como o profissional da área de saúde – subjetiva
e profissionalmente – para atuar junto aos alunos com deficiências, alertando também
que a participação dos familiares e da comunidade e de mudanças de atitude da
sociedade frente às pessoas com necessidades especiais são aspectos essenciais para a
concretização dos princípios inclusivos.
       Essas necessidades apontadas indicam que os profissionais da educação e saúde
precisam ser auxiliados no processo de inclusão. Por estar a maior parte do tempo
atuando junto aos alunos, o docente não pode trabalhar isoladamente. É por esse motivo
que os educadores destacaram, em diferentes níveis, o caráter imprescindível do apoio
de profissionais especializados, da família e de toda a comunidade.
       As Políticas Públicas para a inclusão devem ser concretizadas na forma de
programas de capacitação e acompanhamento contínuo que orientam o trabalho
docente. Garantindo o acesso e permanência do aluno com deficiência, proporcionando
uma educação de qualidade, valorizando também o profissional com salário digno e
diminuição da carga horária para que haja mais tempo disponível para pesquisar e se
preparar para atender essa demanda salientando ainda que a redução do número de
alunos por turmas beneficiaria em muito a qualidade do ensino oferecido. Tendo em
vista que o papel do pedagogo é orientar e dar suporte ao educando no processo de
ensino aprendizagem nas escolas, para que haja inclusão e socialização dos mesmos. A
grande dificuldade está em distinguir inclusão com acessibilidade, uma vez que isso
ainda não é claro na concepção desses gestores e professores, e em suas formas de
atuações.
       Segundo a pesquisa se os gestores fossem esperar ter profissionais qualificados
para executar a inclusão, nunca teríamos nem sala de aula funcionando, pois conforme a
necessidade é que se busca o conhecimento conforme o art.8 § 4º e 5º da LDB, mais
vale prática do que a didática, nesse sentido cada vez que se recebe um aluno com
necessidades educacionais especiais, os profissionais buscam informações, pesquisando,
conversando com familiares e assim realizando o plano de ação de acordo com a
necessidade do educando. Avaliando-o sem comparar com os demais alunos, mas
valorizando o seu avanço. (BRASIL, 1996)


3. CONCLUSÃO


       A pesquisa apresentou alguns dados que permitiram uma reflexão sobre os
aspectos que têm permeado a inserção do aluno com necessidades especiais no sistema
regular de ensino. Os principais resultados apontaram que a educação inclusiva foi vista
pelos participantes sob diferentes enfoques, desde definições mais próximas dos
princípios de integração até definições mais relativas à educação inclusiva. O discurso
da maioria dos participantes evidencia uma posição favorável à inclusão dos alunos
com necessidades na educação comum, talvez pelo fato desse tema estar sendo muito
discutido e valorizado atualmente no meio acadêmico e social. Gestores da educação e
saúde parecem crer que a educação inclusiva é uma proposta viável, mas que, para ser
efetivada, necessita de profundas transformações na política e no sistema de ensino
vigente.
       Tais resultados mostraram que os professores estão cientes de não estarem
preparados para a inclusão, não aprenderam as práticas educacionais essenciais à
promoção da inclusão e precisariam do apoio de especialistas. Sendo assim, os
participantes reconheceram a importância de uma educação democrática, que atenda à
totalidade dos educandos; no entanto, apontaram que os órgãos administrativos
competentes devem tomar as providências necessárias, incluindo a participação ativa de
educadores, dos pais e da sociedade para proporcionar aos indivíduos com deficiências
um ensino adequado às suas necessidades específicas.
        Quando analisada as dificuldades mencionadas pelos entrevistados, pôde-se
perceber que muitas delas não são exclusividade do ensino aos alunos com
necessidades especiais, mas problemas existentes há várias décadas na estrutura
educacional do país, o que foi confirmado nos estudos de CASTRO (1997) e
JUSEVICIUS (2002). Nesse sentido, a inclusão desses educandos em classes comuns
gera novas circunstâncias e desafios, que tendem a somar-se com as dificuldades já
existentes do sistema atual, e, por conseguinte, ratifica a idéia de que profundas
modificações devem ser realizadas a fim de melhorar a qualidade da educação, para
educandos com algum tipo de deficiência ou não.
        A principal dificuldade levantada por deles parece ser a falta de preparo do
professor para atuar com esses alunos. As dificuldades apresentadas pelos educadores
neste estudo são graves e sugerem que ações governamentais sejam implementadas.
