2. Árabes e judeus: Relacionamento marcado por tensões e conflitos.
O conflito entre árabes e judeus é relativamente recente, ao contrário do que
muitos acreditam. Até o final do século 19, judeus e diferentes
povos árabes viviam como "primos" (o que supõe claro, conflitos ocasionais),
e não só no Oriente Médio. A convivência se estendeu, por exemplo, à Espanha,
ocupada pelos árabes até o fim do século 15. Os Judeus viviam na palestina e
ficaram sob domínio do império romano, foram expulsos e se dispersaram por
vários lugares. Principalmente por a Europa Central e Oriental.
3. Com o desaparecimento de seu Estado os palestinos
espalharam-se por vários países da região. A luta pela
criação de seu Estado é chamada de “questão palestina” e
até hoje não foi resolvida. Foi nesse contexto que nasceu
a Organização para Libertação da Palestina (OLP).
Fundada em 1964, era uma frente de vários grupos de
atuação moderada e controlada pelos países árabes. Mas
quando o Fatah (conquista), grupo liderado por Yasser
Arafat, tornou-se hegemônico na organização, esta passou
a exercer diversos atentados terroristas contra Israel. Isso
aconteceu especialmente a partir de 1969, quando Arafat
tornou-se presidente da OLP.
4. • Entretanto, o conflito bélico que provocou as maiores
transformações territoriais na região ocorreu em 1967:
a Guerra dos Seis Dias, que novamente opôs Israel aos
países vizinhos. Após nova vitória, Israel ampliou
significativamente seu território, ocupando a Faixa de
Gaza e a Cisjordânia.
5. • Os desdobramentos dessa guerra agravaram a tensão entre os
Estados árabes e Israel. A partir daí as ações terroristas da
OLP se ampliaram. Por terem sido derrotados, os países
árabes perderam vastos territórios; assim um novo conflito
bélico eclodiu em 1973, a Guerra do Yom Kipur (dia do perdão).
Novamente Israel venceu e o novo presidente do Egito, Anuar
Sadat se deu conta que não poderia vencer o inimigo no campo
de batalha e procurou um acordo com Israel. Em 1979, Israel
concordou em devolver a península do Sinai ao Egito em troca
de paz. O acordo de paz foi assinado pelos presidentes dos
dois países em Camp David, nos EUA. Esse acordo marcou
pela primeira vez o reconhecimento do Estado de Israel por um
país árabe. O presidente egípcio foi assassinado por grupos
extremistas que não aceitavam negociar com os israelenses.
6. • Em 1982, Israel invadiu o Líbano para expulsar os guerrilheiros da OLP, que
utilizavam o território do país vizinho como base para as suas operações.
Após um acordo, entretanto, Israel não retirou suas tropas integralmente do
Líbano e manteve ocupada uma estreita faixa no sul do país como
justificativa de proteger sua fronteira norte. Juntamente a isso, o governo
israelita incentivou a ocupação dos territórios ocupados pela população judia
(colônias judaicas). No final da década de 1980, a OLP abdicou da luta
armada e do terrorismo e se tornou em uma organização politica
empenhada na construção do Estado palestino. Isso abriu caminho para um
período de negociações. Em 1993, foram iniciadas as negociações de paz
entre o Estado de Israel e a OLP, com a assinatura do acordo de Olso na
Noruega, que culminaram no reconhecimento reciproco e no inicio do
processo de devolução aos palestinos da Faixa de Gaza e das cidades da
Cisjordânia. Ao mesmo tempo para substituir a OLP foi criada a ANP –
Autoridade Nacional Palestina, para administrar esses territórios (um
embrião do futuro Estado palestino). Em 1994, a Jordânia também
reconheceu o Estado de Israel, firmando um acordo de utilização conjunta
das águas do rio Jordão.
7. • Em 2000 houve um encontro entre as lideranças de Israel e da
Autoridade Palestina, mas os judeus não concordaram em dividir a
cidade de Jerusalém que para os israelitas é capital perpetua e
indivisível. Os palestinos, por sua vez também não abrem mão da
parte oriental da cidade para ser a capital do seu Estado. Em 2001,
os trabalhistas perdem as eleições em Israel para os conservadores,
com a vitória de Ariel Sharon, as negociações de paz foram
congeladas. Ao mesmo tempo o governo israelense retomou a
implantação de colônias na Cisjordânia para inviabilizar a devolução
desse território, como tinha sido acordado. Em consequência disso,
houve uma intensificação das ações terroristas promovidas pelo
Hamas, Hezbolah e Jihad Islâmica que não concordo com a politica
da Autoridade Palestina. Em 2004 Iasser Arafat morre e as
negociações de paz ficam mais difíceis
8. Tem sido muito difícil um acordo de paz no longo conflito que
envolve judeus e palestinos porque há radicais dos dois lados
tentando boicotá-lo. Do lado palestino há três organizações
que tem sido responsáveis por atentados terroristas contra a
população israelense: Hamas, a Jihad Islâmica e as Brigadas
dos Mártires de Al-Aqsa. Esses grupos são contrários a
qualquer concessão a Israel e defendem que os judeus devem
ser expulsos da Palestina. Do lado de Israel há os setores da
direita, do partido Likud e especialmente dos partidos
Ortodoxos que abrigam o fundamentalismo religioso judaico.
Esses setores da sociedade israelense defendem que a “terra
santa”, a “terra prometida” pertence só aos judeus. São
contrários a retirada dos colonos judeus que vivem na Faixa
de Gaza e na Cisjordânia, portanto, em territórios já
oficialmente devolvidos por Israel aos palestinos.