        Com tais dados obtidos vêm reafirmar a necessidade de que os agentes e
gestores educacionais sejam consultados e participem ativamente das mudanças e
transformações ocorridas no âmbito escolar, como aponta MACHADO (2003). Suas
experiências e seus questionamentos são fontes de informações relevantes acerca da
realidade escolar e precisam ser levados em consideração no momento em que os
órgãos governamentais decidem os rumos da Educação. Além disso, permitem dizer
que é necessária a redefinição dos modelos de formação dos professores, com vista a
contribuir para uma prática profissional mais segura e condizente com as necessidades
de cada educando.


4. REFERÊNCIAS
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Moderna, 2003, 96 p.


ARANHA, M. S.          Inclusão social e municipalização. Em E. MANZINI (Org),
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BARDIN, L. Análise de conteúdo ( RETO, L. A. PINHEIRO, A.Trads.). Lisboa:
Edições 70. (Trabalho original publicado em 1977), 2002.


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CASTRO, A. M. A prática pedagógica dos professores de ciências e a inclusão do
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Mestrado Não-Publicada, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Pontifícia
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GOFFREDO, V. Integração ou segregação? O discurso e a prática das escolas
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JUSEVICIUS, V. C. Inclusão escolar e alunos com necessidades educativas
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Pós-Graduação em Psicologia, Pontifícia Universidade Católica de Campinas,
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SANTOS, M, P., SOUZA, L. P., ALVES, R. V. GONZAGA, S. A. Educação especial:
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SCHAFFNER, C. B. BUSWELL, B. E. Dez elementos críticos para a criação de
comunidades de ensino inclusivo e eficaz, 1999. Em STAINBACK, S. STAINBACK,
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THOUSAND, J. VILLA, R. A futuristic view of the REI: a response to Jenkins, Pious
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WESTWOOD, P. Commonsense methods for children with special needs: strategies
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WIEVIORKA, M. La violence. Paris: Hachette, 2005.


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  • 1. UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA – EAD INCLUSÃO E SOCIALIZAÇÃO NA CONCEPÇÃO DE GESTORES DA EDUCAÇÃO E SAÚDE Ana Paula S. Zarth Carlos Roberto Zarth Solange Zarth RESUMO O referente estudo investigou as concepções de oito Coordenadoras e três Diretores das redes Municipais e Estaduais, uma Diretora da APAE, dois Secretários Saúde e Educação, uma Psicóloga, uma Fisioterapeuta, uma Fonoaudióloga e uma Assistente Social, no total de dezoito participantes da cidade do interior mato-grossense, sobre a inclusão escolar. Foram feitas entrevistas e os dados transcritos foram submetidos à análise de conteúdo Onde os participantes conceberam a educação inclusiva sob diferentes enfoques, com definições que ora se aproximavam dos princípios de integração, ora se referiam à orientação inclusiva. Indicaram como suas principais dificuldades na realização da inclusão à falta de formação especializada e de apoio técnico no trabalho com alunos inseridos nas classes regulares. Destacam como sugestões: necessidade de orientação por equipe multidisciplinar, formação continuada, infra-estrutura e recursos pedagógicos adequados, experiência prévia junto a alunos com necessidades especiais, atitude positiva dos agentes, além de apoio da família e da comunidade. Tais dados permitiram identificar vários aspectos necessários à efetivação da proposta inclusiva. Palavras-chave: Inclusão. Socialização. Gestores. Educação. Saúde. 1. INTRODUÇÃO Atualmente, deparamo-nos com diversos movimentos sociais cobrando uma sociedade mais justa e igualitária. Tanto é assim que foi na década de 1980 que o conceito de inclusão social foi desenvolvido, ganhando maior proporção no decênio de 1990, visando valorizar a diversidade humana, o direito de pertencer, bem como a igual importância das minorias (WIEVIORKA, 2005). Nas últimas décadas e mais especificamente só a partir da Declaração de Salamanca, BRASIL (1994), a inclusão escolar de crianças com necessidades especiais no ensino regular tem sido tema de pesquisas e de eventos científicos, abordando-se
  • 2. desde os pressupostos teóricos político-filosóficos até formas de implementação das diretrizes estabelecidas na referida declaração. Focalizaremos, neste estudo, as concepções de gestores da educação e saúde em relação à inclusão do aluno com deficiência no ensino regular, que visa não apenas a entrada do estudante com deficiência na sala de aula regular, mas, também, a ruptura de ações discrimina-tórias em relação à esta população, a partir da escola, concebida como ambiente no qual grupos sociais distintos possam relacionar-se satisfatoriamente. Entre os diversos enfoques pesquisados está o que envolve as opiniões de docentes e demais profissionais da comunidade escolar sobre a proposta inclusiva e sua participação neste tipo de projeto. Uma vez que professores e diretores apresentam funções essenciais na estrutura e no funcionamento do sistema educacional, suas opiniões podem fornecer subsídios relevantes para a compreensão de como estão sendo desenvolvidos projetos dessa natureza. Estudos recentes sobre a atuação do professor em classes inclusivas apontam que o sucesso de sua intervenção depende da implementação de amplas mudanças nas práticas pedagógicas (O'DONOGHUE, CHALMERS, 2000), quais sejam: a adoção de novos conceitos e estratégias, como a educação cooperativa (O'CONNOR, JENKINS, 1996); a adaptação ou (re)construção de currículos; o uso de novas técnicas e recursos específicos para essa clientela; o estabelecimento de novas formas de avaliação; o estímulo à participação de pais e da comunidade nessa nova realidade social e educacional (MANTOAN, 1997; MANTOAN, 2001; MRECH, 1998; PIRES, PIRES, 1998; WESTWOOD, 1997). Depende, além disso, de atitudes positivas frente à inclusão de crianças com necessidades especiais no ensino regular (AVRAMIDIS, BAYLISS, BURDEN, 2000). Contudo cabe lembrar que muitas dessas sugestões já estavam presentes na literatura educacional antes do surgimento da orientação inclusiva, mas que, em alguns casos, foram (re)direcionadas a partir dos princípios da inclusão. Na medida em que a orientação inclusiva implica um ensino adaptado às diferenças e às necessidades individuais, os educadores precisam estar habilitados para atuar de forma competente junto aos alunos inseridos, nos vários níveis de ensino. No entanto, autores como GOFFREDO (1992) e MANZINI (1999) têm alertado para o fato de que a implantação da educação inclusiva tem encontrado limites e dificuldades, em virtude da falta de formação dos professores das classes regulares para atender às necessidades educativas especiais, além de infra-estrutura adequada e condições
  • 3. materiais para o trabalho pedagógico junto a crianças com deficiência. O que se tem colocado em discussão, principalmente, é a ausência de formação especializada dos educadores para trabalhar com essa clientela, e isso certamente se constitui em um sério problema na implantação de políticas desse tipo. 2. DESENVOLVIMENTO Quando o assunto é inclusão educacional, torna-se necessário o envolvimento de todos os membros da equipe escolar no planejamento de ações e programas voltados à temática. Docentes, diretores e funcionários apresentam papéis específicos, mas precisam agir coletivamente para que a inclusão escolar seja efetivada nas escolas. Por outro lado, torna-se essencial que esses agentes dêem continuidade ao desenvolvimento profissional e ao aprofundamento de estudos, visando à melhoria do sistema educacional. Em relação aos gestores, cabe a eles tomar as providências – de caráter administrativo – correspondentes e essenciais para efetivar a construção do projeto de inclusão (ARANHA, 2000). Segundo ROSS (1998), o gestor de escola inclusiva deve envolver-se na organização de reuniões pedagógicas, desenvolver ações voltadas aos temas relativos à acessibilidade universal, às adaptações curriculares, bem como convocar profissionais externos para dar suporte aos docentes e às atividades programadas. Além disso, o administrador necessita ter uma liderança ativa, incentivar o desenvolvimento profissional docente e favorecer a relação entre escola e comunidade (SAGE, 1999; REIS, 2000). Conforme a orientação inclusiva, as funções do gestor escolar incluem a definição dos objetivos da instituição, o estímulo à capacitação de professores, o fornecimento de apoio às interações e a processos que se compatibilizem com a filosofia da escola (SCHAFFNER, BUSWELL, 1999), e ainda a disponibilização dos meios e recursos para a integração dos alunos com necessidades especiais (MARCHESI, MARTÍN, 1995). Desse modo, a atuação dos administradores escolares pode ser de grande valia na tarefa de construir uma escola pronta a atender a todos os indivíduos, sem discriminação.
  • 4. Apesar de REIS (2000) apontar que muitas vezes a prática do gestor, nas escolas brasileiras, é dificultada pelas exigências das atividades burocráticas e administrativas, esse profissional precisa ser atuante, promovendo ações que envolvam o acompanhamento, discussões e avaliações em conjunto com os participantes do projeto educacional, a fim de exercitar as dimensões educacional, social e política, inerentes a sua função. A participação de docentes e gestores no contexto da inserção dos alunos com deficiência na rede regular de ensino, outros fatores, como os relacionados à estrutura do sistema educacional, precisam ser considerados na análise e nas discussões sobre as possibilidades de implementação de projetos nessa área. CASTRO (1997), ao descrever o processo de implantação de uma proposta de educação inclusiva na rede pública de uma capital da Região Nordeste do Brasil, realizou entrevistas com 30 pessoas (entre professores, diretores, supervisores e técnicos), em cinco escolas municipais desse município, com o objetivo de conhecer as dificuldades e as condições necessárias à realização da proposta. A autora verificou que entre as principais dificuldades encontradas estão as mesmas existentes em qualquer escola pública brasileira, a saber: formação insuficiente dos professores, baixos salários, falta de apoio pedagógico, infra-estrutura e condições de trabalho precárias. Além disso, constatou que as dificuldades apontadas pelos professores referem-se à atuação com a totalidade dos alunos, e não apenas com os que apresentam algum tipo de deficiência. Por último, a autora ressaltou a necessidade de os professores serem orientados a partir de fundamentos teórico-práticos, para que possam modificar práticas e métodos de ensino, com o objetivo de propiciar um ensino de qualidade para todos. Resultados similares foram encontrados por DAMIÃO (2000); DIAS, SPONCHIADO, HIROTA, CAMARGO, ALMEIDA (1998); CASTRO (2002) e JUSEVICIUS (2002). Entre as necessidades mencionadas pelos autores podem-se destacar: a formação específica e continuada dos educadores, a orientação na prática cotidiana, o apoio familiar e técnico, a redução do número de alunos nas classes e alterações nas condições estruturais das escolas. Com base nessas informações, pode-se perceber que são necessárias mudanças profundas no sistema educacional vigente a fim de garantir o cumprimento dos objetivos da inclusão. Cumpre, então, considerar as inúmeras dificuldades vivenciadas por todos os participantes do cotidiano das escolas que tentam, de diferentes maneiras, viabilizar a educação inclusiva de acordo com suas possibilidades.
  • 5. Em face dessas considerações, o presente estudo visou investigar como gestores da educação e saúde, entendem a inclusão escolar, buscando, também, conhecer as dificuldades existentes e as necessidades apontadas pelos profissionais no contexto da inserção de crianças com deficiência no ensino comum. 2.2. METODOLOGIA 2.2.1. PARTICIPANTES Participaram desse estudo oito Coordenadoras e três Diretores das redes Municipais e Estaduais, uma Diretora da APAE, dois Secretários Saúde e Educação, uma Psicóloga, uma Fisioterapeuta, uma Fonoaudióloga e uma Assistente Social, no total de dezoito participantes. Dos participantes um era do sexo masculino e os outros do sexo feminino, com faixa etária entre 30 e 50 anos. 2.3. MATERIAIS Foram utilizados um questionário para identificação contendo todas as informações pessoais e educacionais (nome, idade, sexo, formação acadêmica e área de atuação). E outro questionário contendo dez perguntas específicas a Educação Inclusiva (anexo 1 e 2). 2.4. PROCEDIMENTO Iniciou-se com o levantamento do número de escolas que participam da Educação Inclusiva no ensino regular, onde percebemos que todas as escolas do município de Nova Guarita do Estado do Mato Grosso estão inseridas na Educação Inclusiva. Em seguida, entramos em contato com as escolas os demais profissionais expondo a intenção de realizar a pesquisa. Sendo assim foram apresentados os objetos da pesquisa e marcado visita para a entrega das perguntas e a observações nas escolas e suas possíveis práticas, para poder confrontar com as metodologias.
  • 6. Foram escolhidos os tais profissionais devido a atuação dos envolvidos em práticas inclusivas, umas vez que, trata-se de gestores e profissionais da Saúde atuantes na Educação Inclusiva. Por fim, transcreveu-se os relatos, fez-se uma leitura ampla do material obtido. Em seguida, realizou-se a análise de conteúdo, segundo a proposta de BARDIN (2002), a qual envolveu: a) a identificação dos temas e sua posterior divisão em unidades de respostas; b) o recorte dos textos de acordo com os conteúdos apresentados; e c) o agrupamento e a categorização das unidades de respostas, que representam o conjunto de idéias comuns ao grupo pesquisado. 2.5. RESULTADOS E DISCUSSÕES Com base na análise dos relatos dos dois grupos de sujeitos, foi possível identificar diferentes visões sobre a inclusão escolar. Os educadores deram maior destaque à presença das crianças com necessidades especiais compartilhando o mesmo espaço físico das demais, enfatizando que a inserção é uma forma de integrar essas pessoas na sociedade, enquanto os profissionais da saúde levantam questões de saúde mental e física. A idéia da presença de portadores de necessidades especiais na classe regular constitui-se, aqui, como principal aspecto do conceito de inclusão. No entanto, o fato de esses alunos estarem no mesmo ambiente com os demais não quer dizer que estejam incluídos, realmente, no contexto escolar. A inclusão implica práticas escolares que favoreçam relações significativas dentro da perspectiva de aprendizagem colaborativa (THOUSAND, VILLA, 1991), capazes de remover as barreiras ao acesso e à participação dessas pessoas na aprendizagem e na sociedade (SANTOS, SOUZA, ALVES, GONZAGA, 2002). Apesar de terem apontado outros aspectos do princípio inclusivo (como a necessidade de adequação de métodos e estratégias de ensino, o direito à educação e inclusão com um sentido amplo, envolvendo não apenas as crianças que apresentam alguma deficiência, mas 'todos' os alunos, independente de suas condições físicas, psicológicas, étnicas e sociais), os participantes, em geral, apresentaram respostas pouco abrangentes, focalizando apenas algumas dimensões do referido conceito, respostas estas que parecem estar mais relacionadas às idéias de inclusão recentemente mais difundidas na literatura do que particularmente às de integração.
  • 7. Tais resultados se diferenciam dos encontrados em outros estudos (DAMIÃO, 2000; JUSEVICIUS, 2002), nos quais os participantes usavam essas expressões como sinônimas, havendo certa confusão entre os termos. Isso parece indicar alterações nas concepções dos educadores, possivelmente ligadas às recentes discussões sobre a inclusão nas diversas esferas sociais, inclusive com destaque da mídia; e também pode ser influência de possíveis leituras que facilitam a compreensão e a distinção dos significados. Esses relatos evidenciaram a preocupação com a falta de orientação no trabalho junto aos alunos com necessidades especiais. Mesmo aqueles profissionais que recebem ou receberam algum tipo de orientação, afirmaram que o que está sendo feito não é suficiente para atender às demandas surgidas durante o processo inclusivo. A ausência de uma equipe formada por especialistas de diferentes áreas que atue em conjunto com os docentes e diretores parece ser um obstáculo importante para a realização de ações e projetos comprometidos com os princípios inclusivos. As Redes Municipais e estaduais recebem alunos com necessidades educacionais especiais, porém faltam alguns suportes para se tornarem aptas ao atendimento desses alunos, existe a necessidade de interpretes e outros profissionais para auxiliarem os professores que atendem essa demanda, garantindo assim o direito que está na Constituição Federal, onde estabelece o direito das pessoas com necessidades especiais receberem educação, preferencialmente, na rede regular de ensino (inciso III do art. 208 da CF ) BRASIL (1988) , visando a plena integração dessas pessoas em todas as áreas da sociedade e o direito à educação, comum a todas as pessoas, através de uma educação inclusiva, em escola de ensino regular, como forma de assegurar o mais plenamente possível o direito de integração na sociedade e LDB- Lei nº. 9394/96, Art.58 BRASIL (1996), também garante a educação especial preferencialmente na rede regular de ensino. Conforme MANTOAN (2006) o termo preferencialmente possa ser uma desculpa para o não cumprimento da Lei, porém as APAE’S deverão sempre existir para servir de suporte com estratégias diferenciadas como vem trabalhando. No art.8 § 4º e 5º da LDB estão previstos serviços de apoio especializado, professor interprete das linguagens e códigos, professores e outros profissionais itinerantes, apoio a locomoção e comunicação, classes hospitalares e domiciliares para alunos impossibilitados de freqüentarem aulas. Isso compete a nós professores cobrarmos do poder público para que sejam concretizados esses serviços e não fique só no papel.(BRASIL, 1996)
  • 8. Cabe aos gestores fazer valer o direito de todos à educação, incluir é aceitar e ver a diferença como forma enriquecedora da aprendizagem. Quando o professor adapta a metodologia para atender o aluno com deficiência, toda a turma sai ganhando, especialmente aquele que apresenta dificuldade na aprendizagem. É claro que existem alguns casos que devem ser analisados criteriosamente quando a deficiência possa estar colocando em risco a integridade física dos demais alunos ou professores, são casos raros, mas é preciso que se tomem outras medidas para que esses sejam inclusos. E ainda foi destacada a falta de capacitação do professor e da equipe pedagógica em lidar com alunos que apresentam necessidades especiais. Alguns gestores educacionais expressaram a idéia de que a formação continuada deveria ser ofertada aos docentes pelos órgãos administrativos regionais, indicando que se faz necessária a realização de cursos de capacitação para que todos os envolvidos no processo inclusivo, incluindo os profissionais da saúde que atuam com esses alunos, tenham condições de desenvolver um trabalho adequado às necessidades desse alunado. De primeiro momento, a formação continuada pode favorecer a implementação da proposta inclusiva; todavia necessita estar aliada a melhorias nas condições de ensino, ao suporte de profissionais no auxílio ao trabalho do professor, bem como ao compromisso de cada profissional em trabalhar para a concretização dessas mudanças. Conforme relatos de alguns participantes apontaram que os problemas de comportamento dos alunos (agressividade, indisciplina) ou as necessidades apresentadas pelos alunos incluídos como aspectos dificultadores do trabalho educativo. As demais falas focalizaram outros aspectos, como a falta de experiência anterior e o uso de estratégias específicas junto a alunos com deficiências, assim como a importância de uma atitude positiva dos agentes envolvidos e de toda comunidade escolar frente aos portadores de necessidades especiais. O preconceito e o número elevado de alunos nas salas de aula também foram vistos como aspectos negativos quanto ao processo inclusivo, pois prejudicariam as relações interpessoais e o desenvolvimento de um trabalho mais próximo ao aluno com necessidades especiais, respectivamente. E ainda presença de uma equipe que dê suporte aos agentes educacionais constitui-se na principal necessidade apontada na educação inclusiva. Sugestões relativas à formação em serviço foram destacadas. Tal fato, possivelmente, deriva da urgência que estes profissionais têm de obter auxílio e orientações a respeito do trato com alunos que apresentam necessidades especiais.
  • 9. Os gestores de forma geral consideraram o apoio de especialistas como um aspecto fundamental na atuação com crianças que apresentam deficiências, explicitando também a idéia de que todos os funcionários devem estar informados e aptos para lidar com as diferenças e especificidades dos alunos. Esta visão assemelha-se ao que KARAGIANNIS, STAINBACK E STAINBACK (1999) ressaltam sobre a necessidade de as escolas tornarem-se comunidades acolhedoras, sendo que o primeiro passo desse processo seria o desenvolvimento de uma cultura escolar baseada no reconhecimento, na valorização e no respeito a todos os alunos. Segundo os relatos, os docentes parecem crer que a habilitação específica deve ser o primeiro passo do processo inclusivo e, por isso parecem exigir que tal condição seja atendida pelos órgãos responsáveis, indicando também certa urgência em adquirir conhecimentos sobre como lidar com essa clientela. Além disso, enfatizam outras necessidades para que os alunos com necessidades especiais possam ser beneficiados em sua inserção nas classes comuns. A maioria dos profissionais considerou relevante a realização de adaptações na infra-estrutura dos estabelecimentos escolares e de um trabalho conjunto de todos os participantes da comunidade escolar, visando à inclusão desses alunos no ensino regular. Em contrapartida, outros participantes indicaram que o professor precisa estar aberto ao processo de inclusão, assim como o profissional da área de saúde – subjetiva e profissionalmente – para atuar junto aos alunos com deficiências, alertando também que a participação dos familiares e da comunidade e de mudanças de atitude da sociedade frente às pessoas com necessidades especiais são aspectos essenciais para a concretização dos princípios inclusivos. Essas necessidades apontadas indicam que os profissionais da educação e saúde precisam ser auxiliados no processo de inclusão. Por estar a maior parte do tempo atuando junto aos alunos, o docente não pode trabalhar isoladamente. É por esse motivo que os educadores destacaram, em diferentes níveis, o caráter imprescindível do apoio de profissionais especializados, da família e de toda a comunidade. As Políticas Públicas para a inclusão devem ser concretizadas na forma de programas de capacitação e acompanhamento contínuo que orientam o trabalho docente. Garantindo o acesso e permanência do aluno com deficiência, proporcionando uma educação de qualidade, valorizando também o profissional com salário digno e diminuição da carga horária para que haja mais tempo disponível para pesquisar e se preparar para atender essa demanda salientando ainda que a redução do número de
  • 10. alunos por turmas beneficiaria em muito a qualidade do ensino oferecido. Tendo em vista que o papel do pedagogo é orientar e dar suporte ao educando no processo de ensino aprendizagem nas escolas, para que haja inclusão e socialização dos mesmos. A grande dificuldade está em distinguir inclusão com acessibilidade, uma vez que isso ainda não é claro na concepção desses gestores e professores, e em suas formas de atuações. Segundo a pesquisa se os gestores fossem esperar ter profissionais qualificados para executar a inclusão, nunca teríamos nem sala de aula funcionando, pois conforme a necessidade é que se busca o conhecimento conforme o art.8 § 4º e 5º da LDB, mais vale prática do que a didática, nesse sentido cada vez que se recebe um aluno com necessidades educacionais especiais, os profissionais buscam informações, pesquisando, conversando com familiares e assim realizando o plano de ação de acordo com a necessidade do educando. Avaliando-o sem comparar com os demais alunos, mas valorizando o seu avanço. (BRASIL, 1996) 3. CONCLUSÃO A pesquisa apresentou alguns dados que permitiram uma reflexão sobre os aspectos que têm permeado a inserção do aluno com necessidades especiais no sistema regular de ensino. Os principais resultados apontaram que a educação inclusiva foi vista pelos participantes sob diferentes enfoques, desde definições mais próximas dos princípios de integração até definições mais relativas à educação inclusiva. O discurso da maioria dos participantes evidencia uma posição favorável à inclusão dos alunos com necessidades na educação comum, talvez pelo fato desse tema estar sendo muito discutido e valorizado atualmente no meio acadêmico e social. Gestores da educação e saúde parecem crer que a educação inclusiva é uma proposta viável, mas que, para ser efetivada, necessita de profundas transformações na política e no sistema de ensino vigente. Tais resultados mostraram que os professores estão cientes de não estarem preparados para a inclusão, não aprenderam as práticas educacionais essenciais à promoção da inclusão e precisariam do apoio de especialistas. Sendo assim, os participantes reconheceram a importância de uma educação democrática, que atenda à totalidade dos educandos; no entanto, apontaram que os órgãos administrativos competentes devem tomar as providências necessárias, incluindo a participação ativa de
  • 11. educadores, dos pais e da sociedade para proporcionar aos indivíduos com deficiências um ensino adequado às suas necessidades específicas. Quando analisada as dificuldades mencionadas pelos entrevistados, pôde-se perceber que muitas delas não são exclusividade do ensino aos alunos com necessidades especiais, mas problemas existentes há várias décadas na estrutura educacional do país, o que foi confirmado nos estudos de CASTRO (1997) e JUSEVICIUS (2002). Nesse sentido, a inclusão desses educandos em classes comuns gera novas circunstâncias e desafios, que tendem a somar-se com as dificuldades já existentes do sistema atual, e, por conseguinte, ratifica a idéia de que profundas modificações devem ser realizadas a fim de melhorar a qualidade da educação, para educandos com algum tipo de deficiência ou não. A principal dificuldade levantada por deles parece ser a falta de preparo do professor para atuar com esses alunos. As dificuldades apresentadas pelos educadores neste estudo são graves e sugerem que ações governamentais sejam implementadas. Com tais dados obtidos vêm reafirmar a necessidade de que os agentes e gestores educacionais sejam consultados e participem ativamente das mudanças e transformações ocorridas no âmbito escolar, como aponta MACHADO (2003). Suas experiências e seus questionamentos são fontes de informações relevantes acerca da realidade escolar e precisam ser levados em consideração no momento em que os órgãos governamentais decidem os rumos da Educação. Além disso, permitem dizer que é necessária a redefinição dos modelos de formação dos professores, com vista a contribuir para uma prática profissional mais segura e condizente com as necessidades de cada educando. 4. REFERÊNCIAS MANTOAN, M.T.E. Inclusão Escolar: O que é? Por quê? Como fazer? São Paulo: Moderna, 2003, 96 p. ARANHA, M. S. Inclusão social e municipalização. Em E. MANZINI (Org), Educação especial: temas atuais (pp.1-9). Marília: UNESP-Marília Publicações, 2000.
  • 12. AVRAMIDIS, E., BAYLISS, P. BURDEN, R. . Student teacher's attitudes towards the inclusion of children with special education needs in the ordinary school. Teaching and Teacher Education, 2000, 16, 277-293p. BARDIN, L. Análise de conteúdo ( RETO, L. A. PINHEIRO, A.Trads.). Lisboa: Edições 70. (Trabalho original publicado em 1977), 2002. BRASIL . Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: CORDE, 1994. BRASIL . Ministério da Educação e do Desporto Lei de diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF, 1996. BRASIL. Constituição, 1988. CASTRO, M. Inclusão escolar: das intenções à prática. Um estudo da implantação da proposta de ensino especial na rede municipal de Natal, RN. Tese de Doutorado Não-Publicada, Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Estadual de Campinas, 1997. CASTRO, A. M. A prática pedagógica dos professores de ciências e a inclusão do aluno com deficiência visual na escola pública. Dissertação de Mestrado Não- Publicada, Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade de São Paulo, 2002. DAMIÃO, C. R. Educação Especial: visão de professores e psicólogos. Dissertação de Mestrado Não-Publicada, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Pontifícia Universidade Católica de Campinas, 2000. DIAS, T., SPONCHIADO, M., HIROTA, O., CAMARGO, M. ALMEIDA, V. Integração escolar: a criança com deficiência em uma escola municipal de educação infantil de Ribeirão Preto. Integração, 10 (20), 11-17p, 1998.
  • 13. GOFFREDO, V. Integração ou segregação? O discurso e a prática das escolas públicas da rede oficial do município do Rio de Janeiro. Integração, 4(10), 118-127p, 1992. JUSEVICIUS, V. C. Inclusão escolar e alunos com necessidades educativas especiais: fala de professores. Dissertação de Mestrado Não-Publicada, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Pontifícia Universidade Católica de Campinas, 2002. KARAGIANNIS, A. STAINBACK, S. STAINBACK, W. Fundamentos do ensino inclusivo, 1999. Em STAINBACK, S. STAINBACK, W. (Orgs.), Inclusão: um guia para educadores (LOPES, M.F. Trad., pp. 21-34). Porto Alegre: Artes Médicas. (Trabalho original publicado em 1996) MACHADO, V. Repercussões da proposta de "educação inclusiva" a partir do discurso de professores de educação especial da rede pública estadual paulista. Dissertação de Mestrado Não-Publicada, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade de São Paulo, 2003. MANTOAN, M. T. Inclusão escolar de deficientes mentais: que formação para professores? Em M. T. MANTOAN (Org.), A integração de pessoas com deficiência: contribuições para uma reflexão sobre o tema (pp. 119-127). São Paulo: Memnon, 1997. MANTOAN, M. T. (Org.) Caminhos pedagógicos da inclusão. São Paulo: Memnon, 2001. MANZINI, E. F. Quais as expectativas com relação à inclusão escolar do ponto de vista do educador? Temas sobre desenvolvimento, 7(42), 52-54p, 1999. MARCHESI, A. MARTÍN, E. Da terminologia do distúrbio às necessidades educacionais especiais, 1995. Em COLL, C. PALÁCIOS, J. MARCHESI, A. (Orgs.),
  • 14. Desenvolvimento psicológico e educação: necessidades educativas especiais e aprendizagem escolar. (DOMINGUES, M. A., Trad., V. 3, pp. 7-23). Porto Alegre: Artes Médicas. (Trabalho original publicado em 1993). MRECH, L. M. O que é educação inclusiva? Integração, 10(20), 37-40p, 1998. O'CONNOR, R. E. JENKINS, J. R. Cooperative learning as an inclusion strategy: A closer look. Exceptionality, 6(1), 29-51p, 1996. O'DONOGHUE, T. A. CHALMERS, R. How teachers manage their work in inclusive classrooms. Teaching and Teacher Education, 16, 889-904p, 2000. PIRES, J. PIRES, G. N. A integração escolar de crianças portadoras de necessidades especiais na classe regular: implicações legais e compromisso social. Integração, 10(20), 23-26p, 1998. REIS, M. G. O compromisso político-social do diretor como educador. Dissertação de Mestrado Não-Publicada, Programa de Pós-Graduação em Educação Especial, Universidade Federal de São Carlos, 2000. ROSS, P. Pressupostos da integração/inclusão frente à realidade educacional. [Resumo]. Em Resumos de comunicações científicas. III Congresso Íbero-americano de Educação Especial (pp. 239-243). Foz do Iguaçu. PR: Secretaria de Educação Especial. Ministério da Educação e do Desporto, 1998. SAGE, D. D. Estratégias administrativas para o ensino inclusivo, 1999. Em; Stainback, S. Stainback, W. (Orgs.), Inclusão: um guia para educadores (LOPES, M. F., Trad., pp. 129-141). Porto Alegre: Artes Médicas. (Trabalho original publicado em 1996). SANTOS, M, P., SOUZA, L. P., ALVES, R. V. GONZAGA, S. A. Educação especial: redefinir ou continuar excluindo? Integração, 14(24), 30-33p, 2002.
  • 15. SCHAFFNER, C. B. BUSWELL, B. E. Dez elementos críticos para a criação de comunidades de ensino inclusivo e eficaz, 1999. Em STAINBACK, S. STAINBACK, W. (Orgs.) Inclusão: um guia para educadores (LOPES, M. F. Trad.) (pp. 69-87). Porto Alegre: Artes Médicas. (Trabalho original publicado em 1996). THOUSAND, J. VILLA, R. A futuristic view of the REI: a response to Jenkins, Pious and Jewell. Exceptional Children, 57(1), 556-562p, 1991. WESTWOOD, P. Commonsense methods for children with special needs: strategies for the regular classroom. London: Routledge, 1997. WIEVIORKA, M. La violence. Paris: Hachette, 2005. APÊNDICES (opcional) ANEXOS (opcional)